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Curso de Manejo de águas pluviais

Capitulo 8- Falhas em pequenas barragens


Engenheiro Plínio Tomaz 10 de fevereiro de 2010 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 8
Falhas em pequenas barragens
“O acesso à água e ao saneamento reduz, em média, 55% da mortalidade infantil”
TUCCI, (2001)

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Capitulo 8- Falhas em pequenas barragens
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SUMÁRIO
Assunto
Ordem

Capítulo 8 - Falhas em pequenas barragens


8.1 Introdução
8.2 Tempo de formação da brecha
8.3 Tempo de formação da brecha para maciço de barragem resistente e erodível
8.4 Largura média da brecha
8.5 Vazão de pico devido a brecha na barragem (Qp)
8.7 Tamanho e classificação dos perigos de uma barragem
8.8 Probable Maximum Flood (PMF)
8.9 Aplicação do método de Muskingum-Cunge em falhas de barragem
8.10 Bibliografia e livros consultados
22 páginas

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Capitulo 8- Falhas em pequenas barragens
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Capítulo 8 - Falhas em pequenas barragens

8.1 Introdução
A barragem é uma barreira artificial com o objetivo de armazenamento, desvio de água, controle de
cheias, geração de energia, navegação, lazer, etc. A barragem de Sadl el-Kafara, localizada no Egito com
18,6m de altura e construída de terra e pedra é a mais antiga do mundo datando de 2850 aC. Depois dela
temos em 700aC as barragens construídas pelo rei assírio Senaqueribe.
Conforme Portaria 717/1996 do DAEE, Barramento é todo maciço cujo eixo principal esteja num plano
que intercepta um curso d´água e respectivos terrenos marginais, alterando suas condições de escoamento
natural, formando reservatório de água a montante, o qual tem finalidade única ou múltipla.
Os barramentos mais comuns são em terra, concreto e gabião.

Figura 8.1- Tipos de barramentos: concreto, gabião e terra


Fonte: DAEE, 2005.
Risco
Risco é a possibilidade de ocorrências indesejáveis e causadoras de danos para a saúde, para os
sistemas econômicos e para o meio ambiente. Os riscos em obras tecnológicas são chamadas de falhas.

Perigo
Perigo é ameaça em si não mensurável e não totalmente evidente.

Falha
A falha em uma barragem é o escoamento espontâneo da água resultando de uma operação imprópria
ou da ruptura ou colapso de uma estrutura. A falha em uma barragem causa a jusante inundações rápidas,
danos as vidas e propriedades, forçando as pessoas a evacuarem dos locais onde moram.
As zonas de inundações são estimadas de duas maneiras básicas: a primeira é quando há uma brecha
na barragem num dia de sol ou uma operação irregular causando uma inundação a jusante e a segunda é
num dia de chuva muito forte onde há o colapso da estrutura da barragem.
Os efeitos secundários das inundações provocadas por falhas nas barragens são os danos no
abastecimento de água, na entrega de suprimentos, nos danos nos edifícios, enfim são mecanismos que
atrapalham toda a vida na cidade.
As causas principais das falhas estão na Tabela (8.1). Nas Figuras (8.2) e (8.3) está a brecha numa
barragem de terra onde se nota aproximadamente a forma trapezoidal.
Na Tabela (8.1) estão as porcentagens de falhas nas barragens, mostrando que a maioria é
overtopping, isto é, quando a água ultrapassa o topo da barragem.

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As falhas de overtopping atingem de 0,15m sobre a barragem até 0,61m, conforme BUREAU DE
RECLAMATION, 1998. No que se refere a perda de vidas (fatalidades) é 19 vezes maior quando não há aviso
à população a jusante da barragem e sujeita a risco.
Os vazamentos no maciço das barragens devido a vários motivos são 33% das falhas, isto é, a
segunda causa de falha nas barragens.

Tabela 8.1 - Porcentagem das falhas nas barragens


Localização das falhas nas barragens Porcentagem da falhas nas barragens
Overtopping 38%
Vazamento no maciço e nas tubulações 33%
Defeitos nas fundações 23%
Outros 6%
Total 100%
Fonte: ESTADO DE MARYLAND, (2001)

Conforme ww.ib.usp.br, 2009 o Comitê Brasileiro das Grandes Barragens (CBGB) vinculado ao The
International Comissiono on Large Dam considera uma grande barragem quando:
1. Tem mais de 15m de altura entre o ponto mais baixo da fundação até a crista.
2. Com altura entre 10m e 15m, mas que possua uma ou mais das seguintes características:

a) mínimo de 500m de comprimento de crista


3
b) mínimo de 100.000 m de água acumulada
3
c) acima de 2000m /s de vazão
d) barragem com projeto não convencional

Conforme Straskaraba e Tundisi, 1999 a categoria do tamanho dos reservatórios é dado pela Tabela
(8.1).

Tabela 8.1- Categoria do tamanho de reservatórios segundo Straskraba e Tundisi


Categoria Volume Área
3 2
(m ) (km )
6 8
Reservatório pequeno 10 a 10 1 a 100
8 10
Reservatório médio 10 a 10 100 a 10.000
10 11
Reservatório grande 10 a 10 10.000 a 1.000.000

Para o presente trabalho consideramos pequenas barragens aquelas com alturas h ≤ 6,00m e volume
Vr ≤ 1.000.000m (na prática para áreas em torno de 100ha os volume não serão maiores que 200.000m ).
3 3

O DAEE- Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo adota período de retorno
de 100anos para barramentos com alturas iguais ou menores que 5m e comprimento da crista iguais ou
menores que 200m e borda livre f ≥ 0,50m.

h≤5m e L ≤ 200m

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Figura 8.2 - Falha na barragem de Loveton em 1989. Observar o tamanho do homem.


Fonte: ESTADO DE MARYLAND, (2001)

Figura 8.3 - Falha na barragem de Loveton em 1989. Observar a forma trapezoidal


Fonte: ESTADO DE MARYLAND, (2001)

Para detenção de volumes de água para enchentes em áreas urbanas, geralmente os volumes
armazenados são pequenos, bem como as alturas das barragens, levando-se em conta as barragens para
produção de energia elétrica, abastecimento de água, irrigação e outras.
Não devemos esquecer que as previsões de brechas nas barragens, vazões, etc., apresentam grandes
incertezas e são consideradas uma aproximação.
O período de retorno para estas pequenas barragens deve ser Tr= 100anos para o dimensionamento
do vertedor.
A Figura (8.4) mostra o esquema trapezoidal de uma falha em uma barragem observando-se que varia
a altura, largura e a inclinação.

Figura 8.4 - Perfil típico de uma brecha em maciço de terra

As variáveis usadas em pequenas barragens são:

h= altura máxima da barragem (m)


W= comprimento da barragem (m)
b= largura da base do trapézio da brecha (m)
B= largura média da brecha (m)
3
V= volume de água armazenado na barragem (m )

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W b= largura do topo da brecha (m)


D= profundidade máxima da brecha (m)
Z= talude da brecha Z (H) : 1 (V)
2
A= área da superfície do reservatório formado pela barragem (m )
L= comprimento do reservatório desde a barragem até a montante (m)
3
Qp= vazão de pico da brecha (m /s)
tf= tempo de formação da brecha (min)

A Figura (8.5) mostra a forma trapezoidal de uma brecha em uma barragem de terra.

Figura 8.5 - Brecha na barragem de terra comprovando a forma trapezoidal da mesma.

8.2 Tempo de formação da brecha de barragem de terra


O tempo para abertura de uma brecha em uma barragem varia aproximadamente de 15min a 60min.
O tempo de formação da brecha é definido como o tempo que começa com a primeira brecha na
barragem na face de montante até atingir a face de jusante. Para falhas devida ao overtopping o início se dá
quando a brecha é formada a jusante após a erosão do topo da barragem e alcança a barragem a montante.
Froehlich, 1995 in BUREAU DE RECLAMATION, (1998) é citada a Equação do tempo de formação da
brecha:
0,53 0,90
tf = 0,1524 x V /h
Sendo:
3
V= volume armazenado de água na barragem (m );
h= altura da barragem (m) e
tf = tempo de formação da brecha (min).

Exemplo 8.1
3
Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com 33.000m de volume e altura máxima
de 4,00m.
0,53 0,90
tf = 0,1524 x V /h
0,53 0,90
tf = 0,1524 x 33000 /4 = 11min

8.3 Tempo de formação da brecha para maciço de barragem resistente e erodível


Von Thun e Gillette in BUREAU OF RECLAMATION, (1998) apresentaram o tempo de formação de
uma brecha para dois tipos básicos de maciços de uma barragem, ou seja, maciço facilmente erodível e
maciço resistente à erosão.

tf = 1,20 x h + 15 (maciço resistente à erosão)

tf = 0,9 x h (maciço facilmente erodível)

Exemplo 8.2

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Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com maciço resistente a erosão com 5,00m
de altura..
tf = 1,20 x h + 15
tf = 1,20 x 5,00m + 15= 21min

Exemplo 8.3
Calcular o tempo de formação da brecha de uma barragem com maciço facilmente erodível com 5,00m
de altura.
tf = 0,9 x h
tf = 0,9 x 5,00= 4,5min

8.4 Largura média da brecha em barragem de terra


Pesquisas feitas por FROEHLICH, (1995) in Bureau of Reclamation, 1998 fornecem a largura média da
brecha (B), que tem forma trapezoidal.
0,32 0,19
B= 0,1803 x Ko x V xh
Sendo:
B= largura média da brecha na barragem (m);
3
V= volume total armazenado de água na barragem (m );
h= altura máxima da barragem (m);
Ko=coeficiente adimensional.
Ko= 1,4 para overtooping e
Ko= 1,0 para outros casos.

Exemplo 8.4
3
Calcular a largura média da brecha em uma barragem com volume de 33.000m e altura máxima de
4,00m.
No caso Ko= 1,0
0,32 0,19
B= 0,1803 x Ko x V xh
0,32 0,19
B= 0,1803 x 1,00 x 33000 x 4,0 = 6,6m
A Figura (8.6) mostra o overtopping e a evolução da brecha trapezoidal em uma barragem.

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Figura 8.6 - Perfil e seção de uma brecha notando a sua formação trapezoidal desde o início para uma
barragem de terra.

8.5 Vazão de pico devido a brecha na barragem (Qp)


Pesquisa feita por FROEHLICH, (1995) in Bureau of Reclamation, 1998 fornece a vazão de pico devido
a brecha na barragem.
0,295 1,24
Qp= 0,607 x V xh
Sendo:
3
Qp= vazão de pico devido a brecha na barragem (m /s);
3
V= volume total de água armazenado na barragem (m );
h= altura máxima da barragem (m).

Exemplo 8.5
Calcular a vazão de pico ocasionada pela brecha na barragem que tem altura de 4,0m e volume de
3
33.000m .
0,295 1,24
Qp= 0,607 x V xh
0,295 1,24 3
Qp= 0,607 x 33.000 x 4,0 = 73 m /s

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8.6 Tamanho e classificação dos perigos de uma barragem

A lei brasileira 12.334 de 20 de setembro de 2010 estabelece a politica nacional sobre segurança
de barragens. Para isto estão enquadradas barragens que tenham altura igual ou maior que 15m ou
3
capacidade igual ou maior que 3.000.000m (três milhões de metros cúbicos) ou contenha resíduos perigosos
ou esteja na categoria de dano potencial médio ou alto em termos economicos, sociais, ambientais e perdas
de vidas humanas.
Portanto, há necessidade de estudos especiais quando a barragem:
• Tiver altura maior ou igual a 15m
• Maior ou igual 3 milhões de m
3

• Contenha residuos perigosos


• Risco médio e alto

Na lei 12.334/2010 a população deve ser informada e estimulada a participar nas ações preventivas e
emergencias.
O critério de risco será estabelecido pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
As barragens que já existerem terão dois anos a partir da publicação da lei 12.334/2010 para se
enquadrarem na lei,

Desde 1982 o US Corpy of Engineers utiliza o critério abaixo que foi adaptado e usado na maioria
dos estados americanos:

Tabela 8.9 - Tamanhos e classificação dos perigos de uma barragem


Categoria Volume Altura da barragem
3
(m ) (m)
Tamanho da barragem
3 3
Barragem pequena 61.675 m a 1.233.490m 7,5m a 12,0m
3 3
Barragem média 1.233.490 m a 61. 675.000m 12,0m a 30,0m
3
Barragem grande >61.675.000m > 30,0m

Classificação de perigos de Perda de vida Perdas econômicas


uma barragem
Baixa Não existem habitações Praticamente não existem
permanentes no local. estruturas agrícolas.
Média Existe pequeno número de Existem indústrias e estruturas
habitantes agrícolas
Alta Existem muitos habitantes. Existe comunidade extensiva.
Fonte: MAYS, (2001)

A segurança de uma barragem conforme US Army Corps of Engineers deve obedecer aos quatro
princípios da Tabela (8.10).

Tabela 8.10- Princípios para projetos de barragens do US Army Corps of Engineers de 1991
Ordem Princípios
1 O projeto da barragem e dos vertedores deve ser de um tamanho tal que assegure que a
barragem não vai ser ultrapassada por inundações.
2 O projeto da barragem e de suas estruturas se forem ultrapassadas por enchentes não devem
causar danos e nem falhas no funcionamento da mesma.
3 O projeto da barragem e suas estruturas devem ser projetadas de maneira que se houver um
enchente que ultrapasse a mesma, as falhas que resultarem deverão produzir vazões lentas de
maneira a não causar impactos a jusante e que seja fácil o reparo da barragem.
4 Mantenha a barragem baixa o suficiente e com pouco volume de água para evitar de danos a
jusante no caso de uma brecha na barragem e que a correção da brecha não seja de vulto e
seja simples.

Conforme Wes, Martin et al, em Portugal se adota a Tabela (8.11) e o período de retorno depende se
a mesma será construida em concreto ou terra, depende da altura da barragem e do risco.

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Tabela 8.11- Padrão de periodo de retorno usado em Portugal

Altura da barragem (m) Periodo de retorno (anos)

Concreto Terra Risco elevado Risco significativo


≥100 ≥50 5.000 a 10.000 1.000 a 5.000
50 ≤ h< 100 15 ≤ h< 50 1.000 a 5.000 1.000
15 ≤ h< 50 < 15 1.000 1.000
<15 1.000 500

A CIDADE DE GREENSBORO, (1995) adota para classificação dos riscos de rompimento de uma
barragem a Tabela (8.12).

Tabela 8.12 - Classificação de perigos de uma barragem

Classificação dos Critério Guias quantitativos


riscos

Interrupção de estrada de serviço com baixo <25 veículos/dia


Baixo volume de cargas
Danos econômicos < US$ 30.000
Danos a estrada de rodagem com interrupção 25 a 250 veículos/dia
Intermediário de tráfego
Danos econômicos US$ 30.000 a US$ 200.000
Perda de vida humana ≥1
> US$ 200.000
Danos 250 veículos/dia a 300 m de visibilidade
Alto 100 veículos/dia a 150m de visibilidade
25 veículos/dia a 60mde visibilidade

Figura 8.7 - Inundações causada por rompimento de uma barragem

Levando-se em consideração a velocidade da água causada pela inundação, as zonas de perigos


podem ser: baixa, média e alta tanto para veículos, como para casas e adultos. Isto está nas Figuras (8.8) a
(8.10).
Na Figura (88) a velocidade das águas de enchentes com velocidade de 2m/s e altura de 0,50m
colocará o veículo numa zona de risco médio.

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Riscos para Carros devido a inundações

1
0,9
Altura do nivel de água (m)
Zona de alto
0,8 risco
0,7 Zona de risco
médio
0,6
0,5
0,4
0,3 Zona de baixo
risco
0,2
0,1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
velocidade da água (m/s)

Figura 8.8 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo os carros.

Na Figura (8. 8) a velocidade das águas em 4m/s e altura de 1,20m colocará a casa em zona de alto
risco.

Riscos para Casas devido as inundações

2
1,8
Altura do nivel de água (m)

1,6 Zona de alto


1,4 risco
Zona de risco
1,2
médio
1
0,8
0,6
Zona de baixo
0,4 risco
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Velocidade da água (m/s)

Figura 8.9 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo as casas.
Na Figura (8.10), uma velocidade das águas de 2m/s, que é comum, e altura de 0,50m colocará uma
pessoa adulta em zona de alto risco, podendo a mesma ser facilmente levada pela correnteza.

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Riscos para Pessoas Adultas devido a inundação

1,6

1,4

1,2
Altura da água (m)

0,8

0,6

0,4

0,2

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Velodidade da água (m/s)

Figura 8.10 - Diversas zonas de perigo: baixo, médio e alto para inundações tendo como objetivo pessoas adultas.

Um critério prático para pequenas barragens com menos de 6m de altura e volume menor que 1milhão
3
de m as enchentes que podem ser admitidas são 0,15m de altura para casas e prédios e 0,45m para
estradas.
O U.S. Army Corps of Engineers em 31 de outubro de 1997 no trabalho “Hydrologic Engineering
Requirements for reservoir” faz recomendações para alguns critérios de condições não perigosas e
inundações que são:
• A profundidade da inundação tanto na área urbana como rural não deve ser maior que 0,60m.
• A profundidade da inundação não deve causar prejuízos às propriedades urbanas.
• A duração da inundação não deve exceder de 3h nas áreas urbanas e 24h nas áreas rurais.
• A velocidade da água da inundação não deve exceder 1,20m/s.
• O potencial de resíduos e erosão deve ser o mínimo possível.
• A inundação deve ser não freqüente sendo aconselhável a freqüência ser menor que 1%, ou seja,
chuva de período de retorno de 100anos).

CIRIA- CONSTRUCTION INDUSTRY RESEARCH AND INFORMATION ASSOCIATION


Segundo Nania e Gómez, 2002 in Balmforth et al, 2006 da CIRIA, a profundidade de inundação de
uma rua para não interromper o tráfego é de 0,30m ou 0,20m quando o rio ou o canal passar ao lado.
O risco de um pedestre ser levado pela água é dado pelo produto da velocidade em (m/s) pela
2
profundidade em (m) e está limitado a 0,5 m /s.
O risco de um pedestre escorregar com a água é dado pelo produto da profundidade (m) pela
2 3 2
velocidade (m/s) e não deverá ser maior que 1,23 m /s

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8.7 Probable Maximum Flood (PMF)


A provável máxima enchente, denominado em inglês de PMF, é aquela enchente que pode ser
considerada a mais severa nas combinações metereológicas e hidrológicas que pode ser possível em uma
determinada área.
A PMF é a maior enchente que fisicamente pode ocorrer na área de interesse. É um evento
extremamente raro e que está de alguma maneira associado à máxima precipitação provável (PMP- Probable
Maximum Precipitation).
Devido a ser rara na natureza, é difícil de entender o significado econômico de se usar a PMF.
Os hidrologistas usam vários métodos para determinar a máxima precipitação provável (PMP) e a máxima
enchente anual PMF através de modelos matemáticos. Portanto, há uma grande dificuldade de se avaliar
corretamente os eventos denominados de provável enchente máxima PMF.
Há três maneiras de avaliação que é a estimativa da provável precipitação máxima PMP, estimativa da
provável máxima enchente PMF e análise da freqüência das enchentes.
Vamos mostrar na Tabela (8.13) onde estão os perigos, tamanho das barragens e os critérios para
determinar a máxima vazões nos vertedores e canais das barragens.

Tabela 8.13 - Sugestões para o dimensionamento do vertedor de barragens


Perigos Tamanho
da da Enchentes para projetos dos vertedores das barragens
barragem barragem
Baixo Pequena 100anos de freqüência
Média 100anos a ½ da provável máxima enchente (PMF)
Grande ½ provável máxima enchente (PMF) a PMF

Significante Pequena 100anos a ½ da provável máxima enchente (PMF)


Média ½ provável máxima enchente (PMF) a PMF
Grande Provável máxima enchente (PMF)

Alto Pequena ½ da provável máxima enchente (PMF) a PMF


Média Provável máxima enchente (PMF)
Grande Provável máxima enchente (PMF)

Como estamos tratando com barragens pequenas com alturas menores que 6m e volume menores de
3
1.000.000m , a dependência será do perigo de falha na barragem nas áreas urbanas, onde provavelmente
terá que ser usada a provável máxima enchente (PMF).
2
Dica: para nossos estudos que são para áreas menores ou iguais a 100ha (1km ) adotamos o período
de retorno de 100anos para obtenção da máxima enchente que dimensionará o vertedor de uma
pequena barragem. A altura das pequenas barragens é menor ou igual a 6,00m e o volume máximo
3
está em torno de 200.000m .

Adotaremos para dimensionamento do vertedor da barragem pequena em área urbana para áreas
menores que 100ha o período de retorno de 100anos.
O Corps of Engineers conforme Mays, 2001, adota a Tabela (8.14).

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Tabela 8.14 - Sugestões para o dimensionamento do vertedor de barragens


Perigos Tamanho
da da Enchentes para projetos dos vertedores das barragens
barragem barragem
Baixo Pequena 50anos a 100anos
Média 100anos a ½ da provável máxima enchente (PMF)
Grande ½ provável máxima enchente (PMF) a PMF

Significante Pequena 100anos a ½ da provável máxima enchente (PMF)


Média ½ provável máxima enchente (PMF) a PMF
Grande Provável máxima enchente (PMF)

Alto Pequena ½ PMF a PMF


Média PMF
Grande PMF
Fonte: Corps of Engineers, Mays, 2001.

O DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) conforme Intrução DPO
Numero 002 de 30/07/2007 adota para as outorgas a Tabela (8.15).

Tabela 8.15- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo
Dimensões: Período de
Obra Altura da barragem retorno Tr
H (m) (anos)

Sem risco para Com riscos para


habitações ou pessoas habitações ou
pessoas
H≤5 100 500

Barramento 5 < H ≤ 10 500 1.000

H >10 1.000 10.000


Fonte: DAEE, 2007

Tabela 8.16- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo de
julho de 2007
Obra hidráulica Tipo/caracteristicas Folga sobre dimensionamento
(f)
Canalização Seção aberta f≥ 0,20 hTR
Canalização Seção em contorno fechado f≥ 0,20 H
Travessia Aérea (pontes) f≥ 0,20 hTR com f>= 0,4m
Travessia Intermediaria (galerias) f≥ 0,20H
Travessia bueiro Previsto para trabalhar em carga
Barramento De qualquer tipo, excepto de f≥ 0,10HM com f≥ 0,50m
soleiras submersíveis
HTR= profundidade da lâmina de água correspondente a vazão maxima de projeto associado a um periodo de
retorno Tr
H= altura máxima da seção (m)
HM= maior altura do barramento (desnivel entre a cota de coroamento do maciço e o talvegue na seção da
barragem)

Nível máximo maximorum: é o nível mais elevado que poderá atingir o reservatório na ocorrência de cheia
de projeto (DAEE, 2005). Geralmente é a cota do nível de água da coluna de água sobre o vertedor.

Borda livre: é a distância vertical entre o nível de água máximo maximorum e a crista da barragem. É uma
faixa de segurança destinada a absorver o impacto de ondas geradas pela ação dos ventos na superfície do

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reservatório, evitando danos e erosão no talude de jusante (DAEE,2005). Geralmente é representado pela
letra “f” e no caso de pequenas barragens deve ser no mínimo de 0,50m.

Tabela 8.17- Recomendações para valores da rugosidade de Manning- DAEE- São Paulo de julho de
2007
Tipo de superficie ou de revestimento Coeficiente de rugosidade de Manning n
Terra 0,035
Grama 0,035
Rachão 0,035
Gabião 0,028
Pedra argamassada 0,025
Aço corrugado 0,024
Concreto 0,018

Tabela 8.18- Recomendações para coeficientes de escoamento superficial e numero da curva CN-
DAEE- São Paulo de julho de 2007
Coeficiente /Parâmetro Valor minimo
Coeficiente de escoamento superficial direto C 0,25
Número da curva CN 60

8.8 Análise das brechas ou falhas nas barragens


Para a análise das ondas de enchentes causadas por brechas em uma barragem são usadas as
Equações de Saint-Venant.
Muitos softwares americanos estão disponíveis no mercado, como o FLDWAV, SMPDBK, DAMBRK e
HECRAS.
O US National Weather Service elaborou o modelo FLDWAV sendo a versão mais nova a de junho de
2000 baseado nas equações de Saint Venant para movimento variado com uma dimensão cuja solução
numérica é a diferença implícita dos quatro pontos. O FLDWAV analisa as enchentes causadas por brechas
nas barragens e pode ser usado também para fluídos newtoniano e não-newtoniano (lama).
O software Dambrk é muito usado também.

Figura 8.15 - Zona de perigo demarcada e as rotas para evacuação.

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Baseado neste modelo, os americanos fazem mapas de inundação, conforme Figura (8.10) devida a
falhas, que são distribuídas as populações a jusante e que funcionam desde 1980, exigidas pelo US Bureau
of Reclamation e evitam muitos problemas servindo de base para:
- ações de emergência e planos de evacuação que devem ser tomados;
- determinar o risco das populações;
- classifica os perigos da barragem e
- auxilia na seleção das alternativas para redução dos riscos.

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8.9 Aplicaçãodo método de Muskingum-Cunge em falhas de barragem


Conforme USACE, 1997 o hidrograma a falha da barragem pode ser obtida da seguinte maneira:
• Adota-se a forma aproximada de um triângulo isósceles.
• A base do triangulo é o tempo para esvaziamento do reservatório com a vazão de pico da
falha.
• Supõe-se que a metade do volume do reservatório destina-se a erosão provocada na barragem.
• Recomenda ainda o uso do Método de Muskingum-Cunge.
• A altura do triângulo é a vazão de pico da falha.

V= (Qp x t ) / 2

t= ( 2 x V ) / (Qp x 60)
Sendo;
V= volume total da barragem (m3)
t= tempo de esvaziamento da barragem (min)
Qp= vazão de pico ocasionado pela brecha (m3/s)

Qp
t1 t2

t= t1 + t2

Figura 8.16 - Hidrograma em forma triangular do escoamento da água da barragem com a


falha.

Na Figura (29.8) o tempo total de esvaziamento t é a soma do tempo de formação da brecha t1


até atingir o pico Qp, mais o tempo t2 descendente.
t= t1 + t2

Exemplo 8.1
Achar o hidrograma da falha da barragem com V= 90.000m3, Qp= 69m3/s

t= (2 x V) / (Qp x 60)= (2 x 90000) / (69 x 60)= 44min

Portanto, o tempo de esvaziamento é de 44min.


Sendo t1= 24min o valor de t2= 44min – 24min= 20min.

Dica: observar que o tempo de formação da brecha é de 24min, que é praticamente a metade do
tempo de esvaziamento, conforme preconizado na USACE, 1997.

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FREAD, (1998) comenta que pode-se aplicar o método de Muskingum-Cunge para análise de
inundações a jusante de rios e vales em lugares em que a declividade do canal So > 0,003m/m.

Exemplo 8.2
Barragem do Tanque Grande, localizada em Guarulhos, Estado de São Paulo,

Vazão de pico devido a brecha na barragem.


Conforme FROEHLICH, (1995) temos:
V= 90.000m3
h= 3,00m
Qp = 0,607 x V 0,295 x h 1,24
Qp = 0,607 x 90.000 0,295 x 3,0 1,24 =69 m3/s
Tempo de formação da brecha.
Conforme FROEHLICH, (1995) temos:
V= 90.000m3
h= 3,00m
tf = 0,1524 x V 0,53 / h 0,90
tf = 0,1524 x 90.000 0,53 / 3 0,90 = 24min

Portanto, o tempo até o pico é de 24min.

Comprimento máximo do trecho


O valor de L ou ∆x deve ser menor que a Equação:

∆x= L ≤ 0,5 x co x ∆t x (1 + (1+ 1,5 Qo/ (bo. So . co 2 ∆t)) 0,5)

∆x= L ≤ 0,5 x 2,25 x 2min x 60s x (1 + (1+ 1,5x 69/ (15 x 0,0221 x 2,25 2 x 2 x 60)) 0,5)

∆x≤ 301m

Portanto, o comprimento do trecho deve ser menor que 301m e adotamos L= ∆x = 300m.

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Tabela 8.16 - Mostra simplificada dos cálculos executados.


Muskingum-Cunge Tucci, Modelos Hidrológicos
Vazão de pico (m3/s)= Qo 69
Área da bacia (km2)= 8
Área da bacia (ha)= 800
Comprimento L (m)= ∆x= 300
O valor L adotado deve ser menor que o valor L calculado 301
Área da superfície da barragem do Tanque Grande (m2)= 5ha
Largura da base do córrego Tanque Grande (m)= bo= 15
Tempo até o pico (min)= tp= 24
∆t calculado ≤ tp/5 (min) 4,80
Coeficiente de Manning adotado e suposto enchente= n= 0,250
Declividade média do canal (m/m)= So= 0,0221
Valor de K= L/ co = (min) 2,23
Celeridade (m/s) = co=(5/3) Qo 0,4 . So 0,3/ (n 0,6 . bo 0,4)= 2,25
∆t (min) adotado= 2
Valor de X= 0,5 ( 1 - Qo/ (bo. So . co .L)= 0,35
Quando 0,2 ≤ X ≤ 0,4 então ∆ t/ K = 3,125 . X 1,25= 0,83
∆ t= K x 3,125 . X 1,25= 1,84
Quando 0,4 ≤ X ≤ 0,5 então ∆ t/K=1 então ∆ t=K= 2,23
Valor C= número de Courant=co . ∆t / L= (adimensional) 0,899
Valor D= Qo/ ( So . bo. co . L)= número de Reynolds da célula, isto é, do
trecho. 0,309
A soma de C+D deve ser maior que 1, isto é, C+D>1 1,207
Denominador= 2,207
C0 = 0,094
C1 = 0,720
C2 = 0,186
C0 + C + C2 = 1,0000

Verificações do Método de Muskingum-Cunge, conforme FHWA


A soma de C com D deve ser maior que 1
O valor de C deve estar próximo de 1 e < 1
O valor de C não pode ser maior que 1 para evitar dispersão numérica

Devemos obedecer na aplicação do método de Muskingum-Cunge as condições de Courant


para haver estabilidade nos cálculos.

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Tabela 8.17 - Hidrograma de vazão na saída da barragem e a 6km a jusante e a 44,51min sendo a largura de 15m e n=
0,25.
Método de Muskingum-Cunge
Seção A na brecha da Seção a 6km a
barragem jusante
tempo Vazão Vazão
(min) m3/s m3/s
0 0 0
2 6 0
4 12 0
6 17 0
8 23 0
10 29 0
12 35 0
14 40 0
16 46 0
18 52 0
20 58 0
22 63 0
24 69 0
26 62 0
28 55 0
30 48 0
32 41 0
34 35 0
36 28 0
38 21 1
40 14 2
42 7 3
44 0 5
46 0 9
48 0 13
50 0 17
52 0 22
54 0 28
56 0 33
58 0 39
60 0 44
62 0 48
64 0 52
66 0 54
68 0 54
70 0 53
72 0 50
74 0 46
76 0 41
78 0 36

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80 0 30
82 0 25
84 0 19
86 0 15
88 0 10
90 0 7
92 0 4
94 0 3
96 0 1
98 0 1
100 0 0
102 0 0
104 0 0
106 0 0

Hidrograma de entrada e a 6km

80
70
60
Vazão (m3/s)

50
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Tempo (min)

Figura 8.17 - Hidrograma de saída na barragem devido a brecha e a 6km e 44,51min.

Observar que o pico devido a brecha era de 69m3/s passa para 54m3/s a 6km de distância com
20 intervalos de 300m e a 44,51min para a onda chegar até o rio Baquirivu Guaçu há uma diminuição
da altura da água de 4,10m para 3,40m e a velocidade cai de 1,14m/s para 1,0 m/s.

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Figura 8.18- Corte transversal de uma barragem de terra, observando-se os taludes a montante
e a jusante, bem como o cutoff e o tapete de areia média.
Fonte: DAEE, 2005

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8.10 Bibliografia e livros consultados

-LEI FEDERAL 12.334 DE 20 DE SETEMBRO DE 2010. Estabelece a politica nacional de segurança de


barragens.
-PORTO, RODRIGO DE MELO. Hidráulica básica. EESC USP, 2ª ed. 2003, 519 p.
-WEST, MARTIN et al. Avaliação de segurança de barragens. Uma comparação entre as abordagens
britânicas e portuguesa. Portugal.

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Capítulo 10
Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

“Os alunos não devem se apaixonar por programas de computadores, pois, em alguns anos
estes serão ultrapassados, mas os conceitos continuarão”
Prof. dr. Kokei Uehara

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

SUMÁRIO
Ordem Assunto

10.1 Introdução
10.2 Localização do reservatório de detenção
10.3 Método de cálculo para vazão de pico
10.4 Número da curva CN
10.5 Coeficiente de runoff C do método Racional
10.6 Frederick Law Olmsted, paisagista americano
10.7 Custos médio do reservatorio de detenção na RMSP
10.8 Dimensionamento do reservatório de detenção usando a função Gama
10.9 Reservatório com paredes verticais
10.10 Reservatório com paredes parabólicas
10.11 Dimensionamento pelo método de Aron e Kibler, 1990
10.12 Dimensionamento pelo método de Baker, 1979
10.13 Dimensionamento pelo método do Federal Aviation Agency, 1966
10.14 Dimensionamento pelo método de Abt e Grigg, 1978 usando o método Racional
10.15 Dimensionamento pelo método de Kessler e Diskin, 1991
10.16 Dimensionamento pelo método de McEnroe, 1992
10.17 Dimensionamento pelo método de Wycoff e Singh (1976)
10.18 Dimensionamento pelo método Racional
10.19 Comparação dos métodos
10.20 Orifícios
10.21 Vertedor circular
10.22 Vertedor retangular
10.23 Diâmetro de saída
10.24 Depósito anual de sedimentos
10.25 Bibliografia e livros consultados
28páginas

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Introdução

Não existe até o presente momento uma estimativa de reservatório de detenção que seja
considerada ótima, pois todas estão sujeitas a erros.
Recomendamos que usar o método Racional com tempo básico de três vezes o tempo de
concentração para o dimensionamento preliminar do reservatório para bacias com area até 3km2.
Para areas maiores que 3km2 usar os adimensionais do prof. dr. Rodrigo de Melo Porto da
Universidade de São Carlos da USP.
A escolha do volume de detenção dependerá além do conhecimento das várias alternativas, o
bom senso para a melhor escolha, não esquecendo que somente o routing do reservatório poderá
decidir se o volume estimado é bom ou não.
O autor recomenda o período de retorno de 100 anos para o dimensionamento de reservatórios
de detenção.
Existe correlacionado com o dimensionamento de reservatórios de detenção os seguintes
assuntos:
1. Routing do reservatório
2. Vertedor e orifício
3. Reservatório de detenção estendido
4. Reservatório de retenção
5. Falhas em barragens
6. Piscinhas- legislação existente
7. DAEE – pequenas barragens. Método Racional
8. Custos de obras, manutenção e operação
9. Dissipador de energia
10. Escada hidráulica
11. Esvaziamento de reservatório

Guarulhos, 12 de maio de 2010

Engenheiro civil Plinio Tomaz

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Capítulo 10 –Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

10.1 Introdução
Com objetivo de deter enchentes é comum se fazer obras hidráulicas denominadas de
reservatórios de detenção para acumular as águas pluviais durante um determinado tempo.
Geralmente o tempo de escoamento para fora do reservatório de detenção é de algumas horas.
Podemos fazer reservatório de detenção aumentando o tempo de esvaziamento para num
mínimo de 24h e teremos um reservatório de detenção estendido com objetivo de deter enchentes e
melhorar a qualidade das águas pluviais.
As previsões de volume que veremos se referem somente a detenção de enchentes.
Antes de um projeto definitivo, fazemos um dimensionamento preliminar onde estimamos o
volume do reservatório de detenção, a área ocupada pelo mesmo, profundidade média e custo.
As Figuras (10.1) e (10.2) mostram reservatórios de detenção construídos para deter os picos
de cheia.
O conceito básico é a Teoria do Impacto Zero aplicada a enchentes, onde devido a
construção de um reservatório de detenção a vazão de pós-desenvolvimento tem que ser igual a vazão
de pré-desenvolvimento. Desta maneira não haverá impactos no pós-desenvolvimento da área em
questão.

Figura 10.1 – Reservatório de detenção em São Bernardo do Campo na região do Alto Tamanduatei.
Fonte: DAEE,2000

Dica: o dimensionamento de um reservatório de detenção é sempre feito por tentativas.

Vamos mostrar 14 (catorze) métodos para o dimensionamento.


Alguns métodos prevêem o uso de orifício ou vertedor e outros não. É difícil saber qual é o
melhor método, mas o importante é que são poucas as variações entre os mesmos.

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Chin, 2000 p. 418 no livro Water Resources Engeneering bem como Mays, 1999 sugerem
uma seqüência já explicada por Urbonas e Roesner,1993, para determinação do volume de um
reservatório de detenção a qual adaptamos:

Primeiro passo: faça um dimensionamento preliminar do reservatório de detenção.


O dimensionamento preliminar representa o volume necessário, considerando o pico no pré-
desenvolvimento da bacia e o pico da vazão no pós-desenvolvimento. Muitas vezes a vazão de pico
no pós-desenvolvimento é fixada por legislação da região, ou imposta pelas condições locais da obra.
Uma das grandes dificuldades é estabelecer o periodo retorno em que deve ser calculado o
reservatório sendo o recomendado Tr= 100anos.
Existem vários métodos aproximados que nos fornecem o volume de detenção o qual serão
explicados neste capítulo.

Segundo passo: faça uma seleção da estrutura de saída.


Com os dados do volume achado no primeiro passo, faça uma estimativa do orifício ou do
vertedor. Podemos escolher da maneira que queremos, sendo usual o uso conjunto de orifício e
vertedor. Não esquecer que o dimensionamento é feito por tentativas

Terceiro passo: faça o routing da hidrógrafa do escoamento superficial e do escoamento de


saída.
Para se fazer o routing é necessário conhecer o tamanho do reservatório e as curvas cota-
vazão dos dispositivos de saída, bem como curva cota-volume do reservatório. Não esquecendo que o
routing não determina o volume do reservatório, somente confere o funcionamento do mesmo,
obtendo-se uma hidrógrafa de saída desejada.
Em obras pequenas é comum não se fazer o routing, mas conforme a importância da obra e
das estruturas de saída, temos que fazer o routing. Lembramos que para o routing do reservatório
precisamos do hidrograma de entrada e só obtemos com o Método Santa Barbara ou SCS, pois o
método Racional não fornece o hidrograma de entrada. Existe um hidrograma aproximado de entrada
pelo método Racional, mas não é aceito por todos os especialistas.

Quarto passo: verifique os picos de descarga no pós-desenvolvimento para ver se é menor ou


igual ao pré-desenvolvimento.
Verifique o volume máximo de acordo com os níveis do reservatório de detenção. Faça então
ajustes necessários, no tamanho do reservatório ou nas estruturas de controle e repita o segundo e o
terceiro passo quantas vezes forem necessárias.

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Figura 10.2-Reservatório de detenção com 95.000m3 implantado junto ao córrego


Saracantan na bacia superior do córrego dos Meninos em São Paulo (concluído).
Fonte: DAEE.

10.2 Localização do reservatório de detenção


O reservatório de detenção pode ser feito “in line” ou “off line”, isto é, no próprio fundo de vale
ou lateralmente ao curso d’água .
A seção de estudo onde será instalado o reservatório de detenção é chamada seção de controle.

10.3 Método de cálculo para vazão de pico


O autor salienta que quando for utilizar um método de cálculo para a estimativa da vazão de pico,
deve ser usado um método aceito pela comunidade científica, precavendo-se de processos
judiciais. Certos métodos cairam em desuso e são pouco usados ou esquecido nos novos livros
publicados.
O método Racional é o mais usado no mundo e o limite que recomendamos é para áreas até
3km2. O método apresenta o inconveniente de não apresentar a curva de vazão com o tempo que
é o hidrograma afluente ao reservatório de detenção. Existem métodos para criação do
hidrograma do Método Racional que não é aceito por todos os especialistas.
O metodo do SCS é o mais usado no mundo e recomendado para areas acima de 3km2 e menor
que 250 km2. Foi criado em janeiro de 1975 pelo US Soil Conservation Service. Apresenta um
hidrograma perfeito e aceito por toda a comunidade científica no mundo inteiro.
O Método Santa Barbara pode ser usado em areas até 50km2, produz vazão de pico e
hidrograma. É muito usado nos Estados Unidos e está começando a ser usado no Brasil. No livro
que publicamos em 2002 sobre Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras municipais
incluimos o método Santa Barbara para socializar o conhecimento.

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

O método SCS TR-55 foi criado em janeiro de 1999. É facil de ser aplicado para áreas pequenas
chegando até 250km2. Possui o inconveniente de usar quatro tipos de chuvas existentes nos
Estados Unidos. Para o Estado de São Paulo, o prof. dr. Ruben Lalaina Porto estudou o assunto
recomendando o Tipo II.
Infelizmente desconhecemos estudos em outros estados brasileiros, motivo pelo qual não
recomendamos o uso do TR-55 fora do Estado de São Paulo. O SCS TR-55 calcula a vazão de
pico e existem tabelas que facilitam a elaboração do hidrograma.
Nos Estados Unidos é bastante usado o SCS TR-55.

10.4 Número da curva CN


Para se achar a chuva excedente o método mais usado e consagrado e aceito nos tribunais nos
Estados Unidos é o número da curva CN embora não seja o melhor.
O SCS classifica os solos em quatro grupos: Grupo de Solo A, Grupo de Solo B, Grupo de
solo C e Grupo de Solo D.

Q= (P – 0,2S)2/ (P+0,8S)
Sendo:
Q= chuva excedente ou runoff (mm)
P= precipitação (mm)
S=potencial máximo de retenção após começar o runoff (m)

S= 25400/CN -254

Exemplo 10.1
Calcular a chuva excedente Q em mm dado CN=83 e P=104mm para chuva de 2h de duração na
RMSP. Calcular também o volume de chuva excedente, ou seja, do runoff (escoamento superficial)
para área da bacia de 222ha.
S= 25400/CN -254
S= 25400/83 -254 =52,02mm
Q= (P – 0,2S)2/ (P+0,8S)
Q= (104– 0,2x52,02)2/ (104+0,8x 52,02) = 60mm

Cálculo do volume do escoamento superficial


V= (222ha x 10.000m2 )x (60mm / 1000)=133.200m3

10.5 Coeficiente de runoff C do método Racional


Podemos estimar o coeficiente C do método Racional verificando-se tabelas ou calculá-lo em
função da área impermeável usando coeficiente volumétrico de Schueler, 1987
Rv= 0,05 + 0,009 x AI
Sendo:
Rv= coeficiente volumétrico adimensional
AI= área impermeável (%)
O truque é fazer C=Rv.

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Exemplo 10.2
Calcular o coeficiente de runoff C do Método Racional para área de 222ha com área
impermeável AI= 55%. Calcular também o volume do escoamento superficial sendo o tempo de
concentração no pós-desenvolvimento de 15min e a vazão de pico do pós-desenvolvimento é
65,51m3/s.

Rv= 0,05 + 0,009 x AI


Rv= 0,05 + 0,009 x 55= 0,545
C=0,545

V= Qpós x tc x 60
V= 65,51 x 15 x 60= 58.959m3

10.6 Frederick Law Olmsted, paisagista americano


Frederick Law Olmsted foi quem projetou o Central Park em Nova Iorque (Estados Unidos).
Conforme a arquiteta americana Anne Whiston Spirn, 1995, os arquitetos paisagistas e
historiadores americanos consideram o sistema de parques de Boston, conhecido como Emeraldo
Necklace, como um marco no planejamento dos parques americanos, mas poucos sabem que um terço
do sistema foi projetado para o controle de enchentes e melhoria da qualidade das águas e não
fundamentalmente para a recreação conforme Figura (10.3). O projetista Frederick Law Olmsted
criou o Fens e o Riverway para combater os problemas

Figura 10.3-O plano para o Fens, Boston foi feito em 1877. Nele aparecem as bacias de retenção.

de enchentes e de poluição das várzeas da Back Bay de Boston.


Segundo ainda Anne Whiston Spirn, os projetos modernos e “inovadores” feitos em Chicago e
Denver, baseiam-se em alguns dos mesmos princípios usados por Olmsted em Boston.
Portanto, como se pode notar a idéia de reservatório para conter as águas de chuvas ou seja a
detenção ou retenção é velha e a bem documentada é aquela feita em Boston em 1877 por Olmsted.

10-8
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

10.7 Custos médio de reservatórios de detenção na RMSP


Usando dados de reservatórios de detenção existentes na RMSP (Região Metropolitana de São
Paulo) em 30 (trinta) reservatórios abertos estabelecemos as medias e desvio padrão conforme Tabela
(10.1).
A manutenção e operação anual de um reservatório de detenção varia de 5% a 10% do custo
total da obra, verificando-se um alto custo que causa na prática uma má gestão do reservatorio de
detenção.

Tabela 10.1- Medias e desvio padrão de 30 reservatórios de detenção na RMSP


Média Desvio padrão
Custo do reservatório de detenção aberto US$ 34/m3 US$ 13/m3
2
Área de drenagem 5,1 km 3,9 km2
Volume do reservatório 180.614m3 123.181m3
Área disponível 48.191m2 38.814m2
Área disponível em porcentagem da área da bacia 1,8% 2,0%
3
Taxa de volume do reservatório/área da bacia em hectares 514m /ha 226m3/ha
Altura média do reservatório de detenção 3,30m 1,00m
Custo de reservatório de detenção fechado com somente uma amostra US$ 108/m3

Exemplo 10.3
Dada uma área de 100ha estimar:
Volume do reservatório= 514m3/ha x 222ha= 114.108m3
Custo do reservatório= US$ 34/m3 x 114.108m3= US$ 3.879. 672
Área necessária para implantar o reservatório= 1,8% x 222ha/100=4ha=40.000m2
Profundidade média= 3,30m
Área da seção longitudinal= 114.108m3/3,3m= 34.578m2
10.8 Dimensionamento do reservatório de detenção usando a função Gama
Rodrigo de Melo Porto,1997 no livro de Drenagem Urbana-gerenciamento, simulação e
controle, na p.181 apresenta a função de distribuição Gama.
Desta maneira podemos analiticamente simular a hidrógrafa de uma bacia bastando somente
variar o fator de aspecto “n”. Porto, 1989 verificou que para efeitos práticos os valores de n estão
entre 4 e 10.
Para o dimensionamento (Porto, 1989) demonstrou que o volume aproximado do reservatório
de detenção pode ser feito da seguinte maneira:
volume = (2 .  / n) 0,5 . ip . tp (Equação 10.6)
Sendo:
volume = volume estimado do reservatório de detenção (m3);
n= fator de aspecto. Varia de 4 a 10. Na prática aconselha-se valor n=8;
ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada (m3/s) e
tp = tempo de pico do hidrograma afluente (segundo).

10-9
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Exemplo 10.4
Dimensionar o volume de um reservatório usando a função Gama, vazão máxima da
hidrógrafa de entrada ip = 56,6m3/s e tempo de pico do hidrograma afluente tp = 32,5min obtido pelo
Método Santa Bárbara para Tr=100anos.
Aplicando-se a Equação (10.6) e variando o fator de aspecto vemos que o volume estimado do
reservatório de detenção varia em função do fator de aspecto n, sendo aconselhado por Porto o valor
n=8. Conforme Equação (10.6) temos:
volume = (2 .  / n) 0,5 . ip . tp
volume = (2 .  / 8) 0,5 x 56,6 x 32,5x60 = 110.370m3

10.9 Reservatório com paredes verticais


Rodrigo de Melo Porto,1997 obteve as seguintes relações:.
Vertedor retangular
V* = -0,7832 Q* + 0,9447 (Equação 10.7)

Exemplo 10.5- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para vertedor


Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente é o orifício.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25

Usando a Equação (10.7) para reservatório com parede vertical e descarga em vertedor:
V* = -0,7832Q* + 0,9447 = -0,7832 x 0,25 + 0,9447 = 0,75

Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,75 =Volume do reservatório = 133200m3 x. 0,75 = 99.900m3

Orifício
V* = -0,8761Q* + 0,8862

Exemplo 10.6- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para orifício


Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente é o orifício.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25

Usando a Equação (10.8) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,8761Q* + 0,8862 = -0,8761 x 0,25 + 0,8862 = 0,67
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,67 =Volume do reservatório = 133200m3 x. 0,67 = 89.244m3

10-10
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

10.10 Reservatório com paredes parabólicas


Rodrigo de Melo Porto,1997 obteve as seguintes relações.
Vertedor retangular
V* = -0,8834 Q* + 0,9073 (Equação 10.9)

Exemplo 10.7- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para paredes parabólicas e
vertedor retangular
Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente e descarga em vertedor
retangular.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25

Usando a Equação (10.9) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,8834Q* + 0,9073 = -0,8834 x 0,25 + 0,9073 = 0,69
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,69 =Volume do reservatório = 133.200m3 x 0,69 = 91.908m3

Orifício
V* = -0,9508 Q* + 0,8988 (Equação 10.10)

Sendo:
V* = Vmáximo / vol
Q* = q max / ip

vol = é o volume total fornecida pela chuva excedente na área de captação considerada. É a chuva
excedente multiplicada pela área da bacia (m3).
Vmáximo = o volume do reservatório de detenção (m3).
q max = vazão máxima da hidrógrafa de saída (m3/s).
ip = vazão máxima da hidrógrafa de entrada (m3/s).
Rodrigo de Melo Porto concluiu que para reservatórios de paredes verticais, o descarregador
tipo orifício é mais eficiente do que o reservatório com vertedor retangular.

Exemplo 10.8- aplicação da fórmula de Rodrigo de Melo Porto para paredes parabólicas e
orificio
Qpos= 56,6m3/s para Tr=100anos.
Qpre= 14,3m3/s
As paredes do reservatório são verticais e o vertedor mais eficiente é o orifício.
q max = 14,3m3/s
ip = 56,6m3/s
Q* = q max / ip = 14,3/56,6 = 0,25

10-11
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Usando a Equação (10.10) para reservatório com parede vertical e descarga em orifício:
V* = -0,9508 Q* + 0,8988 = -0,9508 x 0,25 + 0,8988 = 0,66
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vol = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vmáximo = vol x 0,66 =Volume do reservatório = 133.200m3 x 0,66 = 79.920m3

10.11 Dimensionamento pelo método de Aron e Kibler, 1990 usando o Método Racional
Osman Akan, cita no livro Urban Stormwater Hydrology,1993, o dimensionamento pelo
método de Aron e Kibler,1990. Neste método não é especificado o tipo de saída da água do
reservatório de detenção tais como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.

Teoria do método de Aron e Kibler, 1990


No método de Aron e Kibler é suposto que o hidrograma da vazão afluente tem formato
trapezoidal e que o pico da vazão efluente está no trecho de recessão do trapézio adotado e que o
vazão de saída tem forma triangular conforme Figura (10.4).

Vazão

Ip
Qp

Tempo

td Tc

Figura 10.4- Hidrograma trapezoidal de entrada no reservatório de detenção e triangular de saída


Teremos então

Vs= Ip . td – Qp ( td + tc) / 2 (Equação 10.12)

Sendo:
td =duração da chuva (min);
tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).

O cálculo é feito por tentativas, pois, a cada tempo, teremos um valor da intensidade de chuva
“I “ , sendo constante o valor de C e da área da bacia em hectares.
Para o cálculo de Ip= CIA/360 adotamos a fórmula de (Paulo S. Wilken,1972.
O resultado será aquele que resulte no maior volume de detenção Vs.

10-12
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Exemplo 10.7
Seja o piscinão do com os seguintes dados:
Fórmula de intensidade de chuva adotada: Paulo S. Wilken (1972)
Local do reservatório: praça Charles Muller, São Paulo, capital
Área de drenagem: 222ha
Período de retorno adotado T=100anos
Fração impermeável total : 0,55 (55% da área total)
Vazão efluente máxima (vazão saída do reservatório) : 13m3/s
Tempo de concentração: 15min
Solução:
Escolha do coeficiente de runoff ou coeficiente de escoamento “C”
O valor admitido de C=0,545
Aplicação do método de Aron e Kibler, 1990.
A vazão de saída Qp=13m3/s.
Usando a fórmula de (Paulo Sampaio Wilken,1972).

1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Para período de retorno Tr = 100 anos teremos:

1747,9x1000,181 4022,69
I = ------------------------ = ------------------
( t + 15)0,89 ( t + 15)0,89
Variando-se o tempo “t” começando pelo tempo de concentração de 15min.

Para t=15min
4022,69
I = ------------------
( t + 15)0,89

4022,69
I = ------------------ = 194,89mm/h
( 15 + 15)0,89

Para t=30min
4022,69
I = ------------------
( t + 15)0,89

4022,69
I = ------------------ = 135,90mm/h
( 30 + 15)0,89

10-13
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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

e assim por diante conforme mostra a Tabela (10.2).


Aplicando a fórmula racional Q=C. I . A/360
Teremos:
Para t=15min, A=222 ha e C=0,545
Q= CIA/360 = 0,545 x 194,89 x 222/360 = 65,50m3/s
Para t=30min
Q=CIA/360 = 0,545 x 135,90 x 222/ 360 = 45,67m3/s
Vamos calcular a duração da chuva que produz o maior volume de reservatório de detenção
usando a Equação (10.12):
Vs= Ip x td – Qp x ( td + Tc)/2
Para t=td = 15min, sendo tempo de concentração Tc fixo igual a 15min
Vs= (vazão afluente em m3/s) x 60s x (tempo de duração da chuva) – (vazão efluente em m3/s) x 60s
x (tempo de duração da chuva + tempo de concentração)/2
Vs=65,50m3/s x 60s x 15min – 13m3/s x 60 s x (15min + 15min)/2 =
Vs= 47.225m3
Para t=30min
Vs= 45,67m3/s x 60s x 30min – 13 m3/s x 60 s x (30min + 15min)/2 =
Vs= 64.600m3
E assim por diante, conforme se pode ver na Tabela (10.2).
Portanto, o volume do piscinão calculado pelo método aproximado de (Aron e Kibler,1990)
para período de retorno de 100anos é de 75.723m3.

Tabela 10.2- Dimensionamento do piscinão do usando o método de Aron e Kibler,1990 para


T=100 anos e C=0,545

Tempo Período de Intensidade


retorno Duração da de chuva Vs
concentraçao Qsaida (anos) Chuva Área Qentrada Qentrada
Tr (min) Q=CIA Q=CIA

(min) (m3/s) (anos) (min) (l/s.ha) ha (l/s) (m3/s) (m3)


15 13 25 15 421,31 222 65472 65,47 47225
15 13 25 30 293,69 222 45639 45,64 64600
15 13 25 45 227,35 222 35330 35,33 71990
15 13 25 60 186,40 222 28966 28,97 75028
15 13 25 75 158,48 222 24627 24,63 75723
15 13 25 90 138,16 222 21470 21,47 74989
15 13 25 105 122,68 222 19064 19,06 73306
15 13 25 120 110,47 222 17167 17,17 70953
15 13 25 135 100,58 222 15631 15,63 68107
15 13 25 150 92,40 222 14359 14,36 64884
15 13 25 165 85,52 222 13289 13,29 61364
15 13 25 180 79,64 222 12376 12,38 57606

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10.12 Dimensionamento pelo método de Baker, 1979 usando o Método Racional


McCuen,1998 cita o método de Baker que em 1979 usou o método racional com hidrograma
triangular para a entrada e para a saída, sendo que o pico da saída, fica na perna descendente do
triângulo de entrada.
Neste método não é especificado o tipo de saída da água do reservatório de detenção tais
como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
No exemplo vamos usar um conceito muito usado nos Estados Unidos para o
dimensionamento de piscinão, que é o conceito de pré-desenvolvimento e pós-desenvolvimento.
Considera-se que no pré-desenvolvimento, é quando a bacia não tinha nada construído e
existiam somente matas, por exemplo.
No pós-desenvolvimento é quando a bacia está totalmente desenvolvida.
Vs
---------- = 1 -  (Equação 10.13)
Vpós
Sendo:
Vs =volume do piscinão (m3);
Vpós = volume do runoff do escoamento (m3 );
 = Qpré/Qpós
Vpós = Qpós x tc pós
Sendo:
Qpós = vazão de pico no pós-desenvolvimento (m3/s);
tcpos= tempo de concentração no pós-desenvolvimento (min);
Qpré= vazão de pico no pré-desenvolvimento (m3/s).

Exemplo 10.8 - Usando o Método Racioinal


Vamos estabelecer um reservatório de detenção padrão para podermos comparar supondo que:
K= 1747,9
a= 0,181
b= 15
c=0,89
Tr=100 anos
Válida para a cidade de São Paulo
I (mm/h)= K . Tr a/ (tc + b) c

I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (tc + 15) 0,89


tc= tempo de concentraçao (min)
I= intensidade da chuva (mm/h)

Vamos examinar duas situações: pré-desenvolvimento e pós-desenvolvimento

Pré-desenvolvimento
tc= 31min
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (tc + 15) 0,89
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (31 + 15) 0,89
I=133,25m/h
Área impermeável (%)= 12
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 12= 0,158
C=0,158
Area (ha)= 222

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Qpré= C. I . A / 360 = 0,158 x 133.25 x 222/360= 13m3/s

Pós-desenvolvimento
tc= 15min
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (tc + 15) 0,89
I (mm/h)= 1747,9 . 100 0,181/ (15 + 15) 0,89
I=194,93mm/h
Área impermeável (%)= 55
Rv=0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 55= 0,545
C=0,545
Area (ha)= 222
Qpre = C. I . A / 360 = 0,545 x 194,93 x 222/360= 65,51m3/s

Exemplo 10.9 -Usando o Metodo Santa Barbara


Pré-desenvolvimento
Tr=100anos
Local: São Paulo, capital
CN=63
tc= 31min
Área impermeável = 12%
Área da bacia= 222ha
Duração da chuva= 2h
Precipitação total em 2h para Tr=100anos= 104mm
Qpre= 14,3m3/s

Pés-desenvolvimento
Tr=100anos
Local: São Paulo, capital
CN=83
tc= 15min
Area impermeável = 55%
Area da bacia= 222ha
Duração da chuva= 2h
Precipitação total em 2h para Tr=100anos= 104mm
Qpré= 56,6m3/s

Exemplo 10.10
Dimensionamento de reservatório de detenção pelo método de Baker, 1979 usando o Método
Racional.
Vazao de pré-desenvolvimento= 13m3/s
Vazao de pos desenvolvimento= 65,51m3/s
Tempo de concentração é de 15min.
Período de retorno considerado foi de 100anos.
q pré = 13m3/s
q pos = 65,51m3/s
= qpré / qpós = 13 / 65,51 = 0,2

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Usando a Equação (10.13) temos:


Vs
---- = 1 -  = 1 - 0,2 = 0,8
Vpós
Vpós = 65,51m3/s x 15min x 60s = 58.961m3
Vs = Vpós x 0,8 = 58.961m3 x 0,8= 47.277m3

10.13 – Dimensionamento pelo método do Federal Aviation Agency,1966 usando o Método


Racional
O método do Federal Aviation Agency (FAA) foi adotado nos Estados Unidos em 1966.
Originalmente o método foi criado em 1957 por Kropf.
Neste método não é especificado o tipo de saída da água do reservatório de detenção tais
como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
O método deve ser usado para pequenas bacias urbanas. Adotamos o limite máximo
aproximado de 3 km2 de área de bacia.
O método do FAA adota basicamente o Método Racional. O volume de entrada, ou seja, o
imput é dado pela equação abaixo, conforme Mays, 2001 p. 607 e Maidment, 1993 capítulo 28.27 do
livro Handbook of Hydrology.
V in = [(C . I . A)/360] . tD x 60 (Equação 10.14)
Sendo:
V in = volume acumulado do runoff (m3);
C= coeficiente de runoff;
I= intensidade de chuva (mm/h) obtido por uma curva IDF;
A= área da bacia (ha) e
tD = tempo de duração da chuva (min).
O volume acumulado de saída é Vout sendo dado pela fórmula abaixo:
Vout = k . Qout . tD . 60 (Equação 10.15)
3
Vout = volume acumulado de saída (output) em (m );
k= coeficiente de ajuste entre o pico da vazão de entrada e o pico da vazão de saída;
Qout = vazão máxima de saída (output) (m3/s) adotada e suposta constante sempre.
tD = tempo de duração da chuva (min)

O Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Colorado localizada em Denver,


EUA, em 1991 publicou gráfico do coeficiente de ajustamento “k” o qual apresentaremos na Tabela
(10.3).

Tabela 10.3- Coeficientes de ajuste “k” em função da relação das vazões de saída com a da
entrada
Coeficiente de ajuste
Qout /Qin k

0,10 0,98
0,20 0,94
0,30 0,90
0,40 0,87
0,50 0,85
0,60 0,83
0,70 0,81
0,75 0,00
Fonte: adaptado do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Colorado, Denver, 1991

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Exemplo 10.11
Dimensionamento do reservatório de detenção pelo método do Federal Aviation Agency.
Dados:
Área de drenagem: 222ha
Qpós= 65,51m3/s
Qpré= 13m3/s
Período de retorno T=100anos
Vazão de pré-desenvolvimento: 13m3/s
Solução:
13 m3/s
------------- =0,2
65,51 m3/s
Entrando na Tabela (10.3) com a relação 0,2 obtemos k=0,94 na primeira linha. Para cada
vazão de entrada temos um valor de k conforme se pode ver na Tabela (10.4).
Temos que achar o máximo da diferença entre o volume de entrada e o volume de saída, da
seguinte maneira:
V= máximo (V in – Vout)
Portanto, o volume do piscinão será V.
Usamos o método racional para calcular a vazão afluente, sendo que a vazão efluente de
13m3/s é imposta. Calculamos o volume da vazão afluente para a duração da chuva e o volume
gerado pela vazão efluente.
A máxima diferença de volume será a nossa resposta, isto é, o volume estimado do
reservatório de detenção.
Na Tabela (10.4) são mostrados os resultados obtidos, obtendo-se volume de 64.912m3.

Tabela 10.4- Dimensionamento de reservatório de detenção usando o método do Federal


Aviation Agency, 1966 sendo C=0,545 e A=222ha

Vazão Período chuva


efluente de
retorno
Tempo adotado Tr Intensidade Area Qentrada  V in = C x I Vout = k x V in - Vout
da chuva xAx Qout x tD
De (min) k
Conc. tD
tc tD

(min) (m3/s) (anos) (min) (mm/h) (ha) (l/s) (m3) (m3) (m3)

15 13 100 15 194,93 222 65,51 0,20 0,94 58961 10998 47963

15 13 100 30 135,88 222 45,67 0,28 0,92 82201 21528 60673

15 13 100 45 105,19 222 35,35 0,37 0,87 95449 30537 64912

15 13 100 60 86,24 222 28,98 0,45 0,86 104343 40248 64095

15 13 100 75 73,32 222 24,64 0,53 0,84 110892 49140 61752

15 13 100 90 63,92 222 21,48 0,61 0,83 116011 58266 57745

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

10.14- Dimensionamento pelo método de Abt e Grigg, 1978 usando o Metodo Racional
McCuen,1998 cita o método de Abt e Grigg que usa o método racional com hidrograma
triangular para a entrada e saída.
Neste método não é especificado o tipo de saída da água do reservatório de detenção tais
como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos.
Vs
---------- = (1 - )2 (Equação 10.16)
Vpós
Sendo:

Vs =volume do piscinão (m3);


Vpós = volume do runoff do escoamento (m3 );
 = Qpré/Qpós
Sendo:
Qpós = vazão de pico no pós-desenvolvimento (m3/s);
tc= tempo de concentraçãpo no pós-desenvolvimento (min);
Qantespré= vazão de pico no pré-desenvolvimento (m3/s).

Exemplo 10.12
Dimensionamento do piscinão do pelo método de Abt e Grigg, 1978
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. de 13m3/s seria a vazão de pico
no pré-desenvolvimento e a vazão de pico depois do desenvolvimento é de 65,51m3/s. Tempo de
concentração tc=15min. Período de retorno considerado foi de 100anos. Usa o método Racional.
Qpré = 13 m3/s;
Qpós = 65,51m3/s
 = 13 / 65,51 = 0,20
Vs
---- = (1 - )2 = (1- 0,20)2 =0,64
Vpós

Vpós = 65,51 x 15 x 60 = 58.961m3


Vs = 58.961m3 x 0,64= 37.736m3
Portanto, usando o método de Abb e Grigg achamos que o volume estimado do piscinão é de
37.736m3.

10.15 Dimensionamento pelo método de Kessler e Diskin, 1991


Mays,1999 cita o método de Kessler e Diskin,1991 no capítulo 14.85 do livro Hydraulic
Design Handbook, que supõe que a área da superfície do reservatório seja constante. A grande
vantagem é que o método tem aplicação para orifícios e para vertedores.
Para um único vertedor:
Vs
---- = 0,932 – 0,792 .  Válido para 0,2 <  < 0,9 (Equação 10.17)
Vpós

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Exemplo 10.13
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin,1991
Vamos usar as vazões de pico calculadas usando o método Santa Bárbara.
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
 = 14,3/56,6 = 0,25
Como o valor obtido de  está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin, 1991.
Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior.
Vs
---- = 0,932 – 0,792 . 
Vpós

Vs
---- = 0,932 – 0,792 x 0,25 = 0,734
Vpós

Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,734 = 133.200m3 x 0,734= 97.769m3

Para um único orifício:


Vs
---- = 0,872 – 0,861 .  Válido para 0,2 <  < 0,9 (Equação 10.18)
Vdepois

Exemplo 10.14
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de Kessler e Diskin, 1991
Consideramos que aplicando o método racional obtemos:
tc=15min
Tr= 100anos
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
 = 14,3/56,6 = 0,25
Como o valor obtido de  está entre 0,20 e 0,90, podemos usar o método de Kessler e Diskin,
1991. Supomos que o reservatório manterá constante a superfície superior e que o dispositivo de
saída de água seja um único orifício.

Vs
---- = 0,872 – 0,861 . 
Vpós

Vs
---- = 0,872 – 0,861 x 0,25 = 0,66
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3


Vs = Vpós x 0,66 = 133.200m3 x 0,66= 87.912m3

10.16 Dimensionamento pelo método de McEnroe, 1992


Mays,1999 cita o método de McEnroe,1992 no capítulo 14.85 do livro Hydraulic Design
Handbook, que supõe que a hidrógrafa da entrada no reservatório é devida a uma função Gama. A
grande vantagem é que o método tem aplicação para orifícios e vertedores.
Para um único vertedor:
Vs
---- = 0,98 – 1,17 .  +0,77. 2 –0,46 . 3 (Equação 10.19)
Vpós

Exemplo 10.15
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de McEnroe, 1992
Tr=100anos
tc=15min
Método Santa Bárbara
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
 = 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,98 – 1,17 .  +0,77. 2 –0,46 . 3
Vpos
Vs
---- = 0,98 – 1,17 x 0,25 +0,77x 0,252 –0,46 x 0,253 = 0,73
Vpos

Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,73 = 133.200m3 x 0,73= 97.236m3

Para um único orifício:


Vs
---- = 0,97 – 1,42 .  +0,82. 2 –0,46 . 3 (Equação 10.20)
Vpós

Exemplo 10.16
Dimensionamento de um reservatório de detenção pelo método de McEnroe, 1992
Tr=100anos
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
 = 14,3/56,6 = 0,25

Vs
---- = 0,97 – 1,42 .  +0,82. 2 –0,46 . 3
Vpós

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Capítulo 10- Dimensionamento preliminar de reservatório de detenção

Vs
---- = 0,97 – 1,42 x 0,25 + 0,82. 0,252 –0,46 x 0,253 = 0,66
Vpós

Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,66 = 133.200m3 x 0,66= 87.912m3

10.17- Dimensionamento pelo método de Wycoff e Singh (1976)


Conforme McCuen,1998 o método de Wycoff e Singh pode ser verificado pela Equação (10.21).
Vs
---- = 0,97 x ( 1 - )0,753 (Equação 10.21)
Vpós

Exemplo 10.17
tc=15min
Qpré =14,3m3/s;
Qpós = 56,6m3/s
 = 14,3/56,6 = 0,25
Vs
---- = 0,97 x ( 1 - )0,753 = 0,97 x ( 1- 0,25) 0,753 = 0,78
Vpós
Sendo a chuva excedente total de 60mm e sendo a área de drenagem de 222ha, teremos:
Vpós = 60mm x 222ha x 10.000 m2/1000 = 133.200m3
Vs = Vpós x 0,78 = 133.200m3 x 0,78= 103.896m3

10.18 Dimensionamento pelo método Racional


McCuen,1998 cita que dada a popularidade do método racional e usando o conceito de pré-
desenvolvimento e pós-desenvolvimento.
Considera-se que no pré-desenvolvimento quando a bacia não tinha nada construído e
existiam somente matas, por exemplo.
No pós-desenvolvimento é o caso quando a bacia está totalmente desenvolvida.
Vs = 0,5 x (Qpós - Qpré) x tb x60 (Equação 10.22)
Sendo:
Vs =volume do piscinão (m3);
Qpós = vazão de pico (m3/s) no pós-desenvolvimento;
tc= tempo de concentraçao (min)
tb= 3 x tc
Qpré= vazão de pico (m3/s) no pré-desenvolvimento.

Dica: o dimensionamento pelo método Racional é o mais facil de se utilizar.

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Exemplo 108
Dimensionamento do piscinão do pelo método racional
tc= 15min
Tr=100anos
Método Racional.
Qpré = 13 m3/s;
Qpós = 65,51m3/s
Vs = 0,5 x (Qpós - Qpré) x tb x 60
tb= 3 x tc
Vs = (65,51 - 13) x 3 x 15min x 60s = 70.889m3

10.19 Comparação dos métodos


Vamos colocar na Tabela (10.5) os varios tipos de cálculos para o mesmo problema para
orientar o projetista na escolha do mais adequado.

Tabela 10.5- Volume de detenção para Tr=100anos para caso na RMSP


Ordem Nome do método Volume de detenção
(m3)
3
1 Método heurístico 514m /ha 114.108
2 Porto-Função Gama 110.370
3 Porto-reservatório com paredes verticais e saida em 99.900
vertedor retangular
4 Porto-reservatório com paredes verticais e saida em 89.244
orificio
5 Porto-reservatório com paredes parabólicas e saida em 91.908
vertedor retangular
6 Porto-reservatório com paredes parabólicas e saida em 79.920
orificio
7 Método Racional- Aron e Kibbler 75.723
8 Método Racional - Baker 47.277
9 Método Racional- Federal Aviation Agency 64.912
10 Método Racional- Abt e Grigg 37.736
11 Kessler e Diskin 87.912
12 McEnroe 87.912
13 Wycoff e Singh 103.896
14 Metodo Racional com tb=3tc 70.889

O grande problema que tem o projetista de reservatóio de detenção é usar um método que seja
aceito pela maioria dos especialistas no assunto. Nos Estados Unidos é muito usado o método de
Aron e Kibbler.
No Brasil não há uma recomendação, porém tomamos a liberdade de sugerir o uso do Método
Racional com tb=3tc para bacias com area até 3km2. Para áreas maiores sugerimos usar os
adimensionais do prof. dr. Rodrigo Porto da Universidade de São Carlos da USP.

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10.20 Orifício
O orifício pode ser circular ou retangular e é calculado com a Equação:
Q= Cd x A x (2 g h ) 0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
A= área=  D2/4 (para orifício)
D= diâmetro (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81 m/s2
h= altura média da lâmina de água em relação ao eixo da tubulação de saída (m)
O orifício geralmente é usado na parte inferior dos reservatórios de detenção para o
escoamento da vazão de pré-dimensionamento.

Figura 10.5- Orifício livre e submerso


Fonte: Ciria, 2007

Placa de orifícios
Quando temos uma placa de orifícios cada orifício pode ser calculado separadamente.

Figura 10.6- Placa de orifícios


Fonte: CIRIA, 2007

A equação para o calculo da vazão conforme CIRIA, 2007 é a seguinte:


Q= Cp x (2xAp/ 3x Hs) x (2g) 0,5 x H 1,5
Sendo:
Q= vazão de descarga no orifício (m3/s)
Cp= coeficiente de descarga para perfuração= 0,61
Ap= área da seção transversal de todos os orifícios (m2)
Hs= distancia de S/2 acima da linha de orifício mais alta até S/2 da linha de orifício mais baixa (m)
S=distância entre os orifícios (m)
H= altura da carga de água (m)

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Figura 10.7- Placa de orifícios


Fonte: CIRIA, 2007

Figura 10.8- Placa de orifícios protegida para pequenos lagos


Fonte: CIRIA, 2007

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10.21 Vertedor circular


Conforme Tomaz, 2002 o vertedor circular em parede vertical tem a Equação:
Q= 1,518 x D 0,693 x H 1,807
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
D= diâmetro (m)
H= altura da lâmina de água (m).
O vertedor circular geralmente é usado para a descarga da vazão centenária Q100.

10.22 Vertedor retangular


O vertedor retangular pode ser de perfil tipo Creager ou de parede espessa tem a Equação:
Q=µ x L x H (2gH) 0,5
Como (2g) 0,5= 4,43 e parede espessa µ = 0,35.
Q= 4,43 x 0,35x L x H 1,5
Q= 1,55x L x H 1,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
L= largura do vertedor retangular (m)
H= altura da vertedor a contar da soleira (m).

10.23 Diâmetro de saída


Supondo:
n= 0,015 concreto.
S= declividade da tubulação (m/m)
D= diâmetro (m)
Q= vazão total específica (m3/s)
Conforme Tomaz, 2002, para seção plena temos:
D= [( Q. n ) / ( 0,310. S 0,5 )] (3/8)
ou
Q= [0,312 x S 0,5 x D (8/3)]/ n
Na Tabela (10.5) estão as vazões das tubulações de concreto em função da declividade.

Tabela 10.5 - Vazões em m3/s de tubulações de concreto de acordo com diâmetro interno e declividade da tubulação.
D 0,50% 1% 1,50% 2% 2,50% 3% 3,50% 4% 5%
(m) 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,05

0,15 0,009 0,013 0,016 0,019 0,021 0,023 0,025 0,026 0,030
0,20 0,020 0,028 0,035 0,040 0,045 0,049 0,053 0,057 0,064
0,25 0,036 0,052 0,063 0,073 0,082 0,089 0,097 0,103 0,115
0,30 0,059 0,084 0,103 0,119 0,133 0,145 0,157 0,168 0,188
0,40 0,128 0,181 0,221 0,256 0,286 0,313 0,338 0,361 0,404
0,50 0,232 0,328 0,401 0,463 0,518 0,567 0,613 0,655 0,732
0,60 0,377 0,533 0,652 0,753 0,842 0,923 0,997 1,065 1,191
0,70 0,568 0,804 0,984 1,136 1,270 1,392 1,503 1,607 1,797
0,80 0,811 1,147 1,405 1,622 1,814 1,987 2,146 2,294 2,565
0,90 1,111 1,571 1,923 2,221 2,483 2,720 2,938 3,141 3,512
1,00 1,471 2,080 2,547 2,942 3,289 3,603 3,891 4,160 4,651

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10.24 Depósito anual de sedimentos


Os sedimentos recolhidos são considerados não-perigosos e podem ser dispostos em aterros
sanitários ou em local autorizado.
Dica: adotar para o Brasil a taxa de 10m3/ ano x ha para remoção de sedimentos para
estimativa.

Exemplo 10.19
Depósito anual de sedimentos no reservatorio de detenção= 222ha x 10m3/ha/ano =2.220m3/ano
Portanto, anualmente teremos que remover aproximadamente 2.220m3 de sedimentos.

10-27
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10.25 Bibliografia e livros consultados


-CIRIA. The SUDS manual. London, 2007, CIRIA C697, ISBN 978-0-86017-697-8
-TOMAZ, PLINIO. Cálculos hidrológicos e hidráulico para obras municipais. Editora Navegar,
2011, 592 páginas.

10-28
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 01 de agosto de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 40
Balanço Hídrico em pequenas barragens

40-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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SUMÁRIO

Ordem Assunto

Capítulo 40 - Balanço Hídrico em pequenas barragens


40.1 Introdução
40.2 Conceito de sistema e limite
40.3 Lei da conservação da massa
40.4 Precipitação P
40.5 Runoff Ro
40.6 Vazão Base Qb
40.7 Infiltração “I”
40.8 Evaporação de superfície líquida da represa
40.9 Overflow “Ov”
40.10 Outros “Ou”
40.11 Volume trapezoidal
40.12 Custos
40.13 Vazão Q 7,10
40.14 Bibliografia
15 páginas

40-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
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Capítulo 40 - Balanço Hídrico em pequenas barragens

40.1 Introdução
É muito importante o balanço hídrico de uma barragem, pois pode haver muita evaporação e
infiltração na região havendo necessidade de se reexaminar o volume do reservatório.
Não adianta somente calcular o volume necessário para um empreendimento, pois o balanço
hídrico é vital em caso de retirada de água para irrigação ou para tratamento de água.
O objetivo é mostrar metodologia simplificada de aplicação do balanço hídrico de uma lagoa
de detenção alagada ou uma wetland localizada em bacias hidrográficas pequenas que variam de 10
ha a 250 ha, para ver o comportamento da mesma durante um determinado tempo.
Em casos especiais, deverá ser feito estudo aprofundado e detalhado do balanço hídrico, com
análises mais rigorosas, conforme recomendado pelo Estado da Geórgia, 2001.
Salientamos que nosso estudo não se destina a outorgas onde se examinam as disponibilidades
hídricas, a demanda, a vazão de retorno e a vazão ecológica ambiental.

40.2 Conceito de sistema e limite


Primeiramente vamos definir o conceito de sistema e limite.
Sistema: é um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações.
Limite: é a definição da fronteira do sistema.
Elementos: são os componentes do sistema que podem ser separados por categorias ou grupos.
Um sistema pode ser aberto ou fechado. O sistema é considerado aberto quando permite a
entrada e saída de energia e massa e é considerado fechado quando somente entra ou sai energia,
mas não massa.
A equação básica do balanço hídrico está baseada na equação da continuidade da massa. Em
um determinado sistema a água que entra ( I ) menos a água que sai ( O ) é igual a variação do
volume num determinado tempo (dS/dt). Um sistema pode ser composto de vários sub-sistemas que
na verdade são novos sistemas em separado, como, infiltração, precipitação, volume de entrada, etc.
O sistema escolhido denomina-se de volume de controle no qual o fluido é tratado como
massa concentrada num ponto do espaço.

40.3 Lei da conservação da massa


Será aplicada a lei da conservação da massa ao volume de controle da Figura (40.1), conforme
Estado da Geórgia, 2001.

Diferença de armazenamento =Entradas – Saídas

ΔV = ΣI– ΣO (Equação 40.1)


Sendo:
ΔV = variação de volume no tempo, que consideraremos de um mês (m3 ) .
Σ I = somatório dos volumes de água que entram no sistema isolado (m3)
Σ O = somatória dos volumes de água que saem do sistema isolado (m3)

ΔV = ΣI– ΣO

ΔV = P + Ro + Qb -I – E- ETo - Ov -Ou (Equação 40.2)


Sendo:
ΔV = variação do volume no tempo de um mês (m3/mês)
P = volume precipitado na superfície da água (m3/mês)
Ro = volume referente ao escoamento superficial ou runoff da área que cai na represa (m3/mês)
Qb= volume referente a vazão base que chega à represa (m3/mês)

40-3
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I = infiltração da água no solo na represa (m3/mês)


E = evaporação na superfície líquida da represa (m3/mês)
ETo =evapotranspiração de referência na superfície liquida para plantas emergentes da represa
(m3/mês)
Ov= overflow, isto é, volume que sairá da represa (m3/mês)
Ou= volume retirada para outros fins, tal como irrigação (m3/mês)
Vamos explicar com mais detalhes cada parâmetro da Equação (40.2), sempre observando que
usaremos o intervalo de um mês.

Esquema de balanço hídrico em um


barramento

Ro P
Qb Ev
Ou

Ov

Figura 40.1- Esquema do balanço hídrico em um barramento

40-4
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40.4 Precipitação P
Trata-se da precipitação média mensal em milímetros obtida por pluviômetros na região.

Tabela 40.1- Precipitação média mensal do município de Guarulhos


Meses (mm)
Janeiro 254,1
Fevereiro 251,7
Março 200,9
Abril 58,3
Maio 70,3
Junho 39,0
Julho 30,8
Agosto 24,9
Setembro 75,1
Outubro 137,4
Novembro 130,5
Dezembro 214,7
1487,8

40.5 Runoff Ro
A precipitação caindo no solo, uma parte se infiltra, outra escoa, formando o escoamento
superficial, ou seja, o runoff. Num curto intervalo de tempo podemos deixar de considerar a
evapotranspiração.
Uma parte da precipitação fica aderida as folhas e a superfície impermeável e consideramos então
que 10% da precipitação fica retida por aderência e devido a isto que consideramos somente 90% do
runoff. Não consideramos o armazenamento em depressões e conforme o caso poderá ser levada em
conta.

Ro= (P/1000) x A x Rv x 0,90


Sendo:
Ro= escoamento superficial ou runoff mensal (m3/mês)
P= precipitação do mês (mm)
A= área total da bacia (m2)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
Rv= 0,05 + 0,009 . AI
AI= área impermeável em porcentagem
0,90= coeficiente que leva em conta a aderência de cerca de 1mm de água de chuva, não sendo
considerado as poças de água.

Exemplo 40.1
Calcular o runoff anual em mm com area impermeavel de I=60% e precipitação média anual
P=1400mm.
Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,05+0,009 x 60=0,59
Ro= P x Rv x 0,90
Ro= 1400 x 0,59 x 0,90 = 743,4mm

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Runoff Anual
Conforme Akan. 2003 baseado nas pesquisas de Heaney et al, 1977 e colocado nas unidades
SI por nós, temos:

R= [ 0,15 + 0,75 x (I/100)] P - 19,36 .d 0,5957


d= 6,35 -4,76 x (I/100)
Sendo:
R= runoff anual (mm)
I= area impermeavel (%)
P= precipitação média anual (mm)
d= armazenamento em depressão (mm)

Exemplo 40.2
Calcular o runoff anual área impermeavel de I=60% e precipitação média anual P=1400mm.
d= 6,35 -4,76 x (I/100)
d= 6,35 -4,76 x (60/100)=3,494mm
R= [ 0,15 + 0,75 x (I/100)] P - 19,36 .d 0,5957
R= [ 0,15 + 0,75 x (60/100)]x 1400 - 19,36 x3,4940,5957
R=799,21mm

40.6 Vazão Base Qb


A vazão base pode ser levada em conta ou não. Caso queiramos considerar a vazão base,
poderíamos estimá-la usando a vazão Q7,10 conforme método de Regionalização Hidrográfica de
Pallos et al.
Para o caso da cidade de Guarulhos com P= 1500mm/ano localizada na Região Metropolitana
de São Paulo podemos considerar a vazão Q7,10 de 0,032 L/s x ha.
Verificações empíricas parece nos mostrar que a área de contribuição para formar uma vazão
base deve ser no mínimo de 10ha, sendo que isto já foi recomendado pelo Estado de Ontário, 2003.

Fórmula empírica para a recarga média anual


Na Índia Kumar e Seethpathi, 2002 fizeram uma fórmula empírica com 8% de precisão (para
a região) que fornece a recarga das águas das chuvas que adaptadas às unidades SI fica:
Rr= 1,37 ( P- 388) 0,76
Sendo:
Rr= recarga do aqüífero subterrâneo devido somente a águas das chuvas (mm/ano)
P=precipitação média anual da estação (mm)

Exemplo 40.3
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1500mm.
Rr= 1,37 (P- 388) 0,76
Rr= 1,37 (1488- 388) 0,76= 280mm
Adotando a metade somente Rr= 280/2=140mm
Em L/s x ha teremos:

140 x 10.000m2/ (365 dias x 86.400s) =0,044 L/s x ha


Qb= 0,044 L/sxha
Nota: o valor obtido com o método da Regionalização Hidrográfica com o Q7,10 =0,032 L/sxha. Na
prática o vazão básica é um pouco maior que o Q7,10.

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40.7 Infiltração “I”


Para infiltração da água no solo usamos Equação (40.3) de Darcy temos:

Q= A x K x G (Equação 40.3)
Sendo:
Q= infiltração (m3/dia)
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m2)
G= gradiente hidráulico (m/m)
K= condutividade hidráulica (m/dia) e estimado conforme Tabela (40.2).
Na prática podemos adotar para áreas planas o gradiente hidráulico G= 1 e para áreas com
declividade maiores que 4H: 1V gradiente hidráulico G= 0,5.

Tabela 40.2 - Condutividade hidráulica K em função do tipo de solo


Tipo de solo K K
mm/h m/dia

Areia 210,06 4,96


Areia franca 61,21 1,45
Franco arenoso 25,91 0,61
Franco 13,21 0,31
Franco siltoso 6,86 0,16
Franco argilo arenoso 4,32 0,10
Franco argiloso 2,29 0,05
Franco argilo siltoso 1,52 0,04
Argila arenosa 1,27 0,03
Argila siltosa 1,02 0,02
Argila 0,51 0,01
Fonte: Febusson e Debo,1990 in Georgia Stormwater Manual, 2001

Nota: se a condutibilidade do solo K for muito grande a solução são duas: camada de
argila de 0,30m em todo o fundo e lateral do reservatorio ou revestimento com lona plástica do
fundo e taludes.

40.8 Evaporação da superfície líquida da represa


Existe duas evaporações importante, a evapotranspiração do solo com as plantas e a evaporação
somente da superfície liquida.
A evaporação da superfície líquida é geralmente maior que a evapotranspiração onde são
consideradas as plantas.
Para o cálculo da evaporação da superfície líquida usamos o Método de Penman-Monteith
original, onde se utilizou albedo de 0,08.

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Tabela 40.3- Evaporação de superfície líquida pelo método de Penman-Monteith original


para o município de Guarulhos
Meses (mm/mês)
Jan 140
fev 126
mar 130
abr 107
maio 85
junho 73
julho 81
agosto 104
set 108
out 130
nov 139
dez 144
Total= 1367

40.9 Overflow “Ov”


Consideramos a represa como um sistema isolado aberto. Entra água e sai água. O volume de
água liquida sai pelos extravasores e segue adiante. É o overflow.

40.10 Outros “Ou”


Poderá na representa eventualmente ou sistematicamente ser retirado água para irrigação ou
outros fins previstos e que deverá ser levado em conta. O autor já viu casos em que é lançado ao
rservatório agua de esgotos tratadas (água de reúso) que ficará armazenada e depois será bombeada
para fins não potáveis.
O comum nestes casos é se usar água para irrigação.

Figura 40.2 - Lagoa de detenção alagada pode ser considerado um sistema aberto para o
balanço hídrico.

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40.10 Balanço Hídrico da bacia da área da pequena barragem


Fazemos agora o balanço hídrico, isto é, consideremos o volume total que entra no sistema
isolado, ou seja na represa, menos o volume que sai.

Volume que entra:


1. Runoff= Ro
2. Precipitação=P
3. Vazão base= Qb
Total= Ro + P+ Qb

Volume que sai:


1. Volume de água que evapora= E
2. Volume de água que se infiltra no fundo da represa= I
3. Volume retirado da represa para outros fins= Ou
4. Volume de overflow= Ov
Total= E+I+Ou+Ov

Dica: temos dois volumes, um permanente e outro temporário.


É importante que seja mantido o volume permanente e o ideal seria que o mesmo nunca ficasse a
zero, isto é, a represa nunca secasse.

40.11 Volume do prisma trapezoidal


Conforme Geórgia, 2001 ou Akan e Paine, 2001 o volume prismático trapezoidal é dado pela
Equação (40.4) e Figura (40.3).
V= L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 .Z2 . D3 (Equação 40.4)
Sendo:
V= volume do prisma trapezoidal (m3)
L= comprimento da base (m)
W= largura da base (m)
D= profundidade do reservatório (m)
Z= razão horizontal/vertical. Normalmente 3H:1V

Figura 40.3 - Reservatório com seções transversais e longitudinais trapezoidal


Fonte: Washington, 2001

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Exemplo 40.4
Vamos considerar uma bacia em área residencial que tem A=10ha onde existe um reservatório
de detenção alagada com área de superfície AS=1007m2 de superfície. Supõe-se que a vazão de base
seja igual a Qb=0,032 litros/segundo x hectare.
A área impermeável é de AI=75% e existe um solo de silte argiloso margoso com
condutividade hidráulica de 4mm/h (0,10m/dia).
Conhecemos a precipitação anual de 1.488mm e a evaporação anual de superfície líquida de
1367mm.
Queremos saber como se comporta o reservatório durante o ano, especialmente nos mês de
pouca chuva e muita evaporação.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 75= 0,73
WQV= (P/1000) x A x Rv= (25/1000) x 10ha x 10000m2 x 0,73= 1813m3
Como o reservatório de detenção alagada tem um reservatório permanente e outro provisório
cada um com 50% de WQv, temos:
Volume do reservatório permanente= WQv/ 2= 1813/2=906m3
Volume do reservatório temporário= WQv/2=1813/2= 906m3
Na prática temos usado para o volume permanente o valor WQv e para volume temporário o
volume WQv.
A profundidade adotado para o volume WQv= 1813m3 total é de 1,80m, sendo 0,90m para o
reservatório permanente e 0,90m para o reservatório temporário.
A área da superfície líquida AS= volume total / 1,80m= 1813/ 1,80= 1007m2 > 1000m2 que é
a área mínima adotada de superfície.

Runoff (Ro)
Considerando a bacia de área de 1007m2 como um sistema isolado, o volume de escoamento
mensal, ou seja, o runoff será:

Ro= (P/1000) x A x Rv x 0,90


Sendo:
Ro= escoamento superficial ou runoff mensal (m3/mês)
P= precipitação do mês (mm)
A= área total da bacia (m2)= 10ha x 10000m2
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
AI=75%
Rv= 0,05 + 0,009 . AI = 0,05+ 0,009 x 75= 0,73
0,90= coeficiente que leva em conta a aderência de cerca de 1mm de água de chuva, não sendo
considerado as poças de água.
Para o mês de janeiro teremos o runoff de:
Ro= (P/1000) x A x Rv x 0,90
Ro= (254mm/1000) x 10ha x 10000m2 x0,73 x 0,90= 16.582m3
E assim se faz para os meses restantes até atingir dezembro.

Infiltração:
Para infiltração, admitimos que a condutividade hidráulica para solo franco argilo arenoso o
valor K=0,10m/dia = 4,0mm/h= 100litros/dia x m2.
Como se trata do fundo do reservatório supõe-se que 10% da área tem declividade maior que
1:4.
Dados do problema: G=1,0 (plano) e G=0,50 para a declividade maior que (4H:1V).
Usando a Equação (40.8) de Darcy temos:

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Q= A x K x G (Equação 40.8)
Sendo:
Q= infiltração (m3/dia)
A= área da seção transversal em que a água infiltra (m2)
G= gradiente hidráulico
K= 0,10m/dia (condutividade hidráulica)
Área do fundo do reservatório é suposta igual a área de superfície= 1007m2
90% 0,90 x 1007m2= 906m2
10% 0,10 x 1007m2= 101m2

G=1 e G=0,5 (dados do problema)


Q= A x K x G= 906m2 x 0,10m/dia x 1,00 + 101m2 x 0,10m/dia x 0,50= 95,65m3/dia
Para o mês de janeiro, que tem 31 dias, teremos:
31 dias x 95,65m3/dia= 2.965 m3/mês

Nota:
Não esquecer da definição de gradiente hidráulica que é a diferença de pressão no ponto 1
menos o ponto 2 dividido pela distancia entre os pontos. No caso de superfície plana o ponto 1 está na
parte superior e o 2 na perpendicular e a distancia é a mesma, daí ser G=1.
Em regiões de declividade teremos diferenças e adotamos nos cálculos G=0,5. É como se
fosse o seno do ângulo onde a hipotenusa fica sobre o terreno.

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Tabela 40.5 - Balanço hídrico de bacia de detenção alagada em Guarulhos


Meses do ano jan fev mar abr mai jun
Número de dias no mês= 31 28 31 30 31 30
Mês 1 2 3 4 5 6
Precipitação média mensal (mm) Guarulhos= 254 252 201 58 70 39
Evaporação média mensal ( mm)= 140 126 130 107 85 73
Volume runoff= 16582 16420 13107 3805 4586 2546
Precipitação na represa= 256 253 202 59 71 39
Evaporação volume (m3) 141 127 131 108 86 73
3
Infiltração no solo (m )= 2965 2678 2965 2870 2965 2870
Retirada de água constante (m3/mês) 0 0 0 0 0 0
Vazão base (m3/mês)= 857 774 857 829 857 829
Balanço (m3) volume que entra - volume que sai= 14589 14642 11070 1716 2462 472
Balanço mensal 906 906 906 906 906 906

Tabela 40.6 –Continuação- Balanço hídrico de bacia de detenção alagada em Guarulhos


Meses do ano julho ago set out nov dez
Número de dias no mês= 31 31 31 30 31 30
Mês 7 8 9 10 11 12
Precipitação média mensal (mm) Guarulhos= 31 25 75 137 130 215 1488
Evaporação média mensal ( mm)= 81 104 108 130 139 144 1367
Volume runoff= 2013 1626 4902 8965 8515 14012
Precipitação na represa= 31 25 76 138 131 216
Evaporação volume (m3) 81 105 109 131 139 145
3
Infiltração no solo (m )= 2965 2965 2965 2870 2965 2870
Retirada de água constante (m3/mês) 0 0 0 0 0 0
Vazão base (m3/mês)= 857 857 857 829 857 829
Balanço (m3) volume que entra - volume que -146 -562 2760 6932 6398 12042
sai=
Balanço mensal 760 198 906 906 906 906

Evaporação:
A evaporação é somente para a superfície da lagoa, visto que a consideramos um sistema
isolado. Trata-se da evaporação de superfície líquida, que geralmente é um pouco maior que a
evapotranspiração ETo.
Em caso de wetlands ou de muita vegetação poderíamos ter considerado uma parte de
evapotranspiração e outra de superfície líquida.
Para o mês de janeiro temos evaporação de 141mm:
Volume evaporado= (141mm/10000)=141m3/mês

Retirada de água do reservatório


Não existe nenhuma retirada de água do reservatório então consideramos igual a zero.Poderia
haver água retirada de água para irrigação ou outro destino.

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Vazão base
Quando se tem o Método da Regionalização hidrografica como o Estado de São Paulo,
usamos então os dados do DAEE. Quando não temos procuramos estudos sobre vazão minima ou
então usamos o método abcd de Thomas.
Pelo Método da Regionalização Hidrográfica de Pallos et al, a vazão base é calculada da
seguinte maneira para o Estado de São Paulo:

Vazão média plurianual para Guarulhos= 0,1547 litros/ segundo x ha


Para a vazão Q7,10 temos:

Q7,10= 0,75 x 0,632 x (0,4089 + 0,0332) x 0,1547 litros/segundo x ha= 0,032 litros/segundo x ha.

Para a área de 10ha a vazão base que chega até a bacia alagada será:
Qb= 0,032 L/s x ha x 10ha = 0,32 L/s
Durante 24h, ou seja, 86400 segundos teremos:

Qb= 0,32 L/s x 86400/1000=27,6m3/dia


Para o mês de janeiro que tem 31 dias teremos:

Qb= 27,6m3/dia x 31dias= 857m3

Nota:
A vazão base correntemente é muito difícil de ser obtida e as vezes podemos fazer a hipótese
de Qb=0.
A vazão base é importante para manter a represa sempre com água daí, o usual de usar bacia
alagada em áreas sempre maiores ou igual a 10ha e em alguns casos até acima de 20ha.
Não esquecer que as vezes temos que deixar passar pelo barramento todo o Q7,10 ou parte
dele.

Balanço
Fazemos agora o balanço hídrico, isto é, consideremos o volume total que entra no sistema
isolado, ou seja na represa, menos o volume que sai.
Para o mês de janeiro temos:

Volume que entra:


Runoff= 16582m3
Precipitação= 256m3
Vazão base= 857m3
Total= 17.695m3

Volume que sai:


Volume de água que evapora= 141m3
Volume de água que se infiltra no fundo da represa= 2965m3
Volume retirado da represa para outros fins= 0
Total= 3106m3

Volume que entra – volume que sai= 17.695m3 – 3.106m3= 14.589m3

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Como o volume permanente da represa tem 1906m3, então o resto vai ser jogada fora, isto é, será
overflow.

Overflow= 14.589m3- 906m3= 13.683m3

A represa então armazenará o volume de 906m3 para o próximo mês, que é o volume
permanente que ficara sempre constante, não ser nos meses de julho e agosto onde o volume chegará
respectivamente a 760m3 e 198m3, mas mesmo assim o reservatório não ficará seco.
Caso se queira melhorar o volume permanente uma solução seria impermeabilizar o fundo da
represa com argila impermeável. Fazê-la mais fundo é uma solução, mas as profundidades passarão
daquelas aconselhadas que variam de 0,90m a 1,80m para lagoa de detenção alagada.

40.12 Custos
O custo de uma bacia de detenção alagada está entre US$ 18/m3 a US$ 35/m3 e manutenção
entre 3% a 5% do custo total.

Exemplo 40.5
Calcular a estimativa de custo de implantação de uma lagoa de detenção alagada com 2000m3 de
volume.
C= 2000m3 x US$ 30/m3 = U$ 60.000

Manutenção: 5%
M= 0,05 x US$ 60.000= US$ 3000/ano

40.13 Vazão Q 7,10


Caso se queira deixar passar toda a vazão Q 7,10 ou parte dela, temos que fazer um orificio na
parte inferior com proteção de trash rack contra entupimentos. Caso o reservatorio já esteja pronto,
então temos que fazer um sifão.

40-14
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 40- Balanço Hídrico em pequenas barragens
Engenheiro Plínio Tomaz 01 de agosto de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

40.14 Bibliografia e livros consultados


-AKAN, A. OSMAN E HOUGHTALEN, ROBERT J. Urban hydrology, hydraulics and Stormwater
Quality. Editora John Wiley & Sons, 2003, 373 páginas.
-ESTADO DA GEORGIA, 2001. Georgia Stormwater Management Manual. August 2001. Volume
1, Volume 2.
-PALLOS, JOSÉ CARLOS F. e THADEU, MARIO LEME DE BARROS. Análise de métodos
hidrológicos empregados em projetos de drenagem urbana no Brasil. ABRH: 1997, 9p. Vitória,
Espírito Santo, 16 a 20 de novembro de 1997.

40-15
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 44
Equação do volume do reservatório

“Uma chuva de 40 dias e 40 noites centrada no rio Eufrates em 2.957 aC inundou toda a região matando
todas as criaturas vivas, com exceção da família de Noé e dos animais que estavam dentro da arca”.
Tucci, 2002. Inundações urbanas na América Latina.

Vertedor triangular

44-1
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br

SUMÁRIO

Ordem Assunto

Capítulo 44 - Equação do volume do reservatório


44.1 Introdução
44.2 Volume de um reservatório com áreas transversais variáveis
44.3 Volume do tronco de pirâmide
44.4 Volume do prisma trapezoidal
44.5 Tronco de pirâmide circular cônica
5 páginas

44-2
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 44- Cálculo do volume de reservatório

44.1 Introdução
O reservatório de detenção poderá ser prismático ou não. Uma maneira prática de se calcular é
assemelhar o reservatório a uma forma geométrica da qual dispomos de um cálculo matemático existente e
fácil de ser manipulado.

44.2 Volume de um reservatório com áreas transversais variáveis.


O volume entre duas áreas A1 e A2 eqüidistante de “d” é calculado:

V 1,2= [( A1 + A2)/2] x d (Equação 44.1)

As áreas A1 e A2 podem ser obtidos em mapas aerofotogramétricos.

Figura 44.1 - Volume entre as áreas


Fonte: Geórgia, 2001

Exemplo 44.1
Calcular o volume de um reservatório com 1,00m de altura sendo fornecida as áreas (m2) no intervalo
de 0,10m.
Usando a Equação (44.1), obtemos a Tabela (44.1).

Tabela 44.1 - Volume por faixa e acumulado de um reservatório de seção transversal variável.

Volume
Altura Área transversal Por faixa Volume acumulado
2 3 3
(m) (m ) (m ) (m )
0,1 2931 293 293
0,2 5861 440 733
0,3 8790 733 1465
0,4 11722 1026 2491
0,5 14655 1319 3810
0,6 17579 1612 5421
0,7 20512 1905 7326
0,8 23442 2198 9524
0,9 26424 2493 12017
1,0 29309 2787 14804

44-3
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de julho de 2008 pliniotomaz@uol.com.br

44.3 Volume do tronco de pirâmide


O volume em tronco de pirâmide é dado pela expressão (Geórgia, 2001).

V= (d/3) [A1 + (A1 x A2) 0,5 + A2 ]/3 (Equação 44.2)


Sendo:
V= volume do tronco de pirâmide (m3);
A1= área 1 (m2);
A2= area 2 (m2);
D= altura entre as áreas A1 e A2 (m).

Exemplo 44.2
Seja A1= 1000m2 e A2= 1500m2 e altura d= 2,00m. Qual o volume?
Conforme Equação (44.2), temos:
V= (d/3) [A1 + (A1 x A2) 0,5 + A2 ]/3
V= (2,00/3) [1000 + (1000 x 1500) 0,5 + 1500]/3
V= 828m3

44.4 Volume do prisma trapezoidal


Conforme Geórgia, 2001 ou Akan e Paine, 2001 o volume prismático trapezoidal é dado pela Equação
(44.3).

V= L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 .Z2 . D3 (Equação 44.3)


Sendo:
V= volume do prisma trapezoidal (m3);
L= comprimento da base (m);
W= largura da base (m);
D= profundidade do reservatório (m) e
Z= razão horizontal/vertical. Normalmente 3H:1V

Exemplo 44.3
Dados: Largura= W= 20m, Comprimento= L=60m, Profundidade= D=3m e Z=3. Achar o volume.
Conforme a Equação (44.3):
V= L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 . Z2 . D3
V= 20 x 60 x 3 + (20+60) x 3 x 32 + 4/3 x 32 x 33
V= 6.084m3

Figura 44.2 - Reservatório com seções transversais e longitudinais trapezoidal


Fonte: Washington, 2001

44.5 Tronco de pirâmide circular cônica


Conforme Geórgia, 2001 ou DeKalb County, 2000 temos:

V= 1,047 x D (3 R12 + 3 x Z x D x R1 + Z x D2) (Equação 44.4)


Sendo:
V= volume (m3)
D= altura da pirâmide circular cônica (m)
R1= raio da parte inferior (m2)
Z= razão horizontal/vertical.

44-4
Curso de Manejo das Águas Pluviais
Capitulo 44- Equação do volume do reservatório
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Exemplo 44.4
Calcular volume de reservatório em tronco de pirâmide circular cônica usando a Equação (44.4) sendo:
D= 4,0m,
R1= 10,0m e
Z= 3.

V=1,047 x D (3 R12 + 3 x Z x D x R1 + Z x D2)

V= 1,047 x 4 (3 . 102 + 3 x 3 x 4 x 10 + 3 x 42)

V= 2.877m3

44-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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Capítulo 45
Tempo de esvaziamento

“Cerca de 70% do corpo humano consiste de água”.


Tucci, 2002, Inundações urbanas na América do Sul.

45-1
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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SUMÁRIO

Ordem Assunto

Capítulo 45 - Tempo de esvaziamento


45.1 Introdução
45.2 Tempo de esvaziamento
45.3 Tempo de esvaziamento para uma seção transversal qualquer
4 páginas

45-2
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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Capítulo 45 - Tempo de esvaziamento de um reservatório

45.1 Introdução
Algumas vezes é necessário saber o tempo de esvaziamento de um reservatório.
A forma do reservatório pode ser prismática ou totalmente irregular. Muitas vezes a forma, embora
irregular, pode ser aproximada a uma seção trapezoidal, tronco de pirâmide, etc.
No fundo do reservatório sempre há um orifício para o escoamento da água de onde queremos calcular
o tempo.
A escolha do tempo dependerá do projetista, podendo ser optado por um tempo longo ou por um tempo
curto como de 8horas, por exemplo, ou 24h usado pela CIRIA, 1997.
Podemos ter caso em que o esvaziamento deverá ser feito através de bombeamento.

45.2 Tempo de esvaziamento


Genericamente para qualquer seção transversal As, o tempo de esvaziamento em segundos de
qualquer reservatório pode ser calculado pela Equação (45.1), conforme Malásia, 2000.

t=[1 / Cd . Ao .(2.g ) 0,5] . ∫ y1 y2 As dy/ y 0,5 (Equação 45.1)

Quando a superfície da água é constante, isto é, as paredes são verticais, então a equação acima fica:

t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5] (Equação 45.2)

Sendo:
Ao= área da seção transversal do orifício (m2);
Cd= 0,62 coeficiente de descarga;
As= área transversal do reservatório na profundidade y (m2);
t= tempo de esvaziamento (segundos);
y1= altura da água no inicio (m);
y2= altura do nível de água no fim (m) e
g= aceleração da gravidade (g=9,81m/s2)
O orifício mínimo deve ter diâmetro ≥ 50mm.

Exemplo 45.1
Calcular o tempo de esvaziamento de um reservatório em forma de paralelepípedo com altura de 6m,
largura de 10m e 20m de comprimento. O diâmetro do tubo de saída é de 200mm.
Área do orifício: Ao
D= 200mm= 0,20m
Ao= π D2 / 4= π 0,20 2 / 4= 0,0314m2
Seção transversal: As
As= 10m x 20m= 200m2
y1= 6m
y2= D/2= 0,10m
Cd= 0,62
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5)] / [Cd . Ao .(2.g) 0,5]
t= [2 . 200 . (6 0,5 - 0,10 0,5)] / [0,62 . 0,0314 .(2.9,81) 0,5]
t= 10.669 s= 2,96h
Portanto, o reservatório se esgota em 2,96h.

Exemplo 45.2
Calcular o tempo de esvaziamento de um reservatório em forma de paralelepípedo com altura de 6,4m,
área transversal de 16.786m2. O diâmetro do tubo de saída é de 1,00m.
Área do orifício: Ao
D= 1,0m
Ao= π D2 / 4= π 1,002 / 4= 0,7854m2
Seção transversal: As
As= 116786m2
y1= 6,4m
y2= D/2= 0,50m
Cd= 0,62
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5)] / [Cd . Ao .(2.g) 0,5]

45-3
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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t= [2 . 16786 . (6,4 0,5 - 0,50 0,5)] / [0,62 . 0,7854 .(2.9,81) 0,5]


t= 28370 s= 8,0h
A vazão máxima Q=5,46m3/s calculada como orifício com a altura máxima de 6,4m.
Portanto, o reservatório se esgota em 8,0h e no inicio quando se abre a válvula borboleta a vazão
máxima será de 5,46m3/s.

45.3 Tempo de esvaziamento para uma seção transversal qualquer


Para uma área transversal “As” qualquer, podemos aplicar a Equação (45.2) para um determinado
volume “V”, conforme Figura (45.1).

Volume V

y1 y2

Figura 45.1 - Esquema para calcular o tempo parcial t1, t2, t3,... para qualquer volume e qualquer área
As a y1 e y2 do orifício.

Calcula-se então o tempo t1 para o volume V1, t2 para o volume V2 e assim por diante, que estão na
altura y1 e y2 em relação a metade do diâmetro do orifício.
O tempo total t será : t= t1+t2+ t3 + ...

Exemplo 45.3
Calcular o tempo de esvaziamento de um barragem com 225.792m3 com altura máxima de 6,00m e
com orifício de diâmetro de 1,00m. Considera-se os volume acima da metade do orifício.

Tabela 45.1- Cálculo do tempo de esvaziamento de um reservatório com seção variável.


Volume por As
Altura Volume faixa média y1 y2 tempo
(m) (m3) (m3) (m2) (m) (m) (s) (h)
0,5 15302 15302 30604 0,5 0,0 20076 6
1,0 31212 15910 31820 1,0 0,5 8646 2
1,5 47741 31831 63661 1,5 1,0 13273 4
2,0 64896 33066 66131 2,0 1,5 11624 3
2,5 82688 49622 99244 2,5 2,0 15369 4
3,0 101124 51502 103004 3,0 2,5 14421 4
3,5 120215 68713 137425 3,5 3,0 17693 5
4,0 139968 71256 142511 4,0 3,5 17078 5
4,5 160394 89138 178276 4,5 4,0 20065 6
5,0 181500 92362 184724 5,0 4,5 19665 5
5,5 203297 110935 221869 5,5 5,0 22465 6
6,0 225792 114858 229715 6,0 5,5 22224 6
Total= 56

O tempo de escoamento é a soma dos tempos parciais e o total é de 56h.

45-4
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Capitulo 45-Tempo de esvaziamento
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45.5 Bibliografia e livros consultados


-CIRIA (CONSTRUCTION INDUSTRY RESEARCH AND INFORMATION ASSOCIATION). Design of flood
storage reservoirs. Inglaterra,140paginas, 1996.

45-5
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Capítulo 47
Reservatório de detenção estendido (ED)

47-1
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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SUMÁRIO
Ordem Assunto

Capítulo 47– Reservatório de detenção estendido (ED)


47.1 Introdução
47.2 Critério Unificado
47.3 First flush
47.4 Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv
47.5 Profundidade do reservatório de detenção estendido
47.6 Área da bacia contribuinte
47.7 Recarga e vazão base
47.7.1 Fórmulas empíricas para a recarga média anual
47.8 Tempo de detenção
47.9 Eficiência da remoção de poluentes de uma bacia de detenção estendida
47.10 Rampa de acesso e estrada de manutenção
47.11 Relação comprimento/largura
47.12 Manutenção
47.13 Depreciação dos imóveis vizinhos ao reservatório de detenção estendido
47.14 Segurança
47.15 Válvula para esgotamento do reservatório
47.16 Aumento da temperatura da água
47.17 Infiltração
47.18 Extravasor normal e de emergência
47.19 Pré-tratamento
47.20 Declividades dos taludes e do fundo do reservatório de detenção estendido
47.21 Freeboard (borda livre)
47.22 Vida útil da obra
47.23 Área de superfície do reservatório de detenção estendido
47.24 Paisagismo e estética
47.25 Custo de construção
47.26 Orifício
47.27 Vertedor retangular
47.28 Pré-desenvolvimento e pós-desenvolvimento
47.29 Dimensionamento de reservatórios de detenção de enchentes
47.29.1 Dimensionamento preliminar pelo método Racional
47.29.2 Hidrograma Triangular
47.29.3 Dimensionamento preliminar pelo método de Aron e Kibler, 1990
47.30 Tempo de esvaziamento
47.31 Método Simples de Schueler para concentração de poluentes
47.32 Método Racional
47.33 Período de retorno
47.34 Intensidade de chuva
47.34.1 Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
47.34.2 Equação de Martinez e Magni,1999 para a RMSP
47.34.3 Aplicação do programa Pluvio2.1
47.35 Tempo de concentração pela fórmula de Kirpich
47.35.1 Tempo de concentração pela fórmula Califórnia Culverts Practice
47.36 Vazão média e carga
47.37 Esquema de reservatório de detenção estendido
47.38 Volume do prisma trapezoidal
47.39 Vazão Q7,10
47.40 Dimensionamento do vertedor para chuva de 100anos
47.41 Curva cota-volume
47.42 Routing do reservatório
47.43 Eficiência da remoção no pré-tratamento e no tratamento
47.44 Dissipador de energia
47.45 Regulador de fluxo
47.46 Falhas na barragem

47-2
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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47.47 Depósito de sedimentos


47.48 Reservatório de detenção estendido off line somente para atender WQv
47.49 Fração do runoff que vai para a BMP
47.50 Reservatório de detenção estendido in line para atender enchentes+ WQv
47.51 Regra dos 10%
47.52 Uso do método Racional e hidrograma de Dekalb
47.53 Leis sobre reservatórios de detenção
47.54 Modelo de dimensionamento
47.55 Bibliografia e livros consultados
93 páginas

47-3
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Capítulo 47– Reservatório de detenção estendido (ED)

47.1 Introdução
No manejo de águas pluviais, o Brasil vai passar dos reservatórios de detenção para os
reservatórios de detenção estendido (ED-extended detention), que possibilitará além do controle de
enchentes, a melhoria da qualidade das águas pluviais diminuindo o impacto da poluição difusa nos
corpos d´água. O reservatório de detenção estendido apesar de ser razoavelmente bom para remoção de
poluentes possui a facilidade de construção, manutenção e operação, sendo relativamente fácil
transformar um reservatório de detenção para reservatório de detenção estendido que além do controle
de enchentes irá melhorar a qualidade das águas pluviais.
Em áreas urbanas o reservatório de detenção estendido é a melhor solução.
O objetivo deste capítulo é elaborar um state of art sobre reservatórios de detenção estendido.
No reservatório de detenção estendido armazena-se o volume WQv durante período de 24h até
72h, ficando completamente seco no final. As Figuras (47.1) a (47.5) mostram os reservatórios de
detenção estendido.
Algumas vezes queremos deter a erosão a jusante e usamos período de retorno Tr=1,87anos e
dimensionamento o volume do reservatório para esvaziamento em 24h.
Caso se queira deter a erosão a jusante e a melhoria da qualidade das águas pluviais, adotamos o
maior volume, que geralmente é aquele proveniente de deter a erosão quando em ambos período de
detenção for de 24h.

Figura 47.1- Reservatório de detenção estendido


Fonte: Califórnia Handbook BMP, 2003

Figura 47.2 - Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção estendido
localizado no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.

47-4
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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Figura 47.3- Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção estendido
localizado no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.

Figura 47.4- Foto tirada pelo Engenheiro Plínio Tomaz. Reservatório de detenção localizado no
Estado da Pennsylvania, Estados Unidos, janeiro de 1991.

Figura 47.5-Bacia de detenção seca com Reservatório de detenção estendido


ED (extended detention).

Assim os poluentes serão depositados no fundo do reservatório e haverá proteção do córrego a


jusante.

47-5
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Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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47.2 Critério Unificado


Com objetivo de controlar enchentes, melhorar a qualidade das águas pluviais, proteger os cursos
de água contra erosão, usa-se o critério unificado, conforme a Tabela (47.1), a Figura (47.6) e (47.7),
podendo a sua aplicação ser isolada ou combinada.

Tabela 47.1 - Critério unificado


Ordem Critério unificado Descrição
Volume
Usaremos o método volumétrico WQv.
Deter 80% dos sólidos totais em suspensão (TSS) correspondente à
Melhora da qualidade das regra dos 90% das precipitações, que na RMSP (Região Metropolitana
águas pluviais de São Paulo) corresponde a precipitação de 25mm.
1 Adota-se o mínimo de área impermeável AI ≥10%; área da bacia WQv
máxima A ≤ 100ha (1km2) e P ≥ 13mm.
A área pode chegar até 200ha=2km2 conforme Schueler, 2007.

2 Controle da erosão nos Usa-se período de retorno entre 1,5 anos e 2 anos e chuva de 24h. O CPv
córregos e rios período de detenção no reservatório deve ser de 24h.

O pico de descarga para período de retorno de 25 anos deverá ser


controlado no pós-desenvolvimento.
Enchente para período de Para micro-drenagem em lotes ou loteamentos adota-se geralmente
3 retorno de Tr= 10anos ou Tr= 25anos.
Tr= 25 anos Para córregos e rios usa-se Tr= 100anos. V25 ou V100
Nota: a adoção do período de retorno deve ser determinada pelo
projetista.

Enchentes extremas de Considera-se chuva extrema aquela de período de retorno de 100anos


4 período de retorno de Tr= Se a barragem tem mais de 5m de altura adotar Tr=1000anos V100
100 anos
Nota: o projetista deverá adotar para enchentes extremas no mínimo o
período de retorno de 100anos.

2
1

Figura 47.6 - Representação esquemática do critério unificado

47-6
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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3
4

Figura 47.7 - Esquema do critério unificado

47.3 First flush


Conforme Schueler, 1987 o valor do first flush é obtido com 90% das precipitações que
produzem runoff e que acarretam deposição de 80% dos sólidos em suspensão.
Achamos para a cidade de Mairiporã o first flush P=25mm. Portanto, os primeiros 25mm de
precipitação são desviados para o tratamento e o restante enviado ao curso de água próximo.
O FHWA dos Estados Unidos adota para o first flush o mínimo de 13mm sendo que as cidades e
estados possuem o seu critério de cálculo.
Para o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)- Green Building é admitido
para os Estados Unidos os seguintes valores:
P=25mm para regiões úmidas
P= 19mm para regiões do semi-árido
P=13mm para regiões áridas.
Observar na Tabela (47.2) que a regra dos 90% de Schueler, 1987 corresponde a período de
retorno de 3 meses. Para período de retorno de seis meses a altura de chuva é 33mm e para 98% temos o
período de retorno de 1 ano.

Tabela 47.2- Estimativa de freqüências e respectivas alturas de chuva conforme período de retorno
Porcentagem de Altura de chuva
todas as precipitações Período (mm)
de retorno Mairiporã,
Estado de São Paulo
30 7 dias -
50 14 dias 2
70 Mensal 7
85 2 meses 18
90 3 meses 25
95 6 meses 33
98 1 ano 50
99 2 anos 57

First flush para reservatório de detenção estendido segundo Akan


Akan e Paine, in Mays, 2001 mostraram estimativa do first flush P em função da fração da área
impermeável e de um coeficiente “ar” que dependente do tempo de detenção de 12h até 48h.
A equação foi criada em 1998 pela American Society of Civil Engineers para áreas até 100ha e
para reservatórios de detenção estendido.
P= ar x P6 x ( 0,858xI3 – 0,78 x I2 + 0,774 x I + 0,04)
Sendo:
P=first flush (mm)

47-7
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 47- Reservatório de detenção estendido
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I= área impermeável em fração (0 a 1)


ar= 1,104 para detenção de volume por 12h
ar= 1,299 para detenção de volume por 24h. Pode ser interpolado entre 24h e 48h somente.
ar= 1,545 para detenção de volume por 48h
P6= precipitação média de um dia para período de retorno de 6meses
Para a cidade de Mairiporã na RMSP P6=33mm.

Exemplo 47.1
Calcular o first flush para a RMSP com precipitação média diária de período de retorno para 6 meses de
33mm, área impermeável de 70% para detenção com volume em 24h de reservatório de detenção
estendido.
P= ar x P6 x ( 0,858xI3 – 0,78 x I2 + 0,774 x I + 0,04)
ar=1,299
P= 1,299x 33 x ( 0,858x0,7 – 0,78 x 0,72 + 0,774 x0,7 + 0,04)=21mm
3

47.4 Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv


Segundo Schueler, 1987 o volume para a melhoria da qualidade das águas pluviais é cálculo
pelas equações:
WQv= (P/1000) x Rv x A
Rv=0,05+0,009 x AI
Sendo:
WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3)
P=first flush (mm)
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
AI= área impermeável (%)
A= área da bacia (m2)
O tempo de esvaziamento do volume WQv varia de 12h até 72h. O usual é se usar 24h.

Dica: recomendamos que o esvaziamento do volume WQv seja de 24h.

47.5 Profundidade do reservatório de detenção estendido


A profundidade do ED varia de 1,0m a 1,6m.
Uma profundidade máxima que se poderia usar com segurança devido a tendência de crianças e
pessoas poderem se afogar é usar profundidade de 1,6m. Poder-se-á usar profundidade de até 3,00m,
mas para isto medidas de proteção a banhista ou pessoas que possam cair dentro do reservatório deverão
ser tomadas. Urbonas em seus estudos aconselha que devido a efeitos de turbulência a profundidade
mínima deve ser maior que 1,00m.

47.6 Área da bacia contribuinte


A área da bacia onde será feito o reservatório de detenção estendido deve ser no mínimo de 2ha a
4ha e no máximo 100ha a 200ha.
O grande problema de uma área pequena para se fazer um reservatório de detenção estendido é
que o orifício para o esvaziamento terá diâmetro muito pequeno e provavelmente haverá entupimentos.

Dica: a área mínima da bacia para se fazer um reservatório de detenção estendido é de 2ha a 4ha
e a máxima de 100ha a 200ha conforme Schueler, 2007.

47.7 Recarga e Vazão base


O reservatório de detenção estendido não foi feito para melhorar a recarga e dependendo da
qualidade das águas pluviais deverá ser construído camada de argila impermeabilizante com mínimo de

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0,30m de espessura. O ideal é que o nível do lençol freático esteja no mínimo 1,50m abaixo do fundo do
reservatório de detenção estendido.

47.7.1 Fórmulas empíricas para a recarga média anual


Possuímos a recarga de vários locais, sendo a mais comum a das chuvas, que é a recarga natural,
mas existe a recarga de canal (infiltração), de irrigação e de reservatórios de infiltração.
Na Índia Kumar e Seethpathi, 2002 fizeram uma fórmula empírica com 8% de precisão (para a
região) que fornece a recarga das águas das chuvas.
Rr= 1,37 ( P- 388) 0,76
Sendo:
Rr= recarga do aqüífero subterrâneo devido somente a águas das chuvas (mm/ano)
P=precipitação média anual da estação (mm)

Exemplo 47.2
Estimar a recarga devida as chuvas para local com 1500mm.
Rr= 1,37 (P- 388) 0,76
Rr= 1,37 (1500- 388) 0,76= 283mm
Em L/s x ha teremos:

283mm x 10.000m2/ (365 dias x 86.400s) =0,0897 L/s x ha

A favor da segurança podemos tomar 50% desta vazão e teremos:


Qb= 0,50 x 0,0897 L/sxha= 0,045 L/sxha

47.8 Tempo de detenção


A eficiência de um reservatório de detenção estendido está no tempo de detenção e quando
maior for o tempo de detenção, maior será a deposição de sedimentos, principalmente dos sólidos totais
em suspensão TSS. O tempo de detenção não poderá ultrapassar de nenhum modo de 3 (três) dias, ou
seja 72h, pois conforme estudos realizados no sudeste da Florida em 1994 poderá ocorrer o
desenvolvimento de vetores (mosquitos) incomodando a vizinhança.
No Estado de New York, 2001 em rios que possuem trutas, a detenção estendida não poderá
passar de 12h, pois poderá matar as trutas com o aquecimento da água em torno de 2º C.
O diâmetro do orifício para esvaziamento do reservatório deverá ser no mínimo de 75mm para
evitar entupimentos e deverá haver dispositivos de proteção na entrada do orifício. Alguns estados
americanos adotam o mínimo de 100mm.
O tempo de detenção varia de 24h a 72h, sendo que na Califórnia se usa 48h. A decisão sobre a
escolha do tempo se deve dar em relação ao conhecimento dos materiais que serão depositados, pois
quanto maior o diâmetro das partículas, menor o tempo de detenção.

Dica: o tempo de detenção mínimo de um reservatório de detenção estendido deve ser de 24h.

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47.9 Eficiência da remoção de poluentes de um reservatório de detenção estendido


Conforme Tabela (47.3) podemos ver como podem ser as remoções de poluentes no reservatório
de detenção estendido.

Tabela 47.3- Eficiência de remoção de poluentes de reservatório de detenção estendido


Poluente Taxa de remoção (%)
TSS 61±32
TP 20±13
TN 31±16
NOx -2±23
Metais 29-54
Bactéria 78
Fonte: http://www.stormwatercenter.net/

A detenção de TSS é de aproximadamente 61%, fósforo total 20% e nitrogênio total 31%.
Esclarecemos que podemos usar a Tabela (47.3) e que existem vários autores que possuem
eficiências diferentes sendo praticamente impossível fazer uma comparação entre elas.
A eficiência da detenção do TSS, poderá ser estimada quando supomos a entrada do TSS em
mg/L e quando temos ou supomos a distribuição dos diâmetros das partículas por massa.

Figura 47.8- Reservatório de detenção estendido vazio e cheio.

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Figura 47.9- Previsão da concentração do efluente para reservatórios de detenção estendido não
revestidos e revestidos
Fonte: Califórnia Departament of Transportation, 2004
Exemplo 47.3
Considerando o TSS afluente de 137mg/L das águas pluviais, calcular segundo a Figura (47.9) o valor
estimado do efluente para um reservatório de detenção estendido não revestido.
TSS afluente= 137mg/L
TSS efluente= 0,11.x + 23,6= 0,11x137+23,6=39mg/L (28%)
Redução= 100% - 28%= 72%
O cálculo da incerteza será:
TSSincerteza= 30,9 (1/55 + (x-139)2/ 498318)0,5
TSSincerteza= 30,9 (1/55 + (137-139)2/ 498318)0,5=±28

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TSS efluente= 39mg/L ±28mg/L

Figura 47.10- Afluente e efluente nos reservatórios de detenção estendido sem revestimento
impermeabilizante.
Fonte: Califórnia Departament of Transportation, 2004

O reservatório de detenção estendido remove moderadamente os poluentes em suspensão, mais


remove muito pouco os poluentes solúveis.

47.10 Rampa de acesso e estrada de manutenção


Deve ser previsto rampa com largura de 3,6m até o fundo do reservatório de detenção estendido
para se poder retirar os materiais depositados. A rampa deve ter declividade máxima de 5% quando
feita em terra e 12% quando feita de concreto ou outro pavimento.
Junto ao reservatório de detenção estendido deverá ser previsto acesso a caminhões e máquinas
com largura de 3,60m.

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47.11 Relação comprimento/largura


A relação comprimento/largura deve ser no mínimo 2:1, isto significando que o comprimento
deverá ser bem maior que a largura. Deve-se ter o cuidado na forma do reservatório para se evitar curto
circuito no escoamento da água.
A relação ideal é 3:1 podendo ser maior.

47.12 Manutenção
Deverá ser previsto volume adicional de 10% do volume WQv para o depósito de sedimentos
e quando este estiver cheio, deverá ser retirado os materiais e levados a um aterro sanitário.
Anualmente deverão ser retirados os sedimentos, os resíduos juntos as estruturas de entrada e
saída, bem como proceder o corte de gramas e remover a vegetação indesejável.
O custo de manutenção anual de um reservatório de detenção estendido varia de 3% a a 5%
conforme EPA, mas recomendamos o uso de 6% do custo de implantação da obra.
Devemos sempre tomar os cuidados para que as águas pluviais não fiquem empoçadas mais
que três dias, pois poderemos ter o desenvolvimento de vetores e devido a isto é que o reservatório
de detenção estendido não pode em hipótese alguma cortar o lençol freático.

47.13 Depreciação dos imóveis vizinhos ao reservatório de detenção estendido


Ao contrário dos reservatórios de retenção onde fica um volume de água permanente
valorizando as propriedades em 28% aproximadamente, estudos feitos por Dinovo, 1995 in Califórnia,
2003 mostraram que os imóveis próximos a um reservatório de detenção estendido depreciam de 3% a
10%.

47.14 Segurança
Deverão ser feitas cercas ou grades para impedir que crianças nadem no reservatório de detenção
estendido na ocasião das chuvas. O mesmo se aplica em tubulações de saída ou entrada com mais de
1,20m de diâmetro que deverão ser protegidas por cercas ou grades (trash rack)..

47.15 Válvula para esgotamento do reservatório


Deverá ser construída tubulação com válvula para esvaziar o reservatório de detenção estendido
em caso de emergência, conforme Califórnia, 2003. O diâmetro mínimo deve ser de 200mm e a
tubulação deverá ter colar para evitar continuidade de fluxo de água.

47.16 Aumento da temperatura da água


A água armazenada mesmo em pouco tempo tem sua temperatura aumentada em cerca de 2ºC.

47.17 Infiltração
Estudos feitos na Califórnia, 2003 mostraram que em um reservatório de detenção estendido
infiltrou cerca de 8% a 60% do runoff, com uma média de infiltração de 40%. Tudo isto depende das
condições climáticas locais, como a umidade, a posição do lençol freático e o tipo de solo.
Os estudos demonstraram ainda que houve melhor redução de poluentes quando o reservatório de
detenção estendido era revestido com grama do que em concreto.
Em locais onde a qualidade das águas pluviais é suspeita não deverá ser admitida infiltração e
podemos usar camada de argila impermeável de cerca de 0,30m em todo o reservatório de detenção
estendido.
Em hotspots como postos de gasolina, oficina mecânicas, indústrias metalúrgicas, indústrias
químicas e outras onde o potencial de contaminação do solo é muito grande deve ser evitada a infiltração
para não contaminar o lençol freático.

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47.18 Extravasor normal e de emergência


No reservatório de detenção estendido teremos os extravasores normais para período de retorno
de 10anos ou 25anos e extravasor de emergência para o período de retorno de 100anos dependendo da
altura da barragem no caso em que aliamos a melhoria da qualidade das águas pluviais com controle de
enchentes.
Recomenda-se que a altura do vertedor para a chuva dos 100anos esteja 0,30m acima do nível de
água para os 100anos.

47.19 Pré-tratamento
O pré-tratamento é muito importante em um reservatório de detenção estendido e geralmente é
aceito como 0,1. WQv.
A profundidade do pré-tratamento deve estar entre 1,0m a 3,5m e no mínimo de 1,0m e máximo
aconselhável de 1,60m.
A velocidade máxima no pré-tratamento deve ser  0,25m/s a fim de não causar erosão.
O tempo de permanência deve estar em torno de 5min.
A drenagem para esvaziamento do pré-tratamento deve ser separada do reservatório WQv.
Uma berma de concreto, terra ou gabião deverá ser construída entre o pré-tratamento e o
reservatório de qualidade WQv.
O fundo do pré-tratamento deve ser de concreto para facilitar a remoção com uso de máquinas.
O pré-tratamento deve ter acesso independente do reservatório WQv para entrada de caminhões.
Caso seja off-line recomenda-se deixar no mínimo 0,30m para reserva de sedimentos (Eugene,
2002).

47.19.1 Teoria de Hazen


A teoria de Hazen pressupõe que o escoamento do fluído na bacia é uniforme e laminar; condições
difíceis de serem encontradas na prática.
Conforme Urbonas, 1993 temos:
As= W x L
Sendo:
As= área transversal da caixa de sedimentação (m2)
W= largura (m)
L= comprimento da caixa de sedimentação (m)
O volume da caixa de sedimentação V será:
V= As x D
Sendo:
V= volume da caixa de sedimentação (m3)
As= área da seção transversal (m2)
D= profundidade da caixa de sedimentação (m)
O tempo de escoamento T será:
T= V / Q = As x D / Q
Sendo:
T= tempo de decantação (s)
As= área da seção transversal (m2)
D= altura da caixa de sedimentação (m)
Qo= vazão de entrada (m3/s)
A velocidade de sedimentação vs é:
vs = D/ T = (DxQ)/ (As x D) = Q/ As
Para a sedimentação é necessário usar uma área mínima As para que seja feita a deposição.

As= Qo / vs (Equação 47.1)

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Sendo:
As= área da superfície do pré-tratamento (m2)
Qo= vazão de entrada no pré-tratamento.(m3/s)
vs=0,0139m/s= velocidade de sedimentação para partícula ≥125μm (m/s)
As= Qo / 0,0139
O volume deverá atender no mínimo tempo de permanência de 5min.
V= Qo x (5min x60s) (m3)

Sendo:
V= volume da caixa de pré-tratamento (m3)

DICA: adotamos para o pré-tratamento velocidade de deposição Vs=0,0139m/s para partículas


com diâmetro ≥125μm (0,125mm).

47.20 Declividades dos taludes e do fundo do reservatório de detenção estendido


A declividade do fundo e dos taludes do reservatório deve ser menor que 3:1 e de preferência
menor que 4(H): 1(V). Devemos saber que quando a declividade do talude for maior 3:1 teremos
problema na estabilidade do gramado.
O reservatório de detenção estendido deve ter declividade no fundo maior que 1% para evitar o
empoçamento de água.

47.21 Freeboard (borda livre)


Borda livre: é a distância vertical entre o nível de água máximo maximorum e a crista da
barragem. É uma faixa de segurança destinada a absorver o impacto de ondas geradas pela ação dos
ventos na superfície do reservatório, evitando danos e erosão no talude de jusante (DAEE,2005).
Geralmente é representado pela letra “f” e no caso de pequenas barragens deve ser no mínimo de 0,50m.
O DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) adota para as
outorgas a Tabela (47.4).

Tabela 47.4- Recomendações para valores mínimos de períodos de retorno do DAEE- São Paulo
Dimensões: Período de
Obra Altura da barragem h (m) retorno Tr
L= comprimento da crista da (anos)
barragem (m)
h≤5 e L ≤ 200 100

Barramento 5 < h ≤ 15 e L ≤ 500 1.000

h>15 e / ou L> 500 10.000 ou PMP

Borda livre (f)= desnível entre a crista e o nível máximo maximorum: f ≥ 0,50m
PMP= Precipitação Máxima Provável
Fonte: DAEE, 2005

Nível máximo maximorum: é o nível mais elevado que poderá atingir o reservatório na ocorrência de
cheia de projeto (DAEE, 2005). Geralmente é a cota do nível de água da coluna de água sobre o
vertedor.

Dica: a borda livre deve ser no minimo 0,50m

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47.22 Vida útil da obra


A vida útil de um reservatório de detenção estendido varia de 20anos a 30anos, sendo usualmente
usado 20 anos nos estudos de custo.

47.23 Área de superfície


A porcentagem da área do reservatório de detenção estendido varia de 0,5% a 2,0 da área total
da bacia conforme Claytor e Schueler, 1996.

47.24 Paisagismo e estética


Peter Stahre e Ben Urbonas, 1990 aconselham o uso recreacional para a comunidade do reservatório
e os aspectos estéticos do mesmo.

47.25 Custo de construção


O custo de construção varia de US$ 18/m3 a US$ 35/m3. Brown e Schueler, 1987 fizeram a
seguinte equação para reservatório de detenção estendido.
C= 186 V0,76
Sendo:
C= custo em US$
V= volume do reservatório de detenção estendido (m3)
O custo de construção total conforme Tabela (47.5) inclui o custo de implantação da obra, o
custo de manutenção anual de 6% do custo da obra inicial e mais 30% do custos inicial para despesas
de projetos e contingências.
Tabela 47.5- Custos das BMPs com manutenção, etc
Custo da obra
BMPs US$/m3 Custo de projetos e Custo total
contingência. US$/m3
Porcentagem do
custo da obra

(%)
Reservatório detenção 30 30 39
seco ou estendido

47.26 Orifício
O orifício é calculado pela equação
Q= Cd x Ao x (2gh)0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd=0,62
Ao= área da seção transversal do orifício (m2)
g= 9,81m/s2 = aceleração da gravidade
h= altura da água sobre a geratriz superior do orifício (m)

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Figura 47.11- Orifício com grade de proteção (trash rack)contra entupimento


Podemos ter a saída com um único tubo ou tubo com vários orifícios.

Figura 47.12- Orifício com grade de proteção contra entupimento

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Figura 47.13- Orifício com grade de proteção contra entupimento

47.27 Vertedor retangular


Conforme DAEE, 2005 o vertedor retangular pode ser de perfil tipo Creager ou de parede espessa
tem a equação:
Q=µ x L x H (2gH) 0,5
Como (2g) 0,5= 4,43 e parede espessa µ = 0,35.
Q= 4,43 x 0,35x L x H 1,5
Q= 1,55x L x H 1,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
L= largura do vertedor retangular (m)
H= altura da vertedor a contar da soleira (m).

47.28 Pré-desenvolvimento e pós-desenvolvimento


O conceito básico é a Teoria do Impacto Zero aplicada a enchentes, onde devido a construção
de um reservatório de detenção a vazão de pós-desenvolvimento tem que ser igual a vazão de pré-
desenvolvimento. Desta maneira não haverá impactos com o desenvolvimento da área em questão.
O cálculo da vazão de pré-desenvolvimento é aquele calculado para a situação inicial quando não
havia nenhuma construção e a floresta ou pasto predominava sobre o solo.

47.29 Dimensionamento de reservatórios de detenção de enchentes


O dimensionamento de um reservatório de detenção de enchentes é feito por tentativas.
Primeiramente fazemos um dimensionamento preliminar por qualquer método e depois
fazemos o routing com estruturas de saida que são orificiois e vertedores. Podemos mudar as estruturas
de saida até que o resultado seja satisfatorio e caso não consiga devemos aumentar o volume do
resevatorio e fazer tudo novamente.
Vamos apresentar dimensionamentos preliminares baseados no método Racional para coerência
dos cálculos a serem efetuados.

Dica: o dimensionamento é por tentativas. Primeiro fazemos um dimensionamento preliminar do


volume do reservatorio e fazemos o routing. Caso não dê certo, aumenta-se o volume do
reservatorio.

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47.29.1 Hidrograma triangular


Conforme Figura (47.14) temos:
Vs = 0,5x (Qpós - Qpré) x tb x60
Sendo:
Vs =volume necessário para deter enchentes (m3);
Qpós = vazão de pico (m3/s) no pós-desenvolvimento para determinado período de retorno;
tb (min) no pós-desenvolvimento tc= tempo de concentração;
Qpré= vazão de pico (m3/s) no pré-desenvolvimento para determinado período de retorno.
O valor de tb a ser adotado pode ser:
tb= 1,5 x tc
tb= 2,0 x tc
tb= 3,0 x tc
tb=2,67 x tc

Figura 47.14- Hidrograma triangular

Exemplo 47.5
Consideramos aqui no exemplo que a vazão da galeria da av. Pacaembu de 13m3/s seria a vazão
de pico no pré-desenvolvimento e a vazão de pico no pós-desenvolvimento é de 65,47m3/s, calculado
pelo método Racional. O tempo de concentração é de 15min. Período de retorno considerado foi de
25anos.
Adotando hidrograma triangular temos:
Vs = 0,5x (Qpós - Qpré) x tb x 60
Adotando tb= 3,0 x tc= 3,0 x 15min=45min
Vs = 0,5 x(65,47 - 13) x 45min x 60s = 70.835m3

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47.29.2 Dimensionamento preliminar pelo método de Aron e Kibler, 1990


Osman Akan, cita no livro Urban Stormwater Hydrology,1993, o dimensionamento preliminar
pelo método de Aron e Kibler,1990. Neste método não é especificado o tipo de saída da água do
reservatório de detenção tais como orifícios ou vertedor e nem a quantidade dos mesmos. O método de
Aron e Kibler, 1990 usa o método Racional e o apresentamos devido a boa estimativa que o mesmo
fornece.

Teoria do método de Aron e Kibler, 1990


No método de Aron e Kibler é suposto que o hidrograma da vazão afluente tem formato
trapezoidal e que o pico da vazão efluente Qp está no trecho de recessão do trapézio adotado e que o
vazão de saída tem forma triangular conforme Figura (47.27).

Vazão

Ip
Qp

Tempo

td Tc

Figura 47.15- Hidrograma trapezoidal de entrada no reservatório de detenção e triangular de saída

Teremos então
Vs= Ip . td – Qp ( td + Tc) / 2 (Equação 47.7)
Sendo:
td =duração da chuva (min);
Tc= tempo de concentração (min) da bacia no ponto em questão;
Vs= volume de detenção (m3). Queremos o máximo de Vs;
Qp= pico da vazão de saída (m3/s).
Ip= pico da vazão de entrada (m3/s).
Possuímos o tempo de concentração Tc em minutos e a vazão de pico de saída Qp em m3/s. Por
tentativas, vamos arbitrando, por exemplo, valores de td de 10 em 10min e achamos Ip e entrando na
Equação (47.7) achamos o valor de Vs. O maior valor de Vs será a resposta do nosso problema.

47.30 Tempo de esvaziamento


É importante sabemos o tempo de esvaziamento de um reservatório de detenção estendido que é
o tempo de residência devendo ser maior que 24h e menor que 72h.
O tempo de esvaziamento depende da altura inicial y1 e altura final y2 e área da superfície As.
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5]
Cd=0,62
y1=altura inicial (m)
Ao= π x D2/4 (m2 )
As=área da superficie (m2)
t= tempo de esvaziamento (s)

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y2=altura final (m)


g= 9,81m/s2= aceleração da gravidade

47.31 Método Simples de Schueler para a concentração de poluentes


L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Sendo:
L= carga do poluente anual (kg/ano)
P= precipitação média anual (mm)
Pj= fração da chuva que produz runoff. Pj =0,9 (normalmente adotado)
Rv= runoff volumétrico obtido por análise de regressão linear.
Rv= 0,05 + 0,009 x AI (R2=0,71 N=47)
AI= área impermeável (%).
A= área (ha) sendo A≤ 256ha=2,56km2
C= concentração média da carga do poluente nas águas pluviais da (mg/L)
Cargas dos poluentes
Uma estimativa de cargas de TSS (Sólidos Totais em Suspensão), TP (fósforo total) e NT
(nitrogênio total) estão na Tabela (47.7) e esclarecemos que todos os dados são muito discutidos, pois
pelo que constatamos ainda não existe uma tabela totalmente aceita por todos. Dependendo do estado,
pais ou cidade os dados são diferentes e somente serão confiáveis quando tivermos pesquisas feitas no
Brasil.
Tabela 47.7- Cargas de TSS, TP, NT para diversos usos do solo
Uso do solo % TSS TP TN
Impermeável (mg/l) (mg/l) (mg/l)
Área aberta 9 48,50 0,31 0,74
Área em construção 100 4000,00 0,00 0,00
Área residencial com alta densidade 60 100,00 0,40 2,20
Área residencial com baixa densidade 20 100,00 0,40 2,20
Área residencial com densidade média 40 100,00 0,40 2,20
Área rural 2 30,00 0,09 0,80
Área urbana 60 85,00 0,13 1,20
Comercial 85 75,00 0,20 2,00
Estacionamento e pátios 90 150,00 0,50 3,00
Estacionamento industrial 90 228,00 0,00 0,00
Estacionamento residencial ou comercial 90 27,00 0,15 1,90
Estradas rurais 9 51,00 0,00 22,00
Gramados 9 602,00 2,10 0,10
Industria pesada 70 124,00 0,00 0,00
Industrial 70 120,00 0,40 2,50
Multifamiliar 60 100,00 0,40 2,20
Oficina de reparos de veículos 100 335,00 0,00 0,00
Paisagismo (landscape) 9 37,00 0,00 0,00
Passeio (carros e pessoas) 90 173,00 0,56 2,10
Posto de gasolina 100 31,00 0,00 0,00
Ruas comerciais 90 468,00 0,00 9,00
Ruas residenciais 90 172,00 0,55 1,40
Ruas urbanas 90 142,00 0,32 3,00
Vegetação nativa/floresta 2 6,00 0,03 0,20

Exemplo 47.8
Calcular a carga anual de TSS retida em um reservatório de detenção off line para area de bacia
de 10ha, area impermeavel Ai= 60% e a carga de TSS inicial 137mg/L com redução de 72%. A

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precipitação media anual é 1500mm. O reservatório é destinado somente para melhorar a


qualidade das águas pluviais.

L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
Pj= 0,90
Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60= 0,59
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000) x 0,59 x 10 x 10000m2=1.475m3
C= 137mg/L
A= 10ha
L=0,01 x 1500 x 0,90 x 0,59 x137 x 10= 10.912kg/ano de TSS que chega até a BMP
Como a redução é de 72% teremos:
LBMP= 10.912 x 0,72= 7.857 kg/ano de TSS que são retidos anualmente

Supondo que o custo do reservatório de detenção estendido seja de US$ 41/m3 teremos:

US$ 41/m3 x 1.475 m3= US$ 60.475

Prevendo vida útil de 20anos teremos custo anual de:

US$ 60.475/20anos= US$ 3024/ano

Como são detidos anualmente 7.857 kg de TSS, o custo em dólares de TSS retido será:

US$ 3.034/ 7.857kg/ano = US$ 0,39/kg de TSS retido

Nota: até o presente, não temos padrões de custos para podermos fazer comparações se o mesmo é
alto, baixo ou razoável.

47.32 Método Racional


É usado para calcular a vazão de pico de bacia com área até 3 km2, considerando uma seção de
estudo. A chamada fórmula racional é a seguinte:
Q= C . I . A /360 (Equação 47.3)
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha= 10.000m2 .

Para o cálculo de C fazemos C=Rv


Rv= 0,05+ 0,009 . AI
Sendo:
AI= porcentagem da área impermeável

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Tabela 47.8- Coeficientes de runoff recomendados pelo Leed


Tipo de superficie Coeficiente Tipo de superficie Coeficiente
C C
Pavimento asfaltico 0,95 Gramado em região plana (0 a 1%) 0,25
Pavimento de concreto 0,95 Gramado com declividade média (1 a 3%) 0,35
Pavimento de tijolos 0,85 Gramado em região montanhosa ( 3 a 10%) 0,40
Pavimento de pedregulho 0,75 Gramado em região com alta declividade 0,45
(>10%)
Telhados convencionais 0,95 Vegetação em região plana (0 a 1%) 0,10
Telhado verde (<100mm) 0,50 Vegetação em região com declividade média 0,20
(1 a 3%)
Telhado verde (100 a 0,30 Vegetação em região montanhosa ( 3 a 10%) 0,25
200mm)
Telhado verde (225 a 0,20 Vegetação em região com alta declividade 0,30
500mm) (>10%)
Telhado verde (> 500mm) 0,10
A Prefeitura Municipal de São Paulo (Wilken,1978) adota os seguintes valores de C:

Tabela 47.9-Valores do coeficiente de escoamento superficial C da Prefeitura Municipal de


São Paulo
Tempo de
Zonas Valor de entrada
C (min)
Edificação muito densa:
Partes centrais, densamente construídas de uma cidade com ruas e calçadas 0,70 a 5
pavimentadas. 0,95
Edificação não muito densa:
Partes residenciais com baixa densidade de habitações, mas com ruas e 0,60 a 5
calçadas pavimentadas 0,70
Edificações com poucas superfícies livres:
Partes residenciais com construções cerradas, ruas pavimentadas. 0,50 a 5
0,60
Edificações com muitas superfícies livres:
Partes residenciais com ruas macadamizadas ou pavimentadas. 0,25 a 5
0,50
Subúrbios com alguma habitação:
Partes de arrabaldes e suburbanos com pequena densidade de construção 0,10 a 5 a 10
0,25
Matas, parques e campos de esportes:
Partes rurais, áreas verdes, superfícies arborizadas, parques ajardinados,
campos de esportes sem pavimentação. 0,05 a 5 a 10
0,20
Fonte: Wilken, 1978 acrescido do tempo de entrada

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47.33 Período de retorno


Período de retorno (Tr) é o período de tempo médio que um determinado evento hidrológico é
igualado ou superado pelo menos uma vez.
É comum em obras de microdrenagem em cidades ou loteamentos usar-se período de retorno de
10anos. Entretanto, em São Paulo é comum se adotar Tr=25anos. Na Inglaterra adota-se 30anos para
microdrenagem devido a mudanças climáticas.
Em travessia de estradas através de bueiros usa-se período de retorno de 50anos.
Para canais e pequenos rios municipais usa-se período de retorno de 25anos ou 50anos e às vezes
até 100 anos.
Para ao controle da erosão a jusante é recomendado período de retorno entre 1anos a 2anos,
sendo provado pelos especialistas que o período de retorno está entre 1,5anos e 2anos. Quando se faz o
controle da erosão a jusante o tempo de detenção da água deverá ser de 24horas.
Quando o reservatório de detenção estendido for construído in line deverá ser verificado vazões
para período de retorno de: 10anos ou 25anos ou 100anos.
Quando o reservatório de detenção estendido for off line, mesmo assim deverá ser calculado para
Tr=2anos. Apesar das inúmeras pesquisas que efetuamos não achamos nenhuma recomendação a
respeito, mas supondo haver entupimento parcial na caixa reguladora de fluxo, a favor da segurança
deverá ser usado período de retorno de 2anos para o cálculo do vertedor quando somente optamos pela
melhoria da qualidade das águas pluviais.
Em barragens temos que prever um vertedor de emergência geralmente dimensionado para
período de retorno de 100anos, que é a chamada vazão centenária e isto vale para barragens com altura
menor ou igual 5,00m. Para barragens com altura de 5m a 15m adota-se período de retorno de 1000anos
e quando tiver altura maior que 15,00m adota-se Tr=10.000anos, conforme recomendações do DAEE
que está na Tabela (47.3).

47.34 Intensidade da chuva


Intensidade (I ou i) é a precipitação por unidade de tempo, obtida como a relação I= P / t, se
expressa normalmente em mm/h ou mm/min.

47.34.1 Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
0,89
( t + 15)
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= t=duração da chuva (min).

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47.34.2 Equação de Martinez e Magni,1999 para a RMSP.


I = 39,3015 (t + 20) –0,9228 +10,1767 (t +20) –0,8764 . [ -0,4653 – 0,8407 ln ln ( T / ( T - 1))]
Para chuva entre 10min e 1440min
Sendo:
I= intensidade da chuva (mm/min);
t= tempo (min);
ln= logaritmo neperiano
T= período de retorno (anos), sendo 1<T≤ 200 anos

Dica: para transformar mm/min em L/s x ha multiplicar por 166,7


Dica: para transformar mm/h em L/s x ha multiplicar por 2,78
Observar que as equações de intensidades de chuva apresentadas não são definidas para período
de retorno Tr=1ano. Caso se necessite de período de retorno Tr=1anos devemos proceder de outra
maneira, como da Tabela (47.1) que corresponde a 98% das precipitações. Como geralmente não
dispomos de todas as informações necessárias, não se adotada período de retorno igual a 1ano.
Outra observação é que podemos extrapolar a Equação de Martinez e Magni, 1999 para período
de retorno de 1000anos.

47.34.3 Aplicação do programa Pluvio2.1


O programa Plúvio 2.1 foi desenvolvido pelo GPRH (Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos)
do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (DEA - UFV) e funciona
desde 2005.
O programa PLUVIO2.1 é encontrado no site: www.ufv.br/dea/gprh/softwares.htm

K . T ra
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
K,a,b,c= parâmetros que depende da localidade
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Usando o programa Pluvio2.1 para o município de Guarulhos no Estado de São Paulo
encontramos:
Latitude: 23º 27´ 46”
Longitude: 46º 32´00”

K=1988,645
a=0,111
b=20,449
c=0,839
1988,645. Tra
I =------------------------ (mm/h)
( t + 20,449)0,839

Para cada localidade acharemos coeficientes K, a, b e c.

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47.35 Tempo de concentração pela fórmula de Kirpich


Outra fórmula muito usada é de Kirpich elaborada em 1940. Kirpich possui duas fórmulas, uma
que vale para o Estado da Pennsylvania e outra para o Tennessee, ambas dos Estados Unidos. Valem
para pequenas bacias até 50ha ou seja 0,5km2 e para terrenos com declividade de 3 a 10%.
Segundo Akan,1993, a fórmula de Kirpich é muito usada na aplicação do Método Racional,
principalmente na chamada fórmula de Kirpich do Tennessee.
No Tennessee, Kirpich fez estudos em seis pequenas bacias em áreas agrícolas perto da cidade de
Jackson. A região era coberta com árvores de zero a 56% e as áreas variavam de 0,5ha a 45ha. As bacias
tinham bastante declividade e os solos eram bem drenados (Wanielista et al.,1997).
A equação de Kirpich conforme Chin, 2000 é a seguinte:

Tennessee tc= 0,019 . L0.77/ S0,385 (Equação 47.4)


Sendo:
tc= tempo de concentração (min);
L= comprimento do talvegue (m);
S= declividade do talvegue (m/m).
Segundo (Porto, 1993), quando o valor de L for superior a 10.000m a fórmula de Kirpich
subestima o valor de tc.
Segundo Chin,2000 p. 354 a equação de Kirpich é usualmente aplicada em pequenas bacias na
área rural em áreas de drenagem inferior a 80ha (oitenta hectares).

Exemplo 47.9
Usemos a Equação (47.4) de Kirpich para o Tennessee para achar o tempo de concentração tc sendo
dados L=200m e S=0,008m/m em uma bacia sobre asfalto.
tc= 0,019 . L0.77/ S 0,385 = 0,019 . 200 0,77 / 0,008 0,385 = 7,38min
Como o escoamento da bacia é sobre asfalto devemos corrigir o valor de tc multiplicando por
0,4. Portanto:
tc= 0,4 x 7,38min = 2,95min, que é o tempo de concentração a ser usado.

DICA sobre Kirpich: a fórmula de Kirpich foi feita em áreas agrícolas em áreas até 44,8 ha ou seja 0,448
km2 com declividades de 3% a 10%.
O tempo de concentração da fórmula de Kirpich deve ser multiplicado por 0,4 quando o
escoamento na bacia está sobre asfalto ou concreto e deve ser multiplicado por 0,2 quando o canal é de
concreto revestido (Akan,1993 p. 81).
Chin, 2000 sugere que a equação de Kirpich deve ser multiplicada por 2 quando o escoamento
superficial for sobre grama natural e multiplicar por 0,2 quando a superfície do canal for de concreto e
multiplicar por 0,4 quando a superfície do escoamento superficial for de concreto ou asfalto.

Kirpich
A fórmula de Kirpich pode-se ainda apresentar em outras unidades práticas como as sugeridas
pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de São Paulo.

Kirpich I: tc= 57 . (L3/H) 0,385


Kirpich II tc= 57. (L2/S)0,385
Sendo:
L= comprimento do curso (km)
H= diferença de cotas (m)
S= declividade equivalente (m/km)
tc= tempo de concentração (min)
A declividade equivalente é obtida da seguinte maneira:

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j1= ΔH1/L1
j2= ΔH1/L2
j3= ΔH1/L3
P1= L1/ j10,5
P2= L2/ j20,5
P3= L3/j3 0,5
Δh= diferença de nível em metros
L= comprimento em km
L= L1 + L2 + L3 +...
S= [ L / (P1+P2+P3...)] 2

47.35.1 Tempo de concentração pela fórmula Califórnia Culverts Practice


A grande vantagem desta fórmula é a fácil obtenção dos dados, isto é, o comprimento do
talvegue e a diferença de nível H (Porto,1993). Geralmente é aplicada em bacias rurais para áreas
maiores que 1km2.

Dica: A fórmula Califórnia Culverts Practice é recomendada pelo DAEE para pequenas barragens.

tc= 57 . L1,155 . H-0,385 (Equação 47.5)


Sendo:
tc= tempo de concentração (min);
L= comprimento do talvegue (km);
H= diferença de cotas entre a saída da bacia e o ponto mais alto do talvegue (m).

Exemplo 47.10
Calcular tc com L=0,2 km e H=1,6 m
tc= 57 x L1,155 x H-0,385 =57 x 0,21,155 / 1,60,385 = 3,46min
Portanto tc=3,46min
A velocidade será V= L/ tempo = 200m/ (3,46min x 60s) =0,96m/s

47.36 Vazão média e carga


Existem várias maneiras de calcular a vazão média e como considerar a carga h. Vamos exemplificar
baseado nos estudos feitos na GEÓRGIA, 2001.
Seja um reservatório de qualidade da água WQv= 5.000m3 e com altura de 1,20m desde o nível
inferior até o nível de água para o controle de erosão. Vamos supor também que tempo de detenção seja
de 24h.
Método 1
Primeiramente achar a vazão média:
24h= 86.400s
Qmédio= WQv/ 86.400s = 5.000m3/86400s= 0,058m3/s

Para achar o diâmetro do orifício devemos usar a equação do orifício.


Q= Cd . A (2.g.h) 0,5
Cd= 0,62
h= 1,20/2 = 0,60m (média)
A= Q/ [Cd . (2.g.h) 0,5] = 0,058/ [ 0,62 . (2. 9,81. 0,60) 0,5 ] = 0,027m2
A=  x D2/ 4
D= (4.A/ ) 0,5= (4x0,027/ ) 0,5 =0,20m
Portanto, o orifício tem diâmetro de 0,20m. Recomenda-se diâmetro mínimo de 75mm para evitar
um entupimento.
Outra maneira é usar a vazão máxima:

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Método 2
Q máximo= 2 . Qmédio = 2x 0,058= 0,116m3/s
Aplicar a equação do orifício, mas usando o valor h= 1,20m e não a sua metade.
A= Q/ [Cd . (2.g.h) 0,5] = 0,116/ [ 0,62 . (2. 9,81. 1,20) 0,5 ] = 0,0387m2
D= (4.A/ ) 0,5= (4x0,0387/ ) 0,5 = 0,22m. Adotado D= 0,25m

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47.37 Esquema de reservatório de detenção estendido


Quando aliamos a melhoria da qualidade das águas pluviais a detenção de enchentes podemos ter
um esquema semelhante a Figura (47.16) onde se observa uma estrutura retangular vertical onde estão os
orifícios e vertedores normais. O vertedor de emergência fica fora desta torre. Observar que a vazao
máxima é Q100.

Figura 47.16 Esquema do reservatório de detenção estendido

Figura 47.17 - Tomada d’água. Observar drenagem, saída da descarga, orifícios e vertedor para Qp 25anos ou Qp10anos.
Fonte: Estado da Geórgia, 2001

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47.38 Volume do prisma trapezoidal


O volume prismático trapezoidal conforme Figura (47.18) é dado pela Equação:

V=L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 .Z2 . D3

Figura 47.18-Reservatório com seções transversais e longitudinais trapezoidal


Fonte: Washington, 2001
Sendo:
V= volume do prisma trapezoidal (m3);
L=comprimento da base (m);
W= largura da base (m);
D= profundidade do reservatório(m) e
Z= razão horizontal/vertical. Normalmente 3H:1V

47.39 Vazão Q7,10


Q7,10 significa vazão de 7 dias consecutivas em 10 anos. A representação também pode ser 7Q10
muito usada nos Estados Unidos.
O método Q7,10 apareceu nos Estados Unidos em meados dos ano 70, pois foi exigido em
projetos para evitar o problema de poluição dos rios. No estado da Pennsylvania foi exigido para áreas
maiores que 1,3km2 e a vazão mínima usada foi de 1 L/s x Km2 que era a vazão necessária na bacia para
o fluxo natural da água. Se a vazão fosse menor que Q7,10 haveria degradação do curso de água.
O método Q7,10 não possui nenhuma base ecológica.
Portanto, na origem da criação do Q7,10 tinha como função o recebimento de descargas de esgotos
sanitários. Mais tarde houve mudança de significado do método Q7,10 passando a refletir a situação do
habitat aquático e do habitat na região ribeirinha ou seja a zona riparia.
No Estado de São Paulo na maioria das cidades o DAEE exige que seja preservada a vazão
Q7,10.

47.40 Dimensionamento do vertedor para chuva de 100anos


Para isto vamos utilizar o Método Racional que pode ser usado para bacias de área até 3km2.
Vamos usar o método do amortecimento da onda de cheia do DAEE, 2005.
Primeiramente definimos:
tc= tempo de concentração da bacia (s) no pós-desenvolvimento
tb= tempo de duração da cheia ou tempo base (s)
tb= 3 x tc
VE= QEmax . tb/ 2
Sendo:
VR= volume do reservatório em m3 obtido pela curva cota-volume.
VR= V2 – V1
Sendo:
V1 = volume acumulado no reservatório para o nível de água normal
V2=volume acumulado para o nível máximo maximorum
VE= VR+ Vs´
Vs´ = VE – VR

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Qsmax= ( 2 . Vs´) / tb
Portanto, a vazão que vai passar para o vertedor para período de Tr=100anos será Qsmax.
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Geralmente adotamos o valor da altura H sobre a crista do vertedor e achamos o comprimento do
vertedor L.

Exemplo 47.11
Dado tc=33min, QEmax= 21m3/s calculado para Tr=100anos e VR=50.500m3 achar a vazão que passará
pelo vertedor Qsmax e calcular a largura do vertedor.
tc=33min= 33 x 60= 1.980s
tb= 3 x tc= 3 x 1.980= 5.940s
VE= QEmax . tb/ 2
VE= 21x5940/ 2=62.370m3
Vs´ = VE – VR
Vs´ = 62.370-50.500=11.870m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / tb
Qsmax= ( 2 x 11.870) / 5.940=4,0m3/s
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Fazendo H=0,80m
4,0= 1,55x L x 0,80 1,5
L=3,6m

47.41 Curva cota-volume


É comum em estudo de reservatórios se fazer a curva cota-volume conforme Figura (47.18).

Curva cota volume

8000
7000
6000
Volume (m3)

5000
4000
3000
2000
1000
0
700 701 702 703 704 705
Cota (m)

Figura 47.19- Curva cota-volume

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47.42 Routing do reservatório


A equação básica do routing de armazenamento é a equação da continuidade na forma:
I - Q = dS/ dt
Sendo:
I= vazão de entrada
Q= vazão de saída
t= tempo
Que pode ser transformado na equação:
( I1 + I2 ) + ( 2 S1 / t - Q1 ) = ( 2 S2 / t + Q2 ) (Equação 47.6)
Sendo:
I1 = vazão no início do período de tempo
I2= vazão no fim do período de tempo
Q1= vazão de saída no início do período de tempo
Q2= vazão de saída no fim do período de tempo
t = duração do período de tempo
S1 = volume no início do período de tempo
S2= volume no fim do período de tempo

Na Equação (47.6) os valores de I1, I2, Q1, S1 são conhecidos em qualquer tempo t e os valores
Q2 e S2 são desconhecidos.
Temos portanto a Equação (47.6) e duas incógnitas Q2 e S3. Necessitamos de mais uma equação
para resolver o problema. A outra equação que fornece o armazenamento S2 em função da descarga.
Não devemos esquecer que estamos aplicando para o modelo a Síntese, pois conhecemos a
hidrógrafa de entrada no reservatório, conhecemos o modelo das fórmulas da descargas dos vertedores
retangulares e orifícios das seções de controle e desconhecemos a hidrógrafa de jusante, isto é, na saída
do reservatório, é o que queremos (McCuen, 1997).
O procedimento de routing proposto é chamado de Método Modificado de Puls (McCuen,1997)
Maiores informações deve ser consultado o livro do auto elaborado no ano 2002 denominando:
“Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos para obras Municipais” no capítulo denominado “Routing de
reservatório”.

47.43 Eficiência da remoção no pré-tratamento e no tratamento


Para a eficiência vamos mostrar a conhecida equação de Fair e Geyer, 1954:
η= 1 – [( 1+ Vs/ (n x Q/As)] –n
Sendo:
η= eficiência dinâmica da deposição para remoção de sólidos em suspensão (fração que varia de 0 a 1)
Vs=velocidade de sedimentação (m/h) ou (m/s)
n=3= fator de turbulência de Fair e Geyer, 1954 para “boa performance”
Q=vazão no reservatório (m3/h) ou (m3/s). Geralmente é a vazão de saída de pré-desenvolvimento.
As= área da superfície do reservatório (m2)
hA =profundidade do reservatório (m)
ts= tempo médio de detenção (h)
td= tempo de esvaziamento do reservatório quando está cheio e não há vazão de entrada até estar
completamente vazio (h)
É importante observar que na equação abaixo já está multiplicada pela fração Fi.
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi x td)/ (2xn x hA)] }–n
Sendo:
Fi= as frações da porcentagem das partículas (0,20; 0,10; 0,10;0,20;0,20;0,20)

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47.44 Dissipador de energia


Instalar dissipador de energia, como por exemplo, riprap na entrada do reservatório de detenção
estendido para evitar erosão.

Bacia de dissipação Tipo VI do USBR com método de Peterka, 2005


Vamos usar o método de Peterka, 2005 e observemos novamente que a Tabela (49.1)
corresponde às indicações da Figura (47.19). Não confundir!

Figura 47.20- Dissipador de energia Tipo VI


Fonte: Peterka, 2005

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Usamos a Tabela (47.10) que foi feita por Peterka, 2005 para velocidade de 3,6m/s da água na
entrada.
Tabela 47.10- Dimensões básicas do dissipador de impacto Tipo VI USBR para velocidade
de 3,6m/s
Diâmetro Vazão W H L a b c d e f tw tf tp K d50
(m) (m3/s) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)

0,40 0,59 1,7 1,24 2,20 0,83 0,83 0,83 0,28 0,14 0,28 0,15 0,17 0,15 0,08 0,10
0,60 1,08 2,0 1,46 2,60 0,98 0,98 0,98 0,33 0,16 0,33 0,15 0,17 0,15 0,08 0,18
0,80 1,67 2,6 1,91 3,40 1,28 1,28 1,28 0,43 0,21 0,43 0,15 0,17 0,18 0,08 0,22
0,90 2,41 2,9 2,14 3,80 1,43 1,43 1,43 0,48 0,24 0,48 0,18 0,19 0,20 0,08 0,23
1,00 3,25 3,2 2,36 4,20 1,58 1,58 1,58 0,53 0,26 0,53 0,20 0,22 0,23 0,10 0,24
1,20 4,27 3,5 2,59 4,60 1,73 1,73 1,73 0,58 0,29 0,58 0,23 0,24 0,25 0,10 0,27
1,30 5,41 4,1 3,04 5,40 2,03 2,03 2,03 0,68 0,34 0,68 0,25 0,27 0,25 0,10 0,30
1,50 6,68 4,4 3,26 5,80 2,18 2,18 2,18 0,73 0,36 0,73 0,28 0,29 0,28 0,15 0,33
1,80 9,59 5,0 3,71 6,60 2,48 2,48 2,48 0,83 0,41 0,83 0,30 0,32 0,30 0,15 0,36

Como a velocidade normalmente é diferente então temos que fazer que achar o diâmetro
equivalente a velocidade de 3,6m/s.
Para o cálculo do diâmetro com a seção plena é necessário
A=3,1416xD2/4 usar a velocidade de 3,6m/s conforme Geórgia, 2005.
Q= A x V
V= 3,6m/s
Q=A x 3,6
A=Q/3,6
Q/3,6=PI x D2/4
Como temos o valor de Q achamos o valor de D.

Exemplo 47.12- para o caso de Peterka, 2005


Calcular uma bacia de dissipação Tipo VI com vazão de um bueiro com 4,0m3/s que vem de um bueiro
de travessia de uma estrada com desnível de h=4,0m. Não interessa se o bueiro é circular, quadrado ou
retangular ou outra secção qualquer.
Verifiquemos primeiro a velocidade se não é maior que 9m/s.
Cálculo da velocidade teórica
V= (2 x g x h) 0,5
h=4,5m
V= (2 x 9,81 x 4,0) 0,5=8,9m/s <9m/s OK
Q=4,0m3/s< 9,3m3/s OK
Diâmetro equivalente para velocidade de 3,6m/s
Q= A x V
V= 3,6m/s
Q=A x 3,6
A=Q/3,6=4,0m3/s/3,6=1,11m2
A=PI x D2/4
1,11m2=3,1416 x D2/4
D=1,20m
Entrando na Tabela (47.1) com o diâmetro D=1,20m achamos as dimensões que são:
W=3,5m
H=2,59m
L=4,60m
a=1,73

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b=1,73
c=1,73m
d=9,58
e=0,29
f=0,58
tw=0,23
tf=0,24
tp=0,25
K=0,10
d50=0,27m
As rochas para o rip-rap deverão ter 0,27m de diâmetro.

Figura 47.21 Esquema do dissipador de energia denominado Tipo VI


Fonte: Peterka, 2005

Peterka, 2005 apresenta tabela com tubos variando de 0,40m a 1,80m e das dimensões básicas a
serem usadas, sendo importante notar que os cálculos foram feitos para velocidade 3,6m/s usado a
equação da continuidade Q=A x V.

Rip-rap
Após o dissipador de energia Tipo VI de Peterka com redução de energia por impacto ainda
temos velocidade na saída do dissipador de energia e portanto é necessário na transição com o canal
natural que se faça um rip-rap.
Segundo Geórgia, 2005 a largura do rip-rap é W=4,04m o comprimento mínimo do rip-rap é W
sendo o mínimo de 1,5m.
A profundidade do rip-rap é f=W/6= 4,04/6=0,67m
O diâmetro médio da rocha é W/20=4,04/20=0,202m
A declividade dos taludes é 1,5: 1.

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47.45 Regulador de fluxo


Segundo CWP, 2007 o calcanhar de Aquiles de um projeto de uma BMP é o regulador de fluxo.
No dimensionamento de uma BMP achamos o volume para melhoria da qualidade das águas
pluviais denominado WQv e a vazão que vai para a BMP denominamos de Qo.
A estrutura para separar os dois fluxos chama-se regulador de fluxo.
Os dispositivos para a separação do fluxo são baseados na restrição de vazão da tubulação que vai
para a BMP e existem duas opções básicas para reguladores de fluxo auto-regulável:

1. Regulador de fluxo com secção transversal retangular ou circular com existencia de orificio
e vertedor. Usado geralmente para pequenas vazões. Ver Figuras (27.2) a (27.4).
2. Canal com rebaixo somente para a vazão Qo que vai para a BMP. Esta pequena calha pode
ser semi-circular ou retangular. Usado para grandes vazões. Ver Figura (27.5).

A BMP pode estar in line ou off line. Quando a BMP está na mesma linha do fluxo dizemos que
está in line e caso contrário está off line conforme Figura (27.1). Não existe regra geral se uma BMP
deve ser construida in line ou off line e tudo dependerá do tipo de BMP escolhida e das condições locais.
É muito discutido o período de retorno que deve ser usado para o cálculo da vazão que chega ao
regulador de fluxo. Alguns usam 25anos, outros 50anos e sugerem sempre verificar para 100 anos. A
sugestão do autor é que as instalações do regulador de fluxo sejam dimensionadas para período de
retorno de 100anos, sendo que isto também foi recomendado pelo Kitsap County.
Dica: o regulador de fluxo deve ser calculado para período de retorno de 100anos.

BMP
off line

BMP
pré-
in line
tratamento

Figura 47.22- BMP in line e BMP off line

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Figura 47.23 - Separação automática de fluxo (regulador de fluxo) com orificio e vertedor
Fonte: Estado da Virginia, 1996

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Figura 47.24- Regulador de fluxo de seção circular com orificio e vertedor.


Fonte: CWP, 2007

Figura 47.25- Regulador de fluxo com a calha rebaixada que conduz Qo.
Fonte: CWP, 2007

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Secção para Tr=100anos

VazãoQo

Figura 47.26- Canal para Tr=100anos com calha rebaixada que conduz Qo.

Exemplo 47.13
Seja uma bacia com A=50ha, AI=70% P=25mm
WQv= 8500m3
0,1WQV= 850m3
Pré-tratamento precisamos de 850m3
Vazão que vai para o pré-tratamento
Qo= 0,1WQv/ (5min x 60s)= 850m3/ (5 x 60)= 2,83m3/s
Vazão da bacia conforme TR-55 para Tr=25anos = 15,56m3/s
Canal de concreto que chega até a caixa reguladora
Largura 4,5m
Altura = 1,0m
Declividade =0,005m/m
Qmax= 16,6m3/s > 15,56m3/s OK
Velocidade= 3,7m/s <5,00m/s OK
Altura do nível de água= 1,20/2 + 1,00/2= 1,10m
Orifício
D=1,20m
Qo= 3,26m3/s > 2,83m3/s OK
Então teremos uma caixa com 4,5 x 4,5m e 2,20m de profundidade.

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Figura 47.27- Caixa reguladora de fluxo

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47.46 Falhas na barragem


Conforme Portaria 717/1996 do DAEE, Barramento é todo maciço cujo eixo principal esteja num
plano que intercepta um curso d´água e respectivos terrenos marginais, alterando suas condições de
escoamento natural, formando reservatório de água a montante, o qual tem finalidade única ou múltipla.
Os barramentos mais comuns são em terra, concreto e gabião conforme Figura (47.28).

Figura 47.28- Tipos de barramentos: concreto, gabião e terra


Fonte: DAEE, 2005.
Risco
Risco é a possibilidade de ocorrências indesejáveis e causadoras de danos para a saúde, para os
sistemas econômicos e para o meio ambiente. Os riscos em obras tecnológicas são chamadas de falhas.

Perigo
Perigo é ameaça em si não mensurável e não totalmente evidente.

Falha
A falha em uma barragem é o escoamento espontâneo da água resultando de uma operação
imprópria ou da ruptura ou colapso de uma estrutura. A falha em uma barragem causa a jusante
inundações rápidas, danos as vidas e propriedades, forçando as pessoas a evacuarem dos locais onde
moram.

Análise das brechas ou falhas nas barragens


A análise das brechas ou falhas em barragens pode ser feito através do método de Muskingum-
Cunge.

Vazão de pico devido a brecha na barragem (Qp)


Pesquisa feita por FROEHLICH,1995 in Bureau of Reclamation, 1998 fornece a vazão de pico
devido a brecha na barragem.

Qp= 0,607 x V 0,295 x h 1,24


Sendo:

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Qp= vazão de pico devido a brecha na barragem (m3/s);


V= volume total de água armazenado na barragem (m3);
h= altura máxima da barragem (m).

47.47 Depósito anual de sedimentos


É importante para a manutenção de um reservatório de detenção estimar a quantidade de
sedimentos anual em m3/ ano x ha.
Os sedimentos recolhidos são considerados não-perigosos e podem ser dispostos em aterros
sanitários ou em local autorizado.
Dica: adotar para o Brasil a taxa de 10m3/ ano x ha para remoção de sedimentos para
estimativa.

47.48 Reservatório de detenção estendido somente para atender WQv


O dimensionamento de uma bacia de detenção estendido para atender somente o volume para
melhoria da qualidade de águas pluviais WQv conforme Figura (47.21) é facilmente projetada da
seguinte maneira:
 Fica off line
 Possui pré-tratamento igual a 10% de WQv
 Tempo de esvaziamento de WQv é de 24h a 72h
 Área mínima da bacia de 2ha a 4ha

Figura 47.29 Esquema de bacia de detenção estendida somente para WQv.

Na Figura (47.29) observar o pré-tratamento e o canal que leva até uma pequena depressão junto
ao barramento.

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Exemplo 47.14
Dimensionar um reservatório de detenção estendido ED somente para melhoria de qualidade das águas
pluviais, sendo que a mesma tem área de 100ha, tempo de concentração de 16min e área impermeável
AI= 60%.
Primeiramente salientamos que o reservatório ED será construído off line.
Rv= coeficiente volumétrico
AI=60%
Rv= 0,05 + 0,009 x AI = 0,05+ 0,009 x 60= 0,59
First flush P= 25mm (adotado para efeito de exemplo)
Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais= WQv (m3)
WQv= (P/1000) x Rv x A
Rv= 0,59
A= 100ha
WQv= (25mm/1000) x 0,59 x (100ha x 10.000m2) = 14.800m3
Adotando altura do reservatório de detenção estendido h=1,40m a área de superfície As será:
As= WQv/ h= 14.800/1,40=10.571,43m2
Adotando que o comprimento é o dobro da largura temos:
As = W x 2W= 10571,43m2
Adotando largura W=73m
Largura= 73m
Comprimento= 2 x 73= 146m
As= 73m x 146m= 10.658m2
Para a melhoria da qualidade das águas pluviais o reservatório de detenção estendido ED, deverá
ser esvaziado no mínimo em 24h.
O volume de detenção WQv= 14.800m3
A vazão média será:
Q médio = WQv/ (número de segundos durante um dia)
Q médio = WQv/ 86.400s = 14.800m3/86.400s= 0,171m3/s
Cd=0,62 g=9,81 m/s2
Usando o método da média.
A altura h=1,40m
Q= 2 x Qmédio= 2 x 0,171=0,342m3/s
A área da seção do orifício será:
A= Q / Cd x (2 g h) 0,5 = 0,342/ [ 0,62 x (2 x 9,81 x 1,40) 0,5 ]=0,1052m2

Diâmetro orifício
D= (4 A/  ) 0,5 = (4x 0,1052/  ) 0,5 =0,37m
Adoto D=0,35
Tempo de esvaziamento
t= [2 . As . (y1 0,5 - y2 0,5 )] / [Cd . Ao .(2.g ) 0,5]
Cd=0,62
y1=1,40m=altura inicial (m)
Ao= π x D2/4 =3,1416 x 0,352/4=0,0962m2
As=área da superficie (m2)
t= tempo de esvaziamento (s)
As= 10.658m2
t= [2 x10658 x1,40 0,5 ] / [0,62x0,0962x(2x9,81 ) 0,5] =95.536s=26,54h>24h OK

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Eficiência no tratamento
A equação abaixo é usada no tratamento sendo usando o tempo de esvaziamento td e a altura
média do reservatório hA.
Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi . td)/ (2.n . hA)] }–n

Tabela 47.11- Cálculos preliminares para o tratamento


WQv= 14800
P=25mm
Área do reservatório (m2)=As 9867
Diâmetro de saída = 0,35
Altura da lâmina de água no reservatório=y1(m)= 1,5
Área superficial do reservatório=As(m2)= 9867
Área da seção transversal do tubo de saída=Ao(m2)= 0,0962115
Cd= 0,62
t(s)= 91470
Tempo de esvaziamento total do reservatório td=t(h)= 25,4

Tabela 47.12- Cálculos da eficiência para o tratamento


Massa Vs velocidade Tempo de Eficiência
Fração de partículas de sedimentação esvaziamento n hA TSS
td por fração
(mm) (%) (m/h) (h) (m)
≤ 20mm 20 0,000914 25,4 3 1,5 0,0015
20<x≤40 10 0,0468 25,4 3 1,5 0,0311
40<x≤ 60 10 0,0914 25,4 3 1,5 0,0498
60<x≤ 0,13 20 0,457 25,4 3 1,5 0,1833
0,13<x≤ 0,40 20 2,13 25,4 3 1,5 0,1994
0,40<x≤ 4,0 20 19,8 25,4 3 1,5 0,2000
Total= 100 Ed= 0,6652
Eficiência= 66,52

Ed= Σ Fi { 1 – [( 1+ (Vsi . td)/ (2.n . hA)] }–n

Pré-tratamento
Admitimos 10% de WQv mas sendo WQv= 14.800m3 então o volume do pré-tratamento será:
0,1 x 14.800m3= 1.480m3
O pré-tratamento será somente para os primeiros 25mm de chuva, sendo o restante encaminhado
para o reservatório calculado pelo critério unificado.
Para o pré-tratamento queremos decantar partículas sólidas maiores que 0,125mm, ou seja,
partículas que possuem a velocidade de sedimentação Vs=0,0139m/s.
A vazão Qo que chega ao pré-tratamento pode ser calculada usando a regra dos 5 (cinco) minutos
para encher o volume do pré-tratamento.
Assim Qo= 0,1 x WQv/ (5min x 60s)= 1.480m3/300s= 3,3m3/s
A área da superfície do pré-tratamento é calculada:
As= Qo / Vs = Qo/ 0,0139= 3,3/0,0139= 237,4m2
Então a área mínima do pré-tratamento é 237,4m2.
Considerando o volume 0,1WQv podemos estimar a altura da água no pré-tratamento:
D= 0,1WQv/ As= 1.480/ 237,4= 46,23m>> 3,5m que é o máximo admitido
Adotamos então D=1,60m
As= 0,1WQv/D= 1.480/ 1,60=925m2

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Adotando comprimento sendo o dobro da largura teremos:


W= (925m2/ 2 ) 0,5 =21,5m=largura
Comprimento= 2 x 21,5= 43,0m

Eficiência da remoção no pré-tratamento


Ed= Fi { 1 – [( 1+ Vsi / (n . Qo/As] }–n

Tabela 47.13- Cálculos da eficiência para o pré-tratamento para n=3


Fração Massa Vsi velocidade Área da Vazão Qo Eficiência TSS
de de sedimentação superfície (m3/s) por fração
partículas As
(mm) (%) (m/h) (m/s) (m2) (m3/s) (fração)
≤ 20mm 20 0,000914 0,0000002539 925,00 4,9 0,000009521
20<x≤40 10 0,0468 0,0000130000 925,00 4,9 0,000243354
40<x≤ 60 10 0,0914 0,0000253889 925,00 4,9 0,000474535
60<x≤ 0,13 20 0,457 0,0001269444 925,00 4,9 0,004685865
0,13<x≤ 0,40 20 2,13 0,0005916667 925,00 4,9 0,020642351
0,40<x≤ 4,0 20 19,8 0,0055000000 925,00 4,9 0,117572038
Total= 100 Ed= 0,1436
Eficiencia= 14,36

Eficiência global.
A eficiência em série das duas BMPs será:
TR= A + ( 1- A) x B
Sendo:
TR= eficiência global
A= eficiência do reservatório de pré-tratamento para todas as partículas= 0,1436
B= eficiência do reservatório de detenção estendido= 0,6652%
TR= 0,1436+( 1- 0,1436) 0,6652=0,7133
Portanto, a eficiência global será de 71,33%

Vertedor de emergência
Mesmo quando o reservatório de detenção estendido é feito off line, é necessário se prever um
vertedor de emergência, como por exemplo, para período de retorno de 2anos.
Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).

Tr=2anos
Tc=16min
1747,9 . 20,181
I =------------------------ =93mm/h
( 16 + 15)0,89

C=Rv=0,59
Q=CIA/360=0,59 x 93 x 100/360= 15,2m3/s =Qemax

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Dimensionamento do vertedor para Tr=2anos


Como somente irá para a BMP a vazão Qo para efeito de segurança calculamos o vertedor de
emergência para período de retorno de 2 anos como veremos abaixo.
tc= tempo de concentração da bacia no pós-desenvolvimento
tb= tempo de duração da cheia ou tempo base (s)
tc= 16min= 16 x 60= 960s
tb= 3 x tc=3 x 960=2880s
VE= QEmax . tb/ 2
Qemax=15,2m3/s= Q2pos
VE= QEmax . tb/ 2
VE= 15,2x 2880/ 2= 21.888m3
Sendo:
VR= volume do reservatório em m3 obtido pela curva cota-volume.
VR= V2 – V1
Sendo:
V1 =o volume acumulado no reservatório para o nível de água normal
V2=volume acumulado para o nível máximo maximorum
Como As=10.648m2 considerando então a altura de 1,50m
VR=10.648m3 x 1,0=10.648m3
Vs´ = VE – VR
Vs´ = 21.888 – 10.648=11.240m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / Tb
Qsmax= ( 2 x 11.240´) / 2880=7,8m3/s
A vazão que vai passar para o vertedor para período de Tr=2anos será Qsmax.
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Geralmente adotamos o valor da altura H sobre a crista do vertedor e achamos o comprimento do
vertedor L.
7,8= 1,55x L x 1,01,5
L=5,03m
Portanto, o vertedor terá altura de 1,00m a largura de 5,03m.
Tabela 47.14- Resumo dos cálculos efetuados
Volume Altura Diâmetro do orifício/ vertedor retangular
Critérios (m3) (m) (m)
WQv 14.800 1,40 0,35m
Q25 10.648 1,00 Vertedor 5,03m x 1,00m
Total 25.448 2,40

Como a altura do nível de água da barragem h=2,40m <5m A borda livre deverá ser de 0,50m.
Observemos que dimensionamos para a vazao máxima de período de retorno de 2anos como
fator de segurança, pois há um desvio da água que vai para a BMP e a água que vai para o corpo d´água
próximo.

Vertedor retangular do pré-tratamento


Largura =21,5m
Comprimento= 43,0m
Profundidade= 1,60m
Q100pos= 31,02m3/s
Largura =L=20,00m adotada do vertedor
Q= 1,55x L x H 1,5
31,02= 1,55x 20 x H 1,5
H=1,00m

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47.49 Fração do runoff que vai para a BMP


Para a RMSP supomos que o first flush é P=25mm, que corresponde a 90% das precipitações
anuaís que produzem runoff.
Nos estudos que fizemos das precipitações da cidade de Mairiporã para o período de 1958 a 1995
achamos que se admitirmos o first flush de 25mm serão encaminhados para a BMP 90% do total do
runoff, mas que 10% não passarão pelo tratamento e se encaminharão diretamente aos rios e córregos.
Não consideramos a água aderente a superfícies e que não produz runoff e que é de aproximadamente
1mm.
Portanto, a fração runoff tratado é K=0,90.
Dica: vai para o tratamento (BMP) 90% e não passa pelo tratamento 10%. Quando não se
têm dados admitimos que 90% vão para a BMP e 10% vai direto para os cursos de água.
R = P x Pj x Rv
VR= (R/1000) x A
VRBMP= K x VR
Sendo:
R= runoff (mm/ano)
VR= volume de runoff (m3/ano)
VRBMP= volume de runoff que vai para a BMP (m3/ano)
A= área da bacia (m2)
K= fração do runoff que vai para a BMP

47.50 Reservatório de detenção estendido para atender enchentes+ WQv


Uma outra maneira de se calcular o reservatório de detenção estendido é usá-lo também para
deter enchentes. Somente esclarecendo que os cálculos serão mais elaborados, pois teremos que ter a
curva cota-volume do reservatório e fazer o chamado routing que pode ser visto em detalhes no livro de
Tomaz, 2002.

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Figura 47.30 Esquema de bacia de detenção estendida para WQv+enchentes.


Fonte: Califórnia, 2003

Na Figura (47.23) observar que o reservatório não somente atende ao volume para melhoria da
qualidade das águas pluviais WQv, mas também a períodos de retornos selecionados como 2anos e
10anos (ou 25anos) e obrigatoriamente para período de retorno de 100anos para segurança do
barramento.
O pré-tratamento e o dimensionamento de WQv será o mesmo do exemplo anterior onde se usou
somente o WQv.

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Exemplo 47.15 Exemplo de aplicação prática do reservatório de detenção estendido usando WQv
+ enchentes
Dimensionar um reservatório in line usando de detenção estendido (ED), com objetivo de deter
enchentes e melhoria da qualidade das águas pluviais em uma área residencial conforme dados da
Tabela (47.12).

Tabela 47.15 - Dados hidrológicos

Dados Pré- Pós-


desenvolvimento desenvolvimento

Coeficiente de Runoff C 0,14 0,59

Tempo de concentração
tc (min) 45min 16min

Área impermeável 10% 60%


(%)
Área total
(ha) 100ha (1km2) 100ha (1km2)
O reservatório será feito in line.
Vazão base
Para a RMSP com precipitaçlão média anual de 1500mm a vazão base estimada é de 0,045 L/s x
há. Assim para área de 100ha teremos vazão base de 0,045 x 100= 4,5 L/s. Na prática para o reservatorio
de detenção estendido não nos interessa a vazão base e será considerada igual a zero.

Pré-tratamento já calculado anteriormente


Largura =21,5m
Comprimento= 43,0m
Profundidade= 1,60m

Tratamento WQv
WQv= 14.800m3
H=1,40m
As= 10658m2
Largura=73m
Comprimento = 146m
Diâmetro do orificio=0,35m

Método Racional
Q= C . I . A /360
Sendo:
Q= vazão de pico (m3/s);
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1.
I= intensidade média da chuva (mm/h);
A= área da bacia (ha). 1ha= 10.000m2

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Equação de Paulo S. Wilken para RMSP (Região Metropolitana de São Paulo)


1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc= duração da chuva (min).

Periodo de retorno
Adotamos periodo de retorno Tr=25anos.

Pré-desenvolvimento
C=0,14
tc=45min
A=100ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89

1747,9 x250,181
I =------------------------
( t + 15)0,89

3130
I =------------------------
( t + 15)0,89

Para t=45min
3130
I =------------------------ = 82mm/h
( 45 + 15)0,89

Q= C . I . A /360
Q25pre= 0,14x 82x100/360= 3,2m3/s

4022,7
I =------------------------ =105,2mm/h
( 45 + 15)0,89

Q= C . I . A /360
Q100pre= 0,14x 105,2x100/360= 4,09m3/s

Pós-desenvolvimento
C=0,59
tc=16min
A=100ha
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)

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( t + 15)0,89

1747,9 x250,181
I =------------------------
( t + 15)0,89

3130
I =------------------------
( t + 15)0,89

Para t=16min
3130
I =------------------------ = 147,3mm/h
( 16 + 15)0,89

Q= C . I . A /360
Q25pos= 0,59x 147,3x100/360= 24,14m3/s

Para Tr=100anos
1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
0,89
( t + 15)
1747,9 . 1000,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89

4022,7
I =------------------------ =189,3mm/h
( 16 + 15)0,89

Q= C . I . A /360
Q100pos= 0,59x 189,3x100/360= 31,02m3/s

Volume necessario para deter enchentes para Tr=25anos


Usamos o conceito do impacto zero, isto é, a vazão que deverá passar no máximo deve ser a de
pré-desenvolvimento para Tr=25anos que é Qpré 25anos=3,2m3/s
V25 = (Qpós - Qpré) x td
V25 = (24,14 - 3,2) x 16min x 60s = 20.102m3
Considerando para facilidade do cálculo que o reservatório seja prismático com paredes verticais
e como temos a área As= 10.658m2 a altura h desde a superficie do volumen WQv será:
h25=V25/As=20.102m3/ 10.658m2= 1,89m
Diámetro do orificio
Q= Cd x Ao x (2gh)0,5
Q=Qpre25anos=3,2m3/s
H=1,89/2=0,945m
3,2= 0,62 x Ao x (2x9,81x 0,945)0,5
Ao=1,2m2
Ao= PI x D2/4= 1,2= 3,1416 x D2/ 4

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D=1,20m

Dimensionamento do vertedor para Tr=100anos conforme DAEE, 2005


tc= tempo de concentração da bacia (s) no pós-desenvolvimento
tb= tempo de duração da cheia ou tempo base (s)
tc= 16min= 16 x 60= 960s
tb= 3 x tc=3 x 960=2880s
VE= QEmax . tb/ 2
Qemax=31,02m3/s= Q100pos
VE= QEmax . tb/ 2
VE= 31,02x 2880/ 2= 44.669m3
Sendo:
VR= volume do reservatório em m3 obtido pela curva cota-volume.
VR= V2 – V1
Sendo:
V1 o volume acumulado no reservatório para o nível de água normal
V2=volume acumulado para o nível máximo maximorum
Como As=10.648m2 considerando então a altura de 1,50m
VR=10.648m3 x 1,5=15.972m3

Vs´ = VE – VR
Vs´ = 44669 – 15972=28.697m3
Qsmax= ( 2 . Vs´) / Tb
Qsmax= ( 2 x 28.697´) / 2880=19,93m3/s
A vazão que vai passar para o vertedor para período de Tr=100anos será Qsmax.
Qsmax= 1,55x L x H 1,5
Geralmente adotamos o valor da altura H sobre a crista do vertedor e achamos o comprimento do
vertedor L.
19,93= 1,55x L x 1,51,5
L=7,0m
Portanto, o vertedor terá altura de 1,50m a largura de 7,0m.

Tabela 47.16- Resumo dos cálculos efetuados


Volume Altura Diâmetro do orifício/ vertedor retangular
Critérios (m3) (m) (m)
WQv 14.800 1,40 0,35
Q25 20.102 1,89 1,20
Q100 15.972 1,50 1,5 x 7,0
Total 50.874 4,79

Como a altura do nível de água da barragem h=4,79m <5m podemos então adotar o período de
retorno de 100anos o que foi feito. A borda livre deverá ser de 0,50m.

Vertedor retangular do pré-tratamento


Largura =21,5m
Comprimento= 43,0m
Profundidade= 1,60m
Q100pos= 31,02m3/s
Largura =L=20,00 adotada do vertedor

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Q= 1,55x L x H 1,5
31,02= 1,55x 20 x H 1,5
H=1,00m

47.51 Regra dos 10%


A aplicação da regra dos 10% é para áreas de bacia acima de 20ha.
Esta análise é a chamada regra dos 10%, conforme ESTADO DE NEW YORK, 2001.
O objetivo da aplicação da regra dos 10% é verificar se a detenção de uma enchente a montante não
causará problemas a jusante, pois pode acontecer que ao invés de melhorarmos a situação, a mesma
ficará pior.
Portanto, deverá ser feita análise a jusante usando a regra dos 10%. A análise deverá ser feita até o
ponto em que 10% da área da bacia é igual a área da bacia que estamos considerando.
Assim uma área de 10ha de uma bacia de detenção de enchentes que estamos fazendo, precisamos
verificar a jusante até o ponto em que toda a área seja de 100ha e portanto, a nossa área será 10% da área
total.

47.52 Uso do método Racional e hidrograma de Dekalb


Iremos dimensionar o reservatório de detenção estendido para: melhoria da qualidade das águas
pluviais, deter a erosão a jusante e enchentes de 25anos e enchente máxima de 100anos.
Usaremos o método Racional com hidrograma usado na cidade de Dekalb nos Estados Unidos e
esclarecemos que ainda não existem pesquisas aceitas pelos especialistas sobre o referido hidrograma.
Iremos achar o volume para detenção em período de retorno de 10anos e volume requerido para
evitar erosão com Tr=1,87anos. O volume maior será normalmente o volume de controle da erosão. O
reservatório será in line com detenção de enchente, melhora da qualidade das águas pluviais e controle
de erosão. Será considerado o período de retorno de 100anos para o dimensionamento do vertedor de
emergência.
Serão usados alguns conceitos e recomendações do DAEE para pequenas barragens com cálculo
usando o Método Racional.
Em alguns casos é muito importante o controle da erosão como no exemplo adotado.
Dados: A=116,78ha P=25mm (first flush) AI=70%
Área da seção transversal do reservatório de detenção estendido= 24.000m2.

Cálculo do tempo de concentração pelo método cinemático


Para o cálculo do tempo de concentração usamos o método cinemático que nos parece o mais
adequado ao caso conforme Tabela (47.14) para pré e pós-desenvolvimento.

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Tabela 47.17- Cálculo do tempo de concentração para pré e pós-desenvolvimento usando o método
cinemático.
tc pré-desenvolvimento K=4,57
Cota cota min Comprim Declivid V=KxS0,5 tc
max Velocidade
(m) (m) (m) (m/m) (m/s) (min)
1.126,9 1.107 1.870 0,0106417 0,47 66,1
tc pós-desenvolvimento K=14,09
Cota cota min Compr. Decliv. V=KxS0,5 tc
max Velocidade
(m) (m) (m) (m/m) (m/s) (min)
1.126,9 1.107 1.870 0,0106417 1,45 21,4

Cálculo de vazões pré e pós


Equação das chuvas intensas de Ouro Verde, Goiás, Brasil
I = (3717 x Tr 0,16)/ ( tc+11) 0,815
Sendo:
I= intensidade da chuva (L/s x ha)
Tr= período de retorno (anos)
Tc= tempo de concentração (min)

Para Tr=10anos e tc= 66,1min teremos:


I = (3717 x Tr 0,16)/ ( tc+11) 0,815
I = (3717 x 10 0,16)/ ( 66,1+11) 0,815= 151 L/s x ha

Método Racional
A=116,78ha
C=0,20 adotado para pré-desenvolvimento
Q= CIA = 0,20 x 151 x 116,78ha=3527 L/s= 3,5 m3/s

Tabela 45.18- Vazões para pré-desenvolvimento usando o Método Racional para períodos de
retorno variando de 1,87anos até 100anos.
Tr tc (min) I (L/s x ha) C pre A (ha) Q (m3/s)
1,87 66,1 116 0,20 116,78 2,7
5 66,1 136 0,20 116,78 3,2
10 66,1 151 0,20 116,78 3,5
25 66,1 175 0,20 116,78 4,1
50 66,1 196 0,20 116,78 4,6
100 66,1 219 0,20 116,78 5,1

Tabela 45.19- Vazões para pós-desenvolvimento usando o Método Racional para períodos de
retorno variando de 1,87anos até 100anos.
Tr tc I C pos A (ha) Q (m3/s)
(min) (L/s x ha)
1,87 21,4 235 0,70 116,78 19,2
5 21,4 275 0,70 116,78 22,4
10 21,4 307 0,70 116,78 25,1
25 21,4 355 0,70 116,78 29,0
50 21,4 397 0,70 116,78 32,4
100 21,4 443 0,70 116,78 36,2

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WQv
AI= 70%
Rv= 0,05+0,009 x AI = 0,05 + 0,009 x 70= 0,68
P= 25mm (first flush adotado)
A=116,78ha
WQv= (P/1000) x Rv x A= (25/1000)x 0,68 x (116,78ha x 10.000m2)= 19.853m3

Volume de água necessário para detenção de enchentes para Tr=10anos usando o Método de Aron
e Kibler, 1990.
Foi achado o volume de 43.014m3 para período de retorno de 10anos com o método de Aron e
Kibler, 1990. Para combate a erosão usamos Tr=1,87anos e achamos usando o método de Aron e Kibler,
1990 o volume necessário de 32.893m3.

Tabela 45.20-Volume do reservatório para Tr=10anos pelo método de Aron e Kibler, 1990
Tr Duração da I Área Q IP Qp V
(anos) chuva (min) (L/s x ha) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3)
10 10 437 116,78 35,7 25,1 3,5 18109
10 20 318 116,78 26,0 25,1 3,5 26829
10 30 253 116,78 20,7 25,1 3,5 31837
10 40 212 116,78 17,3 25,1 3,5 35104
10 50 183 116,78 15,0 25,1 3,5 37384
10 60 162 116,78 13,2 25,1 3,5 39036
10 70 146 116,78 11,9 25,1 3,5 40258
10 80 132 116,78 10,8 25,1 3,5 41165
10 90 122 116,78 9,9 25,1 3,5 41836
10 100 113 116,78 9,2 25,1 3,5 42322
10 110 105 116,78 8,6 25,1 3,5 42658
10 120 98 116,78 8,0 25,1 3,5 42873
10 130 93 116,78 7,6 25,1 3,5 42987
10 140 88 116,78 7,2 25,1 3,5 43014
10 150 83 116,78 6,8 25,1 3,5 42967
10 160 79 116,78 6,5 25,1 3,5 42857
10 170 76 116,78 6,2 25,1 3,5 42690
10 180 72 116,78 5,9 25,1 3,5 42474
10 190 69 116,78 5,7 25,1 3,5 42215
10 200 67 116,78 5,5 25,1 3,5 41916
10 210 64 116,78 5,2 25,1 3,5 41581
10 220 62 116,78 5,1 25,1 3,5 41215
10 230 60 116,78 4,9 25,1 3,5 40820
10 240 58 116,78 4,7 25,1 3,5 40397
10 250 56 116,78 4,6 25,1 3,5 39951
10 260 54 116,78 4,4 25,1 3,5 39482
10 270 53 116,78 4,3 25,1 3,5 38992
10 280 51 116,78 4,2 25,1 3,5 38483
10 290 50 116,78 4,1 25,1 3,5 37956
10 300 49 116,78 4,0 25,1 3,5 37413
10 310 47 116,78 3,9 25,1 3,5 36853
10 320 46 116,78 3,8 25,1 3,5 36280
10 330 45 116,78 3,7 25,1 3,5 35692
10 340 44 116,78 3,6 25,1 3,5 35092
10 350 43 116,78 3,5 25,1 3,5 34479
10 360 42 116,78 3,4 25,1 3,5 33855

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Tabela 45.21-Volume do reservatório para Tr=1,87anos pelo método de Aron e Kibler, 1990 para
ver volume necessário para combate a erosão.
Tr (anos) Duração I (L/s x ha) Área Q (m3/s) IP (m3/s) Qp (m3/s) V (m3)
da chuva (min)
1,87 10 334 116,78 27,3 19,2 2,7 13848
1,87 20 243 116,78 19,9 19,2 2,7 20516
1,87 30 194 116,78 15,8 19,2 2,7 24346
1,87 40 162 116,78 13,3 19,2 2,7 26844
1,87 50 140 116,78 11,5 19,2 2,7 28588
1,87 60 124 116,78 10,1 19,2 2,7 29851
1,87 70 111 116,78 9,1 19,2 2,7 30785
1,87 80 101 116,78 8,3 19,2 2,7 31479
1,87 90 93 116,78 7,6 19,2 2,7 31992
1,87 100 86 116,78 7,0 19,2 2,7 32364
1,87 110 80 116,78 6,6 19,2 2,7 32621
1,87 120 75 116,78 6,1 19,2 2,7 32785
1,87 130 71 116,78 5,8 19,2 2,7 32872
1,87 140 67 116,78 5,5 19,2 2,7 32893
1,87 150 64 116,78 5,2 19,2 2,7 32857
1,87 160 61 116,78 4,9 19,2 2,7 32773
1,87 170 58 116,78 4,7 19,2 2,7 32646
1,87 180 55 116,78 4,5 19,2 2,7 32481
1,87 190 53 116,78 4,3 19,2 2,7 32282
1,87 200 51 116,78 4,2 19,2 2,7 32053
1,87 210 49 116,78 4,0 19,2 2,7 31798
1,87 220 47 116,78 3,9 19,2 2,7 31517
1,87 230 46 116,78 3,7 19,2 2,7 31215
1,87 240 44 116,78 3,6 19,2 2,7 30892
1,87 250 43 116,78 3,5 19,2 2,7 30551
1,87 260 42 116,78 3,4 19,2 2,7 30192
1,87 270 40 116,78 3,3 19,2 2,7 29818
1,87 280 39 116,78 3,2 19,2 2,7 29428
1,87 290 38 116,78 3,1 19,2 2,7 29025
1,87 300 37 116,78 3,0 19,2 2,7 28610
1,87 310 36 116,78 3,0 19,2 2,7 28182
1,87 320 35 116,78 2,9 19,2 2,7 27743
1,87 330 34 116,78 2,8 19,2 2,7 27294
1,87 340 34 116,78 2,8 19,2 2,7 26835
1,87 350 33 116,78 2,7 19,2 2,7 26367
1,87 360 32 116,78 2,6 19,2 2,7 25889
1,87 370 32 116,78 2,6 19,2 2,7 25404
1,87 380 31 116,78 2,5 19,2 2,7 24911
1,87 390 30 116,78 2,5 19,2 2,7 24410
1,87 400 30 116,78 2,4 19,2 2,7 23902
1,87 410 29 116,78 2,4 19,2 2,7 23388
1,87 420 28 116,78 2,3 19,2 2,7 22867

Volumes obtidos
O volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv bem como o volume para
controle de erosão deverão ficar retido durante 24h e o escoamento médio de WQv em 86.400s será

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0,23m3/s e o do volume de erosão 32.893m3 em 24h terá escoamento médio de 0,37m3/s conforme
Tabela (45.22).

Tabela 47.22- Comparação de volumes e vazões para escoamento em 24h


Volume Vazão
para 24h
(m3) (m3/s)
Volume WQV= 19.853 0,23
Tr=1,87anos 32.893 0,37
Tr=10anos 43.014 Vazão pré=3,5

Hidrograma do pico da cheia pelo método Racional


Para obter o hidrograma pelo método Racional vamos usar o método usado em Dekalb para
tempo de concentração maior de 20min, pois temos tc=21,4min.
Tabela 47.23- Hidrograma do método Racional conforme cidade de Dekalb
t/tc Q/Qp tc<20min Q/Qp tc≥20min tc=21,4 min Qp=25,1m3/s
21,4 25,1
0 0,00 0,00 0,0 0,0
1 0,16 0,04 21,4 1,0
2 0,19 0,08 42,8 2,0
3 0,27 0,16 64,2 4,0
4 0,34 0,32 85,6 8,0
5 1,00 1,00 107,0 25,1
6 0,45 0,30 128,4 7,5
7 0,27 0,11 149,8 2,8
8 0,19 0,05 171,2 1,3
9 0,12 0,03 192,6 0,8
10 0,00 0,00 214,0 0,0

Por interpolação linear fazemos o tempo variar de 2,5min em 2,5min conforme Tabela (45.24).

Tabela 47.24- Interpolação linear dos tempos e vazões da aplicação do hidrograma do método
Racional da cidade de Dekalb
Interpolação
linear
tempo output
index Q calcu
0,0 1 0,00
2,5 1 0,12
5,0 1 0,23
7,5 1 0,35
10,0 1 0,47
12,5 1 0,59
15,0 1 0,70
17,5 1 0,82
20,0 1 0,94
22,5 2 1,06
25,0 2 1,17
27,5 2 1,29
30,0 2 1,41

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32,5 2 1,52
35,0 2 1,64
37,5 2 1,76
40,0 2 1,88
42,5 2 1,99
45,0 3 2,21
47,5 3 2,45
50,0 3 2,68
52,5 3 2,92
55,0 3 3,15
57,5 3 3,39
60,0 3 3,62
62,5 3 3,86
65,0 4 4,17
67,5 4 4,64
70,0 4 5,10
72,5 4 5,57
75,0 4 6,04
77,5 4 6,51
80,0 4 6,98
82,5 4 7,45
85,0 4 7,92
87,5 5 9,55
90,0 5 11,54
92,5 5 13,54
95,0 5 15,53
97,5 5 17,52
100,0 5 19,52
102,5 5 21,51
105,0 5 23,50
107,5 6 24,69
110,0 6 22,64
112,5 6 20,58
115,0 6 18,53
117,5 6 16,48
120,0 6 14,43
122,5 6 12,37
125,0 6 10,32
127,5 6 8,27
130,0 7 7,17
132,5 7 6,62
135,0 7 6,06
137,5 7 5,50
140,0 7 4,94
142,5 7 4,39
145,0 7 3,83
147,5 7 3,27
150,0 8 2,75

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152,5 8 2,57
155,0 8 2,40
157,5 8 2,22
160,0 8 2,04
162,5 8 1,87
165,0 8 1,69
167,5 8 1,52
170,0 8 1,34
172,5 9 1,22
175,0 9 1,17
177,5 9 1,11
180,0 9 1,05
182,5 9 0,99
185,0 9 0,93
187,5 9 0,87
190,0 9 0,81
192,5 9 0,76
195,0 10 0,67
197,5 10 0,58
200,0 10 0,49
202,5 10 0,40
205,0 10 0,32
207,5 10 0,23
210,0 10 0,14
212,5 10 0,05

30,0 Dekalb Racional Hydrograph


Vazao (m3/s)

20,0
10,0
0,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
tempo (min)

Figura 47.31- Gráfico do hidrograma do método Racional conforme Dekalb

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Tabela 47.25- Dimensionamento do orifício para escoamento em 24h do volume de erosão

Cálculo orifício reservação de erosão

Altura da água (m)=


1,30
Área seção(m2)=
0,16
Diâmetro (m)
0,46
Adoto (m) D=
0,50
Cálculo do vertedor
A equação do vertedor que usaremos será aquela usada pelo DAEE para projetos de pequenas
barragens:
Q=1,55 L H 1,5

Cálculo do vertedor retangular para Tr=10anos


Para o vertedor retangular com Tr=10anos suporemos que a vazão para pré-desenvolvimento seja
de 3,54m3/s e supondo uma altura H=1,00m para o vertedor teremos:
Q=1,55 L H 1,5
3,54=1,55x L x1,0 1,5
L= 2,28m
No routing obteremos L=1,80m para Tr=10anos para vazão 3,50m3/s.

Largura do vertedor para Tr=100anos


Para período de retorno de 100anos a vazão de pós-desenvolvimento calculado é 36,25m3/s.
Tempo de concentração tc= 21,4min= 1287 s
tb= 3 x tc = 3860s
Por meio da curva cota-volume para 1,80m de altura e Tr=10anos achamos o volume de
43.200m3 que será o nosso volume VR.
Cuidado não errar, pois, o volume VR é a diferença. Assim o volume V2=91200m3 está na cota
3,80m e o volume V1=55.200m3 está na cota do topo do vertedor do Tr=10anos que é 2,30m acima do
piso do reservatório
VR = V2-V1= 91200m3 – 55.200m3=36000m3 (Cuidado não errar !!!)
VE= Qemax x tb/ 2= 36,25m3/s x 3860s/ 2= 69.963m3
Vs´= VE – VR= 69.963m3- 36000m3= 33.963m3
Qsmax= 2 x Vs´/ tb = 2 x 33.963/3.860=17,6m3/s
Q=1,55 L H 1,5
H=1,50 adotado
17,6=1,55x L x1,50 1,5
L= 6,2m com altura
Adoto L=6,00m (Não esquecer a largura do vertedor para Tr=10anos igual a 1,80m).
A largura total será: 6,00 + 1,80= 7,80m
Portanto, o vertedor para Tr=100anos terá largura de 7,80m e altura de 1,50m

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Curva cota volume


Para a curva cota volume foi verificada a área útil de 24.000m2 onde será construído o
reservatório de detenção de forma prismática. A variação do nível será de 0,20m em 0,20m e o tempo
que será calculado será 150min (2,5min).

Tabela 47.26- Curva cota-volume e curva de orifícios e vertedores para aplicação do routing.
Área (m2) Orifício Vertedor Vertedor Q total (2S/Δt +Q)
Tr=10 Tr=100anos
24000 m2 Cota (m) Volume (m3) Q (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3) 2,5min=150s
Piso do 0,00 0 0,00 0,00 0,0
reservatório
0,10 2400 0,17 0,17 32,2
0,20 4800 0,24 0,24 64,2
0,30 7200 0,30 0,30 96,3
0,40 9600 0,34 0,34 128,3
0,50 12000 0,38 0,38 160,4
0,60 14400 0,42 0,42 192,4
0,70 16800 0,45 0,45 224,5
0,80 19200 0,48 0,48 256,5
0,90 21600 0,51 0,51 288,5
1,00 24000 0,54 0,54 320,5
1,10 26400 0,57 0,57 352,6
1,20 28800 0,59 0,59 384,6
Tr=1,87anos Erosão 1,30 31200 0,61 0,00 0,61 416,6
1,40 33600 0,64 0,09 0,73 448,7
1,50 36000 0,66 0,25 0,91 480,9
1,60 38400 0,68 0,46 1,14 513,1
1,70 40800 0,70 0,71 1,41 545,4
1,80 43200 0,72 0,99 1,71 577,7
1,90 45600 0,74 1,30 2,04 610,0
2,00 48000 0,76 1,63 2,40 642,4
2,10 50400 0,78 2,00 2,78 674,8
2,20 52800 0,80 2,38 3,18 707,2
Tr=10anos enchentes 2,30 55200 0,82 2,79 3,29 6,90 742,9
2,40 57600 0,84 3,22 4,32 8,38 776,4
2,50 60000 0,85 3,67 5,45 9,97 810,0
2,60 62400 0,87 4,14 6,65 11,66 843,7
2,70 64800 0,89 4,62 7,94 13,45 877,4
2,80 67200 0,90 5,13 9,30 15,33 911,3
2,90 69600 0,92 5,65 10,73 17,29 945,3
Nivel max maximorum 3,00 72000 0,93 6,18 12,23 19,34 979,3

Routing do reservatório
O routing do reservatório será usado o hidrograma de vazões de Dekalb com o método Racional
com variação de 2,5min em 2,5min para período de retorno de 10 anos.
Haverá interpolação para os valores entrando com (2S/Δt +Q) e achamos Q2.
No routing achamos a vazão máxima de saída para Tr=10anos de 8,34m3/s.

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Tabela 47.27- Routing do reservatório para Tr=10anos


Método Racional Hidrograma unitário usando Dekalb County, Georgia, USA tc>20min
Tempo I1 (m3/s) I2 (m3/s) I1+I2 2S1/Δt - Q1 2S2/Δ+ Q2 Q2 2S2/Δt - Q2
0,0 0,00 0,12 0,1 0 0,1 0,00 0,12
2,5 0,12 0,23 0,4 0,12 0,5 0,00 0,46
5,0 0,23 0,35 0,6 0,46 1,0 0,01 1,04
7,5 0,35 0,47 0,8 1,04 1,9 0,01 1,84
10,0 0,47 0,59 1,1 1,84 2,9 0,02 2,86
12,5 0,59 0,70 1,3 2,86 4,2 0,02 4,11
15,0 0,70 0,82 1,5 4,11 5,6 0,03 5,58
17,5 0,82 0,94 1,8 5,58 7,3 0,04 7,26
20,0 0,94 1,06 2,0 7,26 9,3 0,05 9,15
22,5 1,06 1,17 2,2 9,15 11,4 0,06 11,26
25,0 1,17 1,29 2,5 11,26 13,7 0,07 13,58
27,5 1,29 1,41 2,7 13,58 16,3 0,09 16,10
30,0 1,41 1,52 2,9 16,10 19,0 0,10 18,83
32,5 1,52 1,64 3,2 18,83 22,0 0,12 21,77
35,0 1,64 1,76 3,4 21,77 25,2 0,13 24,90
37,5 1,76 1,88 3,6 24,90 28,5 0,15 28,24
40,0 1,88 1,99 3,9 28,24 32,1 0,17 31,77
42,5 1,99 2,21 4,2 31,77 36,0 0,18 35,62
45,0 2,21 2,45 4,7 35,62 40,3 0,19 39,90
47,5 2,45 2,68 5,1 39,90 45,0 0,20 44,64
50,0 2,68 2,92 5,6 44,64 50,2 0,21 49,82
52,5 2,92 3,15 6,1 49,82 55,9 0,22 55,44
55,0 3,15 3,39 6,5 55,44 62,0 0,24 61,51
57,5 3,39 3,62 7,0 61,51 68,5 0,25 68,02
60,0 3,62 3,86 7,5 68,02 75,5 0,26 74,98
62,5 3,86 4,17 8,0 74,98 83,0 0,27 82,46
65,0 4,17 4,64 8,8 82,46 91,3 0,29 90,69
67,5 4,64 5,10 9,7 90,69 100,4 0,30 99,82
70,0 5,10 5,57 10,7 99,82 110,5 0,32 109,87
72,5 5,57 6,04 11,6 109,87 121,5 0,33 120,83
75,0 6,04 6,51 12,6 120,83 133,4 0,35 132,69
77,5 6,51 6,98 13,5 132,69 146,2 0,36 145,45
80,0 6,98 7,45 14,4 145,45 159,9 0,38 159,12
82,5 7,45 7,92 15,4 159,12 174,5 0,40 173,70
85,0 7,92 9,55 17,5 173,70 191,2 0,42 190,33
87,5 9,55 11,54 21,1 190,33 211,4 0,44 210,54
90,0 11,54 13,54 25,1 210,54 235,6 0,46 234,70
92,5 13,54 15,53 29,1 234,70 263,8 0,49 262,78
95,0 15,53 17,52 33,1 262,78 295,8 0,52 294,80
97,5 17,52 19,52 37,0 294,80 331,8 0,55 330,74
100,0 19,52 21,51 41,0 330,74 371,8 0,58 370,61
102,5 21,51 23,50 45,0 370,61 415,6 0,61 414,40
105,0 23,50 24,69 48,2 414,40 462,6 0,81 460,98
107,5 24,69 22,64 47,3 460,98 508,3 1,11 506,10
110,0 22,64 20,58 43,2 506,10 549,3 1,45 546,43
112,5 20,58 18,53 39,1 546,43 585,5 1,79 581,96
115,0 18,53 16,48 35,0 581,96 617,0 2,12 612,74
117,5 16,48 14,43 30,9 612,74 643,6 2,41 638,82
120,0 14,43 12,37 26,8 638,82 665,6 2,67 660,28

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122,5 12,37 10,32 22,7 660,28 683,0 2,88 677,22


125,0 10,32 8,27 18,6 677,22 695,8 3,04 689,73
127,5 8,27 7,17 15,4 689,73 705,2 3,16 698,86
130,0 7,17 6,62 13,8 698,86 712,6 3,75 705,15
132,5 6,62 6,06 12,7 705,15 717,8 4,29 709,25
135,0 6,06 5,50 11,6 709,25 720,8 4,60 711,61
137,5 5,50 4,94 10,4 711,61 722,1 4,73 712,60
140,0 4,94 4,39 9,3 712,60 721,9 4,72 712,50
142,5 4,39 3,83 8,2 712,50 720,7 4,59 711,54
145,0 3,83 3,27 7,1 711,54 718,6 4,37 709,90
147,5 3,27 2,75 6,0 709,90 715,9 4,09 707,74
150,0 2,75 2,57 5,3 707,74 713,1 3,79 705,47
152,5 2,57 2,40 5,0 705,47 710,4 3,52 703,39
155,0 2,40 2,22 4,6 703,39 708,0 3,27 701,47
157,5 2,22 2,04 4,3 701,47 705,7 3,16 699,41
160,0 2,04 1,87 3,9 699,41 703,3 3,13 697,05
162,5 1,87 1,69 3,6 697,05 700,6 3,10 694,41
165,0 1,69 1,52 3,2 694,41 697,6 3,06 691,49
167,5 1,52 1,34 2,9 691,49 694,3 3,02 688,30
170,0 1,34 1,22 2,6 688,30 690,9 2,98 684,91
172,5 1,22 1,17 2,4 684,91 687,3 2,93 681,43
175,0 1,17 1,11 2,3 681,43 683,7 2,89 677,93
177,5 1,11 1,05 2,2 677,93 680,1 2,84 674,39
180,0 1,05 0,99 2,0 674,39 676,4 2,80 670,84
182,5 0,99 0,93 1,9 670,84 672,8 2,75 667,25
185,0 0,93 0,87 1,8 667,25 669,1 2,71 663,63
187,5 0,87 0,81 1,7 663,63 665,3 2,67 659,99
190,0 0,81 0,76 1,6 659,99 661,6 2,62 656,31
192,5 0,76 0,67 1,4 656,31 657,7 2,58 652,58
195,0 0,67 0,58 1,2 652,58 653,8 2,53 648,77
197,5 0,58 0,49 1,1 648,77 649,8 2,48 644,87
200,0 0,49 0,40 0,9 644,87 645,8 2,44 640,90
202,5 0,40 0,32 0,7 640,90 641,6 2,39 636,84
205,0 0,32 0,23 0,5 636,84 637,4 2,34 632,70
207,5 0,23 0,14 0,4 632,70 633,1 2,29 628,49
210,0 0,14 0,05 0,2 628,49 628,7 2,25 624,19
212,5 0,05 0,00 0,1 624,19 624,2 2,20 619,85
215,0 0,0 0,0 619,85 619,8 2,15 615,55

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40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0

Figura 45.32- Gráfico do afluente e efluente para Tr=10anos

Tabela 47.28- Routing do reservatório para Tr=100anos


Routing do reservatório Tr=100anos
Método Racional Hidrograma unitário usando Dekalb County, Georgia, USA tc>20min
Tem I1 (m3/s) I2 (m3/s) I1+I2 2S1/Δt - Q1 2S2/Δ+ Q2 Q2 2S2/Δt - Q2
po
0,0 0,00 0,17 0,2 0 0,2 0,00 0,17
2,5 0,17 0,34 0,5 0,17 0,7 0,00 0,67
5,0 0,34 0,51 0,8 0,67 1,5 0,01 1,50
7,5 0,51 0,68 1,2 1,50 2,7 0,01 2,65
10,0 0,68 0,85 1,5 2,65 4,2 0,02 4,13
12,5 0,85 1,01 1,9 4,13 6,0 0,03 5,93
15,0 1,01 1,18 2,2 5,93 8,1 0,04 8,04
17,5 1,18 1,35 2,5 8,04 10,6 0,06 10,47
20,0 1,35 1,52 2,9 10,47 13,3 0,07 13,20
22,5 1,52 1,69 3,2 13,20 16,4 0,09 16,24
25,0 1,69 1,86 3,6 16,24 19,8 0,10 19,58
27,5 1,86 2,03 3,9 19,58 23,5 0,12 23,23
30,0 2,03 2,20 4,2 23,23 27,5 0,15 27,16
32,5 2,20 2,37 4,6 27,16 31,7 0,17 31,39
35,0 2,37 2,54 4,9 31,39 36,3 0,18 35,94
37,5 2,54 2,71 5,2 35,94 41,2 0,19 40,80
40,0 2,71 2,88 5,6 40,80 46,4 0,20 45,98
42,5 2,88 3,19 6,1 45,98 52,1 0,21 51,62
45,0 3,19 3,53 6,7 51,62 58,3 0,23 57,89
47,5 3,53 3,87 7,4 57,89 65,3 0,24 64,81
50,0 3,87 4,21 8,1 64,81 72,9 0,26 72,38
52,5 4,21 4,55 8,8 72,38 81,1 0,27 80,59
55,0 4,55 4,89 9,4 80,59 90,0 0,28 89,46
57,5 4,89 5,22 10,1 89,46 99,6 0,30 98,96
60,0 5,22 5,56 10,8 98,96 109,8 0,31 109,12
62,5 5,56 6,01 11,6 109,12 120,7 0,33 120,03
65,0 6,01 6,69 12,7 120,03 132,7 0,35 132,03
67,5 6,69 7,36 14,0 132,03 146,1 0,36 145,35
70,0 7,36 8,04 15,4 145,35 160,8 0,38 159,99
72,5 8,04 8,72 16,8 159,99 176,7 0,40 175,94

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75,0 8,72 9,39 18,1 175,94 194,0 0,42 193,21


77,5 9,39 10,07 19,5 193,21 212,7 0,44 211,79
80,0 10,07 10,74 20,8 211,79 232,6 0,46 231,69
82,5 10,74 11,42 22,2 231,69 253,9 0,48 252,90
85,0 11,42 13,77 25,2 252,90 278,1 0,50 277,08
87,5 13,77 16,65 30,4 277,08 307,5 0,53 306,44
90,0 16,65 19,52 36,2 306,44 342,6 0,56 341,49
92,5 19,52 22,40 41,9 341,49 383,4 0,59 382,23
95,0 22,40 25,27 47,7 382,23 429,9 0,66 428,58
97,5 25,27 28,15 53,4 428,58 482,0 0,92 480,16
100,0 28,15 31,02 59,2 480,16 539,3 1,36 536,62
102,5 31,02 33,90 64,9 536,62 601,5 1,95 597,63
105,0 33,90 35,61 69,5 597,63 667,1 2,69 661,77
107,5 35,61 32,65 68,3 661,77 730,0 5,56 718,91
110,0 32,65 29,69 62,3 718,91 781,2 8,61 764,03
112,5 29,69 26,73 56,4 764,03 820,4 10,49 799,46
115,0 26,73 23,77 50,5 799,46 850,0 11,99 825,97
117,5 23,77 20,81 44,6 825,97 870,5 13,08 844,37
120,0 20,81 17,85 38,7 844,37 883,0 13,76 855,51
122,5 17,85 14,89 32,7 855,51 888,2 14,05 860,15
125,0 14,89 11,93 26,8 860,15 887,0 13,98 859,01
127,5 11,93 10,35 22,3 859,01 881,3 13,66 853,96
130,0 10,35 9,54 19,9 853,96 873,8 13,26 847,33
132,5 9,54 8,74 18,3 847,33 865,6 12,82 839,97
135,0 8,74 7,94 16,7 839,97 856,6 12,35 831,95
137,5 7,94 7,13 15,1 831,95 847,0 11,84 823,34
140,0 7,13 6,33 13,5 823,34 836,8 11,31 814,17
142,5 6,33 5,52 11,9 814,17 826,0 10,77 804,48
145,0 5,52 4,72 10,2 804,48 814,7 10,21 794,31
147,5 4,72 3,96 8,7 794,31 803,0 9,64 783,72
150,0 3,96 3,71 7,7 783,72 791,4 9,09 773,22
152,5 3,71 3,45 7,2 773,22 780,4 8,57 763,25
155,0 3,45 3,20 6,7 763,25 769,9 8,09 753,72
157,5 3,20 2,95 6,1 753,72 759,9 7,65 744,58
160,0 2,95 2,69 5,6 744,58 750,2 7,22 735,78
162,5 2,69 2,44 5,1 735,78 740,9 6,69 727,53
165,0 2,44 2,19 4,6 727,53 732,2 5,78 720,60
167,5 2,19 1,93 4,1 720,60 724,7 5,01 714,70
170,0 1,93 1,77 3,7 714,70 718,4 4,35 709,70
172,5 1,77 1,68 3,4 709,70 713,2 3,80 705,55
175,0 1,68 1,60 3,3 705,55 708,8 3,35 702,12
177,5 1,60 1,51 3,1 702,12 705,2 3,16 698,91
180,0 1,51 1,43 2,9 698,91 701,9 3,12 695,62
182,5 1,43 1,34 2,8 695,62 698,4 3,07 692,25
185,0 1,34 1,26 2,6 692,25 694,9 3,03 688,79
187,5 1,26 1,17 2,4 688,79 691,2 2,98 685,26
190,0 1,17 1,09 2,3 685,26 687,5 2,94 681,65
192,5 1,09 0,96 2,1 681,65 683,7 2,89 677,93
195,0 0,96 0,84 1,8 677,93 679,7 2,84 674,05
197,5 0,84 0,71 1,5 674,05 675,6 2,79 670,02
200,0 0,71 0,58 1,3 670,02 671,3 2,74 665,84
202,5 0,58 0,46 1,0 665,84 666,9 2,68 661,51

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205,0 0,46 0,33 0,8 661,51 662,3 2,63 657,04


207,5 0,33 0,20 0,5 657,04 657,6 2,58 652,42
210,0 0,20 0,08 0,3 652,42 652,7 2,52 647,66
212,5 0,08 0,00 0,1 647,66 647,7 2,46 642,82
215,0 0,00 0,0 0,0 642,82 642,8 2,40 638,02

Figura 47.33- Esquema da estrutura de saída: orifício e vertedores.

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47.53 Modela de dimensionamento


Dimensionar um reservatório de detenção estendido in line para melhoria da qualidade das águas
pluviais e detenção de enchentes na cidade de Santa Bárbara do Oeste no Estado de São Paulo para uma
bacia com área de 30.000m2 (3ha) sendo que para pré-desenvolvimento tínhamos área impermeável de
10% e para pós-desenvolvimento área impermeável de 60%. A declividade média do talvegue é de 3%
(0,03m/m), o comprimento do mesmo é de 260,00m e a precipitação média anual é 1.300mm.

1. Tempo de concentração pela Fórmula da Federal Aviation Agency (FAA,1970)


Esta fórmula foi desenvolvida para uso de drenagem em campos de aviação nos Estados Unidos
(McCuen,1998) e foi usada na microdrenagem do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
É válida para pequenas bacias onde o escoamento superficial sobre o solo predomina. O
comprimento, declividade e o coeficiente de runoff são para o escoamento principal do talvegue.
tc= 0,69 . (1,1– C). L 0,5 . S –0,33
Sendo:
tc= tempo de concentração (min);
C= coeficiente de runoff do método racional
L= comprimento (m) máximo do talvegue deverá ser de 150m;
S= declividade média (m/m)

2. Coeficiente volumétrico Rv de Schueler


Vamos calcular o coeficiente volume Rv e fazermos C=Rv para pré e pós desenvolvimento
Rv=0,05+0,009 x AI
Sendo:
Rv= coeficiente volumétrico (adimensional)
AI=área impermeável (%)
Pré-desenvolvimento
AI= 10%
Rv= 0,05 +0,009 x 10= 0,14
Cpré=0,14
Pós-desenvolvimento
AI=60%
Rv=0,05+0,009x 60= 0,59
Cpós=0,59
Tempo de concentração
Pré-desenvolvimento
tc= 0,69 . (1,1– C). L 0,5 . S –0,33
C=0,14
L=260m
S=0,03m/m
tc pré= 0,69 . (1,1– 0,14). 260 0,5 . 0,03 –0,33 = 34min

Pós-desenvolvimento
tc= 0,69 . (1,1– C). L 0,5 . S –0,33
C=0,59
L=260m
S=0,03m/m
tc pós= 0,69 . (1,1– 0,59). 260 0,5 . 0,03 –0,33 = 18min

3. Intensidade de chuva

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O programa Plúvio 2.1 foi desenvolvido pelo GPRH (Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos)
do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (DEA - UFV) e funciona
desde 2005.
O programa PLUVIO2.1 é encontrado no site: www.ufv.br/dea/gprh/softwares.htm

K . T ra
I =------------------------ (mm/h)
( t + b)c
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
K,a,b,c= parâmetros que depende da localidade
Tr = período de retorno (anos);
t= duração da chuva (min).
Usando o programa Pluvio2.1 para o município de Santa Bárbara do Oeste no Estado de São
Paulo encontramos:
Latitude: 22º 45´ 13”
Longitude: 47º 24´49”
K=1912,174
a=0,141
b=19,154
c=0,857

1912,174. Tr0,141
I =------------------------ (mm/h)
( t + 19,154)0,857

Para cada localidade acharemos coeficientes K, a, b e c.


Adotamos o mesmo período de retorno para o sistema de drenagem predial: Tr=25anos.

1912,174x 250,141
I =------------------------ (mm/h)
0,857
( t + 19,154)
Substituindo o valor de t para tpré e tpós temos:
Pré-desenvolvimento
Ipré=100mm/h
Pós-desenvolvimento
Ipós=136mm/h

4. Método Racional
Para pré-desenvolvimento
QTr=CIA/360 = 0,14 x 100 x 3/360= 0,117m3/s

Para pós-desenvolvimento
QTr= CIA/360 = 0,59 x 136 x 3/360= 0,667m3/s

5. Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais WQv


Usaremos a teoria de Schueler, 1987 onde o first flush adotado corresponde a 90% das
precipitações que produzem runoff e que ocasionará depósito de 80% de TSS (sólidos totais em
suspensão).
WQv= (P/1000) x Rv x A
Sendo:

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WQv= volume para melhoria da qualidade das águas pluviais (m3)


P= 25mm= first flush.
Para a Região Metropolitana de São Paulo pode ser adotado P=25mm conforme estudos feitos
por Tomaz, 2006.
Segundo o LEED quando não temos dados locais podemos adotar os seguintes valores do first
flush:
P=25mm em locais de climas úmidos
P= 19mm em locais de climas semi-áridos
P= 13mm valor mínimo a ser adotado

Rv= 0,05+0,009 x AI = coeficiente volumétrico no pós-desenvolvimento


AI= área impermeável em porcentagem
A= área da bacia em m2= 30.000m2
Então teremos:
WQv= (P/1000) x Rv x A
WQv= (25/1000) x 0,59 x 30.000= 443m3

6. Volume necessário no Estado de São Paulo para deter enchentes


Para o Estado de São Paulo conforme Lei 12.526/07 temos:
V=0,15 x Ai x IP x t
Sendo:
V= volume em m3
Ai= área impermeável em m2
IP= índice pluviométrico =0,06m/h
t= tempo de duração da chuva=1h
V=0,15 x Ai x IP x t
V=0,15 x (30000x0,60) x 0,06 x 1= 162m3
Portanto, para atender a legislação paulista precisamos que o volume de detenção seja no mínimo
de 162m3.
É importante salientar que os municípios podem ter alterações para o cálculo do volume. Assim
em Guarulhos usa-se 6 L/m2 de área de terreno e neste caso teremos:
30.000m2 x 6 L/m2= 180.000 Litros= 180m3

Vazão para período de retorno de 100anos

1912,174 x 1000,141
I =------------------------
( t + 19,154)0,857

3660,39
I =------------------------
( t + 19,154)0,857
Para o pós-desenvolvimento tpós= 18min

3660,39
I =------------------------ = 165,2mm/h
( 18 + 19,154)0,857

Q100= CIA/360= 0,59 x 165,2 x 3/360= 0,81m3/s

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11. Volume de detenção de enchentes para Tr=25anos


Pelo método racional o volume de detenção será:
Vs= 0,5 x (Qpós-Qpré) x tbx60
tb=3 x tc pos= 3 x 18= 54 min
Qpré= 0,117m3/s
Qpós=0,667 m3/s
Tr=25anos

Vs= 0,5 x (Qpós-Qpré) x tb x 60


Vs= 0,5 x (0,667-0,117) x 54 x 60= 894m3
Portanto, o volume de detenção para período de retorno de 25 anos é de 894m3.

A Figura (5) mostra a vazão de pico de entrada que é 0,667m3/s. Com a construção do
reservatório teremos saida no máximo de 0,117m3/s que é a vazão de pré-desenvolvimento.

Figura 47.34- Hidrograma da vazão de entrada e da saida

12. Dimensões do reservatório somente para enchentes para Tr=25anos


Profundidade adotada = 1,60m
Vs= 894m3
Área = Volume/altura=894/1,60=559m2
W= (559/2)0,5= 16,72m
L= 2 x W= 2 x 16,72=33,44m
Portanto, o reservatório terá 16,72m de largura por 33,44m de comprimento e altura do nível de
água de 1,60m.

13. Níveis de água do reservatório


O reservatório terá quatro niveis de água que são:
1. Nivel de água do reservatorio onde estáo volume WQv para melhoria da qualidade das águas
pluviais
2. Nivel de águra para a chuva de período de retorno de 25anos que descarregará a vazão de pré-
dimensionamento,

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3. Nivel de água no vertedor de emergência quando tivermos chuva para período de retorno de
100anos que é o nível máximo maximorum.
4. Borda livre de 0,50m acima do nível máximo maximorum.

Para achar a altura da água h1 para o nivel do volume WQv temos que dividir o volume WQv
pela seção transversal do reservatório:
h1= WQv/ 559m2= 443/559=0,80m

14. Cálculo do orificio para escoamento da vazão de pré-dimensionamento para


Tr=25anos cujo valor é 0,117m3/s.
A altura de água no vertedor retangular será 1,60m da altura para enchentes de TR=25anos mais
a altgura do reservatório necessário para WQv que é 0,80m totalizando 2,40m,
Então teremos: 1,60m + 0,80 = 2,40m

15. Diâmetro do orifício para enchente


Pelo orifício a vazão máxima será a de pré-desenvolvimento:0,117m3/s.
Tomamos a altura máxima: h=1,60m
Q=Cd x Ao x (2gh)0,5
0,117=0,62 x Ao x (2 x 9,81 x 1,6) 0,5
Ao=0,0337m2
Mas Ao= PI x D2/4
D= (Ao x 4/ PI) 0,5
D= (0,0337 x 4/ 3,1416) 0,5= 0,21m
Adoto D=0,20m OK

Portanto, pelo diâmetro de 0,20m será escoada a vazão de pré-dimensionamento 0,117m3/s


para período de retorno de 25anos.

16. Diâmetro do orificio para o volume WQV


O volume WQv deve esvaziar em 24h e que tem altura h=0,80m já calculada.

Diâmetro do orifício
Para esvaziar em 24h (86.400s) termos:
Qe=Vs/ 86400= 443m3/86.400s=0,0051m3/s
Q=Cd x Ao x (2gh)0,5
h=0,80m/2=0,40m
0,0051=0,62 x Ao x (2x9,81x0,40)0,5
Ao=0,0029m2
Mas Ao= PI x D2/4
D= (Ao x 4/ PI) 0,5=
D= (0,0029 x 4/ 3,1416) 0,5= 0,06m
Adoto D=0,075m OK

Portanto, o orifício terá diâmetro de 0,075m para esvaziar em aproximadamente 24h o volume de
3
443m de melhoria da qualidade das águas pluviais.

17. Vertedor retangular para periodo de 100anos


O vertedor retangular de soleira espessa será calculado para a vazão Q100=0,81m3/s.
A equação do vertedor é:
Q= 1,55 x L x H 1,5
Sendo:

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Q= vazão em m3/s
L= comprimento (m)
H= altura da água no vertedor (m).
Adotanto altura do nível de água no vertedor para periodo de retorno de 100anos de altura
H=0,50m teremos:
H= 0,50m
Q = 1,55 x L x H 1,5
0,81 =1,55 x L x 0,50 1,5
L=1,47m
Portanto, o vertedor terá altura de água de 0,50m e largura de 1,47m para chuva de 100anos ou
precipitação com 1% de probabilidade de ocorrer durante um ano.

18. Altura do reservatório


Relativa ao volume WQv= 0,80m
Altura relativa a Tr=25anos= 1,60m
Altura de água do vertedor para Tr=100anos = 0,50m
Folga (freeboard) = 0,50m
Total= 0,80 WQv)+ 1,60 (Enchente)+ 0,50 (vertedor) +0,50 (freeboard) = 3,40m

19. Verificação do tempo de esvaziamento do reservatório


O tempo de esvaziamento é dado pela equação:
t= [ 2 . As . (y1 0,5 – y2 0,5) ]/ [ Cd. Ao. (2g)0,5]
O tempo de esvaziamento mínimo adotado é de 24h e não poderá ser mais de 72h (3dias) devido
ao problema de aparecimento de mosquitos. Ao se adotar, por exemplo, um tempo de esvaziamento de
3dias, teremos tubulação de diâmetro muito reduzido que fatalmente conduzirá a entupimento, daí
adotarmos que o esvaziamento deverá ser de no mínimo 24h.

Medidas do reservatório:: 16,72m x 33,44m


Área da ecção transversal =As= 559m2
Cd=0,62
y2=0
y1=0,8m
D=0,075m (adotado para WQv)
Ao= PI x D2/4= 3,1416 x 0,0752/4=0,00442m2
t= [ 2 . As . (y1 0,5 – y2 0,5) ]/ [ Cd. Ao. (2g)0,5]
t= [ 2 x 559x 0,8 0,5 ]/ [ 0,62x0,00442 (2g)0,5]
tWQV= 82370s= 23h≈24h OK

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20. Proteção contra entupimentos


Com o objetivo de proteção contra entupimentos podemos usar dispositivos conforme Figura (6)
que é um trash rack, isto é, grades com abertura máxima de 15cm.

Figura 47.35- Orifício com grade de proteção contra entupimento

22. Depósito anual de sedimentos


É importante para a manutenção de um reservatório de detenção estimar a quantidade de
sedimentos anual em m3/ ano x ha.
Os sedimentos recolhidos são considerados não-perigosos e podem ser dispostos em aterros
sanitários ou em local autorizado.
Dica: adotar para o Brasil a taxa de 10m3/ ano x ha para remoção de sedimentos para estimativa.
Para área de bacia de 3ha anualmente teremos remoção de 10m3/ano x 3ha= 30m3.
Considerando a média de 90kg/m3 termos 30m3 x 90kg/m3= 2.700kg/ano.

23. Custo de construção


O custo de construção médio é de US$ 34/m3 que somados a custos de projetos e contingência de
30% nos fornece: US$ 44,2/m3.
O volume do reservatório é correspondente a altura total de 2,60m e portanto sendo a área
da seção transversal de 559m2 o volume será: 559m2 x 3,40m= 1.900m3.
C= 1.900m3 x US$ 44,2/m3= US$ 83.980
O custo de manutenção e operação anual é de 6% do custo do projeto, isto é, US$ 5.039/ano

Inflação e taxa de juros


d= [(1+D)/ (1 + I)]-1
 Sendo:
 d= taxa de juro real anual (com o desconto da inflação)
 D= taxa de juro nominal anual=0,085 (8,5%) 2010
 I= taxa de inflação em fração anual=0,045 (4,5%)
d= [(1+0,085)/ (1 + 0,045)]-1= 0,0383 (3,863% anual)

Valor presente Uniforme (UPV)


O valor presente uniforme é usado como se fosse uma série de valores iguais que são pagos
durante um certo número de anos e o valor presente uniforme será:
UPV= Ao . [ (1+d)n -1 ] / [ d .(1+d)n]
Sendo:
UPV= valor presente uniforme em dólares

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Ao= aplicação anual constante em dólares =US$ 3.853


d= taxa de juros real anual em fração
n= número de anos =20anos

UPV= 5039 . [ (1+0,0383)20 -1 ] / [ 0,0383 .(1+0,0383)20] =


UPV=5039 x 13,8= US$ 69538
Para 20 anos o custo da obra mais a manutenção e operação será:
US$ 83.980+ 69538=US$ 153.518

24. Eficiência da remoção de poluentes de um reservatório de detenção estendido


Conforme Tabela (2) podemos ver como podem ser as remoções de poluentes no reservatório de
detenção estendido.

Tabela47.29- Eficiência de remoção de poluentes de reservatório de detenção estendido


Poluente Taxa de remoção (%)
TSS 61±32
TP 20±13
TN 31±16
NOx -2±23
Metais 29-54
Bactéria 78

A detenção de TSS é de aproximadamente 61%, fósforo total 20% e nitrogênio total 31%.
Esclarecemos que podemos usar a Tabela (2) e que existem vários autores que possuem
eficiências diferentes sendo praticamente impossível fazer uma comparação entre elas.
Considerando o TSS afluente de 137mg/L das águas pluviais o valor estimado do efluente para
um reservatório de detenção estendido não revestido.
TSS afluente= 137mg/L
TSS efluente= 0,11.x + 23,6= 0,11x137+23,6=39mg/L (28%)
Redução= 100% - 28%= 72%

Método Simples de Schuler,1987


Calcular a carga anual de TSS retida em um reservatório de detenção in line para área de bacia
A= 3ha, area impermeável AI= 60% e a carga de TSS inicial C=137mg/L com redução de 72%. A
precipitação média anual P=1300mm.
L=0,01 x P x Pj x Rv x C x A
L= quantidade de TSS em kg/ano
P=1300mm
Pj= 0,90
Rv= 0,05+0,009 x AI= 0,05 + 0,009 x 60= 0,59
C=137mg/L
A= 3ha
L=0,01 x 1300 x 0,90 x 0,59 x137 x 3= 2.837kg/ano de TSS que chega até a BMP
Como a redução é de 72% teremos:
LBMP= 2.837 x 0,72= 2.043 kg/ano de TSS que são retidos anualmente
Em 20 anos serão retidos: 2.043kg x 20anos=40.860kg
Como o valor presente do reservatório e manutenção para 20 anos é US$ 117.383, o custo por kg
de TSS retido será:

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US$ 117.383/ 40.860kg= US$ 2,87/kg

Nota: até o presente, não temos padrões de custos para podermos fazer comparações se o mesmo é alto,
baixo ou razoável.

25. Reservatório de detenção estendido (enchente+ melhoria da qualidade das águas pluviais)
Na Figura (7) está o esquema do reservatório de detenção ressaltando que temos o volume WQv
que é esvaziado em 24h para melhoria da qualidade das águas pluviais e que tem altura de 0,80m.
Temos depois o volume de água para enchente de 894m3 com altura de 1,60m a partir dos 0,80m
do volume WQv.
Mais acima temos um vertedor de emergencia para vazão de Tr=100anos que tem 0,50m de
altura e depois temos uma borda livre (freeboard) de 0,50m. O total do reservatorio até o freeboard
incluso é de 3,40m.
Consideramos que o fundo do reservatório é impermeável.

26 Routing
Mesmo calculado é interessante que se faça o routing para conferir se está correto o volume do
reservatório, os diâmetros dos orificios e tamanho do vertedor.

Escolha do intervalo de tempo ∆t.


Primeiramente devemos escolher qual o intervalo ∆t a ser escolhido sendo que o valor deverá
estar entre ∆t/3 a ∆t/5. Sendo tc= 18min então o intervalo de tempo deverá estar entre 6min e 3,6min e
escolhemos ∆t= 5min= 300s.

Equações dos orificios


Usaremos a equação dos orificios:
Q=Cd x Ao x (2gh)0,5
Como temos dois orificios, um para o esvaziamento do volume WQv em 24h com diametro de 0,075m
e outro para enchentes com vazão de pré-desenvolvimento de 0,117m3/s.

Para o orificio de D=0,75m do WQv


Para o orificio de WQv teremos a equação:
Q=Cd x Ao x (2gh)0,5
2 2
Ao= PI x 0,075 /4= 0,0044m
Cd=0,.62
Q= 0,62 x 0,0044 x (2 x 9,81) 0,5 x h 0,5
QWQV= 0,01208 h 0,5

Sendo:
h= altura a partir do fundo do reservatorio (m)
QWQV= vazão (m3/s)

Para o orificio de D=0,20m do enchente para Tr=25anos


Para o orificio de enchente ond passará a vazão máima de 0,117m3/s quando o reservatório
estiver na máxima altura teremos a equação:
Q=Cd x Ao x (2gh)0,5
2 2
Ao= PI x 0,20 /4= 0,0314m
Cd=0,.62
Q= 0,62 x 0,0314 x (2 x 9,81) 0,5 x (h-0,80) 0,5
Q TR=25= 0,08623 (h-0,8) 0,5

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Sendo:
h= altura a partir do nivel máximo de WQv que é 0,80m (m)
Q TR=25= vazão (m3/s)

Para o vertedor retangular de parede espessa temos a equaçlão:


Q= 1,55 x L x H 1,5

Mas a largura escolhida foi L=1,47m e então teremos>


Q= 1,55 x 1,47 x H 1,5
Q= 2,28 x H 1,5

Na Tabela (3) coloamos os dados para o calculo do routing. Vamos explicar coluna por coluna.

Coluna 1- Estão as alturas que escolhemos de 0,10m em 0,10m a partir do fundo do reservatório.

Coluna 2- Vazões do orificio do WQv calculado pela equação QWQV= 0,01208 h 0,5

Coluna 3- Vazões do orificio da enchente para Tr=25anos calculado a partir da altura de 0,80m pela
equação: Q TR=25= 0,08623 (h-0,8) 0,5

Coluna 4-Vazões do vertedor retangular calculado pela equação: Q= 2,28 x H 1,5

Coluna 5- Soma das vazões em linha por linha desde a coluna 2 até a coluna 4.

Coluna 6- Volume armazenado S calculado pela altura do nivel de água da coluna 1 multiplicado pela
área da seção transversal de 559m2 calculado anteriormente. Assim na linha número 2 multiplicamos
559m2 x 0,10m da coluna 1 e obtemos 55,9m3= 56m3.

Coluna 7- O cálculo de 2S/∆t + Q é feito para cada linha sendo que ∆t=300s correspondente aos
5minutos adotado. Devemos tomar em cada linha o valor de S mutiplicar por 2 e dividir por 300s e
depois somar com o valor de Q obtido na coluna 5.
Para a segunda linha teremos: 2 x 56/ 300 + 0,004=0,377= 0,38

Podemos então fazer um gráfico:

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Tabela 47.30- Preparativos para o Routing


1 2 3 4 5 6 7
Orificio para o Orificio para Orificios+ Volume ∆t=5minx60
WQv enchente Vertedor vertedor Armazenado =300
Tr=25anos S
Altur Q TR=25= 0,08623 (h-0,8) Q=2,28 H 1,5 2S/∆t +Q
QWQV= 0,01208 h 0,5 0,5
a
m (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3/s) (m3)
0 0,000 0,000 0 0
0,10 0,004 0,004 56 0,38
0,20 0,005 0,005 112 0,75
0,30 0,007 0,007 168 1,12
0,40 0,008 0,008 224 1,50
0,50 0,009 0,009 280 1,87
0,60 0,009 0,009 335 2,25
0,70 0,010 0,010 391 2,62
0,80 0,011 0,000 0,011 447 2,99
0,90 0,012 0,027 0,039 503 3,39
1,00 0,012 0,039 0,051 559 3,78
1,10 0,013 0,047 0,060 615 4,16
1,20 0,013 0,055 0,068 671 4,54
1,30 0,014 0,061 0,075 727 4,92
1,40 0,014 0,067 0,081 783 5,30
1,50 0,015 0,072 0,087 839 5,68
1,60 0,015 0,077 0,093 894 6,06
1,70 0,016 0,082 0,098 950 6,43
1,80 0,016 0,086 0,103 1006 6,81
1,90 0,017 0,090 0,107 1062 7,19
2,00 0,017 0,095 0,112 1118 7,57
2,10 0,018 0,098 0,116 1174 7,94
2,20 0,018 0,102 0,120 1230 8,32
2,30 0,018 0,106 0,124 1286 8,70
2,40 0,019 0,109 0,0000 0,128 1342 9,07
2,50 0,019 0,112 0,0721 0,204 1398 9,52
2,60 0,020 0,116 0,2038 0,339 1453 10,03
2,70 0,020 0,119 0,3744 0,513 1509 10,58
2,80 0,020 0,122 0,5764 0,719 1565 11,15
2,90 0,021 0,125 0,8056 0,951 1621 11,76

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Figura 47.36- Na abscissa estao os valores 2S/∆t + Q e na ordena os valores de Q da coluna 5

Hidrograma de Dekalb
Como usamos o metodo Racional vamos usar o hidrograma de Dekalb que depende do tempo de
concentração ser maior que 20min ou menor que 20min. Como o tempo de concentração é 18min, isto é,
menor que 20min vamos adotar os valores para tc< 20min.

Tabela 47.31- Adimensionais do hidrograma de Dekalb para o metodo Racional

t/tc Q/Qp Q/Qp


tc<20min tc>=20min

0 0,00 0,00
1 0,16 0,04
2 0,19 0,08
3 0,27 0,16
4 0,34 0,32
5 1,00 1,00
6 0,45 0,30
7 0,27 0,11
8 0,19 0,05
9 0,12 0,03
10 0,00 0,00
]

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Tabela 47.32- Adimensionais do hidrograma de Dekalb para tc<20min para o metodo Racional

t/tc Q/Qp
tc<20min

0 0,00
1 0,16
2 0,19
3 0,27
4 0,34
5 1,00
6 0,45
7 0,27
8 0,19
9 0,12
10 0,00

Sendo t= 18min e a vazão de pico para Tr=25anos Qp=0,667m3/s teremos a Tabela 1.

Tabela 47.33- Hidrograma de Dekalb para o metodo Racional para a vazão de pico de 0,667m3/s e
tc 18min.
Tr=25anos Qp=
0,667m3/s
tc=18min
t (min) Q(m3/s)
0 0,000
18 0,107
36 0,127
54 0,180
72 0,227
90 0,667
108 0,300
126 0,180
144 0,127
162 0,080
180 0,000

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Observar na Tabela (47.34) que os valores de t não estão espaçados de 5min em 5min como
queremos e então fazemos interpolação linear e obtemos a Tabela (1).

Tabela 47.34- Hidrograma de Dekalb de 5min em 5min com as vazões de pico em m3/s
Tempo Interpolação
Linear
Entrada Cálculo
5,00 0,030
10,00 0,059
15,00 0,089
20,00 0,109
25,00 0,115
30,00 0,120
35,00 0,126
40,00 0,139
45,00 0,153
50,00 0,168
55,00 0,183
60,00 0,196
65,00 0,209
70,00 0,222
75,00 0,300
80,00 0,422
85,00 0,545
90,00 0,667
95,00 0,565
100,00 0,463
105,00 0,361
110,00 0,287
115,00 0,253
120,00 0,220
125,00 0,187
130,00 0,168
135,00 0,153
140,00 0,139
145,00 0,124
150,00 0,111
155,00 0,098
160,00 0,085
165,00 0,067
170,00 0,044
175,00 0,022
180,00 0,000

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Routing
Fazemos então o routing construindo a Tabela (47.35) com as coluna variando de 1 a 10.
Vamos explicar coluna por coluna.

Coluna 1- Colocamos uma ordem começando de 1 até o valor arbitario onde queremos terminar o
routing.
Coluna 2- Colocamos o inicio do tempo que 0min e variando de 5mim em 5min.
Coluna 3- Colocamos a finalização do tempo de 5min em 5min a começar de 5min
Coluna 4- Colocamos a vazão do hidrograma de Dekalb a partir do instante zero.
Coluna 5- Colocamos a vazão do hidrograma de Dekalb a partir do instante 5min
Coluna 6- É simplesmente a soma da coluna 4 com a coluna 5
Coluna 7- Na primeira linha é zero, pois no inicio Q-0 e S=0. Na segunda linha da coluna 7 é repetição
da primeira linha da coluna 10. Observar que na coluna 10 temos 0,029m3/s e na segunda linha da
coluna 7 temos 0,029m3/s.
Coluna 8-É a soma da coluna 6 com a coluna 7. Assim na primeira linha teremos 0,030+0,0=0,030.
Na segunda linha teremos:0,089+0,029=0,118.
Coluna 9- Com o valor obtido na coluna 8 de 2S/deltat + Q entramos no grafico da Figua (1) ou
fazemos automaticamente com interpolação linear e obtemos o valor de Q na coluna 9 que é
0,00302m3/s.

Tabela 47.35- Routing propriamente dito com hidrograma do metodo Racional usando Dekalb
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo t1 t2 I1 I2 I1+I2 [2S1/delta t - Q1] [2S2/deltat+Q2] Q2 2S2/deltat - Q2
min min m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s
1 0 5 0,000 0,030 0,030 0,000 0,030 0,000302 0,029
2 5 10 0,030 0,059 0,089 0,029 0,118 0,001202 0,116
3 10 15 0,059 0,089 0,148 0,116 0,264 0,002688 0,258
4 15 20 0,089 0,109 0,198 0,258 0,456 0,004175 0,448
5 20 25 0,109 0,115 0,223 0,448 0,671 0,005089 0,661
6 25 30 0,115 0,120 0,235 0,661 0,896 0,005899 0,884
7 30 35 0,120 0,126 0,246 0,884 1,130 0,006659 1,116
8 35 40 0,126 0,139 0,264 1,116 1,381 0,007349 1,366
9 40 45 0,139 0,153 0,292 1,366 1,658 0,008060 1,642
10 45 50 0,153 0,168 0,322 1,642 1,963 0,008780 1,946
11 50 55 0,168 0,183 0,351 1,946 2,297 0,009501 2,278
12 55 60 0,183 0,196 0,378 2,278 2,656 0,010221 2,636
13 60 65 0,196 0,209 0,404 2,636 3,040 0,014179 3,012
14 65 70 0,209 0,222 0,430 3,012 3,442 0,040311 3,361
15 70 75 0,222 0,300 0,522 3,361 3,883 0,053275 3,776
16 75 80 0,300 0,422 0,723 3,776 4,499 0,067009 4,365
17 80 85 0,422 0,545 0,967 4,365 5,332 0,081704 5,169
18 85 90 0,545 0,667 1,212 5,169 6,380 0,096950 6,186
19 90 95 0,667 0,565 1,232 6,186 7,419 0,109938 7,199
20 95 100 0,565 0,463 1,028 7,199 8,227 0,119074 7,989
21 100 105 0,463 0,361 0,824 7,989 8,813 0,125276 8,563
22 105 110 0,361 0,287 0,648 8,563 9,211 0,151407 8,908
23 110 115 0,287 0,253 0,540 8,908 9,448 0,191541 9,065

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24 115 120 0,253 0,220 0,474 9,065 9,539 0,208628 9,122


25 120 125 0,220 0,187 0,407 9,122 9,528 0,205860 9,117
26 125 130 0,187 0,168 0,355 9,117 9,472 0,195492 9,081
27 130 135 0,168 0,153 0,322 9,081 9,402 0,183772 9,035
28 135 140 0,153 0,139 0,292 9,035 9,327 0,171003 8,985
29 140 145 0,139 0,124 0,263 8,985 9,248 0,157603 8,932
30 145 150 0,124 0,111 0,235 8,932 9,168 0,144098 8,879
31 150 155 0,111 0,098 0,209 8,879 9,089 0,130774 8,827
32 155 160 0,098 0,085 0,183 8,827 9,011 0,127299 8,756
33 160 165 0,085 0,067 0,152 8,756 8,908 0,126246 8,655
34 165 170 0,067 0,044 0,111 8,655 8,767 0,124797 8,517
35 170 175 0,044 0,022 0,067 8,517 8,584 0,122885 8,338
36 175 180 0,022 0,000 0,022 8,338 8,360 0,120518 8,119
37 180 185 0,000 0,000 0,000 8,119 8,119 0,117893 7,883
38 185 190 0,000 0,000 0,000 7,883 7,883 0,115287 7,653
39 190 195 0,000 0,000 0,000 7,653 7,653 0,112667 7,427
40 195 200 0,000 0,000 0,000 7,427 7,427 0,110044 7,207
41 200 205 0,000 0,000 0,000 7,207 7,207 0,107442 6,993
42 205 210 0,000 0,000 0,000 6,993 6,993 0,104800 6,783
43 210 215 0,000 0,000 0,000 6,783 6,783 0,102196 6,579
44 215 220 0,000 0,000 0,000 6,579 6,579 0,099551 6,379
45 220 225 0,000 0,000 0,000 6,379 6,379 0,096937 6,186
46 225 230 0,000 0,000 0,000 6,186 6,186 0,094293 5,997
47 230 235 0,000 0,000 0,000 5,997 5,997 0,091672 5,814
48 235 240 0,000 0,000 0,000 5,814 5,814 0,089019 5,636
49 240 245 0,000 0,000 0,000 5,636 5,636 0,086402 5,463
50 245 250 0,000 0,000 0,000 5,463 5,463 0,083727 5,295
51 250 255 0,000 0,000 0,000 5,295 5,295 0,081131 5,133
52 255 260 0,000 0,000 0,000 5,133 5,133 0,078415 4,976
53 260 265 0,000 0,000 0,000 4,976 4,976 0,075789 4,825
54 265 270 0,000 0,000 0,000 4,825 4,825 0,073095 4,678
55 270 275 0,000 0,000 0,000 4,678 4,678 0,070406 4,538
56 275 280 0,000 0,000 0,000 4,538 4,538 0,067811 4,402
57 280 285 0,000 0,000 0,000 4,402 4,402 0,065004 4,272
58 285 290 0,000 0,000 0,000 4,272 4,272 0,062313 4,147
59 290 295 0,000 0,000 0,000 4,147 4,147 0,059691 4,028
60 295 300 0,000 0,000 0,000 4,028 4,028 0,056796 3,914
61 300 305 0,000 0,000 0,000 3,914 3,914 0,054040 3,806
62 305 310 0,000 0,000 0,000 3,806 3,806 0,051419 3,703
63 310 315 0,000 0,000 0,000 3,703 3,703 0,048426 3,607
64 315 320 0,000 0,000 0,000 3,607 3,607 0,045423 3,516
65 320 325 0,000 0,000 0,000 3,516 3,516 0,042607 3,431
66 325 330 0,000 0,000 0,000 3,431 3,431 0,039965 3,351
67 330 335 0,000 0,000 0,000 3,351 3,351 0,035854 3,279
68 335 340 0,000 0,000 0,000 3,279 3,279 0,030853 3,217
69 340 345 0,000 0,000 0,000 3,217 3,217 0,026549 3,164
70 345 350 0,000 0,000 0,000 3,164 3,164 0,022846 3,118
71 350 355 0,000 0,000 0,000 3,118 3,118 0,019659 3,079

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Com o routing vamos verificar se os orificios e o vertedor estão certos e caso haja problemas
podemos muda-los. Conferimos também no routing se o volume calculado por nós de detenção de
894m3 está adequado ou não.
O que vai conferir se o volume está correto ou não é o routing, pois não existe nenhum método
que realmente possa substituir o routing.

Figura 47.37- Mostra a vazão afluente e a vazão efluente para Tr=25anos.

Verificação
Devemos fazer uma verificação para Tr=100anos devido ao vertedor.

Tabela 47.36- Calculos para Tr=100anos de Verificação somente


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo t1 t2 I1 I2 I1+I2 [2S1/delta t - Q1] [2S2/deltat+Q2] Q2 2S2/deltat - Q2
min min m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s m3/s
1 0 5 0,000 0,036 0,036 0,000 0,036 0,000 0,035
2 5 10 0,036 0,072 0,108 0,035 0,143 0,001 0,140
3 10 15 0,072 0,108 0,180 0,140 0,320 0,003 0,314
4 15 20 0,108 0,132 0,240 0,314 0,554 0,005 0,545
5 20 25 0,132 0,139 0,271 0,545 0,816 0,006 0,805
6 25 30 0,139 0,146 0,285 0,805 1,090 0,007 1,077
7 30 35 0,146 0,153 0,298 1,077 1,375 0,007 1,360
8 35 40 0,153 0,168 0,321 1,360 1,681 0,008 1,665
9 40 45 0,168 0,186 0,355 1,665 2,020 0,009 2,002
10 45 50 0,186 0,204 0,391 2,002 2,392 0,010 2,373
11 50 55 0,204 0,222 0,426 2,373 2,799 0,010 2,778
12 55 60 0,222 0,238 0,459 2,778 3,238 0,028 3,182
13 60 65 0,238 0,253 0,491 3,182 3,673 0,047 3,578
14 65 70 0,253 0,269 0,522 3,578 4,100 0,059 3,983
15 70 75 0,269 0,365 0,634 3,983 4,617 0,069 4,478
16 75 80 0,365 0,513 0,878 4,478 5,356 0,082 5,192
17 80 85 0,513 0,662 1,175 5,192 6,366 0,097 6,173
18 85 90 0,662 0,810 1,472 6,173 7,644 0,113 7,419

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19 90 95 0,810 0,686 1,496 7,419 8,915 0,126 8,663


20 95 100 0,686 0,563 1,249 8,663 9,911 0,308 9,295
21 100 105 0,563 0,439 1,001 9,295 10,297 0,425 9,448
22 105 110 0,439 0,348 0,787 9,448 10,235 0,405 9,425
23 110 115 0,348 0,308 0,656 9,425 10,081 0,356 9,369
24 115 120 0,308 0,267 0,575 9,369 9,944 0,317 9,311
25 120 125 0,267 0,227 0,494 9,311 9,805 0,280 9,246
26 125 130 0,227 0,204 0,431 9,246 9,677 0,245 9,186
27 130 135 0,204 0,186 0,391 9,186 9,577 0,219 9,139
28 135 140 0,186 0,168 0,355 9,139 9,494 0,199 9,095
29 140 145 0,168 0,151 0,319 9,095 9,414 0,186 9,043
30 145 150 0,151 0,135 0,286 9,043 9,329 0,171 8,986
31 150 155 0,135 0,119 0,254 8,986 9,240 0,156 8,927
32 155 160 0,119 0,104 0,223 8,927 9,150 0,141 8,868
33 160 165 0,104 0,081 0,185 8,868 9,052 0,128 8,797
34 165 170 0,081 0,054 0,135 8,797 8,932 0,126 8,679
35 170 175 0,054 0,027 0,081 8,679 8,760 0,125 8,510
36 175 180 0,027 0,000 0,027 8,510 8,537 0,122 8,293
37 180 185 0,000 0,000 0,000 8,293 8,293 0,120 8,053
38 185 190 0,000 0,000 0,000 8,053 8,053 0,117 7,819
39 190 195 0,000 0,000 0,000 7,819 7,819 0,115 7,590
40 195 200 0,000 0,000 0,000 7,590 7,590 0,112 7,366
41 200 205 0,000 0,000 0,000 7,366 7,366 0,109 7,147
42 205 210 0,000 0,000 0,000 7,147 7,147 0,107 6,934
43 210 215 0,000 0,000 0,000 6,934 6,934 0,104 6,726
44 215 220 0,000 0,000 0,000 6,726 6,726 0,101 6,523
45 220 225 0,000 0,000 0,000 6,523 6,523 0,099 6,325
46 225 230 0,000 0,000 0,000 6,325 6,325 0,096 6,133
47 230 235 0,000 0,000 0,000 6,133 6,133 0,094 5,945
48 235 240 0,000 0,000 0,000 5,945 5,945 0,091 5,764
49 240 245 0,000 0,000 0,000 5,764 5,764 0,088 5,587
50 245 250 0,000 0,000 0,000 5,587 5,587 0,086 5,416
51 250 255 0,000 0,000 0,000 5,416 5,416 0,083 5,250
52 255 260 0,000 0,000 0,000 5,250 5,250 0,080 5,089
53 260 265 0,000 0,000 0,000 5,089 5,089 0,078 4,934
54 265 270 0,000 0,000 0,000 4,934 4,934 0,075 4,783
55 270 275 0,000 0,000 0,000 4,783 4,783 0,072 4,639
56 275 280 0,000 0,000 0,000 4,639 4,639 0,070 4,499
57 280 285 0,000 0,000 0,000 4,499 4,499 0,067 4,365
58 285 290 0,000 0,000 0,000 4,365 4,365 0,064 4,237
59 290 295 0,000 0,000 0,000 4,237 4,237 0,062 4,114
60 295 300 0,000 0,000 0,000 4,114 4,114 0,059 3,996
61 300 305 0,000 0,000 0,000 3,996 3,996 0,056 3,884
62 305 310 0,000 0,000 0,000 3,884 3,884 0,053 3,777
63 310 315 0,000 0,000 0,000 3,777 3,777 0,051 3,676
64 315 320 0,000 0,000 0,000 3,676 3,676 0,048 3,581
65 320 325 0,000 0,000 0,000 3,581 3,581 0,045 3,492
66 325 330 0,000 0,000 0,000 3,492 3,492 0,042 3,408
67 330 335 0,000 0,000 0,000 3,408 3,408 0,039 3,329
68 335 340 0,000 0,000 0,000 3,329 3,329 0,034 3,261
69 340 345 0,000 0,000 0,000 3,261 3,261 0,030 3,201
70 345 350 0,000 0,000 0,000 3,201 3,201 0,025 3,151
71 350 355 0,000 0,000 0,000 3,151 3,151 0,022 3,107

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Figura 47.38- Verificação para Tr=100anos

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0,5m
(freeboard)

0,5m Vertedor
1,47m x
0,50m

1,60
Enchente
894m3 M
h=1,60m M81 D=200mm

Mh=0,80m WQv= 443m3 D=75mm

Perfil do barramento Vista dos orificios e


vertedor

Figura 7- Reservatório de detenção estendido

26. Conclusão: é possível construir um reservatório para deter enchentes e melhorar a


qualidade das águas pluviais, preservando o ecossistema aquático.

Plinio Tomaz
Engenheiro civil
pliniotomaz@uol.com.br
site: www.pliniotomaz@uol.com.br

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47.53 Leis sobre reservatório de detenção

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LEI ESTADUAL N.º 12.526, DE 2 DE JANEIRO DE 2007

(Projeto de lei n.º 464, de 2005 do Deputado Adriano Diogo - PT)


Estabelece normas para a contenção de enchentes e destinação de águas pluviais.
O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo, nos termos do artigo 28, § 8º, da
Constituição do Estado, a seguinte lei:
Artigo 1º - É obrigatória a implantação de sistema para a captação e retenção de águas pluviais,
coletadas por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos, em lotes, edificados ou não, que
tenham área impermeabilizada superior a 500m2 (quinhentos metros quadrados), com os seguintes
objetivos:
I - reduzir a velocidade de escoamento de águas pluviais para as bacias hidrográficas em áreas urbanas
com alto coeficiente de impermeabilização do solo e dificuldade de drenagem;
II - controlar a ocorrência de inundações, amortecer e minimizar os problemas das vazões de cheias e,
conseqüentemente, a extensão dos prejuízos;
III - contribuir para a redução do consumo e o uso adequado da água potável tratada.
Parágrafo único - O disposto no “caput” é condição para a obtenção das aprovações e licenças, de
competência do Estado e das Regiões Metropolitanas, para os parcelamentos e desmembramentos do
solo urbano, os projetos de habitação, as instalações e outros empreendimentos.
Artigo 2º - O sistema de que trata esta lei será composto de:
I - reservatório de acumulação com capacidade calculada com base na seguinte equação:
a) V = 0,15 x Aix IP x t;
b) V = volume do reservatório em metros cúbicos;
c) Ai = área impermeabilizada em metros quadrados;
d) IP = índice pluviométrico igual a 0,06 m/h;
e) t = tempo de duração da chuva igual a 1 (uma) hora.
II - condutores de toda a água captada por telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos ao
reservatório mencionado no inciso I;
III - condutores de liberação da água acumulada no reservatório para os usos mencionados no artigo 3º
desta lei.
Parágrafo único - No caso de estacionamentos e similares, 30% (trinta por cento) da área total ocupada
deve ser revestida com piso drenante ou reservado como área naturalmente permeável.
Artigo 3º - A água contida no reservatório, de que trata o inciso I do artigo 2º, deverá:
I - infiltrar-se no solo, preferencialmente;
II - ser despejada na rede pública de drenagem, após uma hora de chuva;
III - ser utilizada em finalidades não potáveis, caso as edificações tenham reservatório específico para
essa finalidade.
Artigo 4º - O disposto nesta lei será implementado no âmbito dos seguintes sistemas de atuação e
articulação de ações dos poderes públicos:
I - Política Estadual de Recursos Hídricos e Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH,
instituídos pela Lei nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991;
II - Política Estadual de Saneamento e Sistema Estadual de Saneamento - SESAN, instituídos pela Lei nº
7.750, de 31 de março de 1992;
III - Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento
do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais - SEAQUA, instituído pela Lei nº 9.509, de
20 de março de 1997.
Artigo 5º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações orçamentárias
próprias.
Artigo 6º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da sua
publicação.

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Artigo 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA
Artigo único - A adequação dos estacionamentos e similares ao disposto no parágrafo único do artigo 2º
desta lei deverá ser feita em até 90 (noventa) dias, a contar da data da publicação desta lei.
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 2 de janeiro de 2007.
a) RODRIGO GARCIA - Presidente
Publicada na Secretaria da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 2 de janeiro de 2007.
a) Marco Antonio Hatem Beneton - Secretário Geral Parlamentar

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47.55- Bibliografia e livros consultados


-CALIFORNIA DEPARTMENT OF TRANSPORTATION. BMP retrofit pilot programa. Report ID
CTSW RT-01-50, janeiro de 2004. Caltrans Division of Environmental Analysis.
-CALIFORNIA. Extended detention basin. California Stormwater BMP Handbook, janeiro de 2003,
TC-22.
-TOMAZ, PLINIO. Poluição Difusa. Navegar Editora, 2006,
-TOMAZ, PLINIO. Curso de Drenagem. Livro virtual número 14 que está no site:
www.pliniotomaz.com.br

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Critério Unificado para Manejo das Águas Pluviais em Áreas Urbanas
Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
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Capítulo 67
Exemplo de aplicação do critério unificado
Pelo início da era cristã, Marcos Vetrúvio Pollio escreveu sobre o regime de chuva e água no escorrimento,
sugerindo a teoria da infiltração como o fundamento do acúmulo de água subterrânea.
Água subterrânea e poços tubulares. Johnson, 1969

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Critério Unificado para Manejo das Águas Pluviais em Áreas Urbanas
Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
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SUMÁRIO

Ordem Assunto

Capítulo 67 - Exemplo critério unificado


67.1 Exemplo
67.2 Volume de água para qualidade das águas pluviais (WQv)
67.3 Controle da erosão CPv (Tr=1,5anos)
67.4 Determinação do volume do reservatório para enchente para Tr=2anos (Qp2v)
67.5 Verificar a viabilidade de se construir uma bacia de detenção alagada
67.6 Cálculo do pré-tratamento, ou seja, pré-tratamento
67.7 Cálculo do volume do reservatório temporário (EDv) ou detenção estendida
(Extended Detention ED)
67.8 Determinação da geometria da lagoa de detenção alagada.
67.9 Determinações básicas da bacia
67.10 Calcular o diâmetro do orifício para EDv para descarregar 457m3 em 24h
67.11 Calcular a equação da descarga para o orifício de 100mm do WQv– ED
67.12 Cálculo de CPv
67.13 Calcular a equação da descarga para o orifício de 75mm do CPv
67.14 Cálculo de Qp25
67.14. Vazão no orifício de 100mm
1
67.14. Vazão no orifício de 75mm
2
67.15 Bueiro - verificação se o controle está na entrada ou na saída
67.15. Controle na entrada
1
67.15. Controle na saída
2
67.16 Cálculo do vertedor para Qp100
67.17 Verificar regra dos 10%
67.18 Verificação da segurança da barragem
67.19 Cálculo do pré-tratamento
67.19. Dimensões do pré-tratamento
1
67.19. Escolha do comprimento do pré-tratamento
2
67.19. Medidas
3
67.19. Velocidade média no pré-tratamento:
4
67.20 Vazão catastrófica
67.21 Enchimento do reservatório
24 páginas

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Capítulo 67 - Exemplo do método unificado

67.1 Exemplo
Este exemplo foi adaptado dos estudos do Estado de New York, 2001 e do Estado da Geórgia, 2000.
Área residencial: A= 26,04ha
Área impermeável = AI= 18,4%
Número da curva CN= 72 (pré-desenvolvimento)
Número da curva CN= 78 (pós-desenvolvimento)
tc= tempo de concentração (horas ou minuto).

Tabela 67.1 - Dados hidrológicos


Pré-desenvolvimento Pós-desenvolvimento
CN 72 78
tc (h) 0,46h (27,6min) 0,35h (21min)
area 26,04ha 26,04ha
AI 18,4%

67.2 Volume de água para qualidade das águas pluviais (WQv)


Rv= coeficiente volumétrico
AI= 18,4%
Rv= 0,05 + 0,009 x AI = 0,05+ 0,009 x 18,4= 0,22

First flush P= 15mm (adotado para efeito de exemplo)


Volume para melhoria da qualidade das águas pluviais= WQv (m3)
WQv= (P/1000) x Rv x A
Rv= 0,22
A= 26,04ha
WQv= (15mm/1000) x 0,22 x (26,04ha x 10000m2)= 860m3

Para o uso do método do Soil Conservation Service (SCS), usamos dados da Região Metropolitana de
São Paulo (RMSP). Os cálculos foram feitos para duas situações básicas: pré-desenvolvimento e pós-
desenvolvimento. Foi usada precipitação de duração de 24h. Obtivemos a vazão de pico, o volume do runoff e
a chuva excedente.

Tabela 67.2 – Vazões de pico em função do período de retorno para pré-desenvolvimento usando o
método do SCS para CN= 72 e tc= 0,46h
Período de Precipitação
retorno para chuva de Vazão de pico Volume do Chuva
Tr 24h runoff excedente
(anos) (mm) (m3/s) (m3) (cm)
1,5 54,58 0,38 2.359 0,91
2 64,10 0,62 3.570 1,37
5 87,70 1,45 7.195 2,77
10 103,30 1,61 7.646 3,83
25 123,00 2,96 13.710 5,28
50 137,60 3,64 16.658 6,41
100 152,10 4,33 19.692 7,58

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Tabela 67.3 – Vazões de pico em função do período de retorno para pós-desenvolvimento, usando o
método do SCS para CN= 78 e tc= 0,35h

Período de Precipitação para Vazão de pico Volume do Chuva


retorno Tr chuva de 24h runoff excedente
(anos) (mm) (m3/s) (m3) (cm)
1,5 54,58 0,90 3828 1,45
2 64,10 1,31 5386 2,04
5 87,70 2,45 9794 3,71
10 103,30 2,78 13015 4,93
25 123,00 4,33 17292 6,55
50 137,60 5,14 20592 7,80
100 152,10 5,96 23918 9,06

Método Santa Bárbara


Usando o Método Santa Bárbara calculamos as vazões de pico pré e pós-desenvolvimento para os
diversos períodos de retornos.

Tabela 67.4 - Vazões de pico em função do período de retorno para pré-desenvolvimento usando o
Método Santa Bárbara para CN= 72 e tc= 0,46h (27,6min)
Período de Precipitação Vazão de pico Volume do Runoff
retorno Tr para chuva de (m3/s) runoff (mm)
(anos) 24h (m3)
(mm)
1,5 54,58 0,26 2.326 9
2 64,10 0,44 3.572 14
5 87,70 1,01 7.194 28
10 103,30 1,45 9.965 38
25 123,00 2,05 113.713 53
50 137,60 2,52 16.663 64
100 152,10 2,99 19.727 76

Tabela 67.5 - Vazões de pico em função do período de retorno para pós-desenvolvimento usando o
Método Santa Bárbara para CN= 78 e tc= 0,35h (21min)
Período de Precipitação para Vazão de pico Volume do Runoff
retorno Tr chuva de 24h runoff
(anos) (mm) (m3/s) (m3) (mm)
1,5 54,58 0,94 5.688 22
2 64,10 1,26 7.402 28
5 87,70 2,15 12.083 46
10 103,30 2,78 15.413 59
25 123,00 3,60 19.798 76
50 137,60 4,22 23.146 89
100 152,10 4,85 26.532 102

Utilizamos os métodos SCS e Santa Bárbara para estes cálculos por serem muitos usados nos Estados
Unidos.

67-4
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Tempo de detenção x unidade de


descarga

0,6

0,5
Razão entrada e saida

0,4

T=12h
0,3
T=24h

0,2

0,1

0
0,2 1,2 2,2 3,2
Pico de descarga unitário (
m3/s/cm/km2)
Figura 67.1: Razão da entrada/saída com fornecimento do pico de descarga unitário e dos tempos de
detenção de 12h e 24h (mais comum).

67.3 Controle da erosão CPv (Tr= 1,5anos)


Supomos Tr= 1,5anos e detenção do volume em 24h.
Vamos usar o TR-55 com chuva Tipo II do SCS.
CN= 78 (pós-desenvolvimento)
A= 26,04ha
P= 54,58mm Tr= 1,5 ano chuva 24h RMSP
S= 25.400/ CN - 254= 25400/ 78 - 254= 71,64mm
Ia= 0,2 S = 0,2 x 71,64mm= 14,33mm
P= 54,58mm
Ia/ P= 14,33mm/ 54,58mm= 0,26

Usando o Método TR-55, que está no Capítulo 16 deste livro, e entrando com Ia/P= 0,26 para Tipo II
achamos:
Co= 2,46532
C1=-0,62257
C2= -0,11652
tc= 0,35h

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Log (Qu)= Co + C1 . log tc + C2 . (log tc) 2 - 2,366


Log (Qu)= 2,46532 – 0,62257 x log (0,35) – 0,11652 x (log 0,35) 2 - 2,366
Log (Qu)= 0,3589

Portanto a descarga unitária de pico é:

Qu = 2,29 m3/s /cm / km2

Vamos usar o recurso do TR-55 elaborado pelo Departamento de Meio Ambiente de Maryland – Maryland
Departament Environment (MDE) em 1987 por Harrington. É o que denomina a técnica do “short-cut”.
Para 24h de detenção do reservatório CPv, entramos com 2,29m3/s /cm / km2 na Figura (16.1) do Capítulo
16, TR-55 e achamos a relação α= Qantes/Qdepois =0,03 para detenção T= 24h.

Para chuva Tipo II o TR-55 para chuva de 24h apresenta a equação:


Volume do reservatório/Volume do runoff = Co + C1 . α + C2. α2 + C3 . α3
Volume do reservatório/Volume do runoff = 0,682 – 1,43 x 0,03 + 1,64 x 0,03 2 – 0,804 x 0,03 3
Volume do reservatório/Volume do runoff = 0,64
Mas volume do runoff= 3.828 m3 (pós-desenvolvimento, Tr= 1,5anos 24h)
Portanto, o volume do reservatório será:

Volume do reservatório= volume runoff x 0,64= 3.828 m3 x 0,64= 2.450m3

CPv = 2.450m3

O volume para o controle da erosão para a área de 26,04h deverá ser de 2.450m3 com tempo de
detenção de 24h.

Vazão média que sai do CPv


Como o volume de 2.450m3 - 430m3= 2.020 m3 deverá sair em 24h pelo orifício, a vazão média será:

Vazão média do CPv= 2.0203/ (86.400 segundos)= 0,023m3/s= 23L/s

67.4 Determinação do volume do reservatório para enchente para Tr= 2anos (Qp2v)
Consultando as Tabelas (2.2) e Tabela (67.3) referente ao pré e pós-desenvolvimento.
Qp2pre= 0,62m3/s
Qp2pós= 1,31m3/s

α= Qantes/Qdepois = 0,62 m3/s / 1,31 m3/s= 0,47

Usando TR-55 para se determinar o volume do reservatório.


Para chuva Tipo II o TR-55 para chuva de 24h apresenta a Equação:

Volume do reservatório/Volume do runoff= Co + C1 . α + C2. α2 + C3 . α3

Volume do reservatório/Volume do runoff= 0,682 – 1,43 x 0,47 + 1,64 x 0,47 2 – 0,804 x 0,47 3

Volume do reservatório/Volume do runoff= 0,29

Mas volume do runoff = 5.386m3 (pós-desenvolvimento, Tr= 2anos 24h)

Para corrigir o volume a ser achado pelo método short-cut do TR-55, temos que aumentar o volume em
15% quando a estrutura incorpora usos múltiplos, como é o caso em questão, onde temos controle da
qualidade, erosão e enchentes.
Volume do reservatório= volume runoff x 0,29= 5.386m3 x 0,29 x 1,15= 1.796m3
Portanto, o volume do reservatório para enchente Tr= 1,5anos.

Qp2 v = 1.796m3

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Procedendo da mesma forma achamos os volumes dos reservatórios para os diversos períodos de
retorno de 5anos, 10anos, 25anos, 50anos e 100anos, conforme Tabela (67.6).

Tabela 67.6 - Resumo das vazões de pico e volume dos reservatórios


Pré-desenvolvimento Pós-desenvolvimentos
Período Precipitação Vol
de para chuva de Vazão Volume do Vazão Volume do Chuva Qpré/Qpós res/vol Volume do
retorno de pico runoff de pico runoff excedente runoff reservatório
Tr 24h
3 3 3 3 3
(anos) (mm) (m /s) (m ) (m /s) (m ) (cm) α (m )
1,5 54,58 0,38 2.359 0,86 1,45
3828 2450
2 64,1 0,62 3.570 Qp2 = 1,31 2,04
5386 0,47 0,29 1796
5 87,7 1,45 7.195 Qp5= 2,45 3,71
9794 0,59 0,24 2742
10 103,3 1,61 7.646 Qp10 = 2,78 4,93
13015 0,58 0,25 3708
25 123 2,96 13.710 Qp25= 4,33 6,55
17292 0,68 0,22 4375
50 137,6 3,64 16.658 Qp50= 5,14 7,8
20592 0,71 0,21 4884
100 152,1 4,33 19.692 Qp100= 5,96 9,06
23918 0,73 0,20 5512
(*) Devido a detenção de 24h.

Tabela 67.7 - Sumário


Volume
Símbolo Categoria necessário Notas
(m3)
WQv Controle da Qualidade da água 860 P= 15mm
CPv Controle da erosão 2.450 Tr= 1,5anos e descarga em 24h.
Qp25 Pico de enchente 4.375 Tr= 25anos
Qp100 Pico máximo 5.512 Tr= 100anos

67.5 Verificar a viabilidade de se construir uma bacia de detenção alagada


A área da bacia tem 26,04ha, vamos supor que o nível do lençol freático está a 0,90m abaixo da cota de
fundo da bacia que é 700,00m.
O fundo é composto de solo argiloso e que não é preciso de revestimento, podendo, portanto, ser
construído um reservatório de detenção alagado, observando-se que a área tem mais de 25ha, o clima não é
árido e nem semi-árido e portanto pode garantir uma vazão base.
A vazão base ou escoamento base constitui o escoamento das águas subterrâneas. Quando há uma
precipitação, uma parte das águas se infiltra e dá origem a vazão base.

67.6 Cálculo do pré-tratamento


Admitimos 10% de WQv mas, sendo WQv= 860m3 então o volume do pré-tratamento será:
0,1 x 860m3= 86m3

67.7 Cálculo do volume do reservatório temporário (EDv) ou detenção estendida (Extended Detention ED)
O dimensionamento do EDv é de 50% do volume de WQv e então teremos:

EDv= 0,50 x WQv= 0,5 x 860m3= 430m3

Portanto, para a qualidade de água temos dois reservatórios, um com nível permanente e com volume de
430m3 e outro com volume temporário de 430m3, chamado EDv.

67.8 Determinação da geometria da lagoa de detenção alagada.


O reservatório deve ter capacidade de ser instalada o pré-tratamento com 86m3 ,bem como o reservatório
fixo para qualidade de água com 430m3 e, o reservatório temporário para qualidade de água, denominado

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EDv com 430m3. Nota: não aplicamos o critério de Hazen para a área “As” superficial da bacia alagada para a
facilidade de se mostrar o exemplo.
O reservatório deverá também ter espaço para o controle de erosão para o volume CPv= 2.450m3. Para o
volume de controle de erosão de 2.450m3 poderá ser descontado o volume de 430m3 do reservatório
temporário EDv, e teremos: CPv – EDv= 2.450m3 – 430m3= 2.020m3.
Para o controle de enchente admitimos Tr= 25anos e deverá haver um reservatório com 4.375m3, já
calculado pelo TR-55. Este reservatório de controle de enchente com 4.375m3 está incluso o volume do
reservatório temporário EDv de 430m3 e mais o volume do CPv de 2.450m3.
Necessitaremos de 4375m3 – 2.020m3-430m3= 1.925m3.
Para a chuva extrema de Tr= 100anos, o volume necessário é Qp100v= 5.512m3, e o volume do Qp25v=
4.375m3.
Teremos que acrescer a diferença: 5.512m3 – 4.375m3= 1.137m3.

Deverá haver vertedor especial lateralmente da barragem para a chuva de 100anos.

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Tabela 67.8 - Curva cota-volume


Cota Volume Cota Volume Cota Volume Cota Volume
acumulado acumulado acumulado acumulado
3 3 3 3
(m) (m ) (m) (m ) (m) (m ) (m) (m )
700,00 52 701,20 949 702,40 2430 703,60 4619
700,10 108 701,30 1048 702,50 2584 703,70 4838
700,20 166 701,40 1152 702,60 2742 703,80 5062
700,30 229 701,50 1260 702,70 2906 703,90 5292
700,40 294 701,60 1372 702,80 3075 704,00 5528
700,50 363 701,70 1488 702,90 3249 704,10 5770
700,60 435 701,80 1609 703,00 3428 704,20 6019
700,70 512 701,90 1734 703,10 3613 704,30 6273
700,80 591 702,00 1864 703,20 3803 704,40 6534
700,90 675 702,10 1998 703,30 3999 704,50 6801
701,00 762 702,20 2137 703,40 4200 704,60 7075
701,10 854 702,30 2281 703,50 4407 704,70 7355
704,80 7642
704,90 7935

Curva cota volume

8000
7000
6000
Volume (m3)

5000
4000
3000
2000
1000
0
700 701 702 703 704 705
Cota (m)

Figura 67.2 - Curva cota-volume

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Tabela 67.9 - Dimensões do reservatório, cotas e volumes


Cota geratriz inferior descarga na
699,70 saída
699,85 Cota fundo da Torre Relação Comprimento
Largura lagoa da lagoa Tan(θ) Res. Vol.
Cota Altura Normal Volume Volume
Comp/Lar
h g bw bL
(m) (m) Ra (m) (m) 3H: 1V (m3) (m3)
Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Coluna Col. Coluna
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
700,00 0 3 13 39 3 52
700,10 0,1 3 13 39 3 108
700,20 0,2 3 13 39 3 166
700,30 0,3 3 13 39 3 229
700,40 0,4 3 13 39 3 294
700,50 0,5 3 13 39 3 363
700,60 0,6 3 13 39 3 435
700,70 0,7 3 13 39 3 512
700,80 0,8 3 13 39 3 591
700,90 0,9 (nível máximo res.permanente) 3 13 39 3 675 RP 576 0
701,00 1,0 3 13 39 3 762 84
701,10 1,1 3 13 39 3 854 171
701,20 1,2 3 13 39 3 949 263
701,30 1,3 3 13 39 3 1048 358
701,40 1,4 3 13 39 3 1152 ED 430 430
701,50 1,5 3 13 39 3 1260 561
701,60 1,6 3 13 39 3 1372 669
701,70 1,7 3 13 39 3 1488 781
701,80 1,8 3 13 39 3 1609 897
701,90 1,9 3 13 39 3 1734 1018
702,00 2,0 3 13 39 3 1864 1143
702,10 2,1 3 13 39 3 1998 1273
702,20 2,2 3 13 39 3 2137 1407
702,30 2,3 3 13 39 3 2281 1546
702,40 2,4 3 13 39 3 2430 1690
702,50 2,5 3 13 39 3 2584 1839
702,60 2,6 3 13 39 3 2742 1993
702,70 2,7 3 13 39 3 2906 2151
702,80 2,8 3 13 39 3 3075 2315
702,90 2,9 3 13 39 3 3249 CPv 2450 2450
703,00 3,0 (nivel máximo CPv) 3 13 39 3 3428 2658
703,10 3,1 3 13 39 3 3613 2837
703,20 3,2 3 13 39 3 3803 3022
703,30 3,3 3 13 39 3 3999 3212
703,40 3,4 3 13 39 3 4200 3408
703,50 3,5 3 13 39 3 4407 3609
703,60 3,6 3 13 39 3 4619 3816
703,70 3,7 3 13 39 3 4838 4028
703,80 3,8 3 13 39 3 5062 4247
703,90 3,9 (nivel máximo Q25anos) 3 13 39 3 5292 Qp25 4375 4375
704,00 4,0 3 13 39 3 5528 4701
704,10 4,1 3 13 39 3 5770 4937
704,20 4,2 3 13 39 3 6019 5179

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704,30 4,3 3 13 39 3 6273 5428


704,40 4,4 (nível máximo Q100anos) 3 13 39 3 6534 5682
704,50 4,5 3 13 39 3 6801 5943
704,60 4,6 3 13 39 3 7075 6210
704,70 3 13 39 3 7355 6484
704,80 3 13 39 3 7642
704,90 4,9 (topo da barragem) 3 13 39 3 7935

67.9 Determinações básicas da bacia:


A cota de fundo da bacia de detenção alagada é 700,00m.
Há condições de esvaziamento da bacia de detenção alagada através de tubulação na cota 699,85m, que
é a cota do fundo da torre.
A cota de fundo da torre de drenagem do reservatório é 699,85m.
Vamos supor que temos a tabela de volume em função da cota, isto é, a curva cota-volume conforme
Tabela (67.9).
Como o reservatório de qualidade de águas pluviais deve ter aproximadamente 1,00m de altura
escolhemos a altura de 0,90 e vemos que corresponde a cota 700,90m onde existe um volume de 576m3,
mais do que suficiente para atender os 430m3 necessários, havendo inclusive uma folga para sedimentação.
O reservatório temporário EDv, precisa de 430m3 e na cota 701,40m temos 430m3 a partir do nível do
reservatório fixo de qualidade de água. Estamos supondo que teremos um reservatório fixo e um reservatório
temporário EDv. Temos um volume um pouco maior que o necessário. OK.
Para o cálculo do CPv para controle de erosão precisamos de um volume de 2450m3 e na cota 702,90m
temos um volume de 2.450m3.
Para o combate a enchente Qp25 admitido, precisamos de 4268m3, mas na cota 703,90m temos volume
de 4.375m3.
Colocaremos um vertedor para extravasamento da enchente máxima de 100anos Qf100 e então
atingiremos a cota 704,40, que será o nível máximo de água.
Deixaríamos ainda uma folga de pelo menos 0,30m e a cota do topo da barragem será 704,70m.
Com os dados escolhidos podemos fazer uma Tabela (67.10) simplificadora com cotas, volume
necessário e existente bem como altura.

Tabela 67.10 – Cotas, volume necessário, volume existente e altura

Volume Volume do reservatório a


Cota escolhida A partir partir do reservatório Altura Volume
Cota cota permanente Necessário
700
(m) (m3) (m3) (m) (m3)
Fundo do reservatório 700,00 0 0
Res. permanente 700,90 675 0 0,90 430
ED temporário 701,40 1152 477 1,40 430
CPV erosão 702,90 3249 2574 2,90 2450
Qp25 704,60 7075 6400 4,60 4375

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67.10 Calcular o diâmetro do orifício para EDv para descarregar 430m3 em 24h
A vazão média para descarregar o reservatório temporário ED que tem volume de 430m3 em 24horas,
conforme Tabela (67.10):
430m3/ (86.400 segundos)= 0,0053 m3/s= 5,3 litros/segundo
A cota inferior será 700,90m, onde está o nível do reservatório fixo.
Sendo a cota superior de 701,40m a inferior de 700,90m teremos a média de:
(701,40m –700,90) /2 = 0,5/2= 0,25m
A equação do orifício é:
Cd= 0,62
h=0,25m
g=9,81m/s2
Q= Cd A . (2gh) 0,5 = 0,62 x A x (2 x 9,81 x 0,25) 0,5= 0,0053m3/s
1,37 A= 0,0053m3/s
Portanto, achando o valor de A.
A= 0,0053m3/s / 1,37= 0,004m2
Área= π x D2/4 = 3,14 /4x D2= 0,004m2
Portanto D= 0,07m

Como o diâmetro de 75mm é o mínimo que se pode usar, vamos escolher um diâmetro de 100mm,
prevendo um registro (válvula) para regular a vazão caso seja necessário.

Área= π x D2/4= 3,14 x 0,12 /4= 0,01m2

67.11 Calcular a equação da descarga para o orifício de 100mm do WQv– ED


Q wqv-ED= Cd x A (2gh)0,5= 0,62 x 0,01m2 x (2 x 9,81 x h) 0,5= 0,027 h 0,5
Q wqv-ED= 0,027 h 0,5
O desnível é de 0,50m, mas para aplicar a equação do orifício ela vai até o meio da seção e isto deverá
ser levado em conta: 0,10m/ 2= 0,05m.
Nota: usa-se a metade do orifício para calcular a carga.

67.12 Cálculo de CPv


O orifício para descarga da parte do reservatório destinada a erosão CPv.
O volume de descarga do CPv= 2.450m3 sendo a cota do topo de 702,90m e do fundo 701,40m, havendo
desnível de 1,50m.
A vazão média para descarregar o reservatório para controle da erosão CPv que tem volume de 2.484m3
em 24h conforme Tabela (67.10).
2.450m3/ (86.400s) = 0,029m3/s

No EDv temos um orifício com diâmetro de 0,10m e a vazão em função da altura h é:

QED= 0,027 x h 0,5

O valor de h é contado da metade do diâmetro 0,10/2.


h= [702,90 – (700,90 + 0,10/2)] / 2= 0,975m
Então a vazão será:
QED= 0,027 x h 0,5
QED= 0,027 x 0,975 0,5= 0,027m3/s

Portanto a vazão no orifício será:


CPv – EDv =0,029m3/s – 0,027m3/s = 0,002m3/s
A cota inferior será 701,40m onde está o nível do reservatório temporário ED.
Sendo a cota superior de 702,90m a média de:
(702,90m –701,40) /2 = 1,50/2 = 0,75m
A equação do orifício é:
Cd= 0,62 h=0,75m g=9,81m/s2
Q= Cd A . (2gh) 0,5= 0,62 x A x (2 x 9,81 x 0,75) 0,5= 0,002m3/s
2,38 A= 0,002m3/s

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Portanto achando o valor de A


A= 0,002/2,38= 0,00084m2
Área= π x D2/4= (3,14 /4) x D2= 0,00084
Portanto D= 0,03m, mas como o diâmetro mínimo de um orifício é 75mm para não haver entupimento,
adotamos D= 0,075m.
Poderíamos instalar registros (válvulas para controlar a vazão até o valor desejado) e até desprezar o
efeito do controle da erosão, visto que a vazão original 0,029m3/s, ou seja, 29 L/s é menor que 56 L/s. Mas,
para efeito de exemplo, vamos considerar o controle da erosão.

67.13 Calcular a equação da descarga para o orifício de 75mm do CPv


Área= π x D2/4= (3,14 /4) x 0,0752= 0,0044m2
QCPv= Cd x A (2gh)0,5= 0,62 x 0,0044m2 x (2 x 9,81 x h) 0,5= 0,012h 0,5
Qcpv= 0,012 h 0,5

Gráfico armazenamento x vazão de


saída

7
Vazão efluente (m3/s)

6
5
4
3
2
1
0
0 5 10 15 20 25 30
(2S/delta t + Q)

Figura 67.3 - Curva (2S/Δt + Q) x vazão

67-13
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Tabela 67.11 - Cotas, volume, orifícios, vertedores, vazões de saída.


Controle Controle
na entrada na saída Qf100 Qf100 Descarga
Vertedor de
Volume Cota Vazão Cota Cota Bueiro Bueiro Bueiro Bueiro Emergência Total
3 3 3 3
acumul (m) (m /s) (m) (m /s) (m) m /s (m) (m /s) Cota Vazão Cota Vazão Cota Vazão
3 3 3 3 3
(m ) ED ED CPV CPV Qp25 Qp25 Qp25 Qp25 (m) (m /s) (m) (m /) (m) (m /s) (m /s)
52
108
166
229
294
363
435

512

591
675 0,000 0,000 0,000
762 0,100 0,007 0,007
854 0,200 0,012 0,012
949 0,300 0,015 0,015
1048 0,400 0,018 0,018
1152 0,500 0,020 0,000 0,000 0,020
1260 0,600 0,022 0,100 0,008 0,030
1372 0,700 0,024 0,200 0,018 0,042
1488 0,800 0,026 0,300 0,024 0,050

1609 0,900 0,028 0,400 0,029 0,056

1734 1,000 0,029 0,500 0,033 0,062

1864 1,100 0,031 0,600 0,036 0,067

1998 1,200 0,032 0,700 0,040 0,072


2137 1,300 0,034 0,800 0,043 0,076

2281 1,400 0,035 0,900 0,045 0,080

2430 1,500 0,036 1,000 0,048 0,084

2584 1,600 0,037 1,100 0,051 0,088

2742 1,700 0,039 1,200 0,053 0,092

2906 1,800 0,040 1,300 0,055 0,095

3075 1,900 0,041 1,400 0,058 0,098

3249 2,000 0,042 1,500 0,060 0,102

3428 2,100 0,043 1,600 0,062 0,105

3613 2,200 0,044 1,700 0,064 0,108

3803 2,300 0,045 1,800 0,066 0,111

3999 2,400 0,046 1,900 0,068 0,114

4200 2,500 0,047 2,000 0,069 0,000 0,000 0,116


4407 2,600 0,048 2,100 0,071 0,100 0,253 0,372
4619 2,700 0,049 2,200 0,073 0,200 0,716 0,837
4838 2,800 0,050 2,300 0,075 0,300 1,315 1,439
5062 2,900 0,051 2,400 0,076 0,400 2,024 2,151
5292 3,000 0,052 2,500 0,078 0,500 2,828 4,050 3,237 3,750 3,389 2,958
5528 3,100 0,052 2,600 0,079 0,600 3,704 0,350 3,680 4,150 3,284 3,850 3,434 0,000 0,000 3,416

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5770 3,200 0,053 2,700 0,081 0,700 4,668 0,450 4,173 4,250 3,330 3,950 3,478 0,100 0,124 3,588
6019 3,300 0,054 2,800 0,083 0,800 5,703 0,550 4,613 4,350 3,375 4,050 3,522 0,200 0,350 3,861
6273 3,400 0,055 2,900 0,084 0,900 6,805 0,650 5,015 4,450 3,420 4,150 3,565 0,300 0,642 4,201
6534 3,500 0,056 3,000 0,086 1,000 7,970 0,750 5,387 4,550 3,464 4,250 3,608 0,400 0,989 4,594
6801 3,600 0,057 3,100 0,087 1,100 9,195 0,850 5,735 4,650 3,508 4,350 3,650 0,500 1,382 5,034
7075 3,700 0,057 3,200 0,088 4,750 3,551 4,450 3,692 0,600 1,817 5,514
7355 3,800 0,058 3,300 0,090 4,850 3,593 4,550 3,733 0,700 2,290 6,031
7642 3,900 0,059 3,400 0,091 4,950 3,635 4,650 3,774 0,800 2,798 6,583

67.14 Cálculo de Qp25


Trata-se de dimensionar um vertedor para descarga da parte do reservatório destinada ao controle de
enchentes Qp25.
O volume de descarga do Qp25= 4.375m3, sendo a cota do topo de 703,90m e do fundo 702,90m, havendo
desnível de 3,00m.
A vazão pré-desenvolvimento de Qp25 pós-desenvolvimento é 4,33m3/s.
Tem que sair 2,96m3/s para o pré-desenvolvimento.
Supomos que a cota do vertedor seja 703,40m. Temos então um espaço que vai de 703,40m até
703,90m, ou seja, 0,50m.
A vazão para Qp25 será:
2,96m3/s – (vazão do orifício de 100mm + vazão do orifício de 75mm)

67.14.1 Vazão no orifício de 100mm


h= [703,90 – (700,90 +0,10/2)]/2= 1,45m
QED= 0,027 x h 0,5
QED= 0,027 x 1,45 0,5= 0,0325m3/s

67.14.2 Vazão no orifício de 75mm


h= [703,90 – (701,40 +0,075/2)]/2 = 1,23m

Qcpv= 0,012 x h 0,5


Qcpv= 0,012 x 1,23 0,5= 0,0133m3/s

2,96m3/s – (0,0325m3/s + 0,0133m3/s)= 2,91m3/s


Vamos calcular o vertedor retangular.
De Tomaz, 2002 p.198, sendo hp= 3,40m e h=0,70m, e h/hp= 0,5/3,40=0,15 nos fornece da tabela o valor
kw= 0,40.

Q= kw L (2g)0,5 h 3/2
h= 0,5m
2,91m3/s= 0,40 x L (2 x 9,81)0,5 x 0,7 (3/2)
2,91m3/s= 1,036L
L= 2,81m
Adotando para a largura do vertedor 3 x 0,94m e altura de 0,70m.
O fundo do vertedor está na cota 703,40m e cota superior é 703,90m
A equação do vertedor
Q= kw L (2g)0,5 h 3/2
Q= 0,40 x 3 x 0,94 x (2 x 9,81)0,5 x h (3/2)
Q= 5,00 x h (3/2)
Sendo h a contar da crista do vertedor que é a cota 702,90m.
A vazão máxima que corre pelo vertedor quando h= 0,70m é:
Q= 5,00 x h (3/2)
Q= 5,00 x 0,70 (3/2) = 2,93 m3/s

Vamos dimensionar a tubulação que sai da tomada de água e que fica em baixo da barragem.
O nível da tubulação está a 0,45m abaixo da cota 700,00m, ou seja, 699,55m. A cota de topo é 704,70m,
ou seja, 0,10m mais alto que 704,60m e então teremos um desnível de 704,70 - 699,50= 5,20m.

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Uma outra verificação que temos é checar a condição de orifício para carga acima do vertedor retangular
do Qp25. Usa-se o valor de h menos a metade da altura do bueiro, ou seja, h= 0,5/2.
A Equação do orifício é:
Q= Cd . A . (2gh)0,5
Cd=0,62
A= 0,94m x 3 x 0,70 = 1,97m2
Q=0,62 x 1,97 (2 x 0,98) 0,5 x h 0,5
Q= 5,41 x h 0,5

Para h= [703,90 – (702,90 + 0,70/2)] /2= 0,325m


Q= 5,41 x h 0,5
Q= 5,41 x 0,325 0,5= 3,084m3/s

Para o orifício 3,084m3/s > 2,93m3/s (máximo do vertedor).


Se fossemos usar a vazão acima do nível do vertedor, usaremos orifício e não vertedor.

67.15 Bueiro - verificação se o controle do bueiro está na entrada ou na saída


Trata-se de cálculo de um bueiro com carga de 5,20m e vazão de 3,00m3/s.
Temos que achar o diâmetro, sendo a declividade disponível no local é de 0,71% e o comprimento
L=21,00m.
O valor de Hw= cota Qp25- cota de fundo da torre= 703,90m- 699,85m= 4,05m
HW/D= 4,05/0,90= 4,5
Vamos supor que o tubo seja D=0,90 e vamos verificar.
Área A= π D2/ 4= 0,64m2
Conforme Tomaz, 2002 para dimensionamento de bueiros temos:

Nota: o diâmetro minimo do descarregador de fundo (bueiro) é de 0,80m conforme recomendações do


DAEE, 2005.

67.15.1 Controle na entrada:


Q/AD 0,5= 3,00/ (0,64 x 0,90 0,5)= 4,92 >2,21, então o bueiro está submerso- orifício
Tubo
C= 0,0379 metal - ferro fundido
Y= 0,69
Z= -0,5.S= - 0,5 x 0,0071= -0,004
Q= 0,43 x D 2,5 x [(Hw/D – Y + 0,5x 0,0071)/c] 0,5
Q= 0,43 x 0,902,5 x [(4,05/0,9 – 0,69 + 0,5x 0,0071)/0,0379] 0,5
Q= 3,31m3/s (controle na entrada)

67.15.2 Controle na saída


Verificar a vazão considerando o comprimento, declividade e outras perdas.
Q= A (2.g (ys + S. L – ye)/KL) 0,5
KL = Kt + Ke + Kf + Kb + Ko
Para efeito de estimativa, supomos que 50% da grade está bloqueada com o lixo. Portanto:
An/Ag= 0,50
Substituindo na Equação acima temos:
Kt= 1,45 – 0,45 (An/Ag) – (An/Ag)2
Kt= 1,45 – 0,45 x 0,50 – (0,50)2 = 0,97
Calcular o fator de entrada Ke.
O coeficiente de descarga Cd varia de 0,4 a 0,6,sendo o valor usual mais usado Cd= 0,60.
Ke= 1 / Cd2 - 1
Ke= 1 / 0,622 - 1= 1,63
Para tubulação de D= 0,90m e coeficiente n=0,015 calcular o fator Kf, sendo L= 21m
f= 125 x n2/ D (1/3)
f= 125 x 0,0152/ 0,9 (1/3)
f= 0,03
Mas
Kf= f x L/D

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Kf= 0,03 x 21/0,9= 0,7

Na saída se o tubo está submerso Ko= 0,5 se não está Ko= 1,0.
KL= Kt + Ke + Kf + Kb + Ko
KL= 0,97 + 1,63 + 0,7 + 0,0 + 0,5= 3,8
Q= A[2.g (ys + S. L – ye)/KL] 0,5
Q= 0,64 [2. 9,81 (5,2 + 0,0071. 21 – 1,00)/3,8] 0,5= 3,03m3/s

Q= 3,03m3/s < 3,31m3/s, então o controle é na saída.

Portanto, o diâmetro da tubulação de ferro fundido de 21m de comprimento é D= 0,90m e a declividade é


0,0071m/m.

Tabela 67.12 – Histograma - entrada e saída


tempo entrada Saída tempo entrada Saída
3 3 3 3
min. m /s m /s min. m /s m /s
0,00 0,00 730,00 2,60 2,11
10,00 0,00 740,00 1,41 1,28
20,00 0,00 750,00 1,10 0,97
30,00 0,00 760,00 0,79 0,74
40,00 0,00 770,00 0,63 0,63
50,00 0,00 780,00 0,59 0,55
60,00 0,00 790,00 0,48 0,47
70,00 0,00 800,00 0,42 0,42
80,00 0,00 810,00 0,40 0,38
90,00 0,00 820,00 0,35 0,35
100,00 0,00 830,00 0,31 0,33
110,00 0,00 840,00 0,30 0,31
120,00 0,00 850,00 0,27 0,28
130,00 0,00 860,00 0,25 0,26
140,00 0,00 870,00 0,25 0,25
150,00 0,00 880,00 0,22 0,23
160,00 0,00 890,00 0,21 0,22
170,00 0,00 900,00 0,21 0,21
180,00 0,00 910,00 0,20 0,20
190,00 0,00 920,00 0,19 0,20
200,00 0,00 930,00 0,19 0,19
210,00 0,00 940,00 0,18 0,18
220,00 0,00 950,00 0,18 0,18
230,00 0,00 960,00 0,18 0,18
240,00 0,00 970,00 0,18 0,18
250,00 0,00 980,00 0,18 0,18
260,00 0,00 990,00 0,18 0,17
270,00 0,00 1000,00 0,16 0,16
280,00 0,00 1010,00 0,15 0,16
290,00 0,00 1020,00 0,15 0,15
300,00 0,00 1030,00 0,15 0,15
310,00 0,00 1040,00 0,15 0,15
320,00 0,00 1050,00 0,15 0,15
330,00 0,00 1060,00 0,14 0,14
340,00 0,00 1070,00 0,14 0,14
350,00 0,00 1080,00 0,13 0,13

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360,00 0,00 1090,00 0,13 0,13


370,00 0,00 1100,00 0,12 0,12
380,00 0,00 1110,00 0,12 0,12
390,00 0,00 1120,00 0,12 0,12
400,00 0,00 1130,00 0,12 0,12
410,00 0,00 1140,00 0,12 0,12
420,00 0,00 1150,00 0,12 0,12
430,00 0,00 1160,00 0,12 0,12
440,00 0,00 1170,00 0,12 0,12
450,00 0,00 1180,00 0,11 0,12
460,00 0,00 1190,00 0,11 0,12
470,00 0,00 1200,00 0,11 0,12
480,00 0,00 1210,00 0,10 0,12
490,00 0,00 0,00 1220,00 0,09 0,12
500,00 0,01 0,00 1230,00 0,09 0,12
510,00 0,01 0,00 1240,00 0,09 0,12
520,00 0,01 0,00 1250,00 0,09 0,12
530,00 0,02 0,00 1260,00 0,09 0,11
540,00 0,02 0,00 1270,00 0,09 0,11
550,00 0,03 0,00 1280,00 0,09 0,11
560,00 0,03 0,01 1290,00 0,09 0,11
570,00 0,04 0,01 1300,00 0,09 0,11
580,00 0,04 0,01 1310,00 0,09 0,11
590,00 0,05 0,01 1320,00 0,09 0,11
600,00 0,06 0,01 1330,00 0,09 0,11
610,00 0,07 0,01 1340,00 0,09 0,11
620,00 0,08 0,01 1350,00 0,09 0,11
630,00 0,09 0,02 1360,00 0,09 0,11
640,00 0,12 0,02 1370,00 0,09 0,11
650,00 0,15 0,02 1380,00 0,09 0,11
660,00 0,17 0,03 1390,00 0,09 0,11
670,00 0,23 0,04 1400,00 0,09 0,11
680,00 0,28 0,05 1410,00 0,09 0,11
690,00 0,31 0,08 1420,00 0,08 0,11
700,00 1,94 0,11 1430,00 0,08 0,11
710,00 3,44 2,92 1440,00 0,08 0,11
720,00 4,33 3,34

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Histograma Tr=25anos 24h

5
Vazão (m3/s)

4
3 Vazão afluente
2 Vazão efluente
1
0
0 500 1000 1500
Tempo em minutos
Figura 67.4 - Histograma das vazões afluente e efluente.

67.16 Cálculo do vertedor para Qp100


A vazão de pós-dimensionamento para Qp100 é 5,96m3/s que deverá ser usada no vertedor lateral de
emergência, feito fora da barragem (ao lado).
Como temos um reservatório para armazenamento de água, deve-se fazer o routing para Tr= 100anos.
A solução é estimar uma vazão no vertedor para Qp100 e depois fazer o routing para obtermos a vazão
real.
A vazão de pré-desenvolvimento para Tr= 100anos é de 4,33m3/s.
Para a cota máxima do Q25 obtemos a vazão total de 3,416m3/s.
A diferença aproximada é que passará pelo vertedor: 5,96m3/s – 3,416m3/s= 2,55m3/s
Portanto, supomos que deverá passar pelo vertedor de emergência a vazão de 2,55m3/s
Como a altura mínima de um vertedor é de 0,30m, supomos que a altura do vertedor h seja igual a 0,50m.
h= 0,50m
Q= kw L (2g)0,5 h 3/2
2,55= 0,50x L (2x 9,81)0,5 x 0,50 3/2
L= 3,24m
Adotamos L= 3,25m e altura 0,50m.
Q= kw L (2g)0,5 h 3/2

Q= 0,5 x 3,25 (2x 9,81)0,5 h 3/2

Q= =7,2 x h 3/2

67.17 Verificar regra dos 10%


Como a área da bacia tem 26,04ha > 20ha, temos que fazer uma verificação a jusante do que acontecerá
a pontes, viadutos, obras públicas.
Pela regra dos 10% devemos examinar até área de 260,4ha, de maneira que 10% seja igual a 26,04ha.
Para isto, deverá ser aplicado o método de Muskingun-Cunge (Capítulo 10, deste livro).

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67.18 Verificação da segurança da barragem


Alguns estados americanos possuem normas de segurança das barragens onde está o volume
armazenado máximo, a altura da barragem no ponto mais fundo e os perigos de rompimento com prejuízos
materiais e humanos. São as chamadas falhas em pequenas barragens, isto é, aquelas com alturas menores
que 6m e volume menor ou igual a 1.000.000m3.
Ver detalhes no “Capítulo 8 - Falhas em pequenas barragens” deste livro.

Vazão de pico devido a brecha na barragem (Qp)


Pesquisa feita por FROEHLICH, (1995) in Bureau of Reclamation, 1998 fornece a vazão de pico devido
a brecha na barragem.

Qp= 0,607 x V 0,295 x h 1,24


Sendo:
Qp= vazão de pico devido a brecha na barragem (m3/s);
V= volume total de água armazenado na barragem (m3);
h= altura máxima da barragem (m).

Calcular a vazão de pico ocasionada pela brecha na barragem que tem altura de 4,9m e volume de
7.935m3.

Qp= 0,607 x V 0,295 x h 1,24

Qp= 0,607 x 7935 0,295 x 4,9 1,24 = 62 m3/s

Em caso de falha na barragem de terra, a vazão de pico será de 63m3/s.

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Figura 67.5 - Tomada d’água. Observar drenagem, saída da descarga, orifícios e vertedor para Qp25anos ou Qp10anos.
Fonte: Estado da Geórgia, 2001

67.19 Cálculo do pré-tratamento


O volume do reservatório para controle da qualidade das águas pluviais é de 860m3 já calculado com P=
15mm e Rv= 0,22.
O volume do pré-tratamento é 10% do volume citado, ou seja, 86m3.
A vazão de pico para Tr= 25anos no pós-desenvolvimento, conforme Tabela (67.5), é 4,33m3/s.
Dado P= 15mm e AI= 18,4% . Usamos a Equação de Pitt, 1994 com P e Q em milímetros.
Q= P x Rv= 15mm x 0,22= 3,30mm= 0,33cm (notar que colocamos em cm para ser usado no TR-55)
P= 15mm e Q= 3,30mm

CN= 1000/ [10 + 0,197.P + 0,394.Q – 10 (0,0016Q 2 + 0,0019 .Q.P) 0,5]

Portanto, o valor é CN= 92.

S= 25400/ CN – 254= 25400/92 – 254= 276 – 254= 22mm


Usa-se a simplificação de Q= P x Rv, que produz o volume do reservatório para qualidade da água em
mm.
Ia= 0,2 S = 0,2 x 22mm= 4,40mm
Ia/P= 4,40mm/15mm= 0,39. Adotamos Ia/P= 0,40

Escolhendo Chuva Tipo II para a Região Metropolitana de São Paulo.


Co= 2,36409
C1= -0,59857
C2= -0,05621
tc= 21min= 0,35h (tempo de concentração) para pós-desenvolvimento

log Qu= Co + C1 log tc + C2 (log tc)2 – 2,366


log Qu= 2,36409 – 0,59857 log (0,35) –0,05621 [ log (0,35) ] 2 - 2,366
log Qu= 0,2593
Qu= 1,82m3/s /cm / km2 (pico de descarga unitário)

67-21
Critério Unificado para Manejo das Águas Pluviais em Áreas Urbanas
Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
Engenheiro Plínio Tomaz 7 de junho 2010 pliniotomaz@uol.com.br

Qp= Qu x A x Q
A=26,04ha = 0,2604km2
Q= 0,33cm
Qp= Qu . A x Q. Fp= 1,82m3/s/cm/km2 x 0,2604km2 x 0,33cm= 0,16m3/s

Portanto, o pico da descarga para o reservatório de qualidade de água é de 0,16m3/s.

67.19.1 Dimensões do pré-tratamento


Portanto, a vazão de entrada é 0,16m3/s.
As= 2,3xQo / vs
As= 2,3xQo / 0,036 = 64Qo= 64x 0,16=11 m2
3
V= 0,1 x WQV=0,1 X 860=86m
Profundidade= Volume / área As= 86m3/ 11 m2= 7,8m >3,5 Não está bom, pois, deverá ser menor que 3,5m

Profundidade = Volume /Área As


3,00= 34m3 / As
As= 86/3= 29m2
L= largura (m)
Comprimento= 3 x L (m)

L x 3L = 29m2 portanto L= 3,2m


Comprimento = 3 x 3,2m = 9,6m

Verificações:
Velocidade ao longo da caixa de pré-tratamento=V= espaço / tempo
Portanto tempo= espaço / velocidade
Q= S x V
V= Q/S= 0,16 / (3,2 X 3)=0,017m/s <0,25m/s OK

T Tempo = 9,6m / 0,017 = 565s = 9min ( o valor mínimo é 5min ) OK.

O pré-tratamento terá as seguintes dimensões: 9,6m x 3,2m x 3,00m= 92m3 >86m3

9,6m
3,2m

3,00m

67.20 Vazão catastrófica


Vamos estimar a vazão catastrófica da mesma maneira que o Guia Prático para projetos de pequenas
obras hidráulicas do DAEE, 2005.

O vertedor tem 3,25m de largura por altura de água de 0,50m e como temos uma borda livre de 0,50m
teremos uma altura total de 0,50m + 0,50m= 1,00m.
Considerando a equação do vertedor:

Q= kw x L x H x(2gH) 0,5

Q= kw x L x 4,43x H 1,5

Kw=0,50

67-22
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Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
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L= 3,25m
H= 1,00m
Qs= 0,50 x 3,25 x 4,43 x 1,00 1,5 = 7,20 m3/s

O tempo de concentração no desenvolvimento é tc=21minutos.


Considerando o hidrograma pelo Método Racional e considerando a base tb= 3 x tc = 3 x 21= 63min

O volume aproximado para a vazão de 7,2om3/s e considerando a base de 63min teremos no vertedor na
ocorrência da cheia denominada de “catastrófica”.

Vs= Qs x tb /2 = 7,20m3/s x 21min x 60s / 2= 13604m3

O volume na cota 740,90m é 7935m3 e o volume na cota 703,90m, soleira do vertedor é de 5292m3.
Sendo a diferença Vr= 7935-5292= 2643m3

Ve= Vr + Vs

Ve= 2643m3+13.604m3= 16.247m3

Mas Ve= (Qe x tb) /2

Como temos Ve e tb achamos o valor de Qe

Qe= Ve x 2 / tb = 16.247 x 2 / (63 x 60) = 8,6 m3/s

Supondo a aplicação do Método Racional com C=0,22 que é o valor de Rv teremos:

Q= CIA / 360
Q= vazão de pico (m3/s)= 8,6m3/s
C= coeficiente de escoamento superficial= 0,22
I= intensidade de chuva (mm/h)
A= área da bacia em hectare= 26,04ha

Tirando o valor da intensidade de chuva I temos:

I = Q x 360 / ( C x A) = 8,6 x 360 / (0,22 x 26,04) = 540mm/h

Equação de Paulo S. Wilken para RMSP

1747,9 . Tr0,181
I =------------------------ (mm/h)
( t + 15)0,89
Sendo:
I= intensidade média da chuva (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
tc=duração da chuva (min).

1747,9 . Tr0,181
540 =------------------------
(21 + 15)0,89

Aproximadamente podemos supor:

Tr 0,181 = (21 + 15) 0,89 x 540 / 1747,9= 7,5

Tr= 65.000anos

Conclui-se que para a barragem em análise, o risco associado à vazão catastrófica é muito baixo.

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Capitulo 67- Exemplo de aplicação do critério unificado
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67.21 Enchimento do reservatório


O volume do reservatório na cota 704,90m é de 6.534m3 e pode ser verificado aproximadamente pela
vazão afluente:
Na área da bacia de 26,04ha tem precipitação média anual de 1500mm.
Portanto, o volume anualmente precipitado é:

26,04ha x 10.000m2 x 1,5m= 390.600m3

Considerando que 70% das precipitações ocorrem de outubro a março (seis meses) e que cerca de
30% da precipitação resulta em escoamento superficial direto, temos:

390.600m3x 0,7 x 0,3= 82.026m3

A porcentagem entre o volume do reservatório e da precipitação é:

(6.534m3/ 82.026m3 ) x 100 = 8%

Portanto, não haverá problemas no enchimento.

67-24
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Capítulo 79
Orifício e vertedor e curva cota-volume
“Nunca podemos alcançar a verdade, só podemos conjecturar”
Karl Popper

79-1
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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SUMÁRIO
Ordem Assunto

79.1 Introdução
79.2 Orificio
79.3 Entrada nos orificios
79.4 Captação com orificios
79.5 Orificio de pequenas dimensões
79.6 Orificio retangular de grandes dimensões
79.7 Orificio circuloar de grandes dimensões
79.8 Considerando a velocidade de chegada em um canal de um orificio de grandes
dimensões
79.9 Considerando a velocidade de chegada em um canal de um orificio de pequenas
dimensões
79.10 Vertedor de soleira normal par vazão Q
79.11 Vertedor retangular
79.12 Vertedor retangular de soleira espessa adotada pelo DAEE São Paulo
79.13 Vertedor triangular
79.14 Vertedor circular em parede vertical
79.15 Vertedor de parede espessa
79.16 Extravasor de barragens: perfil Creager
79.17 Perfil Creager
79.18 Formulação matemática da curva cota-volume do reservatório
79.19 Análise de incerteza do orificio
79.20 Vetedor proporcional
79.21 Bibliografia e livros consultados

79-2
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Capítulo 79-Orifício e vertedor e curva cota-volume

79.1 Introdução
As estruturas de controle estão classificadas em dois tipos básicos:
 orifício e
 vertedor.

79.2 Orifício
Um orifício no sentido hidráulico é uma abertura de forma regular praticada na parede
ou no fundo de um recipiente, através da qual sai o líquido contido nesse recipiente,
mantendo-se o contorno completamente submerso, isto é, abaixo da superfície livre
(Lencastre, 1983). Um orifício pode possuir qualquer forma, tal como, circular, retangular,
quadrado, etc.
Na classe do orifício, segundo (Akan,1993) estão inclusos os tubos e galerias curtas,
de maneira que a saída não está submersa.
A descarga de um orifício de qualquer seção pode ser determinada usando:

Q= Cd. A0 (2 g h) 0,5 (Equação 79.1)

Sendo:
Q= vazão de descarga (m3/s);
A0 = área da seção transversal do orifício (m2 );
g= aceleração da gravidade g=9,81 m/s 2 ;
h= altura da água sobre a geratriz superior da galeria ou da tubulação (m);
Cd= coeficiente de descarga do orifício (adimensional). Geralmente adotado Cd=0,62

Figura 79.1- Esquema de um orificio de seção circular

A Equação (79.1) só é válida quando h/D > 1,2. Entretanto na prática conforme
(Akan,1993) mesmo para pequenas alturas de h é usada a Equação (79.1).

Dica - o coeficiente de descarga médio de um orifício é Cd= 0,62.

79-3
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Para um tubo de galeria de diâmetro D a área é:

Figura 79.2- Esquema de um orificio de seção circular

A0 = D 2/ 4 (Equação 79.2)

Exemplo 79.1- orifício de seção circular


Considerando o coeficiente de descarga médio usado freqüentemente Cd=0,62
segundo (Wanielista,1997), sendo a altura de água de 3,00m e tubo de 0,60m. Calcular a
descarga em m3 /s.
A0 = D 2/ 4 = π. 0,60 2/ 4 = 0,2827m 2
Q= Cd. A0 (2 g h) 0,5 = 0,62 . 0,2827 . (2 . 9.81 . 3,00) 0,5 = 1,34m3/s

Orifício retangular
Para uma galeria retangular, sendo b a largura e D a altura a área é:

A0 = b . D (Equação 79.3)

Figura 79.3- Esquema de um orificio de seção circular

Exemplo 79.2- Esquema de um orifício de seção retangular


No dimensionamento do piscinão do Pacaembu, (Canholi,1995) usou para a saída de
controle um orifício retangular com 1,00m de largura por 0,50m de altura. Foi usado o
coeficiente de descarga médio Cd0= 0,62.
A altura h desde a geratriz inferior do orifício até o vertedor retangular superior é
4,65m. Calcular a vazão máxima do orifício.

Q= Cd. A0 2 g h = 0,62 . ( 1,00 .0,50) . 2 . 9.81 . 4,65 = 2,96m3/s

79-4
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79.3 Entrada nos orifícios


A entrada nos orifícios pode ser com ou sem chanfro, conforme mostra a Figura
(79.4).

Figura 79.4- Tipos de entrada das galerias- quadrado (r=0), redondo e chanfrado
Fonte: (Akan 1993).

Em função de r/D sendo ”r” da Figura (79.4) e de h/D temos os valores do


coeficiente de descarga Cd na Tabela (79.1) e Tabela (79.2) em função do ângulo do muro de
ala e h/D.
Tabela 79.1-Coeficiente de descarga Cd em orifícios com paredes verticais
h/D r/D ou W/D
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,14
1,4 0,44 0,46 0,49 0,50 0,50 0,51 0,51
1,5 0,46 0,49 0,52 0,53 0,53 0,54 0,54
1,6 0,47 0,51 0,54 0,55 0,55 0,56 0,56
1,7 0,48 0,52 0,55 0,57 0,57 0,57 0,57
1,8 0,49 0,54 0,57 0,58 0,58 0,58 0,58
1,9 0,50 0,55 0,58 0,59 0,60 0,60 0,60
2,0 0,51 0,56 0,59 0,60 0,61 0,61 0,62
2,5 0,54 0,59 0,62 0,64 0,64 0,65 0,66
3,0 0,55 0,61 0,64 0,66 0,67 0,69 0,70
3,5 0,57 0,62 0,65 0,67 0,69 0,70 0,71
4,0 0,58 0,63 0,66 0,68 0,70 0,71 0,72
5,0 0,59 0,64 0,67 0,69 0,71 0,72 0,73
Fonte: (Bodhaine,1976 in Akan,1993)

Tabela 79.2- Orifício - Coeficiente de descarga Cd para condutos extravasores com


muros de ala
Ângulo do Muro Ala
h/D 30º 45º 60º 75º 90º
1,3 0,44 0,44 0,43 0,42 0,39
1,4 0,46 0,46 0,45 0,43 0,41
1,5 0,47 0,47 0,46 0,45 0,42
1,6 0,49 0,49 0,48 0,46 0,43
1,7 0,50 0,50 0,48 0,47 0,44
1,8 0,51 0,51 0,50 0,48 0,45
1,9 0,52 0,52 0,51 0,49 0,46
2,0 0,53 0,53 0,52 0,49 0,46
2,5 0,56 0,56 0,54 0,52 0,49
3,0 0,58 0,58 0,56 0,54 0,50
3,5 0,60 0,60 0,58 0,55 0,52
4,0 0,61 0,61 0,59 0,56 0,53
5,0 0,62 0,62 0,60 0,58 0,54
Fonte: (Bodhaine,1979 in Akan, 1993)

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Exemplo 79.3- orifício de seção circular com chanfro de entrada de raio de 6cm
Considerando um orifício com diâmetro de 1,00m, paredes verticais e com e que o raio
r=0,06m. Calcular Q=?
Usando a Tabela (79.1) com r/D = 0,06/1,00 = 0,060 e supondo h=4,00m e h/D=
4,00/0,60 =6,66. Portanto temos K0= 0,70.

79.4 Captação com orificio


Algumas vezes devido a pouca vazão são feitas captações om tubos na vertical com
orificios espaços.

Figura 79.5- Orificio com varias perfurações. Fonte: Georgia, 2001

Existe uma espécie de torre de captação com orifícios conforme se pode ver na Figura
(79.1). Conforme Georgia, 2001 em estudos baseados de McEnroe, 1988 podemos obter a
vazão da torre com orificios usando a seguinte equação:

Q= Cd . (2A p /3Hs) (2.g) 0,5 . H 3/2

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Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
g=9,891m/s2= aceleração da gravidade
Ap= área da seção transversal de todos os orificios (m2)
Hs= distância de metade do diametro (S/2) do orificioi mais baixo para a metade do orficio
mais alto. É a distância entre o orificio mais baixo e o mais alto, descontado o diâmetro.
H= altura do nível de água até a média dos orificios (m)

79.5 Orifício de pequenas dimensões


Orificio segundo Lencastre, 1983 é uma abertura de forma regular praticada na parede
ou no fundo de um recipiente, através da qual sai o líquido contido nesse recipiente,
mantendo-se o contorno completamento submerso, isto é, abaixo da superfície livre.
Esclarecemos que o orificio não é uma tubulação longa e sim uma abertura na parede.
Existem orificios de parede delgada e parede espessa e orificios de pequena dimensões
e de grandes dimensões.
A equação do orifício é seguinte:
Q= Cd x Ax (2gh) 0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
H= altura no orifício (m)
A=área da secção transversal do tubo (m2)
Cd= coeficiente de descarga do orifício= 0,62
g= 9,81m/s2

79.6 Orificio retangular de grande dimensões


Segundo Novaes Barbosa, 2003 quando as dimensões do orifício não podem ser
desprezadas em presença da carga h o orifício diz-se de grandes dimensões.
Na Figura (79.2) mostramos um orificio retangular de grandes dimensões de largura L.

Q= (2/3) x Cd x L x (2g)0,5 x (H1 3/2 – H 2 3/2)


Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 0,62
g= 9,81m/s2
L= largura do orifício retangular (m)
H1=altura da água acima da base inferior do orifício (m)
H2= altura da água acima da base superior do orifício (m)

79-7
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Figura 79.6- Orificio retangular de grandes dimensões


Fonte: Novais-Barbosa, 2003

79.7 Orificio circular de grande dimensão


O orificio circular de grande dimensão é calculado conforme Figura (79.3) sendo a
altura H a carga até o meio do orificio.

Q= Cd x M x S (2gH)0,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= 1,00, pois como o orificio é grande não há praticamente contração.
M= fornecido pela Tabela (27.2)
S= área do orificio (m2)
H= altura da superficie da água até o centro da tubulação (m)

Tabela 27.2- Valores de M em função de H/2R sendo R o raio


H/ 2R M
0,5 0,960
0,8 0,987
1,4 0,996
3,0 0,999

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Figura 79.7- Orificio circular de grandes dimensões


Fonte: Novais-Barbosa, 2003

79.8 Considerando a velocidade de chegada em um canal de um orificio de grandes


dimensões
Quando um orificio é de grande dimensão, como informa Novais Barbosa, 2003 nem
sempre a velocidade a montante se pode considerar nula como foi adimitido nos itens
anteriores.
Um caso frequente é um canal em que na extremidade tem um orificio de grande
dimensão e neste caso deve ser considerada a velocidade da água no canal.
A equação geral é:

Q= (2/3) x Cd x L x (2.g)0,5 [ ( H 1 + Vo2/2g) 3/2


- (H2 + Vo 2/2g) 3/2 ]

Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Cd= coeficiente de descarga
L= largura do orificio (m)
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
H1=altura da água acima da base inferior do orifício (m)
H2= altura da água acima da base superior do orifício (m)
Vo= velocidade da água no canal (m/s)

79-9
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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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79.9 Considerando a velocidade de chegada em um canal de um orificio de pequenas


dimensões
Neste caso o orificio de pequenas dimensões está no fim de um canal com velocidade
Vo.

Q= Cd x S [(2g ( h + Vo2/2g)] 0,5

Sendo:
Q= vazão (m3/s)
S= area da seção do orificio (m 2)
g=aceleração da gravidade= 9,81m/s2
h= altura da superficie até o centro do orificio (m)
Vo= velocidade da água no canal.

79.10 Vertedor de soleira normal para a vazão Q


O vertedor de soleira normal é empregado para o escoamento de grandes vazões.
A carga medida com relação a crista e correspondente à vazão Qd é designada por
carga de projeto ou de definição da soleira hD.
Entretanto o vertedor poderá funcionar para cargas diferentes do projeto, produzindo-
se sobrepressões ou depressões ao longo da soleira que podem chegar a valores elevados
Figura (79.4).
Uma expressão clássica para delinear o perfil da vertente de soleira normal para
jusante da crista é devida a Creager e fácil de se encontrar (ver Lencastre,1983 ou Azevedo
Netto,1998 p. 99).

Figura 79.8-Vertedor de soleira normal para vazão Qd


Fonte: Notas de aula da EPUSP, prof. dr. Paolo Alfredini, 1998, p. 26, 1998

O vertedor de soleira normal deve ser dimensionada pela Equação (79.4) conforme
(Akan,1993).

79-10
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Q= kw L (2 g)0,5 h 3/2 (Equação 79.4)


onde:
kw = coeficiente de vazão;
L= comprimento da crista do vertedor;
g= aceleração da gravidade
h= lâmina d’água sobre a crista

Os coeficientes k w estão na Tabela (79.3) em função de h/hD sendo hD a altura da crista


do vertedor para a vazão de projeto Qd .
Para cargas h menores que a carga de projeto h D teremos coeficientes de escoamento
diferentes (cuidado para não esquecer).
hD

Figura 79.9- Perfil Creager

Para usar a Tabela (79.3) tem que ser obedecida a relação P/hD >1 , sendo P a altura
do vertedor e hD a altura da crista de projeto do vertedor em relação ao topo do mesmo. Assim
um vertedor com P=4,5m e hD =1,50m a relação P/h D = 4,5/1,5 = 3 >1.

Tabela 79.3- Vertedor retangular - Coeficientes de descarga kw para vertedores em ogiva


h/hD kw
0,2 0,41
0,4 0,44
0,6 0,46
0,8 0,48
1,0 0,49
1,2 0,50
Fonte: Akan,1993

Exemplo 79.4
Calcular a vazão no vertedor retangular com largura L=2,00m, altura de 1,60m e altura
do fundo de 4,65m.
h/hD= 1,60/1,60 =1,00 e entrando na Tabela (79.3) achamos kw =0,49. Usando
Equação(79.4) temos:
g=9,81 m/s2

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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Qd = kw L 2 g h = 0,49 . 2,00 2 g 1,6 3/2 =8,79 m3/s


3/2

Qd é a vazão de projeto do vertedor. Para alturas menores que h D teremos diferentes valores
de kw conforme a Tabela (79.3).

Exemplo 79.5 –orifício e vertedor retangular de soleira normal


Seja um reservatório de detenção com orifício de diâmetro D=0,80m e a P=4,50m do
fundo até a soleira do vertedor de soleira retangular com largura L=2,00m e altura hD=1,50m.
Calcular a curva da descarga do orifício e do vertedor em função da altura da água no
reservatório.

L=2,0
hD=1,50m

P= 4,5m

D=0,80m

Figura 79.10- Esquema de vertedor tipo orifício no fundo e acima vertedor retangular.
Para o orifício usamos a Equação (79.1) com duas variáveis, uma a altura h e outra o
valor do coeficiente de descarga Cd que varia em função da relação h/D e também da relação
r/D dependendo do raio do chanfro na entrada do mesmo.

Q= Cd A0 (2 g h) 0,5
Como D=0,80m a área A0 será:

A0 = D2/ 4 = . 0,802/ 4 = 0,50m2

O valor de h irá variar de 0 até 4,50m.

Escolhido o raio do chanfro, por exemplo, de 3cm=0,03m teremos:

r/D = 0,03/0,80 =0,04


Com o valor de r/D=0,04 e h/D = (4,5-0,8)/ 0,8= 4,65 entramos na Tabela (79.1) e
achamos os valores de Cd =0,67 , o qual será constante.

Para o vertedor retangular procedemos da mesma forma, mas usando a Equação


(79.4).

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Q= kw L (2 g)0,5 h 3/2

A largura do vertedor retangular L=2,00m e portanto o valor da descarga Q varia em


função de kw e da altura h.
Para achar os valores de kw devemos usar a Tabela (79.4) onde entram as relações
h/hD, não esquecendo que hD =1,50m é altura do vertedor. Para h/hD = 1,00 achamos k w=0,49
o qual vamos supor constante.
A Tabela (79.4) foi feita para aplicação das duas fórmulas orifício e vertedor
retangular. O gráfico da Figura (79.4) mostra como fica a curva da descarga em m3/s.

Tabela 79.4- Descarga final resultante do orifício e do vertedor em função da elevação

Altura Orifício Vertedor


da água Soma
h coeficiente Q Coeficiente Q vazões
de escoamento kw
3 3
(m) K0 (m /s) (m /s) (m3/s)
0 0 0
0,25 0,75 0,75
0,50 1,05 1,05
0,75 1,29 1,29
1,00 1,49 1,49
1,25 1,67 1,67
1,50 1,83 1,83
1,75 1,97 1,97
2,00 2,11 2,11
2,25 2,24 2,24
2,50 2,36 2,36
2,75 2,47 2,47
3,00 2,58 2,58
3,25 0,67 2,69 2,69
3,50 2,79 2,79
3,75 2,89 2,89
4,00 2,98 2,98
4,25 3,08 3,08
4,50 3,16 0 3,16
4,75 3,25 0,54 3,79
5,00 3,34 1,53 4,87
5,25 3,42 2,82 6,24
5,50 3,50 0,49 4,34 7,84
5,75 3,58 6,06 9,64
6,00 3,65 7,97 11,62

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Curva da vazão do orifício e


vertedor retangular em função da
altura d'água

7
6
Altura d'água (m)

5
4
3
2
1
0
0 5 10 15
Vazão de descarga (m3/s)

Figura 79.11- Gráfico da descarga total referente ao orifício e ao vertedor

79.11 Vertedor retangular


Os vertedores podem ser de soleira delgada e soleira espessa. O vertedor será de
soleira delgada quando a parte da soleira que está em contanto com a água, isto é, a espessura
da crista tem dimensões muito reduzidas da ordem de 1mm a 2mm. Na prática temos
vertedores de soleira espessa.

Q= Cw x L x h 1,5
Sendo:
Q= vazão (m3/s)
L= comprimento da crista do vertedor retangular (m)
h= altura do nível de água do vertedor retangular a partir da crista do vertedor (m)
Cw= coeficiente de descarga do vertedor retangular sem contração para unidades SI.
H= altura da crista do vertedor em relação ao fundo (m).

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Tabela 79.5 - Coeficiente Cw de vertedor retangular sem contração.


Altura h do vertedor em relação a crista
(m)
H/h 0,06 0,12 0,18 0,24 0,30 0,60 1,50

0,5 2,31 2,28 2,27 2,27 2,27 2,26 2,26


1,0 2,07 2,05 2,04 2,03 2,03 2,03 2,03
2,0 1,95 1,93 1,92 1,92 1,91 1,91 1,90
10,0 1,85 1,83 1,82 1,82 1,82 1,82 1,81
∞ 1,83 1,81 1,80 1,80 1,79 1,79 1,79
Fonte: adaptado de Linsley e Franzini, 1992 para as unidades SI.

Exemplo 79.1
Calcular a vazão de um vertedor retangular com altura H= 0,90m desde o fundo até a crista e
altura do nível de água, a contar da crista do vertedor h= 0,18m.
Primeiramente calculamos: H/h = 0,90/0,18= 5
Entrando na Tabela (79.5) com H/h= 5 e h= 0,18m, estimamos o valor Cw= 1,82
Q= Cw x L x h 1,5
Q= 1,82 x 2,0 x 0,18 1,5= 0,28m3/s

79.12 Vertedor retangular de soleira espessa adotada pelo DAEE São Paulo
O Departamento de Aguas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo adota para
pequenas barragens que o vertedor de parede espessa seja dimensionada pela equação:

Q= 1,55 x L x H 1,5
Sendo:
L= largura do vertedor retangular (m)
H= altura do vertedor a partir da soleira do vertedor (m)
Q= vazão máxima (m3/s)

79.13 Vertedor triangular


Os vertedores triangulares não são usados devido ao problema de depósito de lixo e
sujeira nos mesmos. Urbanas e Stare, 1993 apresentam a equação:

Q= Ct . h 5/2 tan (θ/2)


Sendo:
Q= vazão de descarga no vertedor triangular (m3/s)
h= carga desde o vértice até o nivel de água )m)
θ= ângulo de abertura do vertedor triangular
Ct= fornecido pela Tabela (79.6)

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Figura 79.12- Vertedor triangular. Fonte> Georgia, 201

Tabela 79.6- Valores de Ct conforme Urbonas, 1993


Profundidade h Ângulo de Ângulo de Ângulo de
(m) 45º 60º 90º
0,06 1,47 1,45 1.42
0,12 1,42 1,40 1,39
0,18 1,40 1,39 1,37
0,24 1,39 1,38 1,37
Fonte: Urbonas e Stahre, 1993

Exemplo 79.6 – Vertedor Triangular em ângulo de 90º


Calcular a descarga em m3/s sendo a altura d’água em relação ao vértice H=2,00m

Q= 1,4 . H 5/2 = 1,4 . 2,00 5/2 = 7,92 m3/s

79.14 Vertedor circular em parede vertical


São raramente empregados e a fórmula é a seguinte (Vianna,1997, p. 539), tem como
vantagem dispensar o nivelamento da soleira.

Q= 1,518 . D 0,693 H 1,807 (Equação 79.6)

Sendo Q em m3/s, D e H em metros.

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Exemplo 79.7- Vertedor circular em parede vertical


D=0,90m
H=0,40m (a altura da água em relação a geratriz inferior)
Q= 1,518 . D 0,693 H 1,807 = 1,518 . 0,90 0,693 . 0,40 1,807 =0,27 m3/s

79.15 Extravasor de barragens: perfil Creager


Um vertedor de com perfil Creager é muito usado em barragens.
Para se obter a vazão aproximada que passa por um perfil Creager, usaremos a fórmula
proposta por Azevedo Netto et al.,1998 p.99.

Q= 2,2 . L . H 3/2 (Equação 79.8)

Exemplo 79.9- Calcular a vazão que passa pelo vertedor com perfil Creager sendo a largura
de 2,00m e altura da água de 1,50m (carga).

Q= 2,2 . L . H 3/2 = 2,2 . 2,00. 1,50 3/2 = 8,08 m3/s

Perfil Creager
Uma maneira prática de se achar o perfil Creager de um vertedor é usar os valores da
Tabela (79.7) conforme Azevedo Netto et al, 1998.

Tabela 79.7- Valores de x e de y para vertedor Creager com altura de 1,00m. Para altura
maiores multiplicar as coordenadas pelo novo valor de H.
Valores de x para H=1,00m Valores de y para H=1,00m

0 0,126
0,1 0,036
0,2 0,007
0,3 0,000
0,4 0,007
0,6 0,060
0,8 0,142
1,0 0,257
1,2 0,397
1,4 0,565
1,7 0,870
2,0 1,220
2,5 1,960
3,0 2,820
3,5 3,820

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Eixo X

Eixo Y

Figura 79.13- Perfil Creager com os eixos X e Y conforme Azeveto Netto et al,1998.

Exemplo 79.8- Traçar o perfil Creager supondo H=1,50m.


Multiplicamos todas as coordenadas da Tabela (79.7) por H=1,50m e obtemos a
Tabela (79.8) e a Figura (79.14).

Tabela 79.8- Coordenadas X e Y do perfil Creager


X Y
0,00 0,19
0,15 0,05
0,30 0,01
0,45 0,00
0,60 0,01
0,90 0,09
1,20 0,21
1,50 0,39
1,80 0,60
2,10 0,85
2,55 1,31
3,00 1,83
3,75 2,94
4,50 4,23

5,25 5,73

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0
0 1 2 3 4 5 6

Figura 79.14- Perfil Creager com os eixos X e Y conforme Azeveto Netto et al,1998
considerando a carga de H=1,50m. O valor de y foi calculado usando (5,73-y)

79.16 Vertedor lateral conforme Subramanya, 2009


Subramanya, 2009 para vertedor lateral considera a seguinte equação:

Qs= (2/3). CM .(2.g) 0,5 L (y-s) 3/2

Sendo:
Qs= vazão que passa pelo vertedor de largura L, altura da crista s e altura y desde o piso até o
nivel de água.
s= altura da crista do vertedor lateral (m)
y= altura do nivel de água no vertedor lateral desde o piso (m)
CM= coeficiente de Marchi
CM possui valores diferentes para regime de escoamento subcritico criticoi;
Para regime supercritico, isto é, F≥1 temos:
CM= 0,36-0,008.F 1
F1= número de Froude
Para F1 <1 temos:

CM = 0,611 [1- 3F 12/(F1 2 +2)] 0,5

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Figura 79.15- Corte do vertedor lateral. Observar a altura da crista “s” e a altura “y” e o comprimentoi L.
Fonte: Subramanya, 2009

79.17 Formulação matemática da curva cota - volume do reservatório


Segundo (Akan,1993) a curva cota-volume de reservatórios naturais ou artificiais pode
ser representada pela expressão:

S= b h c (Equação 79.9)

Sendo:
S= volume do reservatório
h= lâmina d’água sobre a saída
b, c = parâmetros constantes que dependem da forma do reservatório

A constante c não tem dimensão e a constante b tem a dimensão [comprimento] 3-c.


As constantes b,c dependem do tamanho e da forma do reservatório. Por exemplo, se
o reservatório tem paredes verticais, então c=1 e b= área da seção horizontal.
Se existe tabulados N pares da curva cota-volume, então as constante b, c podem ser
achadas através de análise de regressão:

( Σlog S) ( Σlog h)
Σ( log S ) ( log h) - -----------------------
N
c = -------------------------------------------------------------- (Equação 79.10 )
( Σlog h )2
Σ( log h) 2 - --------------------------
N

Para o valor de b temos:

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[Σlog S - c (Σlog h ) ] / N
b = 10 (Equação 79.11)

Exemplo 79.10
Seja um reservatório natural com 87.990m3 . A curva cota-volume foi obtida de 0,10m
em 0,10m com N=30. Fazendo-se a planilha da análise de regressão por (Akan,1993) p. 128
obtemos a Tabela (79.7).

O volume (Storage) S em função da altura h é a Equação (79.5):

S= b h c

Sendo c=0,999561 e b= 29331,58 teremos:

S= 29331,58 h 0,999561

Tabela 79.9- Planilha para cálculo da fórmula matemática da curva cota-volume de um


reservatório natural.
Altura h
N=30 log h (logh) 2 Volume log S (logh) *(logS)
3
(m) (m )

0,1 -1,000 1,000 2933 3,467 -3,467


0,2 -0,699 0,489 5866 3,768 -2,634
0,3 -0,523 0,273 8799 3,944 -2,062
0,4 -0,398 0,158 11732 4,069 -1,619
0,5 -0,301 0,091 14665 4,166 -1,254
0,6 -0,222 0,049 17598 4,245 -0,942
0,7 -0,155 0,024 20531 4,312 -0,668
0,8 -0,097 0,009 23464 4,370 -0,424
0,9 -0,046 0,002 26397 4,422 -0,202
1,0 0,000 0,000 29330 4,467 0,000
1,1 0,041 0,002 32263 4,509 0,187
1,2 0,079 0,006 35196 4,546 0,360
1,3 0,114 0,013 38129 4,581 0,522
1,4 0,146 0,021 41062 4,613 0,674
1,5 0,176 0,031 43995 4,643 0,818
1,6 0,204 0,042 46928 4,671 0,954
1,7 0,230 0,053 49861 4,698 1,083
1,8 0,255 0,065 52794 4,723 1,206
1,9 0,279 0,078 55727 4,746 1,323
2,0 0,301 0,091 58660 4,768 1,435
2,1 0,322 0,104 61593 4,790 1,543
2,2 0,342 0,117 64526 4,810 1,647
2,3 0,362 0,131 67459 4,829 1,747
2,4 0,380 0,145 70392 4,848 1,843
2,5 0,398 0,158 73325 4,865 1,936
2,6 0,415 0,172 76258 4,882 2,026

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2,7 0,431 0,186 79191 4,899 2,113


2,8 0,447 0,200 82124 4,914 2,198
2,9 0,462 0,214 85057 4,930 2,279
3,0 0,477 0,228 87990 4,944 2,359
Σ= 2,424 Σ= 4,152 Σ= 136,443 Σ= 14,979
0,999561
c= 0,999561 b=29331,58 S=29331,58*h

Exemplo 79.11- Caso real


Reservatório de detenção projetado pela firma Hagaplan no córrego São João, bairro
Alegre do municipio de São João da Boa Vista em São Paulo.
Seja um reservatório natural com 250.334,80m3. A curva cota-volume foi obtida em
sete intervalos, portanto N=7. Fazendo-se a planilha da análise de regressão por (Akan,1993)
p. 128 obtemos a Tabela (79.10).

Tabela 79.10- Planilha para cálculo da fórmula matemática da curva cota-volume de


um reservatório natural.
Altura h
N=7 log h (logh) 2 Volume log S (logh) x (logS)
3
(m) (m )
0,6 -0,22 0,05 402,30 2,60 -0,58
1,6 0,20 0,04 6562,30 3,82 0,78
2,6 0,41 0,17 28101,30 4,45 1,85
3,6 0,56 0,31 65437,80 4,82 2,68
4,6 0,66 0,44 122251,30 5,09 3,37
5,6 0,75 0,56 201477,80 5,30 3,97
6,1 0,79 0,62 250334,80 5,40 4,24
Σ= 3,15 Σ= 2,19 Σ= 31,48 Σ= 16.31
c= 2,78 b=1761,94 S=1761,94 . h 2,78

O volume (Storage) S em função da altura h é a Equação (79.5):

S= b h c
sendo:

c=2,78
b=1761,94

S = 1761,94 . h 2,78

79.18 Análise de incerteza do orifício


As equações dos orifícios e vertedores apresentam incertezas. Estão na altura da cota
volume, determinação dos volumes por faixas de cota, e incerteza na escolha do coeficiente
de descarga.
Para verificar as incertezas devemos aplicar o método de análise de incerteza de
primeira ordem (Tomaz, 1999).

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Consideremos que o erro na determinação da altura da cota h igual a 5% ou seja o


coeficiente de variação de h é Ωh =0,05 e que o coeficiente de descarga, tanto para o orifício
como para o vertedor retangular igual 20% ou seja o coeficiente de variação é ΩK=0,20.

Q= K0 A0 2 g h
2Q =k2 + (1/2)2. h2
2Q =k2 + (1/4). h2

Exemplo 79.12
2Q =0,202 + + (1/4). 0,052
2Q = 0,040625
Q =0,2016 ou seja a incerteza da vazão Q calculada é de 20,16%

79.19 Análise de incerteza do vertedor retangular


3/2
Q= kw L 2 g h

2Q =k2 +(3/2)2. h2

2Q =k2 + (9/4). h2

Exemplo 79.13

2Q =0,202 + (9/4). 0,052

Q = 0,2136 ou seja a incerteza da vazão calculada Q é de 21,36%

79.20 Vertedores proporcionais


Georgia, 2001 apresenta o vertedor proporcional, que é de deficil construção, mas que
permite uma descarga linear apesar da altura variar.
A equação básica do vertedor proporcional é:
Q= 4,97. a 0,5. b (H-a/3)
x/b= 1- (1/3 x 17) (arctang (y/a) 0,5)

Sendo:
Q= vazão em (cfs)
Dimensões a, b, H e x mostradas na Figura (79.11)

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Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
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Figura 79.16- Vertedor proporcional. Fonte: Georgia, 2001

79-24
Cálculos hidrológicos e hidráulicos para obras municipais
Capítulo 79 Oríficio, vertedor e curva cota-volume
Eng Plínio Tomaz 24/10/2010 pliniotomaz@uol.com.br

79.21 Bibliografia e livros consultados


-OUTLET STRUCTURES. Georgia. acessado em 14 de outrubro de 2010
http://www.georgiastormwater.com/vol2/2-3.pdf
-SUBRAMANYA, K. Flow in open channels. 3a ed. 548páginas.
-URBONAS,BEM e STAHRE, PETER. Stormwaterwater Best Management practices and
detention for water quality, drainage and CSO management. Printe Hall, 1993, New Jersey,
449 páginas.

79-25
Manejo de águas pluviais 1
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

Capítulo 80

Efeito do vento em rios e lagos

Mapa das Isopletas de vendo. Velocidade básica (m/s)

80-1
Manejo de águas pluviais 2
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

SUMÁRIO
Ordem Assunto

80.1 Introdução
80.2 Determinação da borda livre de um lago conforme Stevenson
80.3 Fórmula de Molitor
80.4 Determinação da altura da onda conforme Narfet
80.5 Comprimento da onda conforme Eckart, 1952
80.6 Tensão trativa em rios
80.7 Bibliografia e livros consultados
8 páginas

80-2
Manejo de águas pluviais 3
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

Capítulo 80-Efeito do vento em rios e lagos

80.1 Introdução
Em lagos é muito importante a determinação da borda livre, pois a ação do vento faz criar
ondas na superfície da água que atinge até uma determinada altura. A Figura (80.1) mostra
esquematicamente o comprimento, altura e o período da onda.

Figura 80.1- Comprimento, altura e período da onda


Fonte: Unesco, 2005

Conforme Asce, 1996 as ondas na água podem ter diversas origens: vento, força gravitacional
devido a Lua, atividade sismica ou movimento de agua dentro de um vaso ou deslocamento de um
navio. Existem teorias para as ondas do mar, mas para ondas em lagos e rios o processo é estatistico.
Em rios e lagos é importrante a velocidade do vento e o fetch.

80.2 Determinação da borda livre de um lago conforme Stevenson


Conforme prof. dr. K. Tamada, 1999 da EPUSP a altura da onda ho é obtida através da
fórmula empírica de Stevenson.
ho= 0,028 x ( V x F) 0,5 + 0,76 – 0,26 x ( F) (1/4)
Sendo:
ho= altura da onda (m)
V= velocidade do vento (km/h). São Paulo: velocidade do vento adotada está entre 100km/h a
120km/h
F= fetch (km). Fetch é a medida em linha reta sem cortar qualquer obstáculo físico como ilhas e
penínsulas até o barramento conforme Figura (80.2). O ângulo entre o fetch e a direção do vento é
denominado de Φ.
h= borda livre (m)
h= 1,40 x ho

80-3
Manejo de águas pluviais 4
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

Figura 80.2- Fetch de comprimento L em km

Há também outra apresentação da fórmula de Stevenson:


F < 18km ho=0,75 +0,34 x F 0,5 -0,26 x F 1/4
F>18km ho=0,34 x F 0,5

Fórmula de Gaillard
v= 1,5 + 2 x ho
Sendo:
v= velocidade das ondas (m/s). Nota: não é a mesma coisa que velocidade do vento V
ho= altura das ondas (m).

Exemplo 80.1
Calcular a folga para uma barragem que tem um fetch de F=25km
http://www.carisia.com.br/barragensG-Aula3-projetodebarragens.pdf
Acessado em 31 de outubro de 2007
F>18km ho=0,34 x F 0,5
ho=0,34 x 25 0,5= 1,70m

v= 1,5 + 2 x ho
v= velocidade das ondas (m/s)
v= 1,5 + 2 x 1,70= 4,90m/s
Folga= 0,75 x ho + v2/ 2g = 0,75 x 1,70 + 4,92/(2 x 9,81)= 2,50m
Exemplo 80.2
Calcular a borda livre de uma represa do Cabuçu em Guarulhos com fetch= 1,5km, velocidade do
vento de 120km/h.
ho= 0,028 x ( V x F) 0,5 + 0,76 – 0,26 x ( F) (1/4)
ho= 0,028 x (120 x 0,5) 0,5 + 0,76 – 0,26 x ( 1,5) (1/4)
ho= 0,38+0,76-0,29= 1,27m (altura da onda)
h=1,40 x ho= 1,4 x 1,27= 1,78m (borda livre)

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Manejo de águas pluviais 5
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

80.3 Fórmula de Molitor


Para F < 30km ho= 0,75 + 0,032 x (V x F)0,5 -0,27 (V x F) (1/4)
Para F > 30km ho= 0,032 x (Vx F) 0,5
Sendo:
ho= altura da onda (m)
V= velocidade do vento (km/h)
F= fetch (km). Nota: não confundir o fetch F com a folga F.

Figura 80.3- Altura da onda h e F= folga

A folga F é 0,75 vezes a altura das ondas mais V2/2g

80.4 Determinação da altura da onda conforme Narfet


Conforme Allan et al, 2000 a estimativa da altura da onda e do período pode ser obtida usando
as equações de Narfet.
ho= 0,0015 x g -0,5 x F 0,5 x [V cos(Φ)]
Tp= 2,6 x g 0,72 x F -0,28 x [Vx cos(Φ)] -0.44
Sendo:
ho= altura da onda (m)
F= fetch na direção do vento (m)
V= velocidade do vento (m/s)
(Φ)=ângulo entre a direção do vento e o Fetch
g= 9,81m/s2
Tp= período da onda (s)
De modo geral segundo observações de Allan, 2000 a equação de Narfet aumenta um pouco o
valor da altura da onda e diminui um pouco a período da onda, mas mesmo assim é usada.

Exemplo 80.3
Dada a velocidade do vento de 120km/h (33,33m/s) e fetch de 500m calcular a altura da onda ho e o
período da onda Tp.
ho= 0,0015 x g -0,5 x F 0,5 x [V cos(Φ)]

80-5
Manejo de águas pluviais 6
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

Tp= 2,6 x g 0,72 x F -0,28 x [Vx cos(Φ)] -0.44

ho= 0,0015 x 9,81-0,5 x 500 0,5 x [33,33 cos(0)]= 0,36m (altura da onda)
Tp= 2,6 x 9,81 0,72 x 500 -0,28 x [33,33 cos(0)] -0.44= 0,5s (período)

80.5 Comprimento da onda conforme Eckart, 1952


Conforme Eckart, 1992 in Allan, 2000 o comprimento da onda pode ser obtido usando a
equação:
L= (g x Tp2/ (2x PI)) x {tanh [( 4 x PI2 x d)/ (Tp2 x g)]} 0,5
Sendo:
L= comprimento da onda (m)
g= 9,81m/s2
Tp= período (s)
tanh= tangente hiperbólica
d= profundidade do lago (m)

Exemplo 80.4
Dado um lago com profundidade d=1,20m, período Tp= 2,46s
L= (g x Tp2/ (2 xPI)) x {tanh [( 4 PI2 x d)/ (Tp2 x g)]} 0,5
L= (9,81 x 2,462/ (2 xPI)) x {tanh [( 4 PI2 x 1,20)/ (2,462 x 9,81)]} 0,5 = 7,69m
Portanto, o comprimento da onda L=7,69m.

80.6 Tensão trativa em rios


Conforme Tomaz, 2002 a tensão trativa média T é dada pela equação:
T= γ . R . S
Sendo:
T= tensão trativa média no perímetro molhado da seção transversal (N/m2) ou Pascal Pa
γ = peso especifico da água = 10000N/m3 (valor mais exato = 9800)
R= raio hidráulico (m)
S= declividade (m/m)
Sendo b a largura do rio e y altura da lâmina de água para um rio muito largo (b/y > 4) a tensão
trativa no fundo do rio é:
T= γ . y . S
No talude a tensão trativa é menor, ou seja:
T= 0,7 . γ . y . S
Conforme Unesco, 2005 a tensão trativa nos rios é a soma da tensão trativa devido ao
escoamento e tensão trativa devido ao vento.
T= Tescoamento + T vento

Tensão trativa devido ao escoamento do rio


Usando a equação da tensão trativa combinada com a equação de Manning obtemos a tensão
trativa em N/m2 ou kg/m/s2 no fundo do rio dada pela equação:
Tvento=1000 x 9,81 x U2 x n2/ d (1/3)
Sendo:
Tvento= tensão trativa devido ao vento
U= velocidade média do rio (m/s)
n= coeficiente de Manning do rio
d= profundidade do rio (m)

Tensão trativa devido ao vento

80-6
Manejo de águas pluviais 7
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

A tensão trativa no fundo do rio devido ao vento é dada pela equação:


Tvento= 0,25 x 1000 x fw x Uo2
Sendo:
T= tensão trativa devido ao vento (N/m2)
fw= fator de frição (adimensional)
Uo= velocidade efetiva horizontal no fundo do rio devido a ondas (m/s)
Uo= PI x ho / (Tp x senh (2 x PI x d/ L))
Sendo:
Uo= velocidade horizontal no fundo devido as ondas (m/s)
ho= altura da onda (m)
Tp= período da onda (s)
senh= seno hiperbólico
L= comprimento da onda (m)
O valor aproximada de fw:
fw= exp (-5,977 + 5,123 x d -0,194)
Uma estimativa para fw=0,32.
Geralmente a tensão trativa no fundo dos rios devido ao vento é muito pequena e é
desprezada.

80-7
Manejo de águas pluviais 8
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Capítulo 80- Efeito do vento em rios e lagos

80.7 Bibliografia e livros recomendados


-ALLAN, JONATHAN et al. Wind wave characteristics at Lake Dunstan, South Island, New Zeaand,
22 de março 2000.
-ASCE (AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEER). Hydrology handbook, 2A ED.2006, 784
páginas.
-INTERNET- http://www.carisia.com.br/barragensG-Aula3-projetodebarragens.pdf Acessado em 31
de outubro de 2007
-INTERNET- http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/hid.htm. Acessado em 31 de outubro de
2007.
-TAMADA, K. Construções hidráulicas. EPUSP, 1999. Notas de aula PHD-511
-UNESCO. Water resources systems planning and management. Ano 2005.

80-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 81-Torre de captação de água e descarregador de fundo de secçao circular
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Capítulo 81
Torre de captação de água e descarregador de
fundo de seção circular

81-1
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Capitulo 81-Torre de captação de água e descarregador de fundo de secçao circular
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SUMÁRIO

Ordem Assunto

Capítulo 81- Torre de captação de água e descarregador de fundo


81.1 Introdução
81.2 Torre de descarga: dimensionamento do bueiro
81.3 Controle na entrada
81.4 Bueiro submerso
81.5 Bueiro não submerso
81.6 Controle na saída
81.7 Dimensionamento da tubulação usando a equação de Manning para
seção circular
81.8 Trash rack
81.9 Esquema de barragem de terra
81.10 Volume do prisma trapezoidal
25 páginas

81-2
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Capítulo 81- Torre de captação de água e descarregador de fundo de seção circular

81.1 Introdução
Uma maneira usual na construção de pequenos barramentos é construir uma
tubulação de concreto que servirá de descarregador de fundo. Servirá para conduzir a
vazão base da bacia e servirá posteriormente para o esvaziamento da barragem com torre
de concreto e instalação de stop logs de madeira que facilitam as operações.
Neste capitulo trataremos somente de descarregador de fundo de seção circular e
para cálculos mais elaborados sugerimos consultar o capitulo de Bueiros elaborado por nós
e baseado no FHWA.
A Figura (81.1) mostra o perfil de um barramento com o descarregador de fundo e a
torre de captação de água que terá acesso desde o topo da barragem até o topo da torre
de captação de água.
Trata-se do dimensionamento de bueiro, cujo diâmetro mínimo conforme DAEE é de
0,80m para efeito de manutenção e inspeção.

Figura 81.1- Esquema do descarregador de fundo mostrando uma torre de captação


com acesso. Fonte: DAEE,2006

81-3
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Figura 81.2- Esquema do descarregador de fundo mostrando uma torre de


captação com acesso. Fonte: Georgia

Na Figura (81.3) notamos que o vertedor de emergência fica num dos lados da
barragem e no caso está no lado direito e o descarregador de fundo e a torre de captação
de água fica mais ou menos no meio da barragem.

81-4
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Figura 81.3- Esquema do vertedor de emergência. Fonte: DAEE, 2006

81.2 Torre de captação de água e descarregador de fundo de seção


circular.
Na torre de captação de água ficam os stop logs para esvaziamento da
represa bem como orifícios para esvaziamento de volume temporário para
melhoria da qualidade das águas pluviais e volume de enchente para
Tr=25anos, por exemplo. A vazão devido a Tr=100anos ou Tr=1000anos será
feita pelo vertedor de emergência que é construído num lugar seguro a direita
ou a esquerda do barramento.
É construída em concreto armado e de forma retangular. Nela existem
orifícios e vertedores.
Há dois problemas para resolver: o dimensionamento da tubulação e
devemos saber se o bueiro tem controle na entrada ou se tem controle na
saída.

81-5
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Figura 81.4 – Torre de captação de água em estrutura de concreto com seção retangular na barragem para as
varias entradas
Fonte: Geórgia; New York

Figura 81.5 - Exemplo de torre de captação de água em concreto com seção circular observando-se os
dispositivos para evitar o entupimento.
Fonte: Hall, 2001

Decidido isto, o dimensionamento da vazão de descarga servirá como


base para o exame do routing.
Vamos apresentar de maneira simplificada, sem usar nomogramas, os
métodos de dimensionamento do bueiro para controle na entrada e controle
na saída para tubos de seção circular.

81-6
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81.3 Controle na entrada


O Federal Highway Administration (FHWA) dos Estados Unidos, através
de Norman et al., elaborou em 1985 um método semi-empírico, que se baseia
no conceito de seção de controle na entrada e seção de controle na saída.
Todas as pesquisas foram feitas pelo National Bureau of Standards (NBS).
No controle da entrada o bueiro poderá trabalhar como orifício (submerso)
ou como vertedor (não submerso). O caso mais usual é trabalhar como bueiro
submerso, dada a Torre de captação de água que deverá ser construída.

81.4 Bueiro submerso


A equação do orifício (submerso), adaptado para as unidades do
Sistema Internacional (SI), é a seguinte:
(Hwi /D)= c . ( 1,811 . Q/ A . D 0,5 ) 2 + Y + Z para (Q/ A D 0,5)  2,21
Sendo:
Hwi = carga na entrada acima da geratriz inferior na entrada do bueiro (m)
D= altura do bueiro (m)
c= coeficiente fornecido pela Tabela (81.1) sendo por exemplo c= 0,0398
Y= valor fornecido pela Tabela (81.1) sendo Y= 0,67
S= declividade do bueiro (m/m), por exemplo, S= 0,005m/m
Z= termo para a declividade do bueiro sendo Z= 0,7 x S, para entrada
acompanhando a saia do aterro e Z= -0,7x S em outros casos
Q= vazão de pico da bacia hidrológica (m3/s)
A= área da seção transversal do bueiro (m2)
Tirando o valor de Q temos:

Q= 0,43 x D 2,5 x [( Hw/D – Y - Z )/c] 0,5


Q= 0,43 x D 2,5 x [( Hw/D – Y +0,7S )/c] 0,5 (Equação 81.1)

81-7
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81.5 Bueiro não submerso


Quando o bueiro não está submerso, funciona como um vertedor e neste pode ser aplicada a
equação simplificada e fácil de ser aplicada:

(Hwi /D)= Hc/D + K . (1,811. Q/ A . D 0,5) M + Z


Tirando-se o valor de Q temos:

Q= (Hw/D – Hc/D +0,7x S)


(1/M)
x ( A. D
0,5
)/ (1,811 x K
(1/M)
) (Q/ A D 0,5)  1,93 (Equação 81.2)

Sendo:
Q= vazão (m3/s)
Hw= carga na entrada (m)
Hc=yc+ V2/2g
V=Q/(yc x B)
yc= altura crítica (m)
S= declividade da tubulação (m/m)
A= área da seção transversal da tubulação ou da seção retangular (m2)
D= altura da seção retangular ou diâmetro da tubulação (m)
K, M= coeficientes obtidos consultando a Tabela (81.1)

Existe uma equação simplificada para o mesmo problema denominada pela


FHWA de (Form2) que não usaremos:

(Hwi /D)= K . (1,811. Q/ A . D 0,5) M para (Q/ A D 0,5)  1,93


Q= (Hw/D) (1/M) x A x D0,5/ (1,811 x K (1/M) )
Grizzard et al.,1996 in Water Resources Handbook, Mays, 1993 cita a Tabela (81.1) com as formas e
entrada de bueiros mais freqüentes.

Tabela 81.1 - Constantes para seção de controle na entrada em bueiros


Não submerso Submerso
Forma do bueiro ou material e descrição do tipo de entrada do bueiro
K M c Y
Tubo de concreto
Entrada em ângulo reto com muros de ala de testa 0,0098 2,000 0,0398 0,670
Entrada em ranhura com muros de ala e de testa 0,0018 2,000 0,0292 0,740
Entrada projetante com ranhuras ou encaixe 0,0045 2,000 0,0317 0,690

Tubos de Chapas Metálicas


Entrada com muro de testa 0,0078 2,000 0,0379 0,690
Entrada alinhada com a declividade da estrada 0,0210 1,330 0,0463 0,750
Entrada projetante 0,0340 1,500 0,0553 0,540

Tubos em anéis circulares


Anéis com alargamento na entrada em ângulo de 45  0,0018 2,500 0,0300 0,740
Anéis com alargamento na entrada em ângulo de 33,7 0,0018 2,500 0,0243 0,830

Seção retangular
Com muros de ala alargado de 30 a 75 0,0260 1,000 0,0347 0,810
Com muros de ala alargado de 90 e 15 0,0610 0,750 0,0400 0,800
Com muros de alas de 0 0,0610 0,750 0,0423 0,820

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Fonte: Grizzard et al. in Urban Stormawater Management, cap. 26.13, Federal Highway Administration (FHWA, 1985)

Nota: para o valor (Q/ A D 0,5) existe uma faixa intermediaria não definida entre 1,93 e 2,21 e
dentro desta faixa o bueiro poderá estar submerso ou não submerso e será resolvido por
tentativa, supondo um caso e outro. Akan,2006 sugere uma interpolação.

Equações semi-empiricas para estimativa da altura crítica yc


French in Mays, 1999 em seu livro Hydraulic Design Handbook capítulo 3.7-Hydraulic of
Open Channel Flow, mostra quatro equações semi-empíricas para a estimativa da altura crítica yc
extraídas de trabalho de Straub, 1982.
Primeiramente é definido um termo denominado
 = Q2 / g ( Equação 81.3)
sendo Q a vazão (m3/s) e g=9,81 m/s2.
.
Seção circular
yc = (1,01 / D 0,26) .  0,25 (Equação 81.4)
sendo D o diâmetro da tubulação.

Altura crítica
A altura crítica da água no canal que chega a água para a escada hidráulica é dada pela
equação:
dc= [Q 2/ (g B2)](1/3)
dc= [q 2/ (g)](1/3)
Sendo:
dc= altura crítica do canal no início da escada hidráulica (m)
Q= vazão total (m3/s)
B= largura da escada hidráulica (m)
g= aceleração da gravidade = 9,81m/s2

Exercício 81.1
Calcular a altura crítica de um tubo de concreto de diâmetro de 1,5m para conduzir uma vazão de
7,1m3/s.
Primeiramente calculamos 
 = Q2 / g = 7,12 / 9,81 = 5,14

yc = (1,01 / D 0,26) .  0,25 = (1,01 / 1,50,26) x 5,14 0,25 = 1,37m

Portanto, a altura critica no tubo é de 1,37m

81-9
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81.6 Controle na saída


A tubulação pode de seção plena no seu funcionamento e o fim da
tubulação não é submerso. Basicamente temos a equação abaixo, usada na
Geórgia, 2001 e New York, 2002 na seguinte forma:

Q = A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5 (Equação 81.5)

Sendo:
Q= capacidade da tubulação (m3/s);
A= área da seção transversal da tubulação (m2);
D= diâmetro da tubulação (m);
g= aceleração da gravidade (9,81m/s2);
h= diferença de nível da lâmina de água e do centro da tubulação de
descarga ou da altura de água a jusante, ou seja, o tailwater (m). Usualmente
usa-se D/2.
L= comprimento da tubulação (m);
Km= coeficiente de perda de carga localizada, usualmente Km= 1.
n= coeficiente de rugosidade de Manning. Usualmente n= 0,015
Kp= perda localizada da tubulação= 125 x n2 / D (4/3)

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Figura 81.6- Esquema da torre de captação de água de concreto com o descarregador de


fundo da barragem.

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Figura 81.7- Esquema das diversas captações da Torre de captação de água: volume
temporario, enchentes e stop log para esvaziamento.

Exemplo 81.2 – Considerando a carga até o nível máximo ocupado por Tr=100anos
Considerando o orificio com diâmetro de 0,30 e altura 2,78m da superficie para Tr=100anos e
considerando que o vertedor para Tr=25anos c om 1,45m de largura por 1,42m de altura e distante
média de 1,44 da superficie, teremos vazão do orificio de 0,34m3/s do orificio retangular de 6,8m3/s
totalizando 7,1m3/s.
Para o cálculo do tubo de descarga, que vai da tomada de água e passa por baixo da barragem.
Supondo:
Km= 1
n= 0,013 concreto armado
Cota do nível de água máximo maximorum= 703,75m
Cota do fundo da torre= 700,25m
Cota do lançamento da tubulação= 700,00m
Diâmetro do tubo= 1,50m (diametro minimo de 0,80m conforme DAEE)
h= (703,75- (700 + D/2)= (703,75- 700,75)= 3,00m
Declividade S=0,005m/m
h= 3,00m (diferença entre o nível da entrada e a média do diâmetro médio da tubulação no
lançamento).
Comprimento da tubulação= 50m
Vamos ver se o controle está na saída ou na entrada.

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Controle na entrada
Sendo usualmente os tubos em concreto e entrada em ângulo reto usamos os coeficientes da
Tabela (81.1).
Primeiramente calcuamos Q/A.D 0,5.
A= PI x D2/4= 1,767m2
Q/A.D 0,5 = 7,1/(1,767x1,5 0,5)= 3,2
Como (Q/ A D 0,5) ≥ 2,21 trata-se de bueiro submerso.
2,5 0,5
Q= 0,43 x D x [( Hw/D – Y +0,7.S )/c]

Hw= cota do nível de água – cota do fundo da torre= 703,75m –700,25= 3,50m
Hw/D = 3,50 / 1,50 = 2,33
Y=0,67 da Tabela (81.2)
c=0,0398
2,5 0,5
Q= 0,43 x D x [( Hw/D – Y +0,7S )/c]
2,5 0,5
Q= 0,43 x 1,5 x [( 2,33 – 0,67 +0,7x0,005 )/0,0398]
Q= 7,67m3/s
Portanto, a vazão no controle da entrada para bueiro submerso é 7,67m3/s

Controle na saída
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5
Sendo:
Q= capacidade da tubulação (m3/s);
A= área da seção transversal da tubulação (m2);
D= diâmetro da tubulação (m);
g= aceleração da gravidade (9,81m/s2);
h= diferença de nível da lâmina de água e do centro da tubulação de descarga ou da altura de
água a jusante, ou seja o tailwater (m). Usa-se D/2.
L= comprimento da tubulação (m);
Km= coeficiente de perda de carga localizada, usualmente Km= 1.
n= coeficiente de rugosidade de Manning. Usualmente n= 0,013
Kp= perda localizada da tubulação= 125 x n2 / D (4/3)
D= 1,50m L=50m
A=  D /4= 1,767m2
2

Kp= 125 x n2 / D (4/3) = 125 x 0,0132 / 1,5 (4/3) = 0,0123


h= 703,75- (700 + 1,5/2)= (703,75- 700,75)= 3,00m

Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5 =1,767 [(2 x 9,81 x 3,00) / (1+ 1 + 0,0123 x 50) ]0,5
Q= 8,38m3/s

Conclusão:
Como o controle na entrada é 7,67m3/s é menor que a vazão de controle na saída de 8,38m3/s da
seção, será o de menor vazão, isto é, o controle será na entrada.
Portanto, como 7,67m3/s >7,1m3/s o controle é na entrada e a tubulação com diâmetro de 1,50m
está bem dimensionada.

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Exemplo 81.3 – Mesmos dados anteriores, mas com diametro D=0,80m


Vamos mostrar que se usássemos D=0,80m não atenderia o solicitado pois a vazão de controle seria
de saida com 2,20m3/s que é bem menor que os 7,1m3/s necessarios. Daí ser necessario aumentar o
diametro. Isto foi feito até chegarmos ao diametro de 1,50m citado no exemplo 81.2.

Tabela 81.2- Usando dados do Exemplo (81.2), mas usando diametro D=0,80m
Tubo de concreto
Entrada de dados
Vazão (m3/s)= 7,10
Diametro (m)= 0,80
Declividadade S (m/m)= 0,005
Rugosidade de Manning n= 0,013
Comprimento da tubulação de descarga (m)= 50,00
Cota do nivel de água (m)= 703,75
Cota do fundo da torre (m)= 700,25
Cota da geratriz inferior da saida da tubulação de descarga (m)= 700,00

Controle na entrada
Bueiro submerso
Area A (m2)= 0,502656
Q/A.D^0,5= 15,79
Verificação se o bueiro está submerso= Bueiro Submerso
Hw= 3,50
Hw/D= 4,38
c= 0,03980
Y= 0,67
Vazão calculada para bueiro submerso (m3/s)= 2,38

Controle na saida
Km= 1
Kp=125n^2/D^(4/3)= 0,0284
h (m)= 3,350
Vazao de controle na saida (m3/s)= 2,20

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Exemplo 81.4 – Considerando a carga até o nível máximo ocupado por Tr=25anos
Considerando o orificio com diâmetro de 0,30 e altura 2,78m da superficie para Tr=25anos e
considerando que o vertedor para Tr=25anos com 1,45m de largura por 1,42m de altura e distante
média de 1,44 da superficie, teremos vazão do orificio de 0,34m3/s do orificio retangular de 6,8m3/s
totalizando 3,74m3/s.
Para o cálculo do tubo de descarga, que vai da tomada de água e passa por baixo da barragem.
Supondo:
Km= 1
n= 0,013 concreto armado
Cota do nível de água máximo maximorum= 703,50m
Cota do fundo da torre= 700,25m
Cota do lançamento da tubulação= 700,00m
Diâmetro do tubo= 1,50m (diametro minimo de 0,80m conforme DAEE)
h= (703,50- (700 + D/2)= (703,75- 700,75)= 2,75m
Declividade S=0,005m/m
h= 2,750m (diferença entre o nível da entrada e a média do diâmetro médio da tubulação no
lançamento).
Comprimento da tubulação= 50m
Vamos ver se o controle está na saída ou na entrada.
Controle na entrada
Sendo usualmente os tubos em concreto e entrada em ângulo reto usamos os coeficientes da
Tabela (81.1).
Primeiramente calcuamos Q/A.D 0,5.
A= PI x D2/4= 1,767m2
Q/A.D 0,5 = 3,74/(1,767x1,5 0,5)= 1,73
(Q/ A D 0,5)  1,93
(1/M) 0,5 (1/M) 0,5
Q= (Hw/D – yc +0,7x S) x ( A. D )/ (1,811 x K ) Como (Q/ A D ) ≥ 2,21 trata-se
de bueiro submerso.

Hw= cota do nível de água – cota do fundo da torre= 703,50m –700,25= 3,25m
Hw/D = 3,25 / 1,50 = 2,17
(1/M) 0,5 (1/M)
Q= (Hw/D – yc/D +0,7x S) x ( A. D )/ (1,811 x K )

Altura crítica yc
 = Q2 / g =3,74 2/9,81= 1,43
sendo Q a vazão (m3/s) e g=9,81 m/s2.
.
Seção circular
yc = (1,01 / D 0,26) .  0,25
sendo D o diâmetro da tubulação.
yc = (1,01 / 1,5 0,26) . 1,430,25
yc=0,99m
Hw= 703,50- 700,25= 3,25m
S= 0,005m/m
K=0,0098
M=2
(1/M) 0,5 (1/M)
Q= (Hw/D – yc/D +0,7x S) x ( A. D )/ (1,811 x K )

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(1/2) 0,5 (1/2)


Q= (2,17 – 0,99/1,5 +0,7x 0,005) x ( 1,767 x 1,5 )/ (1,811 x 0,0098 )
3
Q= 13,10m /s
Portanto, a vazão no controle da entrada para bueiro submerso é 13,10m3/s

Controle na saída
Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5
Sendo:
Q= capacidade da tubulação (m3/s);
A= área da seção transversal da tubulação (m2);
D= diâmetro da tubulação (m);
g= aceleração da gravidade (9,81m/s2);
h= diferença de nível da lâmina de água e do centro da tubulação de descarga ou da altura de
água a jusante, ou seja o tailwater (m). Usa-se D/2.
L= comprimento da tubulação (m);
Km= coeficiente de perda de carga localizada, usualmente Km= 1.
n= coeficiente de rugosidade de Manning. Usualmente n= 0,013
Kp= perda localizada da tubulação= 125 x n2 / D (4/3)
D= 1,50m L=50m
A=  D /4= 1,767m2
2

Kp= 125 x n2 / D (4/3) = 125 x 0,0132 / 1,5 (4/3) = 0,0123


h= 703,50- (700 + 1,5/2)= (703,50- 700,75)= 2,75m

Q= A [(2.g .h) / (1+ Km +Kp. L)]0,5 =1,767 [(2 x 9,81 x 2,75) / (1+ 1 + 0,0123 x 50) ]0,5
Q= 8,03m3/s

Conclusão:
Como o controle na entrada é 13,10m3/s é maior que a vazão de controle na saída de 8,03m3/s
da seção, será o de menor vazão, isto é, o controle será na saida.
Portanto, como 8,03m3/s >3,74m3/s o controle é na saida e a tubulação com diâmetro de 1,50m
está bem dimensionada.

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Exemplo 81.5 Considerando na máximo na cota 704,23m

Tabela 81.3- Cálculo usando cota de nivel de água 704,23m


Tubo de concreto
Entrada de dados
Vazão (m3/s)= 7,10
Diametro (m)= 1,50
Declividadade S (m/m)= 0,005
Rugosidade de Manning n= 0,013
Comprimento da tubulação de descarga (m)= 50,00
Cota do nivel de água (m)= 704,23
Cota do fundo da torre (m)= 700,25
Cota da geratriz inferior da saida da tubulação de descarga (m)= 700,00

Controle na entrada
Bueiro submerso
Area A (m2)= 1,76715
Q/A.D 0,5= 3,28
Verificação se o bueiro está submerso= Bueiro Submerso
Hw= 3,98
Hw/D= 2,65
c= 0,03980
Y= 0,67
3
Vazão calculada para bueiro submerso (m /s)= 8,37

Controle na entrada
Bueiro não submerso
Verificação se o bueiro é não submerso=
K= 0,0098
M= 2
Altura crítica de seção circular
Phi= 5,14
yc= (m)= 1,37
Q (completo) m3/s= 13,70

Controle na saida
Km= 1
2 (4/3)
Kp=125n /D = 0,0123
h (m)= 3,480
Vazao de controle na saida (m3/s)= 9,03

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Exemplo 81.6
Dado um barramento com os dados da Tabela (81.4) dimensionar o bueiro.

Tabela 81.4- Descarregador de fundo da Barragem 2


Santa Rosa barragem 2
Aduela de concreto armado com muros de ala 0º
Calculos preliminares- calculos das vazões nos orificios
Orificio retangular para Tr=25anos
Largura do vertedor (m)=L= 6,7
Cota da base do vertedor (m)= 770,90
Cota da parte mais alta do vertedor (m) 771,50
Vazão que passa no vertedor retangular (m3/s)= 11,54
Orificio circular
Diametro do orificio (m)= 0,25
Cota da base do orificio (m)= 770,1
Vazao no orificio (m3/s)= 0,19
Vazão total =vertedor retangular+orificio (m3/s)= 11,74
Altura da aduela (m)= 2,00
Declividadade S (m/m)= 0,005
Rugosidade de Manning n= 0,018
Comprimento da tubulação de descarga (m)= 30,00
Cota do nivel de água máxima do reservatório (m)= 772,30
Cota do fundo da torre (m)= 768,00
Cota da geratriz inferior da saida da tubulação de descarga a jusante (m)= 767,85

Controle na entrada
Bueiro submerso
Largura da aduela (m)=B= 2,00
Area A (m2)= 4,00
Q/A.D^0,5= 2,07
Verificação se o bueiro está submerso= Se Q/A.D^0,5 >2,21 bueiro submerso
Hw= 4,30
Hw/D= 2,15
C 0,03170
Y= 0,69
Vazão calculada para bueiro submerso (m3/s)= 16,53

Controle na entrada
Bueiro não submerso
Verificação se o bueiro é não submerso= Se Q/A.D^0,5 <1,93 bueiro não submerso
K= 0,0045
M= 2
Altura critica de seção retangular
yc= (m)= 1,52
Q (Form2) m3/s= 68,28

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Velocidade critica Vc= 3,86


V^2/2g= 0,76
Hc=yc+v^2/2g 2,28
Numerador 10,27
Denominador 0,12
Q form 1 compelata (m3/s) 84,50
Q (Form2) m3/s= 68,28

Controle na saida 1
Km= 2,26
Dequeivalente (m)= 0,0137
Kp=125n^2/D^(4/3)= 3,450
h (m)= 21,20
Vazao de controle na saida (m3/s)=

A seção de controle será aquela que tem a menor vazão

Velocidade da agua dentro do bueiro para seçãod e controle na saida


Vazao maxima (m3/s)= 11,74
Altura critica (m)= dc= [(Q/B)^2 /g] ^(1/3)= 1,52
TW (m)= não tendo dados usar TW=D/2 1,00
(D+dc)/2 1,76
Maior entre TW e (D+dc)/2 1,76
y (m) 1,76
Area molhada (m2) 3,52
Perimetro molhado (m) 5,52
Raio hidraulico (m) 0,64
Declividade (m/m) do bueiro 0,005
Coeficiente de Manning= 0,018
V(m/s)= 3,33
Q(m3/s)= 11,74

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81.7 Dimensionamento da tubulação usando a equação de Manning para seção circular


O diâmetro a seção y/D=0,80 ou seção plena pode ser dada pela equação abaixo.
D= [(Q. n) / ( K´. S 0,5)] (3/8)
Supondo:
n= 0,015 concreto.
S=declividade da tubulação (m/m)
D= diâmetro (m)
Q= vazão (m3/s)
K´=0,312 para seção plena
K´=0,305 para y/D=0,80

Na Tabela (8.5) estão os valores de K´conforme Metcalf e Eddy em função de y/D.

Tabela 81.5- Valores de K´conforme Metcalf &Eddy

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81.8 Trash rack

Figura 81.8- Exemplo de Trash rack, isto é, as grades de proteção da entrada da tubulação

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81.9 Esquema de barragem de terra


C= H/5 + 3,00
Talude a montante: 1:3
Talude a jusante: 1:2

Figura 81.9- Esquema de uma barragem de terra

Estimativa do comprimento b

Exemplo 81.7
Estimar o comprimento da tubulação de descarga sob a represa com altura de 4,23m

Altura H= 4,23m

Largura do topo da barragem c= 4,23/5 + 3,00= 0,85+3=3,84m Adoto c=4,00m

Projeção b1 a montante
b1= H x 3= 4,23 x 3= 12,69m

Projeção b2 a jusante
b2= Hx 2= 4,23 x 2= 8,46m

Total=b1 + c + b2 =12,69+4,00+8,46= 25,15m

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81.10 Volume do prisma trapezoidal


Conforme Geórgia, 2001 ou Akan e Paine, 2001 o volume prismático trapezoidal é dado pela Equação
(89.3).
2 2 3
V= L.W. D + (L+W) Z.D + 4/3 .Z . D (Equação 81.1)
Sendo:
3
V= volume do prisma trapezoidal (m );
L= comprimento da base (m);
W= largura da base (m);
D= profundidade do reservatório (m) e
Z= razão horizontal/vertical. Normalmente 3H:1V

Exemplo 81.8
Dados: Largura= W= 20m, Comprimento= L=60m, Profundidade= D=3m e Z=3. Achar o volume.
Conforme a Equação (81.1):
2 2 3
V= L.W. D + (L+W) Z.D + 4/3 . Z . D
2 2 3
V= 20 x 60 x 3 + (20+60) x 3 x 3 + 4/3 x 3 x 3
3
V= 6.084m

Figura 81.10 - Reservatório com seções transversais e longitudinais trapezoidal


Fonte: Washington, 2001

Para calcular a area da superficie numa altura D fazemos:


L1= L + 2.Z.D
W1= W + 2.Z.D

Exemplo 81.9
D=4,00m L= 123m W=36m
L1= L + 2.Z.D = 123 + 2 x 3 x4= 147m
W1= W + 2.Z.D = 36 + 2 x 3 x 4= 60m
2
Area= L1 x W1= 147 x 60= 8820m

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81.11 Velocidade no bueiro: depende se a seção de controle está na entrada ou na saída


A velocidade mínima deve ser de 0,90m/s e a máxima de 4,5m/s. Para concreto o DAEE
São Paulo adota 4,0m/s
A carga máxima recomendada por algumas cidades americanas é de 1,5 o diâmetro do bueiro.
A velocidade da água no bueiro pode ser verificada através da Figura (81.11) onde estão os
critérios para a velocidade do bueiro.
Há duas maneiras básicas de se calcular a velocidade no bueiro, uma quando a seção de
controle é na entrada e outra quando a seção de controle é na saída.
Quando a seção de controle é na entrada, deve-se seguir a Figura (81.11) no item a) e deverá
ser considerado a profundidade normal yn=dn=d.
Quando a seção de controle é na saída do bueiro, deve-se usar o procedimento b) da Figura
(81.11) que é mais complicado e que deve ter os seguintes procedimentos.
Considerando uma seção retangular cuja altura do bueiro é D, o tailwater TW, dc é a
profundidade crítica e d é a profundidade do bueiro que nós consideraremos quando vamos calcular a
velocidade no mesmo.
Devemos comparar TW, D e dc com o seguinte critério, que consta no livro Hydraulic Design
Handbook do Larry W. Mays, capítulo 7.14.
 Se TW < dc então se adota d=dc
 Se TW > dc e TW < D se adota d=TW
 Se TW > D se adota d=D

Exemplo 81.10 quando o controle está na saida


Qual o valor da altura de água no bueiro que será adotado, quando o tailwater Tw=1,40m
dc= 1,34m e altura de D=1,50m.
Como TW >dc e como TW < D adota-se d=1,40m que é o valor de TW.
Portanto, o valor a ser considerado para o cálculo da velocidade é d=1,40m

Exemplo 81.9 quando o controle está na saida


Qual o valor da altura de água no bueiro que será adotado, quando o tailwater Tw=0,87m;
dc= 1,34m e altura de D=1,50m.
Como TW <dc adota-se d=1,34m que é o valor de dc. Portanto, o valor a ser considerado para
o cálculo da velocidade é d=1,34m

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Figura 81.11- Velocidade no bueiro na entrada (a) e na saida (b) conforme Normann et al.
(1985) p. 663 do Mays, Water Resources Engineering

81-25
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Capitulo 88- Pequenas barragens de terra
Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 88
Pequenas barragens de terra

88-1
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Capitulo 88- Pequenas barragens de terra
Engenheiro Plínio Tomaz 16 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 88- Pequenas barragens de terra

88.1 Introdução
O nosso objetivo é fornecer algumas informações simples sobre pequenas
barragens de terra, não esquecendo que deverá ser consultados especialistas no assunto
quando da construção.
A grande vantagem da barragem de terra é que a mesma não é exigente nem nas
fundações nem nos materiais conforme Costa, 2001. Ela molda-se a quase todas as
fundações e, com modernas técnicas de mecânica dos solos e terraplenagens, aceita
uma enorme variedade de solos.
Existem barragens de terra com mais de 3km de extensão e com mais de 200m
de altura.
Ainda segundo Costa, 2001 a grande vantagem das barragens de terra sobre as
outras, é que podem ser construídas sobre qualquer tipo de fundação.
São relativamente baratas e não exigem pessoal muito especializado.

88.2 Tipos de barragens de terra


Há 3 tipos de barragens de terra:
1. Barragem de aterro homogêneo
2. Barragem zonada
3. Barragem com núcleo.

88.3 Barragem de aterro homogêneo


É a mais comum onde é utilizado um único tipo de solo.
Os taludes a montante e a jusante devem ter inclinações adequadas conforme o
tipo de solo.
Deve ser construído um dreno vertical ou inclinado de areia selecionada de
granulometria adequada ao tipo de solo utilizado, ou por brita confinada em geotextil.
Deve ter ainda um dreno ou tapete horizontal de areia selecionada ou brita
confinada em geotêxtil.
Constroi-se também o cut-off que é a parte do aterro que se insere na fundação.
Quando a qualidade do solo é boa não se faz o cut-off.
O talude de montante deve ser protegido com enrocamente (riprap) ou laje
armada ou tapete asfáltico.
De acordo com o fetch, que o comprimento maior da superfície da água da
barragem e no qual incide o vento. Conforme o comprimento do fetch temos a
espessura mínima em cm do riprap no talude de montante conforme Tabela (88.1).

88-2
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88.4 Barragem com núcleo


São barragens com núcleo de concreto ou solo argiloso, sendo pouco usada.

Tabela 88.1- Espessura do enrocamento sobre talude 3:1


Fetch Espessura mínima do riprap
(km) (cm)
<1,5 45
4 60
8 75
>10 90
Fonte: Costa, 2001

Crista da barragem
Largura do coroamento “c”
Fórmula de Preece c= 1,1 x H 0,5 +1
H=altura máxima da barragem (m)
Coroamento mínimo= 4,00m (DNOCS) Mínimo: 3,00 Portugal

c= H/5 +3m

Taludes
Conforme Matos et al, 2003 in Morano 2006 a altura da barragem depende
do tipo de material;

Tabela 88.2- Taludes a montante e a jusante conforme a altura da barragem e


tipo de solo
Tipo de material Talude Barragem até 5m Barragem de 5,1m
de altura a 10m de altura
Solos argilosos Montante 2:1 2,75:1
Jusante 1,75:1 2,25:1

Solos areno Montante 2,25:1 3:1


argilosos/ argilosos Jusante 2:1 2,25:1

Os taludes usuais conforme Figura (88.1) são:


Talude a montante: 3:1
Talude a jusante: 2:1

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Figura 88.1-Seção transversal típica de uma barragem de terra

Folga: 0,5m a 1,0m

Tomada de água:

Descarregador de fundo: diâmetro mínimo de 0,80m conforme DAEE, 2005

Folga
Para evitar o over-topping é aconselhado as seguintes distâncias.
Tabela 88.3- Folga para evitar over-topping conforme o comprimento do Fetch
Fetch Normal Mínima
(km) (m) (m)
<1,5 1,2 0,90
2,0 1,5 1,2
4,0 1,8 1,5
8,0 2,4 1,8
16,0 3,0 2,1
Fonte: Costa, 2001

88.4 Barragens Zonadas


Quando não existem solos apropriados, em quantidade suficiente, o que sucede
com muita freqüência, recorre-se ao tipo zonado que não é mais do que o
aproveitamento dos solos mais fracos para aterros estabilizadores e do melhor solo
para o núcleo central, conforme Costa, 2001.

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88.5 Volume do prisma trapezoidal


Conforme Geórgia, 2001 ou Akan e Paine, 2001 o volume prismático
trapezoidal é dado pela equação:
V= L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 .Z2 . D3
Sendo:
V= volume do prisma trapezoidal (m3);
L= comprimento da base (m);
W= largura da base (m);
D= profundidade do reservatório (m) e
Z= razão horizontal/vertical. Normalmente 3H:1V
Exemplo 88.1
Dados: Largura= W= 20m, Comprimento= L=60m, Profundidade= D=3m e
Z=3. Achar o volume.
V= L.W. D + (L+W) Z.D2 + 4/3 . Z2 . D3
V= 20 x 60 x 3 + (20+60) x 3 x 32 + 4/3 x 32 x 33
V= 6.084m3

Figura 88.2 - Reservatório com seções transversais e longitudinais trapezoidal


Fonte: Washington, 2001

88.6 Linha freática


A linha freática ou linha de saturação conforme Morano, 2006 limita duas
regiões do corpo da barragem de terra, aquela que tem água infiltrada e aquela que não
tem. A linha superior da Figura (88.3) é a linha freática.
A importância da linha freática é obter a vazão de infiltração ao longo da
barragem de terra no corpo da barragem em metro cúbico por dia por metro de
barragem. Se o terreno sob a barragem de terra for permeável é possível estimar a
perda de água por dia por metro.

88-5
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Figura 88.3- Infiltração da água no corpo de barragem homogênea. A


linha freática e a linha superior no corpo da barragem

Há duas soluções, sendo a primeira construir um filtro horizontal de


areia que é posicionado no terço final do aterro e usado areia média lavada
conforme Morano, 2006. Este filtro horizontal conforme Figura (88.4) é
também chamado de tapete drenante ou colchão drenante e tem a função
de baixar a linha freática, evitando o seu aparecimento na face do talude a
jusante e desse modo, encaminhar as águas percolantes para a base do
aterro e daí para o dreno de pé conforme Morano, 2006.

Figura 88.4- Barragem de terra com filtro horizontal


Fonte: Gupta, 2008

A segunda opção é traçar a linha freática que é uma parábola conforme


pesquisas de Casagrande, com objetivo de se obter dados para o cálculo da
vazão de infiltração no corpo da barragem conforme Figura (88.5).

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Figura 88.5- Barragem de terra com linha freática parabólica


Fonte: Gupta, 2008

88.7 Infiltração no talude de jusante


O objetivo de se obter a linha freática é para calcular a vazão de
infiltração no talude de jusante:

Q= ( Kv . Kh) 0,5 x a x Lx [sen (α)] 2


Q= K x a x [sen (α)] 2
Sendo:
Q= vazão de infiltração (m3/s/m) ou em (m3/dia/m)
Kv= permeabilidade vertical do solo da barragem (m/s)
Kh= permeabilidade horizontal do solo da barragem (m/s)
K= (Kv x Kh) 0,5
α= ângulo do talude de jusante em graus
L= comprimento da barragem (m). Adotado L=1m
a= {yo / [1- cos (α)] } x ( 0,5 + α/ 360º)
yo= ( H2 + d2) 0,5 –d

H= altura da barragem de terra (m)


yo= altura conforme Figura (88.5)
d= largura da crista da barragem (m)

Exemplo 88.2- Gupta, 2008


Dada uma barragem de terra anisotrópica conforme Figura (88.6) com largura
do topo de 9,0m e coeficiente de permeabilidade horizontal de
Kh=0,0000009m/s e permeabilidade vertical Kv=0,0000003m/s. Altura da
barragem de 30m, altura do nível de água H=27m. Comprimento do cateto
referente a encosta de jusante igual a 20,73m (69,1ft). Calcular a vazão em
m3/dia por metro de barragem de água infiltrada no maciço.

88-7
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Figura 88.6-Barragem de terra anisotropica

O ângulo α formado no talude de jusante é calculado por:


tan α= Altura/cateto = 30/ 20,73= 1,45. Portanto, α= 55,35٥
Permeabilidade equivalente K
K= (Kv x Kh) 0,5
K= (0,0000009x 0,0000003) 0,5 = 0,000001643 m/s

Redução da escala
Nas distâncias horizontais temos que dividir por 0,58 para transformar a
barragem anisotropica em isotropica. Nas distancias verticais não há
mudançlas.
(Kv/Kh) 0,5= (0,0000003/0,0000009) 0,5= 0,58

CB= H/ tan (α) = 27/tan (55,35) = 18,7m


AB= 0,3 X CB
AB= 0,3 X 18,7= 5,6m
CA= 0,7 x CB= 0,7 x 18,7= 13,1m

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d= (20,73 + 20,73+5,22)- 13,1= 33,58m

yo= ( H2 + d2) 0,5 –d


yo= ( 272 + 33,582) 0,5 –33,58= 43,09- 33,58= 9,51m

a= {yo / [1- cos (α)] } x ( 0,5 + α/ 360º)


a= {9,51 / [1- cos (55,35)] } x ( 0,5 + 55,35/ 360º) = 14,4m

Q= K x a x [sen (α)] 2
Q= 0,000001643 x 14,4 x [sen (55,35)] 2
Q= 0,000016m3/s/m= 1,38 m3/dia/m

Portanto, infiltrará pelo talude de jusante 1,34m3/dia por metro da


barragem e como temos comprimento total de L=159,00 teremos:

Q= 1,34 x 159= 213m3/dia de infiltração no talude de jusante

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88.9 Estimativa de Infiltração sob a barragem


Gupta, 2008 calcula a infiltração sob a barragem quando o solo é
permeável e devemos verificar se não surge o problema de piping, isto é, que
a infiltração seja tão grande que faça escorregar o pé da barragem fazendo
desmonte da estrutura.
Segundo Gupta, 2008 a relação empírica L/H deve ser calculada, onde L
é o comprimento da barragem e H a altura da mesma. A razão L/H deve ser
mantida suficientemente grande, sendo adotado 4 para pedregulhos e 18 para
areia e silte para prevenir piping conforme Tersaghi, 1967 in Gupta, 2008.
O cálculo é feito usando a equação de Darcy usando:

i = H/L
Sendo:
i= gradiente
H= altura da barragem (m)
L= comprimento da barragem (m)
P= profundidade da camada permeável (m)
Q= Kv x P x i
Sendo:
Q= água infiltrada (m3/dia/metro de barragem)

Exemplo 88.3
Mesmo exemplo anterior de Gupta, com L= 159m, nivel de água H=27m
K=0,000003m/s e altura da camada permeável sob a barragem P=12m.
Determinar a infiltração de água sob a barragem em todo o seu comprimento.

Relação L/H= 159/27= 5,9

Equação de Darci
Q= Kv x P x i
Gradiente hidráulico
i= H/L= 27m/ 159m=0,17
Q= Kv x P x i
Q= 0,000003 x 12 x0,17=0,00000612m3/s /m
Q=0,53m3/dia/m
Como a barragem tem comprimento total de 159m teremos de água por
infiltração sob a barragem de 0,53 x 159= 84m3/dia

Resumo:
Infiltração no talude de jusante= 213m3/dia
Infiltração sob a barragem= 84m3/dia
Total=297 m3/dia

88-10
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Capitulo 88- Pequenas barragens de terra
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88.10 Bibliografia e livros consultados


-COSTA, TEIXEIRA e LANÇA, RUI. Barragens. Escola Superior de Tecnologia
Universidade de Algarve, Portugal, 28 de fevereiro de 2001.
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic systems. 3a ed. USA,896 paginas, ano
2008.
-KAPLAN, EDUARDO. Pequenas barragens para abastecimento de água no
municipio de Caxias do Sul, RS. Porto Alegre, junho, 2010.
-MORANO, JOSE ROBERTO. Pequenas barragens de terra. Metodologia para
projetos e obras. Edição Codasp, 2006. 103 páginas.
-NEW YORK STATE DEPARTMENT OF ENVIRONMENTAL CONVERVATION;
Guidelines for design of dams. Janeiro, 1989.
-REGULAMENTO DE SEGURANÇA DE BARRAGENS. Capitulo I, Diário da
República, 198 de 15 de outubro de 2007. Portugal.

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Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas

Engenheiro Plínio Tomaz 14 de novembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 92
Curvas na vertical e horizontal e superelevação em
curvas

Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas

92-1
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Capitulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas

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Capítulo 92- Curvas na vertical e horizontal e superelevação em curvas

92.1 Introdução
 As justificativas para a adoção de uma borda livre (freeboard) são:
 Curvas em canais e rios que produzem uma superelevação,
 Ventos,
 Ressaltos hidráulicos e
 Instabilidade do veio líquido.

92.2 Freeboard
French, 2007 recomenda como estimativa preliminar do freeboard a
seguinte equação:

F= (C.y) 0,5
Sendo:
F= altura do freeboard (m)
y= altura do nível de água (m)
C= coeficiente que varia de 1,5 para 0,57m3/s para 2,5 para 85m3/s. Os
valores de C são obtidos por interpolaç

Exemplo 92.1
Calcular o freeboard para um canal com vazão de 43m3/s e altura y=1,20m.
Fazendo uma interpolação entre C=1,5 a C=2,5 teremos C=2.
F= (C.y) 0,5
F= (2x1,20) 0,5
F= 1,55m

92.3 Superelevação em curvas horizontais


Subramanya, 2009 mostra equação para escoamento subcrítico:
E= ( V2 . B)/ (g.r)
Exemplo 92.2
Calcular a superelevação de um canal com V=1,8m/s largura B=80m e raio de
curvatura de 500m.
E= ( V2 . B)/ (g.r)
E= ( 1,82 x 80)/ (9,81 x 500)= 0,053m

Quando o escoamento em um canal ou rio for subcrítico a


superelevação E pode ser calculada conforme Subramanya, 2009 pelas
seguintes equações.

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Canal retangular

E= ( 3.V2 . B)/ (4.g.r)


Sendo:
E= altura máxima que a água atinge acima do nível do escoamento yo (m)
V= velocidade média na seção (m/s)
B= largura da seção (m)
g= 9,81m/s2= aceleração da gravidade
r= raio da curva medido do centro do canal (m)

Exemplo 92.3
Calcular a superelevação de um canal retangular com V=1,8m/s largura
B=80m e raio de curvatura de 500m.
E= ( 3.V2 . B)/ (4.g.r)
E= ( 3x 1,82 x 80)/ (4x9,81x500)= 0,04m

Canal trapezoidal
E= V2 (B+2.z.yo)/ 2 (g.r-2.z.V2)
Sendo:
yo= altura do nível de água (m)
z= declividade do talude.

Exemplo 92.4
Calcular a superelevação de um canal trapezoidal com talude 1 (V): 2(H)
(z=2); V=1,8m/s largura B=80m e raio de curvatura de 500m.

E= V2 (B+2.z.yo)/ 2 (g.r-2.z.V2)
E= 1,82 (80+2x2x1,2)/ 2 (9,81x500-2x2x1,82)=0,03m

92.4 Raio de curvatura para curvas horizontais


Segundo French, 2007 não há uma regra para estimar o minimo raio de
curvatura.
Na Índia o mínimo raio de curvatura é 91m para canais com vazões de
0,30m3/s e raio de 1500m para vazões maiores que 85m3/s.
Khatsuria, 2005 recomenda o raio mínimo de curvatura aceitável para
canal com seção retangular os estudos de Wes, 1970.
Rmin= 4 V2 B / g.y

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Exemplo 92.5
Calcular a superelevação de um canal, V=1,8m/s largura B=80m e y=1,20m .
Calcular o raio mínimo de curvatura de 500m.

Rmin= 4 V2 B / g.y
Rmin= 4x 1,82 x 80 / (9,81x1,20)= 88,00m

Máxima superelevação
Emax= 0,09. B

Exemplo 92.6
Calcular a máxima superelevação em um canal com 80m de largura.
Emax= 0,09. B
Emax= 0,09 x 80= 7,2m

Khatsuria, 2005 recomenda que o mínimo comprimento de transição de


cada lado da curva seja dado pela equação:
Lt= 20 x E
Sendo:
Lt= comprimento de transição em metros de cada lado da curva
E= superelevação na curva (m)

Exemplo 92.7
Calcular o comprimento mínimo de transição para superelevação de
0,50m.
Lt= 20 E
Lt= 20 x 0,50= 10,00m

Khatsuria, 2005 conforme Figura (92.1) informa ainda que se pode


usar dois raios de curvatura ( Rt e Rc ) da seguinte maneira:

θ = 2.θt + θc

Sendo: θt

θt= tan -1 [ b/tan β1/ (Rt + b/2)]

Sendo:
Rt= 2.Rc
Rc= raio da curva central (m)
F1= número de Froude do escoamento no começo da curva
β1= sen -1 ( 1/F1)

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Figura 92.1- Curva composta de dois raios


Fonte: Khatsuria, 2005

92.5 Superelevação conforme French para curvas horizontais


Uma equação que fornece uma estimativa boa da superelevação de
um canal em curva conforme French, 2007 é:

E= (V2/ g) [ 20R/3.B -16R3/B3+ (4R2/B2-1)2 ln( (2R+B)/(2R-B))]

Exemplo 92.4
Calcular a superelevação de um canal, V=1,8m/s. largura B=80m e raio de
curvatura de 500m.
E= (V2/ g) [ 20R/3.B -16R3/B3+ (4R2/B2-1)2 ln( (2R+B)/(2R-B))]
E= (1,82/ 9,81) [ 20x500/3x80 -16x5003/803+ (4x5002/802-1)2 ln(
(2x500+80)/(2x500-80))]=0,028m

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92.6 Curvas verticais concavas


O raio de curvatura é circular e deve ser maior que 10 y 1, sendo que y1 é
a altura do nivel de água a montante.

Figura 92.2- Curva vertical côncava


Fonte: Khatsuria, 2005

92.7 Curva vertical convexa


Conforme Khatsuria, 2005 a curva vertical convexa deve ser suave para
manter pressões positivas e que evite separação do escoamento no fundo do
canal. A curvatura pode ser calculada aproximadamente pela equação:

y= x. tan θ + x2/ K[ 4 (y1+hv) cos 2 θ ]


Sendo:
θ = ângulo do piso do trecho que vem de montante com o trecho de jusante
K= coeficiente igual ou maior que 1,5
hv= pressão devido a velocidade no inicio da curvatura (m/s)

Figura 92.3- Curva vertical convexa


Fonte: Khatsuria, 2005

92-6
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92.8 Bibliografia e livros recomendados


-FRENCH, RICHARD H. Open channel hydraulics. Water Resources
Publications, 2007, USA, 638 páginas.
-KHATSURIA, R.M. Hydraulics of Spillways and energy dissipators. New
Yorkm 2005, 649 páginas.
-SUBRAMANYA, K. Flow in open channels. Tata McGraw-Hill, New Delhi, 3a
ed, 2009, 548 páginas.

92-7
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Capitulo 94- Balanço hidrico mensal pelo metodo abacd de Thomas, 1981
Engenheiro Plínio Tomaz 7 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 94
Balanço hídrico mensal pelo Método abcd de
Thomas, 1981

94-1
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 94- Balanço hidrico mensal pelo metodo abacd de Thomas, 1981
Engenheiro Plínio Tomaz 7 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 94- Balanço hídrico mensal pelo Método abcd de Thomas, 1981

94.1 Introdução
O objetivo deste capítulo é usar o Método abcd de Thomas, 1981 para achar a vazão
ecológica que possui nomes como vazão mínima e Q 7,10. No Estado de São Paulo temos
métodos de regionalização hidrográfica elaborado pelo DAEE para achar o Q 7,10, mas em
outros estados do Brasil não temos estas informações.
Os tipos de balanços hídricos conforme Gupta, 2008 são:
 Balanço Hídrico de curta duração para reservatórios, lagos, água subterrâneas,etc
 Balanço hídrico de longa duração para grandes bacias e rios.
 Balanço hídrico em uma bacia devida ao runoff e durante uma determinada
precipitação
 Balanço hídrico devido ao runoff em uma bacia com longa duração e maior que a
duração da precipitação.

94.2 Métodos abcd de Thomas, 1981


Segundo, Gupta, 2008 o tempo a ser avaliado pode ser: diário, semanal,
mensal ou anual. Modelo semelhante de balanço hídrico foram feitos por
Thornthwaite e Mather, 1955 e são amplamente conhecidos.
Conforme Rossato,2002 o modelo de Thornthwaithe e Mather, 1955 tem sido
amplamente utilizado por possibilitar a previsão da variação temporal do
armazenamento de água no solo, com estimativas da evapotranspiração real, déficit
hidrico e excedente hídrico. A principal função do método de Thornthwaithe e
Mather, 1955 é servir de base a classificação climática.
Apresentaremos um modelo com período mensal, pois geralmente temos as
precipitações mensais e evapotranspiração.
O objetivo é obter a vazão base gerada pela água subterrânea mês a mês e
escolher a menor e considerá-la como vazão Q7,10.
O método elaborado por Thomas, 1981 é chamado abcd devido haver 4
(quatro) variáveis que são importantes para a sua aplicação e que serão explicadas
abaixo.
Não iremos levar em consideração as variações climáticas devido a El Niño e
La Niña.

94.3 Variável “a”


A variável “a” é um número maior que zero e menor ou igual a 1 e que reflete
a propensão do runoff ocorrer antes do solo estar completamente saturado. Na
prática assume valor entre 0,96 a 0,999.

94.4 Variável “b”


A variável “b” é o limite máximo no mês da evapotranspiração com a
capacidade de armazenamento máxima de água do solo. Reflete a habilidade da
bacia de deter a água acima do horizonte do solo. A variável “b” tem unidades e
geralmente usamos em milímetros. Uso geralmente a máxima evaporação média
mensal durante 12 meses somados à capacidade máxima de armazenamento de
água do solo.

94-2
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94.5 Variável “c”


A variável “c” nada mais é que o chamado BFI (base flow index) que é uma
fração menor que 1, que mostra a relação entre a vazão base e a vazão média de
um rio. Existem equações que fornecem o seu valor.

Estimativa de BFI quando não se tem medição


O Departamento do Interior dos Estados Unidos USBR possui estimativa em todo o
pais com R2 = 67%. Não temos conhecimento de estudo semelhante no Brasil.
No Brasil costuma-se chamar BFI com o nome EBI= escoamento básico.
O valor BFI tem uma relação muito forte com a precipitação média anual e com a
declividade da bacia.
Estudos feitos no Zimbabwe onde existe clima tropical, por Mazwimavi et al no
trabalho “Estimation of Flow Characteristics of Ungauged Basins ” por análise linear de
regressão em 52 bacias com áreas de 3,5km2 a 2.630km2 com área média de 505,2km2
em cujos trabalhos foi citado o prof. Dr. Tucci da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul achou para médias anuais:

BFI= 0,0003 x P – 0,0414 x Dd + 0,4857 x S10 com r2 = 0,73


Sendo:
BFI= índice da vazão base que varia de 0 a 1
P= precipitação média anual (mm) que varia de 554,2mm a 1796,8mm com média de
852mm.
Dd= densidade de cursos de água (km/km2) que varia de 0,2 a 4,9 sendo a média de 2,4
km/km2
S10 = declividade de 10% dos picheis da área. Faz-se uma tabela e acha-se a declividade
média de cada pixel.

Depois se constrói uma curva de freqüência cumulativa das declividades médias


achadas. A declividade em porcentagem a ser achada é aquela correspondente a 10% dos
pichéis, em que as declividades são iguais ou menores que 10%.

Exemplo 94.1
Calcular para o córrego Água Suja, em Guarulhos, o BFI, sendo dados:
Área da bacia= 3,7 km2
Comprimento do talvegue= 3,6km
Declividade média do talvegue= 7,59%
Densidade hídrica = 2,1 km/km2 (estimado)
80% da área tem declividade > 30%
10% da área tem declividade < 10%
10% da área tem declividade < 0,4% (estimativa)
P=precipitação media anual= 1463mm /ano (Posto Bonsucesso)

BFI= 0,0003 x P – 0,0414 x Dd + 0,4857 x S10

BFI= 0,0003 x 1463 – 0,0414 x 2,1 + 0,4857 x 0,4= 0,55

De modo geral o BFI é menor que 0,50.


Isto significa que:

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BFI= Vb / Va = 0,55
Sendo:

BFI= índice da vazão base


Vb= volume da vazão base obtido no hidrograma
Va= volume do escoamento superficial.
Vb= 0,55 x Va
Para uma chuva de 2h e Tr= 25anos teremos 85,1mm.
Va= 85,1mm
Vb= 0,55 x 85,1mm= 46,8mm que será a vazão base em relação a precipitação.
Notas:
 A vazão base não significa que é a recarga. Pode ser parte da recarga, mas não deve
ser confundida com a recarga.
 A parte separada da vazão base é chamada por Tucci, 2000 de precipitação efetiva,
isto é, aquele que produz o escoamento superficial (runoff).

94.6 Capacidade de armazenamento de água pelo solo (AWHC)


Vamos definir três parâmetros que é muito importante para o estudo da irrigação:
capacidade de armazenamento de água pelo solo; quantidade de água contida na
capacidade de campo e quantidade de água contida no ponto de murcha permanente.

AWHC (Available Water Holding Capacity)= capacidade de armazenamento de água


pelo solo (m3/m3, cm3/cm3, mm/mm)

θCC= quantidade de água contida na capacidade de campo (m 3/m3, cm3/cm3, mm/mm)

θPMP= quantidade de água contida no ponto de murcha permantente (m 3/m3, cm3/cm3,


mm/mm)

A Capacidade de Campo θCC conforme Wihmeyer e Hendrickson, 1949 in Reichardt


e Timm, 2004 é a quantidade de água retida pelo solo após a drenagem do seu excesso,
quando a velocidade do movimento descendente praticamente cessa, o que usualmente,
ocorre dois a três dias após a chuvas ou irrigação em solos permeáveis de estrutura e
textura uniforme.
O Ponto de Murcha Permanente θPMP é a umidade do solo na qual uma planta
murcha não restabelece turgidez, mesmo quando colocada em atmosfera saturada de 12h,
conforme Reichardt e Timm, 2004.
A FAO, 1998 a Tabela (94.1) onde temos a textura do solo e a capacidade de campo
e o ponto de murcha permanente, bem como a diferença entre eles.

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Tabela 94.1 – Capacidade de campo, ponto de murcha permanente, conforme a


textura do solo e capacidade de armazenamento da água no solo.

Ponto de
Capacidade
Murcha
Textura do solo de campo
Permanente AWHC=θCC - θPM
θCC
θPM
(m3/m3, cm3/cm3, mm/mm)
Areia 0,07 a 0,17 0,02 a 0,07 0,05 a 0,11
Areia franca 0,11 a 0,19 0,03 a 0,10 0,06 a 0,12
Franco arenoso 0,18 a 0,28 0,06 a 0,16 0,11 a 0,15
Franco 0,20 a 0,30 0,07 a 0,17 0,13 a 0,18
Franco siltoso 0,22 a 0,36 0,09 a 0,21 0,13 a 0,19
Silte 0,28 a 0,36 0,12 a 0,22 0,16 a 0,20
Franco argiloso
0,30 a 0,37 0,17 a 0,24 0,13 a 0,18
siltoso
Argila siltosa 0,30 a 0,42 0,17 a 0,29 0,13 a 0,19
Argila 0,32 a 0,40 0,12 a 0,20 0,12 a 0,20
Fonte: FAO, 1998

Nas Tabelas (94.2) e (94.3) estão a Capacidade de Armazenamento no solo AWHC


em função da textura do solo.

Tabela 94.2- Capacidade de armazenamento de água de acordo com a textura do solo (AWHC).

Capacidade de armazenamento de água pelo solo (AWHC)


Textura do solo
(mm/mm)
The irrigation Association, Fuentes Yague e Cruz Roche,
2005 1990 in Gomes, 1997
Argiloso 0,17 0,14 a 0,21
Franco-argiloso 0,17 0,14 a 0,21
Franco-siltoso 0,18 0,12 a 0,19
Franco 0,17 0,09 s 0,18
Franco-arenoso 0,12 0,08 a 0,13
Arenoso 0,06 a 0,08 0,04 a 0,08
Fonte: Adaptado de The Irrigation Association, março de 2005 - Landscape Irrigation Scheduling and Water Management e de Gomes, 1997.

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Tabela 94.3- Capacidade de armazenamento de água de acordo com a textura do solo (AWHC).

Textura do solo Craul WSU


mm/mm mm/mm
Areia 0,13 0,06
Areia franca 0,10 0,07
Areia franca fina 0,06 0,10
Franco arenoso 0,13 0,12
Franco 0,16 0,17
Franco siltoso 0,20 0,19
Franco argilo-siltoso 0,12 0,18
Argila arenosa 0,08 0,19
Franco argiloso 0,13 0,19
Franco siltoso 0,15 0,00
Argila 0,12 0,19

A capacidade de armazenamento de água de acordo com a textura do solo (AWHC)


pode ser calculada conforme Gomes, 1997 através da expressão:

AWHC= (1/10) x (θCC - θPM) x Dar


Sendo:
AWHC= capacidade de armazenamento da água no solo (mm/cm)
θCC= quantidade de água contida na capacidade de campo em % do peso.
θPMP= quantidade de água contida no ponto de murcha permanente em % do peso.
Dar= densidade aparente do solo, relativa à densidade da água (adimensional).

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Exemplo 94.2
Calcular AWHC= capacidade de armazenamento da água no solo (mm/cm) sendo, dados a
capacidade de campo= 15% do peso do solo e ponto de murcha igual a 5% do peso do
solo. A densidade do ar, Dar= 1,38g/cm3. Solo franco arenoso.

AWHC= (1/10) x (θCC - θPM) x Dar


AWHC= (1/10) x (15 - 5) x 1,38= 1,38mm/cm= 0,138mm/mm
Podemos comparar com a Tabela (94.3) onde, para solo franco arenoso, temos
AWHC= 0,13mm/mm (0,138mm/mm), o que significa que a tabela funciona bem para
estimativa.

94.7 Água disponível para a planta na zona das raízes


É a quantidade de água na zona das raízes, que fica disponível para as plantas PAW
(Plant Avaliable Water).
PAW= AWHC x RZ
Sendo:
PAW= água disponível para a planta na zona das raízes (mm)
AWHC= capacidade de armazenamento no solo (mm/mm)
RZ= profundidade média das raízes para uma determinada hidrozona (mm).
A disponibilidade de água para as plantas vai de um limite superior chamado de
Capacidade de Campo (CC) até um limite inferior chamado PMP (Ponto de Murcha
Permanente).

Figura 94.1- Esquema da zona das raizes.


Fonte: Rossato, 2002

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Tabela 94.4- Profundidade media das raizes conforme o tipo de solo


Fonte: Rossato, 2002

97.8 Porcentagem de água que pode ser extraída (MAD= Management Allowable
depletion)
É a máxima porcentagem de água que pode ser extraída do solo antes da irrigação
ser aplicada, conforme Tabela (94.5). Depende do tipo de solo e o valor máximo
recomendado é de 50%.

Tabela 94.5- Quantidade de água que pode ser extraída (MAD) de acordo com textura
do solo.

Quantidade de água que pode ser extraída (MAD)


Textura do solo
(%)
Argiloso 30
Franco-argiloso 40
Franco-siltoso 40
Franco 50
Franco-arenoso 50
Arenoso 50 a 60
Nota: o valor máximo de MAD é de 50%
Fonte: Adaptado de The Irrigation Association, março de 2005- Landscape Irrigation Scheduling and Water Management.

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Da capacidade máxima de armazenamento do solo temos na zona radicular


dois volumes, um que fica para a disposição da planta e é denominado PAW definido
acima e a diferença que vai para a recarga subterrânea que nós interessa e que
pode ser estimado por:.

Go= PAW. (1-MAD/100)


Sendo:
Go= armazenamento inicial da água subterranea (mm)
PAW= água disponível para a planta na zona das raízes (mm)
MAD= porcentagem da quantidade maxima que pode ser extraida pela planta de
acordo com o tipo de solo.

Figura 94.2- Valores médios das capacidades máximas de água no solo no Brasil.
Fonte: Rossato, 2002

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Figura 94.3- Mapa dos solos do Brasil.


Fonte: Rossato, 2002

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97.9 Variável “d”


A variável “d” é sempre menor do que 1 e é igual o valor –ln(kb) obtido na
recessão de um hidrograma. É a recíproca da média da detenção e água
subterrânea. Não é um valor fácil de obter. Geralmente o valor de “d’ está entre 0,11
a 0,26 sendo adotado comumente um valor intermediário d=0,20.

Tabela 94.6- Valores médios das variáveis abcd de Thomas, 1981.


Variáveis do Método
abcd de Thomas, 1981 Alley, 1984 Wanderwield et al, 1992

a 0,992 0,98 (0,96 a 0,999)


b 762mm 475mm (260 a 1900mm)
c 0,16 0,27 (0,04 a 0,70)
d 0,26 0,11 (0,0003 a 0,415)

97.10 Método de balanço hídrico de Thomas, 1981.


Thomas, 1981 define a variável Wi chamada de availabre water
que é a soma da precipitação com o armazenamento de água no solo
Si.
Wi = Pi + Si-1
Sendo:
Wi= avalilable water (mm) no período i
Pi= precipitação no periodo i
Si-1= capacidadde de armazenamento do solo no período i.
No inicio Si-1=So (soil moisture). Mostraremos que PAWi=Si
Verificação: Wi < b
Yi= Ei + Si
Onde Yi é a soma da evapotranspiração com o armazenamento de água
no solo Si.
Yi é chamado de evapotranspiration opportunity.
Entretanto, Thomas, 1981 sugeriu a equação não linear.
Yi = (Wi+b)/2a –{ [(Wi +b)/2a]2 – (Wi.b/a} 0,5
Sendo:
Yi= variável auxiliar (mm)
Verificação: Yi < Wi

Para o cálculo do armazenamento de água pelo solo Si, Thomas,


1981 apresentou a equação:
Si= Yi. exp (-Pei/b)
Sendo:

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Si= armazenamento i de água pelo solo (mm)


Yi= variável auxiliar (mm)
Pei= evapotranspiração no mês (mm)
b= variável (mm)

GRi = c (Wi – Yi)


DRi= (1-c) (Wi – Yi)
Sendo:
DRi= runoff médio mensal (mm)
c= fração

O valor Gi é a água subterrânea armazenada no solo no período i.

Gi = (GRi + Gi-1)/ (d+1)

O escoamento básico da água subterrânea é dado por:

QGi= d. Gi

A média da vazão no córrego será a soma DRi + QGi que é o


runoff médio mais a água subterrânea da vazão média.

Exemplo 94.3
São fornecidas as precipitações médias mensais e evapotranspiração
com duração de um ano da cidade de Resende no Rio de Janeiro,
Brasil.
Será adotado:
a= 0,992 conforme Tabela (94.6).
b= soma da capacidade máxima de água no solo + máxima
evapotranspiração.
O tipo de solo é franco arenoso e consultando a Figura (94.3)
escolhemos solo podsólito AQU com areia quartsosas conforme mapa
do Brasil de solos. Para solo franco arenoso conforme Tabela (94.3)
achamos AWHC= 0,13mm/mm.
Conforme o tipo de solo da Tabela (94.4) escolhemos profundidade
das raízes de 1200mm e fazendo os cálculos teremos:
PAW= AWHC x RZ
AWHC= 0,13mm/mm
RZ=1200mm
PAW= 0,13 x 1200= 156mm= So que é a capacidade máxima de
armazenamento no solo. Podemos conferir com a Figura (94.2) que
fornece os valores médios das capacidades máximas de água no solo
no Brasil conforme Rossato, 2002.

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A capacidade máxima de armazenamento de água no solo que


pode ser retida pela planta conforme o tipo de solo conforme Tabela
(94.5) teremos MAD=40%.
Go= PAW. (1-MAD/100)
Go= 156x (1-40/100) = 156 x 0,6= 93,6mm
Evaporação média mensal durante 12 meses= 140,56mm
O valor de b é a soma de 156mm + 140,56 (evapotranspiração)=
296,56mm

Valor da variável “d”


d= 0,26 (adotado)

Tabela 94.7- Dados principais do exemplo


Dados:
a=numero entre 0,96 e 0,999. Reflete de propensão do runoff ocorrer 0,992
antes do solo estar completamente saturado
b= max (evaporação +soil moisture)= (mm) Limite maximo no mês. 296,56
Reflete a habilidade da bacia de deter a agua acima do horizonte do solo
c= é o BFI (Base flow index) = fraçao menor que 1; 0,55
Existem formulas praticas para achar BFI
d= fração menor que 1; É igual a -ln( Kb). Kb é obtido pela Baseflow recession. 0,26
O valor de d é a reciproca da media da detenção de agua subterranea
So (mm)= soil misture inicial=capacidade de 156
armazenamento de água pelo solo
Go (mm)= storage groundwater= 93,6

Vamos detalhar a Tabela (94.8) somente para o mês de janeiro


sendo que para os demais o cálculo é o mesmo.
W1= P1+So= 289,00+ 156,00= 445,00mm
Yi = (Wi+b)/2a –{ [(Wi +b)/2a]2 – (Wi.b/a} 0,5
Y1 = (445+296,56)/2x0,992 –{ [(445 +296.56)/2x0,992]2 –
(445x296.56/0,992} 0,5
Y1= 292,90mm

Runoff direto
DRi= (1-c) (Wi – Yi)
DRi= (1-0,55) (445– 292,90)= 68,93mm

GRi = c (Wi – Yi)


GR1 = 0,55 (445 – 292,90)= 151,68mm
Gi = (GRi + Gi-1)/ (d+1)
G1 = (151,68 + 93,60)/ (0,26+1)= 140,93mm

Vazão base
QGi= d. Gi
QGi= 0,26 x 140,93= 21,45mm (vazão base)

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Tabela 94.8- Cálculos do balanço hídrico


jan Fev mar abr mai jun

Número de dias no mês= 31 28 31 30 31 30

Mês 1 2 3 4 5 6

Precipitaçao média mensal (mm) = 289,00 219,00 219,00 114,00 42,00 25,00

Evaporaçao média mensal ( mm)= 140,56 116,79 120,01 97,25 85,85 71,34

Soil moisture=So (mm)= 156,00 181,84 195,90 194,21 199,51 175,51

Go (mm)= 93,60 140,93 159,97 180,92 157,22 127,86

Available water=W1=P1+So=(mm)= 445,00 400,84 414,90 308,21 241,51 200,51

Yi (mm)= 292,09 290,45 291,08 276,94 234,43 197,37

Soil storage S (mm)= 181,84 195,90 194,21 199,51 175,51 155,17

Groundwater recharge GR i= c (Wi-Yi)=(mm)= 83,97 60,63 68,00 17,17 3,89 1,73

Gri=(mm)= 151,68 109,51 122,82 31,02 7,02 3,12

Direct runoff=Dri = (*1-c) (Wi - Yi)=(mm) 68,93 49,77 55,82 14,10 3,19 1,42

Gi= (Gri + Gi-1)/(d+1)= (mm) 140,93 159,97 180,92 157,22 127,86 102,85

Descarga da agua subterranea= Qgi= dgi= groundwater discharge=(mm) 36,64 41,59 47,04 40,88 33,24 26,74

Vazão média do corrego=Stream flow (mm)= 105,57 91,36 102,86 54,97 36,43 28,16

Area (há)= 24,34 24,54 24,54 24,54 24,54 24,54

Vazao base (L/s)= 3,33 4,22 4,31 3,87 3,05 2,53

Vazao media do corrego (L/s)= 9,59 9,27 9,42 5,20 3,34 2,67

Textura do solo estimada= Franco arenoso

podsólito AQU- areias quartsosas conforme mapa do Brasil de solos Tipo de solo=

Capacidade de armazenamento de água (mm)/mm) Tabela=AWHC= 0,13

Profundidade das raizes (mm)= Rz= 1200

Agua disponivel para as plantas PAW=AWHC x RZ (mm)= 156

Quantidade de água que pode ser retida (%) MAD= 40

storage groundwater (mm)=quantidade da 93,6


água que vai para agua subterranea (mm)

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Tabela 94.9- Cálculos do balanço hídrico


julho ago set out nov dez

Número de dias no mês= 31 31 31 30 31 30

Mês 7 8 9 10 11 12

Precipitaçao média mensal (mm) = 22,00 31,00 60,00 124,00 183,00 263,00 1591 Total =mm/ano

Evaporaçao média mensal ( mm)= 72,26 89,09 97,09 117,03 123,80 136,81 1268 Total=mm/ano

Soil moisture=So (mm)= 155,17 137,27 123,34 130,52 165,22 188,42

Go (mm)= 102,85 82,51 66,22 53,55 46,58 64,07

Available water=W1=P1+So=(mm)= 177,17 168,27 183,34 254,52 348,22 451,42

Yi (mm)= 175,15 166,56 181,07 245,16 286,03 292,26

Soil storage S (mm)= 137,27 123,34 130,52 165,22 188,42 184,26

Groundwater recharge GR i= c (Wi-Yi)=(mm)= 1,11 0,94 1,25 5,14 34,15 87,40

Gri=(mm)= 2,01 1,69 2,25 9,28 61,69 157,88

Direct runoff=Dri = (*1-c) (Wi - Yi)=(mm) 0,91 0,77 1,02 4,22 28,04 71,75 300 Total anual mm de runoff

Gi= (Gri + Gi-1)/(d+1)= (mm) 82,51 66,22 53,55 46,58 64,07 120,22

Descarga da agua subterranea= Qgi= 21,45 17,22 13,92 12,11 16,66 31,26 339 Total anual mm de recarga
dgi= groundwater discharge=(mm)
Vazão média do corrego=Stream flow (mm)= 22,36 17,99 14,95 16,33 44,69 103,00 639 Total anual mm no rio

Area (há)= 24,54 24,54 24,54 24,54 24,54 24,54

Vazao base (L/s)= 1,97 1,58 1,28 1,15 1,53 2,96 2,65 Media anual L/s

Vazao media do corrego (L/s)= 2,05 1,65 1,37 1,55 4,09 9,75 5,00 Media anual L/s

Conclusão: a menor vazão base obtida na Tabela (94.8) e (94.9) é


Q7,10= 1,15 L/s.

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94.11 Bibliografia e livros consultados


-GOMES, HEBER PIMENTEL. Engenharia de irrigação. 2ª ed.
Universidade Federal da Paraíba, 1997
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic Systems. 3a ed, Editora
Waveland, 2008, 896 paginas.
-ROSSATO, LUCIANA. Estimativa da capacidade de armazenamento de
água no solo do Brasil. INPE, São José dos Campos, 2002. Dissertação
de mestrado em Meteorologia.
-TOMAZ, PLINIO. Evapotranspiração. Livro digital, 2008
-TOMAZ. PLINIO. Consumo de água em paisagismo. Navegar editora,
215 páginas ano 2010.
-W. FERNANDEZ, R.M. et al. Regional calibration of watershed model.
Journal des Sciences Hydrologique, abril 2001.
-WANDEWIELE, G.L. et al. Methodology and comparative study of
monthy water balance models in Belgium, China and Burma. Elsevier
Science Publicsher, 1992, Amsterdam.

94-16
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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Capítulo 96
Aqüíferos isotrópico e não isotrópico

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Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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Capítulo 96- Aqüíferos isotrópico e não isotrópico


96.1 Introdução
Um dos usos mais freqüentes em barragem impermeável é a aplicação
da Lei de Darcy para verificar a infiltração no solo da base.

96.2 Linha de corrente e linha equipotencial


São definidas duas linhas: linha de corrente (Streamlines Ψ) e a linha
equipotencial (Equipotencial Φ) conforme a notação de Bedient et al, 2008 e
Figura (96.1).

Figura 96.1- Linha de corrente e linha equipotencial


Fonte: Bedient, 2008

Bedient, 2008 estabelece que:


 As linhas de correntes e linhas equipotenciais são perpendiculares
uma com as outras;
 As linhas de correntes Ψ são paralelas as condições de contorno
sem escoamento
 As malhas formam quadrados curvilíneos onde as diagonais se
cruzam formando ângulos retos.

96-2
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 Cada tubo de corrente (net flow) carrega a mesma vazão.
As hipóteses que consideramos são?
 O aqüífero é homogêneo e isotrópico
 O aqüífero é saturado
 O escoamento é permanente
 São conhecidas as condições de contorno

96.3 Modelo de rede em solo isotrópico


O solo é considerado isotrópico quando a condutividade hidráulica
horizontal é igual à vertical e caso contrario é chamado de não isotrópico
ou anisotrópico.
Consideremos a Figura (96.2) em um solo isotrópico, notamos que
temos m canais e no caso m=5 com mesmo escoamento.
A vazão por metro de barragem em cada canal será:

q= (m/n) . K . H
Sendo:
q= vazão em m3/s por metro de barragem
K= condutividade hidráulica (m/s)
H= altura da perda de carga (m)
m= número de canais onde há escoamento
n= número de equipotenciais

Q= q x L
Sendo:
Q= vazão em m3/s na largura da barragem L
L= largura da barragem (m)
q= vazão em m3/s por metro de barragem
Na Figura (96.2) o valor de m=5 e n=17.

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Figura 96.2- Linhas de corrente e linhas equipotenciais


Fonte> Bedient, 2008

Exemplo 96.1
Supor um barramento com condutividade do solo verticai e horizontal
iguais K= 0,0000061 m/s e comprimento de crista de 72m, sendo a altura
da mesma de 12m e tailwater de 1,5m.

H= 12 – 1,5= 10,5m
m=5
n=17
q= (m/n) K . H
q= (5/17) 0,0000061x10,5= 0,0000188m3/s/m
Q= q x L
Q= 0,0000188 x 73=0,00138m3/s= 119m3/dia

96.4 Desenho da rede


A rede é feita em desenho pelo método das tentativas. Bedient, 2008
informa que 5 a 10 linhas de escoamento são usadas na prática.
Dependendo do número de linhas de correntes as linhas equipotenciais
são fixadas pela geometria do layout.
Os desenhos de redes podem ser observados nas Figuras (96.3) parte
(a) e parte (b).
Na parte(a) da Figura (96.3) observamos que temos 4 linhas de
correntes e portanto m=4 e 8 linhas equipotenciais e portanto n=8.
Na parte (b) da Figura (6.3) podemos ver que temos 5 linhas de
correntes e portanto, m=5 e temos 17 linhas equipotenciais e portanto n=17.

96-4
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Figura 96.3- Figuras típicas de um barramento


Fonte: Bedient, 2008

96.5 Modelo de rede em solo não isotrópico (anisotrópico)


Muitas vezes temos uma condutividade horizontal Kh e uma
condutividade vertical Kv sendo o aqüífero não isotrópico conforme
Figura (96.4).
O truque para resolver o problema é transformar o solo em
isotrópico achando uma condutividade hidráulica equivalente Ke.
Geralmente a condutividade hidráulica vertical é menor que a
horizontal.
Ke= (Kh x Kv) 0,5

Continuando com o truque, as medidas verticais não são mudadas,


mas as horizontais serão divididas por um número “α” definido como:
α= (Kh/Kv)0,5

Portanto, teremos X´= x/ α

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Desta maneira o solo se transformará em isotrópico e o problema


será resolvido como já explicado.

Figura 96.4- Esquema de barragem

Exemplo 96.2
Dada uma barragem com largura L e Kh= 4kv. Supomos H1=13m e H2= 2,5m
α= (Kh/Kv)0,5
α= (4kv/Kv)0,5
α=2
Portanto, ao invés de “L” teremos “L/α” que é “L/2” conforme Figura (96.5).

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Figura 96.5- Esquema de redução de anisotrópico para isotrópico

Exemplo 96.4
Dada uma barragem com largura L=50m e Kv= 0,0000001m/s e Kh=0,000004
m/s. Supomos H1=13m e H2= 2,5m. Calcular a vazão em m3/dia de água que
se infiltra em baixo da barragem.
A condutividade equivalente Ke= (Kh x Kv) 0,5
Ke= (0,000001 x 0,000004) 0,5
Ke= 0,000002 m/s
α= (Kh/Kv)0,5
α= (0,00004/0,00001)0,5
α=2
Fazendo o desenho das linhas de correntes achamos m=6 e n=14

q= (m/n) K . H
Queda total=H=13m – 2,5m = 10,5m
m=6
n=14
q= (6/14) 0,000002 x10,5= 0,0000098m3/s/m
Q= q x L
L=50m
Q= 0,000009 x 50=0,00045m3/s= 38,88m3/dia

Portanto, ao inves de L teremos L/α que é L/2

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Capitulo 96- Aquiferos isotropicos e não isotrópico
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96.6 Bibliografia e livros consultados
-BEDIENT, B. PHILIP et al. Hydrology anf floodplain analysis. 4a ed, 2008,
793 páginas
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic systems, 3a ed. Waveland,2008,
896 páginas.

96-8
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 97
Routing de bueiro

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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 97- Routing de bueiro

97.1 Introdução
Quando queremos deter enchentes ou executar um reservatório para irrigação ou água potável temos
que fazer um barramento onde haverá retenção de certo volume de água e que proporcionará que seja
retirada água para diversos usos. Neste barramento temos que elaborar descarga de fundo, vertedor de
emergência calculado para um determinado período de retorno.
O que vamos tratar neste capitulo é uma travessia com bueiro onde vamos fazer um armazenamento
da água como se fosse um reservatório, de modo a manter uma determinada vazão máxima no bueiro.
É o que chamaremos de routing de bueiro.

97.2 Routing
Temos que ter a curva cota-volume-area e fazer o routing. Para isto precisamos do hidrograma de
entrada obtido pelo Método do SCS ou Método Santa Barbara, por exemplo.
As dimensões do bueiro são feitas por tentativas, devendo-se atingir um máximo predeterminado e
um nível de água de maneira que não haja um overtopping.

Figura 97.1- Curvas de nivel a montante do bueiro


Fonte: FHWA, 2001

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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
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Figura 97.2- Curva cota volume


Fonte: FHWA, 2001

97.3 Período de retorno


Geralmente o período de retorno é de 100anos a não ser quando a jusante existe habitações e o risco
do rompimento do bueiro seja grande e então adotamos Tr=500anos.

97.4 Dimensionamento do bueiro


O bueiro deverá ser dimensionado pelo método do FHWA, 2001 que é adotado pelo autor.
Na prática é necessário para cada altura do nível de água, ou seja, a carga no bueiro teremos uma
vazão e obteremos uma curva de performance conforme Figura (97.3) e que terá diversas formas, conforme
o controle está na entrada ou na saída.

Figura 97.3- Curva de performance do bueiro


Fonte: FHWA, 2001

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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 97- Routing de bueiro
Engenheiro Plínio Tomaz 25 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Figura 97.4- Esquema de bueiro com routing


Fonte: FHWA, 2001

97.5 Velocidades
Deverá ser calculada a velocidade máxima no bueiro e se ultrapassar determinado valor, deverá ser
feito dissipador de energia na saida do bueiro.
Existem dissipadores dentro do bueiro, porém não vamos utilizá-los.
Um dissipador muito usado é um degrau, tomando-se cuidado com a erosão.

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Capitulo 97- Routing de bueiro
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97.5 Bibliografia e livros consultados


-FHWA (FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION). Hydraulics design of highway culverts. Publication
FHWA-NHI-01-020 de setembro de 2001. US. Departament of Transportation

94-5
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 98- Sifão
Engenheiro Plínio Tomaz 28 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 98
Sifão

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Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 98- Sifão
Engenheiro Plínio Tomaz 28 de setembro de 2011 pliniotomaz@uol.com.br

Capítulo 98- Sifão

98.1 Introdução
Desde criança aprendemos como usar o sifão. A retirada de gasolina de um tanque usando um
tubo flexível e fazendo sucção com a boca, provoca o sifonamento e o escoamento do fluido.
Nas bacias sanitárias também temos o sifonamento conforme Figura (98.1) que já era
conhecido pela civilização Minuana localizada na Ilha de Creta em 3000 aC.

Figura 98.1- Sifonamento em bacia sanitária

Em irrigação também é muito usado o sifonamento conforme Figura (98.2).

Figura 98.2- Sifonamento usado em irrigação

O sifão também pode ser usado como um extravasor de pequeno reservatório.


Há dois tipos de sifão:
 Sifão normal conhecido como sifão conforme Figura (98.3) na parte superior e
 Sifão invertido em forma de U conforme Figura (98.3) na parte inferior.
O sifão normal é usado em hidráulica para a regulagem da vazão mínima ecológica vazão Q
7,10 e o sifão invertido é muito usado em transposição de cursos de água em esgotos sanitários.
O sifonamento é antigo, pois, os egípcios já o faziam em 1500ac para separar a água limpa da
suja, mas não sabiam explicar o que acontecia. A explicação do funcionamento do sifão foi feita pelo
grego Tesibius de Alexandria em 240 aC.

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Capitulo 98- Sifão
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Figura 98.3- Sifão propriamente dito


Fonte: Rede de esgotos do engenheiro Carlos Fernandes

Existe ainda a aplicação do sifão normal nos vertedouros de barragens Khatsuria, 2005 e
conforme Figura (98.4) e (98.5).

Figura 98.4 – Vertedores de barragens em sifão conforme prof. dr. Kokei Uehara

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Capitulo 98- Sifão
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Figura 98.5- Sifao normal em vertedor de barragem

O sifão invertido conforme Figura (98.6) é muito usado em rede de águas pluviais e esgoto
sanitário e foi muito usado pelos romanos nos seus aquedutos.

Figura 98.6- Sifão invertido usado pelos engenheiros romanos

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Capitulo 98- Sifão
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98.2 Teoria do sifão


Vamos analisar o sifão normal, ou seja, o sifão usando Mott, 1994.
Usaremos a equação de Bernouilli supondo que não há perda de carga, mas que pode
facilmente ser usado quando se consideram a perdas de cargas distribuídas e localizadas.

p/ γ + Z + V2/2g = constante

Figura 98.7- Esquema de sifão conforme Mott, 1994

Exemplo 98.1- Baseado em Mott, 1994


Calcular o sifão da Figura (98.7). O diâmetro da tubulação é 0,04m e no ponto F na redução o
diâmetro é 0,025m

Primeiro
Vamos aplicar a equação de Bernouilli nos pontos A e F da Figura (98.7).

pA/ γ + ZA + VA2/2g = pF/ γ + ZF + VF2/2g

A linha basica que usaremos será aquela que passa pelo ponto F.
No ponto A, temos a pressão atmosferica e portanto, pA=0 e como a velocidade é
praticamente zero, fazemos VA=0. A altura ZA= 1,8m+1,2=3,00m
No ponto F, temos pF=0 que é a pressão atmosferica local. O valor ZF=0.
Portanto, teremos:
pA/ γ + ZA + VA2/2g = pF/ γ + ZF + VF2/2g
0 + 3,0 + 0 = 0 + 0 + VF2/2g
3,0 = VF2/2g
VF= (3,0 x 2 x 9,81) 0,5= 7,67m/s
Como estamos no final da redução de diametro 0,025m, apliquemos a equação da
continuidade
Q= A x V
D= 0,025m
A= PI x D2/4= 3,1416 x 0,025 2/4=0,000490875m2
Q= A x V= 0,000490875 x 7,67=0,003765 m3/s= 3,765 L/s

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Segundo
Vamos aplicar a equação de Bernouilli nos pontos A e B da Figura (98.7).

pA/ γ + ZA + VA2/2g = pB/ γ + ZB + VB2/2g

A linha basica que usaremos será aquela que passa pelo ponto F.

No ponto A, temos a pressão atmosferica e portanto, pA=0 e como a velocidade é


praticamente zero, fazemos VA=0. A altura ZA= 1,8m+1,2=3,00m
No ponto F, temos pF=0 que é a pressão atmosferica local. O valor ZF=0.
Portanto, teremos:

pA/ γ + ZA + VA2/2g = pB/ γ + 3,0 + VB2/2g


0 + 3,0 + 0 = pB/ γ + 3,0 + VB2/2g
0 = pB/ γ + VB2/2g

Como estamos na tubulação com diâmetro 0,04m, apliquemos a equação da


continuidade
Q= A x V
D= 0,04m
A= PI x D 2/4= 3,1416 x 0,04 2/4=0,00125664m2
VB=Q/A= 0,003765/ 0,00125664 = 3,00m/s

0 = pB/ γ + VB2/2g

Substituido o valor de VB temos:

0 = pB/ γ + 32/(2x 9,81)

pB/ γ = - 0,46m

O sinal negativo mostra que a pressão em B está abaixo da pressão atmosferica.

Terceiro
Vamos aplicar a equação de Bernouilli nos pontos A e C da Figura (98.7).
pA/ γ + ZA + VA2/2g = pC/ γ + ZC + VC2/2g
A linha basica que usaremos será aquela que passa pelo ponto F.
No ponto A, temos a pressão atmosferica e portanto, pA=0 e como a velocidade é
praticamente zero, fazemos VA=0. A altura ZA= 1,8m+1,2=3,00m
No ponto C, ZC= 3,00+ 1,2=4,20m
Portanto, teremos:
pA/ γ + ZA + VA2/2g = pC/ γ + ZC + VC2/2g
0 + 3,0 + 0 = pC/ γ + 4,20 + VC2/2g

Mas Vc=VB= 3,0m/s

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Capitulo 98- Sifão
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3,0 = pC/ γ + 4,20 + 32/(2x9,81)


2
pC/ γ = 3,00 - 4,2 - 3 /(2x9,81) = -1,66m
Notar que a pressão no ponto C é negativa, isto é, -1,66m abaixo da pressão atmosférica.
Na pratica a pressão no ponto C não pode ser menor que a pressão atmosférica do local
menos a pressão de vapor, isto é, 9,5m – 0,235m= 9,26m

98. 3 Pressão de vapor


A pressão de vapor depende da temperatura ambiente e pode ser obtida conforme Tabela
(98.1)
Tabela 98.1-Vapor de pressão em função da temperatura
Temperatura Pressão de Vapor
Hvp
(ºC) (m)
0 0,062
15 0,171
20 0,235
23,9 0,303
37,8 0,658
Adaptado de FHWA, 2001

Tabela 98.2- Alturas máximas de sucção conforme altitude e pressão atmosférica


Altitude Pressão atmosférica Limite prático de sucção
(m) (m) (m)
0 10,33 7,60
300 10,00 7,40
600 9,64 7,10
900 9,30 6,80
1200 8,96 6,50
1500 8.62 6,25
1800 8,27 6,00
2100 8,00 5,70
2400 7,75 5,50
2700 7,50 5,40
3000 7,24 5,20

São Paulo cota 760 9,50

Estimativa da pressão atmosférica em função da altitude


Conforme Heller, 2006 podemos estimar o valor da pressão atmosférica local em função da
altitude.
Pa= 10,33 – h / 900
Para a capital de São Paulo h=760m
Pa= 10,33- 760/900= 9,5m

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98.4 Perda de carga localizada


As curvas, peças, válvulas, contrações, etc introduzidas numa canalização causam perda de
energia, isto é, perdas de cargas localizadas ou também chamadas de perdas singulares.
A perda de carga localizada é calculada pela equação:
hL= Ks x V2/ 2g
Sendo:
hL= perda de carga localizada em metros
V= velocidade média da água no recalque em m/s
g= aceleração da gravidade =9,81m/s2
Ks= coeficiente de perda de carga localizada (adimensional) conforme Tabela (7.6).

Tabela 98.3- Valores de Ks para cálculo das perdas de cargas localizadas


Peça Valor de Ks
Crivo 0,75
Curva de 22,5 0,10
Curva de 45 0,40
Curva de 90 0,40
Entrada normal 1,00
Saída da canalização 1,00
Tê passagem direta 0,60
Tê saída lateral 1,80
Válvula de gaveta 0,19
Válvula de pé 15,0
Válvula de retenção 2,30
Válvula globo aberta 10
Válvula de ângulo aberta 5
Válvula de gaveta aberta 0,19
Válvula de gaveta ¾ aberta 1,0
Válvula de gaveta ½ aberta 5,6
Fonte: adaptado de Jeppson, 1973

Figura 98.8- Valvula de pe com crivo da Tigre nas bitolas de 25mm a 60mm

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98.5 Velocidade máxima de sucção


A ABNT NBR 12214/92 de projeto de sistemas de bombeamento de água recomenda
velocidades máxima na sucção conforme Tabela (98.4)..

Tabela 98.4- Velocidade máxima na sucção conforme NBR 12214/92


Diâmetro nominal Velocidade máxima na sucção
(m/s)
50 0,70
75 0,80
100 0,90
150 1,00
200 1,10
250 1,20
300 1,40
400 1,50

98.6 Motor bomba


Para injetar água em um sifão de um barramento temos que tirar o ar da sução e do recalque,
injetando água através de um pequeno motor.
Quando toda a tubulação está com água é aberto o registro de saída e começa o sifonamento
da água conforme Figura (98.7).

Figura 98.9- Esquema com valvula de pé com crivo dentro do reservatorio e registro na saida
para poder encher toda a tubulação.

Devemos evitar velocidades muito grandes, pois as mesmas levam ar para dentro do sifão e
com isto diminuindo a vazão até parar o escoamento.
‘ Devido a isto se recomenda velocidades baixas.

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98.7 Vertedor invertido


É usado para retirar a água de pequenos reservatórios sem tirar o óleo

Figura 98.10- Vertedor invertedido

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Figura 98.11- Notar o Vertedor invertedido na seção central

Sifão da vortex
Não tem partes girantes e de facil manutenção e é usado em wetlands, fontes
ornamentais, irrigaão, reservatorio de retenção etc confome Figura (98.12) e (13).

Figura 98.12- Sifão da vortex

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Figura 98.13- Sifão da Vortex, 2009

98.8 Sifão invertido


O sifão invertido é usado em transposição de um curso de água por rede de esgotos e galerias
de águas pluviais.
Conforme ASCE, 1992 o sifão para conduzir águas pluviais deve ter velocidade máxima de
1,8m/s e se houver materiais abrasivos a velocidade deve ser menor que 3m/s.
O dimensionamento é feito pelo critério da velocidade mínima.
Ainda conforme ASCE, 1992 a perda de carga usando a equação de Manning é a seguinte:

Hf= (19.5 n2 . L. V2)/ [R (4/3) . 2. g]

Sendo:
Hf= perda de carga (m)
n= rugosidade de Manning
L= comprimento da tubulação (m)
V= velocidade (m/s)
R= raio hidraulico (m)
g= 9,81m/s2

Devem ser calculadas as perdas de cargas nas curvas, contrações, expensões, entrada e saida.

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98.9 Passagem sobre uma barragem de tubulação conduzindo a vazão Q7,10.


Conhecemos a vazão Q7,10 e temos que dimensionar o diametro do sifão usando a equação de
Darcy-Weisbach ou a fórmula de Hazen-Willians que iremos utilizar.

Fórmula empírica de Hazen-Willians


É ainda muito usada nos Estados Unidos e no Brasil em redes de distribuição a fórmula de
Hazen-Willians usada para tubos com diâmetros igual ou maiores que 50mm e menores que 1,80m. A
velocidade na tubulação não deverá exceder de 3 m/s.
Para tubos menores que 50mm pode-se usar várias outras fórmulas como a de Flamant.
A grande vantagem da fórmula de Hazen-Willians é que facilita a admissão do coeficiente de
rugosidade C que é mais fácil de sugerir que os valores de K da fórmula de Darcy-Weisbach.
10,643 . Q 1,85
J = ----------------------- (4)
C1,85 . D4,87
Sendo:
J= perda de carga em metro por metro (m/m);
Q= vazão em m3/s;
C= coeficiente de rugosidade da tubulação de Hazen-Willians;
D= diâmetro em metros.
Na Tabela (98.5) estão alguns valores do coeficiente de rugosidade de Hazen Willians
:
Tabela 98.5- Coeficientes de rugosidade de Hazen-Willians
Material Coeficiente de rugosidade C
130

Ferro fundido novo


130
Ferro fundido revestido com cimento
Aço novo 120
Aço em uso 90
PVC 150
Ferro Fundido em uso 90

A fórmula da perda de carga no trecho do tubo de comprimento L, será:


hf= J . L
Sndo :
hf= perda de carga no trecho em metros de coluna de água;
J= perda unitária obtida da fórmula (4);
L= comprimento da tubulação (m).
A velocidade na fórmula de Hazen-Willians é a seguinte:
V=0,355 . C . D0,63 . J.0,54 (5)
Sendo:
V= velocidade (m/s);
C= coeficiente de rugosidade de Hazen-Willians (adimensional)
D= diâmetro (m);
J= perda de carga unitária ( m/m).
A fórmula da vazão de Hazen-Willians é a seguinte:
Q= 0,275 . C . D2,63 . J0,54 (6)
Sendo:
Q= vazão (m3/s);

94-13
Curso de Manejo de águas pluviais
Capitulo 98- Sifão
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C= coeficiente de rugosidade de Hazen-Willians;


J= perda de carga (m/m).
A fórmula de Hazen-Willians é questionável para altas velocidades e para valores de C muito
abaixo de 100. Assim deverá ser limitada a sua aplicação para no máximo 3 (três) m/s.

Hazen-Willians para qualquer seção


Mott, 1994 apresenta uma fórmula de Hazen-Willians que pode ser aplicada em tubos de
qualquer seção introduzindo o raio hidraulico.
Para unidades S.I. temos:
V= 0,85 . C . R 0,63 . S 0,54
hL= L . [ Q/ (0,85 . A . C . R 0,63) ] 1,852
Q= 0,85 . A . C . R 0,63 . S 0,54
Sendo:
V= velocidade média na seção (m/s)
C= coeficiente de Hazen-Willians. Para concreto varia de 100 a 140.
R= raio hidráulico (m) = A/P
A= area molhada (m2)
P= perimetro molhado (m)
L= comprimento da galeria (m)
hL= perda de carga distribuída no trecho L (m)

Figura 98.12- Sifão sobre uma barragem

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Figura 98.13- Sifão sobre uma barragem

Figura 98.14- Sifonamento em barragem

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Figura 98.15- Sifonamento em barragem

94-16
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Capitulo 98- Sifão
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98.10 Bibliografia e livros consultados


-ASCE (ASSOCIATION CIVIL ENGINEER). Design and construction of urban stormwater
management systems. ASCE, 1992,724 páginas.
-DAEE (DEPARTAMENTO DE AGUAS E ENERGIA ELETRICA DO ESTADO DE SAO
PAULO). Calculo do descarrregador de fundo (Sifão). Escritório de apoio técnico de São Carlos.
-KHATSURIA, R.M. Hydraulics off spillways and energy dissipators. New York, 2005, 649
paginas.
-MOTT, ROBERT L. Applied fluid mechanics. 4a ed. New York, 1994, 581 páginas.
-TOMAZ,. PLINIO. Rede de água. Navegar, 2011

94-17
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Capítulo 110
Dimensionamento de reservatórios em rios

Hidroelétrica Fonte: Akintug

110-1
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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SUMARIO

Ordem Assunto
110.1 Introdução
110.2 Definição de falhas
110.3 Método de Rippl ou método das massas
110.4 Método Residual
110.5 Método da análise seqüencial de pico
110.6 Método da Simulação
110.7 Método de McMahon
110.8 Método Gould Gamma
110.9 Método de Hurst
110.10 Método da simulação para série sintética
110.11 Ajustes a ser feito com evaporação
110.12 Hidroelétrica
110.13 Vazão ecológica
110.14 Sedimentação
110.15 Operação do reservatório
110.16 Lei Federal 12334/2010 sobre segurança de barragens
110.17 Água subterrânea
110.18 Erros no dimensionamento da retirada de água do volume do reservatório
110.19 Bibliografia e livros consultados

110-2
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Capítulo 110- Dimensionamento de reservatórios de rio

110.1 Introdução
O objetivo deste texto é mostrar como podemos fazer um dimensionamento preliminar de
um reservatório em um rio no qual queremos retirar água para um determinado fim, como,
abastecimento de água, irrigação, etc conforme Tabela (110.1). Deverá ser retirado um volume
mensal e o reservatório não deverá ficar seco.
Os métodos são todos aproximados e servem somente para um pré-dimensionamento,
devendo a solução final ser decidida pelo projetista, levando-se em conta os custos, evaporação e
outras considerações que julgar necessário.
Vamos usar como livro texto base o livro de McMahon, 1978 denominado Reservoir Capactiy
and Yield e os novos textos atuais do próprio McMahon.
O uso consultivo da água é aquele em que há perdas de água no uso como na irrigação. Em
uma hidroelétrica é um uso não-consultivo.
Conforme Dingman, 2002 uso não-consultivo é a porção da água do rio que fica disponível
para algum uso. A porção da água do rio que é descarregada na superfície ou na água subterrânea é
chamada de escoamento de retorno.
Para Dingman, 2002 o uso consultivo é a porção da água do rio que se evapora, transpira ou
incorporada a um produto ou plantação e conseqüentemente não é disponível para um uso
subseqüente no rio. Pode incluir a porção da água retirada de um rio e gasta na evaporação ou
vazamento em trânsito que é denominado de perdas na condução.
O uso da água em rio pode estar no próprio rio e fora do rio conforme Tabela (110.1).

Tabela 110.1- Classificação dos usos da água e tipo de uso em cada categoria
Uso da água no próprio rio Uso da água fora do rio
(não consultivo) (não consultivo/consultivo)
Hidroelétrica Termoelétrica
Transporte de esgotos e tratamento Irrigação
Peixes e habitat da vida animal Doméstico
Navegação Comercial
Recreação Industrial
Estética Mineração
Fonte: Dingman, 2002

A Figura (110.1) mostra um esquema de um reservatório com as curvas de níveis.

110-3
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Figura 110.1- Esquema de um reservatório Fonte: Akintug

Na Figura (110.2) temos curva cota-volume e cota-area da superfície.

Figura 110.2- Esquema das curvas cota área e cota volume de um reservatório Fonte: Akintug

110-4
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Na Figura (110.3) podemos ver um volume morto onde se depositarão os sedimentos, o


volume ativo que será utilizado e volume para controle de cheias normais e volume para chuvas
extremas como a de período de retorno de 100anos.

Figura 110.3- Perfil de um reservatório Fonte: Akintug

110.2 Noções de estatística


Vamos dar algumas noções fundamentais de estatísticas que serão usadas.
Falhas
Existem muitas definições de falhas na literatura, mas a mais usada conforme McMahon, 1978
é aquela em que a proporção em unidades de tempo na qual o reservatório fica vazio dividido pelo
número total de tempo usado na análise. No nosso caso a unidade de tempo a ser usado é o mês.
Pe= p/N
Sendo:
Pe= probabilidade de falha
p= número de meses em que o reservatório está vazio
N= número total de meses que para um ano é igual a 12, mas que poderá assumir valores diferentes
quando temos mais dados para os cálculos.

Confiabilidade Re
A definição de confiabilidade Re é:
Re = 1- Pe

McMahon, 1978 informa que a definição de falha e de confiabilidade não refletem a realidade
em muitas situações. Por exemplo, um reservatório destinado ao abastecimento de água a uma cidade
nunca é permitido que o mesmo se esvazie, pois estas restrições são aplicadas antecipadamente

110-5
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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diminuindo o fornecimento de água pelo reservatório. Já vimos situação semelhante na nossa cidade
de Guarulhos onde tínhamos um reservatório central de distribuição de 50.000m3 de capacidade.
Quando o mesmo estava quase vazio, as válvulas fechavam a saída e o reservatório nunca ficava
vazio, e os relatórios apontavam que não havia falhas no sistema.

Confiabilidade volumétrica Rv
McMahon, 1978 definiu a confiabilidade volumétrica em certo período pelo quociente do
volume total de água fornecido pela demanda total.
Rv= volume total fornecido anualmente pela água de chuva/ demanda total anual
Ainda conforme McMahon, 1978 a definição apesar de ser boa, pode mascarar os resultados
com foram impostas severas regras no reservatório.

Média X
É a soma dos dados dividido pelo número deles.

Em Excel: X= MEDIA (A1:A50)

Desvio padrão S
É a raiz quadrada da soma dos quadrados das diferenças da media dividido por n-1.

Em Excel: S= DESVPAD (A1:A50)

Coeficiente de variação Cv
É o quociente entre o desvio padrão e a média.
Cv= S/ X

110-6
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Distribuição normal

Figura 110.4- Curva normal


Skewness (g)
Dá uma idéia se a curva normal está distorcida para a direita ou para a esquerda

Em Excel: SKEW= DISTORÇÃO (A1:A50)

Figura 110.5- A esquerda temos skewness positivo e a direita skewness negativo

Covariança

Coeficiente de autocorrelação rk de lag k é uma medida da dependência linear

110-7
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Como Excel da Microsoft podemos usar o equivalente que é r= PEARSON(B1:B50; A1:A50)

110.3 Metodos de dimensionamento


Conforme Uehara, 2022 basicamente existem dois métodos para se dimensionar o volume útil
de reservatórios:
1. Métodos estocásticos: são aqueles que propiciam o cálculo de probabilidades, como por
exemplo, a probabilidade de ocorrência de falhas.
2. Métodos deterministicos: são aqueles que tratam os resultados de forma única, por exemplo,
baseando-se apenas na série histórica existente. Dentre eles, está o método do diagrama de
massas de Rippl.

Volume útil
Conforme Uehara, 2002 o volume útil de um reservatório corresponde ao volume
compreendido entre os néveis de água minimo operacional e máximo operacional conforme Figura
(110.1).

Figura 110.1- Volume do reservatório. Fonte: Kokei, 2002

Volume de Espera
Conforme Uehara, 2002 o volume de espera ou volume para controle de cheias, corresponde à
parcela do volume útil do reservatório destinada ao amortecimento de ondas de cheia, visando ao
atendimento as restrições de vazão de jusante conforme Figura (110.2).

110-8
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Figura 110.2- Volume de espera. Fonte: Kokei, 2002

Nível de água MAXIMO MAXIMORUM


Ainda conforme UEHARA, 2002 o NA maximo maximorum de um reservatório corresponde
à sobre elevação máxima do nível de água, medida a partir do NA máximo operacional, disponivel
para a passagem de ondas de cheia.

Figura 110.3- NA maximo maximorum do reservatório. Fonte: Uehara, 2002

110-9
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110.3 Método de Rippl ou método das massas


O método de Rippl ou método das massas foi criado em 1883 geralmente superdimensiona
o reservatório, mas é bom usá-lo para verificar o limite superior do volume do reservatório de
acumulação de águas de chuvas. Existe outros métodos como o da massa residual que é
praticamente o mesmo método das massas conforme mostrado por McMahon, 1978.
Neste método pode-se usar as séries históricas mensais (mais comum) ou diárias.
Poderemos usar também séries estocásticas.
S (t) = D (t) – Q (t)
Q (t) = C x precipitação da chuva (t) x área de captação
V = Σ S (t) , somente para valores S (t) > 0
Sendo que : Σ D (t) < Σ Q (t)

Onde:
S (t) é o volume de água no reservatório no tempo t;
Q (t) é o volume de chuva aproveitável no tempo t;
D (t) é a demanda ou consumo no tempo t;
V é o volume do reservatório, em metros cúbicos;
C é o coeficiente de escoamento superficial.

O método de Rippl supõe que o reservatório no inicio está cheio e que a retirada de água
do reservatório é suposta constante. Quanto maior o tempo que temos de dados para usar o método
de Rippl iremos encontrar volumes maiores dos reservatórios.
O método de Ripp também não leva em conta a evaporação da água, mas pode ser
estimada.

Figura 110.6- Método de Rippl

110-10
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Exemplo 110.1 Método de Rippl


Dimensionar o volume de um reservatório no Rio Mitta da cidade de Vitória na Austrália cujos dados
de volume estão na Tabela (110.1) com dados de período 1936 a 1969 do livro de MacMahom, 1978.
O volume a ser retirado mensalmente é de 79,6 m3 x 10 6.

Tabela 110.1- Método de Rippl

Ano vol vol


acum.]
1936 Jan 56 56
fev 32 88
Mar 32 120
Abr 38 158
Mai 31 189
Jun 113 302
Jul 189 491
Ago 529 1020
Set 217 1237
Out 152 1389
Nov 80 1469
Dez 84 1553
Jan 53 1606
fev 27 1633
Mar 26 1659
Abr 20 1679
Mai 27 1706
Jun 28 1734
Jul 32 1766
Ago 54 1820
Set 171 1991
Out 125 2116
Nov 56 2172
Dez 31 2203
Jan 16 2219
fev 16 2235
Mar 15 2250
Abr 20 2270
Mai 26 2296
Jun 44 2340
Jul 47 2387
Ago 58 2445
Set 91 2536
Out 52 2588
Nov 19 2607
Dez 9 2616
Jan 6 2622
fev 44 2666
Mar 179 2845
Abr 130 2975
Mai 94 3069
Jun 183 3252

110-11
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Jul 179 3431


Ago 395 3826
Set 318 4144
Out 363 4507
Nov 276 4783
Dez 99 4882
Jan 43 4925
fev 19 4944
Mar 14 4958
Abr 33 4991
Mai 44 5035
Jun 44 5079
Jul 42 5121
Ago 60 5181
Set 93 5274
Out 58 5332
Nov 31 5363
Dez 28 5391
Jan 88 5479
fev 22 5501
Mar 46 5547
Abr 27 5574
Mai 20 5594
Jun 32 5626
Jul 101 5727
Ago 63 5790
Set 100 5890
Out 136 6026
Nov 52 6078
Dez 23 6101
Jan 14 6115
fev 12 6127
Mar 12 6139
Abr 12 6151
Mai 112 6263
Jun 149 6412
Jul 347 6759
Ago 215 6974
Set 316 7290
Out 232 7522
Nov 149 7671
Dez 64 7735
Jan 37 7772
fev 20 7792
Mar 15 7807
Abr 76 7883
Mai 51 7934
Jun 52 7986
Jul 110 8096
Ago 139 8235
Set 201 8436

110-12
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Out 241 8677


Nov 113 8790
Dez 52 8842
Jan 22 8864
fev 12 8876
Mar 12 8888
Abr 17 8905
Mai 64 8969
Jun 39 9008
Jul 64 9072
Ago 43 9115
Set 39 9154
Out 46 9200
Nov 26 9226
Dez 17 9243
Jan 14 9257
fev 16 9273
Mar 7 9280
Abr 14 9294
Mai 16 9310
Jun 56 9366
Jul 42 9408
Ago 154 9562
Set 146 9708
Out 101 9809
Nov 89 9898
Dez 30 9928
Jan 14 9942
fev 44 9986
Mar 69 10055
Abr 47 10102
Mai 44 10146
Jun 91 10237
Jul 444 10681
Ago 302 10983
Set 164 11147
Out 162 11309
Nov 109 11418
Dez 58 11476
Jan 30 11506
fev 22 11528
Mar 35 11563
Abr 30 11593
Mai 36 11629
Jun 80 11709
Jul 253 11962
Ago 237 12199
Set 276 12475
Out 300 12775
Nov 185 12960
Dez 94 13054

110-13
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Jan 57 13111
fev 33 13144
Mar 22 13166
Abr 23 13189
Mai 67 13256
Jun 69 13325
Jul 59 13384
Ago 81 13465
Set 126 13591
Out 158 13749
Nov 252 14001
Dez 65 14066
Jan 39 14105
fev 21 14126
Mar 33 14159
Abr 28 14187
Mai 32 14219
Jun 52 14271
Jul 95 14366
Ago 117 14483
Set 174 14657
Out 236 14893
Nov 238 15131
Dez 86 15217
Jan 35 15252
fev 49 15301
Mar 67 15368
Abr 130 15498
Mai 44 15542
Jun 49 15591
Jul 79 15670
Ago 113 15783
Set 164 15947
Out 220 16167
Nov 167 16334
Dez 73 16407
Jan 41 16448
fev 25 16473
Mar 19 16492
Abr 36 16528
Mai 100 16628
Jun 159 16787
Jul 297 17084
Ago 321 17405
Set 250 17655
Out 253 17908
Nov 126 18034
Dez 63 18097
Jan 28 18125
fev 16 18141
Mar 22 18163

110-14
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Abr 49 18212
Mai 120 18332
Jun 534 18866
Jul 312 19178
Ago 207 19385
Set 472 19857
Out 260 20117
Nov 349 20466
Dez 241 20707
Jan 84 20791
fev 48 20839
Mar 28 20867
Abr 26 20893
Mai 44 20937
Jun 58 20995
Jul 158 21153
Ago 253 21406
Set 297 21703
Out 338 22041
Nov 195 22236
Dez 84 22320
Jan 59 22379
fev 65 22444
Mar 28 22472
Abr 30 22502
Mai 46 22548
Jun 64 22612
Jul 68 22680
Ago 149 22829
Set 122 22951
Out 80 23031
Nov 249 23280
Dez 153 23433
Jan 53 23486
fev 56 23542
Mar 53 23595
Abr 31 23626
Mai 48 23674
Jun 120 23794
Jul 180 23974
Ago 638 24612
Set 417 25029
Out 449 25478
Nov 241 25719
Dez 123 25842
Jan 139 25981
fev 64 26045
Mar 88 26133
Abr 481 26614
Mai 414 27028
Jun 548 27576

110-15
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Jul 513 28089


Ago 456 28545
Set 402 28947
Out 382 29329
Nov 231 29560
Dez 116 29676
Jan 54 29730
fev 36 29766
Mar 38 29804
Abr 32 29836
Mai 42 29878
Jun 65 29943
Jul 117 30060
Ago 69 30129
Set 69 30198
Out 132 30330
Nov 60 30390
Dez 43 30433
Jan 43 30476
fev 22 30498
Mar 17 30515
Abr 21 30536
Mai 89 30625
Jun 105 30730
Jul 191 30921
Ago 471 31392
Set 165 31557
Out 426 31983
Nov 154 32137
Dez 72 32209
Jan 32 32241
fev 26 32267
Mar 36 32303
Abr 44 32347
Mai 23 32370
Jun 39 32409
Jul 42 32451
Ago 96 32547
Set 245 32792
Out 211 33003
Nov 96 33099
Dez 46 33145
Jan 23 33168
fev 15 33183
Mar 11 33194
Abr 20 33214
Mai 148 33362
Jun 112 33474
Jul 217 33691
Ago 279 33970
Set 223 34193

110-16
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Out 218 34411


Nov 132 34543
Dez 75 34618
Jan 37 34655
fev 17 34672
Mar 22 34694
Abr 33 34727
Mai 32 34759
Jun 41 34800
Jul 78 34878
Ago 111 34989
Set 139 35128
Out 95 35223
Nov 58 35281
Dez 54 35335
Jan 32 35367
fev 19 35386
Mar 12 35398
Abr 16 35414
Mai 41 35455
Jun 139 35594
Jul 86 35680
Ago 144 35824
Set 127 35951
Out 169 36120
Nov 90 36210
Dez 53 36263
Jan 44 36307
fev 28 36335
Mar 16 36351
Abr 15 36366
Mai 49 36415
Jun 46 36461
Jul 60 36521
Ago 141 36662
Set 163 36825
Out 137 36962
Nov 105 37067
Dez 46 37113
Jan 17 37130
fev 14 37144
Mar 12 37156
Abr 22 37178
Mai 26 37204
Jun 80 37284
Jul 451 37735
Ago 271 38006
Set 305 38311
Out 421 38732
Nov 178 38910
Dez 91 39001

110-17
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Jan 32 39033
fev 15 39048
Mar 14 39062
Abr 16 39078
Mai 19 39097
Jun 22 39119
Jul 28 39147
Ago 67 39214
Set 152 39366
Out 78 39444
Nov 62 39506
Dez 48 39554
Jan 15 39569
fev 14 39583
Mar 15 39598
Abr 12 39610
Mai 25 39635
Jun 44 39679
Jul 68 39747
Ago 136 39883
Set 212 40095
Out 242 40337
Nov 152 40489
Dez 204 40693
Jan 58 40751
fev 22 40773
Mar 16 40789
Abr 15 40804
Mai 15 40819
Jun 15 40834
Jul 20 40854
Ago 35 40889
Set 52 40941
Out 91 41032
Nov 20 41052
Dez 10 41062
Jan 7 41069
fev 2 41071
Mar 1 41072
Abr 6 41078
Mai 80 41158
Jun 128 41286
Jul 51 41337
Ago 222 41559
Set 155 41714
Out 342 42056
Nov 163 42219
Dez 73 42292
1969 Jan 35 42327
fev 20 42347
Mar 27 42374

110-18
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Abr 42 42416
Mai 43 42459
Jun 84 42543
Jul 178 42721
Ago 132 42853
Set 197 43050
Out 115 43165
Nov 75 43240
Dez 62 43302

Figura 110.6- Método de Rippl com curva acumulada e linha de retirada de água

Imprimindo o gráfico da Figura (110.4) e traçando paralelas nos picos achamos a altura
máxima de 1100 x 106 m3 que é volume obtido no Método de Rippl.
Observar que no metodo analitico para o método de Rippl conseguimos obter no máximo
974x 106 m3.
Em conclusão o volume do reservatorio deverá ser de 1100 x 106 m3.

Observações sobre Rippl:


1. Quando a retirada de água é variável deve ser usado o método de sequência de picos.
2. Quando a série de dados é muito grande fica dificil achar o volume do reservatório pelo
método de Rippl sendo o mais correto o método gráfico.

110.4 Método Residual


Para o método residual tomamos o volume médio de 106,1m3 menos o volume mensal que
passa pelo rio Mitta. Teremos depois que fazer o acumulado das diferenças que será usado para
fazer o gráfico.

110-19
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Tabela 110.2- Aplicação do metodo residual no rio Mitta, Australia


Ano vol Mean V-mean Acum
flow
1936 Jan 56 106,1 -50,1 -50
fev 32 106,1 -74,1 -124
Mar 32 106,1 -74,1 -198
Abr 38 106,1 -68,1 -266
Mai 31 106,1 -75,1 -342
Jun 113 106,1 6,9 -335
Jul 189 106,1 82,9 -252
Ago 529 106,1 422,9 171
Set 217 106,1 110,9 282
Out 152 106,1 45,9 328
Nov 80 106,1 -26,1 302
Dez 84 106,1 -22,1 280
Jan 53 106,1 -53,1 227
fev 27 106,1 -79,1 148
Mar 26 106,1 -80,1 68
Abr 20 106,1 -86,1 -19
Mai 27 106,1 -79,1 -98
Jun 28 106,1 -78,1 -176
Jul 32 106,1 -74,1 -250
Ago 54 106,1 -52,1 -302
Set 171 106,1 64,9 -237
Out 125 106,1 18,9 -218
Nov 56 106,1 -50,1 -268
Dez 31 106,1 -75,1 -343
Jan 16 106,1 -90,1 -434
fev 16 106,1 -90,1 -524
Mar 15 106,1 -91,1 -615
Abr 20 106,1 -86,1 -701
Mai 26 106,1 -80,1 -781
Jun 44 106,1 -62,1 -843
Jul 47 106,1 -59,1 -902
Ago 58 106,1 -48,1 -950
Set 91 106,1 -15,1 -965
Out 52 106,1 -54,1 -1019
Nov 19 106,1 -87,1 -1107
Dez 9 106,1 -97,1 -1204
Jan 6 106,1 -100,1 -1304
fev 44 106,1 -62,1 -1366
Mar 179 106,1 72,9 -1293
Abr 130 106,1 23,9 -1269
Mai 94 106,1 -12,1 -1281
Jun 183 106,1 76,9 -1204
Jul 179 106,1 72,9 -1131
Ago 395 106,1 288,9 -842
Set 318 106,1 211,9 -631
Out 363 106,1 256,9 -374
Nov 276 106,1 169,9 -204

110-20
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Dez 99 106,1 -7,1 -211


Jan 43 106,1 -63,1 -274
fev 19 106,1 -87,1 -361
Mar 14 106,1 -92,1 -453
Abr 33 106,1 -73,1 -526
Mai 44 106,1 -62,1 -588
Jun 44 106,1 -62,1 -650
Jul 42 106,1 -64,1 -715
Ago 60 106,1 -46,1 -761
Set 93 106,1 -13,1 -774
Out 58 106,1 -48,1 -822
Nov 31 106,1 -75,1 -897
Dez 28 106,1 -78,1 -975
Jan 88 106,1 -18,1 -993
fev 22 106,1 -84,1 -1077
Mar 46 106,1 -60,1 -1137
Abr 27 106,1 -79,1 -1216
Mai 20 106,1 -86,1 -1303
Jun 32 106,1 -74,1 -1377
Jul 101 106,1 -5,1 -1382
Ago 63 106,1 -43,1 -1425
Set 100 106,1 -6,1 -1431
Out 136 106,1 29,9 -1401
Nov 52 106,1 -54,1 -1455
Dez 23 106,1 -83,1 -1538
Jan 14 106,1 -92,1 -1630
fev 12 106,1 -94,1 -1724
Mar 12 106,1 -94,1 -1819
Abr 12 106,1 -94,1 -1913
Mai 112 106,1 5,9 -1907
Jun 149 106,1 42,9 -1864
Jul 347 106,1 240,9 -1623
Ago 215 106,1 108,9 -1514
Set 316 106,1 209,9 -1304
Out 232 106,1 125,9 -1178
Nov 149 106,1 42,9 -1135
Dez 64 106,1 -42,1 -1177
Jan 37 106,1 -69,1 -1247
fev 20 106,1 -86,1 -1333
Mar 15 106,1 -91,1 -1424
Abr 76 106,1 -30,1 -1454
Mai 51 106,1 -55,1 -1509
Jun 52 106,1 -54,1 -1563
Jul 110 106,1 3,9 -1559
Ago 139 106,1 32,9 -1526
Set 201 106,1 94,9 -1431
Out 241 106,1 134,9 -1296
Nov 113 106,1 6,9 -1290
Dez 52 106,1 -54,1 -1344
Jan 22 106,1 -84,1 -1428
fev 12 106,1 -94,1 -1522

110-21
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Mar 12 106,1 -94,1 -1616


Abr 17 106,1 -89,1 -1705
Mai 64 106,1 -42,1 -1747
Jun 39 106,1 -67,1 -1814
Jul 64 106,1 -42,1 -1856
Ago 43 106,1 -63,1 -1919
Set 39 106,1 -67,1 -1987
Out 46 106,1 -60,1 -2047
Nov 26 106,1 -80,1 -2127
Dez 17 106,1 -89,1 -2216
Jan 14 106,1 -92,1 -2308
fev 16 106,1 -90,1 -2398
Mar 7 106,1 -99,1 -2497
Abr 14 106,1 -92,1 -2589
Mai 16 106,1 -90,1 -2679
Jun 56 106,1 -50,1 -2729
Jul 42 106,1 -64,1 -2793
Ago 154 106,1 47,9 -2746
Set 146 106,1 39,9 -2706
Out 101 106,1 -5,1 -2711
Nov 89 106,1 -17,1 -2728
Dez 30 106,1 -76,1 -2804
Jan 14 106,1 -92,1 -2896
fev 44 106,1 -62,1 -2958
Mar 69 106,1 -37,1 -2995
Abr 47 106,1 -59,1 -3054
Mai 44 106,1 -62,1 -3116
Jun 91 106,1 -15,1 -3132
Jul 444 106,1 337,9 -2794
Ago 302 106,1 195,9 -2598
Set 164 106,1 57,9 -2540
Out 162 106,1 55,9 -2484
Nov 109 106,1 2,9 -2481
Dez 58 106,1 -48,1 -2529
Jan 30 106,1 -76,1 -2605
fev 22 106,1 -84,1 -2689
Mar 35 106,1 -71,1 -2760
Abr 30 106,1 -76,1 -2837
Mai 36 106,1 -70,1 -2907
Jun 80 106,1 -26,1 -2933
Jul 253 106,1 146,9 -2786
Ago 237 106,1 130,9 -2655
Set 276 106,1 169,9 -2485
Out 300 106,1 193,9 -2291
Nov 185 106,1 78,9 -2212
Dez 94 106,1 -12,1 -2224
Jan 57 106,1 -49,1 -2273
fev 33 106,1 -73,1 -2347
Mar 22 106,1 -84,1 -2431
Abr 23 106,1 -83,1 -2514
Mai 67 106,1 -39,1 -2553

110-22
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Jun 69 106,1 -37,1 -2590


Jul 59 106,1 -47,1 -2637
Ago 81 106,1 -25,1 -2662
Set 126 106,1 19,9 -2642
Out 158 106,1 51,9 -2590
Nov 252 106,1 145,9 -2444
Dez 65 106,1 -41,1 -2486
Jan 39 106,1 -67,1 -2553
fev 21 106,1 -85,1 -2638
Mar 33 106,1 -73,1 -2711
Abr 28 106,1 -78,1 -2789
Mai 32 106,1 -74,1 -2863
Jun 52 106,1 -54,1 -2917
Jul 95 106,1 -11,1 -2928
Ago 117 106,1 10,9 -2917
Set 174 106,1 67,9 -2849
Out 236 106,1 129,9 -2720
Nov 238 106,1 131,9 -2588
Dez 86 106,1 -20,1 -2608
Jan 35 106,1 -71,1 -2679
fev 49 106,1 -57,1 -2736
Mar 67 106,1 -39,1 -2775
Abr 130 106,1 23,9 -2751
Mai 44 106,1 -62,1 -2813
Jun 49 106,1 -57,1 -2870
Jul 79 106,1 -27,1 -2897
Ago 113 106,1 6,9 -2891
Set 164 106,1 57,9 -2833
Out 220 106,1 113,9 -2719
Nov 167 106,1 60,9 -2658
Dez 73 106,1 -33,1 -2691
Jan 41 106,1 -65,1 -2756
fev 25 106,1 -81,1 -2837
Mar 19 106,1 -87,1 -2924
Abr 36 106,1 -70,1 -2994
Mai 100 106,1 -6,1 -3000
Jun 159 106,1 52,9 -2948
Jul 297 106,1 190,9 -2757
Ago 321 106,1 214,9 -2542
Set 250 106,1 143,9 -2398
Out 253 106,1 146,9 -2251
Nov 126 106,1 19,9 -2231
Dez 63 106,1 -43,1 -2274
Jan 28 106,1 -78,1 -2352
fev 16 106,1 -90,1 -2442
Mar 22 106,1 -84,1 -2526
Abr 49 106,1 -57,1 -2584
Mai 120 106,1 13,9 -2570
Jun 534 106,1 427,9 -2142
Jul 312 106,1 205,9 -1936
Ago 207 106,1 100,9 -1835

110-23
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Set 472 106,1 365,9 -1469


Out 260 106,1 153,9 -1315
Nov 349 106,1 242,9 -1072
Dez 241 106,1 134,9 -937
Jan 84 106,1 -22,1 -959
fev 48 106,1 -58,1 -1018
Mar 28 106,1 -78,1 -1096
Abr 26 106,1 -80,1 -1176
Mai 44 106,1 -62,1 -1238
Jun 58 106,1 -48,1 -1286
Jul 158 106,1 51,9 -1234
Ago 253 106,1 146,9 -1087
Set 297 106,1 190,9 -896
Out 338 106,1 231,9 -664
Nov 195 106,1 88,9 -575
Dez 84 106,1 -22,1 -598
Jan 59 106,1 -47,1 -645
fev 65 106,1 -41,1 -686
Mar 28 106,1 -78,1 -764
Abr 30 106,1 -76,1 -840
Mai 46 106,1 -60,1 -900
Jun 64 106,1 -42,1 -942
Jul 68 106,1 -38,1 -980
Ago 149 106,1 42,9 -937
Set 122 106,1 15,9 -921
Out 80 106,1 -26,1 -948
Nov 249 106,1 142,9 -805
Dez 153 106,1 46,9 -758
Jan 53 106,1 -53,1 -811
fev 56 106,1 -50,1 -861
Mar 53 106,1 -53,1 -914
Abr 31 106,1 -75,1 -989
Mai 48 106,1 -58,1 -1047
Jun 120 106,1 13,9 -1033
Jul 180 106,1 73,9 -959
Ago 638 106,1 531,9 -428
Set 417 106,1 310,9 -117
Out 449 106,1 342,9 226
Nov 241 106,1 134,9 361
Dez 123 106,1 16,9 378
Jan 139 106,1 32,9 411
fev 64 106,1 -42,1 369
Mar 88 106,1 -18,1 351
Abr 481 106,1 374,9 726
Mai 414 106,1 307,9 1034
Jun 548 106,1 441,9 1475
Jul 513 106,1 406,9 1882
Ago 456 106,1 349,9 2232
Set 402 106,1 295,9 2528
Out 382 106,1 275,9 2804
Nov 231 106,1 124,9 2929

110-24
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Dez 116 106,1 9,9 2939


Jan 54 106,1 -52,1 2887
fev 36 106,1 -70,1 2817
Mar 38 106,1 -68,1 2749
Abr 32 106,1 -74,1 2674
Mai 42 106,1 -64,1 2610
Jun 65 106,1 -41,1 2569
Jul 117 106,1 10,9 2580
Ago 69 106,1 -37,1 2543
Set 69 106,1 -37,1 2506
Out 132 106,1 25,9 2532
Nov 60 106,1 -46,1 2486
Dez 43 106,1 -63,1 2423
Jan 43 106,1 -63,1 2360
fev 22 106,1 -84,1 2275
Mar 17 106,1 -89,1 2186
Abr 21 106,1 -85,1 2101
Mai 89 106,1 -17,1 2084
Jun 105 106,1 -1,1 2083
Jul 191 106,1 84,9 2168
Ago 471 106,1 364,9 2533
Set 165 106,1 58,9 2592
Out 426 106,1 319,9 2912
Nov 154 106,1 47,9 2960
Dez 72 106,1 -34,1 2925
Jan 32 106,1 -74,1 2851
fev 26 106,1 -80,1 2771
Mar 36 106,1 -70,1 2701
Abr 44 106,1 -62,1 2639
Mai 23 106,1 -83,1 2556
Jun 39 106,1 -67,1 2489
Jul 42 106,1 -64,1 2425
Ago 96 106,1 -10,1 2415
Set 245 106,1 138,9 2554
Out 211 106,1 104,9 2658
Nov 96 106,1 -10,1 2648
Dez 46 106,1 -60,1 2588
Jan 23 106,1 -83,1 2505
fev 15 106,1 -91,1 2414
Mar 11 106,1 -95,1 2319
Abr 20 106,1 -86,1 2233
Mai 148 106,1 41,9 2275
Jun 112 106,1 5,9 2281
Jul 217 106,1 110,9 2392
Ago 279 106,1 172,9 2564
Set 223 106,1 116,9 2681
Out 218 106,1 111,9 2793
Nov 132 106,1 25,9 2819
Dez 75 106,1 -31,1 2788
Jan 37 106,1 -69,1 2719
fev 17 106,1 -89,1 2630

110-25
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Mar 22 106,1 -84,1 2546


Abr 33 106,1 -73,1 2473
Mai 32 106,1 -74,1 2399
Jun 41 106,1 -65,1 2333
Jul 78 106,1 -28,1 2305
Ago 111 106,1 4,9 2310
Set 139 106,1 32,9 2343
Out 95 106,1 -11,1 2332
Nov 58 106,1 -48,1 2284
Dez 54 106,1 -52,1 2232
Jan 32 106,1 -74,1 2158
fev 19 106,1 -87,1 2071
Mar 12 106,1 -94,1 1977
Abr 16 106,1 -90,1 1886
Mai 41 106,1 -65,1 1821
Jun 139 106,1 32,9 1854
Jul 86 106,1 -20,1 1834
Ago 144 106,1 37,9 1872
Set 127 106,1 20,9 1893
Out 169 106,1 62,9 1956
Nov 90 106,1 -16,1 1940
Dez 53 106,1 -53,1 1887
Jan 44 106,1 -62,1 1825
fev 28 106,1 -78,1 1746
Mar 16 106,1 -90,1 1656
Abr 15 106,1 -91,1 1565
Mai 49 106,1 -57,1 1508
Jun 46 106,1 -60,1 1448
Jul 60 106,1 -46,1 1402
Ago 141 106,1 34,9 1437
Set 163 106,1 56,9 1494
Out 137 106,1 30,9 1525
Nov 105 106,1 -1,1 1524
Dez 46 106,1 -60,1 1463
Jan 17 106,1 -89,1 1374
fev 14 106,1 -92,1 1282
Mar 12 106,1 -94,1 1188
Abr 22 106,1 -84,1 1104
Mai 26 106,1 -80,1 1024
Jun 80 106,1 -26,1 998
Jul 451 106,1 344,9 1343
Ago 271 106,1 164,9 1508
Set 305 106,1 198,9 1707
Out 421 106,1 314,9 2021
Nov 178 106,1 71,9 2093
Dez 91 106,1 -15,1 2078
Jan 32 106,1 -74,1 2004
fev 15 106,1 -91,1 1913
Mar 14 106,1 -92,1 1821
Abr 16 106,1 -90,1 1731
Mai 19 106,1 -87,1 1644

110-26
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Jun 22 106,1 -84,1 1560


Jul 28 106,1 -78,1 1482
Ago 67 106,1 -39,1 1442
Set 152 106,1 45,9 1488
Out 78 106,1 -28,1 1460
Nov 62 106,1 -44,1 1416
Dez 48 106,1 -58,1 1358
Jan 15 106,1 -91,1 1267
fev 14 106,1 -92,1 1175
Mar 15 106,1 -91,1 1084
Abr 12 106,1 -94,1 990
Mai 25 106,1 -81,1 909
Jun 44 106,1 -62,1 846
Jul 68 106,1 -38,1 808
Ago 136 106,1 29,9 838
Set 212 106,1 105,9 944
Out 242 106,1 135,9 1080
Nov 152 106,1 45,9 1126
Dez 204 106,1 97,9 1224
Jan 58 106,1 -48,1 1176
fev 22 106,1 -84,1 1092
Mar 16 106,1 -90,1 1002
Abr 15 106,1 -91,1 910
Mai 15 106,1 -91,1 819
Jun 15 106,1 -91,1 728
Jul 20 106,1 -86,1 642
Ago 35 106,1 -71,1 571
Set 52 106,1 -54,1 517
Out 91 106,1 -15,1 502
Nov 20 106,1 -86,1 416
Dez 10 106,1 -96,1 320
Jan 7 106,1 -99,1 221
fev 2 106,1 -104,1 116
Mar 1 106,1 -105,1 11
Abr 6 106,1 -100,1 -89
Mai 80 106,1 -26,1 -115
Jun 128 106,1 21,9 -93
Jul 51 106,1 -55,1 -148
Ago 222 106,1 115,9 -32
Set 155 106,1 48,9 17
Out 342 106,1 235,9 253
Nov 163 106,1 56,9 310
Dez 73 106,1 -33,1 276
1969 Jan 35 106,1 -71,1 205
fev 20 106,1 -86,1 119
Mar 27 106,1 -79,1 40
Abr 42 106,1 -64,1 -24
Mai 43 106,1 -63,1 -87
Jun 84 106,1 -22,1 -109
Jul 178 106,1 71,9 -37
Ago 132 106,1 25,9 -11

110-27
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Set 197 106,1 90,9 80


Out 115 106,1 8,9 88
Nov 75 106,1 -31,1 57
Dez 62 106,1 -44,1 13

Figura 110.7- Aplicação do método residual no rio Mitta na Australia conforme McMachon,
1978, observando que conseguimos achar 1110m3 no trecho vertical.

Observemos que na Figura (110.1) a vazão média mensal em m3 é 106,1 e a retirada de água
mendal é 79,6m3 e a diferença é 26,5m3 que foi usado para traçar a reta entre 50 meses
multiplicando 50 vezes 26,5 que é igual 1325. Na vertical onde está o numero 400 achamos
1110m3.

110.6 Método da análise sequencial de pico


Quando uma série é muito grande e fica cansativo tratar com gráficos é recomendado o
Método da sequência de pico que pode ser usado também quando varia a demanda mensal.
A solução analítica que pode ser feito facilmente em um microcomputador conforme Mays,
2001.
:
Vt= Dt – St + Vt-1 >0 (se positivo)
Senão Vt =0

Sendo:
Dt= a demanda mensal (m3) que pode ser constante ou variável.
St= a entrada de água mensal (m3)
Vt= volume necessário do reservatório (m3)

110-28
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Outra dica importante na análise é a condição inicial Vt-1 que é colocada como zero. A
solução é o valor Vt achado. Usando a função do Excel =Maximo (A1:A400) acharemos o valor
máximo.
Mays, 2001 recomenda que o metodo deve ser aplicado duas vezes o tamanho da série de
dados e se deve a possibilidade de que o volume maior de reservação pode acontecer no último
dado que temos.
O valor máximo de Vt é o valor escolhido.
May, 2001 salienta ainda a facilidade que podemos também levar em conta a evaporação na
superficie do lago e de infiltração.
Portanto, resumidamente podemos levar em conta na Análise do método sequencial de
pico:
 demanda constante ou variável
 evaporação da água da superficie do reservatório
 Infiltração e outras perdas que podemos ter no reservatório,
 precipitação sobre o superficie do reservatório.

Tabela 110.3- Dimensionamento do volume pelo método da análise sequencial de pico


Ano Vol Demanda
“S” “D” D-S Vt (m3)
Método da Seqüência de Picos 0
1936 Jan 56 79,6 24 24
fev 32 79,6 48 71
Mar 32 79,6 48 119
Abr 38 79,6 42 160
Mai 31 79,6 49 209
Jun 113 79,6 -33 176
Jul 189 79,6 -109 66
Ago 529 79,6 -449 0
Set 217 79,6 -137 0
Out 152 79,6 -72 0
Nov 80 79,6 0 0
Dez 84 79,6 -4 0
Jan 53 79,6 27 27
fev 27 79,6 53 79
Mar 26 79,6 54 133
Abr 20 79,6 60 192
Mai 27 79,6 53 245
Jun 28 79,6 52 297
Jul 32 79,6 48 344
Ago 54 79,6 26 370
Set 171 79,6 -91 278
Out 125 79,6 -45 233
Nov 56 79,6 24 257
Dez 31 79,6 49 305
Jan 16 79,6 64 369
fev 16 79,6 64 432
Mar 15 79,6 65 497
Abr 20 79,6 60 557
Mai 26 79,6 54 610
Jun 44 79,6 36 646

110-29
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Jul 47 79,6 33 678


Ago 58 79,6 22 700
Set 91 79,6 -11 689
Out 52 79,6 28 716
Nov 19 79,6 61 777
Dez 9 79,6 71 847
Jan 6 79,6 74 921
fev 44 79,6 36 957
Mar 179 79,6 -99 857
Abr 130 79,6 -50 807
Mai 94 79,6 -14 792
Jun 183 79,6 -103 689
Jul 179 79,6 -99 590
Ago 395 79,6 -315 274
Set 318 79,6 -238 36
Out 363 79,6 -283 0
Nov 276 79,6 -196 0
Dez 99 79,6 -19 0
Jan 43 79,6 37 37
fev 19 79,6 61 97
Mar 14 79,6 66 163
Abr 33 79,6 47 209
Mai 44 79,6 36 245
Jun 44 79,6 36 281
Jul 42 79,6 38 318
Ago 60 79,6 20 338
Set 93 79,6 -13 324
Out 58 79,6 22 346
Nov 31 79,6 49 395
Dez 28 79,6 52 446
Jan 88 79,6 -8 438
fev 22 79,6 58 495
Mar 46 79,6 34 529
Abr 27 79,6 53 582
Mai 20 79,6 60 641
Jun 32 79,6 48 689
Jul 101 79,6 -21 667
Ago 63 79,6 17 684
Set 100 79,6 -20 664
Out 136 79,6 -56 607
Nov 52 79,6 28 635
Dez 23 79,6 57 691
Jan 14 79,6 66 757
fev 12 79,6 68 825
Mar 12 79,6 68 892
Abr 12 79,6 68 960
Mai 112 79,6 -32 927
Jun 149 79,6 -69 858
Jul 347 79,6 -267 591
Ago 215 79,6 -135 455
Set 316 79,6 -236 219

110-30
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Out 232 79,6 -152 66


Nov 149 79,6 -69 0
Dez 64 79,6 16 16
Jan 37 79,6 43 58
fev 20 79,6 60 118
Mar 15 79,6 65 182
Abr 76 79,6 4 186
Mai 51 79,6 29 215
Jun 52 79,6 28 242
Jul 110 79,6 -30 212
Ago 139 79,6 -59 152
Set 201 79,6 -121 31
Out 241 79,6 -161 0
Nov 113 79,6 -33 0
Dez 52 79,6 28 28
Jan 22 79,6 58 85
fev 12 79,6 68 153
Mar 12 79,6 68 220
Abr 17 79,6 63 283
Mai 64 79,6 16 299
Jun 39 79,6 41 339
Jul 64 79,6 16 355
Ago 43 79,6 37 391
Set 39 79,6 41 432
Out 46 79,6 34 466
Nov 26 79,6 54 519
Dez 17 79,6 63 582
Jan 14 79,6 66 647
fev 16 79,6 64 711
Mar 7 79,6 73 784
Abr 14 79,6 66 849
Mai 16 79,6 64 913
Jun 56 79,6 24 936
Jul 42 79,6 38 974
Ago 154 79,6 -74 900
Set 146 79,6 -66 833
Out 101 79,6 -21 812
Nov 89 79,6 -9 802
Dez 30 79,6 50 852
Jan 14 79,6 66 918
fev 44 79,6 36 953
Mar 69 79,6 11 964
Abr 47 79,6 33 996
Mai 44 79,6 36 1032
Jun 91 79,6 -11 1021
Jul 444 79,6 -364 656
Ago 302 79,6 -222 434
Set 164 79,6 -84 349
Out 162 79,6 -82 267
Nov 109 79,6 -29 238
Dez 58 79,6 22 259

110-31
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Jan 30 79,6 50 309


fev 22 79,6 58 366
Mar 35 79,6 45 411
Abr 30 79,6 50 461
Mai 36 79,6 44 504
Jun 80 79,6 0 504
Jul 253 79,6 -173 330
Ago 237 79,6 -157 173
Set 276 79,6 -196 0
Out 300 79,6 -220 0
Nov 185 79,6 -105 0
Dez 94 79,6 -14 0
Jan 57 79,6 23 23
fev 33 79,6 47 69
Mar 22 79,6 58 127
Abr 23 79,6 57 183
Mai 67 79,6 13 196
Jun 69 79,6 11 207
Jul 59 79,6 21 227
Ago 81 79,6 -1 226
Set 126 79,6 -46 179
Out 158 79,6 -78 101
Nov 252 79,6 -172 0
Dez 65 79,6 15 15
Jan 39 79,6 41 55
fev 21 79,6 59 114
Mar 33 79,6 47 160
Abr 28 79,6 52 212
Mai 32 79,6 48 260
Jun 52 79,6 28 287
Jul 95 79,6 -15 272
Ago 117 79,6 -37 234
Set 174 79,6 -94 140
Out 236 79,6 -156 0
Nov 238 79,6 -158 0
Dez 86 79,6 -6 0
Jan 35 79,6 45 45
fev 49 79,6 31 75
Mar 67 79,6 13 88
Abr 130 79,6 -50 37
Mai 44 79,6 36 73
Jun 49 79,6 31 104
Jul 79 79,6 1 104
Ago 113 79,6 -33 71
Set 164 79,6 -84 0
Out 220 79,6 -140 0
Nov 167 79,6 -87 0
Dez 73 79,6 7 7
Jan 41 79,6 39 45
fev 25 79,6 55 100
Mar 19 79,6 61 160

110-32
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Abr 36 79,6 44 204


Mai 100 79,6 -20 184
Jun 159 79,6 -79 104
Jul 297 79,6 -217 0
Ago 321 79,6 -241 0
Set 250 79,6 -170 0
Out 253 79,6 -173 0
Nov 126 79,6 -46 0
Dez 63 79,6 17 17
Jan 28 79,6 52 68
fev 16 79,6 64 132
Mar 22 79,6 58 189
Abr 49 79,6 31 220
Mai 120 79,6 -40 180
Jun 534 79,6 -454 0
Jul 312 79,6 -232 0
Ago 207 79,6 -127 0
Set 472 79,6 -392 0
Out 260 79,6 -180 0
Nov 349 79,6 -269 0
Dez 241 79,6 -161 0
Jan 84 79,6 -4 0
fev 48 79,6 32 32
Mar 28 79,6 52 83
Abr 26 79,6 54 137
Mai 44 79,6 36 172
Jun 58 79,6 22 194
Jul 158 79,6 -78 116
Ago 253 79,6 -173 0
Set 297 79,6 -217 0
Out 338 79,6 -258 0
Nov 195 79,6 -115 0
Dez 84 79,6 -4 0
Jan 59 79,6 21 21
fev 65 79,6 15 35
Mar 28 79,6 52 87
Abr 30 79,6 50 136
Mai 46 79,6 34 170
Jun 64 79,6 16 186
Jul 68 79,6 12 197
Ago 149 79,6 -69 128
Set 122 79,6 -42 85
Out 80 79,6 0 85
Nov 249 79,6 -169 0
Dez 153 79,6 -73 0
Jan 53 79,6 27 27
fev 56 79,6 24 50
Mar 53 79,6 27 77
Abr 31 79,6 49 125
Mai 48 79,6 32 157
Jun 120 79,6 -40 117

110-33
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Jul 180 79,6 -100 16


Ago 638 79,6 -558 0
Set 417 79,6 -337 0
Out 449 79,6 -369 0
Nov 241 79,6 -161 0
Dez 123 79,6 -43 0
Jan 139 79,6 -59 0
fev 64 79,6 16 16
Mar 88 79,6 -8 7
Abr 481 79,6 -401 0
Mai 414 79,6 -334 0
Jun 548 79,6 -468 0
Jul 513 79,6 -433 0
Ago 456 79,6 -376 0
Set 402 79,6 -322 0
Out 382 79,6 -302 0
Nov 231 79,6 -151 0
Dez 116 79,6 -36 0
Jan 54 79,6 26 26
fev 36 79,6 44 69
Mar 38 79,6 42 111
Abr 32 79,6 48 158
Mai 42 79,6 38 196
Jun 65 79,6 15 211
Jul 117 79,6 -37 173
Ago 69 79,6 11 184
Set 69 79,6 11 194
Out 132 79,6 -52 142
Nov 60 79,6 20 162
Dez 43 79,6 37 198
Jan 43 79,6 37 235
fev 22 79,6 58 292
Mar 17 79,6 63 355
Abr 21 79,6 59 414
Mai 89 79,6 -9 404
Jun 105 79,6 -25 379
Jul 191 79,6 -111 267
Ago 471 79,6 -391 0
Set 165 79,6 -85 0
Out 426 79,6 -346 0
Nov 154 79,6 -74 0
Dez 72 79,6 8 8
Jan 32 79,6 48 55
fev 26 79,6 54 109
Mar 36 79,6 44 152
Abr 44 79,6 36 188
Mai 23 79,6 57 245
Jun 39 79,6 41 285
Jul 42 79,6 38 323
Ago 96 79,6 -16 306
Set 245 79,6 -165 141

110-34
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Out 211 79,6 -131 10


Nov 96 79,6 -16 0
Dez 46 79,6 34 34
Jan 23 79,6 57 90
fev 15 79,6 65 155
Mar 11 79,6 69 223
Abr 20 79,6 60 283
Mai 148 79,6 -68 215
Jun 112 79,6 -32 182
Jul 217 79,6 -137 45
Ago 279 79,6 -199 0
Set 223 79,6 -143 0
Out 218 79,6 -138 0
Nov 132 79,6 -52 0
Dez 75 79,6 5 5
Jan 37 79,6 43 47
fev 17 79,6 63 110
Mar 22 79,6 58 167
Abr 33 79,6 47 214
Mai 32 79,6 48 262
Jun 41 79,6 39 300
Jul 78 79,6 2 302
Ago 111 79,6 -31 270
Set 139 79,6 -59 211
Out 95 79,6 -15 196
Nov 58 79,6 22 217
Dez 54 79,6 26 243
Jan 32 79,6 48 290
fev 19 79,6 61 351
Mar 12 79,6 68 419
Abr 16 79,6 64 482
Mai 41 79,6 39 521
Jun 139 79,6 -59 461
Jul 86 79,6 -6 455
Ago 144 79,6 -64 391
Set 127 79,6 -47 343
Out 169 79,6 -89 254
Nov 90 79,6 -10 243
Dez 53 79,6 27 270
Jan 44 79,6 36 306
fev 28 79,6 52 357
Mar 16 79,6 64 421
Abr 15 79,6 65 485
Mai 49 79,6 31 516
Jun 46 79,6 34 550
Jul 60 79,6 20 569
Ago 141 79,6 -61 508
Set 163 79,6 -83 424
Out 137 79,6 -57 367
Nov 105 79,6 -25 342
Dez 46 79,6 34 375

110-35
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Jan 17 79,6 63 438


fev 14 79,6 66 503
Mar 12 79,6 68 571
Abr 22 79,6 58 629
Mai 26 79,6 54 682
Jun 80 79,6 0 682
Jul 451 79,6 -371 310
Ago 271 79,6 -191 119
Set 305 79,6 -225 0
Out 421 79,6 -341 0
Nov 178 79,6 -98 0
Dez 91 79,6 -11 0
Jan 32 79,6 48 48
fev 15 79,6 65 112
Mar 14 79,6 66 178
Abr 16 79,6 64 241
Mai 19 79,6 61 302
Jun 22 79,6 58 360
Jul 28 79,6 52 411
Ago 67 79,6 13 424
Set 152 79,6 -72 351
Out 78 79,6 2 353
Nov 62 79,6 18 371
Dez 48 79,6 32 402
Jan 15 79,6 65 467
fev 14 79,6 66 532
Mar 15 79,6 65 597
Abr 12 79,6 68 665
Mai 25 79,6 55 719
Jun 44 79,6 36 755
Jul 68 79,6 12 766
Ago 136 79,6 -56 710
Set 212 79,6 -132 578
Out 242 79,6 -162 415
Nov 152 79,6 -72 343
Dez 204 79,6 -124 218
Jan 58 79,6 22 240
fev 22 79,6 58 298
Mar 16 79,6 64 361
Abr 15 79,6 65 426
Mai 15 79,6 65 490
Jun 15 79,6 65 555
Jul 20 79,6 60 615
Ago 35 79,6 45 659
Set 52 79,6 28 687
Out 91 79,6 -11 675
Nov 20 79,6 60 735
Dez 10 79,6 70 805
Jan 7 79,6 73 877
fev 2 79,6 78 955
Mar 1 79,6 79 1033

110-36
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Abr 6 79,6 74 1107


Mai 80 79,6 0 1107
Jun 128 79,6 -48 1058
Jul 51 79,6 29 1087
Ago 222 79,6 -142 944
Set 155 79,6 -75 869
Out 342 79,6 -262 607
Nov 163 79,6 -83 523
Dez 73 79,6 7 530
1969 Jan 35 79,6 45 574
fev 20 79,6 60 634
Mar 27 79,6 53 687
Abr 42 79,6 38 724
Mai 43 79,6 37 761
Jun 84 79,6 -4 756
Jul 178 79,6 -98 658
Ago 132 79,6 -52 606
Set 197 79,6 -117 488
Out 115 79,6 -35 453
Nov 75 79,6 5 457
Dez 62 79,6 18 475
Maximo 1107
(A1:A40)
Volume= 1107

Portanto, o volume do reservatório deverá ser 1107x106m3.

110-37
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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110.6 Método da Simulação


Um método muito usado em pé-dimensionamento e dimensionamento de reservaórios é o
método da Simulação. No caso não vamos considerar a evapotranspiração.
Para um determinado mês aplica-se a equação da continuidade a um reservatório finito e
conforme McMahon, 1978 temos:
S (t) = Q (t) + S (t-1) – D (t) -Et -Lt
Sendo que: 0 ≤ S (t) ≤ V
Onde:
S (t) é o volume de água no reservatório no tempo t;
S (t-1) é o volume de água no reservatório no tempo t – 1;
Q (t) é o volume de chuva no tempo t;
D (t) é o consumo ou demanda no tempo t;
V é o volume do reservatório fixado;
C é o coeficiente de escoamento superficial.
Et: evaporação da superficie
Quando se usa o metodo da simulação duas opções devem ser feitas, sendo uma considerar
o reservatorio vazio no inicio e outra considerar o reservatorio cheio no inicio.
Haverá uma pequena diferença de volumes obtidos dos reservatorios quando consideramos
no inicio cheio e o no inicio vazio.
Supondo o reservatorio no inicio vazio obteremos para cada volume arbitrado um
porcentual de falhas, isto é, os meses em que o reservatorio ficará vazio. Isto é feito no Excel
usdando a função =COUNT.SE( A13:420; “=0”) com a condição igual a zero.
Conforme Tabela (110.4) para reservatorio com capacidadde de 830m3 teremos falha de
0,051 ou seja 5,1% que poderá ser o nosso objetivo

Tabela 110.4- Capacidade dos reservatórios e falhas supondo o reservatório vazio no


início
Capacidade do Falhas em
reservatorio (m3) fração
1000 0,029
830 0,051
800 0,056
760 0,064
750 0,069
700 0,078

110-38
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Tabela 110.5- Método da simulação supondo vazio no inicio para volume variando de 1000 a
700 sendo escolhido o volume de 830m3 que equivale a 5,1% de falhas.
Demanda Volume de Volume Nivel do Nível do res.
reserv
constante do reserv, antes depois
(m3) (m3) (m3) 5+7-3>6; 6;
5+7-3
UW CRW SV RSV RSV'
inicio igual
a zero
Coluna Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
1
1 79,6 56,0 830 0 -24
2 79,6 32,0 830 0 -48
3 79,6 32,0 830 0 -48
4 79,6 38,0 830 0 -42
5 79,6 31,0 830 0 -49
6 79,6 113,0 830 0 33
7 79,6 189,0 830 33 143
8 79,6 529,0 830 143 592
9 79,6 217,0 830 592 730
10 79,6 152,0 830 730 802
11 79,6 80,0 830 802 802
12 79,6 84,0 830 802 807
13 79,6 53,0 830 807 780
14 79,6 27,0 830 780 728
15 79,6 26,0 830 728 674
16 79,6 20,0 830 674 614
17 79,6 27,0 830 614 562
18 79,6 28,0 830 562 510
19 79,6 32,0 830 510 463
20 79,6 54,0 830 463 437
21 79,6 171,0 830 437 528
22 79,6 125,0 830 528 574
23 79,6 56,0 830 574 550
24 79,6 31,0 830 550 502
25 79,6 16,0 830 502 438
26 79,6 16,0 830 438 374
27 79,6 15,0 830 374 310
28 79,6 20,0 830 310 250
29 79,6 26,0 830 250 197
30 79,6 44,0 830 197 161
31 79,6 47,0 830 161 128
32 79,6 58,0 830 128 107
33 79,6 91,0 830 107 118
34 79,6 52,0 830 118 91
35 79,6 19,0 830 91 30

110-39
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

36 79,6 9,0 830 30 -41


37 79,6 6,0 830 0 -74
38 79,6 44,0 830 0 -36
39 79,6 179,0 830 0 99
40 79,6 130,0 830 99 150
41 79,6 94,0 830 150 164
42 79,6 183,0 830 164 268
43 79,6 179,0 830 268 367
44 79,6 395,0 830 367 682
45 79,6 318,0 830 682 830
46 79,6 363,0 830 830 830
47 79,6 276,0 830 830 830
48 79,6 99,0 830 830 830
49 79,6 43,0 830 830 793
50 79,6 19,0 830 793 733
51 79,6 14,0 830 733 667
52 79,6 33,0 830 667 621
53 79,6 44,0 830 621 585
54 79,6 44,0 830 585 549
55 79,6 42,0 830 549 512
56 79,6 60,0 830 512 492
57 79,6 93,0 830 492 506
58 79,6 58,0 830 506 484
59 79,6 31,0 830 484 435
60 79,6 28,0 830 435 384
61 79,6 88,0 830 384 392
62 79,6 22,0 830 392 335
63 79,6 46,0 830 335 301
64 79,6 27,0 830 301 248
65 79,6 20,0 830 248 189
66 79,6 32,0 830 189 141
67 79,6 101,0 830 141 163
68 79,6 63,0 830 163 146
69 79,6 100,0 830 146 166
70 79,6 136,0 830 166 223
71 79,6 52,0 830 223 195
72 79,6 23,0 830 195 139
73 79,6 14,0 830 139 73
74 79,6 12,0 830 73 5
75 79,6 12,0 830 5 -62
76 79,6 12,0 830 0 -68
77 79,6 112,0 830 0 32
78 79,6 149,0 830 32 102
79 79,6 347,0 830 102 369
80 79,6 215,0 830 369 505
81 79,6 316,0 830 505 741

110-40
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

82 79,6 232,0 830 741 830


83 79,6 149,0 830 830 830
84 79,6 64,0 830 830 814
85 79,6 37,0 830 814 772
86 79,6 20,0 830 772 712
87 79,6 15,0 830 712 648
88 79,6 76,0 830 648 644
89 79,6 51,0 830 644 615
90 79,6 52,0 830 615 588
91 79,6 110,0 830 588 618
92 79,6 139,0 830 618 678
93 79,6 201,0 830 678 799
94 79,6 241,0 830 799 830
95 79,6 113,0 830 830 830
96 79,6 52,0 830 830 802
97 79,6 22,0 830 802 745
98 79,6 12,0 830 745 677
99 79,6 12,0 830 677 610
100 79,6 17,0 830 610 547
101 79,6 64,0 830 547 531
102 79,6 39,0 830 531 491
103 79,6 64,0 830 491 475
104 79,6 43,0 830 475 439
105 79,6 39,0 830 439 398
106 79,6 46,0 830 398 364
107 79,6 26,0 830 364 311
108 79,6 17,0 830 311 248
109 79,6 14,0 830 248 183
110 79,6 16,0 830 183 119
111 79,6 7,0 830 119 46
112 79,6 14,0 830 46 -19
113 79,6 16,0 830 0 -64
114 79,6 56,0 830 0 -24
115 79,6 42,0 830 0 -38
116 79,6 154,0 830 0 74
117 79,6 146,0 830 74 141
118 79,6 101,0 830 141 162
119 79,6 89,0 830 162 172
120 79,6 30,0 830 172 122
121 79,6 14,0 830 122 56
122 79,6 44,0 830 56 21
123 79,6 69,0 830 21 10
124 79,6 47,0 830 10 -22
125 79,6 44,0 830 0 -36
126 79,6 91,0 830 0 11
127 79,6 444,0 830 11 376

110-41
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

128 79,6 302,0 830 376 598


129 79,6 164,0 830 598 683
130 79,6 162,0 830 683 765
131 79,6 109,0 830 765 794
132 79,6 58,0 830 794 773
133 79,6 30,0 830 773 723
134 79,6 22,0 830 723 666
135 79,6 35,0 830 666 621
136 79,6 30,0 830 621 571
137 79,6 36,0 830 571 528
138 79,6 80,0 830 528 528
139 79,6 253,0 830 528 702
140 79,6 237,0 830 702 830
141 79,6 276,0 830 830 830
142 79,6 300,0 830 830 830
143 79,6 185,0 830 830 830
144 79,6 94,0 830 830 830
145 79,6 57,0 830 830 807
146 79,6 33,0 830 807 761
147 79,6 22,0 830 761 703
148 79,6 23,0 830 703 647
149 79,6 67,0 830 647 634
150 79,6 69,0 830 634 623
151 79,6 59,0 830 623 603
152 79,6 81,0 830 603 604
153 79,6 126,0 830 604 651
154 79,6 158,0 830 651 729
155 79,6 252,0 830 729 830
156 79,6 65,0 830 830 815
157 79,6 39,0 830 815 775
158 79,6 21,0 830 775 716
159 79,6 33,0 830 716 670
160 79,6 28,0 830 670 618
161 79,6 32,0 830 618 570
162 79,6 52,0 830 570 543
163 79,6 95,0 830 543 558
164 79,6 117,0 830 558 596
165 79,6 174,0 830 596 690
166 79,6 236,0 830 690 830
167 79,6 238,0 830 830 830
168 79,6 86,0 830 830 830
169 79,6 35,0 830 830 785
170 79,6 49,0 830 785 755
171 79,6 67,0 830 755 742
172 79,6 130,0 830 742 793
173 79,6 44,0 830 793 757

110-42
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

174 79,6 49,0 830 757 726


175 79,6 79,0 830 726 726
176 79,6 113,0 830 726 759
177 79,6 164,0 830 759 830
178 79,6 220,0 830 830 830
179 79,6 167,0 830 830 830
180 79,6 73,0 830 830 823
181 79,6 41,0 830 823 785
182 79,6 25,0 830 785 730
183 79,6 19,0 830 730 670
184 79,6 36,0 830 670 626
185 79,6 100,0 830 626 646
186 79,6 159,0 830 646 726
187 79,6 297,0 830 726 830
188 79,6 321,0 830 830 830
189 79,6 250,0 830 830 830
190 79,6 253,0 830 830 830
191 79,6 126,0 830 830 830
192 79,6 63,0 830 830 813
193 79,6 28,0 830 813 762
194 79,6 16,0 830 762 698
195 79,6 22,0 830 698 641
196 79,6 49,0 830 641 610
197 79,6 120,0 830 610 650
198 79,6 534,0 830 650 830
199 79,6 312,0 830 830 830
200 79,6 207,0 830 830 830
201 79,6 472,0 830 830 830
202 79,6 260,0 830 830 830
203 79,6 349,0 830 830 830
204 79,6 241,0 830 830 830
205 79,6 84,0 830 830 830
206 79,6 48,0 830 830 798
207 79,6 28,0 830 798 747
208 79,6 26,0 830 747 693
209 79,6 44,0 830 693 658
210 79,6 58,0 830 658 636
211 79,6 158,0 830 636 714
212 79,6 253,0 830 714 830
213 79,6 297,0 830 830 830
214 79,6 338,0 830 830 830
215 79,6 195,0 830 830 830
216 79,6 84,0 830 830 830
217 79,6 59,0 830 830 809
218 79,6 65,0 830 809 795
219 79,6 28,0 830 795 743

110-43
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

220 79,6 30,0 830 743 694


221 79,6 46,0 830 694 660
222 79,6 64,0 830 660 644
223 79,6 68,0 830 644 633
224 79,6 149,0 830 633 702
225 79,6 122,0 830 702 745
226 79,6 80,0 830 745 745
227 79,6 249,0 830 745 830
228 79,6 153,0 830 830 830
229 79,6 53,0 830 830 803
230 79,6 56,0 830 803 780
231 79,6 53,0 830 780 753
232 79,6 31,0 830 753 705
233 79,6 48,0 830 705 673
234 79,6 120,0 830 673 713
235 79,6 180,0 830 713 814
236 79,6 638,0 830 814 830
237 79,6 417,0 830 830 830
238 79,6 449,0 830 830 830
239 79,6 241,0 830 830 830
240 79,6 123,0 830 830 830
241 79,6 139,0 830 830 830
242 79,6 64,0 830 830 814
243 79,6 88,0 830 814 823
244 79,6 481,0 830 823 830
245 79,6 414,0 830 830 830
246 79,6 548,0 830 830 830
247 79,6 513,0 830 830 830
248 79,6 456,0 830 830 830
249 79,6 402,0 830 830 830
250 79,6 382,0 830 830 830
251 79,6 231,0 830 830 830
252 79,6 116,0 830 830 830
253 79,6 54,0 830 830 804
254 79,6 36,0 830 804 761
255 79,6 38,0 830 761 719
256 79,6 32,0 830 719 672
257 79,6 42,0 830 672 634
258 79,6 65,0 830 634 619
259 79,6 117,0 830 619 657
260 79,6 69,0 830 657 646
261 79,6 69,0 830 646 636
262 79,6 132,0 830 636 688
263 79,6 60,0 830 688 668
264 79,6 43,0 830 668 632
265 79,6 43,0 830 632 595

110-44
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

266 79,6 22,0 830 595 538


267 79,6 17,0 830 538 475
268 79,6 21,0 830 475 416
269 79,6 89,0 830 416 426
270 79,6 105,0 830 426 451
271 79,6 191,0 830 451 563
272 79,6 471,0 830 563 830
273 79,6 165,0 830 830 830
274 79,6 426,0 830 830 830
275 79,6 154,0 830 830 830
276 79,6 72,0 830 830 822
277 79,6 32,0 830 822 775
278 79,6 26,0 830 775 721
279 79,6 36,0 830 721 678
280 79,6 44,0 830 678 642
281 79,6 23,0 830 642 585
282 79,6 39,0 830 585 545
283 79,6 42,0 830 545 507
284 79,6 96,0 830 507 524
285 79,6 245,0 830 524 689
286 79,6 211,0 830 689 820
287 79,6 96,0 830 820 830
288 79,6 46,0 830 830 796
289 79,6 23,0 830 796 740
290 79,6 15,0 830 740 675
291 79,6 11,0 830 675 607
292 79,6 20,0 830 607 547
293 79,6 148,0 830 547 615
294 79,6 112,0 830 615 648
295 79,6 217,0 830 648 785
296 79,6 279,0 830 785 830
297 79,6 223,0 830 830 830
298 79,6 218,0 830 830 830
299 79,6 132,0 830 830 830
300 79,6 75,0 830 830 825
301 79,6 37,0 830 825 783
302 79,6 17,0 830 783 720
303 79,6 22,0 830 720 663
304 79,6 33,0 830 663 616
305 79,6 32,0 830 616 568
306 79,6 41,0 830 568 530
307 79,6 78,0 830 530 528
308 79,6 111,0 830 528 560
309 79,6 139,0 830 560 619
310 79,6 95,0 830 619 634
311 79,6 58,0 830 634 613

110-45
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

312 79,6 54,0 830 613 587


313 79,6 32,0 830 587 540
314 79,6 19,0 830 540 479
315 79,6 12,0 830 479 411
316 79,6 16,0 830 411 348
317 79,6 41,0 830 348 309
318 79,6 139,0 830 309 369
319 79,6 86,0 830 369 375
320 79,6 144,0 830 375 439
321 79,6 127,0 830 439 487
322 79,6 169,0 830 487 576
323 79,6 90,0 830 576 587
324 79,6 53,0 830 587 560
325 79,6 44,0 830 560 524
326 79,6 28,0 830 524 473
327 79,6 16,0 830 473 409
328 79,6 15,0 830 409 345
329 79,6 49,0 830 345 314
330 79,6 46,0 830 314 280
331 79,6 60,0 830 280 261
332 79,6 141,0 830 261 322
333 79,6 163,0 830 322 406
334 79,6 137,0 830 406 463
335 79,6 105,0 830 463 488
336 79,6 46,0 830 488 455
337 79,6 17,0 830 455 392
338 79,6 14,0 830 392 327
339 79,6 12,0 830 327 259
340 79,6 22,0 830 259 201
341 79,6 26,0 830 201 148
342 79,6 80,0 830 148 148
343 79,6 451,0 830 148 520
344 79,6 271,0 830 520 711
345 79,6 305,0 830 711 830
346 79,6 421,0 830 830 830
347 79,6 178,0 830 830 830
348 79,6 91,0 830 830 830
349 79,6 32,0 830 830 782
350 79,6 15,0 830 782 718
351 79,6 14,0 830 718 652
352 79,6 16,0 830 652 589
353 79,6 19,0 830 589 528
354 79,6 22,0 830 528 470
355 79,6 28,0 830 470 419
356 79,6 67,0 830 419 406
357 79,6 152,0 830 406 479

110-46
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

358 79,6 78,0 830 479 477


359 79,6 62,0 830 477 459
360 79,6 48,0 830 459 428
361 79,6 15,0 830 428 363
362 79,6 14,0 830 363 298
363 79,6 15,0 830 298 233
364 79,6 12,0 830 233 165
365 79,6 25,0 830 165 111
366 79,6 44,0 830 111 75
367 79,6 68,0 830 75 64
368 79,6 136,0 830 64 120
369 79,6 212,0 830 120 252
370 79,6 242,0 830 252 415
371 79,6 152,0 830 415 487
372 79,6 204,0 830 487 612
373 79,6 58,0 830 612 590
374 79,6 22,0 830 590 532
375 79,6 16,0 830 532 469
376 79,6 15,0 830 469 404
377 79,6 15,0 830 404 340
378 79,6 15,0 830 340 275
379 79,6 20,0 830 275 215
380 79,6 35,0 830 215 171
381 79,6 52,0 830 171 143
382 79,6 91,0 830 143 155
383 79,6 20,0 830 155 95
384 79,6 10,0 830 95 25
385 79,6 7,0 830 25 -47
386 79,6 2,0 830 0 -78
387 79,6 1,0 830 0 -79
388 79,6 6,0 830 0 -74
389 79,6 80,0 830 0 0
390 79,6 128,0 830 0 49
391 79,6 51,0 830 49 20
392 79,6 222,0 830 20 163
393 79,6 155,0 830 163 238
394 79,6 342,0 830 238 500
395 79,6 163,0 830 500 584
396 79,6 73,0 830 584 577
397 79,6 35,0 830 577 533
398 79,6 20,0 830 533 473
399 79,6 27,0 830 473 420
400 79,6 42,0 830 420 383
401 79,6 43,0 830 383 346
402 79,6 84,0 830 346 351
403 79,6 178,0 830 351 449

110-47
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

404 79,6 132,0 830 449 501


405 79,6 197,0 830 501 619
406 79,6 115,0 830 619 654
407 79,6 75,0 830 654 650
408 79,6 62,0 830 650 632

110.5 Equação empírica de McMahon


Fazendo pesquisas em 156 rios na Austrália e na Malásia, McMahon elaborou uma equação
simples e direta para se estimar o volume de um reservatório.

C= (aCvb) X
Sendo:
C= volume do reservatório (m3)
a= valor obtido em na Tabela (110.3)
b= valor obtido na Tabela (110.3)
Cv= coeficiente de variação = s/X
X= valor médio da retirada mensal de água (m3)
Nota: a interpolação entre os valores de C para diversas probabilidades de falhas é feita através
de logaritmo linear.

Tabela 110.3- Coeficiente a e b para retirada de água de reservatório e conforme a


probabilidade de falhas (%). Fonte: McMahon, 1978
Retirada de água Probabilidade de falhas p
(%) Parametros (%)
2,5 5 10

90 a 7,5 5,07 3,08


b 1,86 1,81 1,82

70 a 2,51 1,81 1,21


b 1,83 1,79 1,74

50 a 0,98 0,75 0,51


b 1,91 1,93 1,83

30 a 0,28 0,22 0,15


b 1,53 1,49 1,79

110-48
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Exemplo 110.2 Método da equação empírica de McMahon, 1978


Dimensionar o volume de um reservatório no Rio Mitta da cidade de Vitória na Austrália cujos dados
de volume estão na Tabela (110.5) com dados de período 1936 a 1969 do livro de MacMahom, 1978.
O volume a ser retirado mensalmente é de 79,6 m3 x 10 6. Os volumes mensais são todos
multiplicados por x 106 m3. Na Tabela (110.5) estão a média anual, o desvio padrão e o coeficiente de
correlação.

Tabela 110.5- Dados fornecidos e calculados


McMachon, 1978 Mitta Mitta River, Australia 1936-1939; Unidades x 10^6 m3

Ano Jan fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
1936 56 32 32 38 31 113 189 529 217 152 80 84 1553
1937 53 27 26 20 27 28 32 54 171 125 56 31 650
1938 16 16 15 20 26 44 47 58 91 52 19 9 413
1939 6 44 179 130 94 183 179 395 318 363 276 99 2266
1940 43 19 14 33 44 44 42 60 93 58 31 28 509
1941 88 22 46 27 20 32 101 63 100 136 52 23 710
1942 14 12 12 12 112 149 347 215 316 232 149 64 1634
1943 37 20 15 76 51 52 110 139 201 241 113 52 1107
1944 22 12 12 17 64 39 64 43 39 46 26 17 401
1945 14 16 7 14 16 56 42 154 146 101 89 30 685
1946 14 44 69 47 44 91 444 302 164 162 109 58 1548
1947 30 22 35 30 36 80 253 237 276 300 185 94 1578
1948 57 33 22 23 67 69 59 81 126 158 252 65 1012
1949 39 21 33 28 32 52 95 117 174 236 238 86 1151
1950 35 49 67 130 44 49 79 113 164 220 167 73 1190
1951 41 25 19 36 100 159 297 321 250 253 126 63 1690
1952 28 16 22 49 120 534 312 207 472 260 349 241 2610
1953 84 48 28 26 44 58 158 253 297 338 195 84 1613
1954 59 65 28 30 46 64 68 149 122 80 249 153 1113
1955 53 56 53 31 48 120 180 638 417 449 241 123 2409
1956 139 64 88 481 414 548 513 456 402 382 231 116 3834
1957 54 36 38 32 42 65 117 69 69 132 60 43 757
1958 43 22 17 21 89 105 191 471 165 426 154 72 1776
1959 32 26 36 44 23 39 42 96 245 211 96 46 936
1960 23 15 11 20 148 112 217 279 223 218 132 75 1473
1961 37 17 22 33 32 41 78 111 139 95 58 54 717
1962 32 19 12 16 41 139 86 144 127 169 90 53 928
1963 44 28 16 15 49 46 60 141 163 137 105 46 850
1964 17 14 12 22 26 80 451 271 305 421 178 91 1888
1965 32 15 14 16 19 22 28 67 152 78 62 48 553
1966 15 14 15 12 25 44 68 136 212 242 152 204 1139
1967 58 22 16 15 15 15 20 35 52 91 20 10 369
1968 7 2 1 6 80 128 51 222 155 342 163 73 1230
1969 35 20 27 42 43 84 178 132 197 115 75 62 1010

Media= 39,91 26,85 31,15 46,82 62,12 102,47 152,88 198,76 198,82 206,50 134,65 72,65 1273,59
Desv padr 26,38 15,40 32,31 81,65 70,07 118,90 132,21 151,36 103,54 115,76 83,09 49,88 731,33
Cv 0,66 0,57 1,04 1,74 1,13 1,16 0,86 0,76 0,52 0,56 0,62 0,69 0,57
skewness 1,78 1,11 3,26 4,88 4,10 3,17 1,34 1,30 0,89 0,58 0,62 1,73 1,50

110-49
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Para a aplicação das equações empíricas de McMahon, 1978 temos que ter dois dados básicos
de entrada que estão na Tabela (110.6).

Tabela 110.6- Resumo do dados anuais


Media= 1273,59
Desv padr 731,33
Cv 0,57
skewness 1,50
Correlação serial 0,06

Retirada de água mensal = 79.6 m3 x 106


Volume médio mensal= 1273,59 x 106/ 12= 106,13 x 106 m3
Porcentagem retirada mensalmente = 79,6 x 106 / 106,13 x 106 =0,75
Portanto, iremos retirar anualmente 75% da água de chuva.
Temos que escolher na Tabela (110.2) qual a porcentagem de falhas que toleraremos. No caso
vamos supor que adotaremos 5%. Uma grande vantagem do método da equação empírica de
McMahon é que podemos optar por falhas desde 2,5% até 10%.
Como adotamos 5% de falhas e a retirada anual de água será de 75% e como na Tabela
(110.3) não temos diretamente os valores de “a” e “b” e teremos que fazer uma interpolação linear
logaritmo do valor de C. Assim obteremos:

s=731m3 da Tabela (110.6)


X=1274x 106 m3 /mês da Tabela (110.6)

O coeficiente de variação dos volume médios mensais anuais é Cv= 0,57.


Para retirada de 90% de água mensalmente temos:
C= (aCvb) X
C= (251x0,571,83)x1274 =2331m3

Tabela 110.7- Interpolação linear logaritmo


Retirada de água a b aCvb C
(%) x 106 m3
90% 5,07 1,81 1,83 2331
70% 1,81 1,79 0,66 841
50% 0,75 1,93 0,25 319
30% 0,22 1,49 0,10 127
Interpolação
logarítmica 1090
linear
Para 75%

O valor achado foi pelo equação empírica de McMahon com falhas de 5% o volume do
reservatório deverá ser de 1090m3 x 106.

110-50
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Figura 110.1- Gráfico capacidade e retirada de água. Linha vertical em logaritmo. Achamos
1090.

Como a correlação serial é 0,06 então temos que multiplicar o valor achado por 1,06 e ficará:

1090 x 1,06= 1155

110-51
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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110.6 Método Gould Gamma

Conforme McMahon, 1978 o método foi criado em 1964. É baseado na distribuição normal e
em uma correção pela distribuição Gamma e daí o nome Gould Gamma.
C= X . [ zp2/ (4(1-D)) –d] Cv2
Sendo:
X= 1274 = média anual
D= 0,75= fração anual de água que vai ser retirada do reservatório. É a relação entre a água retirada
anualmente e volume que chega anualmente ao reservatório, sendo D<1
d= valor retirado da Tabela (110.8)= fator de ajuste anual devido a distribuição Gamma conforme
Figura (110.5). Para 5% de falhas d=0,6.
zp= valor tirado da Tabela (110.8) e que é da distribuição normal correspondente a porcentagem “p”
de falhas. Para 5% de falhas zp=1,64
p= probabilidade em percentagem de não excedencia durante o período critico de retirada de água do
reservatório.
C= volume do reservatório (m3)

Tabela 110.8- Valores de zp e d conforme Gould Gamma. Fonte: McMahon 1978


Valor percentual “p” de
falhas da curva normal Zp d
(%)
0,5 3,30 O valor de d não é constante
1,0 2,33 1,5
2,0 2,05 1,1
3,0 1,88 0,9
4,0 1,75 0,8
5,0 1,64 0,6
7,5 1,44 0,4 (não recomendado)
10,0 1,28 0,3 (não recomendado)

Figura 110.9- Podemos ver na figura a distribuição normal e a distribuição Gamma, notando
que d é a diferença entre as duas

110-52
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Exemplo 110.3 Método de Gould Gamma


Dimensionar o volume de um reservatório no Rio Mitta da cidade de Vitória na Austrália cujos dados
de volume estão na Tabela (110.9) com dados de período 1936 a 1969 do livro de McMahom, 1978.
O volume a ser retirado mensalmente é de 79,6 m3 x 10 6. Os volumes mensais são todos
multiplicados por x 106 m3. Na Tabela (110.9) estão a média anual, o desvio padrão e o coeficiente de
correlação.

Tabela 110.9- Dados fornecidos e calculados


McMachon, 1978 Mitta Mitta River, Australia 1936-1939; Unidades x 10^6 m3

Ano Jan fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
1936 56 32 32 38 31 113 189 529 217 152 80 84 1553
1937 53 27 26 20 27 28 32 54 171 125 56 31 650
1938 16 16 15 20 26 44 47 58 91 52 19 9 413
1939 6 44 179 130 94 183 179 395 318 363 276 99 2266
1940 43 19 14 33 44 44 42 60 93 58 31 28 509
1941 88 22 46 27 20 32 101 63 100 136 52 23 710
1942 14 12 12 12 112 149 347 215 316 232 149 64 1634
1943 37 20 15 76 51 52 110 139 201 241 113 52 1107
1944 22 12 12 17 64 39 64 43 39 46 26 17 401
1945 14 16 7 14 16 56 42 154 146 101 89 30 685
1946 14 44 69 47 44 91 444 302 164 162 109 58 1548
1947 30 22 35 30 36 80 253 237 276 300 185 94 1578
1948 57 33 22 23 67 69 59 81 126 158 252 65 1012
1949 39 21 33 28 32 52 95 117 174 236 238 86 1151
1950 35 49 67 130 44 49 79 113 164 220 167 73 1190
1951 41 25 19 36 100 159 297 321 250 253 126 63 1690
1952 28 16 22 49 120 534 312 207 472 260 349 241 2610
1953 84 48 28 26 44 58 158 253 297 338 195 84 1613
1954 59 65 28 30 46 64 68 149 122 80 249 153 1113
1955 53 56 53 31 48 120 180 638 417 449 241 123 2409
1956 139 64 88 481 414 548 513 456 402 382 231 116 3834
1957 54 36 38 32 42 65 117 69 69 132 60 43 757
1958 43 22 17 21 89 105 191 471 165 426 154 72 1776
1959 32 26 36 44 23 39 42 96 245 211 96 46 936
1960 23 15 11 20 148 112 217 279 223 218 132 75 1473
1961 37 17 22 33 32 41 78 111 139 95 58 54 717
1962 32 19 12 16 41 139 86 144 127 169 90 53 928
1963 44 28 16 15 49 46 60 141 163 137 105 46 850
1964 17 14 12 22 26 80 451 271 305 421 178 91 1888
1965 32 15 14 16 19 22 28 67 152 78 62 48 553
1966 15 14 15 12 25 44 68 136 212 242 152 204 1139
1967 58 22 16 15 15 15 20 35 52 91 20 10 369
1968 7 2 1 6 80 128 51 222 155 342 163 73 1230
1969 35 20 27 42 43 84 178 132 197 115 75 62 1010

Media= 39,91 26,85 31,15 46,82 62,12 102,47 152,88 198,76 198,82 206,50 134,65 72,65 1273,59
Desv padr 26,38 15,40 32,31 81,65 70,07 118,90 132,21 151,36 103,54 115,76 83,09 49,88 731,33
Cv 0,66 0,57 1,04 1,74 1,13 1,16 0,86 0,76 0,52 0,56 0,62 0,69 0,57
skewness 1,78 1,11 3,26 4,88 4,10 3,17 1,34 1,30 0,89 0,58 0,62 1,73 1,50

110-53
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

O método de Gould Gamma e a equação empírica de McMahon são considerados os melhores


métodos para se obter um pré-dimensionamento de um reservatório.
O método de Gould Gamma usa a distribuição normal e a distribuição Gamma sendo que o
método é substancialmente muito bem definido.
Da mesma maneira que o método de McMahon, no método Gould Gamma podemos definir
qual a probabilidade de falhas que vamos admitir.
Para o exemplo vamos admitir 5% de falhas e consultando a Tabela (110.8) achamos zp=1,64
e d=0,61.
C= X . [ zp2/ (4(1-D)) –d] Cv2
3
X= 1274m conforme Tabela (110.9)
D= 0,75 (fração anual da água retirada do reservatório)
S=desvio padrão= 731m3
Cv= coeficiente de variação= s/X=0,57
C= 1274 . [ 1,642/ (4(1-0,75)) –0,6] 0,572
C= 866m3
Portanto, para 5% de probabilidades de falhas precisaremos conforme o Método Gould
Gamma de 866 x 106 m3 de reservação.

Como a correlação serial é 0,06 então temos que multiplicar o valor achado por 1,06 e ficará:

866 x 1,06= 918

110.7 Método de Hurst


Segundo McMahon, 1978 o método foi baseado em pesquisas feito por Hurst no rio Nilo. Ele
examinou 700 séries naturais de rios, chuvas, temperaturas, pressões e demais dados e chegou a
equações:
R/s= (N/2) K
Sendo:
R= faixa de soma acumulada da média (m3)
s= desvio padrão da série
N= comprimento da série em anos
K= expoente achado por Hurst e que geralmente é adotado K=0,50,
Quando o volume do reservatório C for igual a média X de chegada de água, então o volume
do reservatório C será:
C= R
Quando a retirada de água for menor que a entrada média de água, o que é usual então usamos
uma das duas fórmulas.
log (C/R)= -0,08 -1,05 (X-B)/s
ou
C/R= 0,94 -0,96 x [(X-B)/s] 0,5
Sendo:
C= volume do reservatório (m3)
X= média de entrada de água (m3)
B= retirada média mensal de água (m3)
s= desvio padrão (m3)

110-54
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

Figura 110.10- Equações de Hurst. Fonte: McMahon, 1978

Exemplo 110.4 Método de Hurst


Dimensionar o volume de um reservatório no Rio Mitta da cidade de Vitória na Austrália cujos
dados de volume estão na Tabela (110.10) com dados de período 1936 a 1969 do livro de
MacMahom, 1978. O volume a ser retirado mensalmente é de 79,6 m3 x 10. Os volumes mensais são
todos multiplicados por x 106 m3. Na Tabela (110.10) estão a média anual, o desvio padrão e o
coeficiente de correlação.

Tabela 110.10- Dados fornecidos e calculados


McMachon, 1978 Mitta Mitta River, Australia 1936-1939; Unidades x 10^6 m3

Ano Jan fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
1936 56 32 32 38 31 113 189 529 217 152 80 84 1553
1937 53 27 26 20 27 28 32 54 171 125 56 31 650
1938 16 16 15 20 26 44 47 58 91 52 19 9 413
1939 6 44 179 130 94 183 179 395 318 363 276 99 2266
1940 43 19 14 33 44 44 42 60 93 58 31 28 509
1941 88 22 46 27 20 32 101 63 100 136 52 23 710
1942 14 12 12 12 112 149 347 215 316 232 149 64 1634
1943 37 20 15 76 51 52 110 139 201 241 113 52 1107
1944 22 12 12 17 64 39 64 43 39 46 26 17 401
1945 14 16 7 14 16 56 42 154 146 101 89 30 685
1946 14 44 69 47 44 91 444 302 164 162 109 58 1548
1947 30 22 35 30 36 80 253 237 276 300 185 94 1578
1948 57 33 22 23 67 69 59 81 126 158 252 65 1012
1949 39 21 33 28 32 52 95 117 174 236 238 86 1151
1950 35 49 67 130 44 49 79 113 164 220 167 73 1190
1951 41 25 19 36 100 159 297 321 250 253 126 63 1690
1952 28 16 22 49 120 534 312 207 472 260 349 241 2610

110-55
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

Engenheiro Plínio Tomaz 08 de janeiro de 2012 pliniotomaz@uol.com.br

1953 84 48 28 26 44 58 158 253 297 338 195 84 1613


1954 59 65 28 30 46 64 68 149 122 80 249 153 1113
1955 53 56 53 31 48 120 180 638 417 449 241 123 2409
1956 139 64 88 481 414 548 513 456 402 382 231 116 3834
1957 54 36 38 32 42 65 117 69 69 132 60 43 757
1958 43 22 17 21 89 105 191 471 165 426 154 72 1776
1959 32 26 36 44 23 39 42 96 245 211 96 46 936
1960 23 15 11 20 148 112 217 279 223 218 132 75 1473
1961 37 17 22 33 32 41 78 111 139 95 58 54 717
1962 32 19 12 16 41 139 86 144 127 169 90 53 928
1963 44 28 16 15 49 46 60 141 163 137 105 46 850
1964 17 14 12 22 26 80 451 271 305 421 178 91 1888
1965 32 15 14 16 19 22 28 67 152 78 62 48 553
1966 15 14 15 12 25 44 68 136 212 242 152 204 1139
1967 58 22 16 15 15 15 20 35 52 91 20 10 369
1968 7 2 1 6 80 128 51 222 155 342 163 73 1230
1969 35 20 27 42 43 84 178 132 197 115 75 62 1010

Media= 39,91 26,85 31,15 46,82 62,12 102,47 152,88 198,76 198,82 206,50 134,65 72,65 1273,59
Desv padr 26,38 15,40 32,31 81,65 70,07 118,90 132,21 151,36 103,54 115,76 83,09 49,88 731,33
Cv 0,66 0,57 1,04 1,74 1,13 1,16 0,86 0,76 0,52 0,56 0,62 0,69 0,57
skewness 1,78 1,11 3,26 4,88 4,10 3,17 1,34 1,30 0,89 0,58 0,62 1,73 1,50

R/s= (N/2) K
Como não temos exatamente o número de anos N dos dados obtidos de 1939 a 1969 e
portanto N=34anos.
Adotamos K=0,50 o que também é mais usual.

R/s= (N/2) K
R/s= (34/2) 0,50
R/s= 4,12
S=731m3 x 106
R= 4,12 x 731= 3014m3
Vamos achar o valor {(X-B)/s]0,5;
X= volume anual = 1274m3
B= retirada de água média anual (m3)= 956m3 (Ver Tabela (110.10)
{(X-B)/s]0,5 ={(1274-956)/ 731]0,5 =0,6
C/R= 0,94 -0,96 x [(X-B)/s] 0,5
C/R= 0,94 -0,96 x0,66= 0,31
C= 0,31 x R= 0,31 x 3014= 934 x 106 m3
Portanto, o volume de reservação que precisamos para o método de Hurst é de 934x 106m3.

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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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110.8 Método da Simulação para série sintética


Para um determinado mês aplica-se a equação da continuidade a um reservatório finito e
conforme McMahon, 1978 temos:
S (t) = Q (t) + S (t-1) – D (t) -Et -Lt
Sendo que: 0 ≤ S (t) ≤ V
Onde:
S (t) é o volume de água no reservatório no tempo t;
S (t-1) é o volume de água no reservatório no tempo t – 1;
Q (t) é o volume de chuva no tempo t;
D (t) é o consumo ou demanda no tempo t;
V é o volume do reservatório fixado;
C é o coeficiente de escoamento superficial.
Et: evaporação da superficie do reservatorio quando livre
Lt: outras perdas

Nota: para este método duas hipóteses devem ser feitas, o reservatório está cheio no início da
contagem do tempo “t”, os dados históricos são representativos para as condições futuras.

O período usual de tempo usado no método da simulação é um mês.


O tamanho do reservatório C é escolhido arbitrariamente e é suposto que o reservatório no
inicio está vazio. Note que McMahon considera que o reservatório no inicio está cheio assim como o
método de Rippl.
McMahon sugere que se use vários valores de C, calculando para cada um a probabilidade de
falhas dividindo o numero de vezes em um determinado período que o reservatório está vazio pelo
numero total de tempo do período.
Se o reservatório fica somente uma vez vazio em um determinado período, este
armazenamento será praticamente o de Rippl.
O numero de anos que será analisado deve ser no mínimo de 100anos de dados conforme
McMahom, 1978 usando os dados históricos e a seqüência estocástica.
Ainda segundo McMahoom 1978 há serias dificuldades de incluir as retiradas conforme as
demandas de água do reservatório durante as sazonalidades.

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Exemplo 110.5 Método da Simulação


Dimensionar o volume de um reservatório no Rio Mitta Mitta da cidadde de Vitória na Austrália
cujos dados de volume estão na Tabela (110.8) com dados de periodo 1936 a 1969 do livro de
MacMahom, 1978. O volume a ser retirado mensalmente é de 79,6 m3 x 10. Os volumes mensais são
todos multiplicados por x 106 m3. Na Tabela (110.8) estão a média anual, o desvio padrão e o
coeficiente de correlação.

Para aplicação do método da Simulação vamos achar a média de todos os métodos cálculadoss
conforme Tabela (110.11).

Tabela 110.11- Cálculo da média dos valores obtidos para pré-dimensionamento do


reservatório.
Métodos de dimensionamento preliminar de Reservatório necessário C
reservatórios (m3)
Método de Rippl 1110
Método da análise seqüencial de pico 1107
Método Residual 1110
Metodo da Simulação 830
Método de McMahon 918
Método Gould Gamma 866
Método de Hurst 934

Adotado 1107

Portanto, vamos supor que o reservatório tenha 1107 x 106m3 de capacidade e apliquemos o
Método da Simulação que está na Tabela (110.12).

110.9 Ajustes a ser feito com evaporação


McMahon 1978 e 1993 mostra como levar em conta nos reservatórios a evaporação.
Deve ser usada a seguinte equação:
∆SE= 0,7 .A ∆E. Cp
Sendo:
∆SE= volume que precisa ser acrescentado ao volume do reservatório calculado para compensar as
perdas por evaporação (m3)
A= área da superfície do lago quando o mesmo estiver completamente cheio (m2)
∆E=evaporação na superfície do lago – evapotranspiração na área antiga do lago se o mesmo não
fosse inundado.
Cp= [zp2/ (4(1-D)2] x Cv2 McMahon, 1993.
0,7= este número resultou de pesquisas feitas na Austrália. Significa a superfície média do
reservatório exposta a evaporação durante os períodos críticos dividido pela área da superfície do
reservatório quando está cheio.

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110.10 Hidroelétrica
A hidroelétrica através de uma turbina produz energia elétrica que é medida normalmente em
kilowats-horas (kWh).
O projeto deve prever a energia elétrica média anual em kWh, a energia firme que pode ser
retirada no período de seca. A energia firme é denominada de energia primária e o excesso de energia
é denominado de energia secundária conforme McMahon, 1993.
A energia elétrica é feita através da equação:
P= 9,81Q.H .e
Sendo:
P= energia elétrica (kW)
Q= vazão de descarga (m3/s)
H= altura de carga (m)
e= eficiência global que varia de 80% a 85%

Segundo McMahon, 1993 há dois métodos para determinar a energia potencial de uma
hidroelétrica. Um é o método da duração do fluxo e outro é o routing sequencial do rio.
Não iremos detalhar nenhum destes métodos e o nosso objetivo é mostrar a importância do
reservatório.

Figura 110.11 Esquema de aproveitamento hidroelétrico Fonte: Akintug

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119.11 Vazão ecológica


Sarmento, 2007 mostrou que existem 207 metodologias distribuídas por 44 países para a
avaliação da vazão ecológica. Isto mostra que não há um consenso mundial sobre qual o melhor
método a ser adotado.
A vazão ecológica pode ser classificada conforme Collishchonn et al em:
 Métodos Hidrológicos
- Vazão Q7,10
- Curva de Permanência de vazões
- Vazão mínima anual de 7 dias
- Método de Tennant/ Montana
- Método da Mediana das vazões mensais
- Método da área de drenagem

 Métodos Hidráulicos
-Método do perímetro molhado
-Método das regressões múltiplas

 Métodos de Classificação de Habitats


- Método Idaho
- Método do Departamento de Pesca de Washington
- Método IFIM

 Métodos Holísticos
- Método de construção de blocos (BBM)

 Outros métodos
- Vazão de pulso e de enchentes

15.8 Origem do Q7,10


Um dos primeiros métodos usado foi o de Tennant (ou Montana) feito em 1976 e ainda usado
em 16 estados na América do Norte segundo Sarmento, 2007 e em 25 paises no mundo.
O método é extremamente simples e usa basicamente a porcentagem de 30% da vazão
média anual de cada seis meses com diversas qualificações. Não vamos entrar em detalhe do
método, pois não iremos utilizá-lo. Foi feito para rios de grandes dimensões. De modo geral segundo
Sarmento, 2007 a vazão correspondente a 10% da vazão média anual é suficiente para sustentar uma
pequena condição de habitat para os peixes. Uma vazão de 30% da vazão média anual mantém uma
boa qualidade de habitat e uma vazão de 60% a 100% da vazão média anual promove uma excelente
condição para a maioria das formas de vida aquática.

Método Q7,10
Q 7,10 significa vazão de 7 dias consecutivas em 10 anos. A representação também pode ser
7Q10 muito usada nos Estados Unidos.
Também em meados dos ano 70 apareceu nos Estados Unidos o método Q7,10 que foi
exigido em projetos para evitar o problema de poluição dos rios. No estado da Pennsylvania foi
exigido para áreas maiores que 1,3km2 e a vazão mínima usada foi de 1 L/s x Km2 que era a vazão
necessária na bacia para o fluxo natural da água. Se a vazão fosse menor que Q7,10 haveria degradação
do curso de água.
O método Q7,10 não possui nenhuma base ecológica.

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Portanto, na origem da criação do Q7,10 tinha como função o recebimento de descargas de


esgotos sanitários. Mais tarde houve mudança de significado do método Q7,10 passando a refletir a
situação do habitat aquático e do habitat na região ribeirinha, ou seja, a zona riparia.
Segundo Sarmento, 2007 o método Q7,10 segue duas etapas:
1. Calcula-se o Q7 para todos os anos de registro histórico considerado
2. Aplica-se uma distribuição estatística de vazão mínima denominada distribuição de
Gumbel e Weibull que são as mais comuns
As Figuras (15.1) e (15.2) mostram como obter a vazão Q7,10 conforme Unesco, 2005 e
salientam que análises demonstraram que a vazão Q7,10 pode ser obtida com 99% das vazões diárias
de uma região baseado em NRC, 2001 in Unesco, 2005.

Figura 15.7- Vazão de 7 dias


Fonte: Unesco, 2005

Figura 15.8- Vazão de 7 dias


Fonte: Unesco, 2005

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Exemplo 15.1
Este exemplo do dr. Mauro Naghettini in Heller, 2006.
Calcular a vazão Q7,10 de um rio cujas média anuais (41 anos) das vazões Q7 do ano 1938 a 1978
usando a distribuição de Weibull de 2 parâmetros usada para modelar eventos mínimos.

Tabela 15.2- Vazões mínimas de 7 dias seguidos de 1938 a 1978


Ano Q7 (m3/s)
1938 46,7
1939 37,9
1940 33,4
1941 39,0
1942 33,3
1943 46,1
1944 30,5
1945 35,4
1946 30,5
1947 36,4
1948 26,0
1949 37,5
1950 30,0
1951 27,1
1952 34,1
1953 26,5
1954 18,8
1955 15,0
1956 20,7
1957 27,1
1958 31,1
1959 19,7
1960 21,8
1961 29,7
1962 27,5
1963 18,5
1964 19,8
1965 37,2
1966 34,3
1967 27,1
1968 29,7
1969 19,8
1970 27,3
1971 13,6
1972 26,7
1973 29,9
1974 24,7
1975 20,7
1976 25,5
1977 23,7
1978 27,1
Media= 28,473

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Desv padrao= 7,590


Coef variação CV= 0,2666

Entrando com o coeficiente de variação CV na tabela achamos:


B(alfa)= 0,8856
A (alfa)= 0,9093
!/alfa= 0,2363

Beta= Media/A(alfa)= 31,31

Q7,10= 18,40

Tabela 15.3- Relações auxiliares de Weibull

X= média dos valores


S= desvio padrão
Cv= coeficiente de variação= S/X
XT= valor de Q7,10
T= 10 para período de retorno de 10anos
β= X / A (α)
XT= β . [ -ln(1- 1/T)]1/α
Para T=10anos, temos:
X10= β . [ -ln(1- 1/10)]1/α

Vamos conferir o método de Weibull colocando-se os dados de vazões em ordem crescente e


fazendo a divisão (n+1/ m), ou seja, (41+1/ m_=42/m variando o valor de m de 1 a 41.
Entrando com o período de retorno de 10 anos obtemos o valor de Q7,10.
A aderência do modelo Weibul com a curva achado é muito boa.

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Tabela 15.4- Ordem crescente das vazões e valores 41+1/ m sendo m variando de 1 a 41
Valores de m Ordem crescente (n+1)/m=
(m3/s) 42/m
1 13,6 42,0
2 15,0 21,0
3 18,5 14,0
4 18,8 10,5
5 19,7 8,4
6 19,8 7,0
7 19,8 6,0
8 20,7 5,3
9 20,7 4,7
10 21,8 4,2
11 23,7 3,8
12 24,7 3,5
13 25,5 3,2
14 26,0 3,0
15 26,5 2,8
16 26,7 2,6
17 27,1 2,5
18 27,1 2,3
19 27,1 2,2
20 27,1 2,1
21 27,3 2,0
22 27,5 1,9
23 29,7 1,8
24 29,7 1,8
25 29,9 1,7
26 30,0 1,6
27 30,5 1,6
28 30,5 1,5
29 31,1 1,4
30 33,3 1,4
31 33,4 1,4
32 34,1 1,3
33 34,3 1,3
34 35,4 1,2
35 36,4 1,2
36 37,2 1,2
37 37,5 1,1
38 37,9 1,1
39 39,0 1,1
40 46,1 1,1
41 46,7 1,0

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Q7 em função do periodo de retorno

50,0
45,0
Vazão Q7 (m3/s) 40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0
Periodo de retorno (anos)

Figura 15.9- Gráfico onde entrando-se com Tr=10anos achamos o Q7,10

15.9 Métodos dos índices de duração de vazão


Surgiram depois outros métodos como o Q7,1, o Q7,2 (Ontário), o Q7,5 (Dakota) o Q7,20
(Ontário) e o Q7,25.
Não há dúvida que o método Q7,10 é o mais usado no mundo.
Na Tabela (15.2) podemos ver num período de 10anos durante os meses de agosto e setembro
quando as vazões são mais baixas e como se acha a vazão Q7,10, que é a menor das vazões por 7 dias
seguidos e dá em torno de 1,81m3/s.
Os estudos da WSC, 2004 mostraram que a vazão Q7,10 corresponde a vazão Q98,85 a
Q99,85. Os métodos mais usados no mundo são o Q7,10 e o Q95.

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Tabela 15.5- Baixas vazões no rio Batchawana nos meses de agosto de 1992 a setembro de 2001.

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15.10 Método Q95% ou método da análise da freqüência


O método de análise da freqüência é usado para achar o Q95%
A sua aplicação é fácil e é feito da seguinte maneira:

a) Primeiramente coloque em ordem decrescente todas as vazões dos rios em análise


b) De um número “m” para cada vazão indo de 1 até o número total de dados de vazões que
conseguimos que é “n”.
c) A probabilidade “P” dada uma certa vazão que será igualada ou superada é definida por:
P= 100 x m/ (n+1)
d) Ponha num gráfico semi-logaritmo da seguinte maneira Figura (15.10).

Na Figura (15.10) podemos ver que quando a vazão base é alta temos a linha “a” e quando a
vazão base é baixa temos a linha “b” que geralmente são rios de baixa vazão.
Facilmente podemos tirar o valor P=95%.
Alguns paises usam Q90, relação Q90/ Q50 para indicar a contribuição da água de recarga
subterrânea, mas não é adotado por todos.

Figura 15.10- Curva da análise de freqüência

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Exemplo 15.5 Dadas as vazões médias mensais do rio Descoberto conforme Tabela (15.6) achar
o Q95%.

Tabela 15.6- Vazões médias mensais do rio Descoberto, Goiás


VAZÕES MÉDIAS MENSAIS (m³/s) - ANO: 1978 A

CAESB/DP/PHI/PHIP/PHIPH
ESTAÇÃO: DESCOBERTO CH. 89 CÓDIGO: 60435000 ALTITUDE: 1034,89 m LATITUDE: 15º 42' 30"
ANO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO
1978 2,190 1,800 1,510 1,330 1,580
1979 7,220 6,470 4,440 3,540 2,660 2,390 2,300 1,830 1,620 1,370
1980 5,520 8,360 4,090 4,130 3,030 2,520 2,190 1,830 1,790 1,520
1981 4,230 2,970 4,330 4,190 3,010 2,620 2,300 1,770 1,530 2,930
1982 6,190 4,500 4,990 4,040 3,090 2,440 1,890 1,980 1,100 1,460
1983 5,910 8,250 5,760 4,400 2,940 2,450 2,160 1,760 1,540 2,080
1984 3,000 2,970 2,990 3,310 2,170 1,700 1,280 0,967 0,968 1,110
1985 4,410 3,300 3,060 3,110 2,100 1,590 1,330 1,040 0,852 1,310
1986 4,140 3,230 2,610 2,080 1,730 1,260 0,989 0,868 0,655 0,816
1987 2,490 1,710 3,040 2,090 1,580 1,090 0,835 0,670 0,675 0,811
1988 1,960 2,350 4,000 2,800 1,880 1,580 1,300 1,090 0,881 1,320
1989 2,620 2,460 2,530 2,070 1,750 1,440 1,160 1,060 1,040 1,530
1990 4,400 3,770 3,050 2,550 2,220 1,680 1,670 1,250 1,390 1,300
1991 2,540 2,950 4,120 3,520 2,310 1,930 1,570 1,280 1,160 1,140
1992 3,190 5,380 3,230 3,880 2,490 2,200 1,810 1,480 1,410 1,710
1993 2,870 3,460 2,820 3,310 2,520 1,890 1,430 1,340 1,050 1,070
1994 5,300 4,440 7,740 4,800 3,400 2,760 2,220 1,750 1,320 1,380
1995 3,140 2,920 3,570 3,590 2,860 2,040 1,240 0,832 0,650 0,666
1996 1,820 1,410 1,860 1,670 1,230 0,894 0,671 0,566 0,505 0,720
1997 3,670 1,980 3,350 3,340 2,260 1,720 1,180 0,806 0,812 0,679
1998 1,820 1,580 2,010 1,290 0,937 0,730 0,523 0,337 0,187 0,298
1999 1,780 1,440 3,040 1,810 1,480 1,170 0,897 0,535 0,347 0,722
2000 4,170 3,620 3,880 2,730 1,810 1,340 1,070 0,752 1,070 0,767
2001 3,120 2,620 3,470 2,260 1,550 1,120 0,826 0,632 0,589 0,799
2002 4,220 4,320 2,880 2,280 1,630 1,280 1,040 0,774 0,802 0,577
2003 2,760 2,790 2,920 2,930 1,780 1,260 0,839 0,563 0,460 0,391
2004 4,300 7,190 5,260 5,250 2,760 2,090 1,670 1,260 0,807 0,919
2005 3,780 4,290 5,480 3,370 2,500 1,910 1,520 1,160 0,837 0,622
2006 2,200 2,560 3,030 3,640
M. Histórica 3,670 3,689 3,698 3,142 2,210 1,760 1,418 1,132 0,978 1,128

Na Tabela (15.7) está em ordem crescente das vazões e as probabilidades.

110-68
Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Tabela 15.7- Ordem, probabilidades e vazões médias.


m P=100 x m/ (333+1) Ordem Decrescente
Ordem P Q (m3/s)
1 0,30 8,36
2 0,60 8,36
3 0,90 8,25
4 1,20 8,25
5 1,50 7,74
6 1,80 7,22
7 2,10 7,22
8 2,40 7,2
9 2,69 6,47
10 2,99 6,47
11 3,29 6,19
12 3,59 6,19
13 3,89 5,91
14 4,19 5,91
15 4,49 5,76
16 4,79 5,76
17 5,09 5,66
18 5,39 5,52
19 5,69 5,52
20 5,99 5,38
21 6,29 5,3
22 6,59 4,99
23 6,89 4,99
24 7,19 4,86
25 7,49 4,86
26 7,78 4,8
27 8,08 4,5
28 8,38 4,5
29 8,68 4,44
30 8,98 4,44
31 9,28 4,44
32 9,58 4,41
33 9,88 4,4
34 10,18 4,4
35 10,48 4,4

110-69
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36 10,78 4,33
37 11,08 4,33
38 11,38 4,23
39 11,68 4,23
40 11,98 4,19
41 12,28 4,19
42 12,57 4,17
43 12,87 4,14
44 13,17 4,13
45 13,47 4,13
46 13,77 4,12
47 14,07 4,09
48 14,37 4,09
49 14,67 4,04
50 14,97 4,04
51 15,27 4
52 15,57 3,88
53 15,87 3,88
54 16,17 3,77
55 16,47 3,75
56 16,77 3,75
57 17,07 3,73
58 17,37 3,73
59 17,66 3,67
60 17,96 3,62
61 18,26 3,6
62 18,56 3,59
63 18,86 3,57
64 19,16 3,55
65 19,46 3,54
66 19,76 3,54
67 20,06 3,52
68 20,36 3,52
69 20,66 3,47
70 20,96 3,46
71 21,26 3,4
72 21,56 3,35
73 21,86 3,35
74 22,16 3,34

110-70
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75 22,46 3,31
76 22,75 3,31
77 23,05 3,3
78 23,35 3,25
79 23,65 3,25
80 23,95 3,23
81 24,25 3,23
82 24,55 3,19
83 24,85 3,14
84 25,15 3,12
85 25,45 3,11
86 25,75 3,1
87 26,05 3,09
88 26,35 3,09
89 26,65 3,06
90 26,95 3,05
91 27,25 3,04
92 27,54 3,04
93 27,84 3,03
94 28,14 3,03
95 28,44 3,01
96 28,74 3,01
97 29,04 3
98 29,34 2,99
99 29,64 2,97
100 29,94 2,97
101 30,24 2,97
102 30,54 2,95
103 30,84 2,94
104 31,14 2,94
105 31,44 2,93
106 31,74 2,93
107 32,04 2,92
108 32,34 2,9
109 32,63 2,89
110 32,93 2,87
111 33,23 2,86
112 33,53 2,82
113 33,83 2,8

110-71
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114 34,13 2,8


115 34,43 2,76
116 34,73 2,73
117 35,03 2,67
118 35,33 2,66
119 35,63 2,66
120 35,93 2,62
121 36,23 2,62
122 36,53 2,62
123 36,83 2,62
124 37,13 2,61
125 37,43 2,6
126 37,72 2,55
127 38,02 2,55
128 38,32 2,54
129 38,62 2,53
130 38,92 2,52
131 39,22 2,52
132 39,52 2,52
133 39,82 2,49
134 40,12 2,49
135 40,42 2,48
136 40,72 2,48
137 41,02 2,46
138 41,32 2,45
139 41,62 2,45
140 41,92 2,44
141 42,22 2,44
142 42,51 2,44
143 42,81 2,39
144 43,11 2,39
145 43,41 2,35
146 43,71 2,32
147 44,01 2,31
148 44,31 2,3
149 44,61 2,3
150 44,91 2,3
151 45,21 2,3
152 45,51 2,26

110-72
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153 45,81 2,26


154 46,11 2,22
155 46,41 2,22
156 46,71 2,2
157 47,01 2,19
158 47,31 2,19
159 47,60 2,19
160 47,90 2,19
161 48,20 2,17
162 48,50 2,17
163 48,80 2,17
164 49,10 2,16
165 49,40 2,16
166 49,70 2,13
167 50,00 2,13
168 50,30 2,11
169 50,60 2,11
170 50,90 2,1
171 51,20 2,09
172 51,50 2,08
173 51,80 2,08
174 52,10 2,08
175 52,40 2,07
176 52,69 2,07
177 52,99 2,04
178 53,29 2,01
179 53,59 1,98
180 53,89 1,98
181 54,19 1,98
182 54,49 1,96
183 54,79 1,96
184 55,09 1,93
185 55,39 1,89
186 55,69 1,89
187 55,99 1,89
188 56,29 1,88
189 56,59 1,86
190 56,89 1,83
191 57,19 1,83

110-73
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192 57,49 1,83


193 57,78 1,83
194 58,08 1,83
195 58,38 1,82
196 58,68 1,82
197 58,98 1,81
198 59,28 1,81
199 59,58 1,81
200 59,88 1,79
201 60,18 1,79
202 60,48 1,79
203 60,78 1,78
204 61,08 1,78
205 61,38 1,77
206 61,68 1,77
207 61,98 1,76
208 62,28 1,76
209 62,57 1,75
210 62,87 1,75
211 63,17 1,73
212 63,47 1,72
213 63,77 1,71
214 64,07 1,71
215 64,37 1,7
216 64,67 1,68
217 64,97 1,67
218 65,27 1,67
219 65,57 1,62
220 65,87 1,62
221 66,17 1,59
222 66,47 1,59
223 66,77 1,58
224 67,07 1,58
225 67,37 1,58
226 67,66 1,57
227 67,96 1,55
228 68,26 1,55
229 68,56 1,55
230 68,86 1,55

110-74
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231 69,16 1,54


232 69,46 1,54
233 69,76 1,53
234 70,06 1,53
235 70,36 1,53
236 70,66 1,52
237 70,96 1,52
238 71,26 1,51
239 71,56 1,49
240 71,86 1,48
241 72,16 1,48
242 72,46 1,46
243 72,75 1,46
244 73,05 1,46
245 73,35 1,44
246 73,65 1,44
247 73,95 1,43
248 74,25 1,41
249 74,55 1,41
250 74,85 1,39
251 75,15 1,38
252 75,45 1,37
253 75,75 1,37
254 76,05 1,34
255 76,35 1,34
256 76,65 1,33
257 76,95 1,33
258 77,25 1,32
259 77,54 1,32
260 77,84 1,31
261 78,14 1,3
262 78,44 1,3
263 78,74 1,29
264 79,04 1,28
265 79,34 1,28
266 79,64 1,26
267 79,94 1,25
268 80,24 1,24
269 80,54 1,23

110-75
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270 80,84 1,23


271 81,14 1,22
272 81,44 1,21
273 81,74 1,18
274 82,04 1,17
275 82,34 1,16
276 82,63 1,16
277 82,93 1,14
278 83,23 1,12
279 83,53 1,11
280 83,83 1,1
281 84,13 1,1
282 84,43 1,1
283 84,73 1,09
284 85,03 1,09
285 85,33 1,07
286 85,63 1,07
287 85,93 1,07
288 86,23 1,06
289 86,53 1,05
290 86,83 1,04
291 87,13 1,04
292 87,43 0,989
293 87,72 0,968
294 88,02 0,967
295 88,32 0,937
296 88,62 0,897
297 88,92 0,894
298 89,22 0,891
299 89,52 0,881
300 89,82 0,868
301 90,12 0,86
302 90,42 0,852
303 90,72 0,835
304 91,02 0,832
305 91,32 0,83
306 91,62 0,826
307 91,92 0,816
308 92,22 0,812

110-76
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309 92,51 0,811


310 92,81 0,806
311 93,11 0,799
312 93,41 0,767
313 93,71 0,752
314 94,01 0,73
315 94,31 0,722
316 94,61 0,72
317 94,91 0,679
318 95,21 0,675
319 95,51 0,671
320 95,81 0,67
321 96,11 0,666
322 96,41 0,655
323 96,71 0,65
324 97,01 0,632
325 97,31 0,589
326 97,60 0,566
327 97,90 0,535
328 98,20 0,523
329 98,50 0,505
330 98,80 0,347
331 99,10 0,337
332 99,40 0,298
333 99,70 0,187
Na Figura (15.11) temos o gráfico semi-logaritmo.
Análise de frequencia

10
Vazões (m3/s)

1
0 20 40 60 80 100

0
Probabilidade (%)

Figura 15.11- Curva de freqüência do rio Descoberto, Goiás.

110-77
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A vazão Q95% é 0,68m3/s o que significa que em 95% do tempo a vazão é maior ou igual a
0,68m3/s.
Uma estimativa de Q7,10 é usando conforme pesquisas feitas em Ontário está entre 98,85% de
probabilidade e 99,85%. Obtemos então os valores 0,3247m3/s a 0,187m3/s.
A vazão Q90/Q50= 0,868m3/s/2,13m3/s=0,40 que pode ou não significar que 40% da vazão
provem das águas subterrâneas.
No Estado de Virginia, USA o Q50 é usado como vazão base e o valor Q90/Q50 com índice de
variação da vazão base.

110.12 Sedimentação
Não se esquecer de estudar a sedimentação no reservatório pelo método de Brune ou de
Churchill.

110.13 Operação do reservatório


Estudar a operação de um reservatorio é um assunto complexo, ainda mais se tivermos varios
reservatórios interligados com interesses conflitantes.
De modo geral os estudos são feitos com base do mês usando:
∆V/ ∆t = I – Q

Os modelos matemáticos para simulação de operação de vários reservatórios sendo as vezes


difícil de se achar uma situação ótima que satisfaça todas as solicitações dos reservatórios.

110.14 Lei Federal 12334/2010


A Lei 12334 de 20 de setembro de 2010 estabelece a política nacional de segurança das
barragens.
Para barragens com altura do maciço maior ou igual a 15m ou que tenha mais de 3 milhões de
metros cúbicos deverá ser feito estudo especifico de segurança baseado no potencial de de dano e
perdas de vidas. É o Plano de Segurança da Barragem com os devidos cuidados de manutenção e
operação, salientando as áreas de entorno. O prazo para elaborar tais estudos é de 2 anos o que quer
dizer que vence em 20 de setembro de 2012.

110.15 Água subterrânea


O conceito de retirada de água de uma barragem para abastecimento de retirada segura
também é aplicado às águas subterrâneas.
Dingman, 2002 salienta que embora as águas de superfícies e as águas subterrâneas sejam um
único recurso hídrico, as águas subterrâneas são invisíveis. Isto significa que um reservatório em
um rio quando está seco conforme Figura (110.13) as pessoas percebem o problema que está
acontecendo, mas com as águas subterrâneas isto não acontece.

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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Figura 110.13- Reservatório seco que indica que estamos num período de seca
Fonte: Dingman, 2002

Dingman, 2002 cita a definição de Lohman, 1979 de que a retirada segura de água
subterrânea é aquela que pode ser retirada sem produzir efeitos indesejáveis.
Os impactos da extração da água subterrânea pode ter os seguintes efeitos indesejáveis:

 Os níveis e extensão dos lagos e Wetlands podem ser reduzidos causando perdas de habitat
 Redução do fluxo de agua nas águas de superficies que restringirá o uso das mesmas
 Extensas áreas onde as plantas se utilizam da água da franja capilar podem ser reduzidas e
causa perdas de habitat.
 A água subterrânea que vai para os oceanos pode ser reduzida como efeitos nas wetlands
marinhas e nos habitat.
 A intrusão salina pode ser aumentada causa problema nos poços tubulares profundos para
abastecimento
 O abaixamento do lençol freático pode causar subsidência do solo;
 Os custos de bombeamento são proporcionais a profundidade da água subterrânea.
 Poderá haver ações na justiça quando cair o nível do lençol freático de um vizinho.

Devido a todos estes problemas, Dingman, 2002 afirma que não há nenhuma solução geral
que atenda todos os problemas para a retirada segura de água subterrânea. Sugere juntamente
com Lahman,1979 que seja seguida a equação abaixo:
Σ Qw= volume de água que será retirada da água subterrânea.
∆S= decréscimo de armazenamento da água subterrânea
∆Rw= recarga na superfície
∆RI =recarga por infiltração
∆CR= capilaridade da água induzida pelas plantas
∆ Qgw= água subterrânea perdida na superfície

Σ Qw= ∆RI + ∆Rw - ∆CR - ∆ Qw - ∆S /∆t

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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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110.16 Erros no dimensionamento da retirada de água do volume do


reservatório
Conforme McMahon, 1978 existem poucos documentos que estudam os erros na
estimativa dos volumes retirados de um barramento.
McMahon, 1978 cita o método de Gould, 1964 que iremos mostrar.
Conforme Gould, 1964 há α% de chance de que a retirada de água de um
reservatório resulte em p% de probabilidade de falha apresentando a seguinte equação:

D´= D – t α,n-1 . Cv [ 1/n + 0,5(E2+F2)]1/2

Sendo:
D= retirada de água em porcentagem da media anual de escoamento do rio.
D´= retirada de água com α% de chance e p% de probabilidade
t α,n-1 =t de Student for α% e n-1 graus de liberdade
Cv= coeficiente de variação
n= numero de anos de dados
k2= volume do reservatorio/ desvio padrão
E= (1/n 0,5) [0,15 – c(2k2 +b)/ (k2 + b)2]
F= -cK22/n(k2 + b)3
Os valores de a e b são tirados daTabela (110.1)

Tabela 110.1- Valores de “a” e “b” para diferentes probabilidades dde falhas e
coeficiente de skewness
Probabilidade
Parâmetro de falha (p) Coeficiente de Skewness
(%) 0 1 2 3
0,5 1,5 2,8 4,0 5,5
b 2 1,0 2,1 3,1 4,0
5 0,5 1,7 2,5 3,0

0,5 3,3 3,8 4,0 4,2


c 2 2,4 2,7 2,9 3,0
5 1,7 2,0 2,1 2,2

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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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Exemplo 110.1
Para o rio Mitta na Australia em que consideramos a retirada de água de 75% com 5%
de probabilidade de falhas. Analisar o erro de retirada de água.
D=0,75
n= 34 anos de dados
t α,n-1 =t de Student for α% e n-1 graus de liberdade

α=0,10
n-1= 34-1=33
t 0,10, 33 =t de Student= 1,31
Nota: o primeiro texto sobre t de Student foim em 1908 em Dublin por Willian Sealy Gosset que escreveu o
pseudônimo de Student.

Cv=0,57
b=2,1 para skewness=1,5 e p=5%
c= 2,05 para skewness=1,5 e p=5%
K2= 1,65

E= (1/n 0,5) [0,15 – c(2k2 +b)/ (k2 + b)2]

E= (1/340,5) [0,15 – 2,05(2x1,65 +2,1)/ (1,65 + 2,1)2]


E= -0,11

F= -cK22/n(k2 + b)3
F= -2,05x1,652/34(1,65 + 2,1)3
F= -0,003
D´= D – t α,n-1 . Cv [ 1/n + 0,5(E2+F2)]1/2
D´= 0,75 –1,31. 0,57 [ 1/34 + 0,5(-0,112+-0,0032)]1/2
D´= 0,61
Isto significa que com a probabilidade de falha de 5% há 90% de chance de
que a retirada de água seja maior ou igual 0,61, ou seja, 61%.

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Capitulo 110- Dimensionamento de reservatórios em rios

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110.17 Bibliografia e livros consultados

-ALHASSOUN, SALEH et al. Stochastic generation of annual and monthy


evaporation in Saudi Arabia. Publicado no Canadian Water Resources Journal no ano
de 1997.
-ASCE (AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEER). Hydrology Handbook. 2a
ed., 1996, 784 páginas.
-BERTUG, AKINTUG. Water Resources engineering- Reservoir. CVE 471. Northern
Cyprus Campus. Prof. dr.
-BOUGHTON, W.C e MCKERCHAR, A. Generation syntetic stream-flow records for
New Zealand Rivers. Agricultural Engineering Department no Lincoln College.
-DINGMAN, S. LAWRENCE. Physical hydrology. Prentice Hall, 646 paginas, 2002.
-GUPTA, RAM S. Hydrology and hydraulic systems. 3a ed. Editora Waveland, 2008,
896 páginas.
-LEI FEDERAL 12334/2010. Estabelece a politica nacional de seguranças das
barragens. 20 de setembro de 2010.
-MAYS, LARRY W. Water resorces engineering. Editora John Wiley & Sons, 761
paginas, 2001.
-MCMAHON, THOMAS A e MEIN, RUSSEL G. Hydrologi design for water use. in
Maidment, 1993 Handbook of Hydrology
-MCMAHON, THOMAS A e MEIN, RUSSEL G. Reservoir capacity and yield.
Editora Elsevier, 1978 New York, 215 páginas.
-MCMAHON, THOMAS A. et al. Review of Gould-Dincer reservoir storage-yield-
reliability estimates. Departamento de Engenharia civial da Universidade de
Melbourne na Australia, 21 de fevereiro de 2007.
-RIGHETTO, ANTONIO MAROZZI. Hidrologia e recursos hídricos. EESC-USP, 1ª
ed. 1998 São Carlos, 819 páginas.
SALAS, JOSE D. Analysis and modeling of hydrologic time series. Professor do
Colorado State University in Maidment, 1993 Handbook of Hydrology,
-SALAS, JOSE D. Stochastic hydrology. CE 322 do Colorado State Universtiy.
-SILVA, ARTUR TIAGO CARVALHO DE FREITAS. Design of the storage capacity
of articial reservoir. Dissertação de Mestrado, outubro de 2010, Universidade Técnica
de Lisboa, 104 páginas.
-UEHARA, KOKEI. Capacidade de reservatórios. EPUSP, São Paulo, julho de 2002
-WANIELISTA, MARTIN et al. Hydrology – water quantity and quality control.1997,
565 páginas, 2a ed.

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