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Os crimes da classe baixa são conduzidos por policiais, promotores e juízes, com penas
de multa, prisão e de morte. Os crimes da classe alta não resultam em nenhuma ação oficial ou
em ações indenizatórias em cortes civis ou conduzidos por fiscais e por conselhos ou
comissões administrativos, com sanções penais na forma de advertências, ordens para cessar
uma atividade, ocasionalmente, a perda de uma licença e, somente em casos extremos,
aplicação de multas ou penas privativas de liberdade. Por isso, os criminosos de colarinho
banco são segregados administrativamente dos demais e, em larga medida, como uma
consequência disso, não são considerados como verdadeiros criminosos por eles mesmos, pelo
público em geral ou pelos criminólogos.
Entre 1879 e 1906, 140 projetos de lei que regulavam a matéria foram propostos no
Congresso e todos fracassaram em decorrência da importância das pessoas que seriam
afetadas. Foi necessária uma dramática manifestação de Dr. Wiley, em 1906, para persuadir o
Congresso a promulgar a lei. Essa lei, entretanto, não criou um novo crime, assim como a Lei
Lindbergh12 não o fez; apenas conferiu uma execução mais eficiente do que já havia sido
formulado anteriormente nas legislações estaduais. Quando uma proposta para reformular
esta lei, a qual traria para o campo de atuação dos seus agentes as declarações fraudulentas
feitas no rádio ou na imprensa, foi apresentada no Congresso, os editores e anunciantes se
organizaram e fizeram lobby em Washington, que combateu com sucesso a proposta
principalmente sob os slogans de “liberdade de imprensa” e “perigos da burocracia.”
O testemunho de Daniel Drew, um velho vigarista, descreve o direito penal com certa
precisão: “A lei é como uma teia de aranha; é feita para moscas e outros insetos menores, por
assim dizer, mas deixa os zangões rompê-la. Quando os tecnicismos da lei ficam no meu
caminho, sempre consigo me livrar deles facilmente.”
*Anomia:
Antes de tudo, é preciso saber que anomia significa ausência de lei, isto é, a
falta de normas numa sociedade.
De acordo com Robert King Merton, na sociologia criminal americana, o crime
é um ente social, mais do que isso, uma necessidade social, útil socialmente, para
Merton, inventor dessa expressão, a anomia, nas teorias criminológicas de caráter
sociológico criminal, o crime é útil ao modelo social.
Merton, então, afirma que toda sociedade desenvolve metas culturas que
expressam os valores que guiam a vida dos indivíduos em sociedade. Para ele, o
insucesso em conseguir atingir metas culturais, que não são possíveis devido à
insuficiência dos meios institucionalizados, provoca a anomia, um abandono das
regras do jogo social “foda-se o sistema”. Dessa forma, o sujeito não respeita as
“regras de comportamento” socialmente aceitas.
É importante ressaltar que as ideias de Merton se somam com as de Durkheim.
A anomia, logo, fala sobre o desvio da conduta dos indivíduos. Para isso, cabe a
importância de entender os fatos sociais de Durkheim, que são caracterizados por
exteriores, coercitivos e gerais, isto é, pertencem à realidade, existem fora dos
indivíduos; exercem influência nos sujeitos, dessa forma, se sentem coagidos a agir de
tal forma; e ervem para todos que compões a sociedade, respectivamente.
Durkheim entende que a anomia é um fato social patológico que é causado
pelo avanço da sociedade em razão da especialização profissional dos sujeitos. De
acordo com o autor, após essa especialização (trabalho social) o indivíduo perde a
noção de conjunto e se isola.
A teoria geral da anomia de Merton parte do pressuposto de que a causa da
anomia está na sociedade, quando é imposto determinadas metas culturais e quando
uma parcela da sociedade não consegue alcança-las.
A eficácia das normas instituídas pelo Direito é uma consequência da validade do
próprio direito, uma vez que ela diz respeito à força do direito e a sua capacidade para
produzir os efeitos desejados. Contudo, nem sempre as normas jurídicas apresentam eficácia
social e não correspondem aos anseios e expectativas da sociedade, tornando-se ineficazes e
sendo descumpridas por grande parte dos indivíduos. Assim, ao invés de gerar efeitos
positivos e cumprir a sua função social, as normas jurídicas podem gerar efeitos negativos e,
em determinados momentos, são desconsideradas pela própria sociedade – essa é uma das
grandes causas da anomia (MERTON, 1938; 1970).
(Luciano citou isso YT) Tobias Barreto critica esses sociólogos, com o texto
“varrições anti-sociológicas” e, nesse texto, o autor faz duas provocações sobre a ideia
de sociologia como ciência, a primeira delas é “a concepção de sociologia
especialmente, especialmente a concepção de direito ainda hoje corrente entre nós
são um pedaço de metafísica, é um resto de mitologia em estado embrionária.
verdade é que a sociedade, na qualidade de um organismo de ordem superior, na
qualidade não de uma antítese, mas de uma continuação da natureza deve ter a sua
mecânica, mas essa mecânica, ainda não encontrou o seu “caffler”? , “a sociologia é
apenas o nome de uma aspiração tão elevada tão pouco realizável, o estudo dos
fenômenos sociais considerados sem sua totalidade, e reduzidos a unidade lógica de
um sistema científica daria em resultado uma estupenda pandosomia(?), uma ciência
que realmente tal não tem necessidade de fazer sua própria existência a primeira
questão que se cumpre resolver.”
Tobias Barreto critica Lombroso na sua obra “Menores e loucos”, ele diz que a
problemática da criminalidade juvenil faz necessário de cunho verdadeiramente
científico e não metafísico sobre as ações, as condutas e os comportamentos juvenis.
Essa obra (vulgo primeira obra criminológica do Brasil) critica a escola positivista do
direito penal italiano.
•Crítica Europa:
Alessando Baratta sugere algumas soluções ao problema da delinquência. Antes de
tudo, é importante ressaltar que esse autor não acredita na ressocialização, e sim
numa reforma, acredita que o sistema deu errado e precisa de uma transformação
radical.
Partindo desse ponto, Baratta sugere que a política criminal não pode ser uma polícia
com uma perspectiva vagamente reformista e humanitária. As circunstâncias
requerem uma política que propicie a igualdade social, a democracia, mudanças de
vida, etc.
A política criminal que Baratta propõe visa a total substituição do sistema social. Essa
teoria produz algumas problemáticas, quais as políticas criminais a seguir depois da
reforma? O que se fará com quem está recluso
Cezar Roberto Bittecourt diz que tais ideias de Baratta podem ser realizadas dentro do
sistema capitalista, porém com dificuldades. Mas sem necessidade de uma revolução.
Alessando Baratta defende a revolução ao mesmo tempo que critica a ressocialização,
pois ele enxerga que depois que um sujeito vai preso consiga ter uma vida digna, e
acredita que precisa de uma transformação radical da opinião pública em relação ao
delinquente para ele ter a oportunidade de se ressocializar.
Ele sugere a abolição da instituição carcerária, os muros da prisão devem ser
derrubados. (Assim como a psiquiatria acredita que precisam derrubar os muros dos
manicômios)
Essa ideia supõe o desenvolvimento de formas alternativas de autogestão da
sociedade no controle da delinquência. Defende as prisões abertas, nas quais evita o
isolamento social que sofre o infratos quando é recolhido.
Portanto, Baratta sugere para a Criminologia Crítica um novo modelo de
ressocialização. Parte do pressuposto que os desvios criminais dos indivíduos
pertencentes à classe baixa é uma resposta individual, e não política, {as condições
que impões as relações de produção e distribuição capitalista. Para Baratta, a
verdadeira reeducação será aquela que permita transformar essa reação ndividual e
irracional na consciência política dentro da luta de classes. Percebe-se então, uma
influência marxista.
Então, ele acredita na mínima intervenção estatal penal como “última ratio”. ele deve
primeiro construir um programa de direitos sociais para conceber a ideia de dignidade,
cidadania, desenvolvimento humano ao sujeito individual. Pode ocorrer quando todos
tiverem os direitos fundamentais, pois aí nesse momento é que pode usar o DP
constar essas pessoas
>Política criminal humanitária das penas: a pena privativa de liberdade não faz sentido
no sistema penal da modernidade
Ele construiu dentro deste programa propostas nomeadas como paradigma jurídico
crítico do minimalismo: intervenção mínima como método para construção de outros
processos sociológicos penais sem a “primeira intervenção”
•Crítica EUA
*EDWIN SUTHERLAND (Estados Unidos): “white color crime” (crime do colarinho
branco) e teoria da diferenciação social
>ele analisa o crime não pela ideia dos fatores sociais e nem fatores individuais,
psíquicos, biológicos. E sim pela estrutura do ambiente no qual o sujeito está inserido,
ele analisa perspectivas sociais e físicas do ambiente, negando a ideia de
individualidade psicológica e antropológica (da escola positivista)
>sociologia do interacionismo simbólico
>teoria da diferenciação criminal: o crime se aprende por processos de comunicação.
Ele constrói uma ruptura com o pensamento de que “a miséria é um espaço para a
produção do crime”, na riqueza também há o crime
>os crimes se definem por duas perspectivas: por necessidades e valores. No caso da
pobreza seria por necessidade, no caso da riqueza seria por valores