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Capítulo 8
Falhas em pequenas barragens
“O acesso à água e ao saneamento reduz, em média, 55% da mortalidade infantil”
TUCCI, (2001)
8-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 8- Falhas em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 10 de fevereiro de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Assunto
Ordem
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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 8- Falhas em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 10 de fevereiro de 2010 pliniotomaz@uol.com.br
8.1 Introdução
A barragem é uma barreira artificial com o objetivo de armazenamento, desvio de água, controle de
cheias, geração de energia, navegação, lazer, etc. A barragem de Sadl el-Kafara, localizada no Egito com
18,6m de altura e construída de terra e pedra é a mais antiga do mundo datando de 2850 aC. Depois dela
temos em 700aC as barragens construídas pelo rei assírio Senaqueribe.
Conforme Portaria 717/1996 do DAEE, Barramento é todo maciço cujo eixo principal esteja num plano
que intercepta um curso d´água e respectivos terrenos marginais, alterando suas condições de escoamento
natural, formando reservatório de água a montante, o qual tem finalidade única ou múltipla.
Os barramentos mais comuns são em terra, concreto e gabião.
Perigo
Perigo é ameaça em si não mensurável e não totalmente evidente.
Falha
A falha em uma barragem é o escoamento espontâneo da água resultando de uma operação imprópria
ou da ruptura ou colapso de uma estrutura. A falha em uma barragem causa a jusante inundações rápidas,
danos as vidas e propriedades, forçando as pessoas a evacuarem dos locais onde moram.
As zonas de inundações são estimadas de duas maneiras básicas: a primeira é quando há uma brecha
na barragem num dia de sol ou uma operação irregular causando uma inundação a jusante e a segunda é
num dia de chuva muito forte onde há o colapso da estrutura da barragem.
Os efeitos secundários das inundações provocadas por falhas nas barragens são os danos no
abastecimento de água, na entrega de suprimentos, nos danos nos edifícios, enfim são mecanismos que
atrapalham toda a vida na cidade.
As causas principais das falhas estão na Tabela (8.1). Nas Figuras (8.2) e (8.3) está a brecha numa
barragem de terra onde se nota aproximadamente a forma trapezoidal.
Na Tabela (8.1) estão as porcentagens de falhas nas barragens, mostrando que a maioria é
overtopping, isto é, quando a água ultrapassa o topo da barragem.
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As falhas de overtopping atingem de 0,15m sobre a barragem até 0,61m, conforme BUREAU DE
RECLAMATION, 1998. No que se refere a perda de vidas (fatalidades) é 19 vezes maior quando não há aviso
à população a jusante da barragem e sujeita a risco.
Os vazamentos no maciço das barragens devido a vários motivos são 33% das falhas, isto é, a
segunda causa de falha nas barragens.
Conforme ww.ib.usp.br, 2009 o Comitê Brasileiro das Grandes Barragens (CBGB) vinculado ao The
International Comissiono on Large Dam considera uma grande barragem quando:
1. Tem mais de 15m de altura entre o ponto mais baixo da fundação até a crista.
2. Com altura entre 10m e 15m, mas que possua uma ou mais das seguintes características:
Conforme Straskaraba e Tundisi, 1999 a categoria do tamanho dos reservatórios é dado pela Tabela
(8.1).
Para o presente trabalho consideramos pequenas barragens aquelas com alturas h ≤ 6,00m e volume
Vr ≤ 1.000.000m (na prática para áreas em torno de 100ha os volume não serão maiores que 200.000m ).
3 3
O DAEE- Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo adota período de retorno
de 100anos para barramentos com alturas iguais ou menores que 5m e comprimento da crista iguais ou
menores que 200m e borda livre f ≥ 0,50m.
h≤5m e L ≤ 200m
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Para detenção de volumes de água para enchentes em áreas urbanas, geralmente os volumes
armazenados são pequenos, bem como as alturas das barragens, levando-se em conta as barragens para
produção de energia elétrica, abastecimento de água, irrigação e outras.
Não devemos esquecer que as previsões de brechas nas barragens, vazões, etc., apresentam grandes
incertezas e são consideradas uma aproximação.
O período de retorno para estas pequenas barragens deve ser Tr= 100anos para o dimensionamento
do vertedor.
A Figura (8.4) mostra o esquema trapezoidal de uma falha em uma barragem observando-se que varia
a altura, largura e a inclinação.
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A Figura (8.5) mostra a forma trapezoidal de uma brecha em uma barragem de terra.
Exemplo 8.1
3
Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com 33.000m de volume e altura máxima
de 4,00m.
0,53 0,90
tf = 0,1524 x V /h
0,53 0,90
tf = 0,1524 x 33000 /4 = 11min
Exemplo 8.2
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Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com maciço resistente a erosão com 5,00m
de altura..
tf = 1,20 x h + 15
tf = 1,20 x 5,00m + 15= 21min
Exemplo 8.3
Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com maciço facilmente erodível com 5,00m
de altura.
tf = 0,9 x h
tf = 0,9 x 5,00= 4,5min
Exemplo 8.4
3
Calcular a largura média da brecha em uma barragem com volume de 33.000m e altura máxima de
4,00m.
No caso Ko= 1,0
0,32 0,19
B= 0,1803 x Ko x V xh
0,32 0,19
B= 0,1803 x 1,00 x 33000 x 4,0 = 6,6m
A Figura (8.6) mostra o overtopping e a evolução da brecha trapezoidal em uma barragem.
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Figura 8.6 - Perfil e seção de uma brecha notando a sua formação trapezoidal desde o início para uma
barragem de terra.
Exemplo 8.5
Calcular a vazão de pico ocasionada pela brecha na barragem que tem altura de 4,0m e volume de
3
33.000m .
0,295 1,24
Qp= 0,607 x V xh
0,295 1,24 3
Qp= 0,607 x 33.000 x 4,0 = 73 m /s
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A lei brasileira 12.334 de 20 de setembro de 2010 estabelece a politica nacional sobre segurança
de barragens. Para isto estão enquadradas barragens que tenham altura igual ou maior que 15m ou
3
capacidade igual ou maior que 3.000.000m (três milhões de metros cúbicos) ou contenha resíduos perigosos
ou esteja na categoria de dano potencial médio ou alto em termos economicos, sociais, ambientais e perdas
de vidas humanas.
Portanto, há necessidade de estudos especiais quando a barragem:
• Tiver altura maior ou igual a 15m
• Maior ou igual 3 milhões de m
3
Na lei 12.334/2010 a população deve ser informada e estimulada a participar nas ações preventivas e
emergencias.
O critério de risco será estabelecido pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
As barragens que já existerem terão dois anos a partir da publicação da lei 12.334/2010 para se
enquadrarem na lei,
Desde 1982 o US Corpy of Engineers utiliza o critério abaixo que foi adaptado e usado na maioria
dos estados americanos:
A segurança de uma barragem conforme US Army Corps of Engineers deve obedecer aos quatro
princípios da Tabela (8.10).
Tabela 8.10- Princípios para projetos de barragens do US Army Corps of Engineers de 1991
Ordem Princípios
1 O projeto da barragem e dos vertedores deve ser de um tamanho tal que assegure que a
barragem não vai ser ultrapassada por inundações.
2 O projeto da barragem e de suas estruturas se forem ultrapassadas por enchentes não devem
causar danos e nem falhas no funcionamento da mesma.
3 O projeto da barragem e suas estruturas devem ser projetadas de maneira que se houver um
enchente que ultrapasse a mesma, as falhas que resultarem deverão produzir vazões lentas de
maneira a não causar impactos a jusante e que seja fácil o reparo da barragem.
4 Mantenha a barragem baixa o suficiente e com pouco volume de água para evitar de danos a
jusante no caso de uma brecha na barragem e que a correção da brecha não seja de vulto e
seja simples.
Conforme Wes, Martin et al, em Portugal se adota a Tabela (8.11) e o período de retorno depende se
a mesma será construida em concreto ou terra, depende da altura da barragem e do risco.
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A CIDADE DE GREENSBORO, (1995) adota para classificação dos riscos de rompimento de uma
barragem a Tabela (8.12).
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1
0,9
Altura do nivel de água (m)
Zona de alto
0,8 risco
0,7 Zona de risco
médio
0,6
0,5
0,4
0,3 Zona de baixo
risco
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
velocidade da água (m/s)
Figura 8.8 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo os carros.
Na Figura (8. 8) a velocidade das águas em 4m/s e altura de 1,20m colocará a casa em zona de alto
risco.
2
1,8
Altura do nivel de água (m)
Figura 8.9 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo as casas.
Na Figura (8.10), uma velocidade das águas de 2m/s, que é comum, e altura de 0,50m colocará uma
pessoa adulta em zona de alto risco, podendo a mesma ser facilmente levada pela correnteza.
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1,6
1,4
1,2
Altura da água (m)
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Velodidade da água (m/s)
Figura 8.10 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo pessoas adultas.
Um critério prático para pequenas barragens com menos de 6m de altura e volume menor que 1milhão
3
de m as enchentes que podem ser admitidas são 0,15m de altura para casas e prédios e 0,45m para
estradas.
O U.S. Army Corps of Engineers em 31 de outubro de 1997 no trabalho “Hydrologic Engineering
Requirements for reservoir” faz recomendações para alguns critérios de condições não perigosas e
inundações que são:
• A profundidade da inundação tanto na área urbana como rural não deve ser maior que 0,60m.
• A profundidade da inundação não deve causar prejuízos às propriedades urbanas.
• A duração da inundação não deve exceder de 3h nas áreas urbanas e 24h nas áreas rurais.
• A velocidade da água da inundação não deve exceder 1,20m/s.
• O potencial de resíduos e erosão deve ser o mínimo possível.
• A inundação deve ser não freqüente sendo aconselhável a freqüência ser menor que 1%, ou seja,
chuva de período de retorno de 100anos).
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Como estamos tratando com barragens pequenas com alturas menores que 6m e volume menores de
3
1.000.000m , a dependência será do perigo de falha na barragem nas áreas urbanas, onde provavelmente
terá que ser usada a provável máxima enchente (PMF).
2
Dica: para nossos estudos que são para áreas menores ou iguais a 100ha (1km ) adotamos o período
de retorno de 100anos para obtenção da máxima enchente que dimensionará o vertedor de uma
pequena barragem. A altura das pequenas barragens é menor ou igual a 6,00m e o volume máximo
3
está em torno de 200.000m .
Adotaremos para dimensionamento do vertedor da barragem pequena em área urbana para áreas
menores que 100ha o período de retorno de 100anos.
O Corps of Engineers conforme Mays, 2001, adota a Tabela (8.14).
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O DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) conforme Intrução DPO
Numero 002 de 30/07/2007 adota para as outorgas a Tabela (8.15).
Tabela 8.15- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo
Dimensões: Período de
Obra Altura da barragem retorno Tr
H (m) (anos)
Tabela 8.16- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo de
julho de 2007
Obra hidráulica Tipo/caracteristicas Folga sobre dimensionamento
(f)
Canalização Seção aberta f≥ 0,20 hTR
Canalização Seção em contorno fechado f≥ 0,20 H
Travessia Aérea (pontes) f≥ 0,20 hTR com f>= 0,4m
Travessia Intermediaria (galerias) f≥ 0,20H
Travessia bueiro Previsto para trabalhar em carga
Barramento De qualquer tipo, excepto de f≥ 0,10HM com f≥ 0,50m
soleiras submersíveis
HTR= profundidade da lâmina de água correspondente a vazão maxima de projeto associado a um periodo de
retorno Tr
H= altura máxima da seção (m)
HM= maior altura do barramento (desnivel entre a cota de coroamento do maciço e o talvegue na seção da
barragem)
Nível máximo maximorum: é o nível mais elevado que poderá atingir o reservatório na ocorrência de cheia
de projeto (DAEE, 2005). Geralmente é a cota do nível de água da coluna de água sobre o vertedor.
Borda livre: é a distância vertical entre o nível de água máximo maximorum e a crista da barragem. É uma
faixa de segurança destinada a absorver o impacto de ondas geradas pela ação dos ventos na superfície do
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reservatório, evitando danos e erosão no talude de jusante (DAEE,2005). Geralmente é representado pela
letra “f” e no caso de pequenas barragens deve ser no mínimo de 0,50m.
Tabela 8.17- Recomendações para valores da rugosidade de Manning- DAEE- São Paulo de julho de
2007
Tipo de superficie ou de revestimento Coeficiente de rugosidade de Manning n
Terra 0,035
Grama 0,035
Rachão 0,035
Gabião 0,028
Pedra argamassada 0,025
Aço corrugado 0,024
Concreto 0,018
Tabela 8.18- Recomendações para coeficientes de escoamento superficial e numero da curva CN-
DAEE- São Paulo de julho de 2007
Coeficiente /Parâmetro Valor minimo
Coeficiente de escoamento superficial direto C 0,25
Número da curva CN 60
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Baseado neste modelo, os americanos fazem mapas de inundação, conforme Figura (8.10) devida a
falhas, que são distribuídas as populações a jusante e que funcionam desde 1980, exigidas pelo US Bureau
of Reclamation e evitam muitos problemas servindo de base para:
- ações de emergência e planos de evacuação que devem ser tomados;
- determinar o risco das populações;
- classifica os perigos da barragem e
- auxilia na seleção das alternativas para redução dos riscos.
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V= (Qp x t ) / 2
t= ( 2 x V ) / (Qp x 60)
Sendo;
V= volume total da barragem (m3)
t= tempo de esvaziamento da barragem (min)
Qp= vazão de pico ocasionado pela brecha (m3/s)
Qp
t1 t2
t= t1 + t2
Exemplo 8.1
Achar o hidrograma da falha da barragem com V= 90.000m3, Qp= 69m3/s
Dica: observar que o tempo de formação da brecha é de 24min, que é praticamente a metade do
tempo de esvaziamento, conforme preconizado na USACE, 1997.
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FREAD, (1998) comenta que pode-se aplicar o método de Muskingum-Cunge para análise de
inundações a jusante de rios e vales em lugares em que a declividade do canal So > 0,003m/m.
Exemplo 8.2
Barragem do Tanque Grande, localizada em Guarulhos, Estado de São Paulo,
∆x= L ≤ 0,5 x 2,25 x 2min x 60s x (1 + (1+ 1,5x 69/ (15 x 0,0221 x 2,25 2 x 2 x 60)) 0,5)
∆x≤ 301m
Portanto, o comprimento do trecho deve ser menor que 301m e adotamos L= ∆x = 300m.
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Tabela 8.17 - Hidrograma de vazão na saída da barragem e a 6km a jusante e a 44,51min sendo a largura de 15m e n=
0,25.
Método de Muskingum-Cunge
Seção A na brecha da Seção a 6km a
barragem jusante
tempo Vazão Vazão
(min) m3/s m3/s
0 0 0
2 6 0
4 12 0
6 17 0
8 23 0
10 29 0
12 35 0
14 40 0
16 46 0
18 52 0
20 58 0
22 63 0
24 69 0
26 62 0
28 55 0
30 48 0
32 41 0
34 35 0
36 28 0
38 21 1
40 14 2
42 7 3
44 0 5
46 0 9
48 0 13
50 0 17
52 0 22
54 0 28
56 0 33
58 0 39
60 0 44
62 0 48
64 0 52
66 0 54
68 0 54
70 0 53
72 0 50
74 0 46
76 0 41
78 0 36
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80 0 30
82 0 25
84 0 19
86 0 15
88 0 10
90 0 7
92 0 4
94 0 3
96 0 1
98 0 1
100 0 0
102 0 0
104 0 0
106 0 0
80
70
60
Vazão (m3/s)
50
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (min)
Observar que o pico devido a brecha era de 69m3/s passa para 54m3/s a 6km de distância com
20 intervalos de 300m e a 44,51min para a onda chegar até o rio Baquirivu Guaçu há uma diminuição
da altura da água de 4,10m para 3,40m e a velocidade cai de 1,14m/s para 1,0 m/s.
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Figura 8.18- Corte transversal de uma barragem de terra, observando-se os taludes a montante
e a jusante, bem como o cutoff e o tapete de areia média.
Fonte: DAEE, 2005
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Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14)
Eng Plínio Tomaz 15/03/2013 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Capítulo 10
Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
“Os alunos não devem se apaixonar por programas de computadores, pois, em alguns anos
estes serão ultrapassados, mas os conceitos continuarão”
Prof. dr. Kokei Uehara
10-1
Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14)
Eng Plínio Tomaz 15/03/2013 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
SUMÁRIO
Ordem Assunto
10.1 Introdução
10.2 Localização do reservatório de detenção
10.3 Método de cálculo para vazão de pico
10.4 Número da curva CN
10.5 Coeficiente de runoff C do método Racional
10.6 Frederick Law Olmsted, paisagista americano
10.7 Custos médio do reservatorio de detenção na RMSP
10.8 Dimensionamento do reservatório de detenção usando a função Gama
10.9 Reservatório com paredes verticais
10.10 Reservatório com paredes parabólicas
10.11 Dimensionamento pelo método de Aron e Kibler, 1990
10.12 Dimensionamento pelo método de Baker, 1979
10.13 Dimensionamento pelo método do Federal Aviation Agency, 1966
10.14 Dimensionamento pelo método de Abt e Grigg, 1978 usando o método Racional
10.15 Dimensionamento pelo método de Kessler e Diskin, 1991
10.16 Dimensionamento pelo método de McEnroe, 1992
10.17 Dimensionamento pelo método de Wycoff e Singh (1976)
10.18 Dimensionamento pelo método Racional
10.19 Comparação dos métodos
10.20 Orifícios
10.21 Vertedor circular
10.22 Vertedor retangular
10.23 Diâmetro de saída
10.24 Depósito anual de sedimentos
10.25 Bibliografia e livros consultados
28páginas
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Introdução
Não existe até o presente momento uma estimativa de reservatório de detenção que seja
considerada ótima, pois todas estão sujeitas a erros.
Recomendamos que usar o método Racional com tempo básico de três vezes o tempo de
concentração para o dimensionamento preliminar do reservatório para bacias com area até 3km2.
Para areas maiores que 3km2 usar os adimensionais do prof. dr. Rodrigo de Melo Porto da
Universidade de São Carlos da USP.
A escolha do volume de detenção dependerá além do conhecimento das várias alternativas, o
bom senso para a melhor escolha, não esquecendo que somente o routing do reservatório poderá
decidir se o volume estimado é bom ou não.
O autor recomenda o período de retorno de 100 anos para o dimensionamento de reservatórios
de detenção.
Existe correlacionado com o dimensionamento de reservatórios de detenção os seguintes
assuntos:
1. Routing do reservatório
2. Vertedor e orifício
3. Reservatório de detenção estendido
4. Reservatório de retenção
5. Falhas em barragens
6. Piscinhas- legislação existente
7. DAEE – pequenas barragens. Método Racional
8. Custos de obras, manutenção e operação
9. Dissipador de energia
10. Escada hidráulica
11. Esvaziamento de reservatório
10-3
Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14)
Eng Plínio Tomaz 15/03/2013 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10.1 Introdução
Com objetivo de deter enchentes é comum se fazer obras hidráulicas denominadas de
reservatórios de detenção para acumular as águas pluviais durante um determinado tempo.
Geralmente o tempo de escoamento para fora do reservatório de detenção é de algumas horas.
Podemos fazer reservatório de detenção aumentando o tempo de esvaziamento para num
mínimo de 24h e teremos um reservatório de detenção estendido com objetivo de deter enchentes e
melhorar a qualidade das águas pluviais.
As previsões de volume que veremos se referem somente a detenção de enchentes.
Antes de um projeto definitivo, fazemos um dimensionamento preliminar onde estimamos o
volume do reservatório de detenção, a área ocupada pelo mesmo, profundidade média e custo.
As Figuras (10.1) e (10.2) mostram reservatórios de detenção construídos para deter os picos
de cheia.
O conceito básico é a Teoria do Impacto Zero aplicada a enchentes, onde devido a
construção de um reservatório de detenção a vazão de pós-desenvolvimento tem que ser igual a vazão
de pré-desenvolvimento. Desta maneira não haverá impactos no pós-desenvolvimento da área em
questão.
Figura 10.1 – Reservatório de detenção em São Bernardo do Campo na região do Alto Tamanduatei.
Fonte: DAEE,2000
10-4
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Chin, 2000 p. 418 no livro Water Resources Engeneering bem como Mays, 1999 sugerem
uma seqüência já explicada por Urbonas e Roesner,1993, para determinação do volume de um
reservatório de detenção a qual adaptamos:
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
O método SCS TR-55 foi criado em janeiro de 1999. É facil de ser aplicado para áreas pequenas
chegando até 250km2. Possui o inconveniente de usar quatro tipos de chuvas existentes nos
Estados Unidos. Para o Estado de São Paulo, o prof. dr. Ruben Lalaina Porto estudou o assunto
recomendando o Tipo II.
Infelizmente desconhecemos estudos em outros estados brasileiros, motivo pelo qual não
recomendamos o uso do TR-55 fora do Estado de São Paulo. O SCS TR-55 calcula a vazão de
pico e existem tabelas que facilitam a elaboração do hidrograma.
Nos Estados Unidos é bastante usado o SCS TR-55.
Q= (P – 0,2S)2/ (P+0,8S)
Sendo:
Q= chuva excedente ou runoff (mm)
P= precipitação (mm)
S=potencial máximo de retenção após começar o runoff (m)
S= 25400/CN -254
Exemplo 10.1
Calcular a chuva excedente Q em mm dado CN=83 e P=104mm para chuva de 2h de duração na
RMSP. Calcular também o volume de chuva excedente, ou seja, do runoff (escoamento superficial)
para área da bacia de 222ha.
S= 25400/CN -254
S= 25400/83 -254 =52,02mm
Q= (P – 0,2S)2/ (P+0,8S)
Q= (104– 0,2x52,02)2/ (104+0,8x 52,02) = 60mm
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.2
Calcular o coeficiente de runoff C do Método Racional para área de 222ha com área
impermeável AI= 55%. Calcular também o volume do escoamento superficial sendo o tempo de
concentração no pós-desenvolvimento de 15min e a vazão de pico do pós-desenvolvimento é
65,51m3/s.
V= Qpós x tc x 60
V= 65,51 x 15 x 60= 58.959m3
Figura 10.3-O plano para o Fens, Boston foi feito em 1877. Nele aparecem as bacias de retenção.
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.3
Dada uma área de 100ha estimar:
Volume do reservatório= 514m3/ha x 222ha= 114.108m3
Custo do reservatório= US$ 34/m3 x 114.108m3= US$ 3.879. 672
Área necessária para implantar o reservatório= 1,8% x 222ha/100=4ha=40.000m2
Profundidade média= 3,30m
Área da seção longitudinal= 114.108m3/3,3m= 34.578m2
10.8 Dimensionamento do reservatório de detenção usando a função Gama
Rodrigo de Melo Porto,1997 no livro de Drenagem Urbana-gerenciamento, simulação e
controle, na p.181 apresenta a função de distribuição Gama.
Desta maneira podemos analiticamente simular a hidrógrafa de uma bacia bastando somente
variar o fator de aspecto “n”. Porto, 1989 verificou que para efeitos práticos os valores de n estão
entre 4 e 10.
Para o dimensionamento (Porto, 1989) demonstrou que o volume aproximado do reservatório
de detenção pode ser feito da seguinte maneira:
volume = (2 . / n) 0,5 . ip . tp (Equação 10.6)
Sendo:
volume = volume estimado do reservatório de detenção (m3);
n= fator de aspecto. Varia de 4 a 10. Na prática aconselha-se valor n=8;
ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada (m3/s) e
tp = tempo de pico do hidrograma afluente (segundo).
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.4
Dimensionar o volume de um reservatório usando a função Gama, vazão máxima da
hidrógrafa de entrada ip = 56,6m3/s e tempo de pico do hidrograma afluente tp = 32,5min obtido pelo
Método Santa Bárbara para Tr=100anos.
Aplicando-se a Equação (10.6) e variando o fator de aspecto vemos que o volume estimado do
reservatório de detenção varia em função do fator de aspecto n, sendo aconselhado por Porto o valor
n=8. Conforme Equação (10.6) temos:
volume = (2 . / n) 0,5 . ip . tp
volume = (2 . / 8) 0,5 x 56,6 x 32,5x60 = 110.370m3
Usando a Equação (10.7) para reservatório com parede vertical e descarga em vertedor:
V* = -0,7832Q* + 0,9447 = -0,7832 x 0,25 + 0,9447 = 0,75
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,75 =Volume do reservatório = 133200m3 x. 0,75 = 99.900m3
Orifício
V* = -0,8761Q* + 0,8862
Usando a Equação (10.8) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,8761Q* + 0,8862 = -0,8761 x 0,25 + 0,8862 = 0,67
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,67 =Volume do reservatório = 133200m3 x. 0,67 = 89.244m3
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.7- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para paredes parabólicas e
vertedor retangular
Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente e descarga em vertedor
retangular.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25
Usando a Equação (10.9) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,8834Q* + 0,9073 = -0,8834 x 0,25 + 0,9073 = 0,69
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,69 =Volume do reservatório = 133.200m3 x 0,69 = 91.908m3
Orifício
V* = -0,9508 Q* + 0,8988 (Equação 10.10)
Sendo:
V* = Vmáximo / vol
Q* = q max / ip
vol = é o volume total fornecida pela chuva excedente na área de captação considerada. É a chuva
excedente multiplicada pela área da bacia (m3).
Vmáximo = o volume do reservatório de detenção (m3).
q max = vazão máxima da hidrógrafa de saída (m3/s).
ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada (m3/s).
Rodrigo de Melo Porto concluiu que para reservatórios de paredes verticais, o descarregador
tipo orifício é mais eficiente do que o reservatório com vertedor retangular.
Exemplo 10.8- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para paredes parabólicas e
orificio
Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente é o orifício.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Usando a Equação (10.10) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,9508 Q* + 0,8988 = -0,9508 x 0,25 + 0,8988 = 0,66
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,66 =Volume do reservatório = 133.200m3 x 0,66 = 79.920m3
10.11 Dimensionamento pelo método de Aron e Kibler, 1990 usando o Método Racional
Osman Akan, cita no livro Urban Stormwater Hydrology,1993, o dimensionamento pelo
método de Aron e Kibler,1990. Neste método não é especificado o tipo de saída da água do
reservatório de detenção tais como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
Vazão
Ip
Qp
Tempo
td Tc
Sendo:
td =duração da chuva (min);
tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
O cálculo é feito por tentativas, pois, a cada tempo, teremos um valor da intensidade de chuva
“I “ , sendo constante o valor de C e da área da bacia em hectares.
Para o cálculo de Ip= CIA/360 adotamos a fórmula de (Paulo S. Wilken,1972.
O resultado será aquele que resulte no maior volume de detenção Vs.
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.7
Seja o piscinão do com os seguintes dados:
Fórmula de intensidade de chuva adotada: Paulo S. Wilken (1972)
Local do reservatório: praça Charles Muller, São Paulo, capital
Área de drenagem: 222ha
Período de retorno adotado T=100anos
Fração impermeável total : 0,55 (55% da área total)
Vazão efluente máxima (vazão saída do reservatório) : 13m3/s
Tempo de concentração: 15min
Solução:
Escolha do coeficiente de runoff ou coeficiente de escoamento “C”
O valor admitido de C=0,545
Aplicação do método de Aron e Kibler, 1990.
A vazão de saída Qp=13m3/s.
Usando a fórmula de (Paulo Sampaio Wilken,1972).
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Para período de retorno Tr = 100 anos teremos:
1747,9x1000,181 4022,69
I = ------------------------ = ------------------
( t + 15)0,89 ( t + 15)0,89
Variando-se o tempo “t” começando pelo tempo de concentração de 15min.
Para t=15min
4022,69
I = ------------------
( t + 15)0,89
4022,69
I = ------------------ = 194,89mm/h
( 15 + 15)0,89
Para t=30min
4022,69
I = ------------------
( t + 15)0,89
4022,69
I = ------------------ = 135,90mm/h
( 30 + 15)0,89
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Pré-desenvolvimento
tc= 31min
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (tc + 15) 0,89
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (31 + 15) 0,89
I=133,25m/h
Área impermeável (%)= 12
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 12= 0,158
C=0,158
Area (ha)= 222
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Pós-desenvolvimento
tc= 15min
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (tc + 15) 0,89
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (15 + 15) 0,89
I=194,93mm/h
Área impermeável (%)= 55
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 55= 0,545
C=0,545
Area (ha)= 222
Qpre = C. I . A / 360 = 0,545 x 194,93 x 222/360= 65,51m3/s
Pés-desenvolvimento
Tr=100anos
Local: São Paulo, capital
CN=83
tc= 15min
Area impermeável = 55%
Area da bacia= 222ha
Duração da chuva= 2h
Precipitação total em 2h para Tr=100anos= 104mm
Qpré= 56,6m3/s
Exemplo 10.10
Dimensionamento de reservatório de detenção pelo método de Baker, 1979 usando o Método
Racional.
Vazao de pré-desenvolvimento= 13m3/s
Vazao de pos desenvolvimento= 65,51m3/s
Tempo de concentração é de 15min.
Período de retorno considerado foi de 100anos.
q pré = 13m3/s
q pos = 65,51m3/s
= qpré / qpós = 13 / 65,51 = 0,2
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Tabela 10.3- Coeficientes de ajuste “k” em função da relação das vazões de saída com a da
entrada
Coeficiente de ajuste
Qout /Qin k
0,10 0,98
0,20 0,94
0,30 0,90
0,40 0,87
0,50 0,85
0,60 0,83
0,70 0,81
0,75 0,00
Fonte: adaptado do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Colorado, Denver, 1991
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.11
Dimensionamento do reservatório de detenção pelo método do Federal Aviation Agency.
Dados:
Área de drenagem: 222ha
Qpós= 65,51m3/s
Qpré= 13m3/s
Período de retorno T=100anos
Vazão de pré-desenvolvimento: 13m3/s
Solução:
13 m3/s
------------- =0,2
65,51 m3/s
Entrando na Tabela (10.3) com a relação 0,2 obtemos k=0,94 na primeira linha. Para cada
vazão de entrada temos um valor de k conforme se pode ver na Tabela (10.4).
Temos que achar o máximo da diferença entre o volume de entrada e o volume de saída, da
seguinte maneira:
V= máximo (V in – Vout)
Portanto, o volume do piscinão será V.
Usamos o método racional para calcular a vazão afluente, sendo que a vazão efluente de
13m3/s é imposta. Calculamos o volume da vazão afluente para a duração da chuva e o volume
gerado pela vazão efluente.
A máxima diferença de volume será a nossa resposta, isto é, o volume estimado do
reservatório de detenção.
Na Tabela (10.4) são mostrados os resultados obtidos, obtendo-se volume de 64.912m3.
(min) (m3/s) (anos) (min) (mm/h) (ha) (l/s) (m3) (m3) (m3)
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10.14- Dimensionamento pelo método de Abt e Grigg, 1978 usando o Metodo Racional
McCuen,1998 cita o método de Abt e Grigg que usa o método racional com hidrograma
triangular para a entrada e saída.
Neste método não é especificado o tipo de saída da água do reservatório de detenção tais
como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
Vs
---------- = (1 - )2 (Equação 10.16)
Vpós
Sendo:
Exemplo 10.12
Dimensionamento do piscinão do pelo método de Abt e Grigg, 1978
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. de 13m3/s seria a vazão de pico
no pré-desenvolvimento e a vazão de pico depois do desenvolvimento é de 65,51m3/s. Tempo de
concentração tc=15min. Período de retorno considerado foi de 100anos. Usa o método Racional.
Qpré = 13 m3/s;
Qpós = 65,51m3/s
= 13 / 65,51 = 0,20
Vs
---- = (1 - )2 = (1- 0,20)2 =0,64
Vpós
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.13
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin,1991
Vamos usar as vazões de pico calculadas usando o método Santa Bárbara.
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
= 14,3/56,6 = 0,25
Como o valor obtido de está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin, 1991.
Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior.
Vs
---- = 0,932 – 0,792 .
Vpós
Vs
---- = 0,932 – 0,792 x 0,25 = 0,734
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,734 = 133.200m3 x 0,734= 97.769m3
Exemplo 10.14
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin, 1991
Consideramos que aplicando o método racional obtemos:
tc=15min
Tr= 100anos
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
= 14,3/56,6 = 0,25
Como o valor obtido de está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin,
1991. Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior e que o dispositivo de
saída de água seja um único orifício.
Vs
---- = 0,872 – 0,861 .
Vpós
Vs
---- = 0,872 – 0,861 x 0,25 = 0,66
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.15
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de McEnroe, 1992
Tr=100anos
tc=15min
Método Santa Bárbara
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
= 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,98 – 1,17 . +0,77. 2 –0,46 . 3
Vpos
Vs
---- = 0,98 – 1,17 x 0,25 +0,77x 0,252 –0,46 x 0,253 = 0,73
Vpos
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,73 = 133.200m3 x 0,73= 97.236m3
Exemplo 10.16
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de McEnroe, 1992
Tr=100anos
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
= 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,97 – 1,42 . +0,82. 2 –0,46 . 3
Vpós
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Vs
---- = 0,97 – 1,42 x 0,25 + 0,82. 0,252 –0,46 x 0,253 = 0,66
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,66 = 133.200m3 x 0,66= 87.912m3
Exemplo 10.17
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
= 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,97 x ( 1 - )0,753 = 0,97 x ( 1- 0,25) 0,753 = 0,78
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,78 = 133.200m3 x 0,78= 103.896m3
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 108
Dimensionamento do piscinão do pelo método racional
tc= 15min
Tr=100anos
Método Racional.
Qpré = 13 m3/s;
Qpós = 65,51m3/s
Vs = 0,5 x (Qpós - Qpré) x tb x 60
tb= 3 x tc
Vs = (65,51 - 13) x 3 x 15min x 60s = 70.889m3
O grande problema que tem o projetista de reservatóio de detenção é usar um método que seja
aceito pela maioria dos especialistas no assunto. Nos Estados Unidos é muito usado o método de
Aron e Kibbler.
No Brasil não há uma recomendação, porém tomamos a liberdade de sugerir o uso do Método
Racional com tb=3tc para bacias com area até 3km2. Para áreas maiores sugerimos usar os
adimensionais do prof. dr. Rodrigo Porto da Universidade de São Carlos da USP.
10-23
Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14)
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10.20 Orifício
O orifício pode ser circular ou retangular e é calculado com a Equação:
Q= Cd x A x (2 g h ) 0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
A= área= D2/4 (para orifício)
D= diâmetro (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81 m/s2
h= altura média da lâmina de água em relação ao eixo da tubulação de saída (m)
O orifício geralmente é usado na parte inferior dos reservatórios de detenção para o
escoamento da vazão de pré-dimensionamento.
Placa de orifícios
Quando temos uma placa de orifícios cada orifício pode ser calculado separadamente.
10-24
Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14)
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10-25
Curso de Manejo de Águas Pluviais (livro 14)
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Tabela 10.5 - Vazões em m3/s de tubulações de concreto de acordo com diâmetro interno e declividade da tubulação.
D 0,50% 1% 1,50% 2% 2,50% 3% 3,50% 4% 5%
(m) 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,05
0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,030
0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,064
0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,115
0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,188
0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,404
0,50 0,232 0,328 0,401 0,463 0,518 0,567 0,613 0,655 0,732
0,60 0,377 0,533 0,652 0,753 0,842 0,923 0,997 1,065 1,191
0,70 0,568 0,804 0,984 1,136 1,270 1,392 1,503 1,607 1,797
0,80 0,811 1,147 1,405 1,622 1,814 1,987 2,146 2,294 2,565
0,90 1,111 1,571 1,923 2,221 2,483 2,720 2,938 3,141 3,512
1,00 1,471 2,080 2,547 2,942 3,289 3,603 3,891 4,160 4,651
10-26
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
Exemplo 10.19
Depósito anual de sedimentos no reservatorio de detenção= 222ha x 10m3/ha/ano =2.220m3/ano
Portanto, anualmente teremos que remover aproximadamente 2.220m3 de sedimentos.
10-27
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção
10-28
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Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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Capítulo 40
Balanço Hídrico em pequenas barragens
40-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
40-2
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Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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40.1 Introdução
É muito importante o balanço hídrico de uma barragem, pois pode haver muita evaporação e
infiltração na região havendo necessidade de se reexaminar o volume do reservatório.
Não adianta somente calcular o volume necessário para um empreendimento, pois o balanço
hídrico é vital em caso de retirada de água para irrigação ou para tratamento de água.
O objetivo é mostrar metodologia simplificada de aplicação do balanço hídrico de uma lagoa
de detenção alagada ou uma wetland localizada em bacias hidrográficas pequenas que variam de 10
ha a 250 ha, para ver o comportamento da mesma durante um determinado tempo.
Em casos especiais, deverá ser feito estudo aprofundado e detalhado do balanço hídrico, com
análises mais rigorosas, conforme recomendado pelo Estado da Geórgia, 2001.
Salientamos que nosso estudo não se destina a outorgas onde se examinam as disponibilidades
hídricas, a demanda, a vazão de retorno e a vazão ecológica ambiental.
ΔV = ΣI– ΣO
40-3
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Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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Ro P
Qb Ev
Ou
Ov
40-4
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40.4 Precipitação P
Trata-se da precipitação média mensal em milímetros obtida por pluviômetros na região.
40.5 Runoff Ro
A precipitação caindo no solo, uma parte se infiltra, outra escoa, formando o escoamento
superficial, ou seja, o runoff. Num curto intervalo de tempo podemos deixar de considerar a
evapotranspiração.
Uma parte da precipitação fica aderida as folhas e a superfície impermeável e consideramos então
que 10% da precipitação fica retida por aderência e devido a isto que consideramos somente 90% do
runoff. Não consideramos o armazenamento em depressões e conforme o caso poderá ser levada em
conta.
Exemplo 40.1
Calcular o runoff anual em mm com area impermeavel de I=60% e precipitação média anual
P=1400mm.
Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 60=0,59
Ro= P x Rv x 0,90
Ro= 1400 x 0,59 x 0,90 = 743,4mm
40-5
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Runoff Anual
Conforme Akan. 2003 baseado nas pesquisas de Heaney et al, 1977 e colocado nas unidades
SI por nós, temos:
Exemplo 40.2
Calcular o runoff anual área impermeavel de I=60% e precipitação média anual P=1400mm.
d= 6,35 -4,76 x (I/100)
d= 6,35 -4,76 x (60/100)=3,494mm
R= [ 0,15 + 0,75 x (I/100)] P - 19,36 .d 0,5957
R= [ 0,15 + 0,75 x (60/100)]x 1400 - 19,36 x3,4940,5957
R=799,21mm
Exemplo 40.3
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1500mm.
Rr= 1,37 (P- 388) 0,76
Rr= 1,37 (1488- 388) 0,76= 280mm
Adotando a metade somente Rr= 280/2=140mm
Em L/s x ha teremos:
40-6
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Q= A x K x G (Equação 40.3)
Sendo:
Q= infiltração (m3/dia)
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m2)
G= gradiente hidráulico (m/m)
K= condutividade hidráulica (m/dia) e estimado conforme Tabela (40.2).
Na prática podemos adotar para áreas planas o gradiente hidráulico G= 1 e para áreas com
declividade maiores que 4H: 1V gradiente hidráulico G= 0,5.
Nota: se a condutibilidade do solo K for muito grande a solução são duas: camada de
argila de 0,30m em todo o fundo e lateral do reservatorio ou revestimento com lona plástica do
fundo e taludes.
40-7
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Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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Figura 40.2 - Lagoa de detenção alagada pode ser considerado um sistema aberto para o
balanço hídrico.
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Exemplo 40.4
Vamos considerar uma bacia em área residencial que tem A=10ha onde existe um reservatório
de detenção alagada com área de superfície AS=1007m2 de superfície. Supõe-se que a vazão de base
seja igual a Qb=0,032 litros/segundo x hectare.
A área impermeável é de AI=75% e existe um solo de silte argiloso margoso com
condutividade hidráulica de 4mm/h (0,10m/dia).
Conhecemos a precipitação anual de 1.488mm e a evaporação anual de superfície líquida de
1367mm.
Queremos saber como se comporta o reservatório durante o ano, especialmente nos mês de
pouca chuva e muita evaporação.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 75= 0,73
WQV= (P/1000) x A x Rv= (25/1000) x 10ha x 10000m2 x 0,73= 1813m3
Como o reservatório de detenção alagada tem um reservatório permanente e outro provisório
cada um com 50% de WQv, temos:
Volume do reservatório permanente= WQv/ 2= 1813/2=906m3
Volume do reservatório temporário= WQv/2=1813/2= 906m3
Na prática temos usado para o volume permanente o valor WQv e para volume temporário o
volume WQv.
A profundidade adotado para o volume WQv= 1813m3 total é de 1,80m, sendo 0,90m para o
reservatório permanente e 0,90m para o reservatório temporário.
A área da superfície líquida AS= volume total / 1,80m= 1813/ 1,80= 1007m2 > 1000m2 que é
a área mínima adotada de superfície.
Runoff (Ro)
Considerando a bacia de área de 1007m2 como um sistema isolado, o volume de escoamento
mensal, ou seja, o runoff será:
Infiltração:
Para infiltração, admitimos que a condutividade hidráulica para solo franco argilo arenoso o
valor K=0,10m/dia = 4,0mm/h= 100litros/dia x m2.
Como se trata do fundo do reservatório supõe-se que 10% da área tem declividade maior que
1:4.
Dados do problema: G=1,0 (plano) e G=0,50 para a declividade maior que (4H:1V).
Usando a Equação (40.8) de Darcy temos:
40-10
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Q= A x K x G (Equação 40.8)
Sendo:
Q= infiltração (m3/dia)
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m2)
G= gradiente hidráulico
K= 0,10m/dia (condutividade hidráulica)
Área do fundo do reservatório é suposta igual a área de superfície= 1007m2
90% 0,90 x 1007m2= 906m2
10% 0,10 x 1007m2= 101m2
Nota:
Não esquecer da definição de gradiente hidráulica que é a diferença de pressão no ponto 1
menos o ponto 2 dividido pela distancia entre os pontos. No caso de superfície plana o ponto 1 está na
parte superior e o 2 na perpendicular e a distancia é a mesma, daí ser G=1.
Em regiões de declividade teremos diferenças e adotamos nos cálculos G=0,5. É como se
fosse o seno do ângulo onde a hipotenusa fica sobre o terreno.
40-11
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Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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Evaporação:
A evaporação é somente para a superfície da lagoa, visto que a consideramos um sistema
isolado. Trata-se da evaporação de superfície líquida, que geralmente é um pouco maior que a
evapotranspiração ETo.
Em caso de wetlands ou de muita vegetação poderíamos ter considerado uma parte de
evapotranspiração e outra de superfície líquida.
Para o mês de janeiro temos evaporação de 141mm:
Volume evaporado= (141mm/10000)=141m3/mês
40-12
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Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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Vazão base
Quando se tem o Método da Regionalização hidrografica como o Estado de São Paulo,
usamos então os dados do DAEE. Quando não temos procuramos estudos sobre vazão minima ou
então usamos o método abcd de Thomas.
Pelo Método da Regionalização Hidrográfica de Pallos et al, a vazão base é calculada da
seguinte maneira para o Estado de São Paulo:
Q7,10= 0,75 x 0,632 x (0,4089 + 0,0332) x 0,1547 litros/segundo x ha= 0,032 litros/segundo x ha.
Para a área de 10ha a vazão base que chega até a bacia alagada será:
Qb= 0,032 L/s x ha x 10ha = 0,32 L/s
Durante 24h, ou seja, 86400 segundos teremos:
Nota:
A vazão base correntemente é muito difícil de ser obtida e as vezes podemos fazer a hipótese
de Qb=0.
A vazão base é importante para manter a represa sempre com água daí, o usual de usar bacia
alagada em áreas sempre maiores ou igual a 10ha e em alguns casos até acima de 20ha.
Não esquecer que as vezes temos que deixar passar pelo barramento todo o Q7,10 ou parte
dele.
Balanço
Fazemos agora o balanço hídrico, isto é, consideremos o volume total que entra no sistema
isolado, ou seja na represa, menos o volume que sai.
Para o mês de janeiro temos:
40-13
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 01 de agosto de 2012 pliniotomaz@uol.com.br
Como o volume permanente da represa tem 1906m3, então o resto vai ser jogada fora, isto é, será
overflow.
A represa então armazenará o volume de 906m3 para o próximo mês, que é o volume
permanente que ficara sempre constante, não ser nos meses de julho e agosto onde o volume chegará
respectivamente a 760m3 e 198m3, mas mesmo assim o reservatório não ficará seco.
Caso se queira melhorar o volume permanente uma solução seria impermeabilizar o fundo da
represa com argila impermeável. Fazê-la mais fundo é uma solução, mas as profundidades passarão
daquelas aconselhadas que variam de 0,90m a 1,80m para lagoa de detenção alagada.
40.12 Custos
O custo de uma bacia de detenção alagada está entre US$ 18/m3 a US$ 35/m3 e manutenção
entre 3% a 5% do custo total.
Exemplo 40.5
Calcular a estimativa de custo de implantação de uma lagoa de detenção alagada com 2000m3 de
volume.
C= 2000m3 x US$ 30/m3 = U$ 60.000
Manutenção: 5%
M= 0,05 x US$ 60.000= US$ 3000/ano
40-14
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 01 de agosto de 2012 pliniotomaz@uol.com.br
40-15
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 44
Equação do volume do reservatório
“Uma chuva de 40 dias e 40 noites centrada no rio Eufrates em 2.957 aC inundou toda a região matando
todas as criaturas vivas, com exceção da família de Noé e dos animais que estavam dentro da arca”.
Tucci, 2002. Inundações urbanas na América Latina.
Vertedor triangular
44-1
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
44-2
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
44.1 Introdução
O reservatório de detenção poderá ser prismático ou não. Uma maneira prática de se calcular é
assemelhar o reservatório a uma forma geométrica da qual dispomos de um cálculo matemático existente e
fácil de ser manipulado.
Exemplo 44.1
Calcular o volume de um reservatório com 1,00m de altura sendo fornecida as áreas (m2) no intervalo
de 0,10m.
Usando a Equação (44.1), obtemos a Tabela (44.1).
Tabela 44.1 - Volume por faixa e acumulado de um reservatório de seção transversal variável.
Volume
Altura Área transversal Por faixa Volume acumulado
2 3 3
(m) (m ) (m ) (m )
0,1 2931 293 293
0,2 5861 440 733
0,3 8790 733 1465
0,4 11722 1026 2491
0,5 14655 1319 3810
0,6 17579 1612 5421
0,7 20512 1905 7326
0,8 23442 2198 9524
0,9 26424 2493 12017
1,0 29309 2787 14804
44-3
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 44.2
Seja A1= 1000m2 e A2= 1500m2 e altura d= 2,00m. Qual o volume?
Conforme Equação (44.2), temos:
V= (d/3) [A1 + (A1 x A2) 0,5 + A2 ]/3
V= (2,00/3) [1000 + (1000 x 1500) 0,5 + 1500]/3
V= 828m3
Exemplo 44.3
Dados: Largura= W= 20m, Comprimento= L=60m, Profundidade= D=3m e Z=3. Achar o volume.
Conforme a Equação (44.3):
V= L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 . Z2 . D3
V= 20 x 60 x 3 + (20+60) x 3 x 32 + 4/3 x 32 x 33
V= 6.084m3
44-4
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Exemplo 44.4
Calcular volume de reservatório em tronco de pirâmide circular cônica usando a Equação (44.4) sendo:
D= 4,0m,
R1= 10,0m e
Z= 3.
V= 2.877m3
44-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
Engenheiro Plínio Tomaz 03 de maio 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 45
Tempo de esvaziamento
45-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
Engenheiro Plínio Tomaz 03 de maio 2008 pliniotomaz@uol.com.br
SUMÁRIO
Ordem Assunto
45-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
Engenheiro Plínio Tomaz 03 de maio 2008 pliniotomaz@uol.com.br
45.1 Introdução
Algumas vezes é necessário saber o tempo de esvaziamento de um reservatório.
A forma do reservatório pode ser prismática ou totalmente irregular. Muitas vezes a forma, embora
irregular, pode ser aproximada a uma seção trapezoidal, tronco de pirâmide, etc.
No fundo do reservatório sempre há um orifício para o escoamento da água de onde queremos calcular
o tempo.
A escolha do tempo dependerá do projetista, podendo ser optado por um tempo longo ou por um tempo
curto como de 8horas, por exemplo, ou 24h usado pela CIRIA, 1997.
Podemos ter caso em que o esvaziamento deverá ser feito através de bombeamento.
Quando a superfície da água é constante, isto é, as paredes são verticais, então a equação acima fica:
Sendo:
Ao= área da seção transversal do orifício (m2);
Cd= 0,62 coeficiente de descarga;
As= área transversal do reservatório na profundidade y (m2);
t= tempo de esvaziamento (segundos);
y1= altura da água no inicio (m);
y2= altura do nível de água no fim (m) e
g= aceleração da gravidade (g=9,81m/s2)
O orifício mínimo deve ter diâmetro ≥ 50mm.
Exemplo 45.1
Calcular o tempo de esvaziamento de um reservatório em forma de paralelepípedo com altura de 6m,
largura de 10m e 20m de comprimento. O diâmetro do tubo de saída é de 200mm.
Área do orifício: Ao
D= 200mm= 0,20m
Ao= π D2 / 4= π 0,20 2 / 4= 0,0314m2
Seção transversal: As
As= 10m x 20m= 200m2
y1= 6m
y2= D/2= 0,10m
Cd= 0,62
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5)] / [Cd . Ao .(2.g) 0,5]
t= [2 . 200 . (6 0,5 - 0,10 0,5)] / [0,62 . 0,0314 .(2.9,81) 0,5]
t= 10.669 s= 2,96h
Portanto, o reservatório se esgota em 2,96h.
Exemplo 45.2
Calcular o tempo de esvaziamento de um reservatório em forma de paralelepípedo com altura de 6,4m,
área transversal de 16.786m2. O diâmetro do tubo de saída é de 1,00m.
Área do orifício: Ao
D= 1,0m
Ao= π D2 / 4= π 1,002 / 4= 0,7854m2
Seção transversal: As
As= 116786m2
y1= 6,4m
y2= D/2= 0,50m
Cd= 0,62
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5)] / [Cd . Ao .(2.g) 0,5]
45-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
Engenheiro Plínio Tomaz 03 de maio 2008 pliniotomaz@uol.com.br
Volume V
y1 y2
Figura 45.1 - Esquema para calcular o tempo parcial t1, t2, t3,... para qualquer volume e qualquer área
As a y1 e y2 do orifício.
Calcula-se então o tempo t1 para o volume V1, t2 para o volume V2 e assim por diante, que estão na
altura y1 e y2 em relação a metade do diâmetro do orifício.
O tempo total t será : t= t1+t2+ t3 + ...
Exemplo 45.3
Calcular o tempo de esvaziamento de um barragem com 225.792m3 com altura máxima de 6,00m e
com orifício de diâmetro de 1,00m. Considera-se os volume acima da metade do orifício.
45-4
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Capítulo 47
Reservatório de detenção estendido (ED)
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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47.1 Introdução
No manejo de águas pluviais, o Brasil vai passar dos reservatórios de detenção para os
reservatórios de detenção estendido (ED-extended detention), que possibilitará além do controle de
enchentes, a melhoria da qualidade das águas pluviais diminuindo o impacto da poluição difusa nos
corpos d´água. O reservatório de detenção estendido apesar de ser razoavelmente bom para remoção de
poluentes possui a facilidade de construção, manutenção e operação, sendo relativamente fácil
transformar um reservatório de detenção para reservatório de detenção estendido que além do controle
de enchentes irá melhorar a qualidade das águas pluviais.
Em áreas urbanas o reservatório de detenção estendido é a melhor solução.
O objetivo deste capítulo é elaborar um state of art sobre reservatórios de detenção estendido.
No reservatório de detenção estendido armazena-se o volume WQv durante período de 24h até
72h, ficando completamente seco no final. As Figuras (47.1) a (47.5) mostram os reservatórios de
detenção estendido.
Algumas vezes queremos deter a erosão a jusante e usamos período de retorno Tr=1,87anos e
dimensionamento o volume do reservatório para esvaziamento em 24h.
Caso se queira deter a erosão a jusante e a melhoria da qualidade das águas pluviais, adotamos o
maior volume, que geralmente é aquele proveniente de deter a erosão quando em ambos período de
detenção for de 24h.
Figura 47.2 - Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção estendido
localizado no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.
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Figura 47.3- Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção estendido
localizado no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.
Figura 47.4- Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção localizado no
Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.
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2 Controle da erosão nos Usa-se período de retorno entre 1,5 anos e 2 anos e chuva de 24h. O CPv
córregos e rios período de detenção no reservatório deve ser de 24h.
2
1
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3
4
Tabela 47.2- Estimativa de freqüências e respectivas alturas de chuva conforme período de retorno
Porcentagem de Altura de chuva
todas as precipitações Período (mm)
de retorno Mairiporã,
Estado de São Paulo
30 7 dias -
50 14 dias 2
70 Mensal 7
85 2 meses 18
90 3 meses 25
95 6 meses 33
98 1 ano 50
99 2 anos 57
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Exemplo 47.1
Calcular o first flush para a RMSP com precipitação média diária de período de retorno para 6 meses de
33mm, área impermeável de 70% para detenção com volume em 24h de reservatório de detenção
estendido.
P= ar x P6 x ( 0,858xI3 – 0,78 x I2 + 0,774 x I + 0,04)
ar=1,299
P= 1,299x 33 x ( 0,858x0,7 – 0,78 x 0,72 + 0,774 x0,7 + 0,04)=21mm
3
Dica: a área mínima da bacia para se fazer um reservatório de detenção estendido é de 2ha a 4ha
e a máxima de 100ha a 200ha conforme Schueler, 2007.
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0,30m de espessura. O ideal é que o nível do lençol freático esteja no mínimo 1,50m abaixo do fundo do
reservatório de detenção estendido.
Exemplo 47.2
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1500mm.
Rr= 1,37 (P- 388) 0,76
Rr= 1,37 (1500- 388) 0,76= 283mm
Em L/s x ha teremos:
Dica: o tempo de detenção mínimo de um reservatório de detenção estendido deve ser de 24h.
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A detenção de TSS é de aproximadamente 61%, fósforo total 20% e nitrogênio total 31%.
Esclarecemos que podemos usar a Tabela (47.3) e que existem vários autores que possuem
eficiências diferentes sendo praticamente impossível fazer uma comparação entre elas.
A eficiência da detenção do TSS, poderá ser estimada quando supomos a entrada do TSS em
mg/L e quando temos ou supomos a distribuição dos diâmetros das partículas por massa.
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Figura 47.9- Previsão da concentração do efluente para reservatórios de detenção estendido não
revestidos e revestidos
Fonte: Califórnia Departament of Transportation, 2004
Exemplo 47.3
Considerando o TSS afluente de 137mg/L das águas pluviais, calcular segundo a Figura (47.9) o valor
estimado do efluente para um reservatório de detenção estendido não revestido.
TSS afluente= 137mg/L
TSS efluente= 0,11.x + 23,6= 0,11x137+23,6=39mg/L (28%)
Redução= 100% - 28%= 72%
O cálculo da incerteza será:
TSSincerteza= 30,9 (1/55 + (x-139)2/ 498318)0,5
TSSincerteza= 30,9 (1/55 + (137-139)2/ 498318)0,5=±28
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Figura 47.10- Afluente e efluente nos reservatórios de detenção estendido sem revestimento
impermeabilizante.
Fonte: Califórnia Departament of Transportation, 2004
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47.12 Manutenção
Deverá ser previsto volume adicional de 10% do volume WQv para o depósito de sedimentos
e quando este estiver cheio, deverá ser retirado os materiais e levados a um aterro sanitário.
Anualmente deverão ser retirados os sedimentos, os resíduos juntos as estruturas de entrada e
saída, bem como proceder o corte de gramas e remover a vegetação indesejável.
O custo de manutenção anual de um reservatório de detenção estendido varia de 3% a a 5%
conforme EPA, mas recomendamos o uso de 6% do custo de implantação da obra.
Devemos sempre tomar os cuidados para que as águas pluviais não fiquem empoçadas mais
que três dias, pois poderemos ter o desenvolvimento de vetores e devido a isto é que o reservatório
de detenção estendido não pode em hipótese alguma cortar o lençol freático.
47.14 Segurança
Deverão ser feitas cercas ou grades para impedir que crianças nadem no reservatório de detenção
estendido na ocasião das chuvas. O mesmo se aplica em tubulações de saída ou entrada com mais de
1,20m de diâmetro que deverão ser protegidas por cercas ou grades (trash rack)..
47.17 Infiltração
Estudos feitos na Califórnia, 2003 mostraram que em um reservatório de detenção estendido
infiltrou cerca de 8% a 60% do runoff, com uma média de infiltração de 40%. Tudo isto depende das
condições climáticas locais, como a umidade, a posição do lençol freático e o tipo de solo.
Os estudos demonstraram ainda que houve melhor redução de poluentes quando o reservatório de
detenção estendido era revestido com grama do que em concreto.
Em locais onde a qualidade das águas pluviais é suspeita não deverá ser admitida infiltração e
podemos usar camada de argila impermeável de cerca de 0,30m em todo o reservatório de detenção
estendido.
Em hotspots como postos de gasolina, oficina mecânicas, indústrias metalúrgicas, indústrias
químicas e outras onde o potencial de contaminação do solo é muito grande deve ser evitada a infiltração
para não contaminar o lençol freático.
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47.19 Pré-tratamento
O pré-tratamento é muito importante em um reservatório de detenção estendido e geralmente é
aceito como 0,1. WQv.
A profundidade do pré-tratamento deve estar entre 1,0m a 3,5m e no mínimo de 1,0m e máximo
aconselhável de 1,60m.
A velocidade máxima no pré-tratamento deve ser 0,25m/s a fim de não causar erosão.
O tempo de permanência deve estar em torno de 5min.
A drenagem para esvaziamento do pré-tratamento deve ser separada do reservatório WQv.
Uma berma de concreto, terra ou gabião deverá ser construída entre o pré-tratamento e o
reservatório de qualidade WQv.
O fundo do pré-tratamento deve ser de concreto para facilitar a remoção com uso de máquinas.
O pré-tratamento deve ter acesso independente do reservatório WQv para entrada de caminhões.
Caso seja off-line recomenda-se deixar no mínimo 0,30m para reserva de sedimentos (Eugene,
2002).
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Sendo:
As= área da superfície do pré-tratamento (m2)
Qo= vazão de entrada no pré-tratamento.(m3/s)
vs=0,0139m/s= velocidade de sedimentação para partícula ≥125μm (m/s)
As= Qo / 0,0139
O volume deverá atender no mínimo tempo de permanência de 5min.
V= Qo x (5min x60s) (m3)
Sendo:
V= volume da caixa de pré-tratamento (m3)
Tabela 47.4- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo
Dimensões: Período de
Obra Altura da barragem h (m) retorno Tr
L= comprimento da crista da (anos)
barragem (m)
h≤5 e L ≤ 200 100
Borda livre (f)= desnível entre a crista e o nível máximo maximorum: f ≥ 0,50m
PMP= Precipitação Máxima Provável
Fonte: DAEE, 2005
Nível máximo maximorum: é o nível mais elevado que poderá atingir o reservatório na ocorrência de
cheia de projeto (DAEE, 2005). Geralmente é a cota do nível de água da coluna de água sobre o
vertedor.
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(%)
Reservatório detenção 30 30 39
seco ou estendido
47.26 Orifício
O orifício é calculado pela equação
Q= Cd x Ao x (2gh)0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd=0,62
Ao= área da seção transversal do orifício (m2)
g= 9,81m/s2 = aceleração da gravidade
h= altura da água sobre a geratriz superior do orifício (m)
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Exemplo 47.5
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a vazão
de pico no pré-desenvolvimento e a vazão de pico no pós-desenvolvimento é de 65,47m3/s, calculado
pelo método Racional. O tempo de concentração é de 15min. Período de retorno considerado foi de
25anos.
Adotando hidrograma triangular temos:
Vs = 0,5x (Qpós - Qpré) x tb x 60
Adotando tb= 3,0 x tc= 3,0 x 15min=45min
Vs = 0,5 x(65,47 - 13) x 45min x 60s = 70.835m3
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Vazão
Ip
Qp
Tempo
td Tc
Teremos então
Vs= Ip . td – Qp ( td + Tc) / 2 (Equação 47.7)
Sendo:
td =duração da chuva (min);
Tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
Possuímos o tempo de concentração Tc em minutos e a vazão de pico de saída Qp em m3/s. Por
tentativas, vamos arbitrando, por exemplo, valores de td de 10 em 10min e achamos Ip e entrando na
Equação (47.7) achamos o valor de Vs. O maior valor de Vs será a resposta do nosso problema.
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Exemplo 47.8
Calcular a carga anual de TSS retida em um reservatório de detenção off line para area de bacia
de 10ha, area impermeavel Ai= 60% e a carga de TSS inicial 137mg/L com redução de 72%. A
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L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Pj= 0,90
Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60= 0,59
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,59 x 10 x 10000m2=1.475m3
C= 137mg/L
A= 10ha
L=0,01 x 1500 x 0,90 x 0,59 x137 x 10= 10.912kg/ano de TSS que chega até a BMP
Como a redução é de 72% teremos:
LBMP= 10.912 x 0,72= 7.857 kg/ano de TSS que são retidos anualmente
Supondo que o custo do reservatório de detenção estendido seja de US$ 41/m3 teremos:
Como são detidos anualmente 7.857 kg de TSS, o custo em dólares de TSS retido será:
Nota: até o presente, não temos padrões de custos para podermos fazer comparações se o mesmo é
alto, baixo ou razoável.
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47.34.1 Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
0,89
( t + 15)
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= t=duração da chuva (min).
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K . T ra
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
K,a,b,c= parâmetros que depende da localidade
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Usando o programa Pluvio2.1 para o município de Guarulhos no Estado de São Paulo
encontramos:
Latitude: 23º 27´ 46”
Longitude: 46º 32´00”
K=1988,645
a=0,111
b=20,449
c=0,839
1988,645. Tra
I =------------------------ (mm/h)
( t + 20,449)0,839
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Exemplo 47.9
Usemos a Equação (47.4) de Kirpich para o Tennessee para achar o tempo de concentração tc sendo
dados L=200m e S=0,008m/m em uma bacia sobre asfalto.
tc= 0,019 . L0.77/ S 0,385 = 0,019 . 200 0,77 / 0,008 0,385 = 7,38min
Como o escoamento da bacia é sobre asfalto devemos corrigir o valor de tc multiplicando por
0,4. Portanto:
tc= 0,4 x 7,38min = 2,95min, que é o tempo de concentração a ser usado.
DICA sobre Kirpich: a fórmula de Kirpich foi feita em áreas agrícolas em áreas até 44,8 ha ou seja 0,448
km2 com declividades de 3% a 10%.
O tempo de concentração da fórmula de Kirpich deve ser multiplicado por 0,4 quando o
escoamento na bacia está sobre asfalto ou concreto e deve ser multiplicado por 0,2 quando o canal é de
concreto revestido (Akan,1993 p. 81).
Chin, 2000 sugere que a equação de Kirpich deve ser multiplicada por 2 quando o escoamento
superficial for sobre grama natural e multiplicar por 0,2 quando a superfície do canal for de concreto e
multiplicar por 0,4 quando a superfície do escoamento superficial for de concreto ou asfalto.
Kirpich
A fórmula de Kirpich pode-se ainda apresentar em outras unidades práticas como as sugeridas
pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo.
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j1= ΔH1/L1
j2= ΔH1/L2
j3= ΔH1/L3
P1= L1/ j10,5
P2= L2/ j20,5
P3= L3/j3 0,5
Δh= diferença de nível em metros
L= comprimento em km
L= L1 + L2 + L3 +...
S= [ L / (P1+P2+P3...)] 2
Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAEE para pequenas barragens.
Exemplo 47.10
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s
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Método 2
Q máximo= 2 . Qmédio = 2x 0,058= 0,116m3/s
Aplicar a equação do orifício, mas usando o valor h= 1,20m e não a sua metade.
A= Q/ [Cd . (2.g.h) 0,5] = 0,116/ [ 0,62 . (2. 9,81. 1,20) 0,5 ] = 0,0387m2
D= (4.A/ ) 0,5= (4x0,0387/ ) 0,5 = 0,22m. Adotado D= 0,25m
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Figura 47.17 - Tomada d’água. Observar drenagem, saída da descarga, orifícios e vertedor para Qp 25anos ou Qp10anos.
Fonte: Estado da Geórgia, 2001
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Qsmax= ( 2 . Vs´) / tb
Portanto, a vazão que vai passar para o vertedor para período de Tr=100anos será Qsmax.
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Geralmente adotamos o valor da altura H sobre a crista do vertedor e achamos o comprimento do
vertedor L.
Exemplo 47.11
Dado tc=33min, QEmax= 21m3/s calculado para Tr=100anos e VR=50.500m3 achar a vazão que passará
pelo vertedor Qsmax e calcular a largura do vertedor.
tc=33min= 33 x 60= 1.980s
tb= 3 x tc= 3 x 1.980= 5.940s
VE= QEmax . tb/ 2
VE= 21x5940/ 2=62.370m3
Vs´ = VE – VR
Vs´ = 62.370-50.500=11.870m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / tb
Qsmax= ( 2 x 11.870) / 5.940=4,0m3/s
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Fazendo H=0,80m
4,0= 1,55x L x 0,80 1,5
L=3,6m
8000
7000
6000
Volume (m3)
5000
4000
3000
2000
1000
0
700 701 702 703 704 705
Cota (m)
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Na Equação (47.6) os valores de I1, I2, Q1, S1 são conhecidos em qualquer tempo t e os valores
Q2 e S2 são desconhecidos.
Temos portanto a Equação (47.6) e duas incógnitas Q2 e S3. Necessitamos de mais uma equação
para resolver o problema. A outra equação que fornece o armazenamento S2 em função da descarga.
Não devemos esquecer que estamos aplicando para o modelo a Síntese, pois conhecemos a
hidrógrafa de entrada no reservatório, conhecemos o modelo das fórmulas da descargas dos vertedores
retangulares e orifícios das seções de controle e desconhecemos a hidrógrafa de jusante, isto é, na saída
do reservatório, é o que queremos (McCuen, 1997).
O procedimento de routing proposto é chamado de Método Modificado de Puls (McCuen,1997)
Maiores informações deve ser consultado o livro do auto elaborado no ano 2002 denominando:
“Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras Municipais” no capítulo denominado “Routing de
reservatório”.
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Usamos a Tabela (47.10) que foi feita por Peterka, 2005 para velocidade de 3,6m/s da água na
entrada.
Tabela 47.10- Dimensões básicas do dissipador de impacto Tipo VI USBR para velocidade
de 3,6m/s
Diâmetro Vazão W H L a b c d e f tw tf tp K d50
(m) (m3/s) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
0,40 0,59 1,7 1,24 2,20 0,83 0,83 0,83 0,28 0,14 0,28 0,15 0,17 0,15 0,08 0,10
0,60 1,08 2,0 1,46 2,60 0,98 0,98 0,98 0,33 0,16 0,33 0,15 0,17 0,15 0,08 0,18
0,80 1,67 2,6 1,91 3,40 1,28 1,28 1,28 0,43 0,21 0,43 0,15 0,17 0,18 0,08 0,22
0,90 2,41 2,9 2,14 3,80 1,43 1,43 1,43 0,48 0,24 0,48 0,18 0,19 0,20 0,08 0,23
1,00 3,25 3,2 2,36 4,20 1,58 1,58 1,58 0,53 0,26 0,53 0,20 0,22 0,23 0,10 0,24
1,20 4,27 3,5 2,59 4,60 1,73 1,73 1,73 0,58 0,29 0,58 0,23 0,24 0,25 0,10 0,27
1,30 5,41 4,1 3,04 5,40 2,03 2,03 2,03 0,68 0,34 0,68 0,25 0,27 0,25 0,10 0,30
1,50 6,68 4,4 3,26 5,80 2,18 2,18 2,18 0,73 0,36 0,73 0,28 0,29 0,28 0,15 0,33
1,80 9,59 5,0 3,71 6,60 2,48 2,48 2,48 0,83 0,41 0,83 0,30 0,32 0,30 0,15 0,36
Como a velocidade normalmente é diferente então temos que fazer que achar o diâmetro
equivalente a velocidade de 3,6m/s.
Para o cálculo do diâmetro com a seção plena é necessário
A=3,1416xD2/4 usar a velocidade de 3,6m/s conforme Geórgia, 2005.
Q= A x V
V= 3,6m/s
Q=A x 3,6
A=Q/3,6
Q/3,6=PI x D2/4
Como temos o valor de Q achamos o valor de D.
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b=1,73
c=1,73m
d=9,58
e=0,29
f=0,58
tw=0,23
tf=0,24
tp=0,25
K=0,10
d50=0,27m
As rochas para o rip-rap deverão ter 0,27m de diâmetro.
Peterka, 2005 apresenta tabela com tubos variando de 0,40m a 1,80m e das dimensões básicas a
serem usadas, sendo importante notar que os cálculos foram feitos para velocidade 3,6m/s usado a
equação da continuidade Q=A x V.
Rip-rap
Após o dissipador de energia Tipo VI de Peterka com redução de energia por impacto ainda
temos velocidade na saída do dissipador de energia e portanto é necessário na transição com o canal
natural que se faça um rip-rap.
Segundo Geórgia, 2005 a largura do rip-rap é W=4,04m o comprimento mínimo do rip-rap é W
sendo o mínimo de 1,5m.
A profundidade do rip-rap é f=W/6= 4,04/6=0,67m
O diâmetro médio da rocha é W/20=4,04/20=0,202m
A declividade dos taludes é 1,5: 1.
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1. Regulador de fluxo com secção transversal retangular ou circular com existencia de orificio
e vertedor. Usado geralmente para pequenas vazões. Ver Figuras (27.2) a (27.4).
2. Canal com rebaixo somente para a vazão Qo que vai para a BMP. Esta pequena calha pode
ser semi-circular ou retangular. Usado para grandes vazões. Ver Figura (27.5).
A BMP pode estar in line ou off line. Quando a BMP está na mesma linha do fluxo dizemos que
está in line e caso contrário está off line conforme Figura (27.1). Não existe regra geral se uma BMP
deve ser construida in line ou off line e tudo dependerá do tipo de BMP escolhida e das condições locais.
É muito discutido o período de retorno que deve ser usado para o cálculo da vazão que chega ao
regulador de fluxo. Alguns usam 25anos, outros 50anos e sugerem sempre verificar para 100 anos. A
sugestão do autor é que as instalações do regulador de fluxo sejam dimensionadas para período de
retorno de 100anos, sendo que isto também foi recomendado pelo Kitsap County.
Dica: o regulador de fluxo deve ser calculado para período de retorno de 100anos.
BMP
off line
BMP
pré-
in line
tratamento
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Figura 47.23 - Separação automática de fluxo (regulador de fluxo) com orificio e vertedor
Fonte: Estado da Virginia, 1996
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Figura 47.25- Regulador de fluxo com a calha rebaixada que conduz Qo.
Fonte: CWP, 2007
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VazãoQo
Figura 47.26- Canal para Tr=100anos com calha rebaixada que conduz Qo.
Exemplo 47.13
Seja uma bacia com A=50ha, AI=70% P=25mm
WQv= 8500m3
0,1WQV= 850m3
Pré-tratamento precisamos de 850m3
Vazão que vai para o pré-tratamento
Qo= 0,1WQv/ (5min x 60s)= 850m3/ (5 x 60)= 2,83m3/s
Vazão da bacia conforme TR-55 para Tr=25anos = 15,56m3/s
Canal de concreto que chega até a caixa reguladora
Largura 4,5m
Altura = 1,0m
Declividade =0,005m/m
Qmax= 16,6m3/s > 15,56m3/s OK
Velocidade= 3,7m/s <5,00m/s OK
Altura do nível de água= 1,20/2 + 1,00/2= 1,10m
Orifício
D=1,20m
Qo= 3,26m3/s > 2,83m3/s OK
Então teremos uma caixa com 4,5 x 4,5m e 2,20m de profundidade.
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Perigo
Perigo é ameaça em si não mensurável e não totalmente evidente.
Falha
A falha em uma barragem é o escoamento espontâneo da água resultando de uma operação
imprópria ou da ruptura ou colapso de uma estrutura. A falha em uma barragem causa a jusante
inundações rápidas, danos as vidas e propriedades, forçando as pessoas a evacuarem dos locais onde
moram.
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Na Figura (47.29) observar o pré-tratamento e o canal que leva até uma pequena depressão junto
ao barramento.
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Exemplo 47.14
Dimensionar um reservatório de detenção estendido ED somente para melhoria de qualidade das águas
pluviais, sendo que a mesma tem área de 100ha, tempo de concentração de 16min e área impermeável
AI= 60%.
Primeiramente salientamos que o reservatório ED será construído off line.
Rv= coeficiente volumétrico
AI=60%
Rv= 0,05 + 0,009 x AI = 0,05+ 0,009 x 60= 0,59
First flush P= 25mm (adotado para efeito de exemplo)
Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais= WQv (m3)
WQv= (P/1000) x Rv x A
Rv= 0,59
A= 100ha
WQv= (25mm/1000) x 0,59 x (100ha x 10.000m2) = 14.800m3
Adotando altura do reservatório de detenção estendido h=1,40m a área de superfície As será:
As= WQv/ h= 14.800/1,40=10.571,43m2
Adotando que o comprimento é o dobro da largura temos:
As = W x 2W= 10571,43m2
Adotando largura W=73m
Largura= 73m
Comprimento= 2 x 73= 146m
As= 73m x 146m= 10.658m2
Para a melhoria da qualidade das águas pluviais o reservatório de detenção estendido ED, deverá
ser esvaziado no mínimo em 24h.
O volume de detenção WQv= 14.800m3
A vazão média será:
Q médio = WQv/ (número de segundos durante um dia)
Q médio = WQv/ 86.400s = 14.800m3/86.400s= 0,171m3/s
Cd=0,62 g=9,81 m/s2
Usando o método da média.
A altura h=1,40m
Q= 2 x Qmédio= 2 x 0,171=0,342m3/s
A área da seção do orifício será:
A= Q / Cd x (2 g h) 0,5 = 0,342/ [ 0,62 x (2 x 9,81 x 1,40) 0,5 ]=0,1052m2
Diâmetro orifício
D= (4 A/ ) 0,5 = (4x 0,1052/ ) 0,5 =0,37m
Adoto D=0,35
Tempo de esvaziamento
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5]
Cd=0,62
y1=1,40m=altura inicial (m)
Ao= π x D2/4 =3,1416 x 0,352/4=0,0962m2
As=área da superficie (m2)
t= tempo de esvaziamento (s)
As= 10.658m2
t= [2 x10658 x1,40 0,5 ] / [0,62x0,0962x(2x9,81 ) 0,5] =95.536s=26,54h>24h OK
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Eficiência no tratamento
A equação abaixo é usada no tratamento sendo usando o tempo de esvaziamento td e a altura
média do reservatório hA.
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi . td)/ (2.n . hA)] }–n
Pré-tratamento
Admitimos 10% de WQv mas sendo WQv= 14.800m3 então o volume do pré-tratamento será:
0,1 x 14.800m3= 1.480m3
O pré-tratamento será somente para os primeiros 25mm de chuva, sendo o restante encaminhado
para o reservatório calculado pelo critério unificado.
Para o pré-tratamento queremos decantar partículas sólidas maiores que 0,125mm, ou seja,
partículas que possuem a velocidade de sedimentação Vs=0,0139m/s.
A vazão Qo que chega ao pré-tratamento pode ser calculada usando a regra dos 5 (cinco) minutos
para encher o volume do pré-tratamento.
Assim Qo= 0,1 x WQv/ (5min x 60s)= 1.480m3/300s= 3,3m3/s
A área da superfície do pré-tratamento é calculada:
As= Qo / Vs = Qo/ 0,0139= 3,3/0,0139= 237,4m2
Então a área mínima do pré-tratamento é 237,4m2.
Considerando o volume 0,1WQv podemos estimar a altura da água no pré-tratamento:
D= 0,1WQv/ As= 1.480/ 237,4= 46,23m>> 3,5m que é o máximo admitido
Adotamos então D=1,60m
As= 0,1WQv/D= 1.480/ 1,60=925m2
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Eficiência global.
A eficiência em série das duas BMPs será:
TR= A + ( 1- A) x B
Sendo:
TR= eficiência global
A= eficiência do reservatório de pré-tratamento para todas as partículas= 0,1436
B= eficiência do reservatório de detenção estendido= 0,6652%
TR= 0,1436+( 1- 0,1436) 0,6652=0,7133
Portanto, a eficiência global será de 71,33%
Vertedor de emergência
Mesmo quando o reservatório de detenção estendido é feito off line, é necessário se prever um
vertedor de emergência, como por exemplo, para período de retorno de 2anos.
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).
Tr=2anos
Tc=16min
1747,9 . 20,181
I =------------------------ =93mm/h
( 16 + 15)0,89
C=Rv=0,59
Q=CIA/360=0,59 x 93 x 100/360= 15,2m3/s =Qemax
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Como a altura do nível de água da barragem h=2,40m <5m A borda livre deverá ser de 0,50m.
Observemos que dimensionamos para a vazao máxima de período de retorno de 2anos como
fator de segurança, pois há um desvio da água que vai para a BMP e a água que vai para o corpo d´água
próximo.
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Na Figura (47.23) observar que o reservatório não somente atende ao volume para melhoria da
qualidade das águas pluviais WQv, mas também a períodos de retornos selecionados como 2anos e
10anos (ou 25anos) e obrigatoriamente para período de retorno de 100anos para segurança do
barramento.
O pré-tratamento e o dimensionamento de WQv será o mesmo do exemplo anterior onde se usou
somente o WQv.
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Exemplo 47.15 Exemplo de aplicação prática do reservatório de detenção estendido usando WQv
+ enchentes
Dimensionar um reservatório in line usando de detenção estendido (ED), com objetivo de deter
enchentes e melhoria da qualidade das águas pluviais em uma área residencial conforme dados da
Tabela (47.12).
Tempo de concentração
tc (min) 45min 16min
Tratamento WQv
WQv= 14.800m3
H=1,40m
As= 10658m2
Largura=73m
Comprimento = 146m
Diâmetro do orificio=0,35m
Método Racional
Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha= 10.000m2
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Periodo de retorno
Adotamos periodo de retorno Tr=25anos.
Pré-desenvolvimento
C=0,14
tc=45min
A=100ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
1747,9 x250,181
I =------------------------
( t + 15)0,89
3130
I =------------------------
( t + 15)0,89
Para t=45min
3130
I =------------------------ = 82mm/h
( 45 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q25pre= 0,14x 82x100/360= 3,2m3/s
4022,7
I =------------------------ =105,2mm/h
( 45 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q100pre= 0,14x 105,2x100/360= 4,09m3/s
Pós-desenvolvimento
C=0,59
tc=16min
A=100ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
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( t + 15)0,89
1747,9 x250,181
I =------------------------
( t + 15)0,89
3130
I =------------------------
( t + 15)0,89
Para t=16min
3130
I =------------------------ = 147,3mm/h
( 16 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q25pos= 0,59x 147,3x100/360= 24,14m3/s
Para Tr=100anos
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
0,89
( t + 15)
1747,9 . 1000,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
4022,7
I =------------------------ =189,3mm/h
( 16 + 15)0,89
Q= C . I . A /360
Q100pos= 0,59x 189,3x100/360= 31,02m3/s
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D=1,20m
Vs´ = VE – VR
Vs´ = 44669 – 15972=28.697m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / Tb
Qsmax= ( 2 x 28.697´) / 2880=19,93m3/s
A vazão que vai passar para o vertedor para período de Tr=100anos será Qsmax.
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Geralmente adotamos o valor da altura H sobre a crista do vertedor e achamos o comprimento do
vertedor L.
19,93= 1,55x L x 1,51,5
L=7,0m
Portanto, o vertedor terá altura de 1,50m a largura de 7,0m.
Como a altura do nível de água da barragem h=4,79m <5m podemos então adotar o período de
retorno de 100anos o que foi feito. A borda livre deverá ser de 0,50m.
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Q= 1,55x L x H 1,5
31,02= 1,55x 20 x H 1,5
H=1,00m
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Tabela 47.17- Cálculo do tempo de concentração para pré e pós-desenvolvimento usando o método
cinemático.
tc pré-desenvolvimento K=4,57
Cota cota min Comprim Declivid V=KxS0,5 tc
max Velocidade
(m) (m) (m) (m/m) (m/s) (min)
1.126,9 1.107 1.870 0,0106417 0,47 66,1
tc pós-desenvolvimento K=14,09
Cota cota min Compr. Decliv. V=KxS0,5 tc
max Velocidade
(m) (m) (m) (m/m) (m/s) (min)
1.126,9 1.107 1.870 0,0106417 1,45 21,4
Método Racional
A=116,78ha
C=0,20 adotado para pré-desenvolvimento
Q= CIA = 0,20 x 151 x 116,78ha=3527 L/s= 3,5 m3/s
Tabela 45.18- Vazões para pré-desenvolvimento usando o Método Racional para períodos de
retorno variando de 1,87anos até 100anos.
Tr tc (min) I (L/s x ha) C pre A (ha) Q (m3/s)
1,87 66,1 116 0,20 116,78 2,7
5 66,1 136 0,20 116,78 3,2
10 66,1 151 0,20 116,78 3,5
25 66,1 175 0,20 116,78 4,1
50 66,1 196 0,20 116,78 4,6
100 66,1 219 0,20 116,78 5,1
Tabela 45.19- Vazões para pós-desenvolvimento usando o Método Racional para períodos de
retorno variando de 1,87anos até 100anos.
Tr tc I C pos A (ha) Q (m3/s)
(min) (L/s x ha)
1,87 21,4 235 0,70 116,78 19,2
5 21,4 275 0,70 116,78 22,4
10 21,4 307 0,70 116,78 25,1
25 21,4 355 0,70 116,78 29,0
50 21,4 397 0,70 116,78 32,4
100 21,4 443 0,70 116,78 36,2
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WQv
AI= 70%
Rv= 0,05+0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
P= 25mm (first flush adotado)
A=116,78ha
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000)x 0,68 x (116,78ha x 10.000m2)= 19.853m3
Volume de água necessário para detenção de enchentes para Tr=10anos usando o Método de Aron
e Kibler, 1990.
Foi achado o volume de 43.014m3 para período de retorno de 10anos com o método de Aron e
Kibler, 1990. Para combate a erosão usamos Tr=1,87anos e achamos usando o método de Aron e Kibler,
1990 o volume necessário de 32.893m3.
Tabela 45.20-Volume do reservatório para Tr=10anos pelo método de Aron e Kibler, 1990
Tr Duração da I Área Q IP Qp V
(anos) chuva (min) (L/s x ha) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3)
10 10 437 116,78 35,7 25,1 3,5 18109
10 20 318 116,78 26,0 25,1 3,5 26829
10 30 253 116,78 20,7 25,1 3,5 31837
10 40 212 116,78 17,3 25,1 3,5 35104
10 50 183 116,78 15,0 25,1 3,5 37384
10 60 162 116,78 13,2 25,1 3,5 39036
10 70 146 116,78 11,9 25,1 3,5 40258
10 80 132 116,78 10,8 25,1 3,5 41165
10 90 122 116,78 9,9 25,1 3,5 41836
10 100 113 116,78 9,2 25,1 3,5 42322
10 110 105 116,78 8,6 25,1 3,5 42658
10 120 98 116,78 8,0 25,1 3,5 42873
10 130 93 116,78 7,6 25,1 3,5 42987
10 140 88 116,78 7,2 25,1 3,5 43014
10 150 83 116,78 6,8 25,1 3,5 42967
10 160 79 116,78 6,5 25,1 3,5 42857
10 170 76 116,78 6,2 25,1 3,5 42690
10 180 72 116,78 5,9 25,1 3,5 42474
10 190 69 116,78 5,7 25,1 3,5 42215
10 200 67 116,78 5,5 25,1 3,5 41916
10 210 64 116,78 5,2 25,1 3,5 41581
10 220 62 116,78 5,1 25,1 3,5 41215
10 230 60 116,78 4,9 25,1 3,5 40820
10 240 58 116,78 4,7 25,1 3,5 40397
10 250 56 116,78 4,6 25,1 3,5 39951
10 260 54 116,78 4,4 25,1 3,5 39482
10 270 53 116,78 4,3 25,1 3,5 38992
10 280 51 116,78 4,2 25,1 3,5 38483
10 290 50 116,78 4,1 25,1 3,5 37956
10 300 49 116,78 4,0 25,1 3,5 37413
10 310 47 116,78 3,9 25,1 3,5 36853
10 320 46 116,78 3,8 25,1 3,5 36280
10 330 45 116,78 3,7 25,1 3,5 35692
10 340 44 116,78 3,6 25,1 3,5 35092
10 350 43 116,78 3,5 25,1 3,5 34479
10 360 42 116,78 3,4 25,1 3,5 33855
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Tabela 45.21-Volume do reservatório para Tr=1,87anos pelo método de Aron e Kibler, 1990 para
ver volume necessário para combate a erosão.
Tr (anos) Duração I (L/s x ha) Área Q (m3/s) IP (m3/s) Qp (m3/s) V (m3)
da chuva (min)
1,87 10 334 116,78 27,3 19,2 2,7 13848
1,87 20 243 116,78 19,9 19,2 2,7 20516
1,87 30 194 116,78 15,8 19,2 2,7 24346
1,87 40 162 116,78 13,3 19,2 2,7 26844
1,87 50 140 116,78 11,5 19,2 2,7 28588
1,87 60 124 116,78 10,1 19,2 2,7 29851
1,87 70 111 116,78 9,1 19,2 2,7 30785
1,87 80 101 116,78 8,3 19,2 2,7 31479
1,87 90 93 116,78 7,6 19,2 2,7 31992
1,87 100 86 116,78 7,0 19,2 2,7 32364
1,87 110 80 116,78 6,6 19,2 2,7 32621
1,87 120 75 116,78 6,1 19,2 2,7 32785
1,87 130 71 116,78 5,8 19,2 2,7 32872
1,87 140 67 116,78 5,5 19,2 2,7 32893
1,87 150 64 116,78 5,2 19,2 2,7 32857
1,87 160 61 116,78 4,9 19,2 2,7 32773
1,87 170 58 116,78 4,7 19,2 2,7 32646
1,87 180 55 116,78 4,5 19,2 2,7 32481
1,87 190 53 116,78 4,3 19,2 2,7 32282
1,87 200 51 116,78 4,2 19,2 2,7 32053
1,87 210 49 116,78 4,0 19,2 2,7 31798
1,87 220 47 116,78 3,9 19,2 2,7 31517
1,87 230 46 116,78 3,7 19,2 2,7 31215
1,87 240 44 116,78 3,6 19,2 2,7 30892
1,87 250 43 116,78 3,5 19,2 2,7 30551
1,87 260 42 116,78 3,4 19,2 2,7 30192
1,87 270 40 116,78 3,3 19,2 2,7 29818
1,87 280 39 116,78 3,2 19,2 2,7 29428
1,87 290 38 116,78 3,1 19,2 2,7 29025
1,87 300 37 116,78 3,0 19,2 2,7 28610
1,87 310 36 116,78 3,0 19,2 2,7 28182
1,87 320 35 116,78 2,9 19,2 2,7 27743
1,87 330 34 116,78 2,8 19,2 2,7 27294
1,87 340 34 116,78 2,8 19,2 2,7 26835
1,87 350 33 116,78 2,7 19,2 2,7 26367
1,87 360 32 116,78 2,6 19,2 2,7 25889
1,87 370 32 116,78 2,6 19,2 2,7 25404
1,87 380 31 116,78 2,5 19,2 2,7 24911
1,87 390 30 116,78 2,5 19,2 2,7 24410
1,87 400 30 116,78 2,4 19,2 2,7 23902
1,87 410 29 116,78 2,4 19,2 2,7 23388
1,87 420 28 116,78 2,3 19,2 2,7 22867
Volumes obtidos
O volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv bem como o volume para
controle de erosão deverão ficar retido durante 24h e o escoamento médio de WQv em 86.400s será
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0,23m3/s e o do volume de erosão 32.893m3 em 24h terá escoamento médio de 0,37m3/s conforme
Tabela (45.22).
Por interpolação linear fazemos o tempo variar de 2,5min em 2,5min conforme Tabela (45.24).
Tabela 47.24- Interpolação linear dos tempos e vazões da aplicação do hidrograma do método
Racional da cidade de Dekalb
Interpolação
linear
tempo output
index Q calcu
0,0 1 0,00
2,5 1 0,12
5,0 1 0,23
7,5 1 0,35
10,0 1 0,47
12,5 1 0,59
15,0 1 0,70
17,5 1 0,82
20,0 1 0,94
22,5 2 1,06
25,0 2 1,17
27,5 2 1,29
30,0 2 1,41
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32,5 2 1,52
35,0 2 1,64
37,5 2 1,76
40,0 2 1,88
42,5 2 1,99
45,0 3 2,21
47,5 3 2,45
50,0 3 2,68
52,5 3 2,92
55,0 3 3,15
57,5 3 3,39
60,0 3 3,62
62,5 3 3,86
65,0 4 4,17
67,5 4 4,64
70,0 4 5,10
72,5 4 5,57
75,0 4 6,04
77,5 4 6,51
80,0 4 6,98
82,5 4 7,45
85,0 4 7,92
87,5 5 9,55
90,0 5 11,54
92,5 5 13,54
95,0 5 15,53
97,5 5 17,52
100,0 5 19,52
102,5 5 21,51
105,0 5 23,50
107,5 6 24,69
110,0 6 22,64
112,5 6 20,58
115,0 6 18,53
117,5 6 16,48
120,0 6 14,43
122,5 6 12,37
125,0 6 10,32
127,5 6 8,27
130,0 7 7,17
132,5 7 6,62
135,0 7 6,06
137,5 7 5,50
140,0 7 4,94
142,5 7 4,39
145,0 7 3,83
147,5 7 3,27
150,0 8 2,75
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152,5 8 2,57
155,0 8 2,40
157,5 8 2,22
160,0 8 2,04
162,5 8 1,87
165,0 8 1,69
167,5 8 1,52
170,0 8 1,34
172,5 9 1,22
175,0 9 1,17
177,5 9 1,11
180,0 9 1,05
182,5 9 0,99
185,0 9 0,93
187,5 9 0,87
190,0 9 0,81
192,5 9 0,76
195,0 10 0,67
197,5 10 0,58
200,0 10 0,49
202,5 10 0,40
205,0 10 0,32
207,5 10 0,23
210,0 10 0,14
212,5 10 0,05
20,0
10,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
tempo (min)
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Tabela 47.26- Curva cota-volume e curva de orifícios e vertedores para aplicação do routing.
Área (m2) Orifício Vertedor Vertedor Q total (2S/Δt +Q)
Tr=10 Tr=100anos
24000 m2 Cota (m) Volume (m3) Q (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3) 2,5min=150s
Piso do 0,00 0 0,00 0,00 0,0
reservatório
0,10 2400 0,17 0,17 32,2
0,20 4800 0,24 0,24 64,2
0,30 7200 0,30 0,30 96,3
0,40 9600 0,34 0,34 128,3
0,50 12000 0,38 0,38 160,4
0,60 14400 0,42 0,42 192,4
0,70 16800 0,45 0,45 224,5
0,80 19200 0,48 0,48 256,5
0,90 21600 0,51 0,51 288,5
1,00 24000 0,54 0,54 320,5
1,10 26400 0,57 0,57 352,6
1,20 28800 0,59 0,59 384,6
Tr=1,87anos Erosão 1,30 31200 0,61 0,00 0,61 416,6
1,40 33600 0,64 0,09 0,73 448,7
1,50 36000 0,66 0,25 0,91 480,9
1,60 38400 0,68 0,46 1,14 513,1
1,70 40800 0,70 0,71 1,41 545,4
1,80 43200 0,72 0,99 1,71 577,7
1,90 45600 0,74 1,30 2,04 610,0
2,00 48000 0,76 1,63 2,40 642,4
2,10 50400 0,78 2,00 2,78 674,8
2,20 52800 0,80 2,38 3,18 707,2
Tr=10anos enchentes 2,30 55200 0,82 2,79 3,29 6,90 742,9
2,40 57600 0,84 3,22 4,32 8,38 776,4
2,50 60000 0,85 3,67 5,45 9,97 810,0
2,60 62400 0,87 4,14 6,65 11,66 843,7
2,70 64800 0,89 4,62 7,94 13,45 877,4
2,80 67200 0,90 5,13 9,30 15,33 911,3
2,90 69600 0,92 5,65 10,73 17,29 945,3
Nivel max maximorum 3,00 72000 0,93 6,18 12,23 19,34 979,3
Routing do reservatório
O routing do reservatório será usado o hidrograma de vazões de Dekalb com o método Racional
com variação de 2,5min em 2,5min para período de retorno de 10 anos.
Haverá interpolação para os valores entrando com (2S/Δt +Q) e achamos Q2.
No routing achamos a vazão máxima de saída para Tr=10anos de 8,34m3/s.
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40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
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Pós-desenvolvimento
tc= 0,69 . (1,1– C). L 0,5 . S –0,33
C=0,59
L=260m
S=0,03m/m
tc pós= 0,69 . (1,1– 0,59). 260 0,5 . 0,03 –0,33 = 18min
3. Intensidade de chuva
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O programa Plúvio 2.1 foi desenvolvido pelo GPRH (Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos)
do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (DEA - UFV) e funciona
desde 2005.
O programa PLUVIO2.1 é encontrado no site: www.ufv.br/dea/gprh/softwares.htm
K . T ra
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
K,a,b,c= parâmetros que depende da localidade
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Usando o programa Pluvio2.1 para o município de Santa Bárbara do Oeste no Estado de São
Paulo encontramos:
Latitude: 22º 45´ 13”
Longitude: 47º 24´49”
K=1912,174
a=0,141
b=19,154
c=0,857
1912,174. Tr0,141
I =------------------------ (mm/h)
( t + 19,154)0,857
1912,174x 250,141
I =------------------------ (mm/h)
0,857
( t + 19,154)
Substituindo o valor de t para tpré e tpós temos:
Pré-desenvolvimento
Ipré=100mm/h
Pós-desenvolvimento
Ipós=136mm/h
4. Método Racional
Para pré-desenvolvimento
QTr=CIA/360 = 0,14 x 100 x 3/360= 0,117m3/s
Para pós-desenvolvimento
QTr= CIA/360 = 0,59 x 136 x 3/360= 0,667m3/s
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1912,174 x 1000,141
I =------------------------
( t + 19,154)0,857
3660,39
I =------------------------
( t + 19,154)0,857
Para o pós-desenvolvimento tpós= 18min
3660,39
I =------------------------ = 165,2mm/h
( 18 + 19,154)0,857
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A Figura (5) mostra a vazão de pico de entrada que é 0,667m3/s. Com a construção do
reservatório teremos saida no máximo de 0,117m3/s que é a vazão de pré-desenvolvimento.
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3. Nivel de água no vertedor de emergência quando tivermos chuva para período de retorno de
100anos que é o nível máximo maximorum.
4. Borda livre de 0,50m acima do nível máximo maximorum.
Para achar a altura da água h1 para o nivel do volume WQv temos que dividir o volume WQv
pela seção transversal do reservatório:
h1= WQv/ 559m2= 443/559=0,80m
Diâmetro do orifício
Para esvaziar em 24h (86.400s) termos:
Qe=Vs/ 86400= 443m3/86.400s=0,0051m3/s
Q=Cd x Ao x (2gh)0,5
h=0,80m/2=0,40m
0,0051=0,62 x Ao x (2x9,81x0,40)0,5
Ao=0,0029m2
Mas Ao= PI x D2/4
D= (Ao x 4/ PI) 0,5=
D= (0,0029 x 4/ 3,1416) 0,5= 0,06m
Adoto D=0,075m OK
Portanto, o orifício terá diâmetro de 0,075m para esvaziar em aproximadamente 24h o volume de
3
443m de melhoria da qualidade das águas pluviais.
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Q= vazão em m3/s
L= comprimento (m)
H= altura da água no vertedor (m).
Adotanto altura do nível de água no vertedor para periodo de retorno de 100anos de altura
H=0,50m teremos:
H= 0,50m
Q = 1,55 x L x H 1,5
0,81 =1,55 x L x 0,50 1,5
L=1,47m
Portanto, o vertedor terá altura de água de 0,50m e largura de 1,47m para chuva de 100anos ou
precipitação com 1% de probabilidade de ocorrer durante um ano.
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A detenção de TSS é de aproximadamente 61%, fósforo total 20% e nitrogênio total 31%.
Esclarecemos que podemos usar a Tabela (2) e que existem vários autores que possuem
eficiências diferentes sendo praticamente impossível fazer uma comparação entre elas.
Considerando o TSS afluente de 137mg/L das águas pluviais o valor estimado do efluente para
um reservatório de detenção estendido não revestido.
TSS afluente= 137mg/L
TSS efluente= 0,11.x + 23,6= 0,11x137+23,6=39mg/L (28%)
Redução= 100% - 28%= 72%
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Nota: até o presente, não temos padrões de custos para podermos fazer comparações se o mesmo é alto,
baixo ou razoável.
25. Reservatório de detenção estendido (enchente+ melhoria da qualidade das águas pluviais)
Na Figura (7) está o esquema do reservatório de detenção ressaltando que temos o volume WQv
que é esvaziado em 24h para melhoria da qualidade das águas pluviais e que tem altura de 0,80m.
Temos depois o volume de água para enchente de 894m3 com altura de 1,60m a partir dos 0,80m
do volume WQv.
Mais acima temos um vertedor de emergencia para vazão de Tr=100anos que tem 0,50m de
altura e depois temos uma borda livre (freeboard) de 0,50m. O total do reservatorio até o freeboard
incluso é de 3,40m.
Consideramos que o fundo do reservatório é impermeável.
26 Routing
Mesmo calculado é interessante que se faça o routing para conferir se está correto o volume do
reservatório, os diâmetros dos orificios e tamanho do vertedor.
Sendo:
h= altura a partir do fundo do reservatorio (m)
QWQV= vazão (m3/s)
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Sendo:
h= altura a partir do nivel máximo de WQv que é 0,80m (m)
Q TR=25= vazão (m3/s)
Na Tabela (3) coloamos os dados para o calculo do routing. Vamos explicar coluna por coluna.
Coluna 1- Estão as alturas que escolhemos de 0,10m em 0,10m a partir do fundo do reservatório.
Coluna 2- Vazões do orificio do WQv calculado pela equação QWQV= 0,01208 h 0,5
Coluna 3- Vazões do orificio da enchente para Tr=25anos calculado a partir da altura de 0,80m pela
equação: Q TR=25= 0,08623 (h-0,8) 0,5
Coluna 5- Soma das vazões em linha por linha desde a coluna 2 até a coluna 4.
Coluna 6- Volume armazenado S calculado pela altura do nivel de água da coluna 1 multiplicado pela
área da seção transversal de 559m2 calculado anteriormente. Assim na linha número 2 multiplicamos
559m2 x 0,10m da coluna 1 e obtemos 55,9m3= 56m3.
Coluna 7- O cálculo de 2S/∆t + Q é feito para cada linha sendo que ∆t=300s correspondente aos
5minutos adotado. Devemos tomar em cada linha o valor de S mutiplicar por 2 e dividir por 300s e
depois somar com o valor de Q obtido na coluna 5.
Para a segunda linha teremos: 2 x 56/ 300 + 0,004=0,377= 0,38
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Hidrograma de Dekalb
Como usamos o metodo Racional vamos usar o hidrograma de Dekalb que depende do tempo de
concentração ser maior que 20min ou menor que 20min. Como o tempo de concentração é 18min, isto é,
menor que 20min vamos adotar os valores para tc< 20min.
0 0,00 0,00
1 0,16 0,04
2 0,19 0,08
3 0,27 0,16
4 0,34 0,32
5 1,00 1,00
6 0,45 0,30
7 0,27 0,11
8 0,19 0,05
9 0,12 0,03
10 0,00 0,00
]
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Tabela 47.32- Adimensionais do hidrograma de Dekalb para tc<20min para o metodo Racional
t/tc Q/Qp
tc<20min
0 0,00
1 0,16
2 0,19
3 0,27
4 0,34
5 1,00
6 0,45
7 0,27
8 0,19
9 0,12
10 0,00
Tabela 47.33- Hidrograma de Dekalb para o metodo Racional para a vazão de pico de 0,667m3/s e
tc 18min.
Tr=25anos Qp=
0,667m3/s
tc=18min
t (min) Q(m3/s)
0 0,000
18 0,107
36 0,127
54 0,180
72 0,227
90 0,667
108 0,300
126 0,180
144 0,127
162 0,080
180 0,000
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Observar na Tabela (47.34) que os valores de t não estão espaçados de 5min em 5min como
queremos e então fazemos interpolação linear e obtemos a Tabela (1).
Tabela 47.34- Hidrograma de Dekalb de 5min em 5min com as vazões de pico em m3/s
Tempo Interpolação
Linear
Entrada Cálculo
5,00 0,030
10,00 0,059
15,00 0,089
20,00 0,109
25,00 0,115
30,00 0,120
35,00 0,126
40,00 0,139
45,00 0,153
50,00 0,168
55,00 0,183
60,00 0,196
65,00 0,209
70,00 0,222
75,00 0,300
80,00 0,422
85,00 0,545
90,00 0,667
95,00 0,565
100,00 0,463
105,00 0,361
110,00 0,287
115,00 0,253
120,00 0,220
125,00 0,187
130,00 0,168
135,00 0,153
140,00 0,139
145,00 0,124
150,00 0,111
155,00 0,098
160,00 0,085
165,00 0,067
170,00 0,044
175,00 0,022
180,00 0,000
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Routing
Fazemos então o routing construindo a Tabela (47.35) com as coluna variando de 1 a 10.
Vamos explicar coluna por coluna.
Coluna 1- Colocamos uma ordem começando de 1 até o valor arbitario onde queremos terminar o
routing.
Coluna 2- Colocamos o inicio do tempo que 0min e variando de 5mim em 5min.
Coluna 3- Colocamos a finalização do tempo de 5min em 5min a começar de 5min
Coluna 4- Colocamos a vazão do hidrograma de Dekalb a partir do instante zero.
Coluna 5- Colocamos a vazão do hidrograma de Dekalb a partir do instante 5min
Coluna 6- É simplesmente a soma da coluna 4 com a coluna 5
Coluna 7- Na primeira linha é zero, pois no inicio Q-0 e S=0. Na segunda linha da coluna 7 é repetição
da primeira linha da coluna 10. Observar que na coluna 10 temos 0,029m3/s e na segunda linha da
coluna 7 temos 0,029m3/s.
Coluna 8-É a soma da coluna 6 com a coluna 7. Assim na primeira linha teremos 0,030+0,0=0,030.
Na segunda linha teremos:0,089+0,029=0,118.
Coluna 9- Com o valor obtido na coluna 8 de 2S/deltat + Q entramos no grafico da Figua (1) ou
fazemos automaticamente com interpolação linear e obtemos o valor de Q na coluna 9 que é
0,00302m3/s.
Tabela 47.35- Routing propriamente dito com hidrograma do metodo Racional usando Dekalb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo t1 t2 I1 I2 I1+I2 [2S1/delta t - Q1] [2S2/deltat+Q2] Q2 2S2/deltat - Q2
min min m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s
1 0 5 0,000 0,030 0,030 0,000 0,030 0,000302 0,029
2 5 10 0,030 0,059 0,089 0,029 0,118 0,001202 0,116
3 10 15 0,059 0,089 0,148 0,116 0,264 0,002688 0,258
4 15 20 0,089 0,109 0,198 0,258 0,456 0,004175 0,448
5 20 25 0,109 0,115 0,223 0,448 0,671 0,005089 0,661
6 25 30 0,115 0,120 0,235 0,661 0,896 0,005899 0,884
7 30 35 0,120 0,126 0,246 0,884 1,130 0,006659 1,116
8 35 40 0,126 0,139 0,264 1,116 1,381 0,007349 1,366
9 40 45 0,139 0,153 0,292 1,366 1,658 0,008060 1,642
10 45 50 0,153 0,168 0,322 1,642 1,963 0,008780 1,946
11 50 55 0,168 0,183 0,351 1,946 2,297 0,009501 2,278
12 55 60 0,183 0,196 0,378 2,278 2,656 0,010221 2,636
13 60 65 0,196 0,209 0,404 2,636 3,040 0,014179 3,012
14 65 70 0,209 0,222 0,430 3,012 3,442 0,040311 3,361
15 70 75 0,222 0,300 0,522 3,361 3,883 0,053275 3,776
16 75 80 0,300 0,422 0,723 3,776 4,499 0,067009 4,365
17 80 85 0,422 0,545 0,967 4,365 5,332 0,081704 5,169
18 85 90 0,545 0,667 1,212 5,169 6,380 0,096950 6,186
19 90 95 0,667 0,565 1,232 6,186 7,419 0,109938 7,199
20 95 100 0,565 0,463 1,028 7,199 8,227 0,119074 7,989
21 100 105 0,463 0,361 0,824 7,989 8,813 0,125276 8,563
22 105 110 0,361 0,287 0,648 8,563 9,211 0,151407 8,908
23 110 115 0,287 0,253 0,540 8,908 9,448 0,191541 9,065
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Com o routing vamos verificar se os orificios e o vertedor estão certos e caso haja problemas
podemos muda-los. Conferimos também no routing se o volume calculado por nós de detenção de
894m3 está adequado ou não.
O que vai conferir se o volume está correto ou não é o routing, pois não existe nenhum método
que realmente possa substituir o routing.
Verificação
Devemos fazer uma verificação para Tr=100anos devido ao vertedor.
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0,5m
(freeboard)
0,5m Vertedor
1,47m x
0,50m
1,60
Enchente
894m3 M
h=1,60m M81 D=200mm
Plinio Tomaz
Engenheiro civil
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site: www.pliniotomaz@uol.com.br
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Capítulo 67
Exemplo de aplicação do critério unificado
Pelo início da era cristã, Marcos Vetrúvio Pollio escreveu sobre o regime de chuva e água no escorrimento,
sugerindo a teoria da infiltração como o fundamento do acúmulo de água subterrânea.
Água subterrânea e poços tubulares. Johnson, 1969
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
67-2
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67.1 Exemplo
Este exemplo foi adaptado dos estudos do Estado de New York, 2001 e do Estado da Geórgia, 2000.
Área residencial: A= 26,04ha
Área impermeável = AI= 18,4%
Número da curva CN= 72 (pré-desenvolvimento)
Número da curva CN= 78 (pós-desenvolvimento)
tc= tempo de concentração (horas ou minuto).
Para o uso do método do Soil Conservation Service (SCS), usamos dados da Região Metropolitana de
São Paulo (RMSP). Os cálculos foram feitos para duas situações básicas: pré-desenvolvimento e pós-
desenvolvimento. Foi usada precipitação de duração de 24h. Obtivemos a vazão de pico, o volume do runoff e
a chuva excedente.
Tabela 67.2 – Vazões de pico em função do período de retorno para pré-desenvolvimento usando o
método do SCS para CN= 72 e tc= 0,46h
Período de Precipitação
retorno para chuva de Vazão de pico Volume do Chuva
Tr 24h runoff excedente
(anos) (mm) (m3/s) (m3) (cm)
1,5 54,58 0,38 2.359 0,91
2 64,10 0,62 3.570 1,37
5 87,70 1,45 7.195 2,77
10 103,30 1,61 7.646 3,83
25 123,00 2,96 13.710 5,28
50 137,60 3,64 16.658 6,41
100 152,10 4,33 19.692 7,58
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Tabela 67.3 – Vazões de pico em função do período de retorno para pós-desenvolvimento, usando o
método do SCS para CN= 78 e tc= 0,35h
Tabela 67.4 - Vazões de pico em função do período de retorno para pré-desenvolvimento usando o
Método Santa Bárbara para CN= 72 e tc= 0,46h (27,6min)
Período de Precipitação Vazão de pico Volume do Runoff
retorno Tr para chuva de (m3/s) runoff (mm)
(anos) 24h (m3)
(mm)
1,5 54,58 0,26 2.326 9
2 64,10 0,44 3.572 14
5 87,70 1,01 7.194 28
10 103,30 1,45 9.965 38
25 123,00 2,05 113.713 53
50 137,60 2,52 16.663 64
100 152,10 2,99 19.727 76
Tabela 67.5 - Vazões de pico em função do período de retorno para pós-desenvolvimento usando o
Método Santa Bárbara para CN= 78 e tc= 0,35h (21min)
Período de Precipitação para Vazão de pico Volume do Runoff
retorno Tr chuva de 24h runoff
(anos) (mm) (m3/s) (m3) (mm)
1,5 54,58 0,94 5.688 22
2 64,10 1,26 7.402 28
5 87,70 2,15 12.083 46
10 103,30 2,78 15.413 59
25 123,00 3,60 19.798 76
50 137,60 4,22 23.146 89
100 152,10 4,85 26.532 102
Utilizamos os métodos SCS e Santa Bárbara para estes cálculos por serem muitos usados nos Estados
Unidos.
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0,6
0,5
Razão entrada e saida
0,4
T=12h
0,3
T=24h
0,2
0,1
0
0,2 1,2 2,2 3,2
Pico de descarga unitário (
m3/s/cm/km2)
Figura 67.1: Razão da entrada/saída com fornecimento do pico de descarga unitário e dos tempos de
detenção de 12h e 24h (mais comum).
Usando o Método TR-55, que está no Capítulo 16 deste livro, e entrando com Ia/P= 0,26 para Tipo II
achamos:
Co= 2,46532
C1=-0,62257
C2= -0,11652
tc= 0,35h
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Vamos usar o recurso do TR-55 elaborado pelo Departamento de Meio Ambiente de Maryland – Maryland
Departament Environment (MDE) em 1987 por Harrington. É o que denomina a técnica do “short-cut”.
Para 24h de detenção do reservatório CPv, entramos com 2,29m3/s /cm / km2 na Figura (16.1) do Capítulo
16, TR-55 e achamos a relação α= Qantes/Qdepois =0,03 para detenção T= 24h.
CPv = 2.450m3
O volume para o controle da erosão para a área de 26,04h deverá ser de 2.450m3 com tempo de
detenção de 24h.
67.4 Determinação do volume do reservatório para enchente para Tr= 2anos (Qp2v)
Consultando as Tabelas (2.2) e Tabela (67.3) referente ao pré e pós-desenvolvimento.
Qp2pre= 0,62m3/s
Qp2pós= 1,31m3/s
Volume do reservatório/Volume do runoff= 0,682 – 1,43 x 0,47 + 1,64 x 0,47 2 – 0,804 x 0,47 3
Para corrigir o volume a ser achado pelo método short-cut do TR-55, temos que aumentar o volume em
15% quando a estrutura incorpora usos múltiplos, como é o caso em questão, onde temos controle da
qualidade, erosão e enchentes.
Volume do reservatório= volume runoff x 0,29= 5.386m3 x 0,29 x 1,15= 1.796m3
Portanto, o volume do reservatório para enchente Tr= 1,5anos.
Qp2 v = 1.796m3
67-6
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Procedendo da mesma forma achamos os volumes dos reservatórios para os diversos períodos de
retorno de 5anos, 10anos, 25anos, 50anos e 100anos, conforme Tabela (67.6).
67.7 Cálculo do volume do reservatório temporário (EDv) ou detenção estendida (Extended Detention ED)
O dimensionamento do EDv é de 50% do volume de WQv e então teremos:
Portanto, para a qualidade de água temos dois reservatórios, um com nível permanente e com volume de
430m3 e outro com volume temporário de 430m3, chamado EDv.
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EDv com 430m3. Nota: não aplicamos o critério de Hazen para a área “As” superficial da bacia alagada para a
facilidade de se mostrar o exemplo.
O reservatório deverá também ter espaço para o controle de erosão para o volume CPv= 2.450m3. Para o
volume de controle de erosão de 2.450m3 poderá ser descontado o volume de 430m3 do reservatório
temporário EDv, e teremos: CPv – EDv= 2.450m3 – 430m3= 2.020m3.
Para o controle de enchente admitimos Tr= 25anos e deverá haver um reservatório com 4.375m3, já
calculado pelo TR-55. Este reservatório de controle de enchente com 4.375m3 está incluso o volume do
reservatório temporário EDv de 430m3 e mais o volume do CPv de 2.450m3.
Necessitaremos de 4375m3 – 2.020m3-430m3= 1.925m3.
Para a chuva extrema de Tr= 100anos, o volume necessário é Qp100v= 5.512m3, e o volume do Qp25v=
4.375m3.
Teremos que acrescer a diferença: 5.512m3 – 4.375m3= 1.137m3.
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8000
7000
6000
Volume (m3)
5000
4000
3000
2000
1000
0
700 701 702 703 704 705
Cota (m)
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67.10 Calcular o diâmetro do orifício para EDv para descarregar 430m3 em 24h
A vazão média para descarregar o reservatório temporário ED que tem volume de 430m3 em 24horas,
conforme Tabela (67.10):
430m3/ (86.400 segundos)= 0,0053 m3/s= 5,3 litros/segundo
A cota inferior será 700,90m, onde está o nível do reservatório fixo.
Sendo a cota superior de 701,40m a inferior de 700,90m teremos a média de:
(701,40m –700,90) /2 = 0,5/2= 0,25m
A equação do orifício é:
Cd= 0,62
h=0,25m
g=9,81m/s2
Q= Cd A . (2gh) 0,5 = 0,62 x A x (2 x 9,81 x 0,25) 0,5= 0,0053m3/s
1,37 A= 0,0053m3/s
Portanto, achando o valor de A.
A= 0,0053m3/s / 1,37= 0,004m2
Área= π x D2/4 = 3,14 /4x D2= 0,004m2
Portanto D= 0,07m
Como o diâmetro de 75mm é o mínimo que se pode usar, vamos escolher um diâmetro de 100mm,
prevendo um registro (válvula) para regular a vazão caso seja necessário.
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7
Vazão efluente (m3/s)
6
5
4
3
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30
(2S/delta t + Q)
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512
591
675 0,000 0,000 0,000
762 0,100 0,007 0,007
854 0,200 0,012 0,012
949 0,300 0,015 0,015
1048 0,400 0,018 0,018
1152 0,500 0,020 0,000 0,000 0,020
1260 0,600 0,022 0,100 0,008 0,030
1372 0,700 0,024 0,200 0,018 0,042
1488 0,800 0,026 0,300 0,024 0,050
67-14
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5770 3,200 0,053 2,700 0,081 0,700 4,668 0,450 4,173 4,250 3,330 3,950 3,478 0,100 0,124 3,588
6019 3,300 0,054 2,800 0,083 0,800 5,703 0,550 4,613 4,350 3,375 4,050 3,522 0,200 0,350 3,861
6273 3,400 0,055 2,900 0,084 0,900 6,805 0,650 5,015 4,450 3,420 4,150 3,565 0,300 0,642 4,201
6534 3,500 0,056 3,000 0,086 1,000 7,970 0,750 5,387 4,550 3,464 4,250 3,608 0,400 0,989 4,594
6801 3,600 0,057 3,100 0,087 1,100 9,195 0,850 5,735 4,650 3,508 4,350 3,650 0,500 1,382 5,034
7075 3,700 0,057 3,200 0,088 4,750 3,551 4,450 3,692 0,600 1,817 5,514
7355 3,800 0,058 3,300 0,090 4,850 3,593 4,550 3,733 0,700 2,290 6,031
7642 3,900 0,059 3,400 0,091 4,950 3,635 4,650 3,774 0,800 2,798 6,583
Q= kw L (2g)0,5 h 3/2
h= 0,5m
2,91m3/s= 0,40 x L (2 x 9,81)0,5 x 0,7 (3/2)
2,91m3/s= 1,036L
L= 2,81m
Adotando para a largura do vertedor 3 x 0,94m e altura de 0,70m.
O fundo do vertedor está na cota 703,40m e cota superior é 703,90m
A equação do vertedor
Q= kw L (2g)0,5 h 3/2
Q= 0,40 x 3 x 0,94 x (2 x 9,81)0,5 x h (3/2)
Q= 5,00 x h (3/2)
Sendo h a contar da crista do vertedor que é a cota 702,90m.
A vazão máxima que corre pelo vertedor quando h= 0,70m é:
Q= 5,00 x h (3/2)
Q= 5,00 x 0,70 (3/2) = 2,93 m3/s
Vamos dimensionar a tubulação que sai da tomada de água e que fica em baixo da barragem.
O nível da tubulação está a 0,45m abaixo da cota 700,00m, ou seja, 699,55m. A cota de topo é 704,70m,
ou seja, 0,10m mais alto que 704,60m e então teremos um desnível de 704,70 - 699,50= 5,20m.
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Uma outra verificação que temos é checar a condição de orifício para carga acima do vertedor retangular
do Qp25. Usa-se o valor de h menos a metade da altura do bueiro, ou seja, h= 0,5/2.
A Equação do orifício é:
Q= Cd . A . (2gh)0,5
Cd=0,62
A= 0,94m x 3 x 0,70 = 1,97m2
Q=0,62 x 1,97 (2 x 0,98) 0,5 x h 0,5
Q= 5,41 x h 0,5
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Na saída se o tubo está submerso Ko= 0,5 se não está Ko= 1,0.
KL= Kt + Ke + Kf + Kb + Ko
KL= 0,97 + 1,63 + 0,7 + 0,0 + 0,5= 3,8
Q= A[2.g (ys + S. L – ye)/KL] 0,5
Q= 0,64 [2. 9,81 (5,2 + 0,0071. 21 – 1,00)/3,8] 0,5= 3,03m3/s
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5
Vazão (m3/s)
4
3 Vazão afluente
2 Vazão efluente
1
0
0 500 1000 1500
Tempo em minutos
Figura 67.4 - Histograma das vazões afluente e efluente.
Q= =7,2 x h 3/2
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Calcular a vazão de pico ocasionada pela brecha na barragem que tem altura de 4,9m e volume de
7.935m3.
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Figura 67.5 - Tomada d’água. Observar drenagem, saída da descarga, orifícios e vertedor para Qp25anos ou Qp10anos.
Fonte: Estado da Geórgia, 2001
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Qp= Qu x A x Q
A=26,04ha = 0,2604km2
Q= 0,33cm
Qp= Qu . A x Q. Fp= 1,82m3/s/cm/km2 x 0,2604km2 x 0,33cm= 0,16m3/s
Verificações:
Velocidade ao longo da caixa de pré-tratamento=V= espaço / tempo
Portanto tempo= espaço / velocidade
Q= S x V
V= Q/S= 0,16 / (3,2 X 3)=0,017m/s <0,25m/s OK
9,6m
3,2m
3,00m
O vertedor tem 3,25m de largura por altura de água de 0,50m e como temos uma borda livre de 0,50m
teremos uma altura total de 0,50m + 0,50m= 1,00m.
Considerando a equação do vertedor:
Q= kw x L x H x(2gH) 0,5
Q= kw x L x 4,43x H 1,5
Kw=0,50
67-22
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L= 3,25m
H= 1,00m
Qs= 0,50 x 3,25 x 4,43 x 1,00 1,5 = 7,20 m3/s
O volume aproximado para a vazão de 7,2om3/s e considerando a base de 63min teremos no vertedor na
ocorrência da cheia denominada de “catastrófica”.
O volume na cota 740,90m é 7935m3 e o volume na cota 703,90m, soleira do vertedor é de 5292m3.
Sendo a diferença Vr= 7935-5292= 2643m3
Ve= Vr + Vs
Q= CIA / 360
Q= vazão de pico (m3/s)= 8,6m3/s
C= coeficiente de escoamento superficial= 0,22
I= intensidade de chuva (mm/h)
A= área da bacia em hectare= 26,04ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc=duração da chuva (min).
1747,9 . Tr0,181
540 =------------------------
(21 + 15)0,89
Tr= 65.000anos
Conclui-se que para a barragem em análise, o risco associado à vazão catastrófica é muito baixo.
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Considerando que 70% das precipitações ocorrem de outubro a março (seis meses) e que cerca de
30% da precipitação resulta em escoamento superficial direto, temos:
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Capítulo 79
Orifício e vertedor e curva cota-volume
“Nunca podemos alcançar a verdade, só podemos conjecturar”
Karl Popper
79-1
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
79.1 Introdução
79.2 Orificio
79.3 Entrada nos orificios
79.4 Captação com orificios
79.5 Orificio de pequenas dimensões
79.6 Orificio retangular de grandes dimensões
79.7 Orificio circuloar de grandes dimensões
79.8 Considerando a velocidade de chegada em um canal de um orificio de grandes
dimensões
79.9 Considerando a velocidade de chegada em um canal de um orificio de pequenas
dimensões
79.10 Vertedor de soleira normal par vazão Q
79.11 Vertedor retangular
79.12 Vertedor retangular de soleira espessa adotada pelo DAEE São Paulo
79.13 Vertedor triangular
79.14 Vertedor circular em parede vertical
79.15 Vertedor de parede espessa
79.16 Extravasor de barragens: perfil Creager
79.17 Perfil Creager
79.18 Formulação matemática da curva cota-volume do reservatório
79.19 Análise de incerteza do orificio
79.20 Vetedor proporcional
79.21 Bibliografia e livros consultados
79-2
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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79.1 Introdução
As estruturas de controle estão classificadas em dois tipos básicos:
orifício e
vertedor.
79.2 Orifício
Um orifício no sentido hidráulico é uma abertura de forma regular praticada na parede
ou no fundo de um recipiente, através da qual sai o líquido contido nesse recipiente,
mantendo-se o contorno completamente submerso, isto é, abaixo da superfície livre
(Lencastre, 1983). Um orifício pode possuir qualquer forma, tal como, circular, retangular,
quadrado, etc.
Na classe do orifício, segundo (Akan,1993) estão inclusos os tubos e galerias curtas,
de maneira que a saída não está submersa.
A descarga de um orifício de qualquer seção pode ser determinada usando:
Sendo:
Q= vazão de descarga (m3/s);
A0 = área da seção transversal do orifício (m2 );
g= aceleração da gravidade g=9,81 m/s 2 ;
h= altura da água sobre a geratriz superior da galeria ou da tubulação (m);
Cd= coeficiente de descarga do orifício (adimensional). Geralmente adotado Cd=0,62
A Equação (79.1) só é válida quando h/D > 1,2. Entretanto na prática conforme
(Akan,1993) mesmo para pequenas alturas de h é usada a Equação (79.1).
79-3
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A0 = D 2/ 4 (Equação 79.2)
Orifício retangular
Para uma galeria retangular, sendo b a largura e D a altura a área é:
A0 = b . D (Equação 79.3)
79-4
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Figura 79.4- Tipos de entrada das galerias- quadrado (r=0), redondo e chanfrado
Fonte: (Akan 1993).
79-5
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Exemplo 79.3- orifício de seção circular com chanfro de entrada de raio de 6cm
Considerando um orifício com diâmetro de 1,00m, paredes verticais e com e que o raio
r=0,06m. Calcular Q=?
Usando a Tabela (79.1) com r/D = 0,06/1,00 = 0,060 e supondo h=4,00m e h/D=
4,00/0,60 =6,66. Portanto temos K0= 0,70.
Existe uma espécie de torre de captação com orifícios conforme se pode ver na Figura
(79.1). Conforme Georgia, 2001 em estudos baseados de McEnroe, 1988 podemos obter a
vazão da torre com orificios usando a seguinte equação:
79-6
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Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
g=9,891m/s2= aceleração da gravidade
Ap= área da seção transversal de todos os orificios (m2)
Hs= distância de metade do diametro (S/2) do orificioi mais baixo para a metade do orficio
mais alto. É a distância entre o orificio mais baixo e o mais alto, descontado o diâmetro.
H= altura do nível de água até a média dos orificios (m)
79-7
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Q= Cd x M x S (2gH)0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 1,00, pois como o orificio é grande não há praticamente contração.
M= fornecido pela Tabela (27.2)
S= área do orificio (m2)
H= altura da superficie da água até o centro da tubulação (m)
79-8
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= coeficiente de descarga
L= largura do orificio (m)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
H1=altura da água acima da base inferior do orifício (m)
H2= altura da água acima da base superior do orifício (m)
Vo= velocidade da água no canal (m/s)
79-9
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Sendo:
Q= vazão (m3/s)
S= area da seção do orificio (m 2)
g=aceleração da gravidade= 9,81m/s2
h= altura da superficie até o centro do orificio (m)
Vo= velocidade da água no canal.
O vertedor de soleira normal deve ser dimensionada pela Equação (79.4) conforme
(Akan,1993).
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Para usar a Tabela (79.3) tem que ser obedecida a relação P/hD >1 , sendo P a altura
do vertedor e hD a altura da crista de projeto do vertedor em relação ao topo do mesmo. Assim
um vertedor com P=4,5m e hD =1,50m a relação P/h D = 4,5/1,5 = 3 >1.
Exemplo 79.4
Calcular a vazão no vertedor retangular com largura L=2,00m, altura de 1,60m e altura
do fundo de 4,65m.
h/hD= 1,60/1,60 =1,00 e entrando na Tabela (79.3) achamos kw =0,49. Usando
Equação(79.4) temos:
g=9,81 m/s2
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Qd é a vazão de projeto do vertedor. Para alturas menores que h D teremos diferentes valores
de kw conforme a Tabela (79.3).
L=2,0
hD=1,50m
P= 4,5m
D=0,80m
Figura 79.10- Esquema de vertedor tipo orifício no fundo e acima vertedor retangular.
Para o orifício usamos a Equação (79.1) com duas variáveis, uma a altura h e outra o
valor do coeficiente de descarga Cd que varia em função da relação h/D e também da relação
r/D dependendo do raio do chanfro na entrada do mesmo.
Q= Cd A0 (2 g h) 0,5
Como D=0,80m a área A0 será:
79-12
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Q= kw L (2 g)0,5 h 3/2
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7
6
Altura d'água (m)
5
4
3
2
1
0
0 5 10 15
Vazão de descarga (m3/s)
Q= Cw x L x h 1,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
L= comprimento da crista do vertedor retangular (m)
h= altura do nível de água do vertedor retangular a partir da crista do vertedor (m)
Cw= coeficiente de descarga do vertedor retangular sem contração para unidades SI.
H= altura da crista do vertedor em relação ao fundo (m).
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Exemplo 79.1
Calcular a vazão de um vertedor retangular com altura H= 0,90m desde o fundo até a crista e
altura do nível de água, a contar da crista do vertedor h= 0,18m.
Primeiramente calculamos: H/h = 0,90/0,18= 5
Entrando na Tabela (79.5) com H/h= 5 e h= 0,18m, estimamos o valor Cw= 1,82
Q= Cw x L x h 1,5
Q= 1,82 x 2,0 x 0,18 1,5= 0,28m3/s
79.12 Vertedor retangular de soleira espessa adotada pelo DAEE São Paulo
O Departamento de Aguas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo adota para
pequenas barragens que o vertedor de parede espessa seja dimensionada pela equação:
Q= 1,55 x L x H 1,5
Sendo:
L= largura do vertedor retangular (m)
H= altura do vertedor a partir da soleira do vertedor (m)
Q= vazão máxima (m3/s)
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Exemplo 79.9- Calcular a vazão que passa pelo vertedor com perfil Creager sendo a largura
de 2,00m e altura da água de 1,50m (carga).
Perfil Creager
Uma maneira prática de se achar o perfil Creager de um vertedor é usar os valores da
Tabela (79.7) conforme Azevedo Netto et al, 1998.
Tabela 79.7- Valores de x e de y para vertedor Creager com altura de 1,00m. Para altura
maiores multiplicar as coordenadas pelo novo valor de H.
Valores de x para H=1,00m Valores de y para H=1,00m
0 0,126
0,1 0,036
0,2 0,007
0,3 0,000
0,4 0,007
0,6 0,060
0,8 0,142
1,0 0,257
1,2 0,397
1,4 0,565
1,7 0,870
2,0 1,220
2,5 1,960
3,0 2,820
3,5 3,820
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Eixo X
Eixo Y
Figura 79.13- Perfil Creager com os eixos X e Y conforme Azeveto Netto et al,1998.
5,25 5,73
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0
0 1 2 3 4 5 6
Figura 79.14- Perfil Creager com os eixos X e Y conforme Azeveto Netto et al,1998
considerando a carga de H=1,50m. O valor de y foi calculado usando (5,73-y)
Sendo:
Qs= vazão que passa pelo vertedor de largura L, altura da crista s e altura y desde o piso até o
nivel de água.
s= altura da crista do vertedor lateral (m)
y= altura do nivel de água no vertedor lateral desde o piso (m)
CM= coeficiente de Marchi
CM possui valores diferentes para regime de escoamento subcritico criticoi;
Para regime supercritico, isto é, F≥1 temos:
CM= 0,36-0,008.F 1
F1= número de Froude
Para F1 <1 temos:
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Figura 79.15- Corte do vertedor lateral. Observar a altura da crista “s” e a altura “y” e o comprimentoi L.
Fonte: Subramanya, 2009
S= b h c (Equação 79.9)
Sendo:
S= volume do reservatório
h= lâmina d’água sobre a saída
b, c = parâmetros constantes que dependem da forma do reservatório
( Σlog S) ( Σlog h)
Σ( log S ) ( log h) - -----------------------
N
c = -------------------------------------------------------------- (Equação 79.10 )
( Σlog h )2
Σ( log h) 2 - --------------------------
N
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[Σlog S - c (Σlog h ) ] / N
b = 10 (Equação 79.11)
Exemplo 79.10
Seja um reservatório natural com 87.990m3 . A curva cota-volume foi obtida de 0,10m
em 0,10m com N=30. Fazendo-se a planilha da análise de regressão por (Akan,1993) p. 128
obtemos a Tabela (79.7).
S= b h c
S= 29331,58 h 0,999561
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S= b h c
sendo:
c=2,78
b=1761,94
S = 1761,94 . h 2,78
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Q= K0 A0 2 g h
2Q =k2 + (1/2)2. h2
2Q =k2 + (1/4). h2
Exemplo 79.12
2Q =0,202 + + (1/4). 0,052
2Q = 0,040625
Q =0,2016 ou seja a incerteza da vazão Q calculada é de 20,16%
Exemplo 79.13
Sendo:
Q= vazão em (cfs)
Dimensões a, b, H e x mostradas na Figura (79.11)
79-23
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Manejo de águas pluviais 1
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
Capítulo 80
80-1
Manejo de águas pluviais 2
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
SUMÁRIO
Ordem Assunto
80.1 Introdução
80.2 Determinação da borda livre de um lago conforme Stevenson
80.3 Fórmula de Molitor
80.4 Determinação da altura da onda conforme Narfet
80.5 Comprimento da onda conforme Eckart, 1952
80.6 Tensão trativa em rios
80.7 Bibliografia e livros consultados
8 páginas
80-2
Manejo de águas pluviais 3
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
80.1 Introdução
Em lagos é muito importante a determinação da borda livre, pois a ação do vento faz criar
ondas na superfície da água que atinge até uma determinada altura. A Figura (80.1) mostra
esquematicamente o comprimento, altura e o período da onda.
Conforme Asce, 1996 as ondas na água podem ter diversas origens: vento, força gravitacional
devido a Lua, atividade sismica ou movimento de agua dentro de um vaso ou deslocamento de um
navio. Existem teorias para as ondas do mar, mas para ondas em lagos e rios o processo é estatistico.
Em rios e lagos é importrante a velocidade do vento e o fetch.
80-3
Manejo de águas pluviais 4
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
Fórmula de Gaillard
v= 1,5 + 2 x ho
Sendo:
v= velocidade das ondas (m/s). Nota: não é a mesma coisa que velocidade do vento V
ho= altura das ondas (m).
Exemplo 80.1
Calcular a folga para uma barragem que tem um fetch de F=25km
http://www.carisia.com.br/barragensG-Aula3-projetodebarragens.pdf
Acessado em 31 de outubro de 2007
F>18km ho=0,34 x F 0,5
ho=0,34 x 25 0,5= 1,70m
v= 1,5 + 2 x ho
v= velocidade das ondas (m/s)
v= 1,5 + 2 x 1,70= 4,90m/s
Folga= 0,75 x ho + v2/ 2g = 0,75 x 1,70 + 4,92/(2 x 9,81)= 2,50m
Exemplo 80.2
Calcular a borda livre de uma represa do Cabuçu em Guarulhos com fetch= 1,5km, velocidade do
vento de 120km/h.
ho= 0,028 x ( V x F) 0,5 + 0,76 – 0,26 x ( F) (1/4)
ho= 0,028 x (120 x 0,5) 0,5 + 0,76 – 0,26 x ( 1,5) (1/4)
ho= 0,38+0,76-0,29= 1,27m (altura da onda)
h=1,40 x ho= 1,4 x 1,27= 1,78m (borda livre)
80-4
Manejo de águas pluviais 5
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
Exemplo 80.3
Dada a velocidade do vento de 120km/h (33,33m/s) e fetch de 500m calcular a altura da onda ho e o
período da onda Tp.
ho= 0,0015 x g -0,5 x F 0,5 x [V cos(Φ)]
80-5
Manejo de águas pluviais 6
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
ho= 0,0015 x 9,81-0,5 x 500 0,5 x [33,33 cos(0)]= 0,36m (altura da onda)
Tp= 2,6 x 9,81 0,72 x 500 -0,28 x [33,33 cos(0)] -0.44= 0,5s (período)
Exemplo 80.4
Dado um lago com profundidade d=1,20m, período Tp= 2,46s
L= (g x Tp2/ (2 xPI)) x {tanh [( 4 PI2 x d)/ (Tp2 x g)]} 0,5
L= (9,81 x 2,462/ (2 xPI)) x {tanh [( 4 PI2 x 1,20)/ (2,462 x 9,81)]} 0,5 = 7,69m
Portanto, o comprimento da onda L=7,69m.
80-6
Manejo de águas pluviais 7
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
80-7
Manejo de águas pluviais 8
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos
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Capítulo 81
Torre de captação de água e descarregador de
fundo de seção circular
81-1
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SUMÁRIO
Ordem Assunto
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81.1 Introdução
Uma maneira usual na construção de pequenos barramentos é construir uma
tubulação de concreto que servirá de descarregador de fundo. Servirá para conduzir a
vazão base da bacia e servirá posteriormente para o esvaziamento da barragem com torre
de concreto e instalação de stop logs de madeira que facilitam as operações.
Neste capitulo trataremos somente de descarregador de fundo de seção circular e
para cálculos mais elaborados sugerimos consultar o capitulo de Bueiros elaborado por nós
e baseado no FHWA.
A Figura (81.1) mostra o perfil de um barramento com o descarregador de fundo e a
torre de captação de água que terá acesso desde o topo da barragem até o topo da torre
de captação de água.
Trata-se do dimensionamento de bueiro, cujo diâmetro mínimo conforme DAEE é de
0,80m para efeito de manutenção e inspeção.
81-3
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Na Figura (81.3) notamos que o vertedor de emergência fica num dos lados da
barragem e no caso está no lado direito e o descarregador de fundo e a torre de captação
de água fica mais ou menos no meio da barragem.
81-4
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Figura 81.4 – Torre de captação de água em estrutura de concreto com seção retangular na barragem para as
varias entradas
Fonte: Geórgia; New York
Figura 81.5 - Exemplo de torre de captação de água em concreto com seção circular observando-se os
dispositivos para evitar o entupimento.
Fonte: Hall, 2001
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Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Hw= carga na entrada (m)
Hc=yc+ V2/2g
V=Q/(yc x B)
yc= altura crítica (m)
S= declividade da tubulação (m/m)
A= área da seção transversal da tubulação ou da seção retangular (m2)
D= altura da seção retangular ou diâmetro da tubulação (m)
K, M= coeficientes obtidos consultando a Tabela (81.1)
Seção retangular
Com muros de ala alargado de 30 a 75 0,0260 1,000 0,0347 0,810
Com muros de ala alargado de 90 e 15 0,0610 0,750 0,0400 0,800
Com muros de alas de 0 0,0610 0,750 0,0423 0,820
81-8
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Fonte: Grizzard et al. in Urban Stormawater Management, cap. 26.13, Federal Highway Administration (FHWA, 1985)
Nota: para o valor (Q/ A D 0,5) existe uma faixa intermediaria não definida entre 1,93 e 2,21 e
dentro desta faixa o bueiro poderá estar submerso ou não submerso e será resolvido por
tentativa, supondo um caso e outro. Akan,2006 sugere uma interpolação.
Altura crítica
A altura crítica da água no canal que chega a água para a escada hidráulica é dada pela
equação:
dc= [Q 2/ (g B2)](1/3)
dc= [q 2/ (g)](1/3)
Sendo:
dc= altura crítica do canal no início da escada hidráulica (m)
Q= vazão total (m3/s)
B= largura da escada hidráulica (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81m/s2
Exercício 81.1
Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir uma vazão de
7,1m3/s.
Primeiramente calculamos
= Q2 / g = 7,12 / 9,81 = 5,14
81-9
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Sendo:
Q= capacidade da tubulação (m3/s);
A= área da seção transversal da tubulação (m2);
D= diâmetro da tubulação (m);
g= aceleração da gravidade (9,81m/s2);
h= diferença de nível da lâmina de água e do centro da tubulação de
descarga ou da altura de água a jusante, ou seja, o tailwater (m). Usualmente
usa-se D/2.
L= comprimento da tubulação (m);
Km= coeficiente de perda de carga localizada, usualmente Km= 1.
n= coeficiente de rugosidade de Manning. Usualmente n= 0,015
Kp= perda localizada da tubulação= 125 x n2 / D (4/3)
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Figura 81.7- Esquema das diversas captações da Torre de captação de água: volume
temporario, enchentes e stop log para esvaziamento.
Exemplo 81.2 – Considerando a carga até o nível máximo ocupado por Tr=100anos
Considerando o orificio com diâmetro de 0,30 e altura 2,78m da superficie para Tr=100anos e
considerando que o vertedor para Tr=25anos c om 1,45m de largura por 1,42m de altura e distante
média de 1,44 da superficie, teremos vazão do orificio de 0,34m3/s do orificio retangular de 6,8m3/s
totalizando 7,1m3/s.
Para o cálculo do tubo de descarga, que vai da tomada de água e passa por baixo da barragem.
Supondo:
Km= 1
n= 0,013 concreto armado
Cota do nível de água máximo maximorum= 703,75m
Cota do fundo da torre= 700,25m
Cota do lançamento da tubulação= 700,00m
Diâmetro do tubo= 1,50m (diametro minimo de 0,80m conforme DAEE)
h= (703,75- (700 + D/2)= (703,75- 700,75)= 3,00m
Declividade S=0,005m/m
h= 3,00m (diferença entre o nível da entrada e a média do diâmetro médio da tubulação no
lançamento).
Comprimento da tubulação= 50m
Vamos ver se o controle está na saída ou na entrada.
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Controle na entrada
Sendo usualmente os tubos em concreto e entrada em ângulo reto usamos os coeficientes da
Tabela (81.1).
Primeiramente calcuamos Q/A.D 0,5.
A= PI x D2/4= 1,767m2
Q/A.D 0,5 = 7,1/(1,767x1,5 0,5)= 3,2
Como (Q/ A D 0,5) ≥ 2,21 trata-se de bueiro submerso.
2,5 0,5
Q= 0,43 x D x [( Hw/D – Y +0,7.S )/c]
Hw= cota do nível de água – cota do fundo da torre= 703,75m –700,25= 3,50m
Hw/D = 3,50 / 1,50 = 2,33
Y=0,67 da Tabela (81.2)
c=0,0398
2,5 0,5
Q= 0,43 x D x [( Hw/D – Y +0,7S )/c]
2,5 0,5
Q= 0,43 x 1,5 x [( 2,33 – 0,67 +0,7x0,005 )/0,0398]
Q= 7,67m3/s
Portanto, a vazão no controle da entrada para bueiro submerso é 7,67m3/s
Controle na saída
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5
Sendo:
Q= capacidade da tubulação (m3/s);
A= área da seção transversal da tubulação (m2);
D= diâmetro da tubulação (m);
g= aceleração da gravidade (9,81m/s2);
h= diferença de nível da lâmina de água e do centro da tubulação de descarga ou da altura de
água a jusante, ou seja o tailwater (m). Usa-se D/2.
L= comprimento da tubulação (m);
Km= coeficiente de perda de carga localizada, usualmente Km= 1.
n= coeficiente de rugosidade de Manning. Usualmente n= 0,013
Kp= perda localizada da tubulação= 125 x n2 / D (4/3)
D= 1,50m L=50m
A= D /4= 1,767m2
2
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5 =1,767 [(2 x 9,81 x 3,00) / (1+ 1 + 0,0123 x 50) ]0,5
Q= 8,38m3/s
Conclusão:
Como o controle na entrada é 7,67m3/s é menor que a vazão de controle na saída de 8,38m3/s da
seção, será o de menor vazão, isto é, o controle será na entrada.
Portanto, como 7,67m3/s >7,1m3/s o controle é na entrada e a tubulação com diâmetro de 1,50m
está bem dimensionada.
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Tabela 81.2- Usando dados do Exemplo (81.2), mas usando diametro D=0,80m
Tubo de concreto
Entrada de dados
Vazão (m3/s)= 7,10
Diametro (m)= 0,80
Declividadade S (m/m)= 0,005
Rugosidade de Manning n= 0,013
Comprimento da tubulação de descarga (m)= 50,00
Cota do nivel de água (m)= 703,75
Cota do fundo da torre (m)= 700,25
Cota da geratriz inferior da saida da tubulação de descarga (m)= 700,00
Controle na entrada
Bueiro submerso
Area A (m2)= 0,502656
Q/A.D^0,5= 15,79
Verificação se o bueiro está submerso= Bueiro Submerso
Hw= 3,50
Hw/D= 4,38
c= 0,03980
Y= 0,67
Vazão calculada para bueiro submerso (m3/s)= 2,38
Controle na saida
Km= 1
Kp=125n^2/D^(4/3)= 0,0284
h (m)= 3,350
Vazao de controle na saida (m3/s)= 2,20
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Exemplo 81.4 – Considerando a carga até o nível máximo ocupado por Tr=25anos
Considerando o orificio com diâmetro de 0,30 e altura 2,78m da superficie para Tr=25anos e
considerando que o vertedor para Tr=25anos com 1,45m de largura por 1,42m de altura e distante
média de 1,44 da superficie, teremos vazão do orificio de 0,34m3/s do orificio retangular de 6,8m3/s
totalizando 3,74m3/s.
Para o cálculo do tubo de descarga, que vai da tomada de água e passa por baixo da barragem.
Supondo:
Km= 1
n= 0,013 concreto armado
Cota do nível de água máximo maximorum= 703,50m
Cota do fundo da torre= 700,25m
Cota do lançamento da tubulação= 700,00m
Diâmetro do tubo= 1,50m (diametro minimo de 0,80m conforme DAEE)
h= (703,50- (700 + D/2)= (703,75- 700,75)= 2,75m
Declividade S=0,005m/m
h= 2,750m (diferença entre o nível da entrada e a média do diâmetro médio da tubulação no
lançamento).
Comprimento da tubulação= 50m
Vamos ver se o controle está na saída ou na entrada.
Controle na entrada
Sendo usualmente os tubos em concreto e entrada em ângulo reto usamos os coeficientes da
Tabela (81.1).
Primeiramente calcuamos Q/A.D 0,5.
A= PI x D2/4= 1,767m2
Q/A.D 0,5 = 3,74/(1,767x1,5 0,5)= 1,73
(Q/ A D 0,5) 1,93
(1/M) 0,5 (1/M) 0,5
Q= (Hw/D – yc +0,7x S) x ( A. D )/ (1,811 x K ) Como (Q/ A D ) ≥ 2,21 trata-se
de bueiro submerso.
Hw= cota do nível de água – cota do fundo da torre= 703,50m –700,25= 3,25m
Hw/D = 3,25 / 1,50 = 2,17
(1/M) 0,5 (1/M)
Q= (Hw/D – yc/D +0,7x S) x ( A. D )/ (1,811 x K )
Altura crítica yc
= Q2 / g =3,74 2/9,81= 1,43
sendo Q a vazão (m3/s) e g=9,81 m/s2.
.
Seção circular
yc = (1,01 / D 0,26) . 0,25
sendo D o diâmetro da tubulação.
yc = (1,01 / 1,5 0,26) . 1,430,25
yc=0,99m
Hw= 703,50- 700,25= 3,25m
S= 0,005m/m
K=0,0098
M=2
(1/M) 0,5 (1/M)
Q= (Hw/D – yc/D +0,7x S) x ( A. D )/ (1,811 x K )
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Controle na saída
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5
Sendo:
Q= capacidade da tubulação (m3/s);
A= área da seção transversal da tubulação (m2);
D= diâmetro da tubulação (m);
g= aceleração da gravidade (9,81m/s2);
h= diferença de nível da lâmina de água e do centro da tubulação de descarga ou da altura de
água a jusante, ou seja o tailwater (m). Usa-se D/2.
L= comprimento da tubulação (m);
Km= coeficiente de perda de carga localizada, usualmente Km= 1.
n= coeficiente de rugosidade de Manning. Usualmente n= 0,013
Kp= perda localizada da tubulação= 125 x n2 / D (4/3)
D= 1,50m L=50m
A= D /4= 1,767m2
2
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5 =1,767 [(2 x 9,81 x 2,75) / (1+ 1 + 0,0123 x 50) ]0,5
Q= 8,03m3/s
Conclusão:
Como o controle na entrada é 13,10m3/s é maior que a vazão de controle na saída de 8,03m3/s
da seção, será o de menor vazão, isto é, o controle será na saida.
Portanto, como 8,03m3/s >3,74m3/s o controle é na saida e a tubulação com diâmetro de 1,50m
está bem dimensionada.
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Controle na entrada
Bueiro submerso
Area A (m2)= 1,76715
Q/A.D 0,5= 3,28
Verificação se o bueiro está submerso= Bueiro Submerso
Hw= 3,98
Hw/D= 2,65
c= 0,03980
Y= 0,67
3
Vazão calculada para bueiro submerso (m /s)= 8,37
Controle na entrada
Bueiro não submerso
Verificação se o bueiro é não submerso=
K= 0,0098
M= 2
Altura crítica de seção circular
Phi= 5,14
yc= (m)= 1,37
Q (completo) m3/s= 13,70
Controle na saida
Km= 1
2 (4/3)
Kp=125n /D = 0,0123
h (m)= 3,480
Vazao de controle na saida (m3/s)= 9,03
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Exemplo 81.6
Dado um barramento com os dados da Tabela (81.4) dimensionar o bueiro.
Controle na entrada
Bueiro submerso
Largura da aduela (m)=B= 2,00
Area A (m2)= 4,00
Q/A.D^0,5= 2,07
Verificação se o bueiro está submerso= Se Q/A.D^0,5 >2,21 bueiro submerso
Hw= 4,30
Hw/D= 2,15
C 0,03170
Y= 0,69
Vazão calculada para bueiro submerso (m3/s)= 16,53
Controle na entrada
Bueiro não submerso
Verificação se o bueiro é não submerso= Se Q/A.D^0,5 <1,93 bueiro não submerso
K= 0,0045
M= 2
Altura critica de seção retangular
yc= (m)= 1,52
Q (Form2) m3/s= 68,28
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Controle na saida 1
Km= 2,26
Dequeivalente (m)= 0,0137
Kp=125n^2/D^(4/3)= 3,450
h (m)= 21,20
Vazao de controle na saida (m3/s)=
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Figura 81.8- Exemplo de Trash rack, isto é, as grades de proteção da entrada da tubulação
81-21
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Estimativa do comprimento b
Exemplo 81.7
Estimar o comprimento da tubulação de descarga sob a represa com altura de 4,23m
Altura H= 4,23m
Projeção b1 a montante
b1= H x 3= 4,23 x 3= 12,69m
Projeção b2 a jusante
b2= Hx 2= 4,23 x 2= 8,46m
81-22
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Exemplo 81.8
Dados: Largura= W= 20m, Comprimento= L=60m, Profundidade= D=3m e Z=3. Achar o volume.
Conforme a Equação (81.1):
2 2 3
V= L.W. D + (L+W) Z.D + 4/3 . Z . D
2 2 3
V= 20 x 60 x 3 + (20+60) x 3 x 3 + 4/3 x 3 x 3
3
V= 6.084m
Exemplo 81.9
D=4,00m L= 123m W=36m
L1= L + 2.Z.D = 123 + 2 x 3 x4= 147m
W1= W + 2.Z.D = 36 + 2 x 3 x 4= 60m
2
Area= L1 x W1= 147 x 60= 8820m
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Figura 81.11- Velocidade no bueiro na entrada (a) e na saida (b) conforme Normann et al.
(1985) p. 663 do Mays, Water Resources Engineering
81-25
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Capitulo 88- Pequenas barragens de terra
Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 88
Pequenas barragens de terra
88-1
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Capitulo 88- Pequenas barragens de terra
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88.1 Introdução
O nosso objetivo é fornecer algumas informações simples sobre pequenas
barragens de terra, não esquecendo que deverá ser consultados especialistas no assunto
quando da construção.
A grande vantagem da barragem de terra é que a mesma não é exigente nem nas
fundações nem nos materiais conforme Costa, 2001. Ela molda-se a quase todas as
fundações e, com modernas técnicas de mecânica dos solos e terraplenagens, aceita
uma enorme variedade de solos.
Existem barragens de terra com mais de 3km de extensão e com mais de 200m
de altura.
Ainda segundo Costa, 2001 a grande vantagem das barragens de terra sobre as
outras, é que podem ser construídas sobre qualquer tipo de fundação.
São relativamente baratas e não exigem pessoal muito especializado.
88-2
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Crista da barragem
Largura do coroamento “c”
Fórmula de Preece c= 1,1 x H 0,5 +1
H=altura máxima da barragem (m)
Coroamento mínimo= 4,00m (DNOCS) Mínimo: 3,00 Portugal
c= H/5 +3m
Taludes
Conforme Matos et al, 2003 in Morano 2006 a altura da barragem depende
do tipo de material;
88-3
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Tomada de água:
Folga
Para evitar o over-topping é aconselhado as seguintes distâncias.
Tabela 88.3- Folga para evitar over-topping conforme o comprimento do Fetch
Fetch Normal Mínima
(km) (m) (m)
<1,5 1,2 0,90
2,0 1,5 1,2
4,0 1,8 1,5
8,0 2,4 1,8
16,0 3,0 2,1
Fonte: Costa, 2001
88-4
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88-6
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Redução da escala
Nas distâncias horizontais temos que dividir por 0,58 para transformar a
barragem anisotropica em isotropica. Nas distancias verticais não há
mudançlas.
(Kv/Kh) 0,5= (0,0000003/0,0000009) 0,5= 0,58
88-8
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Q= K x a x [sen (α)] 2
Q= 0,000001643 x 14,4 x [sen (55,35)] 2
Q= 0,000016m3/s/m= 1,38 m3/dia/m
88-9
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i = H/L
Sendo:
i= gradiente
H= altura da barragem (m)
L= comprimento da barragem (m)
P= profundidade da camada permeável (m)
Q= Kv x P x i
Sendo:
Q= água infiltrada (m3/dia/metro de barragem)
Exemplo 88.3
Mesmo exemplo anterior de Gupta, com L= 159m, nivel de água H=27m
K=0,000003m/s e altura da camada permeável sob a barragem P=12m.
Determinar a infiltração de água sob a barragem em todo o seu comprimento.
Equação de Darci
Q= Kv x P x i
Gradiente hidráulico
i= H/L= 27m/ 159m=0,17
Q= Kv x P x i
Q= 0,000003 x 12 x0,17=0,00000612m3/s /m
Q=0,53m3/dia/m
Como a barragem tem comprimento total de 159m teremos de água por
infiltração sob a barragem de 0,53 x 159= 84m3/dia
Resumo:
Infiltração no talude de jusante= 213m3/dia
Infiltração sob a barragem= 84m3/dia
Total=297 m3/dia
88-10
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Capitulo 88- Pequenas barragens de terra
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88-11
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas
Capítulo 92
Curvas na vertical e horizontal e superelevação em
curvas
92-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas
92.1 Introdução
As justificativas para a adoção de uma borda livre (freeboard) são:
Curvas em canais e rios que produzem uma superelevação,
Ventos,
Ressaltos hidráulicos e
Instabilidade do veio líquido.
92.2 Freeboard
French, 2007 recomenda como estimativa preliminar do freeboard a
seguinte equação:
F= (C.y) 0,5
Sendo:
F= altura do freeboard (m)
y= altura do nível de água (m)
C= coeficiente que varia de 1,5 para 0,57m3/s para 2,5 para 85m3/s. Os
valores de C são obtidos por interpolaç
Exemplo 92.1
Calcular o freeboard para um canal com vazão de 43m3/s e altura y=1,20m.
Fazendo uma interpolação entre C=1,5 a C=2,5 teremos C=2.
F= (C.y) 0,5
F= (2x1,20) 0,5
F= 1,55m
92-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas
Canal retangular
Exemplo 92.3
Calcular a superelevação de um canal retangular com V=1,8m/s largura
B=80m e raio de curvatura de 500m.
E= ( 3.V2 . B)/ (4.g.r)
E= ( 3x 1,82 x 80)/ (4x9,81x500)= 0,04m
Canal trapezoidal
E= V2 (B+2.z.yo)/ 2 (g.r-2.z.V2)
Sendo:
yo= altura do nível de água (m)
z= declividade do talude.
Exemplo 92.4
Calcular a superelevação de um canal trapezoidal com talude 1 (V): 2(H)
(z=2); V=1,8m/s largura B=80m e raio de curvatura de 500m.
E= V2 (B+2.z.yo)/ 2 (g.r-2.z.V2)
E= 1,82 (80+2x2x1,2)/ 2 (9,81x500-2x2x1,82)=0,03m
92-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas
Exemplo 92.5
Calcular a superelevação de um canal, V=1,8m/s largura B=80m e y=1,20m .
Calcular o raio mínimo de curvatura de 500m.
Rmin= 4 V2 B / g.y
Rmin= 4x 1,82 x 80 / (9,81x1,20)= 88,00m
Máxima superelevação
Emax= 0,09. B
Exemplo 92.6
Calcular a máxima superelevação em um canal com 80m de largura.
Emax= 0,09. B
Emax= 0,09 x 80= 7,2m
Exemplo 92.7
Calcular o comprimento mínimo de transição para superelevação de
0,50m.
Lt= 20 E
Lt= 20 x 0,50= 10,00m
θ = 2.θt + θc
Sendo: θt
Sendo:
Rt= 2.Rc
Rc= raio da curva central (m)
F1= número de Froude do escoamento no começo da curva
β1= sen -1 ( 1/F1)
92-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas
Exemplo 92.4
Calcular a superelevação de um canal, V=1,8m/s. largura B=80m e raio de
curvatura de 500m.
E= (V2/ g) [ 20R/3.B -16R3/B3+ (4R2/B2-1)2 ln( (2R+B)/(2R-B))]
E= (1,82/ 9,81) [ 20x500/3x80 -16x5003/803+ (4x5002/802-1)2 ln(
(2x500+80)/(2x500-80))]=0,028m
92-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas
92-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas
92-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 94- Balanço hidrico mensal pelo metodo abacd de Thomas, 1981
Engenheiro Plínio Tomaz 7 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 94
Balanço hídrico mensal pelo Método abcd de
Thomas, 1981
94-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 94- Balanço hidrico mensal pelo metodo abacd de Thomas, 1981
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Capítulo 94- Balanço hídrico mensal pelo Método abcd de Thomas, 1981
94.1 Introdução
O objetivo deste capítulo é usar o Método abcd de Thomas, 1981 para achar a vazão
ecológica que possui nomes como vazão mínima e Q 7,10. No Estado de São Paulo temos
métodos de regionalização hidrográfica elaborado pelo DAEE para achar o Q 7,10, mas em
outros estados do Brasil não temos estas informações.
Os tipos de balanços hídricos conforme Gupta, 2008 são:
Balanço Hídrico de curta duração para reservatórios, lagos, água subterrâneas,etc
Balanço hídrico de longa duração para grandes bacias e rios.
Balanço hídrico em uma bacia devida ao runoff e durante uma determinada
precipitação
Balanço hídrico devido ao runoff em uma bacia com longa duração e maior que a
duração da precipitação.
94-2
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Exemplo 94.1
Calcular para o córrego Água Suja, em Guarulhos, o BFI, sendo dados:
Área da bacia= 3,7 km2
Comprimento do talvegue= 3,6km
Declividade média do talvegue= 7,59%
Densidade hídrica = 2,1 km/km2 (estimado)
80% da área tem declividade > 30%
10% da área tem declividade < 10%
10% da área tem declividade < 0,4% (estimativa)
P=precipitação media anual= 1463mm /ano (Posto Bonsucesso)
94-3
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Capitulo 94- Balanço hidrico mensal pelo metodo abacd de Thomas, 1981
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BFI= Vb / Va = 0,55
Sendo:
94-4
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Ponto de
Capacidade
Murcha
Textura do solo de campo
Permanente AWHC=θCC - θPM
θCC
θPM
(m3/m3, cm3/cm3, mm/mm)
Areia 0,07 a 0,17 0,02 a 0,07 0,05 a 0,11
Areia franca 0,11 a 0,19 0,03 a 0,10 0,06 a 0,12
Franco arenoso 0,18 a 0,28 0,06 a 0,16 0,11 a 0,15
Franco 0,20 a 0,30 0,07 a 0,17 0,13 a 0,18
Franco siltoso 0,22 a 0,36 0,09 a 0,21 0,13 a 0,19
Silte 0,28 a 0,36 0,12 a 0,22 0,16 a 0,20
Franco argiloso
0,30 a 0,37 0,17 a 0,24 0,13 a 0,18
siltoso
Argila siltosa 0,30 a 0,42 0,17 a 0,29 0,13 a 0,19
Argila 0,32 a 0,40 0,12 a 0,20 0,12 a 0,20
Fonte: FAO, 1998
Tabela 94.2- Capacidade de armazenamento de água de acordo com a textura do solo (AWHC).
94-5
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Capitulo 94- Balanço hidrico mensal pelo metodo abacd de Thomas, 1981
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Tabela 94.3- Capacidade de armazenamento de água de acordo com a textura do solo (AWHC).
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Exemplo 94.2
Calcular AWHC= capacidade de armazenamento da água no solo (mm/cm) sendo, dados a
capacidade de campo= 15% do peso do solo e ponto de murcha igual a 5% do peso do
solo. A densidade do ar, Dar= 1,38g/cm3. Solo franco arenoso.
94-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 94- Balanço hidrico mensal pelo metodo abacd de Thomas, 1981
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97.8 Porcentagem de água que pode ser extraída (MAD= Management Allowable
depletion)
É a máxima porcentagem de água que pode ser extraída do solo antes da irrigação
ser aplicada, conforme Tabela (94.5). Depende do tipo de solo e o valor máximo
recomendado é de 50%.
Tabela 94.5- Quantidade de água que pode ser extraída (MAD) de acordo com textura
do solo.
94-8
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Figura 94.2- Valores médios das capacidades máximas de água no solo no Brasil.
Fonte: Rossato, 2002
94-9
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QGi= d. Gi
Exemplo 94.3
São fornecidas as precipitações médias mensais e evapotranspiração
com duração de um ano da cidade de Resende no Rio de Janeiro,
Brasil.
Será adotado:
a= 0,992 conforme Tabela (94.6).
b= soma da capacidade máxima de água no solo + máxima
evapotranspiração.
O tipo de solo é franco arenoso e consultando a Figura (94.3)
escolhemos solo podsólito AQU com areia quartsosas conforme mapa
do Brasil de solos. Para solo franco arenoso conforme Tabela (94.3)
achamos AWHC= 0,13mm/mm.
Conforme o tipo de solo da Tabela (94.4) escolhemos profundidade
das raízes de 1200mm e fazendo os cálculos teremos:
PAW= AWHC x RZ
AWHC= 0,13mm/mm
RZ=1200mm
PAW= 0,13 x 1200= 156mm= So que é a capacidade máxima de
armazenamento no solo. Podemos conferir com a Figura (94.2) que
fornece os valores médios das capacidades máximas de água no solo
no Brasil conforme Rossato, 2002.
94-12
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Runoff direto
DRi= (1-c) (Wi – Yi)
DRi= (1-0,55) (445– 292,90)= 68,93mm
Vazão base
QGi= d. Gi
QGi= 0,26 x 140,93= 21,45mm (vazão base)
94-13
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Mês 1 2 3 4 5 6
Precipitaçao média mensal (mm) = 289,00 219,00 219,00 114,00 42,00 25,00
Evaporaçao média mensal ( mm)= 140,56 116,79 120,01 97,25 85,85 71,34
Direct runoff=Dri = (*1-c) (Wi - Yi)=(mm) 68,93 49,77 55,82 14,10 3,19 1,42
Gi= (Gri + Gi-1)/(d+1)= (mm) 140,93 159,97 180,92 157,22 127,86 102,85
Descarga da agua subterranea= Qgi= dgi= groundwater discharge=(mm) 36,64 41,59 47,04 40,88 33,24 26,74
Vazão média do corrego=Stream flow (mm)= 105,57 91,36 102,86 54,97 36,43 28,16
Vazao media do corrego (L/s)= 9,59 9,27 9,42 5,20 3,34 2,67
podsólito AQU- areias quartsosas conforme mapa do Brasil de solos Tipo de solo=
94-14
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Mês 7 8 9 10 11 12
Precipitaçao média mensal (mm) = 22,00 31,00 60,00 124,00 183,00 263,00 1591 Total =mm/ano
Evaporaçao média mensal ( mm)= 72,26 89,09 97,09 117,03 123,80 136,81 1268 Total=mm/ano
Direct runoff=Dri = (*1-c) (Wi - Yi)=(mm) 0,91 0,77 1,02 4,22 28,04 71,75 300 Total anual mm de runoff
Gi= (Gri + Gi-1)/(d+1)= (mm) 82,51 66,22 53,55 46,58 64,07 120,22
Descarga da agua subterranea= Qgi= 21,45 17,22 13,92 12,11 16,66 31,26 339 Total anual mm de recarga
dgi= groundwater discharge=(mm)
Vazão média do corrego=Stream flow (mm)= 22,36 17,99 14,95 16,33 44,69 103,00 639 Total anual mm no rio
Vazao base (L/s)= 1,97 1,58 1,28 1,15 1,53 2,96 2,65 Media anual L/s
Vazao media do corrego (L/s)= 2,05 1,65 1,37 1,55 4,09 9,75 5,00 Media anual L/s
94-15
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94-16
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Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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7
Capítulo 96
Aqüíferos isotrópico e não isotrópico
96-1
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7
96-2
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7
Cada tubo de corrente (net flow) carrega a mesma vazão.
As hipóteses que consideramos são?
O aqüífero é homogêneo e isotrópico
O aqüífero é saturado
O escoamento é permanente
São conhecidas as condições de contorno
q= (m/n) . K . H
Sendo:
q= vazão em m3/s por metro de barragem
K= condutividade hidráulica (m/s)
H= altura da perda de carga (m)
m= número de canais onde há escoamento
n= número de equipotenciais
Q= q x L
Sendo:
Q= vazão em m3/s na largura da barragem L
L= largura da barragem (m)
q= vazão em m3/s por metro de barragem
Na Figura (96.2) o valor de m=5 e n=17.
96-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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7
Exemplo 96.1
Supor um barramento com condutividade do solo verticai e horizontal
iguais K= 0,0000061 m/s e comprimento de crista de 72m, sendo a altura
da mesma de 12m e tailwater de 1,5m.
H= 12 – 1,5= 10,5m
m=5
n=17
q= (m/n) K . H
q= (5/17) 0,0000061x10,5= 0,0000188m3/s/m
Q= q x L
Q= 0,0000188 x 73=0,00138m3/s= 119m3/dia
96-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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7
96-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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7
Exemplo 96.2
Dada uma barragem com largura L e Kh= 4kv. Supomos H1=13m e H2= 2,5m
α= (Kh/Kv)0,5
α= (4kv/Kv)0,5
α=2
Portanto, ao invés de “L” teremos “L/α” que é “L/2” conforme Figura (96.5).
96-6
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Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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7
Exemplo 96.4
Dada uma barragem com largura L=50m e Kv= 0,0000001m/s e Kh=0,000004
m/s. Supomos H1=13m e H2= 2,5m. Calcular a vazão em m3/dia de água que
se infiltra em baixo da barragem.
A condutividade equivalente Ke= (Kh x Kv) 0,5
Ke= (0,000001 x 0,000004) 0,5
Ke= 0,000002 m/s
α= (Kh/Kv)0,5
α= (0,00004/0,00001)0,5
α=2
Fazendo o desenho das linhas de correntes achamos m=6 e n=14
q= (m/n) K . H
Queda total=H=13m – 2,5m = 10,5m
m=6
n=14
q= (6/14) 0,000002 x10,5= 0,0000098m3/s/m
Q= q x L
L=50m
Q= 0,000009 x 50=0,00045m3/s= 38,88m3/dia
96-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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7
96.6 Bibliografia e livros consultados
-BEDIENT, B. PHILIP et al. Hydrology anf floodplain analysis. 4a ed, 2008,
793 páginas
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic systems, 3a ed. Waveland,2008,
896 páginas.
96-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 97
Routing de bueiro
94-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br
97.1 Introdução
Quando queremos deter enchentes ou executar um reservatório para irrigação ou água potável temos
que fazer um barramento onde haverá retenção de certo volume de água e que proporcionará que seja
retirada água para diversos usos. Neste barramento temos que elaborar descarga de fundo, vertedor de
emergência calculado para um determinado período de retorno.
O que vamos tratar neste capitulo é uma travessia com bueiro onde vamos fazer um armazenamento
da água como se fosse um reservatório, de modo a manter uma determinada vazão máxima no bueiro.
É o que chamaremos de routing de bueiro.
97.2 Routing
Temos que ter a curva cota-volume-area e fazer o routing. Para isto precisamos do hidrograma de
entrada obtido pelo Método do SCS ou Método Santa Barbara, por exemplo.
As dimensões do bueiro são feitas por tentativas, devendo-se atingir um máximo predeterminado e
um nível de água de maneira que não haja um overtopping.
94-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
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94-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
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97.5 Velocidades
Deverá ser calculada a velocidade máxima no bueiro e se ultrapassar determinado valor, deverá ser
feito dissipador de energia na saida do bueiro.
Existem dissipadores dentro do bueiro, porém não vamos utilizá-los.
Um dissipador muito usado é um degrau, tomando-se cuidado com a erosão.
94-4
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
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94-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 98- Sifão
Engenheiro Plínio Tomaz 28 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br
Capítulo 98
Sifão
94-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 98- Sifão
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98.1 Introdução
Desde criança aprendemos como usar o sifão. A retirada de gasolina de um tanque usando um
tubo flexível e fazendo sucção com a boca, provoca o sifonamento e o escoamento do fluido.
Nas bacias sanitárias também temos o sifonamento conforme Figura (98.1) que já era
conhecido pela civilização Minuana localizada na Ilha de Creta em 3000 aC.
94-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 98- Sifão
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Existe ainda a aplicação do sifão normal nos vertedouros de barragens Khatsuria, 2005 e
conforme Figura (98.4) e (98.5).
Figura 98.4 – Vertedores de barragens em sifão conforme prof. dr. Kokei Uehara
94-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 98- Sifão
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O sifão invertido conforme Figura (98.6) é muito usado em rede de águas pluviais e esgoto
sanitário e foi muito usado pelos romanos nos seus aquedutos.
94-4
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Capitulo 98- Sifão
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p/ γ + Z + V2/2g = constante
Primeiro
Vamos aplicar a equação de Bernouilli nos pontos A e F da Figura (98.7).
A linha basica que usaremos será aquela que passa pelo ponto F.
No ponto A, temos a pressão atmosferica e portanto, pA=0 e como a velocidade é
praticamente zero, fazemos VA=0. A altura ZA= 1,8m+1,2=3,00m
No ponto F, temos pF=0 que é a pressão atmosferica local. O valor ZF=0.
Portanto, teremos:
pA/ γ + ZA + VA2/2g = pF/ γ + ZF + VF2/2g
0 + 3,0 + 0 = 0 + 0 + VF2/2g
3,0 = VF2/2g
VF= (3,0 x 2 x 9,81) 0,5= 7,67m/s
Como estamos no final da redução de diametro 0,025m, apliquemos a equação da
continuidade
Q= A x V
D= 0,025m
A= PI x D2/4= 3,1416 x 0,025 2/4=0,000490875m2
Q= A x V= 0,000490875 x 7,67=0,003765 m3/s= 3,765 L/s
94-5
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Segundo
Vamos aplicar a equação de Bernouilli nos pontos A e B da Figura (98.7).
A linha basica que usaremos será aquela que passa pelo ponto F.
0 = pB/ γ + VB2/2g
pB/ γ = - 0,46m
Terceiro
Vamos aplicar a equação de Bernouilli nos pontos A e C da Figura (98.7).
pA/ γ + ZA + VA2/2g = pC/ γ + ZC + VC2/2g
A linha basica que usaremos será aquela que passa pelo ponto F.
No ponto A, temos a pressão atmosferica e portanto, pA=0 e como a velocidade é
praticamente zero, fazemos VA=0. A altura ZA= 1,8m+1,2=3,00m
No ponto C, ZC= 3,00+ 1,2=4,20m
Portanto, teremos:
pA/ γ + ZA + VA2/2g = pC/ γ + ZC + VC2/2g
0 + 3,0 + 0 = pC/ γ + 4,20 + VC2/2g
94-6
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94-7
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Figura 98.8- Valvula de pe com crivo da Tigre nas bitolas de 25mm a 60mm
94-8
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Figura 98.9- Esquema com valvula de pé com crivo dentro do reservatorio e registro na saida
para poder encher toda a tubulação.
Devemos evitar velocidades muito grandes, pois as mesmas levam ar para dentro do sifão e
com isto diminuindo a vazão até parar o escoamento.
‘ Devido a isto se recomenda velocidades baixas.
94-9
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94-10
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Sifão da vortex
Não tem partes girantes e de facil manutenção e é usado em wetlands, fontes
ornamentais, irrigaão, reservatorio de retenção etc confome Figura (98.12) e (13).
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Sendo:
Hf= perda de carga (m)
n= rugosidade de Manning
L= comprimento da tubulação (m)
V= velocidade (m/s)
R= raio hidraulico (m)
g= 9,81m/s2
Devem ser calculadas as perdas de cargas nas curvas, contrações, expensões, entrada e saida.
94-12
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94-13
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94-14
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Capitulo 98- Sifão
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94-17
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Capítulo 110
Dimensionamento de reservatórios em rios
110-1
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
SUMARIO
Ordem Assunto
110.1 Introdução
110.2 Definição de falhas
110.3 Método de Rippl ou método das massas
110.4 Método Residual
110.5 Método da análise seqüencial de pico
110.6 Método da Simulação
110.7 Método de McMahon
110.8 Método Gould Gamma
110.9 Método de Hurst
110.10 Método da simulação para série sintética
110.11 Ajustes a ser feito com evaporação
110.12 Hidroelétrica
110.13 Vazão ecológica
110.14 Sedimentação
110.15 Operação do reservatório
110.16 Lei Federal 12334/2010 sobre segurança de barragens
110.17 Água subterrânea
110.18 Erros no dimensionamento da retirada de água do volume do reservatório
110.19 Bibliografia e livros consultados
110-2
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110.1 Introdução
O objetivo deste texto é mostrar como podemos fazer um dimensionamento preliminar de
um reservatório em um rio no qual queremos retirar água para um determinado fim, como,
abastecimento de água, irrigação, etc conforme Tabela (110.1). Deverá ser retirado um volume
mensal e o reservatório não deverá ficar seco.
Os métodos são todos aproximados e servem somente para um pré-dimensionamento,
devendo a solução final ser decidida pelo projetista, levando-se em conta os custos, evaporação e
outras considerações que julgar necessário.
Vamos usar como livro texto base o livro de McMahon, 1978 denominado Reservoir Capactiy
and Yield e os novos textos atuais do próprio McMahon.
O uso consultivo da água é aquele em que há perdas de água no uso como na irrigação. Em
uma hidroelétrica é um uso não-consultivo.
Conforme Dingman, 2002 uso não-consultivo é a porção da água do rio que fica disponível
para algum uso. A porção da água do rio que é descarregada na superfície ou na água subterrânea é
chamada de escoamento de retorno.
Para Dingman, 2002 o uso consultivo é a porção da água do rio que se evapora, transpira ou
incorporada a um produto ou plantação e conseqüentemente não é disponível para um uso
subseqüente no rio. Pode incluir a porção da água retirada de um rio e gasta na evaporação ou
vazamento em trânsito que é denominado de perdas na condução.
O uso da água em rio pode estar no próprio rio e fora do rio conforme Tabela (110.1).
Tabela 110.1- Classificação dos usos da água e tipo de uso em cada categoria
Uso da água no próprio rio Uso da água fora do rio
(não consultivo) (não consultivo/consultivo)
Hidroelétrica Termoelétrica
Transporte de esgotos e tratamento Irrigação
Peixes e habitat da vida animal Doméstico
Navegação Comercial
Recreação Industrial
Estética Mineração
Fonte: Dingman, 2002
110-3
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Figura 110.2- Esquema das curvas cota área e cota volume de um reservatório Fonte: Akintug
110-4
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Confiabilidade Re
A definição de confiabilidade Re é:
Re = 1- Pe
McMahon, 1978 informa que a definição de falha e de confiabilidade não refletem a realidade
em muitas situações. Por exemplo, um reservatório destinado ao abastecimento de água a uma cidade
nunca é permitido que o mesmo se esvazie, pois estas restrições são aplicadas antecipadamente
110-5
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
diminuindo o fornecimento de água pelo reservatório. Já vimos situação semelhante na nossa cidade
de Guarulhos onde tínhamos um reservatório central de distribuição de 50.000m3 de capacidade.
Quando o mesmo estava quase vazio, as válvulas fechavam a saída e o reservatório nunca ficava
vazio, e os relatórios apontavam que não havia falhas no sistema.
Confiabilidade volumétrica Rv
McMahon, 1978 definiu a confiabilidade volumétrica em certo período pelo quociente do
volume total de água fornecido pela demanda total.
Rv= volume total fornecido anualmente pela água de chuva/ demanda total anual
Ainda conforme McMahon, 1978 a definição apesar de ser boa, pode mascarar os resultados
com foram impostas severas regras no reservatório.
Média X
É a soma dos dados dividido pelo número deles.
Desvio padrão S
É a raiz quadrada da soma dos quadrados das diferenças da media dividido por n-1.
Coeficiente de variação Cv
É o quociente entre o desvio padrão e a média.
Cv= S/ X
110-6
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Distribuição normal
Covariança
110-7
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Volume útil
Conforme Uehara, 2002 o volume útil de um reservatório corresponde ao volume
compreendido entre os néveis de água minimo operacional e máximo operacional conforme Figura
(110.1).
Volume de Espera
Conforme Uehara, 2002 o volume de espera ou volume para controle de cheias, corresponde à
parcela do volume útil do reservatório destinada ao amortecimento de ondas de cheia, visando ao
atendimento as restrições de vazão de jusante conforme Figura (110.2).
110-8
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110-9
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Onde:
S (t) é o volume de água no reservatório no tempo t;
Q (t) é o volume de chuva aproveitável no tempo t;
D (t) é a demanda ou consumo no tempo t;
V é o volume do reservatório, em metros cúbicos;
C é o coeficiente de escoamento superficial.
O método de Rippl supõe que o reservatório no inicio está cheio e que a retirada de água
do reservatório é suposta constante. Quanto maior o tempo que temos de dados para usar o método
de Rippl iremos encontrar volumes maiores dos reservatórios.
O método de Ripp também não leva em conta a evaporação da água, mas pode ser
estimada.
110-10
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110-12
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110-13
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Jan 57 13111
fev 33 13144
Mar 22 13166
Abr 23 13189
Mai 67 13256
Jun 69 13325
Jul 59 13384
Ago 81 13465
Set 126 13591
Out 158 13749
Nov 252 14001
Dez 65 14066
Jan 39 14105
fev 21 14126
Mar 33 14159
Abr 28 14187
Mai 32 14219
Jun 52 14271
Jul 95 14366
Ago 117 14483
Set 174 14657
Out 236 14893
Nov 238 15131
Dez 86 15217
Jan 35 15252
fev 49 15301
Mar 67 15368
Abr 130 15498
Mai 44 15542
Jun 49 15591
Jul 79 15670
Ago 113 15783
Set 164 15947
Out 220 16167
Nov 167 16334
Dez 73 16407
Jan 41 16448
fev 25 16473
Mar 19 16492
Abr 36 16528
Mai 100 16628
Jun 159 16787
Jul 297 17084
Ago 321 17405
Set 250 17655
Out 253 17908
Nov 126 18034
Dez 63 18097
Jan 28 18125
fev 16 18141
Mar 22 18163
110-14
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Abr 49 18212
Mai 120 18332
Jun 534 18866
Jul 312 19178
Ago 207 19385
Set 472 19857
Out 260 20117
Nov 349 20466
Dez 241 20707
Jan 84 20791
fev 48 20839
Mar 28 20867
Abr 26 20893
Mai 44 20937
Jun 58 20995
Jul 158 21153
Ago 253 21406
Set 297 21703
Out 338 22041
Nov 195 22236
Dez 84 22320
Jan 59 22379
fev 65 22444
Mar 28 22472
Abr 30 22502
Mai 46 22548
Jun 64 22612
Jul 68 22680
Ago 149 22829
Set 122 22951
Out 80 23031
Nov 249 23280
Dez 153 23433
Jan 53 23486
fev 56 23542
Mar 53 23595
Abr 31 23626
Mai 48 23674
Jun 120 23794
Jul 180 23974
Ago 638 24612
Set 417 25029
Out 449 25478
Nov 241 25719
Dez 123 25842
Jan 139 25981
fev 64 26045
Mar 88 26133
Abr 481 26614
Mai 414 27028
Jun 548 27576
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110-16
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110-17
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Jan 32 39033
fev 15 39048
Mar 14 39062
Abr 16 39078
Mai 19 39097
Jun 22 39119
Jul 28 39147
Ago 67 39214
Set 152 39366
Out 78 39444
Nov 62 39506
Dez 48 39554
Jan 15 39569
fev 14 39583
Mar 15 39598
Abr 12 39610
Mai 25 39635
Jun 44 39679
Jul 68 39747
Ago 136 39883
Set 212 40095
Out 242 40337
Nov 152 40489
Dez 204 40693
Jan 58 40751
fev 22 40773
Mar 16 40789
Abr 15 40804
Mai 15 40819
Jun 15 40834
Jul 20 40854
Ago 35 40889
Set 52 40941
Out 91 41032
Nov 20 41052
Dez 10 41062
Jan 7 41069
fev 2 41071
Mar 1 41072
Abr 6 41078
Mai 80 41158
Jun 128 41286
Jul 51 41337
Ago 222 41559
Set 155 41714
Out 342 42056
Nov 163 42219
Dez 73 42292
1969 Jan 35 42327
fev 20 42347
Mar 27 42374
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Abr 42 42416
Mai 43 42459
Jun 84 42543
Jul 178 42721
Ago 132 42853
Set 197 43050
Out 115 43165
Nov 75 43240
Dez 62 43302
Figura 110.6- Método de Rippl com curva acumulada e linha de retirada de água
Imprimindo o gráfico da Figura (110.4) e traçando paralelas nos picos achamos a altura
máxima de 1100 x 106 m3 que é volume obtido no Método de Rippl.
Observar que no metodo analitico para o método de Rippl conseguimos obter no máximo
974x 106 m3.
Em conclusão o volume do reservatorio deverá ser de 1100 x 106 m3.
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Figura 110.7- Aplicação do método residual no rio Mitta na Australia conforme McMachon,
1978, observando que conseguimos achar 1110m3 no trecho vertical.
Observemos que na Figura (110.1) a vazão média mensal em m3 é 106,1 e a retirada de água
mendal é 79,6m3 e a diferença é 26,5m3 que foi usado para traçar a reta entre 50 meses
multiplicando 50 vezes 26,5 que é igual 1325. Na vertical onde está o numero 400 achamos
1110m3.
Sendo:
Dt= a demanda mensal (m3) que pode ser constante ou variável.
St= a entrada de água mensal (m3)
Vt= volume necessário do reservatório (m3)
110-28
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Outra dica importante na análise é a condição inicial Vt-1 que é colocada como zero. A
solução é o valor Vt achado. Usando a função do Excel =Maximo (A1:A400) acharemos o valor
máximo.
Mays, 2001 recomenda que o metodo deve ser aplicado duas vezes o tamanho da série de
dados e se deve a possibilidade de que o volume maior de reservação pode acontecer no último
dado que temos.
O valor máximo de Vt é o valor escolhido.
May, 2001 salienta ainda a facilidade que podemos também levar em conta a evaporação na
superficie do lago e de infiltração.
Portanto, resumidamente podemos levar em conta na Análise do método sequencial de
pico:
demanda constante ou variável
evaporação da água da superficie do reservatório
Infiltração e outras perdas que podemos ter no reservatório,
precipitação sobre o superficie do reservatório.
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
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Tabela 110.5- Método da simulação supondo vazio no inicio para volume variando de 1000 a
700 sendo escolhido o volume de 830m3 que equivale a 5,1% de falhas.
Demanda Volume de Volume Nivel do Nível do res.
reserv
constante do reserv, antes depois
(m3) (m3) (m3) 5+7-3>6; 6;
5+7-3
UW CRW SV RSV RSV'
inicio igual
a zero
Coluna Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
1
1 79,6 56,0 830 0 -24
2 79,6 32,0 830 0 -48
3 79,6 32,0 830 0 -48
4 79,6 38,0 830 0 -42
5 79,6 31,0 830 0 -49
6 79,6 113,0 830 0 33
7 79,6 189,0 830 33 143
8 79,6 529,0 830 143 592
9 79,6 217,0 830 592 730
10 79,6 152,0 830 730 802
11 79,6 80,0 830 802 802
12 79,6 84,0 830 802 807
13 79,6 53,0 830 807 780
14 79,6 27,0 830 780 728
15 79,6 26,0 830 728 674
16 79,6 20,0 830 674 614
17 79,6 27,0 830 614 562
18 79,6 28,0 830 562 510
19 79,6 32,0 830 510 463
20 79,6 54,0 830 463 437
21 79,6 171,0 830 437 528
22 79,6 125,0 830 528 574
23 79,6 56,0 830 574 550
24 79,6 31,0 830 550 502
25 79,6 16,0 830 502 438
26 79,6 16,0 830 438 374
27 79,6 15,0 830 374 310
28 79,6 20,0 830 310 250
29 79,6 26,0 830 250 197
30 79,6 44,0 830 197 161
31 79,6 47,0 830 161 128
32 79,6 58,0 830 128 107
33 79,6 91,0 830 107 118
34 79,6 52,0 830 118 91
35 79,6 19,0 830 91 30
110-39
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110-47
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
C= (aCvb) X
Sendo:
C= volume do reservatório (m3)
a= valor obtido em na Tabela (110.3)
b= valor obtido na Tabela (110.3)
Cv= coeficiente de variação = s/X
X= valor médio da retirada mensal de água (m3)
Nota: a interpolação entre os valores de C para diversas probabilidades de falhas é feita através
de logaritmo linear.
110-48
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Ano Jan fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
1936 56 32 32 38 31 113 189 529 217 152 80 84 1553
1937 53 27 26 20 27 28 32 54 171 125 56 31 650
1938 16 16 15 20 26 44 47 58 91 52 19 9 413
1939 6 44 179 130 94 183 179 395 318 363 276 99 2266
1940 43 19 14 33 44 44 42 60 93 58 31 28 509
1941 88 22 46 27 20 32 101 63 100 136 52 23 710
1942 14 12 12 12 112 149 347 215 316 232 149 64 1634
1943 37 20 15 76 51 52 110 139 201 241 113 52 1107
1944 22 12 12 17 64 39 64 43 39 46 26 17 401
1945 14 16 7 14 16 56 42 154 146 101 89 30 685
1946 14 44 69 47 44 91 444 302 164 162 109 58 1548
1947 30 22 35 30 36 80 253 237 276 300 185 94 1578
1948 57 33 22 23 67 69 59 81 126 158 252 65 1012
1949 39 21 33 28 32 52 95 117 174 236 238 86 1151
1950 35 49 67 130 44 49 79 113 164 220 167 73 1190
1951 41 25 19 36 100 159 297 321 250 253 126 63 1690
1952 28 16 22 49 120 534 312 207 472 260 349 241 2610
1953 84 48 28 26 44 58 158 253 297 338 195 84 1613
1954 59 65 28 30 46 64 68 149 122 80 249 153 1113
1955 53 56 53 31 48 120 180 638 417 449 241 123 2409
1956 139 64 88 481 414 548 513 456 402 382 231 116 3834
1957 54 36 38 32 42 65 117 69 69 132 60 43 757
1958 43 22 17 21 89 105 191 471 165 426 154 72 1776
1959 32 26 36 44 23 39 42 96 245 211 96 46 936
1960 23 15 11 20 148 112 217 279 223 218 132 75 1473
1961 37 17 22 33 32 41 78 111 139 95 58 54 717
1962 32 19 12 16 41 139 86 144 127 169 90 53 928
1963 44 28 16 15 49 46 60 141 163 137 105 46 850
1964 17 14 12 22 26 80 451 271 305 421 178 91 1888
1965 32 15 14 16 19 22 28 67 152 78 62 48 553
1966 15 14 15 12 25 44 68 136 212 242 152 204 1139
1967 58 22 16 15 15 15 20 35 52 91 20 10 369
1968 7 2 1 6 80 128 51 222 155 342 163 73 1230
1969 35 20 27 42 43 84 178 132 197 115 75 62 1010
Media= 39,91 26,85 31,15 46,82 62,12 102,47 152,88 198,76 198,82 206,50 134,65 72,65 1273,59
Desv padr 26,38 15,40 32,31 81,65 70,07 118,90 132,21 151,36 103,54 115,76 83,09 49,88 731,33
Cv 0,66 0,57 1,04 1,74 1,13 1,16 0,86 0,76 0,52 0,56 0,62 0,69 0,57
skewness 1,78 1,11 3,26 4,88 4,10 3,17 1,34 1,30 0,89 0,58 0,62 1,73 1,50
110-49
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Para a aplicação das equações empíricas de McMahon, 1978 temos que ter dois dados básicos
de entrada que estão na Tabela (110.6).
O valor achado foi pelo equação empírica de McMahon com falhas de 5% o volume do
reservatório deverá ser de 1090m3 x 106.
110-50
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Figura 110.1- Gráfico capacidade e retirada de água. Linha vertical em logaritmo. Achamos
1090.
Como a correlação serial é 0,06 então temos que multiplicar o valor achado por 1,06 e ficará:
110-51
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Conforme McMahon, 1978 o método foi criado em 1964. É baseado na distribuição normal e
em uma correção pela distribuição Gamma e daí o nome Gould Gamma.
C= X . [ zp2/ (4(1-D)) –d] Cv2
Sendo:
X= 1274 = média anual
D= 0,75= fração anual de água que vai ser retirada do reservatório. É a relação entre a água retirada
anualmente e volume que chega anualmente ao reservatório, sendo D<1
d= valor retirado da Tabela (110.8)= fator de ajuste anual devido a distribuição Gamma conforme
Figura (110.5). Para 5% de falhas d=0,6.
zp= valor tirado da Tabela (110.8) e que é da distribuição normal correspondente a porcentagem “p”
de falhas. Para 5% de falhas zp=1,64
p= probabilidade em percentagem de não excedencia durante o período critico de retirada de água do
reservatório.
C= volume do reservatório (m3)
Figura 110.9- Podemos ver na figura a distribuição normal e a distribuição Gamma, notando
que d é a diferença entre as duas
110-52
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Ano Jan fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
1936 56 32 32 38 31 113 189 529 217 152 80 84 1553
1937 53 27 26 20 27 28 32 54 171 125 56 31 650
1938 16 16 15 20 26 44 47 58 91 52 19 9 413
1939 6 44 179 130 94 183 179 395 318 363 276 99 2266
1940 43 19 14 33 44 44 42 60 93 58 31 28 509
1941 88 22 46 27 20 32 101 63 100 136 52 23 710
1942 14 12 12 12 112 149 347 215 316 232 149 64 1634
1943 37 20 15 76 51 52 110 139 201 241 113 52 1107
1944 22 12 12 17 64 39 64 43 39 46 26 17 401
1945 14 16 7 14 16 56 42 154 146 101 89 30 685
1946 14 44 69 47 44 91 444 302 164 162 109 58 1548
1947 30 22 35 30 36 80 253 237 276 300 185 94 1578
1948 57 33 22 23 67 69 59 81 126 158 252 65 1012
1949 39 21 33 28 32 52 95 117 174 236 238 86 1151
1950 35 49 67 130 44 49 79 113 164 220 167 73 1190
1951 41 25 19 36 100 159 297 321 250 253 126 63 1690
1952 28 16 22 49 120 534 312 207 472 260 349 241 2610
1953 84 48 28 26 44 58 158 253 297 338 195 84 1613
1954 59 65 28 30 46 64 68 149 122 80 249 153 1113
1955 53 56 53 31 48 120 180 638 417 449 241 123 2409
1956 139 64 88 481 414 548 513 456 402 382 231 116 3834
1957 54 36 38 32 42 65 117 69 69 132 60 43 757
1958 43 22 17 21 89 105 191 471 165 426 154 72 1776
1959 32 26 36 44 23 39 42 96 245 211 96 46 936
1960 23 15 11 20 148 112 217 279 223 218 132 75 1473
1961 37 17 22 33 32 41 78 111 139 95 58 54 717
1962 32 19 12 16 41 139 86 144 127 169 90 53 928
1963 44 28 16 15 49 46 60 141 163 137 105 46 850
1964 17 14 12 22 26 80 451 271 305 421 178 91 1888
1965 32 15 14 16 19 22 28 67 152 78 62 48 553
1966 15 14 15 12 25 44 68 136 212 242 152 204 1139
1967 58 22 16 15 15 15 20 35 52 91 20 10 369
1968 7 2 1 6 80 128 51 222 155 342 163 73 1230
1969 35 20 27 42 43 84 178 132 197 115 75 62 1010
Media= 39,91 26,85 31,15 46,82 62,12 102,47 152,88 198,76 198,82 206,50 134,65 72,65 1273,59
Desv padr 26,38 15,40 32,31 81,65 70,07 118,90 132,21 151,36 103,54 115,76 83,09 49,88 731,33
Cv 0,66 0,57 1,04 1,74 1,13 1,16 0,86 0,76 0,52 0,56 0,62 0,69 0,57
skewness 1,78 1,11 3,26 4,88 4,10 3,17 1,34 1,30 0,89 0,58 0,62 1,73 1,50
110-53
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Como a correlação serial é 0,06 então temos que multiplicar o valor achado por 1,06 e ficará:
110-54
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Ano Jan fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
1936 56 32 32 38 31 113 189 529 217 152 80 84 1553
1937 53 27 26 20 27 28 32 54 171 125 56 31 650
1938 16 16 15 20 26 44 47 58 91 52 19 9 413
1939 6 44 179 130 94 183 179 395 318 363 276 99 2266
1940 43 19 14 33 44 44 42 60 93 58 31 28 509
1941 88 22 46 27 20 32 101 63 100 136 52 23 710
1942 14 12 12 12 112 149 347 215 316 232 149 64 1634
1943 37 20 15 76 51 52 110 139 201 241 113 52 1107
1944 22 12 12 17 64 39 64 43 39 46 26 17 401
1945 14 16 7 14 16 56 42 154 146 101 89 30 685
1946 14 44 69 47 44 91 444 302 164 162 109 58 1548
1947 30 22 35 30 36 80 253 237 276 300 185 94 1578
1948 57 33 22 23 67 69 59 81 126 158 252 65 1012
1949 39 21 33 28 32 52 95 117 174 236 238 86 1151
1950 35 49 67 130 44 49 79 113 164 220 167 73 1190
1951 41 25 19 36 100 159 297 321 250 253 126 63 1690
1952 28 16 22 49 120 534 312 207 472 260 349 241 2610
110-55
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Media= 39,91 26,85 31,15 46,82 62,12 102,47 152,88 198,76 198,82 206,50 134,65 72,65 1273,59
Desv padr 26,38 15,40 32,31 81,65 70,07 118,90 132,21 151,36 103,54 115,76 83,09 49,88 731,33
Cv 0,66 0,57 1,04 1,74 1,13 1,16 0,86 0,76 0,52 0,56 0,62 0,69 0,57
skewness 1,78 1,11 3,26 4,88 4,10 3,17 1,34 1,30 0,89 0,58 0,62 1,73 1,50
R/s= (N/2) K
Como não temos exatamente o número de anos N dos dados obtidos de 1939 a 1969 e
portanto N=34anos.
Adotamos K=0,50 o que também é mais usual.
R/s= (N/2) K
R/s= (34/2) 0,50
R/s= 4,12
S=731m3 x 106
R= 4,12 x 731= 3014m3
Vamos achar o valor {(X-B)/s]0,5;
X= volume anual = 1274m3
B= retirada de água média anual (m3)= 956m3 (Ver Tabela (110.10)
{(X-B)/s]0,5 ={(1274-956)/ 731]0,5 =0,6
C/R= 0,94 -0,96 x [(X-B)/s] 0,5
C/R= 0,94 -0,96 x0,66= 0,31
C= 0,31 x R= 0,31 x 3014= 934 x 106 m3
Portanto, o volume de reservação que precisamos para o método de Hurst é de 934x 106m3.
110-56
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Nota: para este método duas hipóteses devem ser feitas, o reservatório está cheio no início da
contagem do tempo “t”, os dados históricos são representativos para as condições futuras.
110-57
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Para aplicação do método da Simulação vamos achar a média de todos os métodos cálculadoss
conforme Tabela (110.11).
Adotado 1107
Portanto, vamos supor que o reservatório tenha 1107 x 106m3 de capacidade e apliquemos o
Método da Simulação que está na Tabela (110.12).
110-58
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110.10 Hidroelétrica
A hidroelétrica através de uma turbina produz energia elétrica que é medida normalmente em
kilowats-horas (kWh).
O projeto deve prever a energia elétrica média anual em kWh, a energia firme que pode ser
retirada no período de seca. A energia firme é denominada de energia primária e o excesso de energia
é denominado de energia secundária conforme McMahon, 1993.
A energia elétrica é feita através da equação:
P= 9,81Q.H .e
Sendo:
P= energia elétrica (kW)
Q= vazão de descarga (m3/s)
H= altura de carga (m)
e= eficiência global que varia de 80% a 85%
Segundo McMahon, 1993 há dois métodos para determinar a energia potencial de uma
hidroelétrica. Um é o método da duração do fluxo e outro é o routing sequencial do rio.
Não iremos detalhar nenhum destes métodos e o nosso objetivo é mostrar a importância do
reservatório.
110-59
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Métodos Hidráulicos
-Método do perímetro molhado
-Método das regressões múltiplas
Métodos Holísticos
- Método de construção de blocos (BBM)
Outros métodos
- Vazão de pulso e de enchentes
Método Q7,10
Q 7,10 significa vazão de 7 dias consecutivas em 10 anos. A representação também pode ser
7Q10 muito usada nos Estados Unidos.
Também em meados dos ano 70 apareceu nos Estados Unidos o método Q7,10 que foi
exigido em projetos para evitar o problema de poluição dos rios. No estado da Pennsylvania foi
exigido para áreas maiores que 1,3km2 e a vazão mínima usada foi de 1 L/s x Km2 que era a vazão
necessária na bacia para o fluxo natural da água. Se a vazão fosse menor que Q7,10 haveria degradação
do curso de água.
O método Q7,10 não possui nenhuma base ecológica.
110-60
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110-61
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Exemplo 15.1
Este exemplo do dr. Mauro Naghettini in Heller, 2006.
Calcular a vazão Q7,10 de um rio cujas média anuais (41 anos) das vazões Q7 do ano 1938 a 1978
usando a distribuição de Weibull de 2 parâmetros usada para modelar eventos mínimos.
110-62
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Q7,10= 18,40
110-63
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Tabela 15.4- Ordem crescente das vazões e valores 41+1/ m sendo m variando de 1 a 41
Valores de m Ordem crescente (n+1)/m=
(m3/s) 42/m
1 13,6 42,0
2 15,0 21,0
3 18,5 14,0
4 18,8 10,5
5 19,7 8,4
6 19,8 7,0
7 19,8 6,0
8 20,7 5,3
9 20,7 4,7
10 21,8 4,2
11 23,7 3,8
12 24,7 3,5
13 25,5 3,2
14 26,0 3,0
15 26,5 2,8
16 26,7 2,6
17 27,1 2,5
18 27,1 2,3
19 27,1 2,2
20 27,1 2,1
21 27,3 2,0
22 27,5 1,9
23 29,7 1,8
24 29,7 1,8
25 29,9 1,7
26 30,0 1,6
27 30,5 1,6
28 30,5 1,5
29 31,1 1,4
30 33,3 1,4
31 33,4 1,4
32 34,1 1,3
33 34,3 1,3
34 35,4 1,2
35 36,4 1,2
36 37,2 1,2
37 37,5 1,1
38 37,9 1,1
39 39,0 1,1
40 46,1 1,1
41 46,7 1,0
110-64
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
50,0
45,0
Vazão Q7 (m3/s) 40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0
Periodo de retorno (anos)
110-65
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Tabela 15.5- Baixas vazões no rio Batchawana nos meses de agosto de 1992 a setembro de 2001.
110-66
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Na Figura (15.10) podemos ver que quando a vazão base é alta temos a linha “a” e quando a
vazão base é baixa temos a linha “b” que geralmente são rios de baixa vazão.
Facilmente podemos tirar o valor P=95%.
Alguns paises usam Q90, relação Q90/ Q50 para indicar a contribuição da água de recarga
subterrânea, mas não é adotado por todos.
110-67
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Exemplo 15.5 Dadas as vazões médias mensais do rio Descoberto conforme Tabela (15.6) achar
o Q95%.
CAESB/DP/PHI/PHIP/PHIPH
ESTAÇÃO: DESCOBERTO CH. 89 CÓDIGO: 60435000 ALTITUDE: 1034,89 m LATITUDE: 15º 42' 30"
ANO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO
1978 2,190 1,800 1,510 1,330 1,580
1979 7,220 6,470 4,440 3,540 2,660 2,390 2,300 1,830 1,620 1,370
1980 5,520 8,360 4,090 4,130 3,030 2,520 2,190 1,830 1,790 1,520
1981 4,230 2,970 4,330 4,190 3,010 2,620 2,300 1,770 1,530 2,930
1982 6,190 4,500 4,990 4,040 3,090 2,440 1,890 1,980 1,100 1,460
1983 5,910 8,250 5,760 4,400 2,940 2,450 2,160 1,760 1,540 2,080
1984 3,000 2,970 2,990 3,310 2,170 1,700 1,280 0,967 0,968 1,110
1985 4,410 3,300 3,060 3,110 2,100 1,590 1,330 1,040 0,852 1,310
1986 4,140 3,230 2,610 2,080 1,730 1,260 0,989 0,868 0,655 0,816
1987 2,490 1,710 3,040 2,090 1,580 1,090 0,835 0,670 0,675 0,811
1988 1,960 2,350 4,000 2,800 1,880 1,580 1,300 1,090 0,881 1,320
1989 2,620 2,460 2,530 2,070 1,750 1,440 1,160 1,060 1,040 1,530
1990 4,400 3,770 3,050 2,550 2,220 1,680 1,670 1,250 1,390 1,300
1991 2,540 2,950 4,120 3,520 2,310 1,930 1,570 1,280 1,160 1,140
1992 3,190 5,380 3,230 3,880 2,490 2,200 1,810 1,480 1,410 1,710
1993 2,870 3,460 2,820 3,310 2,520 1,890 1,430 1,340 1,050 1,070
1994 5,300 4,440 7,740 4,800 3,400 2,760 2,220 1,750 1,320 1,380
1995 3,140 2,920 3,570 3,590 2,860 2,040 1,240 0,832 0,650 0,666
1996 1,820 1,410 1,860 1,670 1,230 0,894 0,671 0,566 0,505 0,720
1997 3,670 1,980 3,350 3,340 2,260 1,720 1,180 0,806 0,812 0,679
1998 1,820 1,580 2,010 1,290 0,937 0,730 0,523 0,337 0,187 0,298
1999 1,780 1,440 3,040 1,810 1,480 1,170 0,897 0,535 0,347 0,722
2000 4,170 3,620 3,880 2,730 1,810 1,340 1,070 0,752 1,070 0,767
2001 3,120 2,620 3,470 2,260 1,550 1,120 0,826 0,632 0,589 0,799
2002 4,220 4,320 2,880 2,280 1,630 1,280 1,040 0,774 0,802 0,577
2003 2,760 2,790 2,920 2,930 1,780 1,260 0,839 0,563 0,460 0,391
2004 4,300 7,190 5,260 5,250 2,760 2,090 1,670 1,260 0,807 0,919
2005 3,780 4,290 5,480 3,370 2,500 1,910 1,520 1,160 0,837 0,622
2006 2,200 2,560 3,030 3,640
M. Histórica 3,670 3,689 3,698 3,142 2,210 1,760 1,418 1,132 0,978 1,128
110-68
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
110-69
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
36 10,78 4,33
37 11,08 4,33
38 11,38 4,23
39 11,68 4,23
40 11,98 4,19
41 12,28 4,19
42 12,57 4,17
43 12,87 4,14
44 13,17 4,13
45 13,47 4,13
46 13,77 4,12
47 14,07 4,09
48 14,37 4,09
49 14,67 4,04
50 14,97 4,04
51 15,27 4
52 15,57 3,88
53 15,87 3,88
54 16,17 3,77
55 16,47 3,75
56 16,77 3,75
57 17,07 3,73
58 17,37 3,73
59 17,66 3,67
60 17,96 3,62
61 18,26 3,6
62 18,56 3,59
63 18,86 3,57
64 19,16 3,55
65 19,46 3,54
66 19,76 3,54
67 20,06 3,52
68 20,36 3,52
69 20,66 3,47
70 20,96 3,46
71 21,26 3,4
72 21,56 3,35
73 21,86 3,35
74 22,16 3,34
110-70
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
75 22,46 3,31
76 22,75 3,31
77 23,05 3,3
78 23,35 3,25
79 23,65 3,25
80 23,95 3,23
81 24,25 3,23
82 24,55 3,19
83 24,85 3,14
84 25,15 3,12
85 25,45 3,11
86 25,75 3,1
87 26,05 3,09
88 26,35 3,09
89 26,65 3,06
90 26,95 3,05
91 27,25 3,04
92 27,54 3,04
93 27,84 3,03
94 28,14 3,03
95 28,44 3,01
96 28,74 3,01
97 29,04 3
98 29,34 2,99
99 29,64 2,97
100 29,94 2,97
101 30,24 2,97
102 30,54 2,95
103 30,84 2,94
104 31,14 2,94
105 31,44 2,93
106 31,74 2,93
107 32,04 2,92
108 32,34 2,9
109 32,63 2,89
110 32,93 2,87
111 33,23 2,86
112 33,53 2,82
113 33,83 2,8
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
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10
Vazões (m3/s)
1
0 20 40 60 80 100
0
Probabilidade (%)
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
A vazão Q95% é 0,68m3/s o que significa que em 95% do tempo a vazão é maior ou igual a
0,68m3/s.
Uma estimativa de Q7,10 é usando conforme pesquisas feitas em Ontário está entre 98,85% de
probabilidade e 99,85%. Obtemos então os valores 0,3247m3/s a 0,187m3/s.
A vazão Q90/Q50= 0,868m3/s/2,13m3/s=0,40 que pode ou não significar que 40% da vazão
provem das águas subterrâneas.
No Estado de Virginia, USA o Q50 é usado como vazão base e o valor Q90/Q50 com índice de
variação da vazão base.
110.12 Sedimentação
Não se esquecer de estudar a sedimentação no reservatório pelo método de Brune ou de
Churchill.
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Figura 110.13- Reservatório seco que indica que estamos num período de seca
Fonte: Dingman, 2002
Dingman, 2002 cita a definição de Lohman, 1979 de que a retirada segura de água
subterrânea é aquela que pode ser retirada sem produzir efeitos indesejáveis.
Os impactos da extração da água subterrânea pode ter os seguintes efeitos indesejáveis:
Os níveis e extensão dos lagos e Wetlands podem ser reduzidos causando perdas de habitat
Redução do fluxo de agua nas águas de superficies que restringirá o uso das mesmas
Extensas áreas onde as plantas se utilizam da água da franja capilar podem ser reduzidas e
causa perdas de habitat.
A água subterrânea que vai para os oceanos pode ser reduzida como efeitos nas wetlands
marinhas e nos habitat.
A intrusão salina pode ser aumentada causa problema nos poços tubulares profundos para
abastecimento
O abaixamento do lençol freático pode causar subsidência do solo;
Os custos de bombeamento são proporcionais a profundidade da água subterrânea.
Poderá haver ações na justiça quando cair o nível do lençol freático de um vizinho.
Devido a todos estes problemas, Dingman, 2002 afirma que não há nenhuma solução geral
que atenda todos os problemas para a retirada segura de água subterrânea. Sugere juntamente
com Lahman,1979 que seja seguida a equação abaixo:
Σ Qw= volume de água que será retirada da água subterrânea.
∆S= decréscimo de armazenamento da água subterrânea
∆Rw= recarga na superfície
∆RI =recarga por infiltração
∆CR= capilaridade da água induzida pelas plantas
∆ Qgw= água subterrânea perdida na superfície
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Sendo:
D= retirada de água em porcentagem da media anual de escoamento do rio.
D´= retirada de água com α% de chance e p% de probabilidade
t α,n-1 =t de Student for α% e n-1 graus de liberdade
Cv= coeficiente de variação
n= numero de anos de dados
k2= volume do reservatorio/ desvio padrão
E= (1/n 0,5) [0,15 – c(2k2 +b)/ (k2 + b)2]
F= -cK22/n(k2 + b)3
Os valores de a e b são tirados daTabela (110.1)
Tabela 110.1- Valores de “a” e “b” para diferentes probabilidades dde falhas e
coeficiente de skewness
Probabilidade
Parâmetro de falha (p) Coeficiente de Skewness
(%) 0 1 2 3
0,5 1,5 2,8 4,0 5,5
b 2 1,0 2,1 3,1 4,0
5 0,5 1,7 2,5 3,0
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
Exemplo 110.1
Para o rio Mitta na Australia em que consideramos a retirada de água de 75% com 5%
de probabilidade de falhas. Analisar o erro de retirada de água.
D=0,75
n= 34 anos de dados
t α,n-1 =t de Student for α% e n-1 graus de liberdade
α=0,10
n-1= 34-1=33
t 0,10, 33 =t de Student= 1,31
Nota: o primeiro texto sobre t de Student foim em 1908 em Dublin por Willian Sealy Gosset que escreveu o
pseudônimo de Student.
Cv=0,57
b=2,1 para skewness=1,5 e p=5%
c= 2,05 para skewness=1,5 e p=5%
K2= 1,65
F= -cK22/n(k2 + b)3
F= -2,05x1,652/34(1,65 + 2,1)3
F= -0,003
D´= D – t α,n-1 . Cv [ 1/n + 0,5(E2+F2)]1/2
D´= 0,75 –1,31. 0,57 [ 1/34 + 0,5(-0,112+-0,0032)]1/2
D´= 0,61
Isto significa que com a probabilidade de falha de 5% há 90% de chance de
que a retirada de água seja maior ou igual 0,61, ou seja, 61%.
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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios
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