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Fisioterapia em Saúde da Criança
Stephane Bispo
Licenciado para - Carine Santos Amorim - 08340028502 - Protegido por Eduzz.com
Sumário
Stephane Bispo Fisioterapia em Saúde da Criança @fisio.stephanebispo
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1. Aspectos gerais da neonatologia .......................................................................................................3


2. Características do RN - Adaptação - período transitivo neonatal .................................................... .6
3. Assistência ao RN ........................................................................................................................ ......9
4. Exame físico no RN ..................................................................................................................... .....12
5. Reflexos primitivos do RN ........................................................................................................... ....21
6. Estimulação sensório motora precoce ......................................................................................... ..26
7. Método Bobath .......................................................................................................................... ....31
8. Osteogênese Imperfeita ............................................................................................................ ....33
9. Paralisia Cerebral ............................................................................................................................35
10. Ventilação mecânica RN.............................................................................................................. ...41
11. Síndromes Neurologias e malformações congênitas. ................................................................... .42
12. Cardiopatia congênita ................................................................................................................. ...45
13. Fisioterapia no Método mãe cangurú .......................................................................................... ..48
14. Fisioterapia na paralisia braquial obstétrica. ................................................................................. 50
15. Prematuridade e suas particularidades ....................................................................................... ..52
16. Hidroterapia com Ofurô .............................................................................................................. ..55
Aspectos gerais da neonatologia
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Para avaliação global do recém-nascido é importante, além da realização da anamnese materna e da determinação
da idade gestacional, o conhecimento de vários conceitos e peculiaridades encontradas na Neonatologia:

Neonatologia: É o ramo da Pediatria que se ocupa das crianças desde o nascimento até aos 28 dias de idade (quando
as crianças deixam de ser recém- nascidos passam a ser lactentes).

Conceitos

Período neonatal: Intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge 27 dias, 23
horas e 59 minutos.

• Período neonatal precoce: Intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge 6
dias, 23 horas e 59 minutos.
• Período neonatal tardio: Intervalo de tempo que vai do 7º dia até o momento em que a criança atinge 27 dias,
23 horas e 59 minutos.

➢ EMBRIÃO, o ovo fertilizado até a 8º sem IG.


➢ FETO, depois da 8º sem IG até o nascimento.
➢ RECÉM NASCIDO, um feto torna- se RN no momento em que é clampeado o funículo – cordão umbilical.

• Nascido Vivo: É a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independente da duração da gestação, de um
produto de concepção que, depois dessa separação, respira ou manifesta outro sinal de vida, tal como batimento
cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou contração voluntária, haja ou não sido cortado da placenta.
• Natimorto: É o nascimento de um feto que pesa mais de 500g e que não tem evidências de vida depois de
nascer.
• Aborto: A expulsão ou extração de um feto ou embrião que pesa menos de 500g (idade gestacional
aproximadamente 20 a 22 semanas completas ou dias completos).

ÓBITO NEONATAL: ocorrido em menores de 28 dias de nascimento.

• PRECOCE: morte de um RN durante os primeiros sete dias de vida completos.


• TARDIA: é a morte de uma criança que esteja viva depois de sete dias, porém antes de completar 28 dias de vida.

O RN pode ser classificado quanto:

• à idade gestacional (IG);


• ao peso;
• ao peso e à idade gestacional.

Idade Gestacional: Duração da gestação medida do primeiro dia do último período normal de menstruação até o
nascimento; expressa em dias ou semanas completos.

Período pré-natal:

1. 1º trimestre de gestação (período embrionário)


2. 2º trimestre de gestação (período fetal precoce)
3. 3º trimestre de gestação (período fetal tardio)
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Classificação do RN quanto a Idade Gestacional

• Pré-termo: menos do que 37 semanas completas (menos do que 259 dias completos)
• Prematuro tardio: de 34 semanas a 36 sem e 6 dias
• Termo: de 37 semanas completas até menos de 42 semanas completas (259 a 293 dias).
• Pós-termo: 42 semanas completas ou mais (294 dias ou mais).

➢ Idade pós-natal: é o período de tempo que decorre do nascimento até a data presente.
➢ Idade corrigida: é a idade pós-natal menos o número de semanas que faltou para completar 40 semanas (subtrair
da idade pós-natal a diferença entre 40 semanas e a idade gestacional). É usada para avaliação do crescimento e
desenvolvimento da criança após o termo. designada idade pós-concepção, traduz o ajuste da idade cronológica
em função do grau de prematuridade.
o - É usada para avaliação do crescimento e desenvolvimento da criança após o termo.
o - Ideal seria nascer com 40 semanas de IG
o - Idade Corrigida = idade cronológica - (40 sem - IG sem)

Classificação de acordo com o peso

Peso de nascimento: primeiro peso do recém-nascido (RN) obtido após o nascimento.

• Peso adequado: peso ao nascimento de 2.500g a 3.500g;


• Baixo peso: peso ao nascer inferior a 2500g.
• Muito baixo peso: peso ao nascer inferior a 1500g.
• Extremo baixo peso: peso ao nascer inferior a 1000g.

Relação do Peso de Nascimento com a Idade Gestacional

• Reflete a qualidade de crescimento fetal e permite a determinação de risco para problemas perinatais.
• Utilização da curva de crescimento intrauterino de Alexander et al. como padrão de referência para o crescimento
fetal.

Classificação de Acordo com a Curva de Crescimento Intrauterino

PIG Pequeno para IG


AIG Adequado para IG
GIG Grande para IG
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Classificação relacionando Peso e Idade Gestacional

• PIG: abaixo do percentil 10;


• AIG: entre os percentis 10 e 90;
• GIG: acima do percentil 90.

Assistência ao Recém–Nascido - Classificação do RN

• Antecipação de problemas clínicos;


• Prognóstico de crescimento e desenvolvimento;
• Busca inteligente de anomalia congênita inaparente.

Serve para qualificar o risco de morbimortalidade

• Prematuros PIG < 1500g prognóstico favorável se adequado suporte nutricional (2 primeiros anos)
• RN de baixo peso PIG: menores e menos pesados aos 10 anos
• RN a termo PIG x AIG: diferença depeso,estatura, perímetro cefálico desaparecem aos 18 meses.

Avaliação da Idade Gestacional - Retardo do Crescimento Intrauterino. Fatores de Risco:

• Tabagismo;
• HA crônica ou gestacional;
• Gestação Múltipla;
• Antecedentes de RCIU;
• Infecções perinatais crônicas;
• Anomalias Congênitas;
• Ganho Ponderal Materno insuficiente;
• Sangramento persistente no 2º trimestre;
• Consumo de álcool;
• Desnutrição Materna;

A curva de crescimento intrauterino de Alexander et al. como padrão de referência para o crescimento fetal. Se o
peso de nascimento se encontra entre o 10º e 90º percentil, para determinada idade a 1000 gramas.

Relação do peso de nascimento com idade gestacional: reflete a qualidade de crescimento fetal e permite a
determinação de risco para problemas perinatais. O ideal seria colocar o peso de nascimento em gráficos de percentis
construídos com base racial, étnica, sócioeconômico-cultural e ambiental semelhantes. Entretanto, um grande
número de serviços de neonatologia utiliza gestacional, o RN é considerado adequado à idade gestacional (AIG), se
abaixo do 10º percentil, ele é pequeno para idade gestacional (PIG) e, se acima do 90º percentil, ele é grande para
idade gestacional (GIG). Para determinar se o peso de nascimento está adequado é necessário exatidão na avaliação
da idade gestacional.
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Características do Recém Nascido


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Adaptação do Recém-Nascido e Período transitivo neonatal


O termo adaptação à vida extrauterina diz respeito às modificações cardiorrespiratórias que ocorrem ao nascimento
e que permitem ao recém-nascido a autonomia para exercer funções vitais fora do ambiente uterino. Tais alterações
envolvem a transição da circulação fetal ou placentária para uma respiração independente. Com o clampamento e
secção do cordão umbilical, o recém-nascido perde a conexão com a placenta, o que significa ausência de suporte
metabólico, em especial o oxigênio, além da não retirada de dióxido de carbono de seu organismo.

Tanto o trabalho de parto, quanto o próprio parto produzem estresse, com alterações do padrão de trocas gasosas na
placenta, além do equilíbrio acidobásico no sangue e da atividade cardiovascular do recém-nascido. A adaptaçãoà
vida extrauterina será afetada por fatores que interferem tanto na transição normal desse momento da vida ou que
aumentam a asfixia fetal, como por exemplo, a hipóxia, acidose e hipercapnia.

Para a oferta de um cuidado qualificado no momento do nascimento, é preciso que o profissional compreenda a
fisiologia pulmonar do recém-nascido e seja capaz de identificar as diferenças entre a circulação fetal e a circulação
extrauterina. Desse modo, a partir de agora iremos revisar como ocorre à circulação do feto e as alteraçõesesperadas
ao nascimento.

No útero, a placenta age como uma via circulatória de baixa resistência para a troca de gases. Nesse sentido, o sangue
flui das áreas de alta pressão para as de baixa pressão. Os pulmões do feto não oxigenam os tecidos, nem excretam
gás carbônico; estão cheios de líquidos (secreções oriundas do epitélio alveolar) e não de ar. Os vasos sanguíneos que
fazem a perfusão dos pulmões do feto são altamente comprimidos.

Sistema Respiratório : É a alteração fisiológica mais crítica e imediata pela qual o recém nascido passa.
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Primeira Respiração

FATORES QUÍMICOS

• ↓ do O2
• ↑ CO2
• ↓ pH

FATORES TÉRMICOS

• A diminuição abrupta da temperatura

Sistema Cardiovascular: Alteração da circulação

Vida extra uterina

• Alteração da circulação – fechamento dos shunts


• Fechamento do ducto venoso

Sistema Hematopoiético

Coagulação sanguínea

• Déficit na síntese da vitamina K (A vitamina K catalisa a síntese da protrombina pelo fígado, assim ativando
fatores de coagulação.)
• Neonato com risco de hemorragia
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Termorregulação: Os recém-nascidos devem se adaptar ao ambiente (frequentemente mais frio) pela produção
metabólica de calor, porque eles são incapazes de gerar uma resposta adequada de tremores.

Mecanismos da perda de calor

• Evaporação
• Condução
• Convecção
• Radiação

Sistema Tegumentar

Funções da pele

• Proteção física
• Regulação
• Propriedades Imunológicas
• Propriedade de Renovação
Assistência ao Recém Nascido
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Assistência Imediata ao RN

• Entende - se por assistência imediata aquela prestada ao RN logo após o nascimento, ou seja, nas duas
primeiras horas após o parto .
• Procedimentos universais e obrigatórios .
• Segundo a OMS, os cuidados prestados ao RN devem ser desenvolvidos conforme a ética profissional , a
filosofia da instituição e os princípios de humanização do nascimento .
• O profissional de saúde deve possuir conhecimento e domínio técnico para a realização desses cuidados.
• A assistência ao ser humano que acaba de vir ao mundo deve ser ancorada nos seguintes objetivos:
• Observar e avaliar suas condições vitais, físicas e comportamentais;
• Atender todas as necessidades básicas e específicas do recém-nascido;
• Proteger a criança dos riscos do meio ambiente;
• Identificar, precocemente, quaisquer anormalidades;
• Intervir profissionalmente nos problemas que ocorrerem;
• Conhecer o recém-nascido e interagir com ele, buscando a participação da família.
• Receber o RN utilizando luvas
• RN envolto de secreções corporais (líquido amniótico, vérnix caseoso, sangue)

Desobstrução das vias aéreas

• Envolver o RN com lençol ou campo esterilizado para iniciar a secagem das secreções e aquecimento;
• • Manter a criança em Trendelemburg– facilita desobstrução das vias aéreas;
• Remover mucosidades e sangue com gaze esterilizada da boca, nariz e olhos;
• Realizar aspiração de mucosidades da oro e nasofaringe para impedir tamponamento dos espaços bronco-
alveolares, atresia de esôfago e de coanas.

Secar e aquecer o RN

• Completar a secagem;
• Manter o RN em berço aquecido e retirar o excesso de líquido amniótico com compressa macia → minimiza
choque térmico e restringe as perdas de calor

A transição do ambiente aquoso aquecido do útero para a sala de parto representa um estresse térmico para o bebê.
Ele responde ao frio com vasoconstrição, tentando reduzir o calor perdido com a metabolização de gorduras e
consumindo assim, três vezes mais oxigênio e glicose. Estabelecer um ambiente adequado minimiza as perdas!

Ligadura do cordão umbilical

• A criança deverá permanecer em nível inferior ao da mãe, até o cordão umbilical ser pinçado (clampeado e
cortado logo após o nascimento);
• Verificar sinais de hemorragia;
• Inspecionar os vasos umbilicais - presença de duas artérias e uma veia;
• O coto umbilical deve ser amarrado/clampeado;
• O clampe do coto umbilical permanecerá cerca de 48 horas. Após se deterioriza por processo de gangrena, seca
e cai em aproximadamente 7 a 10 dias.
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Avaliação da Vitalidade do RN – APGAR

• O índice de Apgar é realizado para avaliar o RN no 1º e 5º minuto.


• 1º min – fornece informações indicativas da adaptação inicial do RN à vida extra-uterina;
• 5º min – avaliação mais clara do estado geral do sistema nervoso central (SNC) do RN;

• Escore de 0 a 3- intensamente deprimidos.


• Escore de 4 a 6 - moderadamente deprimido.
• Escore de 7 a 10 - não exibem estresse imediato/ estável.

Verificar Sinais Vitais

• Monitorar a coloração do RN e temperatura;


• Monitorar a qualidade da respiração e a frequência respiratória do RN – durante 1 minuto completo;
• Verificar frequência cardíaca durante 1 minuto completo, observando irregularidades do ritmo e quaisquer
sopros (Pulso apical);
• Avaliar os sinais vitais a cada hora nas primeiras 4 horas.

Vitamina K (Kanakion)

• A vitamina K é administrada em dose única por via intramuscular (1mg = 0,1ml), até 2 horas após o nascimento.
• Objetiva evitar uma deficiência passageira na coagulação sanguínea – prevenindo a doença hemorrágica
neonatal.
• Este procedimento varia conforme instituição (pode ser realizado como cuidado mediato)
• Identificação do RN
• Impressão plantar do RN e digital da mãe permite estabelecer a identidade absoluta do bebê (ver caderneta da
criança).
• Bracelete de punho ou tornozelo (plástico ou esparadrapo), constando o nome da mãe, o sexo da criança, a
data e hora do parto, o número do quarto ou número do registro.

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Parâmetros do crescimento

• O peso e o comprimento são verificados logo após o nascimento;


• O peso é importante para a avaliação do neonato, relacionando-o com a IG;
• RN despido -necessário fita métrica ou prancha para medição e balança

PC - 33 a 35 cm
PT – 30 a 33 cmPA – 30 a 33 cm
Peso - 2.500g a 4.000g
Comprimento – 48 a 53 cm
OMS: Microcefalia (= ou ↓ 31,9 cm Ho)
(= ou ↓ 31,5 cm Mu)
Exame corporal

Exame físico sumário, cujos objetivos principais são:

• Estabelecer a existência de anormalidades congênitas;


• Classificá-lo de acordo com a IG e o peso;
• Descobrir quaisquer outra anormalidades capazes de influenciar na evolução neonatal

Outros cuidados...

Realizar lavagem gástrica

• Este procedimento varia com forme a maternidade


• O lavado gástrico com solução fisiológica objetiva livrar os RNs do perigo de aspiração de mucosidades e
líquidos do parto (quando não retiradas podem provocar vômitos e regurgitações).
• Primeiro contato mãe-bebê
• É fundamental iniciar o contato do bebê com a mãe o mais precocemente possível -incentiva o
aleitamento materno, aumenta o vínculo afetivo, fornece proteção...

A Organização Mundial da Saúde (OMS) adota, como parâmetros para a classificação dos RNs, o peso do nascimento
e a idade gestacional.

Como avaliar a idade gestacional (IG) do RN?

Assistência Mediata ao RN

• Desde o momento do nascimento, o RN normal não deve ser afastado da mãe e o aleitamento precisa ser
iniciado o mais precocemente possível .
• Após as duas primeiras hora de vida, aprox.. , o RN deverá receber a primeira higiene corporal e deverá ser
submetido ao primeiro exame físico completo, além de ter seus reflexos avaliados .

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Que sinais observar?

• Tônus muscular, atividade espontânea, postura, fácies, tiragens, estridores, gemidos, características de choro,
vômitos, regurgitações, sangramentos, convulsões, eliminação de mecônio e urina, distensão abdominal, salivação
e sopros cardíacos.

Cuidados de Higiene

• O banho deve ser realizado na sala de banho, após a estabilização dos sinais vitais;
• Os procedimentos devem ser feitos na direção cefalocaudal;
• Utilizar água morna e sabonete neutro;
• Secar bem a pele – evitar perda de calor;
• Verificar a temperatura uma hora após o banho, para avaliara estabilidade térmica do RN.

Mais cuidados...

Profilaxia da Hepatite B

• A vacinação deve iniciar-se nas primeiras 24h de vida, preferencialmente nas primeiras 12h.
• Atua na prevenção da transmissão vertical, no caso de RN de mãe AgHBs positiva.

Cuidados com o coto umbilical

• Realizar diariamente curativo.


• Lavagem das mãos – evitar o toque direto no coto, utilizando uma gaze esterilizada para seu manejo,
evitando infecção.
• • Após limpeza e aplicação de solução, envolver o coto com gaze e evitar excesso de cobertura.
• • Mantê-lo para cima, evitando contaminação por fezes e urina.
• Observá-lo cuidadosamente

Posicionamento no leito

• • O RN deve ser mantido em decúbito dorsal, evitando aspiração de secreções da oro ou nasofaringe ou
vomito .
• Acompanhamento
• Observação constante nas primeiras horas de vida, já que grande parte dos problemas pode se manifestar
nessa fase.
• Controle e avaliação dos sinais vitais.

Orientação à família / Vínculo Pais-RN

• Orientações sobre vários aspectos, as quais devem ser iniciadas desde o primeiro contato com a família;
• Orientar sobre:
o Características do lactente
o aleitamento materno
o cuidados de higiene
o cuidados com o coto umbilical
o imunização prevenção de diarreia
o procedimento frente a problemas comuns
• Incentivar o envolvimento dos pais em todos os cuidados;
• Reforço positivo às habilidades dos pais

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Estímulo à Amamentação

• Incentivar o aleitamento materno exclusivo;


• Fornecer informações;
• Incentivar o alojamento conjunto;
• Casos de impossibilidade do aleitamento materno – fornecer orientações e auxiliar os pais na conduta de outros
métodos

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Exame Físico do RN
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Dados sobre a Mãe

• Idade
• Grupo sanguíneo
• Antecedentes familiares
• Gestações anteriores
• Doenças maternas
• Pré natal
• Uso de medicações
• Evolução da gravidez e parto
• Dados da placenta
• Líquido amniótico

Recém Nascido

• Data e hora de nascimento


• Índice de APGAR
• Intercorrências após o parto
• Evolução do parto.
• Cordão Umbilical

Exame Físico

Os objetivos da prática do exame físico são:

• Avaliação do RN
• Avaliação de desvios e anormalidades
• Assistência adequada e específica do RN
• Atribuir diagnósticos de fisioterapia prescrições de fisioterapia.

O recém-nascido deve ser examinado:

• Imediatamente ao seu nascimento


• Na sala de parto
• Na admissão ao alojamento conjunto/berçário/UTI neonatal
• Diariamente
• No momento da alta hospitalar

Materiais

São necessários para a realização segura e eficiente do exame físico do RN:

• Termômetro
• Estetoscópio
• Esfigmomanômetro com manguito apropriado para RN
• Oxímetro
• Fita métrica ou régua antropométrica,
• Balança neonatal

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Exame Físico do Recém Nascido

1. Providencie uma área de exame normotérmica e não estimulante;


2. Verifique se os equipamentos e materiais estão funcionando adequadamente e se estão acessíveis;
3. Dispa apenas a área corporal a ser examinada para evitar a perda de calor
4. Siga uma sequência ordenada

o Inicialmente observe a atitude do RN e posição de flexão para evitar perturbá-lo


o Realize todos os procedimentos que exigem que o RN esteja tranquilo (ausculta pulmonar, coração, abdome,
sinais vitais)
o Realize procedimentos estressores, como teste de reflexos, por último.
o Meça a cabeça. Tórax e comprimento ao mesmo tempo para comparar os resultados

5. Faça tudo rapidamente para evitar estressar o RN.


6. Conforte o RN durante e após o exame físico

o Fale suavemente
o Segure as mãos do RN contra o tórax
o Enrole-o em cueiro
o Ofereça uma chupeta ou dedo enluvado (sem ser luva de borracha, é para ele sugar)

Sinais Vitais

Exame Físico Geral

• Céfalocauda: Deve incluir a observação do estado geral , atitude , postura, coloração da pele , ritmo respiratório,
presença de anomalias, sinais ou anomalias que possam sugerir alguma patologia.

Medidas antropométricas

• Peso
• Perímetro cefálico (33 a 35 cm)
• Perímetro torácico (30 a 33 cm)
• Comprimento (48 a 53cm).

O primeiro exame do RN tem como objetivos detectar:

• Presença de mal formações congênitas (isoladas ou múltiplas: leves, moderadas e graves


• Presença de sinais de infecções e distúrbios metabólicos
• Os efeitos causados sobre o RN decorrentes de intercorrências gestacionais de trabalho de parto, de analgésicos
e anestésicos ou outras drogas administradas a mãe durante o trabalho de parto.
• Avaliar a capacidade de adaptação do RN a vida extrauterina

Como realizar o exame físico?

O exame físico deve ser realizado com a criança despida, mas em condições térmicas satisfatórias. O exame físico

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mais minucioso deve ser realizado nas primeiras 24h geralmente após 6h do nascimento.

Ambiente adequado para realização do exame físico do RN

Anamnese – História Gestacional

Antecedentes Obstétricos

• Número de gestações e abortos;


• Número de nascidos vivos com peso menor de 2.500g e natimortos

Gestação Atual

• Número de gestações e abortos


• Número de nascidos vivos com peso menor de 2.500g e natimortos.
• Data da última menstruação, duração da gestação em semanas
• Início, término e número de consultas no pré-natal
• Vacina antitetânica, grupo sanguíneo, fator Rh, Sorologia para VDRL e HIV;
• Tabagismo e número de cigarros por dia
• Ocorrências durante a gestação (gravidez múltipla, hipertensão prévia, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, cardiopatia,
diabetes, infecção urinária, demais infecções, hemorragias, anemia e outras)

Trabalho de Parto

• Ocorrências (alterações da frequência cardíaca, aspecto do líquido amniótico, tempo de rotura das membranas ,
uso de medicações, tipo de parto e apresentação.
• Data e hora do nascimento, nível de atenção (1ª, 2ª e 3ª).

Anamnese – Sala de Parto

Período de transição á vida extrauterina (períodos de reatividade)

• RN – características comportamentais e fisiológicas que podem aparecer sinais de dificuldade ou estresse.


• Primeiras 24 horas – os sistemas: renal, gastrointestinal, hematológico, metabólico e neurológico do RN devem
funcionar de acordo com as necessidades de crescimento e manutenção da vida extrauterina
• Primeiro período de reatividade

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• 6 a 8 horas após o nascimento


• 6 a 8 horas após o nascimento
• Primeiros 30 minutos, o RN está muito alerta –ideal para iniciar aleitamento materno
• Respiração – 80 incursões/m inuto
• Pode ocorrer batimento da asa nasal transitório, retrações e chiados;
• A frequência cardíaca (FC) pode chegar a 180bpm

Após o RN se acalma, relaxa e dorme

Segundo período de reatividade

• Inicia quando o RN desperta;


• Duração de 2 a 5 hora
• Caracterizada pela hiper- responsividade a estímulos
• Alterações na coloração da pele de rósea à discretamente cianótica
• Frequências cardíacas e respiratórias aumentadas; o reflexo de vômito está presente; existência de Secreções
gástricas e respiratórias; frequente eliminação de mecônio.

Exame Físico - O que observar e como realizar?

• Temperatura;
• Cefalocaudal;
• Despir apenas a área a ser examinada
• Observar atitude da criança
• Procedimentos que requerem tranquilidade
• ( ausculta pulmonar, cardíaca e abdominal);
• Por último, procedimentos estressantes – reflexos;
• Medir perímetro cefálico, perímetro torácico e perímetro abdominal
• Ser ágil e confortar a criança

Aparência

• O RN possui uma cabeça grande, uma face arredondada e corada,


• Com a mandíbula relativamente pequena.
• O tórax é cilíndrico, com o arcabouço costal mais horizontalizado.
• A musculatura abdominal é flácida, o que torna seu abdome proeminente.
• Seus braços e pernas são pequenos em proporção à extensão de seu corpo

Postura

• O RN assume postura simétrica; a face fica virada para o lado; os membros flexionados: as mãos firmemente
fechadas com o poleg sobre os dedos.
• A postura assimétrica pode ser causada por fraturas da clavícula, do úmero ou, ainda, por lesões nervosas
comuns do plexo braquial
• Os nascidos em apresentação pélvica podem manter os joelhos e as pernas estentidas ou em posição de rã.

Sinais Vitais / Dados Antropométricos

Sinais Vitais

• Frequência Respiratória: 30 - 60mrpm


• Frequência Cardíaca: 120-160bpm (taquicardia, bradicardia, sopros);

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• Temperatura 36-37ºC (varia conforme temperatura do ambiente, maturidade e peso do RN).

Dados antropométricos:

• peso, comprimento Perímetro Cefálico ( PC) e Perímetro Torácico (PT)


• PC- 33 a 35 cm
• PT – 30 a 33cm
• Estatura: o comprimento médio é de 50cm (48-53)
• Peso: 2.500g a 4.000g
• Perda fisiológica – 10% até o 5º dia

Pele - Coloração

• Os RNs de cor branca são rosados e os de cor negra são avermelhados


• Palidez sugere, geralmente, a existência de anemia e/ou vasoconstrição periférica
• O aparecimento de palidez em um hemicorpo e vermelhidão no lado oposto sugere alteração vasomotora e é
conhecido como pele de arlequim

Cianose

• Generalizada – problemas cardiorrespiratórios


• Localizada – Acrocianose: pode ser devido à hipotermia (mãos e raramente os pés) Cianose peribucal: associada
à palidez sugere infecção.

Icterícia

• A cor amarelada da pele e mucosas pode ser considerada anormal e a sua causa deverá ser esclarecida, de
acordo com os seguintes fatores
• Início: antes das 24 horas ou depois de 7 dias;
• Duração: maior que uma semana em RN a termo e duas semanas no RN prematuro.

Eritema Tóxico

• Pequenas erupções papulares esbranquiçadas, amareladas ou de róseas a vermelhas que aparecem sobre o
tronco, face e membros. Regridem em 48horas

Milium Sebáceo

• São glândulas sebáceas distendidas. Consiste em pequenos pontos branco-amarelados localizados,


principalmente, em asas de nariz queixo e bochecha

Hemangioma Capilar

• São frequentes, principalmente, na fronte, nuca e pálpebra superior. Desaparecem em alguns meses

Vérnix caseoso

• Material gorduroso esbranquiçado formado pelas glândulas sebáceas para proteger a pele e facilitar o
deslizamento na hora do parto

Lanugem

• Pelugem fina que cobre o dorso e os membros. Desaparece em poucos dias.

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Ressecamento / descamação

• O ressecamento e a descamação podem indicar pós-maturidade.

Unhas

• Devem alcançar a ponta dos dedos, no RN a termo

Mancha Mongólica

• É uma mancha arrocheada que se localiza na região dorsoglútea do RN, devido à miscigenação de raças.

Cabeça

• Forma: Pode apresentar deformidades transitórias dependentes da apresentação e do próprio parto. A cabeça
do RN, na proporçãocorporl, equivalente a 1/3.
• Perimetro Cefalico (PC): 33-35 cm (2cm >PT)
• Deve ser avaliado por fita métrica inelástica passando pela protuberância occipital e pela região mais
proeminente da fronte. Investigar a presença de macrocefalia, microcefalia ou anencefalia.
• Malformações - Macrocefalia, microcefalia e anencefalia.

Fontanelas

• Área onde mais de 2 ossos do crânio se encontram, coberta de uma faixa resistente de tecido conjuntivo
• A fontanela Bregmática ou Anterior está presente ao nascimento, para que a cabeça se molde ao canal de parto.
É palpável e situa-se entre o frontal e os parietais. Ela normalmente se fecha até os 24 meses após o nascimento.
• A fontanela Lambdóide ou Posterior, situada entre o occiptal e os parietais, pode não estar presente ao
nascimento ou fechar-se entre os 2 e 3 meses de vida
• Aumentadas ou abauladas – indica > pressão intracraniana
• Depressão – desidratação

Suturas

• São junções dos ossos do crânio que não estão calcificadas. Após o parto, o afastamento das suturas pode estar
diminuído devido ao cavalgamento dos ossos do crânio, sem significado patológico.

Alterações Ósseas

Cranioestenose

• Soldadura precoce de uma ou mais suturas cranianas provocando deformações do crânio com hipertensão
intracraniana.

Craniotabes

• É uma zona da tábua óssea depressível, com consistência diminuída comparada a de uma bola de pingue-
pongue, encontrado em RNs.

Olhos

• Observar: sobrancelhas, cílios, movimentos palpebrais, edema, direção da comissura palpebral, afastamento de
pálpebras e epicanto.
• Hemorragias conjuntivais são comuns.
• Secreções purulentas devem ter investigadas as causas.
• Avaliar microftalmia, glaucoma congênito com macrocórnea; catarata, que se apresenta com reflexo

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esbranquiçado da pupila; coloboma iridiano, que se apresenta como persistência de uma fenda inferior de íris;
pupila: tamanho (midríase, miose), igualdade (isocoria e anisocoria) e reação à luz.
• A presença de estrabismo não tem significação no RN: o nistagmo lateral é freqüente.
• Reflexo vermelho presente à luz do oftalmoscópio é normal.

1. Normais –Isocoria (igualdade das pupilas)


2. Dilatadas –Midriáse
3. Contraídas –Miose
4. Assimétricas –Anisocoria

Orelhas

• Observar: forma, tamanho, simetria , implantação E papilomas pré-auriculares.


• Uma anomalia pode estar associado a malformação do trato urinário e as anormalidades cromossômicas
• A acuidade auditiva pode ser pesquisada através da emissão de ruído próximo ao ouvido e a observação a
resposta do reflexo cocleo-palpbral, que é o piscar dos olhos

Nariz

• Observar a forma; permeabilidade das coanas, mediante a oclusão da boca e de cada narina separadamente, e/ou
á passagem de uma sonda pelas narinas; e a presença de secreção serosanguinolenta. É comum algum grau de
obstrução nasal. Espirros podem ocorrer normalmente, já a coriza excessiva pode indicar sífilis congênita.

Boca

• Pérolas de Epstein: pequenas formações esbranquiçadas no palato, e às vezes na gengiva.


• Aftas de Bednar: lesões erosivas, com halo avermelhado, no palato.
• Observar: presença de dentes; conformação do palato; presença de fenda palatina; fissura labial (lábio leporino);
desvio de comissura labial (paralisia facial); hipoplasia (micrognatia); posição da mandíbula (retrognatia).
• Salivação: excesso de saliva, pensar em atresia de esôfago.
• Visualizar a úvula e avaliar tamanho da língua e do freio lingual.

Pescoço

• Palpar a parte mediana para detectar a presença de bócio, fístulas e cistos; palpar a lateral para pesquisar
hematoma de esternocleidomastoídeo, pele redundante. Explorar a mobilidade e tônus.

Tórax

• O tórax é cilíndrico e o ângulo costal é de 90º. Uma assimetria pode ser determinada por malformações do coração,
coluna ou arcabouço costal.
• Palpar ambas as clavículas para detectar a presença de fratura *
• Observar o ingurgitamento das mamas, bem como a presença de glândula supranumerária.
• *PT: colocando a fita ao redor do tórax na linha dos mamilos, em torno de 30 a 33cm, PT<2cm PC. *
• Pulmões
• A respiração é do tipo abdominal, quando predominantemente torácica, com retração e gemido expiratório
indica dificuldade respiratória.
• A FR média é de 40 movimentos no RN a termo e de 60 movimentos no pré-termo. Os movimentos são contados
durante um minuto.
• Verificar a presença de simetria torácica, retração, estertores ou sons inesperados e diminuição do murmúrio
vesicular.

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Cardiovascular

• Avaliar frequência, ritmo, e intensidade dos sons cardíacos. Presença de taquipéia, taquicardia persistente,
associada à dificuldade alimentar e sudorese excessiva, sugere descompensação cardíaca.
• A FC varia entre 120 a 160 bpm.
• Os batimentos cardíacos tem a sua intensidade máxima ao longo do bordo esquerdo do esterno.
• A presença de sopros em RNs é comum nos primeiros dias e pode desaparecer. Caso persistir, é provável que seja
manifestação de malformação congênita cardíaca. A palpação dos pulsos femurais é obrigatória, e sua ausência
sugere coarctação da aorta.
• A pressão arterial (sinais de sofrimento)

Sistólica entre 60 e 80 mmHg

Diastólica entre 35 e 55 mmHg

Abdome

Inspeção

• Distensão abdominal: indica presença de líquido visceromegalia obstrução ou perfuração intestinal


• Abdome escavado indica hérnia diafragmática
• Diástase de reto abdominal (separação dos lados direito e esquerdo do músculo reto abdominal, que é o
músculo que cobre superfície frontal do abdome
• Agenesia de musculatura abdominal (ausência de desenvolvimento da musculatura abdominal).
• Extrofia de bexiga (bexiga fica exposta e fora do abdome.
• Hérnia inguinal
• Onfalocele (má formação intestino).
• Cisto e hemorragia de cordão.
• Secreção, edema e hiperemia periumbilical indicam onfalite (inflamação do umbigo).

Palpação

• Fígado é palpável até 2 cm da reborda costal


• Uma ponta de baço pode ser palpável na primeira semana sendo que aumento deve ser investigado
• Detectar a presença de massas abdominais.

Genitália

Masculina

• O pênis normal mede 3,5-4cm. O prepúcio está aderido à glande. No RN a termo o escroto é rugoso.
• A palpação da bolsa escrotal permite verificar a presença ou ausência dos testículos, que podem encontrar-se
também nos canais inguinais
• Denomina-se criptorquidia a ausência de testículos na bolsa escrotal ou canal inguinal
• A hidrocele (acúmulo de fluido na membrana que reveste o testículo) é frequente e se reabsorverá com o tempo.
• A fimose é fisiológica ao nascimento. Deve-se observar a localização do meato urinário: ventral (hipospádia) ou
dorsal (epispádia). A presença de hipospádia associado à criptorquidia indica a pesquisa de cromatina sexual e
cariótipo.

Obs: Visualizar o orifício anal, em caso de dúvida quanto à permeabilidade usar uma pequena sonda. O RN deve
eliminar mecônio nas primeiras 24hs.

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Feminina

• Os grande lábios cobrem os pequenos lábios e o clitóris na RN a termo, embora esses sejam proeminentes.
• Pode aparecer nos primeiros dias uma secreção esbranquiçada mais ou menos abundante e às vezes
hemorrágica (pseudomenstruação) devido à queda dos hormônios maternos.
• Pesquisar imperfuração himenal aderência de pequenos lábios. Fusão posterior dos grandes lábios e hipertrofia
clitoriana indicam a pesquisa de cromatina sexual e cariótipo
• Obs.:Visualizar o orifício anal, em caso de dúvida quanto à permeabilidade usar uma pequena sonda. O RN deve
eliminar mecônio nas primeiras 24hs.

Extremidades

• Os dedos devem ser examinados. Polidactilia, sindactilia, malformações ungueais. A prega única palmar
ocorre na trissomia 21
• Uma moderada adução da parte anterior do pé, de fácil redução deve ser diferenciada do pé torto congênito,
onde a redução não ocorre.
• Presença de fratura ou lesão nervosa (paralisias) será avaliada pela atividade espontânea ou provocada dos
membros.
• Articulações coxofemurais
• Realizar Manobra de Ortolani – Barlow pela abdução das coxas, tendo as pernas fletidas. Quando positiva, indica
displasia coxofemoral
• Pesquisar assimetria das pregas da face posterior da coxa e subglúteas.

Coluna Vertebral

Examinar especialmente a área sacrolombar, percorrendo com os dedos a linha media em buscas de espinha bífida,
mielomelingocele e outros defeitos.

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Reflexos Primitivos do RN
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O que é um Reflexo Primitivo?

• Os reflexos primitivos são respostas automáticas e estereotipadas a um determinado estímulo externo.


• Estão presentes ao nascimento mas devem ser inibidos ao longo dos primeiros meses, quando surgem os
reflexos posturais.
• Sua presença mostra integridade do sistema nervoso central; entretanto, sua persistência mostra disfunção
neurológica.

Reflexo Primitivo

• De modo geral, a sucção reflexa e a marcha reflexa desaparecem por volta dos dois meses de vida. Os outros
reflexos arcaicos devem desaparecer até no máximo 6 meses de idade, exceto os dois reflexos dos pés.
• Estão presentes ao nascimento mas devem ser inibidos ao longo dos primeiros meses, quando surgem os reflexos
posturais.
• A preensão plantar desaparece aos 9 meses. Já o reflexo cutâneo-plantar é em extensão no primeiro semestrede
vida. No segundo semestre pode ser em flexão, indiferente ou em extensão. A partir da aquisição da marcha
independente, deve ser sempre em flexão

Avaliação dos Reflexos

• Reflexo de Moro
• Reflexo de sucção
• Reflexo de busca (quatro pontos cardeais)
• Reflexo de preensão palmar e plantar
• Reflexo tônico cervical
• Reflexo de marcha ou de deambulação
• Reflexo ciliar
• Reflexo de Babinsky

Reflexo de Moro - É desencadeado por queda súbita da cabeça, amparada pela mão do examinador. Observa-se
extensão e abdução dos membros superiores seguida por choro.

Sucção Reflexa - É desencadeado pela estimulação dos lábios. Observa-se sucção vigorosa. Sua ausência é sinal de
disfunção neurológica grave.

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Reflexo de busca - É desencadeado por estimulação da face ao redor da boca. Observa-se rotação da cabeça na
tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa do mesmo.

Reflexo Tônico-Cervical Assimétrico (Esgrimista) - É desencadeado por rotação da cabeça enquanto a outra mão do
examinador estabiliza o tronco do RN. Observa-se extensão do membro superior ipsilateral à rotação e flexão do
membro superior contralateral. A resposta dos membros inferiores obedece ao mesmo padrão, mas é mais sutil.

Preensão Palmar - É desencadeado pela pressão da palma da mão. Observa-se flexão dos dedos.

Preensão Plantar - É desencadeado pela pressão da base dos artelhos. Observa-se flexão dos dedos.

Apoio Plantar - É desencadeado pelo apoio do pé do RN sobre superfície dura, estando este seguro pelas axilas.
Observa-se extensão das pernas.

Marcha Reflexa - É desencadeado por inclinação do tronco do RN após obtenção do apoio plantar. Observa-se
cruzamento das pernas, uma à frente da outra.

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Reflexo de Galant - (Reflexo de encurvamento do tronco - É desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral.
Observa-se encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo.

Reflexo de Colocação (Placing) - É desencadeado por estimulo tátil do dorso do pé estando o bebê seguro pelas axilas.
Observa-se elevação do pé como se estivesse subindo um degrau de escada. É o único reflexo primitivo com integração
cortical.

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Estimulação Sensório-Motora
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Estimulação Precoce
Intervenção precoce

• Forma de potencializar a interação da criança com o ambiente através de estímulos Visuais, auditivos e táteis
• Respostas próximas ao padrão de normalidade e a inibição da aprendizagem de movimentos e posturas
anormais.

Nenonato

• Capacidade mínima para controlar e manter suas funções fisiológicas básicas e responsivo aos estímulos do meio
ambiente
• Princípios: baseados na predisposição do RNPT para distúrbios biológicos e psicológicos

Programas de intervenção

• Modificação do ambiente da UTIN


• Minimizar o estresse
• Adequação da manipulação
• Facilitar a organização
• Promover o sono profundo
• Aumentar o ganho de peso

Programas de intervenção – Vandenberg

Normas:

• Adequar o ambiente de acordo com as limitações impostas pelos cuidados intensivos


• Estar de acordo com a maturidade da criança
• Ser apropriado em relação ao estado do paciente
• Ser individualizado e modificado conforme as condições clinicas e maturidade da criança
• Ser sensível aos sinais estimados pela criança
• Considerar a quantidade de estímulos sensoriais que a criança pode tolerar

Avaliação Fisioterapêutica

• Minucioso
• Dados de nascimento
• Evolução nas primeiras horas de vida
• Evolução clinica
• Estado de consciência
• Tônus muscular
• Reflexos primitivos
• Desenvolvimento motor
• Maturidade dos sistemas
• Doenças associadas
• Intercorrências durante o período de internação

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Protocolo do Setor de Fisioterapia Neonatal do CAISM/Unicamp (estimulação precoce)

• Hemodinâmica clinica estável


• Mais de 72 horas de vida
• Peso acima de 1.100 gramas
• Curva de ganho ponderal ascendente
• Respeitar sinais de estresse, sono profundo e 2/3 do tempo após a ultima alimentação.

Técnicas Terapêuticas Sensório-motoras

• Motricidade global
• Eliminar as reações posturais inadequadas
• Facilitar a motricidade normal
• Técnicas: aprendizagem e estimulação das funções corticais

Objetivos do tratamento

• Normalização do tono global


• Inibição de padrões anormais de movimento e postura
• Indução e facilitação de padrões normais
• Estimulação proprioceptiva
• Aumento do limiar de sensibilidade tátil e cenestésica
• Promoção do estado de organização
• Integração entre os familiares do RN
• Adequação do comportamento auto regulatório
• Prevenção de anormalidades musculoesqueléticas iatrogênicas

Exercícios Terapêuticos

Alcance alternado - Objetivos:

• Relaxar tronco e cintura escapular


• Estimular movimentos isolados dos MMSS
• Estimular sensibilidade tátil das mãos

Sentir a cabeça e mãos – Objetivos

• Relaxar MMSS

Chutes alternados – Objetivos

• Relaxar tronco e pelve


• Sensações agradáveis aos pes

Rolando de lateral para ventral – Objetivo

• Relaxar tronco e pelve


• Estimular flexão cervical, do tronco e dos MMII
• Realizar movimentos dissociados dos membros
• Colocar as mãos na linha media

Colocação Plantar – Objetivo

• Relaxar tronco e cintura pélvica


• Estimular dorsiflexão

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• Preparar os pés para sustentar o peso na posição ortostática


• Proporcionar estímulos proprioceptivos

Rolando o quadril – objetivos

• Relaxar tronco e MMII


• Estimular flexão cervical, do tronco e dos MMII

Rolando com as mãos nos joelhos – Objetivos

• Estimular e fortalecer a flexão cervical do tronco e dos MMII


• Protusão dos ombros
• Consciência corporal
• Posicionamento da cabeça na minha media
• Auxilio da focalização e seguimento visual

Rolando de ventral para lateral – objetivos

• Fortalecer pescoço e tronco


• Dissociação dos movimentos dos MMII
• Estimulação do aprendizado de chutes alternados, rolar e engatinhar

Cócoras – Objetivo

• Estimular flexão cervical, do tronco e dos MMII


• Proporcionar estímulos proprioceptivos aos pés
• Encorajar o inicio do controle de cabeça e tronco

Estimulação tátil

• Ritmo – aumentar os tipos de sensação


• Firmeza
• Direção centrifuga ou caudocefálica
• Duração de 5 e 16 minutos
• Objetivos individuais
• Aversão ao toqu, sinais de estresse, sono profundo e clico noite/doa
• Integração do ser humano com o meio

Objetivos

• Promoção da sensação de segurança


• Melhora da função gastrointestinal e genitourinaria
• Aumento do ganho ponderal
• Adequação do crescimento neuromuscular
• Maturação dos reflexos
• Desenvolvimento da percepção

Estimulação visual

• Focalização
• Interação
• Lateralização
• Rosto do cuidador

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Estimulação auditiva

UTIN

• Ruido intermitente, de alta intensidade

Danos ao RN

• Sustos
• Apneia
• Bradicardia
• Alteraçoes de coloração
• Quadras de saturação
• Lesão cerebral (hipoxemia, alterações na PA e fluxo sanguíneo cerebral)

Musicoterapia

• Ganho de peso
• Diminuição do comportamento de estresse
• Diminuição do tempo de hospitalização
• Aumento dos níveis de saturação

Iniciada a partir da 28° semana de idade corrigida.

Contra indicação: hiper-responsividade a musica e perda auditiva

Estimulação Vestibular

Postura balanço – resposta reflexas corticais e reações dos níveis medulares

Como realizar

• Ninar (colo) – Estimulo de balanço latero-lateral ou ântero-posterior, forma gentil e suave, sensação de
segurança e organização
• Rede
• Bolo
• Cadeira de balanço

Estimulação Proprioceptiva

• Receptores localizados nos fusos musculares (estiramento)


• Sensação corporal
• Alongamento (cervical, cintura escapular e pélvica)

- Minimizar lesões iatrogênicas

- Favorecer a organização da postura flexora

- Favorecer o equilíbrio das cadeias cinéticas

Posicionamento Terapêutico – Objetivos

• Promover contenção e a adaptação suave ao ambiente extra-uterino


• Promover flexão – padrão postura e movimento do RNT saudável
• Otimizar a estabilidade fisiológica e a organização neurocomportamental
• Facilitar a colocação das mãos na linha media

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• Manter alinhamento articular


• Prevenir as assimetrias posturais e o desenvolvimento de padrões posturais anormais
• Estimular a exploração visual do ambiente
• Facilitar o desenvolvimento antigravitacional
• Encorajar o desenvolvimento das habilidades motoras, reflexas e do tono postural
• Promover interação familiar

Posicionamentos Terapêutico

Prona

• Promove estabilidade para a caixa torácica


• Reduz o consumo de O2
• Regulariza FC
• Reduz o numero de episódios de apneia
• Diminui PIC
• Diminui FR
• Aumenta o tempo de sono profundo
• Diminui o tempo de choro e desorganização
• Favorece o esvaziamento gástrico
• Reduz os episódios de RGE

Supino

• Diminui a incidência para a síndrome da morte súbita.


• Leva ao atraso das aquisições motoras
• Dificulta o movimento de alcance
• Permite movimentos amplos dos MMSS e MMII
• Favorece a hiperextensão cervical
• Predispõe a obstrução do retorno venoso cerebral quando a cabeça cai para o lado
• Favorece a rotação da cabeça (lado direito)
• Favorece a postura assimétrica
• Ocasiona assimetria na região occipital

Lateral

• DLD favorece o esvaziamento gástrico


• Facilita o comportamento das mãos na linha media e o comportamento mão-boca

Posicionamentos Alternativos

Cadeirinhas para bebe ou bebe conforto

• Dispositivos para posicionar crianças que permanecem internados em UTIN por longos períodos
• Deve ser evitados em crianças que não apresentam controle da musculatura cervical.

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Método Bobath
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É uma técnica de reabilitação neuromuscular que utiliza os reflexos e os estímulos sensitivos para inibir ou provocar
uma resposta motora sempre respeitando os princípios da normalização de tônus muscular e da experimentação de
um movimento ou de um controle estático normal.

Histórico

• Surgiu na década de 40 com a fisioterapeuta Berta Bobath e o neuropediatra Karel Bobath, com o tratamento de
crianças com paralisia cerebral
• Enfoque na reabilitação de pacientes que sofrem de lesão neuromotora de origem cerebral

Princípios de tratamento

• Inibir a atividade reflexa e padrões de movimento anormais;


• Facilitar os padrões motores normais;
• Fornecer o máximo de proprioceptivas e exteroceptivas;
• Realizar um atendimento individual;
• Tratar o paciente de forma global;

➢ SNC é um órgão de reação e não de ação, ou seja, ele responde a partir de estímulos internos e externos ao
corpo que lhe são oferecidos
➢ As células do SNC – excitar ou inibir – facilitando atividades uteis e impedindo movimentos indesejados
➢ Reabilitação e a aprendizagem = estimulação, inibição ou facilitação

Objetivos

• Edificar reações posturais normais


• Opor-se as reações posturais anormais
• Ajustar padrões funcionais
• Reduzir a espasticidade
• Favorecer movimentos automáticos involuntários pré-funcionais
• Evitar ou minimizar contraturas e deformidades

Técnicas

• Pontos-chaves
• Padrões de inibição reflexa
• Estimulação proprioceptiva e tátil
• Padrões de movimento ativo
• Desenvolvimento neuromotor normal

Indicações

• Melhorar controle postural e simetria corporal


• Alongar músculos
• Dar maior propriocepção articular
• Adequar o tônus muscular
• Estimular reações de proteção e equilíbrio
• Realizar dissociações de cinturas
• Aprimorar a deambulação

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Principais Enfoques

• Pertubações de SNC de crianças e adultos


• Pacientes flácidos ou espastico (AVE,TCE,TRM,EM)
• Pacientes incoordenados (cerebelopatias)
• Lesões extrapiramidais (doença de Parkison e outros)

Materiais Utilizados

• Bola Bobath
• Rolo
• Espelho
• Tatame
• Escada/rampa
• Prancha de equilíbrio
• Brinquedos
• São pontos centrais do corpo influindo em regiões mais distais controlando o tônus e o movimento provocando
reações automáticas. São geralmente as articulações

Desenvolvimento Neuromotor Normal:

• Controle da cabeça
• Rolar para os dois lados
• Rolar para prono
• Braços sobre antebraço (puppy)
• Braços em extensão
• Controle de tronco
• Gato
• Sentar-se sobre os calcanhares
• Ajoelhado
• Semi -ajoelhado
• Pé

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Osteogênese Imperfeita
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Introdução

• Desordem generalizada do tecido conjuntivo.


• Fragilidade do sistema esquelético e susceptibilidade a fraturas de ossos longos e compressão vertebral por
traumas leves ou moderados.
• Principal causa genética de osteoporose.

Etiologia e Epidemiologia

• Desordem autossômica dominante.


• Pode ocorrer por mutações esporádicas ou herança autossômica recessiva.
• Pais podem apresentar mosaicismo.
• Defeito estrutural ou quantitativo do colágeno tipo I.
• Detectada na infância em 1 em 20000.

Patogênese

• Colágeno é um heterotrimero (2 cadeias alfa1 e uma alfa2) sintetizado como pró-colágeno.


• Seqüências Gly-X-Y formam uma hélice.
• Mutações levam a alteração estrutural do colágeno tipo I, com aumento dos tipo III e V.
• Os defeitos estruturais podem ser:
1. Substituição da glicina por outros aminoácidos (85%).
2. Defeito na ligação de um único exon (12%).

Manifestações Clínicas

• Tríade Clássica: fragilidade óssea, escleras azuis e surdez precoce.


• Fragilidade óssea pode variar de leve a extremamente grave.
• Baixa estatura, deformidades ósseas e cifoescoliose (Insf. Respiratória)
• Osteopenia, redução da densidade óssea.
• Dentinogênese imperfeita (defeito na dentina)
• Otoesclerose levando a surdez precoce
• Características associadas: instabilidade articular, pele fina e fibrose fácil, insuf.aórtica, incompetência mitral,
fragilidade dos grandes vasos sanguíneos

Classificação de Sillence

Diagnóstico

• Em geral através de critérios clínicos e radiológicos.


• No período neonatal pode ser diferenciado da hipofosfatemia pelos níveis normais ou elevados de fosfatase
alcalina.

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• Técnicas moleculares podem identificar mutação no colágeno (Sequenciamento do gene do colágeno tipo I).
• Confirmado pelo estudo bioquímico do colágeno – Cultura de fibroblastos de biópsia de pele ou osso (crista ilíaca).

Tratamento

• Não existe cura.


• Foco é minimizar as fraturas e maximizar a função.
• Fisioterapia precoce (fortalecimento muscular com exercícios isotônicos, estabilização das articulações e
condicionamento aeróbico).
• Bifosfonato EV (pamidronato:inibe a atividade osteoclástica, ou seja diminui a reabsorção óssea) mostrou
beneficio e melhora da qualidade de vida, porém ainda em estudo (dose: 9mg/kg/ano/). Uso intra-hospitalar,
devido a complicações, como hipocalcemia, crise convulsiva, rush cutâneo.

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Paralisia Cerebral
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Definição

• A paralisia cerebral é um distúrbio do movimento e do tônus persistente, mas não imutável causado por um
lesão não progressiva do encéfalo imaturo.
• A paralisia cerebral não é um diagnóstico específico, mas um termo amplo (Bache, 2003) .

Incidência

• Elevada no Brasil, devido à situação precária do sistema de saúde geral


• Nos Estados Unidos existem cerca de 500 mil americanos com PC
• 0,5-1/100 nascimentos

Etiologia

• Fatores pré-natais (exclui-se doenças hereditárias, erros inatos do metabolismo, etc)


• Fatores neonatais
• Fatores pós-natais

Fatores pré-natais

• Infecções congênitas
• Hipoxemia (anemia na gestante, má circulação no cordão umbilical, descolamento prematuro da placenta,
hemorragias, eclâmpsia, hipotensão)
• Distúrbios metabólicos materno (diabetes mellitus, subnutrição materna, eclâmpsia)
• Transtornos tóxicos (drogas, etc)
• Exposição à RX

Fatores neonatais

• Hemorragias intracranianas
• Anóxia neonatal
• Traumas durante o parto
• Prematuridade
• Baixo peso
• Icterícia neonatal

Fatores pós-natais

• Meningoencefalites
• Encefalopatias desmilienizantes pós-infecciosas e pós-vacinais
• Traumatismos crânio-encefálicos
• Convulsões de várias etiologias
• Hipocalcemia
• Quase afogamento

Classificação quanto ao tônus

• Espástica (lesão do córtex motor) = 75%


• Atetósica (lesão nos núcleos da base) = 18%
• Atáxica = (lesão no cerebelo) 2%
• Mista = associação de espasticidade com atetose

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• Hipotônica = transitória ou relacionado á ataxia ou atetose

Atetose

• Acomete os núcleos da base


• Causa principal – Hiperbilirrubinemia
• Movimentos involuntários distais
• Pode associar-se com espasticidade

Ataxia

• Acometimento do cerebelo
• Tremores de ação
• Pode ser distal ou proximal, dependendo da área lesada do cerebelo
• Hipotonia

Espasticidade

• Lesão dos tractos cótico-espinhais


• Exarcebação do reflexo de estiramento
• Aumento da contração da musculatura antigravitária
• Resistência aumentada à movimentação passiva da articulação
• Relaciona-se com hiperreflexia, clônus e babinski

Classificação topográfica

• Quadriparesia (acometimento dos quatro membros e tronco) = é a mais freqüente e grave


• Hemiparesia (acometimento de um hemicorpo)
• Diparesia (acometimento dos quatro membros, principalmente dos MMII)
• Monoparesia = raro

Quadriparesia

• Normalmente são espásticos, porém esta espasticidade pode estar associada à uma atetose
• Disfunções associadas: auditiva, fala, deglutição (disfagia), convulsões, sialorréia, cognição e emocional

Quadriparesia espástica

• Pode haver grau de comprometimento diferente em cada hemicorpo


• Como são graves, quase não se movimentam
• Há presença de movimentos estereotipados e em pouca quantidade

Quadro motor – supino

• Extensão da coluna (padrão extensor crânio-caudal)


• MMII em extensão, rotação interna de quadris, plantiflexão (aumentado nesta posição)
• Ombros rodados internamente, cotovelos fletidos, mãos fechadas

* A RI de quadris aumenta quando a criança tenta se movimentar

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Quadriparesia espástica

Complicações da quadriparesia espástica

• Escoliose
• Luxação de quadril
• Problemas respiratórios

Quadro motor – sentada

• Não fica sentada sem apoio, devido á interferência do RTCA, rotação interna de quadris e falta de controle
postural.

Objetivos e tratamento

• Usar muito movimento


• Movimentos rotacionais (altera tônus)
• Pontos-chave (Bobath)
• Trabalhar tronco contra membros
• Prevenir e minimizar encurtamento
• Prevenir deformidades
• Facilitar movimentos ativos
• Facilitar reações de equilíbrio para diminuir medo e realizar o movimento

Diparesia Espástica

• Afeta principalmente os MMII.


• Atinge cerca de 17,7% de pacientes com PC (Diament, 1996; Bache et al., 2003).
• A espasticidade tem incidência de 85% (Bache, 2003).

A diparesia espástica é o principal tipo de paralisia cerebral nos pré-termos (YOKOCHI, 2001)

Causa principal

• Leucomalácea periventricular
• Lesão em região de controle motor dos MMII

Sinais clínicos

• Liberação piramidal
• Atraso no DNPM
• Persistência da marcha reflexa
• QI médio = 71-74
• Fala normal em 50% dos casos
• Distúrbio de aprendizagem e disartria

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• Raros casos com convulsões

!! Importante !!

Por volta dos 6 meses de idade, o bebê normal ativa os flexores de quadris, levando as mãos aos pés. Com isso alonga-
se os ísquio-tibiais e extensores de quadris. O alongamento desta musculatura, permite a extensão ativa do quadril,
condição básica para a postura bípede e marcha.

ISTO NÃO OCORRE COM O PACIENTE DIPARÉTICO, DEVIDO Á ESPASTICIDADE DE MMII

CRIANÇA NORMAL

Tipos de marcha

Quadro Clínico

Complicações

• Luxação de quadris
• Escoliose
• Encurtamentos
• Deformidades em MMII (prinicipalmente)

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Objetivos principais

• Ganho de mobilidade pélvica


• Extensão de quadris
• Modulação de tônus de MMII
• Alongamento
• Fortalecimento

Hemiparesia

• Lesão de um hemisfério cerebral, principalmente por hemorragia subdural


• Acomete principalmente os bebês de baixo peso
• Ocorre prinicpalmente a forma espástica, mas pode ser atetósica
• É mais comum do que a diparesia espástica
• 1/3 apresenta distúrbios convulsivos
• 25% com anormalidades cognitivas

Hemiparesia – quadro motor

• O exame físico demonstra parada do crescimento dos segmentos do lado acometido


• MS = ombro em RI, cotovelo em flexão, pronação de antebraço, flexão de punho e dedos
• MI = RI de quadril, extensão de joelho, plantiflexão e inversão
• Clônus e Babinski em MI acometido

Hemiparesia espástica

Objetivos principais

• Proprocionar simetria
• Consciência corporal
• Alongamento
• Prevenção de deformidades de tronco e pelve

Diagnóstico da Paralisia Cerebral

• Predominantemente clínico
• US
• TC
• RM

Principais problemas motores

• Fraqueza muscular
• Co-contração
• Recrutamento inadequado dos agonistas

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• Alterações músculo-esqueléticas
• Comprometendo a eficiência da motricidade voluntária, dentre elas a MARCHA
• Alterações no plano sagital

Tratamento

• Rizotomia dorsal
• Toxina botulínica tipo A
• Cirurgias ortopédicas
• Órteses
• Fisioterapia

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Ventilação Mecânica no RN
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VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA

A ventilação não invasiva (VNI) refere-se à aplicação de um suporte ventilatório sem métodos invasivos da via aérea
(intubação orotraqueal (EOT) e traqueostomia). Em crescente uso, tem como objetivos: a diminuição do trabalho
respiratório, o repouso dos músculos respiratórios, a melhoria das trocas gasosas.

A ventilação satisfatória requer o equilíbrio entre a eficácia de contração da musculatura respiratória e a demanda do
indivíduo, além de um comando respiratório central eficaz. Os modos de ventilação não invasivos são técnicas com
menor resposta inflamatória e com um provável papel protetor na lesão pulmonar.

São descritos vários benefícios com a utilização da ventilação não-invasiva por pressão positiva através da otimização
da função pulmonar, sendo eles: redução do trabalho respiratório, aumento da capacidade residual funcional, melhora
da complacência pulmonar, recrutamento de alvéolos atelectásicos/colapsados, aumento da área disponível para troca
de gases. Ao estabilizar a caixa torácica, a pressão positiva contínua, reduz o impulso neuronal aferente negativo sobre
o centro respiratório, modifica o esforço respiratório e eleva a patência das vias aéreas superiores, pela ativação dos
músculos dilatadores dessa região e pela abertura passiva das vias aéreas pela pressão positiva.

A pressão positiva fornecida pela VNI é alta o suficiente para promover a permeabilidade da via aérea superior. Uma
precaução na assistência ventilatória do RN de muito baixo peso é garantir parâmetros baixos como concentração de
oxigênio e frequência respiratória, visando minimizar os riscos de broncodisplasia pulmonar e fibroplasia retrolental.
Visto que não existe doença pulmonar, objetiva-se também, prevenir a atrofia dos músculos respiratórios, não inibindo
a respiração espontânea do recém-nascido.

A VNI é uma dos métodos mais usados nos prematuros atingidos por distúrbios pulmonares imediatamente após o
nascimento, podendo ser utilizada como primeira opção ventilatória com propósito de redução de ocorrência de
atelectasia e episódios de apneia. Pode ser subdividida em modalidades, dentre as mais aplicadas estão: CPAP (Pressão
Positiva Contínua nas Vias Aéreas), ventilação por dois níveis de pressão BiPAP e NIPPV (Ventilação por Pressão Positiva
Intermitente Nasal).

VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA

A Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) é muito utilizada nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, especialmente
nos prematuros extremos, sendo necessária para oferecer suporte ventilatório quando o sistema respiratório do
recém-nascido não é capaz de exercer sua função sozinho..

Mesmo com todos os benefícios da VMI, existem riscos, principalmente no prolongamento desnecessário do seu uso,
como: trauma de vias aéreas, infecções e extubação não planejada. Podendo ainda ser associada ao aumento de
morbidades, dentre elas a Displasia Broncopulmonar e prejuízos no desenvolvimento neuromotor.

Dessa forma se vê a importância de reduzir o tempo de VMI. Mas ao mesmo tempo, uma falha de extubação poderia
aumentar morbidade, mortalidade e tempo de internação desses pacientes.

Não existindo um momento ideal definido para a realização da Extubação Orotraqueal, em algumas unidades são
usados os Testes de Respiração Espontânea ou Protocolos de Extubação. Mas na maioria das vezes o momento de
extubação é definido por aspectos como parâmetros do ventilador mecânico, gasometria e estabilidade clínica

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Síndromes Neurológicas
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e Malformações congênitas em neonatologia


Definição: As patologias do grupo de doenças denominadas defeito do fechamento do tubo neural (DTN), dizem a
respeito ás más formações congênitas, que ocorrem devido a uma falha no fechamento adequado do tubo neural no
período embrionário, processo que ocorre entre a terceira e a quarta semana de idade gestacional. Sua apresentação
clínica é variável, caracterizada por um série de má formações que dependem do momento embrionário que ocorreu,
extensão e localização anatômica, esta principalmente relacionada a altura da falha.

Etiologia: A etiologia desses estudos é considerada multifatorial, uma vez que há evidências de relação com causas
genéticas e ambientais.

Incidências: Embora varie consideravelmente nas diversas regiões geográficas, a incidência dos DFTN, de uma maneira
geral, se situa em torno de 1:1.000 nascimentos vivos. O risco de recorrência em futuras gestações de um casal que
teve um filho com DFTN é cerca de 25 a 50 vezes maior que o risco da população em geral, se situando entre 4 e 5%.

Classificações

Anencefalia: Caracteriza-se como uma falha no fechamento do tubo neural que acontece entre a terceira e quarta
semanas de gestação, resultando na ausência total ou parcial da calota craniana e do cérebro. A Etiologia da
anencefalia e outros DTN's, é ainda desconhecida. No entanto, sabe-se que condições ambientais, status sociais, status
socioeconômico e influência genética são alguns dos fatores que podem levar a esses quadros.

• Abordagem da fisioterapia na anencefalia: Diante da limitação do prognóstico, é fundamental que o profissional de


fisioterapia esteja focado em possibilitar conforto tanto para o recém-nascido como para os membros que compõem a rede
familiar, oferecendo-lhes cuidados paliativos. Cabe ao fisioterapeuta também avaliar as alterações da função respiratória com
o objetivo de oferecer a abordagem adequada a todas as necessidades do paciente.

Espinha Bífida: Diz respeito ao não fechamento do tubo neural e dos arcos vertebrais posteriores, que dependendo
da sustenção, podem resultar em espinha bífida oculta ou cística.

• O que é espinha bífida oculta? É a forma menos grave da doença, quando o paciente não apresenta alterações das
suas funções, já que a medula espinhal e as meninges estão ilesas e permanecem dentro do canal vertebral.
• O que é espinha bífida cística? Apresentação de arcos vertebrais defeituosos e uma protrusão cística dasmeninges,
denomina-se meningocele. Já a protrusão da medula espinhal e das meninges, denomida mielomenigocele.

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Espinha Bífida cística

Menigocele

• Compreende 25% dos casos registrados;


• O saco herniado é recoberto com pele e contém somente as meninges;
• A função motora preservada;
• Rara associação com outras más-formações do SNC.

Mielomenigocele

• Maior número de casos registrados;


• O saco herniado contém,além das meninges, tecido nervoso;
• 80% dos casos tem localização na região lombar ou lombos;
• Associada com más-formações neurológicas.

Manifestações clínicas na mielomenigocele:

• Paralisia de membros inferiores


• Distúrbios da sensibilidade cutânea
• Úlceras de pele por pressão
• Ausência de controle urinário e fecal e deformidades músculo-esqueléticas

Os objetivos da fisioterapia na criança com mielomeningocele são:

• Evitar encurtamento muscular e deformidades;


• Realizar atividades funcionais;
• Ganho de força muscular;
• Introdução e treino de órteses e adaptação.

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Microcefalia: A microcefalia é uma desordem de origem neurológica na qual a circunferência do crânio e,


consequentemente, o tamanho do cérebro são menores do que o esperado para bebês do mesmo tamanho e idade.
Alguns fatores etiológicos são conhecidos, sendo possível classificar a microcefalia em primária ou secundária, a
primária relaciona -se com fatores genéticos ou congênitos e a secundária é definida após o nascimento da criança.

Encefalocele: A Encefalocele é um defeito no fechamento no tubo neural, causado pela presença de uma falha óssea
(um espaço fica aberto no crânio) e a saída de tecido cerebral ou meninges por esse local. O processo forma uma
espécie de bolsa do lado de fora da cabeça da criança, uma hérnia. O tamanho e a gravidade variam de caso para caso.

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Cardiopatia congenita neonatal
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CONCEITO

A cardiopatia congênita é uma doença em que há a ocorrência de uma anormalidade da estrutura ou função do
coração desde o nascimento do bebê. Ela acontece por meio de uma alteração no desenvolvimento embrionário de
uma estrutura cardíaca normal, o que provoca um fluxo sanguíneo alterado na região. Essas falhas podem influenciar
o desenvolvimento estrutural e funcional do restante do sistema circulatório do indivíduo..

INCIDÊNCIA

Os médicos pediatras sabem como as cardiopatias congênitas são problemas de saúde muito comuns, afetando cerca
de 10 indivíduos para cada 1.000 nascidos vivos. A taxa de natimortos chega a 24 para cada 1.000 casos. Só no Brasil
são mais de 21 mil bebês que precisam de algum tipo de intervenção cirúrgica para sobreviver em decorrência de
cardiopatias deste tipo. A doença é responsável pela causa mais comum de má formação fetal e também é a 3ª causa
mais frequente de mortalidade infantil, em torno de 10% dos casos.

FATORES GENÉTICOS OU HEREDITÁRIOS

Embora ter um filho cardiopata aumente as chances de que o próximo tenha a mesma condição, as cardiopatias não
são hereditárias. “Geralmente, ocorre uma mutação aleatória nos genes que provoca o defeito”, aponta Guilhen. Mas
há síndromes cromossômicas que aumentam o risco de uma doença do tipo – até 30% dos portadores de Síndrome
de Down é cardiopata. O uso de álcool e de certos medicamentos pela mãe durante a gravidez e a presença
de doenças como a rubéola congênita também estão associados a alterações cardíacas.

TIPOS DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

As cardiopatias congênitas podem ser classificadas em Cianóticas e acianóticas. A cardiopatia cianótica é caracterizada
pela tonalidade azulada da pele e dos lábios. Trata-se de um sinal claro de que não há oxigênio suficiente no sangue.
A forma mais comum da doença é conhecida como tetralogia de Fallot.

Exemplos:

• Tetralogia de Fallot
• Síndrome de Eisenmenger
• Transposição das Grandes Artérias
• Atresia Tricúspide
• Anomalia de Ebstein
• Defeitos do septo atrioventricular (DSAV)

A característica mais evidente das cardiopatias acianóticas que cursam com fluxo aumentado no pulmão, é o cansaço
fácil e episódios de pneumonia de repetição. Já a coarctação da aorta tem como principal característica a hipertensão
arterial.

Exemplos:

• Comunicação Interventricular (CIV)


• Comunicação Interatrial (CIA)
• Persistência do Canal Arterial (PCA)
• Coarctação de Aorta (CoAo)
• Estenose pulmonar
• Estenose aórtica

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SÍNDROME DO CORAÇÃO ESQUERDO HIPOPLÁSICO (SHCE)

Na Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo, a maioria das estruturas no lado esquerdo do coração é muito
pequena e pouco desenvolvida (hipoplasia) para fornecer o fluxo de sangue suficiente para as necessidades do corpo,
o defeito mais crítico na SHCE é o ventrículo esquerdo pequeno, que precisa ser suficientemente grande e forte para
bombear o sangue para fora do corpo. Se for muito pequena, ela simplesmente não funciona de forma eficaz.

TRATAMENTO

• Um medicamento (prostaglandina) para manter o canal arterial aberto até a cirurgia


• Reparo cirúrgico
• Às vezes, transplante cardíaco.

Uma vez que a maioria das crianças afetadas com síndrome da hipoplasia do coração esquerdo é identificada antes do
nascimento, os médicos continuam a administrar um medicamento para manter o canal aberto imediatamente após
o nascimento. Todos os bebês afetados são tratados em uma unidade de cuidados intensivos neonatal ou em uma
unidade de cuidados intensivos pediátrica.

O tratamento cirúrgico é realizado em várias etapas:

• Primeira etapa: Realizada durante as primeiras semanas de vida


• Segunda etapa: Realizada quando o bebê tem três a seis meses de idade
• Terceira etapa: Realizada quando a criança tem 18 a 36 meses de idade
• Transplante de coração

COARCTAÇÃO AÓRTICA

É um defeito cardíaco congênito, é o estreitamento de apenas um segmento da aorta e não da aorta inteira. Esse
estreitamento costuma estar localizado do lado contrário do ponto em que o canal arterial se une à aorta. O canal
arterial é um vaso sanguíneo que conecta as duas artérias grandes que saem do coração, denominadas artéria
pulmonar e aorta. Enquanto o bebê está no útero, bem como nos primeiros dias de vida, o canal fica aberto, de modo
que o sangue que está fluindo através dele contorna a parte da aorta que está estreitada.

TRATAMENTO

O tratamento depende da gravidade da coarctação e dos sintomas que ela causa. Bebês com sintomas graves
provocados pela coarctação precisam de tratamento de emergência, inclusive:

• Tratamento com uma prostaglandina, um medicamento que consegue reabrir o canal arterial
• Outros medicamentos para fortalecer o bombeamento do coração
• Cirurgia de emergência para alargar o estreitamento.

Cirurgia é o tratamento preferido em bebês com coarctação moderada ou grave. É possível que a parte estreitada da
aorta seja removida e as duas partes normais sejam então costuradas uma à outra ou um retalho pode ser usado para
alargar a parte da aorta que está estreitada. Às vezes, é usado tecido do vaso sanguíneo que abastece o braço esquerdo
(denominado veia subclávia) para criar esse retalho.

TETRALOGIA DE FALLOT

Tetralogia de Fallot (TOF) é a cardiopatia cianótica mais comum.

Caracteriza-se por:

• Obstrução do trato de saída do ventrículo direito (TSVD)

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• Comunicação interventricular sub-aórtica (CIV);


• Dextroposição da aorta e cavalgamento sobre o septo interventricular;
• Hipertrofia do Ventrículo Direito

TRATAMENTO

• Para neonatos sintomáticos, infusão de PGE1


• Para crises hipercianóticas, posição genupeitoral, tranquilização, oxigênio, líquidos IV e, às vezes, fármacos
• Correção cirúrgica

Neonatos que apresentam cianose grave podem ser tratados com infusão de prostaglandina E1 (começando em 0,05
a 0,1 mcg/kg/min, IV) para a reabertura do ducto arterioso e, portanto, aumentar o fluxo sanguíneo pulmonar.

PERSISTÊNCIA DO CANAL ARTERIAL

A persistência do canal arterial (PCA) geralmente acarreta alterações hemodinâmicas significativas nas circulações
sistêmica e pulmonar do prematuro desde os primeiros dias de vida. Quanto maior o diâmetro do canal, menor o fluxo
sanguíneo sistêmico e maior o pulmonar. Nos primeiros dias de vida, mesmo na presença de grande canal, com fluxo
esquerda-direita, a pressão pulmonar geralmente está muito elevada, não havendo gradiente de pressão entre as
artérias aorta e pulmonar suficiente para ocasionar turbulência ou sopro cardíaco. Por isso, pode haver retardo do
aparecimento do sopro no PCA.

TRATAMENTO

• Deve ser instituído o mais precocemente possível, objetivando aumentar as chances de sucesso e diminuir os
efeitos deletérios da instabilidade hemodinâmica no prematuro.
• Medidas gerais devem ser instituídas em casos de PCA com repercussão hemodinâmica.
• Diuréticos, como furosemida, devem ser usado com moderação para não acentuar a hipovolemia e
consequentemente, piorar a função renal.

ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO

• O Tratamento profilático (muito precoce): realizado nas primeiras 24 horas de vida. Indicado em prematuros
menores de 28 semanas (alto risco para desenvolver hemorragia pulmonar ou intracraniana) com canal de grande
calibre;
• O Tratamento precoce: em torno do 3º dia de vida, indicado em prematuros entre 28-32 semanas de vida, com
PCAs com repercussão hemodinâmica;
• O Tratamento sintomático: realizado mais tardiamente (entre 3º e15º dia de vida) nos prematuros com PCA com
repercussão hemodinâmica e sintomas de insuficiência cardíaca

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Método Mãe Canguru


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Origem

• O Método Mãe-Canguru (MMC) foi criado em 1978 pelo dr. Edgar Rey Sanabria, no Instituto Materno-Infantil (IMI)
de Bogotá, na Colômbia.
• O método consistia em colocar o bebê entre os seios maternos, em contato pele a pele, na posição supina (postura
preventiva para refluxo gastroesofágico e aspiração pulmonar). Assim, os bebês estavam aquecidos com o calor
do corpo de sua mãe e poderiam sair mais cedo da incubadora. Além disso, iriam mais cedo para casa, evitando
superlotação e infecção.
• Observou-se que o contato pele a pele precoce e duradouro entre a mãe e o seu filho também favorecia a
formação de vínculos afetivos e um melhor desenvolvimento do bebê, o que despertou interesse do Unicef por
esta nova prática.
• Denominado “mãe canguru” devido á maneira pela qual as mães carregavam seus bebes
• após o nascimento, de forma semelhante aos marsupiais (cangurus).

No Brasil

A partir da experiência do método na Colômbia e de sua divulgação pelo Unicef, vários países passaram a utilizar o
método. No Brasil adotou-se a terminologia “Método Canguru” (MC).

O Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, São Paulo, foi o primeiro a utilizar o cuidado canguru, no Brasil, em 1992. Em
seguida, outros hospitais brasileiros começaram a utilizar o método canguru.

A fim de padronizar esse tipo de cuidado, melhorando a eficiência do Método Canguru, a Área Técnica de Saúde da
Criança do Ministério da Saúde constituiu uma equipe multiprofissional, formada por profissionais da Terapia Intensiva
Neonatal, para cuidar do método desde o parto até o pós-nascimento.

Mais tarde foi elaborada a “Norma de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso Método Canguru”,
lançada em dezembro de 1999 e publicada através da Portaria Ministerial no. 693 de 5/7/2000. Essa Norma incluía o
Método Canguru na Política Governamental de Saúde Pública, no Brasil, como um procedimento de assistência médica
de procedimentos do SUS.

O Programa, no Brasil, não tem como objetivo a substituição de incubadora, mas sim a promoção da busca de atenção
à saúde, centrada na humanização da assistência e no princípio de cidadania da família.

Método Canguru

Segundo o Ministério da Saúde (2002), o Método Canguru é um modelo de atenção perinatal voltado para a atenção
qualificada e humanizada que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial com uma ambiência que favoreça o
cuidado ao recém-nascido de baixo peso e à sua família. O Método promove a participação dos pais e da família nos
cuidados neonatais. Faz parte do Método o contato pele a pele, que começa de forma precoce e crescente desde o
toque evoluindo até a posição canguru.

O método é desenvolvido em três etapas:

• Primeira etapa: Tem início no pré-natal da gestação de alto risco, seguido da internação do recém-nascido na UTI
neonatal e/ou na Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo).
• Segunda etapa: O recém-nascido permanece de maneira contínua com sua mãe e a posição canguru é realizada
pelo maior tempo possível.
• Terceira etapa: Os RNs pré-termo e/ou de baixo peso (RNBP) receberão alta hospitalar e serão acompanhados
pela equipe do hospital e da atenção básica do método canguru.

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Atuação do fisioterapeuta no Método Canguru

• Incentivo aos pais ou responsáveis à entrada e permanência no Método Canguru;


• Orientação relativa às técnicas e posicionamento usados com o pré-termo;
• Prática e orientação de padrões ventilatórios, para melhorar a relação ventilação/perfusão do bebê sempre
levando em conta o posicionamento usado para conservar o mesmo na verticalidade;
• Orientação quanto à postura/alinhamento corporal mais apropriada para menor desgaste físico;
• Promoção de práticas de alongamento e relaxamento para suavizar a ansiedade dos pais;
• Se certificar do monitoramento dos sinais vitais do pré-termo, para garantir a estabilidade dos parâmetros
fisiológicos durante o atendimento.

Vantagens

• Reduz o tempo de separação mãe/pai-filho.


• Facilita o vínculo afetivo mãe/pai-filho.
• Possibilita maior competência e confiança dos pais no cuidado do seu filho, inclusive após a alta hospitalar.
• Estimula o aleitamento materno, permitindo maior frequência, precocidade e duração.
• Possibilita ao recém-nascido adequado controle térmico.
• Contribui para a redução do risco de infecção hospitalar.
• Reduz o estresse e a dor.
• Propicia melhor relacionamento da família com a equipe de Saúde.
• Favorece ao recém-nascido uma estimulação sensorial protetora em relação ao seu desenvolvimento integral.
• Melhora a qualidade do desenvolvimento neuropsicomotor.

Os 10 mandamentos do Método Canguru:

1. O bebê DEVE ficar na POSIÇÃO CANGURU, ‘amarrado’ entre os seios da mãe, DIA E NOITE.
2. A mãe PODE: comer e passear com o bebê. Quando a mãe for tomar banho ou usar o banheiro, o bebê pode ser
colocado na cama. Neste momento, lembrar de LIGAR O AQUECEDOR DO QUARTO.
3. A MAMÃE AQUECE O BEBÊ, com o seu corpo. O contato é direto da pele do bebê com a pele da mãe e a roupa
só atrapalha. Então o bebê deve ficar somente com fraldas, meias e gorro.
4. Roupas, mantas e cobertores protegem mas NÃO AQUECEM o bebê, que pode ficar frio (hipotermia), não
engordar e ficar doente.
5. O prematuro às vezes ‘esquece’ de respirar (apnéia). Quando está no canguru, a RESPIRAÇÃO DA MÃE ‘LEMBRA’
AO BEBÊ DE RESPIRAR durante todo o tempo.
6. O prematuro ‘golfa’ muito e na POSIÇÃO CANGURU fica mais PROTEGIDO DE SE ENGASGAR com o vômito. Depois
que o bebê mamar fique com ele na posição, sentada por meia hora.
7. Quando o bebê for COLOCADO NA CAMA, não deve ficar diretamente sobre o colchão, use um travesseiro ou
cobertor dobrado, para que ele fique elevado,‘QUASE SENTADO’. DEPOIS DE MAMAR, o bebê deve ficar DEITADO
DE LADO apoiado em um rolinho ou travesseiro para não se virar, isto evita que ele se engasgue quando ‘golfar’.
8. A mãe DEVE: dormir com o bebê ‘amarrado’ na posição canguru e dormir em posição ‘quase sentada’.
9. O bebê NUNCA deve dormir na cama ao lado da mãe e NEM "solto" sobre a mãe. Os riscos de acidente são reais.
10. O melhor ALIMENTO PARA O BEBÊ PREMATURO È O LEITE DE SUA PRÓPRIA MÃE. Este é um presente de "saúde"
que SÓ VOCÊ pode dar ao seu bebê.

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Paralisia Braquial Obstétrica


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A Paralisia Braquial Obstétrica (PBO) é a lesão do plexo braquial que é formado por um conjunto de nervos, através
do ramo anterior da medula espinhal, sua localização vai de C5 a T1. Acomete a criança durante o nascimento quando
o parto é realizado de forma traumática, afeta o membro superior e na grande maioria atinge seu lado direito. Esse
problema acontece quando ocorre o estiramento dos troncos nervosos ou por meio da avulsão radicular, é dividida
em três tipos de acordo com o local acometido, superior, médio ou inferior.

As condições que podem estar relacionadas aos fatores de risco para a PBO são: parto difícil de ser realizado, o uso
do fórceps, diabetes gestacional, idade avançada da mãe, o ganho de peso exagerado durante a gestação, uma má
adaptação do bebê dentro do útero, macrossomia, entre outros. E não tem predominância de sexo, ambos são
acometidos na mesma proporção.

A PBO vai afetar diretamente as condições de desenvolvimento da criança, levando a um atraso no seu
desenvolvimento neuropsicomotor. É nesse contexto que a fisioterapia contribui de forma essencial para a melhora
da qualidade de vida dessa criança. As estimulações devem ser precoces e o tratamento varia de acordo com a faixa
etária de cada um. Essa reabilitação vai possibilitar a melhoria das suas funções motoras, prevenindo complicações
futuras e se tornando essencial para um bom desenvolvimento.

Além do fisioterapeuta, esses pacientes contam com o atendimento de outros profissionais da equipe
multiprofissional, como o terapeuta ocupacional e o neurologista que juntos proporcionam uma melhor e mais
completa avaliação para que a criança possa evoluir com sucesso. E ainda é possível contar com cirurgias e a toxina
botulínica tipo A para realizar os tratamentos adequados, tudo irá depender da análise individual de cada caso.

A PBO é dividida em três formas de acordo com o comprometimento de suas estruturas anatômicas e sua altura:

1. A primeira chamada de Erb-Duchene ou paralisia alta, atinge as raízes C5 e C6, sendo essa a mais comum,
compreendendo acerca de 80% a 90% dos casos. A criança vai apresentar paralisia da adução e da rotação
externa do braço juntamente com a ausência da flexão do cotovelo.
2. Já a segunda, acomete a C7 atingindo a região média e a inferior conhecida por paralisia de Klumpke, em que
acontece o acometimento das raízes de C8 a T1, levando a paralisia completa de todo membro juntamente
com a diminuição da sensibilidade.
3. E a mais severa, conhecida como Erb-Klumpke, na qual se tem uma lesão completa de todo o plexo braquial.
São poucos os casos em que se acomete os dois membros, e quando isso acontece é de forma assimétrica.

A paralisia de Erb-Duchenne afeta o recém-nascido através de determinadas manobras realizadas durante o parto o
que vai ocasionar lesões nas estruturas do plexo braquial. Acontece que os músculos afetados que estão diretamente
ligados as raízes C5 e C6 ficam com suas forças comprometidas, o que irá levar a criança a adquirir uma postura
conhecida como “ponta do garçom”, demonstrando clinicamente a extensão e pronação do antebraço, uma leve
flexão dos dedos e do punho com a adução e rotação interna do braço.

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O diagnóstico é baseado na movimentação do braço, ou seja, na avaliação da criança. A movimentação realizada deve
ser passiva dolorosa, observar a paralisia flácida, a perda do padrão flexor, ausência da movimentação ativa referente
ao local da lesão, e alterações de pele. Além disso pode-se contar com o auxílio dos exames de imagem como Raio X,
Ressonância Magnética, Tomografia computadorizada da coluna vertebral ou de todo o membro afetado, com esses
exames ainda é possível descartar lesões secundárias, como alguma lesão óssea.

Tratamento Fisioterapêutico

O tratamento fisioterapêutico é de extrema importância para a reabilitação do paciente com PBO, para gerar uma
boa funcionalidade do membro afetado, fazendo com que se evite contraturas musculares, promovendo a estimulação
sensorial e motora, mantendo uma boa amplitude de movimento, impedindo que outros problemas futuros apareçam.
Os movimentos realizados durante o tratamento devem ser feitos de forma leve, juntamente com estímulos sensoriais,
tudo de forma passiva. Exercícios para ganho da amplitude de movimento também devem ser realizados diariamente.
Existe alguns dispositivos que podem ajudar na melhora da função das mãos quando comprometidas, como é o caso
da tala de punho que pode ser inserida no tratamento quando houver queda do punho.

Os objetivos da fisioterapia para a PBO consiste em orientar os pais e os cuidadores sobre o manuseio e
posicionamento adequado, evitar aderências e as contraturas, melhorar a força muscular e gerar uma amplitude de
movimento adequado, promover um desenvolvimento motor esperado para cada fase do seu crescimento juntamente
com a estimulação sensorial e motora e o treino funcional.

Para se alcançar os objetivos desejados o tratamento pode ocorrer de diversas formas, primeiramente por meio da
orientação sobre os manuseios e os posicionamentos corretos para serem usados nas atividades diárias, como nunca
levantar ou puxar a criança pelo braço. A cinesioterapia usada de forma passiva e ativa, vai depender da idade em que
a criança se encontra. A eletroestimulação ajuda na diminuição da dor e evita as contraturas musculares. A
hidroterapia, além de ser uma forma lúdica para a criança, proporciona uma melhora na ADM, evita a tensão muscular
e ajuda no controle da musculatura. A estimulação proprioceptiva e ainda a TCIM que é a Terapia de Concentração e
Indução do Movimento.

A TCIM é um dos métodos de reabilitação que consiste em fazer a contenção do membro contralateral afetado pela
deformidade, para que a criança possa utilizar o membro afetado na realização das suas funções diárias, mantendo ou
até mesmo melhorando as funções já existentes, com isso estará gerando a estimulação do membro lesado
priorizando o treinamento e as repetições de suas funções motoras. Além do tratamento fisioterapêutico é possível
realizar o tratamento cirúrgico que fará a reconstrução do plexo braquial afetado, corrigindo as deformidades
secundárias e ainda o uso da toxina botulínica A.

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Prematuridade
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→ Define-se como prematuridade, o nascimento de um feto antes de 37 semanas completas de idade gestacional.

Após o nascimento, o bebê prematuro (principalmente o que nasceram antes de 35 semanas de gestação) precisa de
cuidados especiais. Por isso, ele pode permanecer no berçário ou ser internado na Unidade de Tratamento Intensivo
Neonatal (UTIN), que conta com os principais recursos (especialistas e equipamentos) necessários para que as funções
vitais do bebê se desenvolvam corretamente.

Desenvolvimento do SNC

Quais as causas?

• Ser adolescente ou mulher com mais de 40 anos de idade;


• Pertencer a um baixo nível socioeconômico: Isso faz com que o pré-natal seja inadequado;
• Estar grávida de: gêmeos, trigêmeos ou mais;
• Uma dieta pouco equilibrada: Mulheres muito magras correm mais risco de prematuridade. Possivelmente, isso
ocorre devido a uma diminuição no fluxo uterino devido à má nutrição. A obesidade também é considerada um
fator de risco. O tecido adiposo produz proteínas inflamatórias que desencadeiam o parto espontâneo;
• Ter infecções durante a gravidez: Estas incluem infecções do trato urinário e doenças sexualmente transmissíveis;
• Já ter sofrido um caso de prematuridade: É o fator de risco mais importante. O número de partos prematuros e a
idade gestacional em que esses bebês nasceram prematuramente marcam o risco da nova gravidez;
• Ter problemas no coração: nos rins, pressão alta ou diabetes;
• Ter insuficiência cervical: quando o colo do útero começa a dilatar mais cedo.

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Classificações podem ser:

Quanto ao fator desencadeante :

• Espontâneo - representa 70-80% dos partos prematuros, sendo que 40-50% destes resultam de trabalho de parto
prematuro (TPP) espontâneo e 20-30%, de ruptura prematura de membranas (RPMO). No entanto, a etiologia
geralmente é multifatorial, destacando-se a associação com infecções.
• Iatrogênico – representa 20-30% do total de TPP, originando-se comumente de causa única e bem identificada,
com a interrupção da gestação sendo motivada por patologias maternas ou fetais.

Quanto à idade gestacional no parto:

Quanto ao peso ao nascer:

• Baixo peso - < 2.500g


• Muito baixo peso - < 1.500g
• Extremo baixo peso - <1.000g

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PREMATURIDADE X MORTALIDADE:

Cuidados adequados oferecidos às gestantes ou a seu RN prematuro, podem interferir diretamente na incidência de
prematuridade, na morbidade e mortalidade destes prematuros.

A prematuridade é o mais importante determinante dos resultados do infante em termos de sobrevida e qualidade de
vida, sendo a principal causa de morte neonatal e a segunda principal causa de morte em crianças menores de 5 anos,
com sobrevida inversamente proporcional à idade gestacional no nascimento.

Tratamento:

• Em geral, a criança que nasceu muito prematura fica na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), em uso
de aparelhos que permitam acompanhar a evolução de sua saúde. Entre os cuidados, os principais são:
• O bebê prematuro será colocado na incubadora, que tem como objetivo ajudar a manter a temperatura corporal
ideal
• Monitoramento constante dos sinais vitais do bebê, como pressão arterial, batimentos cardíacos e respiração
• Provavelmente, o bebê prematuro receberá alimentação intravenosa ou leite materno, que poderá ser dado a ele
através de um tubo que entra pelo nariz e vai até o estômago, até que o bebê tenha desenvolvido o reflexo de
sugar e engolir adequadamente.
• O bebê prematuro na UTIN frequentemente é atendido por uma equipe multidisciplinar, que pode envolver:
• Neonatologista: especialista em cuidados com o recém-nascido
• Nutricionista: orienta sobre necessidades nutricionais
• Fisioterapeuta: trabalha os movimentos e a respiração da criança
• Fonoaudiólogo: auxilia bebês com problemas de alimentação e deglutição.

Exames que podem ser solicitados:

• Hemogasometria arterial (para verificação da concentração de oxigênio no sangue a fim de avaliar a


performance dos pulmões)
• Níveis sanguíneos de glicose, cálcio e bilirrubina
• Raio X de tórax
• Ultrassom para verificação dos órgãos internos do bebê
• Ecocardiograma (ultrassom do coração)
• Exame oftalmológico (uma das complicações possíveis é a retinopatia de prematuridade).

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Hidroterapia com Ofurô


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→ A hidroterapia com ofurô tem sido utilizada com a finalidade terapêutica de ajudar na redução da dor, da perda
de peso e do tempo de internação. Entretanto, a técnica necessita de habilidade e atenção dos profissionais da
fisioterapia no monitoramento das características fisiológicas e do comportamento dos bebês.

O aumento da sobrevida de recém-nascidos cada vez mais prematuros desafia os profissionais da saúde na adoção de
práticas e terapias para melhorar a qualidade de vida dessas crianças. Nas UTIs neonatais, os bebês estão sujeitos a
um ambiente estressante e a intervenções, muitas vezes, dolorosas.

A técnica de hidroterapia com ofurô deve ser aplicada por profissional fisioterapeuta e um auxiliar. Sempre que
possível, o auxiliar deve ser a mãe ou o cuidador do recém-nascido, de modo que a realização do ofurô seja um
momento de aproximação entre o bebê e sua família, a chamada humanização da assistência.

Benefícios:

Os principais benefícios da hidroterapia com ofurô é transmitir aos recém-nascidos pré-termo (RNPT) uma sensação
semelhante àquela do útero materno, fornecendo um momento prazeroso, de relaxamento e aconchego.

O objetivo da aplicação do ofurô no ambiente hospitalar é favorecer o ganho de peso e o desenvolvimento


neuropsicomotor e afetivo de RNPTs de baixo peso estáveis clinicamente. Isso é obtido por meio da redução da dor
e do estresse e do controle do ambiente, promovidos pelas propriedades da água aquecida e pelo posicionamento
contido em padrão flexor. Essa terapêutica tem contribuído para um melhor desfecho clínico e uma maior
funcionalidade desses bebês

Como aplicar a técnica:

1. Prepare o ambiente

Controle os ruídos, a luminosidade e a temperatura da sala. Controle também a temperatura da água, que deve
estar entre 36,8°C e 37,4°C, e a quantidade de água no balde.

2. Separe os equipamentos

Tenha em mãos o balde com capacidade para 9 litros, luvas, toalhas e termômetros.

3. Prepare o bebê com muito cuidado

Retire a fralda e enrole o RNPT em toalha-fralda, contido em padrão flexor, até a altura do ombro. Não aperte demais
a contenção para evitar desconforto ou asfixia.

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4. Atente para a posição do bebê

O RNPT deve ser imerso lentamente no balde, em postura verticalizada, com os pés para baixo, de frente para o
fisioterapeuta, até que a água atinja a altura de seus ombros.

5. É hora de imergir

Ao imergir o RNPT na água, o fisioterapeuta deve segurá-lo posicionando uma de suas mãos na região cervical e outra
na sacral, de modo seguro, encaixando-o no fundo do balde, como se estivesse sentado. Depois que o bebê é
encaixado no balde, o fisioterapeuta deve posicionar suas mãos suavemente nas têmporas, a fim de manter sua cabeça
fora da água.

6. Tempo de imersão

A imersão deve durar de 5 a 10 minutos. O fisioterapeuta deve observar e monitorar o RNPT a ponto de perceber
modificações e mudanças em sua estabilidade fisiológica e comportamental antes, durante e após a aplicação da
técnica do ofurô.

7. Aplicação de técnicas conjuntas

O fisioterapeuta pode acrescentar a hidrocinesioterapia neonatal com movimentos lentos, seguros e coordenados
dentro da água. A técnica aumenta a sensação de bem-estar e acalma os recém-nascidos.

DIFERENÇAS EM RELAÇÃO AO BANHO DE IMERSÃO

Para o Ministério da Saúde (MS), o banho é uma atividade da vida diária (AVD) que se caracteriza por um nível alto
de manipulação do RN, podendo produzir diversas reações. Apesar de estimular a circulação da pele e ser uma
atividade cultural associada a conforto e sensação de bem-estar, com o objetivo de limpeza corporal, o banho pode
causar mudanças térmicas e cardiorrespiratórias no RN, como alterações da FC, da FR, da temperatura corporal e até
da saturação de oxigênio (SatO2 ). O ofurô é diferente do banho humanizado ou banho de imersão, pois não há
objetivo de higiene corporal. No banho de imersão, o objetivo principal é a higiene corporal e a proteção do
revestimento externo do corpo, estimulando a circulação geral da pele. O banho de imersão aproveita as propriedades
da água aquecida para promover, durante essa higiene, um momento de humanização da assistência com
relaxamento, segurança e limite corporal.

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