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Eixo 1 - Introdução

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https://www2.educacao.mg.gov.br/

Conteudista:
Marilene de Oliveira Araújo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

1.1 SEJA BEM-VINDO AO CONHECIMENTO! 4

1.2 PARA INÍCIO DE CONVERSA: O QUE É


CURRÍCULO E PARA QUE SERVE? 8

1.3 TRILHANDO PELOS CAMINHOS DO CURRÍCULO


DE REFERÊNCIA E A BNCC. 11

1.4. COMO ESTÁ ESTRUTURADO O CURRÍCULO


REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS? 14

1.5 O COMPONENTE CURRICULAR


LÍNGUA PORTUGUESA NO CRMG. 22

1.5.1 Finalidades e objeto de estudo. 25

1.5 2 Competências especificas de


Língua Portuguesa para o Ensino fundamental. 28

1.5.3 Diretrizes especificas para a Língua Portuguesa. 30

1 5.4 Campo de atuação e Eixos/Práticas de linguagem 32

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1. INTRODUÇÃO

1.1. SEJA BEM-VINDO AO CONHECIMENTO!

Conhecer é uma atividade racional que exige disposição e


curiosidade. Que tal um convite ao conhecimento curricular? Este
é um convite a sua formação sobre o ensino de Língua Portuguesa
no Currículo de Referência de Minas Gerais. Mas, antes de iniciar-
mos o conteúdo sobre o currículo, vamos ler uma poesia? Trata-se
de um poema de Mena Moreira que diz:

Eu tu, ele...seres em construção!


Que bom que tenho consciência
Do ser que sou fragmentado
Alguém sempre em construção
Imperfeito, incompleto, inacabado
Que bom que tenho consciência
Que o crescimento é parcelado
E que quanto mais eu aprendo
Nunca estou, por completo, “terminado”
Que bom que a mim é dado
A oportunidade de corrigir, de ser reciclado
De investir no que acho que está certo
E corrigir, tentar mudar o que está errado
Que bom que a mim é dado
A oportunidade de ser renovado!...
Mena Moreira

Uau! Que lindo poema! Sentiu o desafio proposto pelo poeta? A


mensagem é de arrepiar! Somos seres em construção, somos ina-
cabados!
O desejo de buscar constantemente conhecimento é algo
especial para nós! Sinto-me incompleto!! Essa é a parte que mais
gosto. O bom é que também temos a oportunidade de nos recons-
truir. Com diz o poema quanto mais aprendemos mais nos sentimos
inacabados.

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Se você se sente assim pode vir comigo! Mas antes, gostaria de me
apresentar, Sou Marília, também como você “uma apaixonada pela
educação” e pelo que faço, em especial estudar e ensinar. Sou pro-
fessora de Língua Portuguesa e pesquisadora da área da educação,
na área de currículo e avaliação.
Agora vamos para o nosso desafio: mergulhar no conhe-
cimento do componente Língua Portuguesa, em nossa proposta
curricular de referência.
Mas antes quero lhe fazer umas perguntas:
Conhece o Currículo de Referência de sua rede
escolar?
Conseguiu trabalhar o seu conteúdo em sala de
aula?
Teve alguma dificuldade de compreender o seu
funcionamento na prática?
Mas especificamente, conhece como o Currículo
de Referência apresenta a sua área de atuação?

Pois bem, diante desses questionamentos posso


imaginar o quanto você gostaria de conhecê-lo
um pouco mais para utilizá-lo na sua prática de
sala de aula. Essa minha afirmação parte do prin-
cípio de que o ato de conhecer se renova todos os
dias.
O que confirma a frase que diz “Somos eternos
aprendizes!” O conhecimento é o motor de nossa
formação, por isso é provável que este curso seja
tão necessário e importante para você.
Então, vamos aprender mais?
Gostou do convite?
Então, prepare-se!

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A melhor forma de acesso é a sua vontade e o seu desempenho em
todo desenvolvimento do Curso. Começaremos a percorrer uma
trilha, onde iremos transitar por algumas etapas que chamaremos
de eixos. O percurso está constituído por quatro eixos mapeadores
deste curso.
O ponto de partida é a Introdução, na sequência percorreremos
pelo eixo Planejamento, depois pelo da Gestão em Sala de Aula e o
último Avalição. Lembrando que para a compreensão de cada eixo
é muito importante mantê-los de forma integrada. Nesses quatro
eixos serão abordados conhecimentos acerca da dinâmica do currí-
culo e a sua relação com a prática de aula, têm a finalidade de prover
os docentes de fundamentos teórico-metodológicos para o ensino
de Língua Portuguesa.
A Introdução é o ponto de partida para trilhar no conhecimento dos
diversos passos a serem seguidos durante a trajetória do curso, as-
sim como apresentará os objetivos que norteiam este estudo e as
abordagens teóricas acerca do tema em foco. Nossa intenção é pro-
vê-lo de informações necessárias ao seu aprimoramento profissio-
nal como professor na área de Língua Portuguesa, por isso, constru-
ímos uma trajetória de conhecimentos teóricos e práticos que são
relevantes para a sua formação.
Está ficando curioso (a)? Pois vamos conhecer os nossos objetivos
para esta etapa inicial de nosso curso?
Eis aqui:
■ Refletir sobre os conceitos de currículo e sua importância para o
funcionamento da escola e o desenvolvimento do ensino;
■ Estabelecer a relação entre o Currículo de Referência e a BNCC,
considerando pontos convergentes e divergentes;
■ Conhecer como está estruturado o
currículo referência de Minas Gerais;
■ Compreender como se apresentam o
componente curricular Língua Portu-
guesa e seus elementos organizadores;
■ Conhecer as competências de Língua
Portuguesa de acordo com o Currículo
de Referência.

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Nesta introdução do curso apresentamos ainda como será o nosso
diálogo por meio dos textos, vídeos e podcasts. Vamos propor tam-
bém fóruns com questões norteadoras e com questões de desafios
do conhecimento. Assim como compartilhar experiências através
da atividade individual de avaliação, dentro dos eixos acima citados.

Na verdade, vamos fazer uma caminhada pelo Currículo de Referên-


cia de Minas Gerais e estabelecer uma aproximação com a prática
educativa, construindo sentidos de seu funcionamento na escola.
Caminhada? Faz sentido! Caminhada pelos conhecimentos básicos
sobre currículo.

Trata-se de uma linguagem simples de conceitos essenciais para


o aproveitamento do curso. Cada tópico apresenta uma discussão
sucinta do tema abordado, por isso exigirá de você atenção para a
apropriação no mérito de cada questão abordada.

Assim se apresentam os pontos de reflexão e análise:

■ Para início de conversa: O que é currículo e para serve?

■ Trilhando pelos caminhos do currículo de Referência e a BNCC.

■ Como está estruturado o currículo referência de Minas Gerais?

■ O componente curricular Língua Portuguesa no CRMG.

■ Competências da Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental.

Como já foi dito, a metodologia desta In-


trodução, em específico, terá sua base em
vídeos interativos, ou seja, para cada par-
te destacada no conteúdo programático,
teremos textos, vídeos e fóruns, nos quais
vamos conversar com você sobre o con-
teúdo, correspondendo a uma carga ho-
rária de 06 horas.

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1.2. PARA INÍCIO DE CONVERSA:
O QUE É CURRÍCULO E PARA QUE SERVE?

Sei o quanto é importante tratar desse assunto, todavia nosso iní-


cio de conversa é apresentar algumas noções básicas para
compreensão do tema currículo. Por isso vamos começar
por uma reflexão:

Qual sentido tem o currículo na sua prática


docente?

Você consegue perceber a efetivação do cur-


rículo na sala de aula?

Até que ponto pode-se constatar que o currí-


culo está relacionado com as perspectivas de
educação que têm os sujeitos da escola?

É simples responder?

Talvez não, torna-se difícil pela complexidade do tema,


mas é pertinente que discutamos e busquemos maio-
res entendimentos para “pisarmos firmes no chão da
escola”, a partir de saberes construídos de nossas re-
flexões. Que tal começarmos entendo o conceito de
currículo.

Podemos dizer que currículo é, em outras palavras, o


coração da escola, o espaço central em que todos atu-
amos, o que nos torna, nos diferentes níveis do proces-
so educacional, responsáveis por sua elaboração.

Podemos ainda dizer que currículo é um campo em que se


tenta impor tanto a definição particular de cultura de um
dado grupo quanto o conteúdo dessa cultura.

O currículo é um território em que se travam ferozes competições


em torno dos significados. E para completar melhor esses conceitos,
podemos esclarecer ainda que o currículo diz respeito à organiza-
ção escolar. Dessa forma, currículo é uma “[...]construção social do
conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que
esta construção se efetive; trata-se da seleção dos conhecimentos
historicamente produzidos e construídos e as formas distintas de
assimilá-los.” (CRMG,2018)

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Assim, nesse processo de construção, faz sentido essa reflexão so-
bre currículo? Claro que sim! Como podemos adentrar em objetivos,
conteúdos escolares e estratégias de ensino se não conhecermos
de currículo? É necessário ainda saber que, além desses conceitos,
existe o chamado currículo oculto o qual envolve, dominantemente,
atitudes e valores transmitidos, subliminarmente, pelas relações so-
ciais e pelas rotinas do cotidiano escolar. Fazem parte do currículo
oculto, assim, rituais e práticas, relações hierárquicas, regras e pro-
cedimentos, modos de organizar o espaço e o tempo na escola, mo-
dos de distribuir os alunos por grupamentos e turmas, mensagens
implícitas nas falas dos(as) professores(as) e nos livros didáticos.

Ainda temos muito o que falar sobre currículo, mas vamos enten-
der primeiro que ele constitui elemento importante para a prática
pedagógica e é essencial em todo condução do trabalho do profes-
sor, quer seja no planejamento ou no trabalho em sala de aula, pois
possibilita a organização dos conteúdos e das estratégias de ensino,
sobre o que, quando e como ensinar.

O desenvolvimento do currículo faz parte das competências profis-


sionais do docente, essa competência exercida de forma individual
ou coletiva resulta em processos de profissionalização distintos. Ele
é um instrumento de luz para o professor, com flexibilidade de ajus-
tes para melhor atender às necessidades dos estudantes, por isso
sua essência é orientar e conduzir as ações na escola e otimizar a
operacionalização dos projetos escolares.

SAIBA MAIS
Para conhecer mais sobre o currículo, acesse o artigo O
Currículo No Contexto Escolar.
Link:https://educador.brasilescola.uol.com.br/orienta-
cao-escolar/curriculo-no-contexto-escolar.htm

Como o currículo escolar define as diversas atividades pedagógicas


dentro do contexto escolar é provável que tenhamos a impressão
que ele seja um documento teórico pronto e acabado, no entanto,
pela sua importância e funcionalidade entendemos que o currículo
é um instrumento indispensável à escola; a ser construído e repen-
sado permanentemente no cotidiano escolar, com a interação de
todos os agentes que atuam diretamente com o processo ensino
aprendizagem.

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A construção do ww dar-se a partir do Projeto Político Pedagógico
da escola, orientando as atividades educativas, as formas como exe-
cutá-las, além de definir suas finalidades e funções para sua opera-
cionalização, pois ele constitui-se um instrumento pelo qual a escola
se organiza, propõe os seus caminhos e a orientação para a prática,
sobre o que, quando e como ensinar.

Assim afirma Veiga (2002, p.7)” O currículo é uma parte importante


da organização escolar e faz parte do projeto-político-pedagógico
de cada escola. Por isso ele deve ser pensado e refletido pelos su-
jeitos em interação “que têm um mesmo objetivo e a opção por um
referencial teórico que o sustente”

Considerando o exposto percebemos que o Currícu-


lo diz respeito às decisões educativas para a escola,
acha-se mediado por problemas institucionais, por
conseguinte, reflete sempre as circunstâncias históri-
cas, culturais e as vivências escolares.

Eis a razão de entender-


mos o currículo como
uma parte integradora do
dia a dia da escola que in-
fluencia diretamente nas
suas ações, e também na
vida social de todos os
envolvidos no processo
escolar, determinando
sua visão de mundo na
sociedade.

E então entendeu a im-


portância do currículo na
escola e a sua funcionalidade? Agora faz-se necessário conhecer-
mos nosso currículo de Referência.

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1.3. TRILHANDO PELOS CAMINHOS DO CURRÍCULO
DE REFERÊNCIA E A BNCC

Depois de refletirmos sobre o conceito de currículo vamos saber um


pouco mais sobre o nosso currículo de referência e sua relação com
a BNCC, portanto seguiremos nosso estudo pelos caminhos de sua
construção em relação ao seu aspecto histórico, sua concepção, sua
proposta de prática e os elementos que o constituem. Talvez seja ne-
cessário você entender de antemão que uma proposta curricular não
surge do acaso. Sua raiz está embasada em elementos legais que jus-
tificam a sua construção. Sobre estes aspectos veja como se explica
nosso Currículo de Referência
Documento elaborado a partir dos funda-
mentos educacionais expostos na nossa
Constituição Federal (CF/1988), na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB 9394/96), no Plano Nacional de Educa-
ção (PNE/2014), na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC/2017) e a partir do reco-
nhecimento e da valorização dos diferente
dos povos, culturas, territórios e tradições
existentes em nosso estado. (CRMG,2018).

Olha que interessante! É importante que você compreenda que uma


proposta curricular não é um documento isolado, mas um documento
integrador, fundamentado numa base legal, construída a partir de diá-
logos dos sujeitos envolvidos nos reais contextos de sua construção, é
por isso que lhe convidamos a fazer parte desta teia de conhecimento
que o constitui, uma vez que é você quem o colocará em funcionamento
na prática, na sala de aula.

Outro ponto norteador do currículo é a Base Nacional Comum Curricu-


lar (BNCC), é um documento de caráter normativo que define o conjun-
to orgânico e progressivo de aprendi-
zagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das eta-
pas e modalidades da Educação Bási-
ca, de modo a que tenham assegura-
dos seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, em conformidade
com o que preceitua o Plano Nacional
de Educação (PNE).

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Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação es-
colar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos
princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana
integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusi-
va, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Edu-
cação Básica (DCN)2. (BNCC,2018).

SAIBA MAIS
O Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG) para a Educação
Infantil e o Ensino Fundamental foi construído a partir da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) e é resultado da revisão dos
currículos pré-existentes nas redes públicas mineiras. O documento
que, este ano, estará presente nas salas de aula traz algumas novidades
importantes que devem ser observadas pelos professores e alunos.

“O CRMG abarca a Base Nacional Comum Curricular, mas ele vai muito
além. Ele traz para o documento habilidades e competências que toda
comunidade escolar, que participou dos momentos de consulta, achou
importante estar neste Currículo. O objetivo é que não perdêssemos as
nossas particularidades e que o documento contemplasse toda a diver-
sidade do estado”, afirma a subsecretária de Desenvolvimento da Educa-
ção Básica da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/
MG) e coordenadora Estadual do Currículo.

Disponível : https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/
banco-de-noticias/9-banco-de-noticias/132-curriculo-referencia-de-
-minas-gerais-o-que-muda-nas-escolas-mineiras-3
Acessado: 30/10/21

E par a uma reflexão mais aprofun-


dada tenho uma proposta para você.
Esta questão não estará na sua plata-
forma somente neste texto. Aproveita
para um pouco pega seu caderninho
ou bloco de notas e vamos pensar jun-
tos.
O objetivo da atividade é analisar as
competências específicas da Língua
Portuguesa e sua relação com as Ha-
bilidades.

••• 12 •••
A BNCC apresenta 10 Competências específicas de Língua Portuguesa
para o Ensino Fundamental, dentre elas “Analisar informações, argu-
mentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de
comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a con-
teúdos discriminatórios que ferem direitos humanos e ambientais.”
Agora diga: O que expressa essa competência?
Identifique e transcreva do Currículo Referência de Minas
Gerais pelo menos duas habilidades que o professor poderá
desenvolver em sala de aula, durante o ensino de Língua Por-
tuguesa, para o domínio dessa competência.

••• 13 •••
1.4. COMO ESTÁ ESTRUTURADO O CURRÍCULO
REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS?

Quer saber? então vamos lá!

O Currículo Referência de Minas Gerais é um documento que seu sumário


apresenta nove capítulos. Inicialmente temos os textos introdutórios que
abordam quesitos sobre a construção do documento, instituições e leis
brasileiras para o currículo, além de algumas orientações introdutórias.

Logo após, temos o Currículo de Referência da Educação Infantil, com vá-


rios itens que tratam de questões relacionadas à educação infantil, em se-
guida temos O Ensino Fundamental no Contexto da Educação Básica, este
capítulo trata de diversas abordagens e considerações acerca do ensino
no nível fundamental, incluindo apresentação da estrutura desse nível de
ensino em consonância com a BNCC.

O quarto capítulo é constituído por


uma introdução sobre a Área de Co-
nhecimento e seguem-se os capítulos
seguintes com apresentação de cada
área. Assim, temos as apresentações e
discussões acerca das seguintes áreas:
Linguagens; Matemática; Ciências da
Natureza; Ciências Humanas e Ensino
Religioso.

••• 14 •••
Quantos componentes, não é?

Mas, fique tranquilo porque nosso foco aqui é co-


nhecer a parte do currículo que fala especifica-
mente do componente Língua Portuguesa, vol-
tado para o Ensino Fundamental - Anos Finais.

Antes, é importante apresentar os elementos


que constituem a estrutura de nosso Currícu-
lo, a qual está de acordo com os pressupostos
teórico-metodológicos abordados na BNCC, sendo formado por unida-
des temáticas, objeto de conhecimentos, competências e habilidades e
está dividido em área do conhecimento e seus respectivos componentes
curriculares.

O componente curricular LÍNGUA PORTUGUESA faz parte da área de LIN-


GUAGENS. Essa área é constituída pelos seguintes componentes curricula-
res: Língua Portuguesa, Artes, Educação Física e Língua Inglesa. Sua finalidade
“é possibilitar aos estudantes compreender, criar e se utilizar de práticas di-
versificadas, que lhe permitam ampliar suas capacidades expressivas e de co-
municações em manifestações artísticas, corporais e linguísticas num contí-
nuo às experiencias vividas na Educação Infantil.” (CRMG 2018)

Sobre a área de LINGUAGENS no Ensino Fundamental-Anos finais veja-


mos o que diz nosso currículo de Referência:

O foco deverá ser a compreensão dos sentidos e significa-


dos sociais e culturais das diversas práticas de linguagens
em consonância com a responsabilidade do uso da expres-
são e da comunicação como meio de promoção de paz e da
prosperidade. O aprofundamento em relação às regras e às
formalidades das línguas que sustentam estas práticas, de-
verá ser objetivo formativo deste tempo de vivência escolar,
pautado no entendimento de suas funções e necessidades.
(CRMG,2018)

Segundo a BNCC (2018),

As linguagens, antes articuladas, passam a ter status próprios


de objetos de conhecimento escolar. O importante, assim, é
que os estudantes se apropriem das especificidades de cada
linguagem, sem perder a visão do todo no qual elas estão in-
seridas. Mais do que isso, é relevante que compreendam que
as linguagens são dinâmicas, e que todos participam desse
processo de constante transformação.

••• 15 •••
Nessa perspectiva a concepção do Currí-
culo é uma proposta de formação cidadã,
possibilitando o desenvolvimento das ca-
pacidades dos estudantes para que pos-
sam assumir suas responsabilidades como
sujeitos sociais, partícipes de suas famí-
lias, comunidades e demais espaços de
construção coletiva, considerando ainda a
atitude de reflexão crítica sobre os conhe-
cimentos dos componentes da área, buscando maior capacidade de
abstração dos estudantes.

Vejamos o que diz o nosso currículo sobre sua concepção:

Defendemos uma educação que garanta a isonomia e igualdade, que


consiga promover uma educação de qualidade, nos preceitos esta-
belecidos no Plano Nacional de Educação, reconhecendo e valori-
zando os atores participantes do processo, bem como as múltiplas
dimensões da formação humana; uma educação que promova a in-
clusão e o acesso; que reconheça e valorize as diversidades; que re-
conheça seus sujeitos e tempos de vivência e estabeleça laços com
a comunidade e seu território. (CRMG,2018)

A ilustração abaixo apresenta de forma resumida as concepções do


Currículo de Referência de Minas Gerais:

Ensino por Inclusão


competências e
habilidades

Estudante
(assegurar os direitos
de aprendizagem e
desenvolvimento) Equidade

Diversidade

formação
integral

••• 16 •••
Você ainda não sabe os conceitos dos elementos que
constituem a estrutura de nosso currículo, como: Área
de Conhecimento, Componente Curricular, Unidades Te-
máticas, Objetos de Conhecimento, Habilidades e Com-
petências?

Calma! Esso fica por nossa conta! Portanto para facilitar seu enten-
dimento, apresentaremos cada uma dessas noções de forma resu-
mida. Vejamos:

Área de Conhecimento:

são as dimensões maiores que se fragmentam nos componentes curri-


culares. Na base curricular encontramos cinco áreas: Linguagens, Mate-
mática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Religioso, que
é obrigatória para as escolas públicas e facultativa para particulares. No
nosso currículo cada Área do Conhecimento, assim como cada compo-
nente curricular apresentam suas constituições enquanto conhecimento
científico, as suas relações com as concepções afirmadas no currículo,
suas especificidades e diretrizes. Como também tem uma explicação do
componente curricular em cada fase do Ensino Fundamental e de sua or-
ganização, seja em campos de atuação, seja em unidades temáticas.

Componente Curricular:

anteriormente conhecido como disciplina, diz respeito ao conjunto de


saberes a serem aprendidos ao longo da Educação Básica. Por exemplo,
Língua Portuguesa é um dos componentes curriculares da área de Lin-
guagens.

Unidades temáticas:

arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do Ensino Fundamental


adequado às especificidades dos diferentes componentes curriculares.
Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos
de conhecimento, assim como cada objeto de conhecimento se relaciona
a um número de habilidades. Cada uma está relacionada a um grupo de
objetos de conhecimento e, consequentemente, a um grupo de habilida-
des.

••• 17 •••
Objeto de conhecimento:

anteriormente conhecido como conteúdo, diz respeito aos assuntos


abordados ao longo de cada componente curricular, ou seja, aquilo que
será o meio para o desenvolvimento das habilidades. Objetos de conhe-
cimento, em Ciências, podem ser “Seres vivos no ambiente”, “Plantas”,
“Usos do solo” etc.

Competências:

a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilida-


des (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para re-
solver demandas complexas do dia a dia. Além das 10 competências ge-
rais da Educação Básica, cada área do conhecimento e cada componente
curricular terá competências específicas a serem desenvolvidas.

Habilidade:

está relacionada aos diferentes objetos de conhecimento, ou seja, conte-


údos, conceitos e processos, de cada componente curricular. São ações
a serem praticadas para que se entenda tais objetos. Por exemplo, em
Língua Portuguesa 6º ano, temos a habilidade “Estabelecer relação en-
tre os diferentes gêneros jornalísticos, compreendendo a centralidade da
notícia” (EF06LP02): isto é, o aluno só consegue se apropriar do objeto do
conhecimento “Relação entre textos, “no “campo jornalístico-midiático”
se conseguir desenvolver essa habilidade. Sendo, portanto, um dos papéis
mais importantes propostos pelo documento, pois com essa mudança o
objetivo maior do professor é o desenvolvimento das habilidades a partir
dos objetos do conhecimento e não mais de conteúdo pelo conteúdo.

Fonte: Portal BNCC, 2019. Você conhece o novo vocabulário da BNCC?

Disponível em: https://bncc.saseducacao.com.br/artigos/voce-conhece-o-novo-vocabulario-


-da-bncc/ Acesso em: 27/10/2021

••• 18 •••
DICA:
Notemos que a estrutura do currículo com seus respectivos ele-
mentos constituintes está de acordo com a BNCC, dotada de
característica flexível, capaz de se ajustar à realidade de cada escola.
Contudo, ele apresenta alguns objetos de conhecimento e habilidades
que são essenciais e por isso são obrigatórios em todas as escolas.

LEITURA COMPLEMENTAR
Caros cursistas, Vamos dar uma olhadinha na BNCC de Língua
Portuguesa? Aqui, disponibilizamos o link deste documento.
Link: https://www.alex.pro.br/BNCC%20L%C3%ADngua%20Portugue-
sa.pdf)
Sei o quanto você está curioso para saber o que a BNCC propõe para o
ensino de Língua Portuguesa.
Lei o artigo A proposta da BNCC para o trabalho com a língua portu-
guesa: o eixo análise e reflexão linguística das autoras: Milena Morettoi
(USF) e Claudia de Jesus Abreu Feitozaii (USF)
Link: https://periodicos.ufpe.br/revistas/EUTOMIA/article/view/241946

Fórum 1 – Questões norteadoras


Leia o trecho a seguir:
“O currículo é uma parte importante da organização escolar
e faz parte do projeto-político-pedagógico de cada escola.
Por isso ele deve ser pensado e refletido pelos sujeitos em
interação “que têm um mesmo objetivo e a opção por um
referencial teórico que o sustente.” Veiga (2002, p.7).
Agora é sua vez;
Partindo desse pensamento de Veiga descreva como deve ocorrer a cons-
trução do currículo da escola ou como se dá a sua participação na cons-
trução deste, considerando uma perspectiva democrática e coletiva.
Exemplo 1
A construção do currículo é um momento muito importante e deve ter
a colaboração de toda a comunidade escolar, pois nele está a indicação
tanto do conteúdo, quanto do formato de trabalho com os estudantes, no
dia a dia das salas de aulas.

••• 19 •••
Exatamente por isso ele deve ser interdisciplinar, ou seja,
com os conteúdos sendo abordados de forma integrada
entre as diferentes áreas do conhecimento. Por isso, em
nossa contribuição devemos pensar na interdisciplinarida-
de como um elemento importante.
Para estruturação do currículo é necessário conhecer e
analisar as práticas escolares, considerando as necessida-
des reais dos alunos, de acordo com sua realidade. Portanto, uma forma
que eu, enquanto docente, posso contribuir com a construção do currícu-
lo é levar contribuições, sempre embasadas no contexto e necessidades,
buscando relacionar, sempre com as habilidades e competências alinha-
das à BNCC e ao CRMG.
Apresentar o contexto regional também é outra forma de contribuir, afinal
ninguém conhece melhor as reais necessidades e realidades dos nossos
estudantes do que nós professores. Considerando a amplitude de alguns
estados, como o nosso de Minas Gerais, podemos levar informações so-
bre as peculiaridades regionais como, informações sobre economia, his-
tória, cultura, aspectos geográficos, literários, econômicos, dentre muitas
outras contextualizações que acabam integrando o nosso currículo.
Exemplo 2
Descreverei, brevemente, alguns
pontos importantes para a constru-
ção do currículo, lembrando que é
fundamental interligá-lo ao processo
de aprendizagem dos nossos estu-
dantes.
O primeiro passo é a reunião de toda
a comunidade escolar para a cons-
trução do documento, já que numa
perspectiva democrática e coletiva,
os mais diferentes perfis profissionais e setores que integram a educa-
ção do nosso estado devem estar presentes nesta construção, para que
aconteça uma gestão integrada e democrática.
Com a equipe formada, chega o momento de produção, e, um dos primei-
ros passos é o estudo da BNCC, analisando as implicações que ela traz
para o nosso trabalho.

••• 20 •••
Um ponto importante, a ser considerado, é a articulação
entre território e currículo, considerando os saberes e prá-
ticas da localidade, territórios regionais, nacional e até glo-
bal. Lembrando que a regionalidade é um elemento muito
valioso para educação como um todo em nosso Estado.
Ah! Tem outro passo fundamental: além de estudar os do-
cumentos externos, os internos devem ser considerados
também, como o Projeto Político Pedagógico, Planos de Ensino, dentre
outros. Não esquecendo da importância de olhar para a nossa própria
prática pedagógica.

Para responder ao fórum vá ao Ambiente Virtual.

••• 21 •••
1.5. O COMPONENTE CURRICULAR
LÍNGUA PORTUGUESA NO CRMG

Vamos agora conhecer


um pouco mais sobre o
nosso ponto forte de
interesse: O componente
curricular de Língua Por-
tuguesa?

No nosso currículo o Componente


Curricular Língua Portuguesa está
fundamentado nos Parâmetros Cur-
riculares Nacionais (PCN), nas Dire-
trizes Curriculares Nacionais, assim
como todo o trabalho apresentado
para este Componente Curricular, no
Currículo Referência de Minas Gerais, está de acordo com os pressupos-
tos teóricos metodológicos apresentados pela BNCC.

Nesse sentido, o Componente de Língua Portuguesa de acordo com nos-


sa proposta de currículo:

cabe assegurar os direitos de aprendizagem aos estudantes,


proporcionando-lhes experiências que contribuam para a am-
pliação e aprofundamento dos diferentes letramentos já adqui-
ridos e aquisição de novos letramentos e multiletramentos, de
forma a possibilitar a participação significativa e crítica nas di-
versas práticas sociais. (CRMG,2018)

A BNCC no seu texto diz que o componente Língua Portuguesa estabe-


lece um diálogo com documentos e orientações curriculares produzidas
nas últimas décadas, buscando atualização em relação às pesquisas re-
centes da área e às transformações das práticas de linguagem ocorridas
neste século, devidas em grande parte ao desenvolvimento das tecnolo-
gias digitais da informação e comunicação (TDIC). (BRASIL, 2018, p. 65).

••• 22 •••
Assim, esse componente assume a centra-
lidade do texto como unidade de trabalho e
na abordagem da perspectiva enunciativo-
-discursiva, relacionando os textos a seus
contextos de produção e o desenvolvimen-
to de habilidade ao uso significativo da lin-
guagem em atividades de leitura, escuta e
produção de textos em várias mídias e se-
mioses. (BRASIL, 2018, p. 65).

Amplia-se o contato dos estudantes com gêneros textuais relacio-


nados a vários campos de atuação e a várias disciplinas, partindo-se
de práticas de linguagem já vivenciadas pelos jovens para a amplia-
ção dessas práticas, em direção a novas experiências.

Importante ressaltar para você que o componente Língua Portu-


guesa conforme se apresenta em nosso currículo proporcionará
aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos
letramentos, de forma a possibilitar a participação significativa e
crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela
oralidade, pela escrita e por outras linguagens. (BRASIL, 2018, p. 67)

Outro ponto importante que você deve levar em consi-


deração no componente de Língua Portuguesa é que ele
possibilita ainda “a análise de práticas e textos perten-
centes aos gêneros da cultura digital envolvidos no trato
com a informação e opinião, de forma a desenvolver uma
relação mais crítica com o conteúdo em circulação e uma presença
mais ética nas redes sociais.”

Em síntese o componente Língua Portuguesa em correspondência


com a BNCC apresenta-se assim: os pressupostos pedagógicos do
componente; o objeto de estudo, sua finalidade, diretrizes; As com-
petências específicas do componente. As práticas, eixos e campos
de atuação que organizam os objetos de conhecimento e as habili-
dades do componente.

As habilidades estão associadas a EIXOS, correspondentes a quatro


tipos de práticas próprias dos diferentes usos da linguagem. Esses
elementos serão explicitados a seguir no nosso estudo.

••• 23 •••
Ciências da Ciências
Linguagem Matemática
Natureza Humanas

Língua
Portuguesa

Artes

Educação
Física

Bem, agora que você já aprendeu sobre a


estrutura do Currículo, as competências
específicas da área de Língua Portuguesa
e as diretrizes para o ensino desse com-
ponente, vamos conhecer um pouco mais
sobre a sua organização e os seus elemen-
tos EIXOS/ práticas de linguagem: leitura/
escuta; produção (escrita, oral e multisse-
miótica); oralidade; análise linguística/se-
miótica no Ensino Fundamental.

Fonte: Base Nacional


Comum Curricular

••• 24 •••
1.5.1. Finalidades e objeto de estudo.

Vamos que vamos!! Ainda tratando do componente Língua Portuguesa é


importante que conheçamos a finalidade e o objeto de estudo desse com-
ponente. Podemos dizer que a finalidade é o desenvolvimento das compe-
tências gerais de Representação e Comunicação, como competência de
“manejar sistemas simbólicos e decodificá-los” (PCN+).

E aqui cabe então a pergunta:

Por que e para que manejar sistemas simbólicos?

Em outras palavras, que valores, sentidos e razões devem nor-


tear o trabalho com a linguagem e, em particular, por que ensi-
nar e aprender Língua Portuguesa?

Ao trabalhar a área Linguagens, Códigos e suas Tec-


nologias o professor deve privilegiar tanto a aquisição
como o desenvolvimento das competências gerais de
Representação e Comunicação, que se pode traduzir
por manejar sistemas simbólicos e decodificá-los. A
utilização dos códigos que dão suporte às linguagens
deverá buscar não apenas o domínio técnico, mas tam-
bém a competência de desempenho do aluno, ao saber
usar as linguagens em diferentes situações ou contex-
tos, considerando os tipos de interlocutores.(PCN).

É importante que diante das razões que levam o professor a ensinar a Lín-
gua Portuguesa possa “analisar os recursos expressivos das linguagens,
recuperar o patrimônio representativo da cultura e articular redes de dife-
renças e semelhanças entre as linguagens.” (CRMG). Assim, possa produzir
sentidos, trabalhando as linguagens não apenas como formas de expres-
são e comunicação, mas como constituidoras de significados, conheci-
mentos e valores, em um contexto sociocultural.
É essencial ter claro nossa compreensão do que
seja linguagem, seu lugar na vida humana e, con-
sequentemente, o sentido do ensino da Língua
Portuguesa.

••• 25 •••
Olha aí como a concepção do ensi-
no da Língua Portuguesa de nosso
currículo está ficando clara ago-
ra! No ato de ensinar a Língua cabe
ao professor buscar entender que
ao sistematizar o conhecimento da
mesma, o estudante deve mobilizar
seus recursos mentais de natureza
científica como a observação, iden-
tificação de problemas a constru-
ção de hipótese, pois entendemos
que as linguagens e os códigos são
instrumentos constituídos de con-
ceitos, dinâmicos e situados no espaço e no tempo, com implica-
ções de caráter histórico, sociológico e antropológico.

E qual o objeto de estudo da Língua Portuguesa? É claro


que saber sobre isso é importante, não é? Diante da con-
cepção de língua que traz nosso currículo, compreende-
mos que ela é um elemento de interação social, ao “sa-
ber que nossos pensamento e representações são feitos
de palavras e se constroem, ou na interação contextualizada com o
outro ou no diálogo com outros discursos também feitos de palavras”.

Portanto nosso objeto de estudo é a linguagem. Assim, “a primeira


razão e sentido para aprender e ensinar o componente curricular
está no fato de considerarmos a linguagem como constitutiva de
nossa história e de nossa identidade como seres humanos, e a Lín-
gua Portuguesa como constitutiva de nossa identidade sociocultu-
ral.’(CRMG,2018, p.210)

Conseguiu compreender até aqui?

Então me diga o que você, professor, acha disso?

Isso mesmo. Vamos dar uma parada na leitura. Aconselho você a


pegar seu o caderno de anotações e refletir um pouco, anotando as
ideias centrais. (Esta é uma dica minha para você, faça isso sempre,
vai te ajudar a resgatar, posteriormente, informações importantes
para o seu dia a dia como docente).

••• 26 •••
SAIBA MAIS
A língua não é um todo homo-
gêneo, mas um conjunto heterogêneo,
múltiplo e mutável de variedades, com
marcas de classes e posições sociais,
de gêneros e etnias, de ideologias, éti-
cas e estéticas determinadas. Nesse
sentido, ensinar e aprender linguagem
significa defrontar-se com as marcas
discursivas das diferentes identidades
presentes nas variedades linguísticas.
O sentido do ensino e da aprendiza-
gem impõe a ampliação de horizontes,
de forma a reconhecer as dimensões
estéticas e éticas da atividade humana de linguagem, só ela capaz de tor-
nar desejada a leitura de poemas e narrativas ficcionais. É essencial pro-
piciar aos alunos a interlocução com o discurso literário que, confessan-
do- se como ficção, nos dá o poder de experimentar o inusitado, de ver o
cotidiano com os olhos da imaginação, proporcionando-nos compreen-
sões mais profundas de nós mesmos, dos outros e da vida.
Há que se levar em consideração as transformações das práticas de lin-
guagens contemporâneas decorrentes do desenvolvimento das tecnolo-
gias digitais da informação e comunicação (TDIC). Essas novas linguagens
não só envolvem novos gêneros e textos, cada vez mais, multissemióticos
e multimidiáticos, como também novas formas de interação. (MINAS GE-
RAIS/CRMG:2020, pág.210).

••• 27 •••
1.5 2. Competências específicas de Língua Portuguesa
para o Ensino fundamental

Chegou a hora de conhecermos as competências para o Ensino de Língua


Portuguesa! Em Consonância com as competências gerais da BNCC, o
componente de Língua Portuguesa deve garantir aos discentes o desen-
volvimento de dez competências específicas que deverão ser consolida-
das ao longo do Ensino Fundamental. São elas:

1
Compreender a Língua como fenômeno cultural, histórico, so-
cial, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reco-
nhecendo-a como meio de construção de identidades de seus
usuários e da comunidade a que pertencem.

2
Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como for-
ma de interação nos diferentes campos de atuação da vida so-
cial e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar
da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive esco-
lares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na
vida social.

3
Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos
que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com
compreensão, autonomia, fluência e criticidade, de modo a se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e senti-
mentos, e continuar aprendendo.

4
Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstran-
do atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejei-
tando preconceitos linguísticos.

5
Empregar, nas interações sociais,
a variedade e o estilo de linguagem
adequados à situação comunicati-
va, ao(s) interlocutor (es) e ao gêne-
ro do discurso/gênero textual.

••• 28 •••
6
Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em
interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-
-se ética e criticamente em relação a conteúdos discriminató-
rios que ferem direitos humanos e ambientais.

7
Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação
de sentidos, valores e ideologias.

8
Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo com
objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo, formação pes-
soal, entretenimento, pesquisa, trabalho etc.).

9
Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o de-
senvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a lite-
ratura e outras manifestações artístico culturais como formas
de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento,
reconhecendo o potencial transformador e humanizador da ex-
periência com a literatura.

10
Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens, mí-
dias e ferramentas digitais para expandir as formas de produzir
sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender
e refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais.

Vejam que essas competências serão desenvolvidas por meio da mobi-


lização de conhecimentos, sejam conteúdos ou procedimentos; de ha-
bilidades, sejam elas práticas cognitivas, socioemocionais, de atitudes
ou valores para resolver questões cotidianas mais complexas ou menos
complexas e expressam os direitos de aprendizagem que os estudantes
têm ao longo da Educação Básica.

ATENÇÃO!!
As competências perpassam todos os componentes curriculares
do Ensino Fundamental e são essenciais para a ampliação das possibilida-
des de participação dos estudantes em práticas de diferentes campos de
atividades humanas e de pleno exercício da cidadania. (CRMG)

••• 29 •••
1.5.3 Diretrizes especificas para a Língua Portuguesa.

Agora que você conheceu as competências para o ensino de Língua Por-


tuguesa vamos dar mais um passo no conhecimento de nosso currículo e
buscarmos compreender as diretrizes para esse componente curricular.
Vejamos algumas:
■ Formar locutores/autores e interlocutores capazes de usar a língua
materna para compreender o que ouvem e leem e para se expressar
em variedades e registros de linguagem pertinentes e adequados a di-
ferentes situações comunicativas.
■ Acesso à diversidade de usos da língua e aos gêneros de discurso do
domínio público, bem como aos gêneros surgidos ou modificados pela
cultura digital, que as exigem, condição necessária ao aprendizado per-
manente e à inserção social.
■ Qualificar para o exercício da cidadania e compreender a dimensão éti-
ca e política da linguagem, ou seja, ser capaz de refletir criticamente
sobre a língua como atividade
■ social capaz de regular - incluir ou excluir ─ o acesso dos indivíduos ao
patrimônio cultural e ao poder político.
■ Favorecer a formação de cidadãos capazes de participação social e po-
lítica, funcionando, portanto, como caminho para a democratização e
para a superação de desigualdades sociais e econômicas.
■ Assegurar os direitos de aprendizagem aos estudantes, proporcionan-
do-lhes experiências que contribuam para a ampliação e aprofunda-
mento dos diferentes letramentos já adquiridos e aquisição de novos
letramentos e multiletramentos, de forma a possibilitar a participação
significativa e crítica nas diversas práticas sociais.
■ Estimular a aprendizagem ativa, a autonomia intelectual dos alunos por
meio de atividades planejadas pelo professor
para promover o uso de diversas habilidades
de pensamento como interpretar, analisar,
sintetizar, classificar, relacionar e comparar,-
trazendo para a aula questões práticas de vi-
vências para serem analisadas à luz da teoria
e dando significado ao conhecimento.

••• 30 •••
■ Compreender a Educação Integral como responsável pela construção
de realidades multidisciplinares, entendendo de que a escola se con-
cretiza como espaço que permite aos capacitar os estudantes para ob-
ter informação e produzir conhecimentos , na formação como sujeito
e cidadão.
■ Adotar a perspectiva inclusiva, segundo a qual todos têm o direito de
estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de dis-
criminação.
Bem, agora que você já aprendeu sobre a estrutura do Currículo, as com-
petências específicas da área de Língua Portuguesa e diretrizes para o
ensino desse componente, vamos conhecer um pouco mais sobre sua
organização e seus elementos Campo de Atuação e eixos/ práticas de lin-
guagem: leitura/escuta; produção (escrita, oral e multissemiótica); orali-
dade; análise linguística/semiótica/ no Ensino Fundamental.

••• 31 •••
1 5.4 Campo de atuação e Eixos/Práticas de
linguagem: leitura/escuta; produção
(escrita, oral e multissemiótica);
oralidade; análise linguística/semiótica
no Ensino Fundamental.

Antes de continuarmos, gostaríamos de destacar, que você, Professor de


Língua Portuguesa, atuando no Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano, ob-
serve com maior atenção como os campos abaixo explicitados estão or-
ganizados dentro dos componentes e sua devida importância para a com-
preensão do ensino da Língua Portuguesa.

Para orientar a elaboração do nosso Currículo Referência no componente


de Ensino, as aprendizagens essenciais asseguradas neste componente
curricular foram organizadas em campos de atuação e práticas de lingua-
gem, que se apresentam ao longo do Ensino Fundamental.

Inicialmente vamos apresentar os Campos de atuação que orientam o


componente curricular Língua Portuguesa.

Campos de Atuação

O que são os campos de atuação no nosso currículo?

Qual sua função?

Quais são eles?

Respondendo essas perguntas podemos dizer que esses campos são áre-
as de uso da linguagem, na vida cotidiana e servem para a contextualizar as
Habilidades em práticas de linguagem (leitura, produção de texto e análise
linguística e semiótica) Eles foram organizados no Currículo Referência de
Minas Gerais em consonância com BNCC. Possuem a “função didática de
possibilitar a compreensão de que os textos circulam dinamicamente na
prática escolar e na vida social, contribuindo para a
necessária organização dos saberes sobre a língua e
as outras linguagens, nos tempos e espaços escola-
res.” (CRMG, 2018, p. 233).

••• 32 •••
Por que a escolhas desses campos?
É importante compreender o que diz o nosso Currículo: eles contemplam
as dimensões formativas de uso da linguagem e criam condições para a
atuação em atividades do dia a dia, uma formação que contempla a pro-
dução do conhecimento e a pesquisa; a condição de se inteirar dos fatos
do mundo e opinar sobre eles, de poder propor pautas de discussão e so-
luções e problemas; uma formação estética, vinculada à experiência de
leitura e escrita do texto literário e à compreensão e produção de texto.
Para o ensino Fundamental (Anos finais) são quatro os campos de atuação
considerados: Campo artístico-literário, Campo das práticas de estudo e
pesquisa, Campo jornalístico/midiático e Campo de atuação na vida pú-
blica.
Alguns exemplos:

No campo de atuação artístico-literário, temos o uso da língua vol-


tado à produção e à leitura de contos, romances, peças de teatro,
poemas. Nesse caso, trata-se de gêneros textuais e usos da lingua-
gem com predominância da atuação artístico-literária.
No campo de atuação jornalístico/midiático, encontramos os tex-
tos com outra tônica: a da transmissão de informações, da comuni-
cação, da intenção de “vender” um produto/ideia etc.
Veja mais sobre Propostas em língua portuguesa da BNCC focam
na gramática e nos gêneros digitais
Link: https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/22/propostas-em-
-lingua-portuguesa-da-bncc-focam-na-gramatica-e-nos-gene-
ros-digitais

E para praticar, deixo uma atividade para você, lembrando que esta,
também, não estará na sua plataforma, somente neste texto.
Para o ensino Fundamental (Anos finais) são quatro os campos de
atuação considerados: Campo artístico-literário, Campo das práti-
cas de estudo e pesquisa, Campo jornalístico/midiático e Campo de
atuação na vida pública. Pensando nisso explique o que trata o cam-
po de atuação na vida pública e qual a sua importância na dimensão
do uso da linguagem.

••• 33 •••
Eixos/ práticas de linguagem
É importante ressaltar que a estrutura proposta pela BNCC se assemelha
a organização de nosso currículo em relação os eixos/práticas de lingua-
gem. Assim aparecem na organização as habilidades agrupadas em quatro
diferentes práticas de linguagem: Leitura, Produção de Textos, Oralidade e
Análise Linguística/Semiótica.
Essa área se refere ao estudo de textos em múltiplas linguagens, incluindo
as digitais: como os memes, os gifs, as produções de youtubers etc. Outra
mudança é que, para cada um dos eixos, a BNCC propõe um quadro que
explicita como se relacionam as práticas de uso e de reflexão. Ou seja: o
documento avança na descrição de como podemos refletir sobre a língua,
a fim de nós empoderarmos em seu próprio uso.
Assim diz o nosso currículo que “as práticas das aulas de
Língua Portuguesa devem buscar articular competência
de uso da língua com a competência de reflexão sobre
o texto que a concretizou, analisando-o em suas dimen-
sões discursivas ou interativas, semântica e formal.”
Vamos ver alguns conceitos?

O Eixo Leitura compreende as práticas de linguagem que decorrem


da interação ativa do leitor/ouvinte/espectador com os textos escri-
Eixo Leitura

tos, orais e multissemióticos e de sua interpretação, sendo exemplos


as leituras para: fruição estética de textos e obras literárias; pesqui-
sa e embasamento de trabalhos escolares e acadêmicos; realização
de procedimentos; conhecimento, discussão e debate sobre temas
sociais relevantes; sustentar a reivindicação de algo no contexto de
atuação da vida pública; ter mais conhecimento que permita o desen-
volvimento de projetos pessoais, dentre outras possibilidades.

O Eixo da Produção de Textos compreende as práticas de linguagem


relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto
Eixo da Produção

escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos


enunciativos como, por exemplo, construir um álbum de personagens
famosas, de heróis/heroínas ou de vilões ou vilãs; produzir um alma-
naque que retrate as práticas culturais da comunidade; narrar fatos
cotidianos, de forma crítica, lírica ou bem-humorada em uma crônica;
comentar e indicar diferentes produções culturais por meio de rese-
nhas ou de playlists comentadas; descrever, avaliar e recomendar (ou
não) um game em uma resenha, gameplay ou vlog; escrever verbetes
de curiosidades científicas; sistematizar dados de um estudo em um
relatório ou relato multimidiático de campo;dentre outros.

••• 34 •••
Eixo da Oralidade compreende as práticas de linguagem que ocor-
rem em situação oral com ou sem contato face a face, como aula
Oralidade dialogada, web conferência, mensagem gravada, spot de campanha,
jingle, seminário, debate, programa de rádio, entrevista, declamação
de poemas (com ou sem efeitos sonoros), peça teatral, apresentação
de cantigas e canções, playlist comentada de músicas, vlog de game,
contação de histórias, diferentes tipos de podcasts e vídeos, dentre
outras. Envolve também a oralização de textos em situações social-
mente significativas e interações e discussões envolvendo temáticas
e outras dimensões linguísticas do trabalho nos diferentes campos
de atuação.
Linguística/Semiótica

O Eixo da Análise Linguística/Semiótica envolve os procedimentos e


estratégias (meta)cognitivas de análise e avaliação consciente, du-
rante os processos de leitura e de produção de textos (orais, escritos
e multissemióticos), das materialidades dos textos, responsáveis por
Análise

seus efeitos de sentido, seja no que se refere às formas de compo-


sição dos textos, determinadas pelos gêneros (orais, escritos e mul-
tissemióticos) e pela situação de produção, seja no que se refere aos
estilos adotados nos textos, com forte impacto nos efeitos de senti-
do. Assim, no que diz respeito à linguagem verbal oral e escrita, as for-
mas de composição dos textos dizem respeito à coesão, coerência
e organização da progressão temática dos textos, influenciadas pela
organização típica (forma de composição) do gênero em questão.

Fonte: BNCC. Disponível: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamen-


tal/lingua-portuguesa. Acessado: 30/10/21

Uau!! Chegamos ao final desse Eixo! O que você achou?


Acredito que ainda tenham ficado algumas questões, mais não se preocu-
pe que EIXO seguinte será o de Planejamento e retornaremos a falar mais
especificamente do componente Curricular Língua Portuguesa, discutin-
do mais detalhadamente as práticas de linguagem, os objetos de conhe-
cimento, as habilidades e como trabalhar de forma planejada o ensino da
Língua Portuguesa.
Agora, vamos parar um pouco a discutir no nosso Fó-
rum... logo em seguida e vamos dar continuidade a nos-
sa conversa, adentrando no eixo 2 do seu curso.

••• 35 •••
Fórum 2 – Desafio de enriquecimento
O objetivo deste fórum é refletir sobre a ensino da Língua
Portuguesa, tendo a centralidade do texto como unidade
de trabalho.
Dessa forma reflita:
1. O Currículo de Referência de Minas Gerais, no item que
trata da especificidade do componente Língua Portuguesa, no Ensino fun-
damental, traz o seguinte trecho:
A proposta é a centralidade do texto como unidade de trabalho e as pers-
pectivas enunciativo-discursivas na abordagem, de forma a sempre rela-
cionar os textos a seus contextos de produção e o desenvolvimento de
habilidades ao uso significativo da linguagem em atividades de leitura, es-
cuta e produção de textos em várias mídias e semioses.
Como foi proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais, o texto ganha
a centralidade na definição dos conteúdos, habilidades e objetivos, consi-
derado a partir de seu pertencimento a um gênero discursivo que circula
em diferentes esferas/campos sociais de atividade/comunicação/uso da
linguagem. Os conhecimentos sobre os gêneros, sobre os textos, sobre a
língua, sobre a norma-padrão, sobre as diferentes linguagens (semioses)
devem ser mobilizados em favor do desenvolvimento das capacidades de
leitura, produção e tratamento das linguagens, que, por sua vez, devem
estar a serviço da ampliação das possibilidades de participação em práti-
cas de diferentes esferas/ campos de atividades humanas.
Partindo do exposto, responda:
Para expandir as possibilidades do uso da língua, o que se faz necessário,
no trabalho com o texto em sala de aula? Apresente de forma resumida
alguns pontos a serem considerados pelo professor no momento de se-
lecionar os textos e as práticas pedagógicas. Se desejar apresenta uma
prática com utilização de textos.
Exemplo 1:
Dentre os vários aspectos que considero na seleção de
um texto é a possibilidade da troca de experiências, até
porque cabe a nós, professores, propiciar e estimular
o gosto pela leitura em nossos estudantes, por isso a
seleção do texto ou livro é de suma importância, geral-
mente busco aqueles que proporcionam o diálogo entre
meus alunos.

••• 36 •••
Através de uma seleção do material de leitura podemos
aproximar os estudantes dos livros, algo que faço é buscar
textos que estimulem o interesse deles e o compartilha-
mento de suas descobertas e aprendizagens.
Neste sentido, uma sugestão de material que gosto de uti-
lizar em minha sala de aula e que produz muito interesse é
a história em quadrinhos. Um tipo de leitura que nossos alunos adoram
fazer e comentar.
Para execução da atividade, inicialmente peço aos estudantes que façam
a leitura silenciosa do texto, em seguida compartilhem o que entenderam
com os demais colegas, é válida também uma leitura coletiva para traba-
lhar a oralidade.
Podemos ainda, propor uma leitura da imagem do texto e perguntar sobre
o contexto em que a história em quadrinhos escolhida foi produzida e com
que finalidade. Esta atividade envolve a observação das gravuras e perso-
nagens, estimulando, também, uma análise e relação entre imagem e tex-
to escrito. Podemos abordar outros aspectos, de acordo com os objetivos
da aula, como a diferença entre fantasia e realidade, fato e opinião, traços
de humor, aspectos gráficos...
Exemplo 2:
Algo que sempre procuro fazer em minha sala de aula é a adaptação do
texto e da atividade pedagógica para o nível de aprendizagem, idade, e re-
alidade dos meus estudantes. Utilizando, sempre que possível, linguagens
variadas.
Tornar-se um leitor competente é muito importante para nossos alunos,
pois, a leitura é uma das ferramentas necessárias para a conquista da ci-
dadania.
Por isso, busco sempre propostas de leituras variadas, em sítios, vídeos,
livros, textos alinhando à atividades que
auxiliem a compreensão e o desenvolvi-
mento do conteúdo proposto.
Uma atividade que pode ser aplicada a
vários textos, é a formulação de per-
guntas. Inicialmente escolhe-se o tex-
to, que pode ser uma crônica, um texto
de revista ou jornal, então, propomos
que a leitura seja feita para descobrir
“tal” informação ou responder “tal” per-
gunta.

••• 37 •••
As questões podem tanto ser de interpretação tex-
tual como também sobre as características do tex-
to, como: constituição, intenção, estrutura, obje-
tivo, autor, público-alvo, de modo que o estudante
possa atuar criticamente na leitura do material.
Podemos ainda, solicitar que após a leitura, os pró-
prios estudantes mesmo formulem os questiona-
mentos, que podem ser respondidas por seus cole-
gas de classe

Para responder ao fórum vá ao Ambiente Virtual.

Ouça o podcast com o


resumo da Introdução na
plataforma.

Faça o questionário final na


plataforma.

••• 38 •••
REFERÊNCIAS
Portal BNCC, 2019. Você conhece o novo vocabulário da BNCC? Disponível em: https://bncc.
saseducacao.com.br/artigos/voce-conhece-o-novo-vocabulario-da-bncc/ Acesso em: 30 de outubro
de 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

MINAS GERAIS. Currículo Referência de Minas Gerais. Secretaria de Educação do Estado de Minas
Gerais. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/20181012%20-%20
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20de%20Minas%20Gerais%20vFinal.pdf. Acesso em:
30,outubro, 2021.

••• 39 •••

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