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‘SP wwe ovERNO DO ESTADO DE SKO PAULO cont atta OE ASRISULTORA ASA TECMIENTO COORDENADOFIA DE ASSISTENCIA TECNICA INTEGRAL -CAT inhedo Paulista Coordenagao Técnica Silvana Catarina Sales Bueno Parte 1 Adriana Renata Verdi Joao José de Oliveira Veloso Sergio Inglez de Sousa Silvana Catarina Sales Bueno Parte 2 ‘André Luiz Lourengao ‘Armando Azevedo Portas Daniel Michelleto Denise Navia Elaine Bahia Wutke Erasmo José Paioli Pires Fernando Picarelli Martins Giuliana Etore do Valle ‘José Luiz Hemandes Luiz Antonio Junqueira Teixeira Luiz Caries Moto Alarcon ‘Mara Femandes Moura Marco Antonio Tecchio Maurilo Monteiro Terra Renata Santos de Mendonca Renato Vasconcelos Botelho Silvana Catarina Sales Bueno Parte 3 Jacira Tosin de Lima Impresso Especial CAT! | Campinas (SP) | outubro 2010 PARTE 2 PRAGAS DA VIDEIRA ‘André Luiz Lourengao! Fernando Picareli Martins’ Denise Navia® Giuliana Etore do Valle’ Renata Santos de Mendonca? 1. INTRODUGAG Na videira, ja foram relatadas, aproximadamente, 160 espécies de insetos que se alimentam da planta, contudo pouces atingem a condi- 0 de praga, exigindo adoga0 de medidas de controle. Dependendo da finalidade de producao (mesa ou processamento), a exigéncia por qualidade é diferenciada, fazendo com que a importancia das pragas soja alterada (Papa e Celoto, 2008). No Brasil, a cultura da videira tem presenca marcante nas regibes Sule Sudeste, onde se concentram mais de 80% da area cultivada. Na regiao Sul, predomina o cullivo de uvas destinadas vinifica- eo, com supremacia absoluta no Estado do Rio Grande do Sul, ‘enquanto que na regido Sudeste o Estado de Sao Paulo se destaca como grande produtor de uvas de mesa. Presentemente, na regio Nordeste, em especial nos Estados de Pernambuco e da Bahia, no ‘Submédio do Vale do Sao Francisco, uma nova zona produtora vem se expandindo, com a implantagao de cultivos que visam nao s6 a produgao de uvas de mesa, mas também a elaboracao de vinhos finos © & produgao de passas. *Pesquisadoros Cientiticos do Instituto Agrondmico de Campinas (IAC), Campinas (SP) =Pesquisadores Cientiticos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasilia (DF) 171 VINHEDO PAULISTA Nessas diferentes regides, os problemas da cultura, com relagao aos insetos, tém variado; assim, no Sul e em Sao Paulo, a pérola-da- terra constitui-se na principal praga nas areas onde ocorre, nao sendo, todavia, constatada, por exemplo, em Minas Gerais. J nesse Estado, assumem importancia a maromba e o grilo-mole, os quais causam danos apreciaveis as videiras (Reis e Melo, 1984). Em relagao aos acaros, apesar de varias espécies fitéfagas serem assinaladas em videira, no Brasil somente o acaro-branco e 0 4caro- rajado apresentam ocorréncia em diferentes regiées de produgao e vem causando maiores problemas a cultura. O acaro-vermalho-europeu, 0 qual era relatado apenas em pomares de macieiras no Brasil, foi, re- centemente, encontrado infestando também parreirais no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. Em virtude da infestacéo pelos microdcaros da erinose e da ferrugem-da-videira, danos tém sido observados em estados do Sul e Sudeste do Pais. Diversas espécies de acaros atacam videira em outros paises, causando-Ihe danos e diminuigéo na produgao, sendo considerados de expressao quarentenaria para o Brasil, enfatizando a necessidade de aplicagao de medidas preventivas que reduzam o risco de introdugao das mesmas (Navia et ai., 1998). Em razo dessas diferengas de distribuigao e de importancia dos insetos e acaros para cada regio, objetivou-se enfocar, no presente trabalho, as principais espécies referidas em videira no Brasil, procu- rando fornecer sua distribui¢éo geografica, suas hospedeiras alterna- tivas, seus aspectos biolégicos, prejuizos e controle. No que se refere a0 controle quimico, é indispensavel o acompanhamento periédico da lista de defensivos registrados para a videira, uma vez que a relago dos defensivos registrados para cada cultura é dinémica, podendo apresentar acréscimos de novos produtos ou, mesmo, o cancelamento de algum produto apds 0 término da validade de registro. 2. PRAGAS DAS RAIZES 2.1. Pérola-da-terra ou margarodes Eurhizococcus brasiliensis (Hempel) (Hemiptera: Margarodidae) 172 PARTE 2 Figura 1 ~ Pérols-da-terra, Eurhizococcus brasiliensis (Hempel) (Hemiptera: Margarodidae). (A) Cistos. (B) Fomsas emergindo dos cistos. (C) Raiz infestada com pérola-darterra 173 VINHEDO PAULISTA . Distribuigdo e plantas hospedeiras Apérola-da-terra 6 uma cochonilha subterranea que infesta as rai- zes das plantas, tanto cultivadas como silvestres. Acredita-se que seja nativa do Sul do Pais. Essa praga ocorre, principalmente, nos Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Parana e de So Paulo (Lourengao et al., 1989). Recentemente, essa praga foi constatada em videiras no Vale do Sao Francisco, em Petrolina (PE) (Botton et al. 2003a; Botton ef al., 2003b). E um inseto polifago, registrado em mais de 70 espécies vegetais, a maioria cultivada (Tabela 1), sendo importante, porém, apenas para a cultura da videira. 2.1.2. Aspectos descritivos e biolégicos A reprodugdo € assexuada, feita por intermédio de fémeas par- tenogénicas, que colocam ovos abaixo da superficie do solo, dentro de cistos, presos as raizes (Hickel, 1996; Botton et a/., 2000; Botton et al., 2003a; Botton ef al., 2003b), embora ja tenha sido observada a ocorréncia de macho e fémea copulando, na regido de Veranépolis, no Rio Grande do Sul (Foldi e Soria, 1989). Com 0 rompimento do cisto e a eclosdo das ninfas, estas dirigem- se @ raiz, onde introduzem 0 estilete e se fixam. Sugam continuamente a seiva até satisfazer suas necessidades alimentares. Nessa ocasiao, secreta uma substancia que vai recobrir-Ihe 0 corpo, dando-Ihe a forma de cisto, que pode atingir até 8mm de comprimento, sendo sua fase de resist€ncia (Figura 1A). No vero, a fémea emerge do cisto (Figura 1B), estando apta a ovipositar e recomegar o ciclo, que € de aproximada- mente um ano. Nos meses mais frios, mesmo com plantas de videira em repouso vegelativo, as ninfas nao interrompem o seu desenvolvimento, caracterizando auséncia de dorméncia ou diapausa (Botton etal., 2003a; Botton ef al., 2003b). ‘A disperséio dessa praga pode ocorrer por varios meios, porém 0 principal é o promovido pelo homem, pela movimentagao de mudas en- raizadas infestadas pela praga ou por equipamentos agricolas em que a praga esteja presente. Formigas doceiras, principalmente a formiga- argentina, Linepithema humile (Mayr) (Hymenoptera: Formicidae), associam-se aos cistos de pérola-da-terra em busca dos excrementos 174 PARTE 2 acucarados da cochonilha, o que resulta em aumento da disperséo da praga dentro do parteiral (Hickel, 1994; Lourengao ef al., 2003). 2.1.3. Prejuizos Os sintomas de ataque compreendem desde um definhamento progressive da planta, murcha e queda das folhas até sua morte; esse processo vai depender do: estado nutricional da planta e da intensidade da infestacao. As plantas atacadas exibem, em suas raizes, colénias de cochonilhas (Figura 1C) que, apés 0 invemo, ja se encontram sob forma de cistos. Em parreirais adultos, as folhas amarelecem entre as nervuras de modo semelhante a deficiéncia de magnésio; os bordos das folhas encarquilham-se para dentro, podendo ocorrer até queimaduras nestes. Plantas assim tém baixo vigor, entram em declinio e morrem Tabela 1 — Piantas hospedeiras de Eurhizococcus brasiliensis. Nome vulgar Nome cientifico Aboboreira ‘Cucurbita spp. ‘Acucena Amatillys sp. ‘Aguoena-de-jardim ‘Hippeastrum vittatum Herb. Alecrim Rosmarinus officinalis Alface Lactuca sativa Alfafa Medicago sativa Almeirao Cichorium intybus Amariis Hippeastrum hybridum_ Ameixeira Prunus salicina Amendoim Arachis hypogaea Amora ‘Monus spp. Arnica-do-mato Solidago microglossa Assa-peixe Vemonia polyanthes Azedinha Oxalis articulata 175 VINHEDO PAULISTA Nome vulgar Nome cientifico Batata-doce Ipomoea batatas Batatinha Solanum tuberosum Camomila Maticaria camomilla Cana-de-agdcar Saccharum spp. Capim-de-folha-larga Digitaria sp. Carqueja Baccharis genistelloides Caruntbravo Phytolacca decandra ‘Castanheira-portuguesa. Castanea vesca Cenoura Daucus carota: Cereja Prunus cerasus Chicoria Cichorium endivia Chordo Salix humboleliana Chuchuzeiro Sechium edule Cinamomo Melia azedarach Cipé-de-veado Convolvulus ottonis Cravo Dianthus caryophyllus Crisantemo| Dendianthema montium Dalia Dahlia sp. Enva-de-bicho Polygonium acre Enva-doce Pimpinella anisum Erva-mate llex paraguayensis Eucalipto. Eucalyptus spp. Figueira-comum Ficus carica L. Funcionéria Gazania ringens Gardénia Garvenia jasminoides 176 PARTE 2 Nome vulgar Geranio Girassol Goiabeira Goiabeira-serrana Guarvuma Jasmim-do-cabo Lingua-de-vaca Lifio-do-brejo Macieira Mamoeiro Mandioca Marmeleiro Melancia Melo Mitho Morangueiro Nabiga Nabo Nogueira-da-india Nogueira-pecd Palmeita Pepino Pereira Pessegueiro Pinheiro. Nome cientifico Pelargonium zonale Helianthus annuus Psidium guajava Feijoa sellowana Sida thombifolia Gardenia jasminoides Chapialia nutans Hedychium coronarium ‘Malus spp. Carica papaya Manihotesculenta Cydonia oblonga Citrullus lanaius Cucumis melo Zea mays Fragania ananassa Raphanus raphanistum, Brassica campestris Juglans regia Carya illinoensis Syagnus romanvofiiana Cucumis sativus Pyrus spp. Prunus persica Araucaria angustifolia 177 errr LAE OTR VINHEDO PAULISTA Nome vulgar Nome cientifico Poaia-branca_ Richardia brasiliensis: Quiabeiro Hibiscus esculentus Quina Solanum pseudoguina Quivizeiro Actinidia deliciosa Rabanete Raphanus sativus Radici Romazeira Punica granatum Roseira. Rosa spp. Salsa Petroselinum crispum saa Salvia splendens Sempre-noiva ‘Helichrysum sp. Soja Glycine max Uva-do-japao Hovenia dulcis Vassoura Baccharis sp. Videira Vitis spp. Fonte: Soria ¢ Gallot (1986); Kalvelage (1987); Soria e Moraes (1989); Botton ef a. (2000); Botton et a. (2003); Hickel (2008). 2.1.4. Controle Para prevenir a introdugao da pérola-da-terra em areas indenes, sugerem-se as seguintes medidas: nao plantar estacas enraizadas ou mudas de videira procedentes de locais onde a praga ocorra; + evitar o plantio na propriedade de plantas hospedelras da praga (Tabela 1), procedentes de reas infestadas, «tratar as mudas de videira dormentes mediante imersao em agua quente a 50°C por cinco minutos ou expurgo com fostina por periodo de trés dias (Dal Bd e Crestani, 1988); 178 PARTE2 + proceder @ limpeza cuidadosa de equipamentos provenientes de reas infestadas pela praga antes de usé-los na propriedade (Botton et al., 2000). Em areas onde a praga esta presente, pode-se proceder: + ao revolvimento do solo, expondo os insetos aos raios solares; + a calagem profunda durante o periodo de repouso da planta; + a aplicagao de inseticidas sistémicos granulados no solo, Botton et al, (2000) @ Hickel (2008) verificaram eficiéncia de tiamethoxam e de imidacloprid; o primeiro, em formulacao granuiada, pode ser aplicado diretamente no solo, mediante a abertura de sulco ao redor da planta, € 0 segundo deve ser diluido em agua e regado no solo, na regiéo onde se encontra o sistema radicular da videira. (O método ideal para controle dessa praga é 0 uso de porta-enxertos resistentes. Pesquisas nesse sentido foram conduzidas pelo IAC na regio de Angatuba, SP, em area infestada pelo inseto, onde 0 porta- enxerto IAC 571-6 apresentou resisténcia moderada, em comparagao com Riparia do Traviti (Lourencéo ef a/., 2002). Ainda nessa linha de pesquisa, Soria et al. (1999) também verificaram comportamento dife- renciado de porta-enxertos de videira derivados de Vitis rotundifolia, os quais mostraram-se mais resistentes do que porta-enxertos pertencen- tes a diferentes espécies de Vitis, em solo infestado por E. brasiliensis, na regio de Bento Gongalves, RS. 2.2. Filoxera Daktulosphaira vitifoliae (Fitch) (Hemiptera: Phylloxeridae) Figura 2 - Filoxera, Daktulosphaira vitfoiae (Fitch) (Hemiptera: Phylloxerdae). (A) Face inferior de folha com galhas. (B) Interior de galha com ovos. 179 VINHEDO PAULISTA ao e plantas hospedeiras Allloxera 6 origindria da América do Norte. No Brasil, pode ser en- contrada em todas as regides vinicolas, especialmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Parana, Sao Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro (Mariconi, 1976) As plantas hospedeiras se restringem ao género Vitis, as quais permitem, em maior ou menor grau, o desenvolvimento do inseto. . Aspectos descritivos e biolégicos Trata-se de um afideo amarelo-esverdeado, com cerca de 1,5mm de comprimento, que pode se apresentar nas formas aptera e alada Estas voam para as folhas e os ramos da planta e al colocam os ovos de onde eclodem, na primavera, as fémeas galicolas, que so as que produzem galhas nas folhas (Figura 2A). No interior das galhas, o inseto desenvolve-se e, por meio de partenogénese, coloca até 1.200 ovos (Figura 2B — pagina 179) que dao origem as formas radicicolas, que vao descer até o solo para infestar as raizes. Nesse ambiente, se reproduzem, originando fémeas ¢ machos alados, os quais deixam o solo no invemno, dando continuidade ao ciclo (Gallo et al., 2002). 2.2.3. Prejuizos Os sintomas e danos sao intensos nas variedades europeias, que so suscetiveis a praga. Nessas variedades, a filoxera provoca nodosi- dades e tuberosidades nas raizes, que podem evoluir para rachaduras posterior apodrecimento interno, causando a morte da planta. As va- riedades americanas s&o resistentes, apresentando apenas a formagao de galhas, de cerca de 5mm de diémetro nas folhas, como uma forma de reagao as picadas do pulgao (Gallo et al., 2002). . Controle Como as variedades americanas séo resistentes a filoxera, reco- menda-se 0 seu uso como porta-enxerto. Em condigdes excepcionais, quando houver ataque muito intenso na parte aérea, pode ser utilizado inseticida fosforado, registrado para a cultura PARTE 2 3. PRAGAS DO TRONCO E DOS RAMOS 3.1. Cochonithas + Pseudaulacaspis pentagona (Targ-Tozz.) (cochonitha-branca); + Diaspidiotus uvae (Comstock) + Hemiberlesia lataniae (Sig); + Duplaspidiotus tesseratus e D. fossor (cochonilhas-do-lenho-da-videira) (Hemiptera: Diaspididae); + Parassaissotia nigra (Nietner) (Hemiptera: Lecaniidae); + Ioerya schrottkyi Hempel (cochonilha-algodéo) (Homoptera: Margarodidae). Figura 3 — Cochonilha Parassaissotia nigra (Nietner) (Hemiptera: Lecaniidae) (A) Ramo infestado. (B) Sintoma: pseudomosaico das nervuras da videira. Fotos: H. Kuniyuki 181 VINHEDO PAULISTA Figura 4~ Cochonilha Diespidiotus uvae (Comstock) (Hemiptera: Diaspididae). (A) Tronco infestado. (B) Sintoma: amarelo das nervuras da videira, Fotos: H. Kuniyuk 3.1.1, Distribuigdo e plantas hospedeiras Algumas espécies ocorrem mais frequentemente em dadas regides. As cochonilhas do género Duplaspidiotus tendem a predominar nos vinhedos da regio Sul do Pais (Botton et al., 2003a; Hickel, 2008) enquanto as dos géneros Pseudaulacaspis e Hemiberlesia infestam videiras em regi6es mais quentes, como no Sudeste (Hickel, 2008), A cochonilha-branca (P. pentagona) incide sobre algumas frutel- ras de clima temperado, como 0 pessegueiro, a ameixeira, a videira © 0 quivizeiro, sendo importante praga para as frulas de carogo. Esse inseto também pode incidir em algumas plantas ornamentais como 0 cinamomo, 0 ligustro e o hibisco. Trata-se de um inseto cosmopolita e, no Brasil, ocorre em todas as regides onde sao cultivadas fruteiras de clima temperado. A dispersao da praga ocorre a grandes distncias pelo transporte de mudas. Ja 0 género Duplaspidiotus parece estar mais restrito a videira e © |. schrottkyi, pertencente a mesma familia da pérola-da-terra, incide apenas na parte aérea da videira, principalmente nos ramos mais gros- Sos @ no tronco. Essa cochonilha é bem menos agressiva, sendo, por isso, considerada como praga secundaria. Trata-se de praga nativa do territério brasileiro ©, provavelmente, infesta os vinhedos a partir das Areas de mata circunvizinhas. Além da videira, a cochonilha-algodao PARTE 2 pode incidir sobre a pereira, porém a maioria dos hospedeiros so plan- tas nativas, algumas dos géneros Bignonia, Alchornea e Aristolochia. 3.1.2, Aspectos descritivos e biolégicos As trés primeiras sao as espécies mais comuns em videira e ataca © tronco e os ramos da planta (Gallo et al., 2002; Kuniyuki e Costa, 1987; Mariconi, 1976; Reis e Melo, 1984); P. nigra presenta incidéncia mais esporédica (Kuniyuki e Yuki, 1980). Os diaspidideos tém formato circular, provides de carapaca, sendo os machos alados ¢ as fémeas apteras. A fémea da cochonilha-branca completamente desenvolvida tem carapaga circular (2mm de diémetro), levemente convexa e de coloracao cinza-palha. O ciclo de vida dessa cochonilha pode se completar entre 36 ¢ 90 dias, dependendo das condigées climaticas (Salles, 1990). As cochonilhas-do-lenho-da-videira sao muito semelhantes em tamanho e forma da carapaca (1,5 2 2mm de diémetro), levemente convexa. Diferem quanto a coloracdo, que ¢ pardo-cinzenta com bor- dos brancos em D. tesseratus e D. fossor, branca em P. pentagona e amarelada em H. /ataniae. Parassaissetia nigra é uma cochonilna globosa, avermelhada (Fi gura 3A — pagina 181) que, além dos ramos, pode também infestar a face inferior das folhas. Para I. schrottkyi, conhecem-se apenas as fémeas, que s40 ovais, com 5 a 7mm de comprimento, rosadas, sem carapaga € com o corpo coberto por uma massa de cera branca, semelhante a um floco de algodo. Com essa cobertura, a cochonilha atinge de 15 a 20mm de comprimento, O desenvolvimento é por partenogénese. Dos ovos, saem ninfas méveis, que se dispersam pela planta (Botton et a., 2003a; Botton et al., 2003b; Hickel, 2008). 3.1.3, Prejufzos Os danos ocasionades pelas diferentes espécies sao similares. Essas cochonilhas formam colénias no tronco e nos ramos da videira, onde sugam a seiva. Quando a infestagao ¢ alta, os ramos atacados definham, podendo até secar. VINHEDO PAULISTA Parassalssetia nigra pode causar a toxemia conhecida como pseudomosaico das nervuras da videira (Figura 3B — pagina 181), resultante do proceso alimentar (Kuniyuki e Yuki, 1980). Diaspidiolus uvae (Figura 4A) pode provocar 0 amarelo das nervuras da videira (Figura 4B ~ pagina 182), toxemia resultante da introdugo de toxinas durante sua alimentag&o (Kuniyuki e Costa, 1987). Em ramos nos quais ha ataque intenso de P. pentagona, 6 comum ocorrer o fendimento da casca e, assim, maior propensao a incidéncia de cancros de ramos de origem fungica (Hicke!, 2008). O ataque de /. schrottkyi, geralmente, é de poucos individuos por planta, podendo ser realizada a eliminagao manual. As cochonilhas inci- dem sobre ramos e tronco que, sob altas infestagSes, ficam encobertos pela massa de algodéo. Elas sugam a seiva das plantas, enfraquecendo 08 ramos, padendo evar 4 menor produgo (Botton et al., 2003a; Botton et al,, 2003b). 3.1.4. Controle ‘As espécies de cochonilhas citadas e outras que, eventualmen- te, ocorrem no tronco @ nos ramos podem ser controladas mediante tratamento realizado no inverno. Raspa-se 0 ritidoma e aplica-se dleo emulsionavel a 1% mais um inseticida fosforado. Em razo de problemas de fitotoxicidade, ndo se deve aplicar 0 éleo durante o florescimento. 3.2. Coleobrocas + Dolichobostrychus angustus (Steinh.), + Micrapate brasiliensis (Lesne); + Xylopsocus capucinus (Fabr.); + Neoterius sp. (Coleoptera: Bostrychidae); + Paramadarus complexus Casey (Coleoptera: Curculionidae), 184 PARTE 2 Figura 5 - Tronco com goma om orficio de Bostrychidae. 3.2.1, Distribuigdo e plantas hospedeiras Dolichobostrychus angustus ocorre no Estado de Sao Paulo, M. brasiliensis foi referida nos Estados do Rio Grande do Sul, Parana (Silva et al., 1968) e de Sao Paulo, X. capucinus 6 relatada em Sao Paulo e no Rio de Janeiro, e P. complexus ocorre no Estado de Pernambuco (Haji ef al., 199). Dolichobostrychus angustus tem como hospedeira a videira; M. brasiliensis se cria em videira, guapuruvu (Gallo et al., 2002), abacatei- ro, ameixeira e goiabeira (Silva ef al., 1968); X. capucinus se cria em tungue, videira, Eucalyptus robusta ¢ tamarindeiro (Silva et al., 1968); e P. complexus tem a videira como hospedeira (Haji et al., 1995). Aespécie Neoterius sp. ocorre na regio Sul do Brasil a partir de maio, sendo mais frequente nos meses de junho a agosto. 3.2.2. Aspectos descritivos e biolégicos ‘As coleobrocas so pequenos besouros de corpo truncado, com ta~ manho variando, de acordo com a espécie, de 3 a 5mm de comprimento e apresentam coloragao de pardo-avermelhada a preta. As larvas sao. pequenas, de coloracao branco-amarelada, corpo arqueado, apodas @ com excelentes mandibulas. A pupa se assemelha a um adulto sem pigmentagao e ocorre em pequenas camaras preparadas pelas larvas préximas da casca. 185 VINHEDO PAULISTA Dolichobostrychus angustus é um besourinho preto, de 8a 10mm de comprimento, com 0 élitro abruptamente truncado em sua extremidade. Aslarvas so esbranquigadas e abrem galerias nos ramos, deixando-os vos. Micrapate brasiliensis € um besourinho escuro, menor do que a espécie anterior, apresentando cerca de 5mm de comprimento e tam- bém com élitro truncado abruptamente. As larvas menores mostram as mesmas caracteristicas da espécie anterior. Transforma-se em pupa nos ramos. As fémeas de Neoterius sp. ovipositam na axila da insergao da folha; as larvas recém-eclodidas penetram 0 tecido cortical e fazem tineis no tecido lenhoso dos galhos. Os adultos e as larvas perfuram os ramos do ano, abrigando-se na regiao da medula do caule e, também, na regio axilar das gemas (Papa e Celoto, 2008). 3.2.3. Prejuizos As plantas atacadas pelas trés primeiras espécies apresentam mui- tas galerias no tronco e nos ramos, podendo haver morte dos ramos e, até mesmo, da planta. Troncos e ramos infestados podem apresentar goma nos orificios de entrada feitos pelas brocas (Figura 5 — pagina 185), © que denuncia sua presenca. Os danos causados por Neoterius sp. podem ser observados pela inutilizagao dos ramos afetados, sendo mais severo nos enxertos novos, onde a praga faz perfuragdes, chegando a maté-los (Papa e Celoto, 2008). Surtos de coleobrocas tendem a ser irregulares durante os anos, seja por condigdes que favoregam ou ndo a praga ou seus inimigos naturals, seja por condigdes que promovam ou no estresse nas plantas. 3. . Controle Os ramos atacados devem ser eliminados (ex.: poda e queima); em caso dea planta estar comprometida, deverd ser eliminada. Recomenda- se retirar do vinhedo os restos da poda de inverno e queima-los. PARTE 2 3.3, Gigarrinha-das-fruteiras Aetalion reticulatum (L.) Figura 6 - Grupamento da cigarrinha-das-fruteiras no tronco éa videira Foto: M. Botton 3.3.1. Distribuic e plantas hospedeitas Essa espécie de cigarrinha ¢ polifaga, criando-se em grande nu- mero de plantas, principalmente frutiferas (Silva ef af., 1968; Gallo et al., 2002). Est amplamente distribuida no Brasil, sendo referida em varios estados (Silva et al., 1968). 3.3.2, Aspectos descritivos e biolégicos Os adultos medem cerca de 10mm de comprimento € sao de coloragao marrom-ferruginea, com as nervuras das asas salientes e esverdeadas. Os dados biologics dessa cigarrinha foram obtidos a partir de outras espécies vegetais. As fémeas ovipositam nos ramos, ‘em ootecas com, aproximadamente, 100 ovos. Apés periodo ao redor de 30 dias, as ninfas eclodem e passam também a sugar a seiva. O periodo de ninfa dura, em média, 45 dias (Gallo ef al., 2002). O ataque das cigarrinhas est, geralmente, associado a formigas, especialmente as do género Camponotus sp., que se alimentam de substéncias agu- caradas excretadas pelo inseto. 187 VINHEDO PAULISTA Nao hd estudos sobre a biologia dessa espécie na cultura da uva Botton ef al. (2003b) relataram que 0 inseto fica protegido sob o ritidoma durante o inverno. A partir do inicio da brotagao, ocorre a dispersao da praga no parreiral . Prejuizos Em virtude da continua alimentagao, o inseto injeta saliva toxica nas plantas, levando hipertrofia do parénquima cortical, reduzindo o desenvolvimento dos ramos atacados (Botton et al., 2003b). Em cul- tivares viniferas, as folhas bem préximas dos pontos de alimentagao avermelham, assemelhando-se a sintomas de viroses. Sobre os excre- mentos das cigarrinhas, além das formigas doceiras, pode aparecer a fumagina (Botton et al., 2003b).. a - Controle Por causa do habito gregério das ninfas, recomenda-se a poda de inverno. Com relagao a0 controle quimico, sugere-se a aplicago de i seticidas fosforados ou reguladores de crescimento (Gallo et al., 2002). 4, PRAGAS DAS FOLHAS E DOS BROTOS 4.1, Maromba ou trombeta Heilipodus naevulus (Mann.) (Coleoptera: Curculionidae) Heilipodus naevulus (Mann.) (Coleoptera: Curculionidae) PARTE 2 4.1.1, Distribuigdo e plantas hospedeiras Amaromba é um inseto com maior ocorréncia em vinhedos culti- vados em regiées mais quentes, como nos Estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e So Paulo (Silva et al., 1968). Esse inseto tem como plantas hospedeiras 0 cajueiro, a espirra- deira, 0 eucalipto, o marmeleiro, a nespereira e a videira (Silva et al., 1968), 4.1.2, Aspectos descritivos e biolégicos Trata-se de um besouro que mede de 10. 12mm de comprimento, provido de rostro, de coloracao castanho-escura, com duas manchas pretas na metade distal do élitro (Figura 7 — pagina 188). Apresenta habitos noturnos e nao voa bem. Quando tocado, cai no solo e simula morte, Durante o dia, permanece escondido em fendas de mourées, de bambus, ou sob detritos no solo. As larvas sdo subterraneas. O ciclo de ovo adulto é de 280 dias, eo inseto adulto vive ao redor de cinco meses (Reis e Melo, 1984). 4.1.3. Prejuizos Durante a noite, os adultos atacam, principalmente, os brotos da videira, podendo, ainda, danificar folhas e cachos em formagao. 4.1.4, Controle Em regiées onde H. naevulus é problema, pode-se acrescentar um inseticida ao tratamento de inverno, fazendo-se duas aplicagées, uma antes da poda, com as gemas dormentes, ¢ outra apés, antes do inchamento das gemas. Quando os mourdes nao forem de cimento, & recomendada sua pulverizagdo, principalmente, nos vaos e nas racha- duras (Reis e Melo, 1984). Podem ser utllizados inseticidas fosforados ou carbamatos. Em regides onde ha mao-de-obra disponivel, ¢ feita catacao notuma do inseto (Lourengao et al., 2003). VINHEDO PAULISTA IED TA, 4.2. Grilo-mole Anonistus seariosus (Burm.) (Orthoptera: Tettigoniidae) Figura 8 — Adulto de Anonistus scariosus (Burm.) (Orthoptera: Tettigoniidae), Foto: PR. Reis 4.2.1. Distribuigao e plantas hospedeiras Esse inseto pode ser encontrado no Rio de Janeiro (Silva et al., 1968) e em Minas Gerais, sendo praga muito importante neste ultimo estado (Reis Melo, 1984). O grilo-mole tem como hospedeiras a laranjeira (Silva ef al., 1968) @ a videira (Reis e Melo, 1984). 4.2.2. Aspectos descritivos e biolégicos Embora conhecido como grilo-mole, pertence ao grupo das esperancas, tendo cerca de 30 a 36mm de comprimento coloragéo cinzenta (Figura 8). Apresenta estrias brancas e castanho-escuras longitudinalmente, com pontuagées pretas. As antenas séo longas, as asas vestigiais © 0 corpo so moles. Assim como H. naevulus, fica escondido durante o dia nas rachaduras e fendas de mourdes € no interior de bambus (Reis e Melo, 1984). PARTE 2 4.2.3. Prejuizos Os danos séo semelhantes aos de H. naevulus (pagina 189). 4.2.4. Controle Semelhante ao recomendado para H. naevulus (pagina 189). 4.3. Besouro-verde Maecolaspis aenea (Fabr.) (Coleoptera: Chrysomelidae) 1a (Fabr.) (Coleoptera: Chrysomelidae) Figura 9 — Alimentagao de Maecolaspis ae em folhas, (A) Danas em raztio da alta infestagdo. (B) Injirias em inicio de infestacao. 4.3.1, Distribuigdo e plantas hospedeiras Esse besouro esta distribuido nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, Santa Catarina (Silva et al., 1968) ¢ ‘S40 Paulo (Lourengao et al., 2003). 0s adultos so polifagos, atacando, além da videira, espécies como aroseira, algoddo, batata-doce, feijéo, citros, brinco-de-princesa, Pinus ‘maritimus e solanaceas silvestres (Silva et al., 1968). 4.3.2. Aspectos descritivos e biolégicos E um besouro verde-metalico, que mede de 5 a 6mm de compri- mento, cujas larvas vivem no solo. 191 VINHEDO PAULISTA Prejuizos Os adultos alimentam-se do limbo foliar, nao atacando as nervuras (Figura 9— pagina 191). Os danos resultam em menor desenvolvimento das plantas, reduzindo a atividade fotossintética; outro dano é a queda prematura das bagas. Esse inseto nao é frequente nos vinhedos e o seu controle é rea- lizado por ocasiao de surtos populacionais (Lourengao et al., 2003). 4.3.4. Controle Normalmente, ndo ha necessidade de controle. Se a infestagao for alta, pode ser aplicado um inseticida fosforado. 4.4, Filoxera Daktulosphaira vitifoliae (Fitch) (Hemiptera: Phylloxeridae) Ver descri¢ao em pragas das raizes, item 2.2 (paginas 179 e 180). 4.5. Cochonilha-parda Parthenolecanium persicae (Fabr.) (Homoptera: Coccidae) Figura 10 ~ Cochonilha-parda em ramos de videira Fotos: M. Botton 192 PARTE 2 4.5.1. Distribuigéo e plantas hospedeiras Esta praga esté mais associada as cull gem americana. Esté disseminada nas principais regiées produtoras, especialmente no Sul do Pais. Seus danos nem sempre so expressi- vos @ esto associados & ocorréncia de surtos. Além da videira, essa cochonilha pode ter como hospedeiras plantas da familia das rosaceas e algumas plantas omamentais como 0 alamo (Populus spp.). 4.5.2. Aspectos descritivos e biolégicos As fémeas completamente desenvolvidas apresentam carapaga oval convexa, de 7 a 9mm de comprimento por 3,5 a4,5mm de largura, coloragdo pardo-acinzentada, com estrias escuras no dorso. Cada fémea pSe cerca de 2 mil ovos, branco-rosados, que se assemelham a um p6 farinhento. Ao terminar a postura, a fémea morre, masa carapaga continua a proteger os ovos durante a incubacdo, que dura de 15 a 30 dias, conforme as condig6es ambientes (Gonzalez, 1983; Botton et al., 2003a; Botton et al., 2003b). E comum as formigas doceiras se associarem a essas cochonilhas ‘em busca dos excrementos agucarados (Botton et al., 2003a; Botton ef al., 2003b; Hickel, 2008). 4.5.3. Prejuizos Acochonilha-parda ocorre apenas sobre as brotagdes do ano, nao infestando o ritidoma, Em plantas infestadas, as brotagdes se desen- volver menos e a produgao é menor. Na auséncia de formigas asso- ciadas, pode-se desenvolver 2 funagina sobre as folhas e os cachos, depreciando o valor comercial da fruta (Gonzalez, 1983; Botton ef al., 2003a; Botton et al., 2003b). 4.5.4. Controle © melhor controle se dé no inverno, época de repouso vegetativo e quando ocorrem as ninfas de segundo instar, mais sensiveis as apli- cages de inseticidas. Na calda inseticida, deve-se adicionar 0 dleo mineral para aumentar a eficiéncia do tratamento. 193 VINHEDO PAULISTA EEE EEE Ee ee eee eer ere ee eeeeeee Se oe 4.6. Lagarta-das-folhas Eumorpha vitis(L.) (Lepidoptera: Sphingidae) Figura 11 Eumorpha vitis(L.) (Lepidoptera: Sphingi- dae). (A) Adulto. (8) Lagarta de ultimo instar. Fotos: Instituto Biologico 4.6.1. Distribuigao e plantas hospedeiras Eumorpha vitis pode ser encontrada nos Estados de Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e S40 Paulo (Silva ef al., 1968). As prin- cipais plantas hospedeiras desse inseto sao Jussieua sp., Magnolia sp. e Vitis sp. (Silva et al., 1968). 4.6.2. Aspectos descritivos e biolégicos ‘As mariposas medem de 95 a 100mm de envergadura; as asas an- tetiores séo pardas, com estrias claras, @ as posteriores, escuras, com faixas claras e 0 bordo interno avermelhado (Figura 11). As lagartas so de cor verde-clara, com cerca de 80mm de comprimento; em cada estigma, apresenta-se uma faixa amarela (Figura 11B). Elas vivem isoladamente nas folhas e transformam-se em crisélidas no solo. 194 PARTE 2 4. . Prejuizos Raramente, essas espécies ocorrem em vinhedos. Quando isso acontece, a infestagéo, em geral, é baixa e, consequentemente, 0 desfolhamento é reduzido. 4.6.4, Controle Em geral, ndo 6 necessario. Quando for 0 caso, devem-se usar inseticidas fosforados ou clorofosforados para controlar o inseto 4.7. Besouro-pardo Bolax flavolineatus (Mann.) (Coleoptera: Scarabaeidae) 4.7.1, Distribuigdo e plantas hospedeiras O besouro-pardo pode ocorrer em regides mais quentes, como nos Estados de Goids, Minas Gerais, Rio de Janeiro, So Paulo e Amazonas (Mariconi, 1976). E um inseto polifago, que ataca grande numero de plantas cultiva- das, como pessegueiro, nectarineira, marmeleiro e goiabeira, além de plantas nativas (Gallo et al., 2002). 4.7.2. Aspectos descritives e biolégicos O besouro apresenta de 13 a 15mm de comprimento e 8mm de largura. A cabege @ 0 pronoto séo castanho-escuros, 0s élitros tém es- trias amareladas e sulcos castanhos. Os adultos, de habitos notumos, se alimentam de folhas, flores e brotos, permanecendo escondidos durante o dia. As larvas sao subterréneas. Os besouros-pardos nao ‘so comuns em vinhedos. 4.7.3. Prejuizos Essa praga danifica folhas, flores e brotos, podendo, de acordo com a infestacao, afetar a produgao. 195 VINHEDO PAULISTA 4.7.4, Controle Pode ser realizado com aplicagao de inseticidas fosforados ou piretroides. 4.8, Besouro Anomala testaceipennis Blanch. (Coleoptera: Scarabaeidae) 4.8.1. Distribuigao e plantas hospedeiras Esse besouro é encontrado no Estado de So Paulo, tendo sido observadas severas infestagbes em S40 Miguel Arcanjo, Mirandépolis e Lucélia (Lourengao et a/., 2003). Os adultos alimentam-se de folhas, brotos ¢ fiores de videira e de citros. 4.8.2, Aspectos descritivos e biolégicos Obesouro mede 15mm de comprimento e 8mm de largura. A cabe- ¢a @ 0 élitro sao castanho-claros, e 0 pronoto e o escutelo séo verde- metdlicos. Os adultos tém habito noturno e, durante o dia, ficam no solo. ‘em profundidades variaveis de até 10cm. Segundo King e Saunders (1984), algumas espécies de Anomala deixam ovos de cor branca no solo, isoladamente ou em matéria organica em decomposicao, embora algumas vezes possam atacar raizes. 4.8.3. Prejuizos E uma espécie que ocorre, esporadicamente, nos vinhedos. Os adultos se alimentam de folhas, brotos e inflorescncias; neste tltimo caso, quando a infestagao é alta, os cachos tornam-se cheios de falhas, sem valor comercial (Lourengdo et al., 2003). 4.8.4. Controle Aplicagao de inseticidas fosforados ou piretroides. PARTE 2 4.8, Mosca-branca Bemisia tabaci (Genn.) bidtipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) B Figura 12 Mosca-branca Bemisia fabaci (Genn.) bidtipo B (Hemiptera: Aleyrodidae). (A) Fumagina na folha por causa das secregées da mosca-branca. (B) Fumagina nas bagas. Fotos: FNP. Haji e W. Kato 4.9.1. Distribuicdo ¢ plantas hospedeiras Introduzido no Brasil no inicio des anos 90 (Lourengao e Nagai, 1994), esse bidtipo de B. tabaci encontra-se distribuido nas principais regides agricolas do Pais. Altas infestagdes de mosca-branca em videira foram registradas na regio do Submédio do Vale do Sao Francisco, no Nordeste, onde o clima quente e seco favorece o desenvolvimento do inseto. Nas regiées Sul e Sudeste nao tém sido relatadas infestages severas (Hickel, 1998; Lourengao et al., 2003). Bemisia tabaci é um inseto altamente polifago, com amplo espec- tro de hospedeiras, criando-se em mais de 900 espécies de plantas (Perring, 2001; Berry et al., 2004). Em plantas de interesse econémico, tém sido observadas altas infestagdes em tomateiro, berinjela, brécolos, alface, repolho, algodéio, ab6boras, melo, melancia, chuchu, pepino, soja, poinsétia, crisantemo e gérbera, entre outros. 4.9.2, Aspectos descritivos e biolégicos Os insetos adultos tém 0 corpo amarelo-claro e as asas brancas, medindo entre 1 e 2mm. As fémeas sao maiores que os machos. Vivem na face inferior das folhas, tanto os adultos como as formas jovens. Os 197 VINHEDO PAULISTA ovos so presos ao tecido foliar por um pedicelo; eclodindo, as ninfas ‘se locomovem a pequenas disténcias até selecionar um local adequado, onde introduzem seu aparelho bucal e se fixam, ai permanecendo até a emergéncia do adulto. O ciclo ovo-adulto é variavel, sendo influenciado pelas temperaturas e pela planta hospedeira. Em um hospedeiro favoravel, sob tempera- turas que oscilam ao redor de 25°C, esse periodo pode atingir menos de 20 dias (Lourengao et al., 2003). 4.9.3. Prejuizos Altas infestagdes dessa mosca-branca foram registradas na regido do Submédio do Vale do Sao Francisco. Em virtude da secregao aguoarada eliminada polas ninfas, hd o desenvolvimento de fumagina, um fungo de coloragao escura que recobre as folhas e prejudica os processes fisiolégicos da planta (Figura 12A). Ao cair a exsudacao das folhas sobre as bagas, também ha o crescimento da fumagina sobre estas, reduzindo o valor comercial dos frutos (Figura 12B — pagina 197). Essa mosca-branca é eficiente vetora de virus a varias plantas de expresséio econémica; contudo, até o momento, nao foi constatada transmisso de virus por esse inseto na videira. Controle O nivel de acao para aplicagao do controle quimico deve ser de 60% de folhas infestadas por adultos ou de 40% de folhas infestadas por ninfas ou de 10% de cachos infestados por ninfas (Haji ef al., 2000). Para controle da mosca-branca, diversos produtos tém apresentado eficiéncia, como os neonicotinoides imidacloprid, tiamethoxam, acetamiprid ¢ clothianidin, e os reguladores de crescimento (IGR) buprofezin e pyriproxyfen. Todavia, é recomendavel realizar uma unica aplicagao de qualquer um desses inseticidas durante o ciclo da cultura; se forem necessarias outras aplicagdes, deve-se promover alternancia entre esses grupos ou utilizar produtos de outros grupos (Lourengao et al., 2003), para evitar o desenvolvimento de populagées resistentes. PARTE 2 4.10. Acaro-branco ou tropical Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Acari: Tarsonemidae) Figura 13 - Acato-branco Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Prostigmata: ‘Tarsonemidae). A direita, ramo com desenvolvimento normel e esquerda, ramo infestado pelo caro, exibindo desenvolvimento reduzido das folhas. Foto: G. J, Moraes 4.10.1. Distribuigdo e plantas hospedeiras © acaro-branco apresenta ampla distribuigao no Brasil, sendo nor- malmente encontrado em regides quentes; entretanto, também 6 assi- nalado em regides de clima frio. Em videiras, o Acaro-branco é relatado na regio do Vale do Submédio Sao Francisco e no Rio Grande do Sul, em casas de vegetacao e parreirais de V. vinifera e hibridas cultivadas (Albuquerque, 1997; Monteiro, 1994; Gallo ef al., 2002; Ferreira et al., 2008). 0 dcaro-branco & uma espécie polifaga, sendo uma praga eco- nomicamente importante de diversas culturas agricolas. No Brasil, os hospedeiros de importancia econémica aos quais esse caro vem causando problemas, além de videiras, so abacate, algodéo, bata- ta, café, feijao, mamao, maracujé, pimentdo e plantas ornamentais, especialmente horténsias. Também tém sido observadas infestagdes esporddicas em soja ¢ citros (Moraes e Flecht mann, 2008). 199 VINHEDO PAULISTA EE PEE Ee eee eee eee eee cee Cece ee 4.10.2. Aspectos descritivos e biolégicos 0 écaro-branco é praticamente invisivel a olho nu. Os ovos medem cerca de 0, 1mm de comprimento e sao de coloracao pérola. As larvas s4o esbranquigadas e medem cerca de 0,15mm de comprimento ‘Quando bem desenvolvidas, as larvas permanecem em repouso e do tegumento separa-se uM invélucro. Dentro deste, aparece no individuo © quarto par de pernas, sendo esse estagio conhecido como pupa. AS fémeas, de coloragao branca a amarela brilhante, medem aproxima- damente 0,2mm de comprimento e apresentam o quarto par de pernas reduzido, que terminam em duas setas longas. O macho é menor que a fémea e apresenta colorago branca hialina (Moraes e Flechtmann, 2008). Areprodugao do acaro-branco se da por partenogénese arrendto- ca, ou seja, ov0s néo fertilizados originam machos e ovos fertilizados, fémeas. Esses Acaros dispersam-se pela agao do vento, ou por meio de insetos, especialmente moscas-brancas (Flechtmann et al., 1990; Gerson, 1992) Ferreira et al. (2006) estudaram a biologia e determinaram as exigéncias térmicas e a tabela de vida de fertlidade de P. latus em videira cv. Italia, de uma populacao da regio do Vale do Submédio $40 Francisco. Experimentos foram realizados em temperaturas de +188, 22°, 25°, 28° e 32°C, umidade relativa de 65% + 10% e fotofase de 42h. O periodo ovo-adulto foi de 3,4 e de 6,8 dias para machos ¢ de 3,5e de 7,4 dias para fémeas, respectivamente a 32° 18°C. Nas tem- peraturas de 18°, 25° e 32°C, cada fémea depositou, respectivamente, 16,5; 44,3 e 13,3 ovos. Os estagios de ovo, larva € pupa ¢ o perlodo ovo-adulto apresentaram, respectivamente, limiar térmico inferior de 11,236; 9,45°: 12,19° e 9,71°C @ constantes térmicas de 28,51; 14,59: 8,33 e 62,73 graus-dia. A duragéio média da geracao (T) foi igual a 25,6; 10,8 e 8,2 dias, respectivamente, nas temperaturas de 18°, 25° © 32°C. A taxa liquida de reprodugao (RO) foi maior na temperatura de 25°C, correspondendo a um aumento de 30,12 vezes a cada geragao. De acordo com as normais térmicas, P. latus pode desenvolver de 95 a 99 geragbes/ano, respectivamente, para os municipios de Petrolina (PE) ¢ Juazeiro (BA). 200 PARTE 2 4.10.3. Prejuizos ataque é mais importante em plantas novas, tanto em mudas quanto em porta-enxertos, pois @ praga reduz 0 desenvolvimento, com consequente atraso na formago do parreiral (Botton et al., 2003a), Em Bento Gongalves, P. latus foi observado, principalmente, em folhas novas de videiras, fazendo com que estas tivessem os bordos voltados para baixo, causando bronzeamento e necrose. Os ramos no- vos infestados pelo 4caro-branco apresentaram fraco desenvolvimento (Monteiro, 1994). No Submédio do Vale do So Francisco, 0 acaro-branco constitu uma das principais pragas da videira. Infesta as folhas novas e brota- Ges, provocando perdas significativas, principalmente, pela paralisagaio do crescimento ou atrofia dos ramos (Haji et a/. 2001). Videiras infes- tadas apresentam folhas pequenas ao longo dos ramos, no apenas nas brotagdes novas (Figura 13 — pagina 199) (Moraes, comunicagao pessoal) Os danos em razo das infestagdes por esses dcaros podem ser causados pela injecao de toxinas durante a alimentago e ser obser- vados mesmo apos a eliminago da infestagao (Gerson, 1992). 4.10.4. Controle Em situages de elevada infestacdo, 0 controle do acaro-branco em videiras deve ser realizado com acaricidas especificos (Botton et al., 2003a). O 4caro-branco é sensivel ao enxofre, devendo-se direcionar 0 iratamento as brotagées novas. Por outro lado, o uso do enxofre pode causar fitotoxicidade em cultivares americanas (Papa e Celoto, 2008). 4.11, Acaro-rajado Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) 4.11.1, Distribuigéo e plantas hospedeiras acaro-rajado apresenta ampla distribuigao no Pais. Em videiras, infestagdes tém sido relatadas em Sao Paulo, na regiao do Submédio do Vale do Sao Francisco (Bahia e Pernambuco), em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul (Souza Filho et al., 1994; Gondim Jr., comunicagao 201 VINHEDO PAULISTA pessoal; Botton ef al., 2003a; Moraes e Flechtmann, 2008; Mendonga, 2009). Trata-se de uma distribuigéo cosmopolita, sendo reportado a 109 paises, e ataca uma grande diversidade de plantas, cullivadas ou no. Até o presente, um total de 1.054 hospedeiros foi registrado para T.urticae (Bolland et al, 1998; Migeon e Dorkeld 2007/2009). No Brasil, considerando-se os nlimeros de espécies vegetais de valor econémi- co atacadas e os danos a elas causados, T. urticae esta entre os trés principais acaros pragas do Pais (Moraes e Flechtmann 2008). Na regidio Sul do Brasil, é comum que os produtores utilizem @ ervilhaca como cobertura morta no interior do parreiral. Os acaros- rajados presentes nessa planta acabam migrando para a videira, onde vo causar danos (Botton ef al., 2003a). 4.11.2. Aspectos descritivas e biolégicos Os ovos do Acaro-rajado sao esféricos, medindo cerca de 0,14mm de diametro e so depositados na face abaxial da lamina foliar entre os fios de tela tecidos pelas fémeas. Logo apés a postura, apresentam-se claros, quase transparentes, e se tomam opacos e vitreos medida que a incubagao progride. Pouco antes da eclosdo das larvas, os ovos tornam-se amarelados ¢ ja ¢ possivel visualizar nitidamente duas manchas oculares, verde-escuras no embrido. Entre os adultos existe acentuado dimorfismo sexual, sendo as fémeas ovaladas e volumosas, com aproximadamente 0,46mm de comprimento, enquanto os machos so menores, possuem a extremidade posterior do opistossoma mais estreita, e medem, em média, 0,3mm de comprimento. De modo geral, a8 fémeas so verdes e apresentam duas manchas oculares verde-escures no dorso, uma de cada lado do corpo, mas ocorrem algumas populagées com individuos de coloragéo avermelhada. A identificacao da espécie 6 baseada, prinojpaimente, em caracteristicas morfolégicas da genitalia do macho, como a forma do edeago (Jeppson et al, 197). Estudo conduzido por Herbert (1981) mostrou que o tempo total de desenvolvimento de T. urticae é influenciado pela temperatura ambien- te. Um incremento na temperatura de 15° para 21°C representou uma redugao do ciclo evolutivo entre os estagios de ovo a adulto de 28,2 para 12,7 dias. Os ntimeros de geragées nas temperaturas de 15°, 18° 21°C foram de 44; 23,4 e 10,9 dias, respectivamente. Carey e Bradley (1982) relataram um ciclo de 6,2 dias a 29,4°C, demonstrando a alta capacidade de muttiplicagao do dcaro-rajado. A temperatura também influencia a intensidade de alimentagao do acaro. 202 PARTE 2 As infestagdes pelos tetraniquideos so favorecidas por baixos niveis de umidade do ar (Vieira et al., 2004), o que frequentemente esta relacionado a menores niveis de precipitagao (Moraes e Flechtmann, 2008). 4.11.3. Prejuizos Os sintomas de ataque iniciam-se com pequenas manchas cloréticas nas folhas e, posteriormente, o local fica necrosado. Nas superficies adaxiais das folnas correspondentes as lesdes, aparecem tons avermelhados. Altas infestagGes podem causar desfolhamento e, também, o ataque aos cachos, causando o bronzeamento das bagas (Botton et al., 2003a; Papa e Celoto, 2008). As infestagdes por T. urticae em videiras podem também causar graves consequéncias na maturacao e qualidade dos frutos. Os cachos de uva, quando atacados, podem apresentar manchas escuras na casca dos frutos (Schruft, 1985). Na Europa, 0 acaro-rajado 6 considerado uma das principais pragas de videiras (Kassemeyer, 1996) 4.11.4. Controle Uma pratica de controle eficiente ¢ a eliminagao de plantas hospedeiras da praga presentes no parreiral antes da fase de brotaco, como a ervilhaca (Botton ef a/., 2003a; Papa e Celoto, 2008). Outra pratica que deve ser evitada € 0 emprego exagerado de adubos nitrogenados, ja que plantas com altos teores de nitrogénio favorecem © desenvolvimento da praga (Botton et al., 2003a). Deve-se também evitar 0 emprego de produtos pouco seletivos aos inimigos naturais, principalmente inseticidas piretroides, que provocam aumento na populacao do dcaro. Em situagbes de elevada infestaco, o controle do caro-rajado em videiras deve ser realizado com acaricidas espectficos (Botton et al,, 2003a) 4.12. Acaro-da-erinose Colomerus vitis (Pagenstecher) (Acari: Eriophyidae) 4.12.1. Distribuigdo e plantas hospedeiras © dcaro-da-erinose apresenta ampla distribuigéo em regides viticolas por todo o mundo, estando presente em diversos paises da 203 VINHEDO PAULISTA eee oe etc eeeaeee Europa, na América do Norte, na Oceania, no Oriente Médio e na Africa (Amrine e De Lillo, 2006). No Brasil, em Bento Gongalves e outras regides viticolas brasileiras, tem-se observado a presenga constante do dcaro-da-erinose (Soria ef al., 1993). Outros paises da América do Sul em que C. vitis ocorre so Argentina, Paraguai e Uruguai (Amrine @ De Lillo, 2006). Esse acaro 6 bastante especifico em relacao aos hospedeiros, tendo sido relatado somente em espécies de Vitis (Amrine De Lillo, 2006). 4.12.2. Aspectos descritives e biolégicos © Acaro-da-erinose 6 vermiforme, possui coloragéo amarelada mede cerca de 0,16mm de camprimento. As fémeas ovipositam de forma agregada nas pilosidades das folhas e, ao ocorrer a ecloso das ninfas, iniciam-se os danos a videira (Botton et al., 2003b). 4.12.3. Prejuizos Infestagoes de C. vitis em espécies europeias de Vitis causam ga- Ihas nas folhas, mas nao tem sido observado grande dano econémico (Soria et a/., 1993). Na superficie das folhas, oposta a das galhas, ha a formaoao de erineas, isto é, a proliferagao de tricomas alongados, onde podem ser encontradas colénias numerosas. As erineas podem ser, inicialmente, esbranquigadas e, gradualmente, tormam-se amareladas ‘ou amarronzadas (Duso € De Lillo, 1996). Esse acaro também pode atacar as gemas, causando deformagées e, até mesmo, sua morte (Botton et a/., 2003a). 4.12.4, Controle © acaro-da-erinose é facilmente controlado com enxofre aplicado durante 0 periodo vegetativo da cultura. No inverno, pode-se aplicar a calda sulfocalcica (Botton ef al., 2003a). 4.13, Acaro-da-ferrugem-da-videlra Calepitrimerus vitis (Nalepa) (Acari: Eriophyidae) 4.13.1. Distribuigao e plantas hospedeiras Da mesma forma que 0 acaro-da-erinose-da-videira, 0 acaro-da- ferrugem-da-videira também apresenta ampla distribuigao mundial 204 PARTE 2 Entretanto, na América do Sul sua presenga é relatada apenas no Brasil, onde foi encontrado pela primeira vez por D’Andrea, em 1951, no Rio Grande do Sul. Varios anos mais tarde, Carvalho e Rossetto (1968) relataram esse acaro para o Estado de Sao Paulo, 0 qual também apresenta alla especificidade hospedeira, tendo sido relatado somente em espécies de Vitis (Rossetto, 1972; Amrine De Lillo, 2006). dcaro-da-erinose-da-videira é fusiforme, medindo cerca de 0.2mm de comprimento. Esse dcaro coloniza as brotagdes e apresenta prefe- réncia pela superficie inferior das folhas jovens. Em paises de clima temperado e no Mediterraneo, a espécie apre- senta duas formas de desenvolvimento morfologicamente distintas, a protogina ea deutogina; esta tiltima representa a forma que hiberna nos meses de inverno (Duso e De Lillo, 1996). Na regio Sul, os maiores niveis populacionais ocorrem na épaca mais quente e chuvosa do ano (Papa e Celoto, 2008). 4.13.3. Prejuizes No Riio Grande do Sul, esse acaro eriofiideo foi considerado muito nocivo, produzindo raquitismo, bagas menores, superbrotamentto, encur- tamento de internédios e manchas cloréticas nas folhas (Rossetto, 1972; Papa e Celoto, 2008). Nos tltimos anos, foram observadas infestagdes significativas desse caro, principalmente na Regiao Sul, provocando a*acarinose" da videira (Papa e Celoto, 2008). Em 2003/2004 ataques severos foram observados na regio de Bagé (Moraes e Flechtmann, 2008). De acordo com Duso e De Lillo (1996), a importancia de C. vitis vem aumentando em parreirais comerciais na Europa. 4.13.4. Controle © controle desse caro pode ser feito com enxofre (Papa e Celoto, 2008). 205 VINHEDO PAULISTA 4.14, Acaro-vermelho-europeu Panonychus ulmi (Koch) (Acari: Tetranychidae) 4.14.1. Distribuieao e plantas hospedeiras ‘primeira constatacao do 4caro-vermelho-europeu no Brasil foi fetta por Flechtmann (1967), que o encontrou em frutos de maga procedentes da Argentina. Em seguida, Bleicher (1974) registrou sua presenga em macieiras (Malus domestica L.) nos pomares do Sul do Pais. Desde entdo, o caro-vermelho-europeu tem sido encontrado em populages elevadas, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Atualmente, esse dcaro é considerado uma das principais pragas de rosdceas no Brasil (Moraes e Fiechtmann, 2008). Panonychus ulmi & considerado, hd muitos anos, uma praga de videira na Europa e na América do Norte (Schruft, 1985). Entretanto, no Brasil, sua presenca nao havia sido relatada nessa cultura, o que levou & discussao de que a diferenga de hospedeiros de P. ulmino Brasil poderia ‘ser em razao de uma diferenga bioldgica entre espécies que ocorriam no Pais e as populagées da Europa (Moraes e Flechtmann, 2008), isto 6, que as populagdes que atacavam videiras poderiam constituir um biotipo distinto daquele que jé infestava macieiras no Brasil (Navia et al., 1998). A ocorréncia do dcaro-vermelho-europeu em videiras (V. vinifera) foi relatada pela primeira vez no Brasil em 2008, quando foram obser- vados os primeiros danos dessa praga nos plantios do Rio Grande do Sul, nos municipios de Bento Goncalves e Candiota (Feria e Botton, 2008). Recentemente, P. ulmifoi também encontrado infestando videiras em Pirapora, norte de Minas Gerais, 0 que constitui 0 segundo relato desse Acaro em uva no Pais (Mendonga, 2009) ¢ 0 primeiro na regio Sudeste. 4.14.2. Aspectos descritivas e biolégicos Os ovos de P. ulmi medem cerca de 0, 15mm de diémetro (Lienk et al., 1980). As fémeas apresentam cerca de 0,3mm de comprimento e ‘0s machos s40 um pouco menores, com o corpo afilado posteriormente (Baker e Tuttle, 1994). Os ovos normalmente so avermelhados. AS fémeas adultas apresentam coloragao vermelho-amarronzado e apre- sentam os tubérculos brancos na base das setas dorsais (Jeppson et al., 1975). PARTE 2 Para P. ulmi completar uma geragao € necessario de trés a seis semanas, dependendo das temperaturas. O numero de geragées por ano varia de acordo com 0 local; na Holanda, podem-se desenvolver de trés a cinco geragées, enquanto que em Virginia, EUA, normalmente ‘so encontradas de nove a dez geragdes (Van de Vrie, 1985). Durante seu ciclo de vida, as fémeas podem depositar de 10 a 90 ovos, sendoa média de 45 (Jeppson et al., 1975). No Brasil, em macieiras, o numero de ovos por fémea foi de 45 e 51 (Kovaleski e Vendramim, 1993). 4.14.3. Prejuizos De acordo com Ferla e Botton (2008), as videiras atacadas por P. ulmi no Rio Grande do Sul apresentaram folhas bronzeadas, com manchas avermelhadas na face adaxial. O vinhedo infestado apresentou bronzeamento precoce, com queda prematura de folhas. Embora o dano no tenha sido quantificado, as lesdes produzidas por P. ulmi podem ter provocado menor atividade fotossintética na pés-colheita, reduzindo 0 acumulo de reservas na entressafra. Em outras regides viticolas no mundo, constatou-se que as infestagdes de P. ulmi em videiras afetam 0 desenvolvimento de brotos @ inflorescéncias e a qualidade dos frutos (Schruft, 1985) 4.15, Outros acaros fitéfagos Outras espécies de Acaros da familia Tetranychidae encontradas em videiras no Brasil sao: Allonychus braziliensis (MeGregor), Oligonychus mangiferus Rahman & Punjab, Tetranychus desertorum Banks, Tetranychus mexicanus (Mc Gregor), ¢ Oligonychus spp. (Rossetto, 1972; Soria et al., 1993; Albuquerque, 1997; Mendonga, 2009). A braziliensis foi encontrado em videiras no Brasil por Soria et al. (1993) no Rio Grande do Sul. Oligonychus mangiferus foi encontrado em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul (Reis ¢ Melo, 1984; Soria et a. 1993). Em levantamentos recentes na regio de Pirapora, Minas Gerais, foram encontrados dois tetraniquideos ainda nao relatados em videiras no Brasil: T. mexicanus e uma nova espécie para a ciéncia, do género Oligonychus, a qual esta sendo descrita (Mendonga, 2009). As trés espécies mais comuns de acaros planos do género Brevipalpus (Tenuipalpidae) 4 foram encontradas em videiras no Brasil. Brevipalpus phoenicis (Geljskes) jé foi encontrada em Vitis em Sao Paulo 207 VINHEDO PAULISTA EE @ Minas Gerais (Calvoso-Miranda, 2008). Em levantamentos recentes realizados por Damasceno (2008) em Janaiba @ Nova Porteirinha, a0 norte de Minas Gerais, além de B. phoenicis, B. obovatus Donnadieu eB. californicus (Banks) também foram encontradas em videiras. No foram relatados danos causados por Brevipalpus nos parreirais. 4.16, Aicaros de expresséo quarentenaria para a cultura da uva no Brasil Navia et al. (1998) avaliaram a importancia quarentendria de écaros que atacam a videira, ainda nao presentes no Brasil, destacando-se: Brevipalpus chilensis Baker, que ocorre no Chile; Eotetranychus carpini (Qudemans) em paises do Mediterraneo, na Asia, Africa, América do Norte e no Oriente Médio; Tetranychus medanieli Me Gregor, na Fran- cae América do Norte; Tetranychus pacificus Mc Gregor, na América do Norte, e Tetranychus turkestani (Ugarov e Nikolskii), com ampla distribuigao nas Américas do Norte e Central, na Europa, na Asia, no Oriente Médio e na Oceania. Essas espécies e, também, Brevipalpus lewisi Mc Gregor esto incluidas na atual lista de pragas quarentenarias ausentes (MAPA, 2007; Migeon ¢ Dorkeld, 2009). E extremamente importante a adogao de procedimentos quaren- tendrios para a importacao de material de propagagao vegelaliva de videiras no Brasil, para evitar a introdugo de doaros pragas que venham aagravar os problemas fitossanitarios da cultura. 5. PRAGAS DOS FRUTOS 5.1, Traga-ddes-cachos Cryptoblabes gnidiella (Miliére) (Lepidoptera: Pyralidae) 5.1.1, Distribuigao e plantas hospedeiras Essa espécie se cria em folhas, flores e frutos de citros, flores de mamoeiro, hastes verdes de milho, espigas de sorgo, passas, sementes de cebola, cachos de videira (Silva et al., 1968). PARTE 2 A traga-dos-cachos é importante praga da videira no Uruguai e ‘ocorre, principalmente, de fevereiro a margo. A intensidade do dano no depende apenas do nivel populacional da pragano vinhedo, mas também da cultivar (Seatoni ef al,, 2004). Figura 14 — Traca-dos-cachos Cryptoblabes gnidiella (Milliére) (Lepidoptera: Pyralidae). Teias de lagartas no interior do cacho. 5.1.2, Aspectos descritivos e biolégicos adulto da traga-dos-cachos é uma mariposa pardo-acinzentada, atingindo até 10mm de comprimento e 22mm de envergadura (Hickel, 2008). Aoviposigao 6 realizada @ noite, com a fémea colocando os ovos isoladamente nos pedunculos dos cachos. O periodo de incubagao atinge quatro dias. As lagartas so de cor marrom a quase preta e passam por quatro instares, em um periodo de 25 dias, podendo atingir até 10mm de comprimento. As crisdlidas acorrem no proprio cacho atacado e so envoltas por teia ou, até mesmo, no chéo. A fase de crisdlida é de sete dias (Gallo ef al., 2002), emergindo 0 adulto, cuja longevidade é de sete dias (Hickel, 2008). 5.1.3. Prejuizos As lagartas comem a casca dos peciolos do cacho ainda verde, causando murcha e queda das bagas; podem, também, broquear as bagas, estragando-as. O cacho atacado fica sujo, com teias (Figura 14) e ‘excrementos das lagartas (Rossetto ef al., 1973a), o que € caracteristico do ataque da traga-dos-cachos. 5.1.4. Controle raleio € as préticas que eliminam os sitios de localizagao das lagartas, como a remocao de folhas coladas nos frutos, reduzem a incidéncia da praga VINHEDO PAULISTA Em casos de alta incidéncia populacional, recomenda-se a pulverizacao com inseticidas piretroides, visando atingir o interior dos cachos (Gallo et al., 2002). 5.2. Mosca-das-frutas Ceratitis capitata (Wied.) (Diptera: Tephritidae) A 8 Figura 15 - Mosca-das-frutas Corattis capitata (Wied.) (Diptera: Tephritidae). (A) Adulto, (B) Galerias em baga de uva ‘italia’ causadas pela larva. Fotos: H. Negri 5.2.1. Distribuigao e plantas hospedeiras Coratitis capitata 6 praga de ampla gama de fruteiras cultivadas nativas. Encontra-se difundida por todo o territério brasileiro e ocorre, principalment, nas regiGes de inverno mais ameno do Sul e Sudeste do Brasil (Hickel, 2008). A grande variedade de plantas hospedeiras nativas e cultivadas, com diferentes épocas de frutificagdo, favorece a reprodugao dessa mosca-das-frutas durante quase todo o ano. 5.2.2. Aspectos desoritivos e biolégicos (Os adultos de C. capitata tem cerca de 4 2 Smm de comprimento (Figura 1A). As asas sao transparentes, com listras amarelas. As femeas colocam os ovos internamente no fruto, mediante introdugao do ovipositor através da casca. Os ovos s&o fusiformes, levemente curvados, de coloragaio branca e medem cerca de mm de comprimento (Hickel, 2008). As larvas s4o Apodas, vermiformes, de coloragao branco-amarelada e fazem galerias no fruto; terminado 0 estadio larval, 210 PARTE 2 abandonam o fruto e transformam-se em pupa no solo (Gallo ef al, 2002). 5.2.3. Prejuizos ‘As fémeas ovipositam nos frutos, perfurando a epiderme com 0 ovipositor; muitas posturas ou puncturas de prova podem ser feltas em um tinico fruto. As larvas se alimentam da polpa dos frutos @ os deprectam, tornando-os inviaveis para comercializagao e/ou consumo, Foram observados danos de C. capitata em uva ‘Italia’, em que as ba- gas exibem manchas escuras, na forma de riscos sinuosos, abaixo da casca (Figura 15B) (Rossetto et al., 1973b). 5.2.4. Controle Pode-se utilizar 0 controle cultural, ensacando-se os frutos recém- formados. Ja as medidas de controle quimico, 4 base de fentiom, tri- clorfon, acefato ou malation, devem ser associadas a um bom sistema de monitoramento, com frascos caga-mosca com atrativo alimentar (Prando ef al., 1995; Gallo et al., 2002). 5.3, Tripes Frankliniella sp. (Thysanoptera: Thripidae) 5.3.1. Aspectos desoritivos e biolégicos S60 tripes de coloragdo marrom-amarelada. Ocorrem com outras espécies (Gallo et al., 2002) 5.3.2. Prejuizos Esses insetos, ao infestar as plantas na fase de florescimento, ‘causam danos nas bagas novas, sendo os sintomas caracterizados por cicatrizes de cor parda; podem ainda provocar rachaduras nas bagas @ proiapso das sementes (Gallo et al., 2002). 5.3.3. Controle Pode ser realizado com aplicago de metildicarb, a base de 150ml por 100 litros de agua, associado ou néo com o fungo Metarhizium anisopliae, durante 0 florescimento. VINHEDO PAULISTA SS TT Te 6. VESPAS E ABELHAS (Hymenoptera) ‘As principais vespas e abelhas que atacam a videira séio Synoeca cyanea (Fabr.), Polistes spp., Polybia spp., Apis mellifera L. e Trigona spinipes (Fabr.) ‘As vespas ou marimbondos, ao se alimentarem das bagas, rompem as peliculas destas, atraindo grande quantidade de abelhas. As abelhas fazem com que as vespas saiam dessas bagas e procurem outras, até comprometer todo 0 cacho. O ataque de vespas e abelhas nos cachos de uva deve-se @ falta de alimento (florada) no periodo de maturagao das uvas (Botton et al., 2003a; Hickel, 2008). A auséncia de fiorada esta associada a caréncia de matas nativas préximas aos parreirais. Quando possivel, recomenda- se 0 ensacamento de cachos de uvas préximo a colheita (Botton et al, 2003a; Botton et al., 2003b; Hickel, 2008). REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALBUQUERQUE, T.C.S. Uva para exportagdo: aspectos técnicos. da producdo. Brasilia: SPI, 1997. p.37. AMRINE Jr, J.W. e STASNY, T.A. Catalog of the Eriophyoidea (Acarina: Prostigmata) of the World. West Bloomfield: Indira Publishing House, 1994. 795p. AMRINE Jr, J.W. € DE LILLO, E. Adatabase on Eriophyoidea ofthe world. West Virginia University, Michigan (File Maker 4.0), 2006. (unpublished) BAKER, E.W. e TUTTLE, D.M. A guide to the spider mites (Tetranychidae) of the United States. West Bloomfield: Indira Publishing House, 347p. 1994. 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