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Disciplina: Custos Industriais

Professora: Marielce de Cassia Ribeiro Tosta

Implementação de um
Sistema de Custeio ABC
na Indústria de
Alimentos Congelados

MAIARA KEURY SILVA CARVALHO


MATHEUS TADEU PERINI
RODRIGO DA SILVA DOS SANTOS
INTRODUÇÃO

Enquadramento
e justificativa do
tema
Com a globalização e o progresso
tecnológico nos últimos anos, tem-se
verificado uma evolução significativa quer ao
nível industrial nas empresas, quer ao nível do
ambiente económico onde estas estão
inseridas.

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INTRODUÇÃO

Enquadramento
e justificativa do
tema
Sistemas de custeio modernos como o ABC já
foram implementados com sucesso em
grandes empresas, mas vários investigadores
estão a observar que o ABC pode ser uma
peça-chave para a criação de vantagem
competitiva em pequenas e médias empresas .

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INTRODUÇÃO

Objetivos
propostos
O objetivo global do presente trabalho está
centrado na apresentação de uma proposta
de um sistema de contabilidade de gestão,
nomeadamente um sistema de custeio ABC,
adequado à empresa FrioCongelados S.A., PME
da indústria alimentar de congelados.

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INTRODUÇÃO

Objetivos
propostos
Comparar o sistema de custeio ABC
proposto com o sistema de custeio utilizado
atualmente pela empresa;
Identificar quais as atividades que
acrescem mais custos ao custo de
produção total, e quais não acrescem valor

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INTRODUÇÃO

Estrutura do
trabalho
Introdução; Caracterização da empresa;

Revisão da literatura; Estudo de caso;

Metodologia de investigação; Conclusão;

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REVISÃO DE LITERATURA

Contabilidade
Financeira vs. Segundo Drury (1997), as principais diferenças
entre a Contabilidade Financeira e a
Contabilidade Contabilidade de Gestão são:

de Gestão Requisitos Legais;

Precisão;
A American Accouting Association (1966)
define contabilidade como “o processo de
identificar, medir e comunicar informações Segmentos;
financeiras para permitir julgamentos e
decisões informadas pelos utilizadores da Normas contabilísticas;
informação”
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REVISÃO DE LITERATURA

O foco do presente trabalho centra-se, pois, Evolução da


Contabilidade
na Contabilidade de Gestão, deve gerar
informação para atender a 3 requisitos:

de Gestão
Os primeiros indícios da existência da
Contabilidade de Gestão começaram a surgir
no início do século XIX com o nascimento e
emergência de organizações hierárquicas
com uma gestão descentralizada
implementada.

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REVISÃO DE LITERATURA

Sistemas de
Principais críticas à contabilidade de
gestão tradicional;
Custeio
Tradicionais
Principais razões que levaram ao
Nos sistemas de custeio tradicionais, os
aumento da procura de sistemas de
custos industriais são atribuídos diretamente
custeio mais sofisticados;
aos produtos segundo a preposição de que
cada produto consome recursos na
proporção direta do seu volume de produção.

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REVISÃO DE LITERATURA

Métodos de Tratamento dos Custos Fixos


de Produção;
ABC – Activity-
Métodos de Mensuração dos Custos
Based Costing
Quanto ao Momento do Cálculo;
O ABC foi desenvolvido para fornecer
1. Custeio Real
maneiras mais precisas de atribuir os custos
2. Custeio Normal
dos recursos indiretos da organização a
3. Custeio Padrão
atividades, negócios, produtos, serviços e
Métodos de Imputação dos Custos clientes. O objetivo é medir e, em seguida,
Indiretos; definir o custo de todos os recursos utilizados
1. Método das Bases de Repartição em cada atividade da organização
2. Método das Secções Homogéneas
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REVISÃO DE LITERATURA

Etapas na Implementação do ABC:


PASSO 1 PASSO 3

Identificar as atividades Atribuir os custos


relevantes. unitários aos produtos.

PASSO 2 PASSO 4

Atribuir custos as Demonstração dos


atividades. resultados da produção.
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REVISÃO DE LITERATURA

Etapas na
Implementação
do ABC
Um sistema ABC requer que a gestão faça uma
análise às atividades da organização, calcule os
seus custos e identifique os cost drivers que
servirão como base de imputação destes custos
aos produtos. Estas medições podem ser
dispendiosas para a empresa, requerem por vezes
muitos cálculos e precisam de ser atualizadas com
regularidade.
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METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Estudo de caso
Para a realização deste trabalho, foi escolhido o
método do estudo de caso e foi utilizado de técnicas
como a entrevista, observação direta e a análise de
arquivos de documentos.

1 2 3 4
Fase Recolha Avaliação Escrever
de dos dos o
Preparação dados dados Caso
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CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

FrioCongelados, S.A
A FrioCongelados, S.A. (nome fictício) é uma empresa
portuguesa que se dedica à atividade industrial de
processamento de pescado e à comercialização de
produtos alimentares congelados, alguns produtos são:

peixe;
alimentos pré-cozidos;
carnes;
legumes; e
também sobremesas.

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Estrutura Organizacional
A empresa FrioCongelados possui uma estrutura
organizacional do tipo funcional, centralizado na Direção
Geral, e subdividida em 6 departamentos: Administrativo e
Financeiro; Comercial e Marketing; Planeamento, Logística e
Compras; Operações Industriais; Qualidade e
Desenvolvimento de Negócio.

Estrutura da empresa FrioCongelados S.A.

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METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Produtos Principais famílias de produtos comprados

O objetivo da FrioCongelados é a de
apresentar uma grande diversidade
de produtos de forma a satisfazer
todos os seus clientes e mercados.

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METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Informação Financeira
O fechamento de contas de 2019 revelou um volume de negócios
de 49,4 milhões de euros, estando este volume dividido em
quatro segmentos de mercado: Armazenistas, Retalho,
Exportação e Grandes Superfícies.

Distribuição das vendas pelos


segmentos de mercado
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METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Processo de Fabricação
O processo de fabricação de um produto é o
conjunto de todas as ações que transformam
um conjunto de materiais de input em
produtos acabados destinados à
comercialização.

Etapas do Processo de Fabricação 18


CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Identificação das
atividades
Uma vez que o objetivo é determinar os custos totais
dos produtos, desde o momento da sua chegada às
instalações da empresa até ao momento da sua
venda, torna-se importante identificar e definir as
atividades principais.
O fluxo do produto dentro da empresa está dividido em
3 seções principais: Receção, Produção e Expedição.

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CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Atividades Principais - Recepção


É no departamento de recepção
que são recebidas as matérias-
primas que serão utilizadas no
departamento de Produção.

Atividades Principais da
Seção de Recepção

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CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Atividades Principais - Produção


O Departamento de Produção responsável
por todo o processo produtivo. O processo
de produtivo tem as seguintes atividades
como principais.

Atividades Principais da
Seção de Produção
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CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Atividades Principais - Expedição


As atividades de expedição de produto, assim como
a receção e gestão de estoque, são também da
responsabilidade do Departamento de Logística.

Atividades Principais da Seção de Expedição 22


CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Atividades Auxiliares
Além de todas as atividades principais referidas
anteriormente, também são realizadas atividades
auxiliares indispensáveis para o decorrer das
atividades principais.

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CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Recursos
O valor atribuído aos recursos utilizados nas
atividades identificadas teve por base a análise
histórica dos dados de 2019 e verificados pela
contabilidade da empresa.

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CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Recursos
Os principais consumidores de energia e
água são os equipamentos. Por esse
motivo, foi feito uma repartição destes
custos pelos respetivos equipamentos,
com base no consumo anual de cada um.

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CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

Relação entre recursos e atividades


Após a identificação das
atividades principais e
auxiliares realizadas durante o
processo de recepção,
fabricação e expedição da
empresa, foi elaborado um
mapa que mostra a relação
entre as diferentes atividades
e os recursos consumidos.

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CONSEÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC

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Indutores de custos ABC
Indutores de custos

Nessa fase, do sistema de custeio ABC, é a identificação dos indutores de


custos para a atribuição do valor dos recursos às atividades, e que devem ser
adequados à realidade da organização.
1. Mão de Obra- Hrs de trabalho efetivo a cada atividade
2. Edificio - Area ocupada por cada atividade em m²
3. Elevador - Tempo de utilização por cada atividade (H/m)
4. Porta Paletes- Tempo de utilização por cada atividade (H/m)
5. Higiene e Limpeza-Hrs de trabalho efetivo a cada atividade

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Indutores de custos ABC-MÃO DE OBRA

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Indutores de custos ABC- EQUIPAMENTOS

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Indutores de custos ABC- INSTALAÇÕES

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Custo- ATIVIDADES AUXILIARES

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Apuração dos custos das atividades principais

A mensuração do custo de
mão de obra, edificio e do
custo das atividades
auxiliares às principais,
resulta-se no custo total
de cada atividade.
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Apuração dos custos das atividades principais

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Impacto do custo das atividades aos produtos

Para apurar o custo estimado unitário dos produtos produzidos e comercializados pela
empresa, foram determinados os critérios de imputação (cost drivers) do custo das
atividades principais aos respetivos produtos finais

O indutor de custo escolhido para a repartição dos custos das atividades foi a
quantidade em quilogramas (Kg) uma vez que as atividades estão diretamente
relacionadas com a quantidade de produto.

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Impacto do custo das atividades aos produtos

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Impacto do custo das atividades aos produtos
Cálculo de custo por formato de produto

O custo de cada produto final é composto pelo custo da matéria-prima utilizada, o


custo dos materiais subsidiários utilizados e o custo das atividades incorporadas.

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Impacto do custo das atividades aos produtos
Cálculo de custo por formato de produto

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Conclusão

Escolha do metodo ABC;


Este modelo emprega que as atividades que consomem os
recurso;
Além de permitir à empresa apurar de uma forma mais
assertiva os custos reais dos seus produtos, o sistema ABC
permite também fazer uma análise crítica às atividades ao
determinar os seus custos.
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Conclusão

A FrioCongelados é uma empresa PME que opera no


ramo dos alimentos congelados, nomeadamente na
comercialização e processamento de pescado congelado.

O objetivo do presente projeto era, com a


implementação deste sistema, determinar com uma
maior precisão os custos reais de produção dos seus
produtos, e fazer uma comparação com o modelo 40
utilizado pela empresa.
Conclusão
Nos produtos em formato de granel e em cuvete, o valor
apurado pelo sistema de custeio ABC foi inferior àquele
utilizado pelo modelo atual da empresa, enquanto que
nos produtos em saco e higienizados, o custo apurado foi
ligeiramente superior.
No caso dos produtos no formato de saco e higienizados,
esta diferença pode ser justificada pelo facto da empresa,
no modelo que utiliza atualmente, não incluir o custo de
todos os equipamentos no custo padrão utilizado. 41
Conclusão
No produto a granel, é clara a sua diferença de custo
relativamente aos restantes formatos uma vez que é o
formato de produção que requer menos equipamentos
para a sua produção.
As atividades de receção e expedição não podem ser
consideradas para a valorização contabilística de stocks, no
entanto, sendo o objetivo do projeto a determinação dos
custos totais dos produtos desde o momento da sua
chegada à empresa até ao momento da sua venda, estes 42
custos foram apurados para entender o seu impacto.
Conclusão

Variedade de produtos na unidade produtiva

Outra dificuldade verificada foi o fato de as próprias produções serem influenciadas


pela disponibilidade de matéria-prima.

Produções de grandes quantidades do mesmo produto final revelavam uma maior


rendibilidade produtiva. No entanto, a existência de certas matérias-primas
dependem de sazonalidade, disponibilidade do produto no mar, e pela oferta e
procura no mercado nacional e internacional.

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Conclusão

O desenvolvimento deste projeto permitiu uma visão mais precisa e real dos custos
de produção da empresa.

No entanto, apesar das vantagens apresentadas pela utilização de um sistema ABC,


a sua implementação pode ser muito dispendiosa e demorada, principalmente
numa organização com o nível de complexidade da FrioCongelados.

Uma solução para este problema poderá ser a implementação de sistema


informático que registe a quantidade de matéria-prima e matéria-subsidiária
utilizada em cada produção,
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