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2022
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VADE MECUM BRAVO - POLÍCIA PENAL-MG – 2022
COORDENAÇÃO: PROF. MARCELO NARCISO
DADOS DA OBRA
Diagramação
Prof. Josimare Mota
Nota do Editor
Caro candidato(a), você está adquirindo um material
atualizado, de alta qualidade, contendo as principais normas
exigidas no concurso. O conteúdo é uma junção/adaptação
dos dois últimos editais do concurso para o Departamento
Penitenciário de Minas Gerais.
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é CRIME estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Declaração Universal dos Direitos Humanos______ 22 Lei Estadual 14.695, de 30/07/2003 (Instituiu a
carreira de Agente de Segurança Penitenciário) __ 223
Decreto nº 7.037/2009 e suas alterações (Programa
Nacional de Direitos Humanos) ________________ 26 Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema
Prisional - ReNP ____________________________ 227
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
(arts. 62 a 64 da Lei de Execução Penal e suas
alterações) ________________________________ 64
Conselhos da Comunidade (arts. 80 e 81 da Lei de
Execução Penal e suas alterações). _____________ 64
Regras Mínimas das Nações Unidas para o
Tratamento dos Presos (Regras de Mandela) _____ 66
NOÇÕES DE DIREITO PENAL _____________________ 80
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 194080
LEGISLAÇÃO ESPECIAL __________________________ 94
Lei Anticorrupção - Lei nº 12.846, de 1º de Agosto de
2013. _____________________________________ 95
Lei nº 13.869/2019 - Lei de Abuso de Autoridade. _ 98
Lei de Improbidade – Lei nº 8.429, de 2 de junho de
1992. ____________________________________ 102
Lei Federal nº 10.826/2003 (Estatuto do
Desarmamento) e alterações posteriores (com
atualizações do Pacote Anticrime Lei nº 13.964, de
2019). ___________________________________ 107
Lei nº 11.343, de 23 de Agosto de 2006. (Lei de
Drogas) __________________________________ 113
Lei nº 13.964, de 24 de Dezembro de 2019 (aperfeiçoa
a legislação penal e processual penal) __________ 126
7.210/1984 (Institui a Lei de Execução Penal) com
atualizações inseridas pelo pacote Anticrime da Lei
13.964, de 2019. ___________________________ 140
Lei nº 13.675, de 11 de Junho de 2018. (disciplina a
organização e o funcionamento dos órgãos
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transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
fixar; dos direitos e liberdades fundamentais;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: XLII - a prática do racismo constitui crime
a) a proteção às participações individuais em obras inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, reclusão, nos termos da lei;
inclusive nas atividades desportivas; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
b) o direito de fiscalização do aproveitamento insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
econômico das obras que criarem ou de que o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
participarem aos criadores, aos intérpretes e às terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
respectivas representações sindicais e associativas; por eles respondendo os mandantes, os executores
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
industriais privilégio temporário para sua utilização, (Regulamento)
bem como proteção às criações industriais, à XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse ordem constitucional e o Estado Democrático;
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
do País; condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
XXX - é garantido o direito de herança; e a decretação do perdimento de bens ser, nos
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
no País será regulada pela lei brasileira em benefício eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não transferido;
lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa adotará, entre outras, as seguintes:
do consumidor; a) privação ou restrição da liberdade;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos b) perda de bens;
públicos informações de seu interesse particular, ou c) multa;
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas d) prestação social alternativa;
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, e) suspensão ou interdição de direitos;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à XLVII - não haverá penas:
segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
(Vide Lei nº 12.527, de 2011) termos do Art. 84, XIX;
XXXIV - são a todos assegurados, b) de caráter perpétuo;
independentemente do pagamento de taxas: c) de trabalhos forçados;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em d) de banimento;
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de e) cruéis;
poder; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, distintos, de acordo com a natureza do delito, a
para defesa de direitos e esclarecimento de idade e o sexo do apenado;
situações de interesse pessoal; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder integridade física e moral;
Judiciário lesão ou ameaça a direito; L - às presidiárias serão asseguradas condições para
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato que possam permanecer com seus filhos durante o
jurídico perfeito e a coisa julgada; período de amamentação;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a naturalizado, em caso de crime comum, praticado
organização que lhe der a lei, assegurados: antes da naturalização, ou de comprovado
a) a plenitude de defesa; envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
b) o sigilo das votações; drogas afins, na forma da lei;
c) a soberania dos veredictos; LII - não será concedida extradição de estrangeiro
d) a competência para o julgamento dos crimes por crime político ou de opinião;
dolosos contra a vida; LIII - ninguém será processado nem sentenciado
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, senão pela autoridade competente;
nem pena sem prévia cominação legal; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar bens sem o devido processo legal;
o réu; LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
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assegurados o contraditório e ampla defesa, com os LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
meios e recursos a ela inerentes; que a falta de norma regulamentadora torne inviável
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
obtidas por meios ilícitos; e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
LVII - ninguém será considerado culpado até o soberania e à cidadania;
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LXXII - conceder-se-á habeas data:
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a) para assegurar o conhecimento de informações
a identificação criminal, salvo nas hipóteses relativas à pessoa do impetrante, constantes de
previstas em lei; (Regulamento) registros ou bancos de dados de entidades
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação governamentais ou de caráter público;
pública, se esta não for intentada no prazo legal; b) para a retificação de dados, quando não se prefira
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
processuais quando a defesa da intimidade ou o administrativo;
interesse social o exigirem; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade patrimônio público ou de entidade de que o Estado
judiciária competente, salvo nos casos de participe, à moralidade administrativa, ao meio
transgressão militar ou crime propriamente militar, ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
definidos em lei; ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se custas judiciais e do ônus da sucumbência;
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
competente e à família do preso ou à pessoa por ele e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
indicada; recursos;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe judiciário, assim como o que ficar preso além do
assegurada a assistência da família e de advogado; tempo fixado na sentença;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
responsáveis por sua prisão ou por seu pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
interrogatório policial; a) o registro civil de nascimento;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada b) a certidão de óbito;
pela autoridade judiciária; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou ao exercício da cidadania. (Regulamento)
sem fiança; LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do são assegurados a razoável duração do processo e os
responsável pelo inadimplemento voluntário e meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
inescusável de obrigação alimentícia e a do (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
depositário infiel; § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que fundamentais têm aplicação imediata.
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer § 2º Os direitos e garantias expressos nesta
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, Constituição não excluem outros decorrentes do
por ilegalidade ou abuso de poder; regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para tratados internacionais em que a República
proteger direito líquido e certo, não amparado por Federativa do Brasil seja parte.
habeas corpus ou habeas data, quando o § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for direitos humanos que forem aprovados, em cada
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
exercício de atribuições do Poder Público; quintos dos votos dos respectivos membros, serão
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído
impetrado por: pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos
a) partido político com representação no Congresso aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de
Nacional; 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC
b) organização sindical, entidade de classe ou 9.522, de 2018)
associação legalmente constituída e em § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
dos interesses de seus membros ou associados;
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V - improbidade administrativa, nos termos do art. assegurado o mandato e facultada a filiação, sem
37, §4º. perda do mandato, a outro partido que os tenha
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral atingido, não sendo essa filiação considerada para
entrará em vigor na data de sua publicação, não se fins de distribuição dos recursos do fundo partidário
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de
de sua vigência. (Redação dada pela Emenda televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 4, de 1993) 97, de 2017)
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e CAPÍTULO VII
extinção de partidos políticos, resguardados a DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
soberania nacional, o regime democrático, o Seção I
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da DISPOSIÇÕES GERAIS
pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Art. 37. A administração pública direta e indireta de
Regulamento qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
I - caráter nacional; Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
II - proibição de recebimento de recursos financeiros princípios de legalidade, impessoalidade,
de entidade ou governo estrangeiros ou de moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
subordinação a estes; seguinte: (Redação dada pela Emenda
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; Constitucional nº 19, de 1998)
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. I - os cargos, empregos e funções públicas são
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia acessíveis aos brasileiros que preencham os
para definir sua estrutura interna e estabelecer requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
regras sobre escolha, formação e duração de seus estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
organização e funcionamento e para adotar os II - a investidura em cargo ou emprego público
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas depende de aprovação prévia em concurso público
eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
vinculação entre as candidaturas em âmbito forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo para cargo em comissão declarado em lei de livre
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e nomeação e exoneração; (Redação dada pela
fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 97, de 2017) III - o prazo de validade do concurso público será de
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
personalidade jurídica, na forma da lei civil, período;
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
Eleitoral. de convocação, aquele aprovado em concurso
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo público de provas ou de provas e títulos será
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na convocado com prioridade sobre novos concursados
forma da lei, os partidos políticos que para assumir cargo ou emprego, na carreira;
alternativamente: V - as funções de confiança, exercidas
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
2017) efetivo, e os cargos em comissão, a serem
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos preenchidos por servidores de carreira nos casos,
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos condições e percentuais mínimos previstos em lei,
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois e assessoramento; (Redação dada pela
por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
II - tiverem elegido pelo menos 15 Deputados livre associação sindical;
Federais distribuídos em pelo menos um terço das VII - o direito de greve será exercido nos termos e
unidades da Federação. (Incluído pela Emenda nos limites definidos em lei específica;
Constitucional nº 97, de 2017) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de 1998)
organização paramilitar. VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os empregos públicos para as pessoas portadoras de
requisitos previstos no § 3º deste artigo é deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
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IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
tempo determinado para atender a necessidade públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
temporária de excepcional interesse público; (Vide horários, observado em qualquer caso o disposto no
Emenda constitucional nº 106, de 2020) inciso XI: (Redação dada pela Emenda
X - a remuneração dos servidores públicos e o Constitucional nº 19, de 1998)
subsídio de que trata o § 4º do Art. 39 somente a) a de dois cargos de professor; (Redação
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
observada a iniciativa privativa em cada caso, b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma científico; (Redação dada pela Emenda
data e sem distinção de índices; (Redação Constitucional nº 19, de 1998)
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) c) a de dois cargos ou empregos privativos de
(Regulamento) profissionais de saúde, com profissões
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de regulamentadas; (Redação dada pela Emenda
cargos, funções e empregos públicos da Constitucional nº 34, de 2001)
administração direta, autárquica e fundacional, dos XVII - a proibição de acumular estende-se a
membros de qualquer dos Poderes da União, dos empregos e funções e abrange autarquias,
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos fundações, empresas públicas, sociedades de
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
remuneratória, percebidos cumulativamente ou público; (Redação dada pela Emenda
não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer Constitucional nº 19, de 1998)
outra natureza, não poderão exceder o subsídio XVIII - a administração fazendária e seus servidores
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos jurisdição, precedência sobre os demais setores
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e administrativos, na forma da lei;
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador XIX – somente por lei específica poderá ser criada
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos autarquia e autorizada a instituição de empresa
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder pública, de sociedade de economia mista e de
Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do fundação, cabendo à lei complementar, neste último
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo XX - depende de autorização legislativa, em cada
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, caso, a criação de subsidiárias das entidades
aplicável este limite aos membros do Ministério mencionadas no inciso anterior, assim como a
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; participação de qualquer delas em empresa privada;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, XXI - ressalvados os casos especificados na
19.12.2003) legislação, as obras, serviços, compras e alienações
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo serão contratados mediante processo de licitação
e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pública que assegure igualdade de condições a todos
pagos pelo Poder Executivo; os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de obrigações de pagamento, mantidas as condições
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
remuneração de pessoal do serviço público; somente permitirá as exigências de qualificação
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de técnica e econômica indispensáveis à garantia do
1998) cumprimento das obrigações. (Regulamento)
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por XXII - as administrações tributárias da União, dos
servidor público não serão computados nem Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
acumulados para fins de concessão de acréscimos atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
ulteriores; (Redação dada pela Emenda exercidas por servidores de carreiras específicas,
Constitucional nº 19, de 1998) terão recursos prioritários para a realização de suas
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
cargos e empregos públicos são irredutíveis, com o compartilhamento de cadastros e de
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 19.12.2003)
1998)
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dependentes que não seja decorrente do disposto III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído
nos §§ 14 a 16 do Art. 40 ou que não seja prevista pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
em lei que extinga regime próprio de previdência § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº manterão escolas de governo para a formação e o
103, de 2019) aperfeiçoamento dos servidores públicos,
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, constituindo-se a participação nos cursos um dos
autárquica e fundacional, no exercício de mandato requisitos para a promoção na carreira, facultada,
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: para isso, a celebração de convênios ou contratos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de entre os entes federados. (Redação dada pela
1998) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou público o disposto no Art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
função; XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado estabelecer requisitos diferenciados de admissão
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído
optar pela sua remuneração; pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - investido no mandato de Vereador, havendo § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da Estaduais e Municipais serão remunerados
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo exclusivamente por subsídio fixado em parcela
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
anterior; adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para outra espécie remuneratória, obedecido, em
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço qualquer caso, o disposto no Art. 37, X e XI.
será contado para todos os efeitos legais, exceto (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
para promoção por merecimento; § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
previdência social, permanecerá filiado a esse maior e a menor remuneração dos servidores
regime, no ente federativo de origem. (Redação públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) no Art. 37, XI. (Incluído pela Emenda
Seção II Constitucional nº 19, de 1998)
DOS SERVIDORES PÚBLICOS § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, publicarão anualmente os valores do subsídio e da
de 1998) remuneração dos cargos e empregos públicos.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Municípios instituirão, no âmbito de sua § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
competência, regime jurídico único e planos de dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
carreira para os servidores da administração pública orçamentários provenientes da economia com
direta, das autarquias e das fundações públicas. despesas correntes em cada órgão, autarquia e
(Vide ADIN nº 2.135-4) fundação, para aplicação no desenvolvimento de
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os programas de qualidade e produtividade,
Municípios instituirão conselho de política de treinamento e desenvolvimento, modernização,
administração e remuneração de pessoal, integrado reaparelhamento e racionalização do serviço
por servidores designados pelos respectivos Poderes público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de de produtividade. (Incluído pela Emenda
1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos § 8º A remuneração dos servidores públicos
demais componentes do sistema remuneratório organizados em carreira poderá ser fixada nos
observará: (Redação dada pela Emenda termos do § 4º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 19, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a § 9º É vedada a incorporação de vantagens de
complexidade dos cargos componentes de cada caráter temporário ou vinculadas ao exercício de
carreira; (Incluído pela Emenda função de confiança ou de cargo em comissão à
Constitucional nº 19, de 1998) remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela
II - os requisitos para a investidura; (Incluído Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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Art. 40. O regime próprio de previdência social dos realizada por equipe multiprofissional e
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
contributivo e solidário, mediante contribuição do Constitucional nº 103, de 2019)
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
aposentados e de pensionistas, observados critérios complementar do respectivo ente federativo idade e
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. tempo de contribuição diferenciados para
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
de 2019) penitenciário, de agente socioeducativo ou de
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput
previdência social será aposentado: (Redação do Art. 51, o inciso XIII do caput do Art. 52 e os
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) incisos I a IV do caput do Art. 144. (Incluído pela
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cargo em que estiver investido, quando insuscetível § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei
de readaptação, hipótese em que será obrigatória a complementar do respectivo ente federativo idade e
realização de avaliações periódicas para verificação tempo de contribuição diferenciados para
da continuidade das condições que ensejaram a aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
concessão da aposentadoria, na forma de lei do exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
respectivo ente federativo; (Redação dada pela físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) associação desses agentes, vedada a caracterização
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade
forma de lei complementar; (Redação dada mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às
pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide idades decorrentes da aplicação do disposto no
Lei Complementar nº 152, de 2015) inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos efetivo exercício das funções de magistério na
de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos educação infantil e no ensino fundamental e médio
de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do fixado em lei complementar do respectivo ente
Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima federativo. (Redação dada pela Emenda
estabelecida mediante emenda às respectivas Constitucional nº 103, de 2019)
Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
de contribuição e os demais requisitos estabelecidos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
em lei complementar do respectivo ente federativo. vedada a percepção de mais de uma aposentadoria
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, à conta de regime próprio de previdência social,
de 2019) aplicando-se outras vedações, regras e condições
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser para a acumulação de benefícios previdenciários
inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.
Art. 201 ou superiores ao limite máximo (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
estabelecido para o Regime Geral de Previdência de 2019)
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. § 7º Observado o disposto no § 2º do Art. 201,
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, quando se tratar da única fonte de renda formal
de 2019) auferida pelo dependente, o benefício de pensão por
§ 3º As regras para cálculo de proventos de morte será concedido nos termos de lei do
aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma
respectivo ente federativo. (Redação dada pela diferenciada a hipótese de morte dos servidores de
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios exercício ou em razão da função. (Redação
diferenciados para concessão de benefícios em dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
regime próprio de previdência social, ressalvado o § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios
disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) real, conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
complementar do respectivo ente federativo idade e 19.12.2003)
tempo de contribuição diferenciados para § 9º O tempo de contribuição federal, estadual,
aposentadoria de servidores com deficiência, distrital ou municipal será contado para fins de
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-
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Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
Federal e o do Supremo Tribunal Federal. do Tribunal de Contas da União;
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice- XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias Constituição, e o Advogado-Geral da União;
depois de aberta a última vaga. XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do termos do art. 89, VII;
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Conselho de Defesa Nacional;
Nacional, na forma da lei. XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
o período de seus antecessores. ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas,
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente,
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano a mobilização nacional;
seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
Emenda Constitucional nº 16, de 1997) Congresso Nacional;
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
não poderão, sem licença do Congresso Nacional, XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
pena de perda do cargo. ou nele permaneçam temporariamente;
Seção II XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
Das Atribuições do Presidente da República projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da de orçamento previstos nesta Constituição;
República: XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a contas referentes ao exercício anterior;
direção superior da administração federal; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos forma da lei;
previstos nesta Constituição; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem termos do art. 62;
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
execução; Constituição.
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta
a) organização e funcionamento da administração federal, Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 109, de 2021)
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Parágrafo único. O Presidente da República poderá
Constitucional nº 32, de 2001) delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar União, que observarão os limites traçados nas respectivas
seus representantes diplomáticos; delegações.
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, Seção III
sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Da Responsabilidade do Presidente da República
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
X - decretar e executar a intervenção federal; Presidente da República que atentem contra a
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Constituição Federal e, especialmente, contra:
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, I - a existência da União;
expondo a situação do País e solicitando as providências II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
que julgar necessárias; Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se constitucionais das unidades da Federação;
necessário, dos órgãos instituídos em lei; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, IV - a segurança interna do País;
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da V - a probidade na administração;
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los VI - a lei orçamentária;
para os cargos que lhes são privativos; (Redação VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os especial, que estabelecerá as normas de processo e
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais julgamento.
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador- Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
Geral da República, o presidente e os diretores do banco República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
central e outros servidores, quando determinado em lei; ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
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Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. assim como outras infrações cuja prática tenha
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: repercussão interestadual ou internacional e exija
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo
processo pelo Senado Federal. da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o respectivas áreas de competência;
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária
do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
processo. Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
infrações comuns, o Presidente da República não estará judiciária da União.
sujeito a prisão. § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu organizado e mantido pela União e estruturado em
mandato, não pode ser responsabilizado por atos carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
estranhos ao exercício de suas funções. ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela
Seção IV Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
DOS MINISTROS DE ESTADO § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre organizado e mantido pela União e estruturado em
brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
direitos políticos. ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
lei: carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
órgãos e entidades da administração federal na área de penais, exceto as militares.
sua competência e referendar os atos e decretos § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
assinados pelo Presidente da República; preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe
regulamentos; a execução de atividades de defesa civil.
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão
de sua gestão no Ministério; administrador do sistema penal da unidade federativa a
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos
forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional
República. nº 104, de 2019)
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros
Ministérios e órgãos da administração pública. militares, forças auxiliares e reserva do Exército
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as
2001) polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
TÍTULO V (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas 2019)
CAPÍTULO III § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos
DA SEGURANÇA PÚBLICA órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e garantir a eficiência de suas atividades.
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
patrimônio, através dos seguintes órgãos: conforme dispuser a lei.
I - polícia federal; § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes
II - polícia rodoviária federal; dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma
III - polícia ferroviária federal; do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda
IV - polícias civis; Constitucional nº 19, de 1998)
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda
2019) Constitucional nº 82, de 2014)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de
permanente, organizado e mantido pela União e trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social 82, de 2014)
ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
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II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e § 4º – A inobservância do disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste
dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades artigo implica nulidade do ato e punição da autoridade
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em responsável, nos termos da lei.
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda (Vide Lei nº 13.167, de 20/1/1999.)
Constitucional nº 82, de 2014) Art. 22 – A lei estabelecerá os casos de contratação por
tempo determinado, para atender a necessidade
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS DE 1989 temporária de excepcional interesse público.
(COM AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELAS EMENDAS (Vide Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
CONSTITUCIONAIS) Parágrafo único. – O disposto neste artigo não se aplica a
funções de magistério.
Art. 23 – As funções de confiança, exercidas
DOS SERVIDORES PÚBLICOS (ART. 20 A 36) exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
Art. 20 – A atividade administrativa permanente é servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
exercida: mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
I – na administração direta de qualquer dos Poderes, por atribuições de direção, chefia e assessoramento.
servidor público ocupante de cargo público em caráter (Caput com redação dada pelo Art. 5º da Emenda à
efetivo ou em comissão, por empregado público detentor Constituição nº 49, de 13/6/2001.)
de emprego público ou designado para função de § 1º – Nas entidades da administração indireta, pelo
confiança ou por detentor de função pública, na forma do menos um cargo ou função de confiança de direção
regime jurídico previsto em lei; superior será provido por servidor ou empregado público
(Inciso com redação dada pelo Art. 4º da Emenda à de carreira da respectiva instituição.
Constituição nº 49, de 13/6/2001.) (Parágrafo renumerado pelo Art. 1º da Emenda à
II – nas autarquias e fundações públicas, por servidor Constituição nº 85, de 22/12/2010.)
público ocupante de cargo público em caráter efetivo ou § 2º – Lei complementar disporá sobre as condições para
em comissão, por empregado público detentor de o provimento de cargos e empregos de direção nas
emprego público ou designado para função de confiança autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
ou por detentor de função pública, na forma do regime economia mista estaduais, vedada a nomeação ou a
jurídico previsto em lei; designação daqueles inelegíveis em razão de atos ilícitos,
(Inciso com redação dada pelo Art. 3º da Emenda à nos termos da legislação federal.
Constituição nº 84, de 12/12/2010.) (Parágrafo acrescentado pelo Art. 1º da Emenda à
III – nas sociedades de economia mista, empresas públicas Constituição nº 85, de 22/12/2010.)
e demais entidades de direito privado sob o controle Art. 24 – A remuneração dos servidores públicos e o
direto ou indireto do Estado, por empregado público subsídio de que trata o § 7º deste artigo somente poderão
detentor de emprego público ou função de confiança. ser fixados ou alterados por lei específica, observada a
(Inciso acrescentado pelo Art. 4º da Emenda à iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral
Constituição nº 49, de 13/6/2001.) anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
Parágrafo único. – A lei disporá sobre os requisitos e as (Caput com redação dada pelo Art. 5º da Emenda à
restrições a serem observados pelo ocupante de cargo ou Constituição nº 84, de 22/12/2010.)
detentor de emprego ou função que lhe possibilite acesso (Vide Art. 6º da Lei nº 19.973, de 27/12/2011.)
a informações privilegiadas. § 1º – A remuneração e o subsídio dos ocupantes de
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 3º da Emenda à cargos, funções e empregos públicos da administração
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) direta, autárquica e fundacional dos Poderes do Estado, do
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) Ministério Público, do Tribunal de Contas e da Defensoria
Art. 21 – Os cargos, funções e empregos públicos são Pública e os proventos, pensões ou outra espécie
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na incluídas as vantagens pessoais, não poderão exceder o
forma da lei. subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de
(Caput com redação dada pelo Art. 4º da Emenda à Justiça, nos termos do § 12 do Art. 37 da Constituição da
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) República e observado o disposto no § 5º deste artigo.
§ 1º – A investidura em cargo ou emprego público (Parágrafo com redação dada pelo Art. 1º da Emenda à
depende de aprovação prévia em concurso público de Constituição nº 79, de 11/7/2008.)
provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações § 2º – Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e
para cargo em comissão declarado em lei de livre do Poder Judiciário não podem ser superiores aos
nomeação e exoneração. percebidos no Poder Executivo.
§ 2º – O prazo de validade do concurso público é de até § 3º – É vedado vincular ou equiparar espécies
dois anos, prorrogável, uma vez, por igual período. remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do
§ 3º – Durante o prazo improrrogável previsto no edital de serviço público.
convocação, o aprovado em concurso público será (Parágrafo com redação dada pelo Art. 1º da Emenda à
convocado, observada a ordem de classificação, com Constituição nº 40, de 24/5/2000.)
prioridade sobre novos concursados, para assumir o cargo § 4º – Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
ou emprego na carreira. público não serão computados nem acumulados para o
fim de concessão de acréscimo ulterior.
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(Parágrafo com redação dada pelo Art. 5º da Emenda à (Parágrafo com redação dada pelo Art. 6º da Emenda à
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) Constituição nº 84, de 22/12/2010.)
§ 5º – O subsídio e os vencimentos dos ocupantes de Art. 26 – Ao servidor público da administração direta,
cargos, funções e empregos públicos são irredutíveis, autárquica e fundacional no exercício de mandato eletivo
ressalvado o disposto nos §§ 1º, 4º e 7º deste artigo e nos aplicam-se as seguintes disposições:
arts. 150, caput, II, e 153, caput, III, e § 2º, I, da (Caput com redação dada pelo Art. 7º da Emenda à
Constituição da República. Constituição nº 84, de 22/12/2010.)
(Parágrafo com redação dada pelo Art. 5º da Emenda à I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) distrital, ficará afastado do cargo, emprego ou função;
§ 6º – A lei estabelecerá a relação entre a maior e a menor II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar por
qualquer caso, o disposto no § 1º deste artigo. sua remuneração;
(Parágrafo com redação dada pelo Art. 5º da Emenda à III – investido no mandato de Vereador, se houver
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
§ 7º – O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
e os Secretários de Estado serão remunerados remuneração do cargo eletivo, e, se não houver, será
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, aplicada a norma do inciso anterior;
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
remuneratória, e observado, em qualquer caso, o disposto contado para todos os efeitos legais, exceto para
no § 1º deste artigo. promoção por merecimento;
(Parágrafo com redação dada pelo Art. 5º da Emenda à V – para o efeito de benefício previdenciário, no caso de
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) afastamento, os valores serão determinados como se no
§ 8º – A remuneração dos servidores públicos organizados exercício estivesse.
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 7º deste Art. 27 – A despesa com pessoal ativo e inativo do Estado
artigo. e dos Municípios não pode exceder os limites
(Parágrafo com redação dada pelo Art. 5º da Emenda à estabelecidos em lei complementar.
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) (Caput com redação dada pelo Art. 6º da Emenda à
§ 9º – Não serão computadas, para efeito dos limites Constituição nº 49, de 13/6/2001).
remuneratórios de que trata o § 1º deste artigo, as § 1º – A concessão de vantagem ou o aumento de
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. remuneração, a criação de cargo, emprego e função ou a
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 5º da Emenda à alteração de estrutura de carreira bem como a admissão
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) ou contratação de pessoal, a qualquer título, por órgão ou
§ 10 – O disposto no § 1º deste artigo aplica-se às entidade da administração direta ou indireta ficam
empresas públicas e às sociedades de economia mista, condicionados a:
bem como às suas subsidiárias, que recebam recursos do (Parágrafo renumerado pelo Art. 6º da Emenda à
Estado para pagamento de despesas de pessoal ou de Constituição nº 49, de 13/6/2001).
custeio em geral. (Parágrafo com redação dada pelo Art. 6º da Emenda à
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 5º da Emenda à Constituição nº 49, de 13/6/2001).
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) I – prévia dotação orçamentária suficiente para atender às
§ 11 – Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
publicarão anualmente os valores do subsídio e da decorrentes;
remuneração dos cargos, funções e empregos públicos. (Inciso com redação dada pelo Art. 6º da Emenda à
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 5º da Emenda à Constituição nº 49, de 13/6/2001).
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) II – autorização específica na Lei de Diretrizes
Art. 25 – É vedada a acumulação remunerada de cargos Orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
públicos, permitida, se houver compatibilidade de sociedades de economia mista.
horários e observado o disposto no § 1º do Art. 24: (Inciso com redação dada pelo Art. 6º da Emenda à
(Caput com redação dada pelo Art. 6º da Emenda à Constituição nº 49, de 13/6/2001).
Constituição nº 84, de 22/12/2010.) § 2º – Decorrido o prazo estabelecido em lei para a
I – a de dois cargos de professor; adaptação aos parâmetros por ela previstos, serão
II – a de um cargo de professor com outro técnico ou suspensos os repasses de verbas estaduais aos Municípios
científico; que não observarem os limites legalmente estabelecidos.
III – a de dois cargos e empregos privativos de profissionais (Parágrafo acrescentado pelo Art. 6º da Emenda à
de saúde com profissões regulamentadas. Constituição nº 49, de 13/6/2001).
(Inciso com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à § 3º – Para o cumprimento dos limites estabelecidos com
Constituição nº 57, de 15/7/2003.) base neste artigo, dentro do prazo fixado na lei
Parágrafo único. – A proibição de acumular estende-se a complementar referida no caput, o Estado adotará as
empregos e funções e abrange autarquias, fundações e seguintes providências, sucessivamente:
empresas públicas, sociedades de economia mista, bem I – redução de pelo menos 20% (vinte por cento) das
como suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
ou indiretamente, pelo poder público. II – dispensa ou exoneração de servidor público civil não
estável, admitido em órgão da administração direta ou em
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entidade autárquica ou fundacional, que conte menos de (Parágrafo com redação dada pelo Art. 8º da Emenda à
três anos de efetivo exercício no Estado; Constituição nº 84, de 22/12/2010.)
III – dispensa ou exoneração de servidor não estável, § 6º – O Estado manterá escola de governo para a
observados os critérios de menor tempo de efetivo serviço formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos,
e de avaliação de desempenho, na forma da lei. constituindo a participação nos cursos um dos requisitos
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 6º da Emenda à para a promoção na carreira, facultada, para isso, a
Constituição nº 49, de 13/6/2001). celebração de convênios ou contratos com os demais
(Vide Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.) entes federados.
Art. 28 – A lei reservará percentual dos cargos e empregos (Parágrafo acrescentado pelo Art. 7º da Emenda à
públicos para provimento com portador de deficiência e Constituição nº 49, de 13/6/2001.)
definirá os critérios de sua admissão. Art. 31 – O Estado assegurará ao servidor público civil da
(Artigo regulamentado pela Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) Administração Pública direta, autárquica e fundacional os
Art. 29 – Os atos de improbidade administrativa importam direitos previstos no Art. 7º, incisos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
a suspensão dos direitos políticos, a perda de função XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, da Constituição da
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao República e os que, nos termos da lei, visem à melhoria de
erário, na forma e na gradação estabelecidas em lei, sem sua condição social e da produtividade e da eficiência no
prejuízo da ação penal cabível. serviço público, em especial o prêmio por produtividade e
Subseção II o adicional de desempenho.
Dos Servidores Públicos Civis § 1º – A lei disporá sobre o cálculo e a periodicidade do
(Vide Lei nº 10.254, de 20/7/1990.) prêmio por produtividade a que se refere o caput deste
Art. 30 – O Estado instituirá conselho de política de artigo, o qual não se incorporará, em nenhuma hipótese,
administração e remuneração de pessoal, integrado por aos proventos de aposentadoria e pensões a que o
servidores designados por seus Poderes, com a finalidade servidor fizer jus e cuja concessão dependerá de previsão
de participar da formulação da política de pessoal. orçamentária e disponibilidade financeira do Estado.
(Caput com redação dada pelo Art. 7º da Emenda à § 2º – O adicional de desempenho será pago
Constituição nº 49, de 13/6/2001.) mensalmente, em valor variável, calculado nos termos da
§ 1º – A política de pessoal obedecerá às seguintes lei, vedada sua concessão ao detentor, exclusivamente, de
diretrizes: cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
I – valorização e dignificação da função pública e do exoneração.
servidor público; § 3º – Para fins de promoção e progressão nas carreiras
II – profissionalização e aperfeiçoamento do servidor será adotado, além dos critérios estabelecidos na
público; legislação pertinente, o sistema de avaliação de
III – constituição de quadro dirigente, mediante formação desempenho, que será disciplinado em lei, podendo ser
e aperfeiçoamento de administradores; prevista pontuação por tempo de serviço.
IV – sistema do mérito objetivamente apurado para (Vide Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.)
ingresso no serviço e desenvolvimento na carreira; (Vide Lei Complementar nº 104, de 4/8/2008.)
V – remuneração compatível com a complexidade e a § 4º – Serão concedidas ao servidor ocupante de cargo de
responsabilidade das tarefas e com a escolaridade exigida provimento efetivo e função pública férias-prêmio com
para seu desempenho. duração de três meses a cada cinco anos de efetivo
§ 2º – Ao servidor público que, por acidente ou doença, exercício no serviço público do Estado de Minas Gerais.
tornar-se inapto para exercer as atribuições específicas de § 5º – A avaliação de desempenho dos integrantes da
seu cargo, serão assegurados os direitos e vantagens a ele Polícia Civil, para efeito de promoção e progressão nas
inerentes, até seu definitivo aproveitamento em outro respectivas carreiras, obedecerá a regras especiais.
cargo. § 6º – Fica assegurado ao servidor público civil o direito a:
§ 3º – Para provimento de cargo de natureza técnica, I – assistência e previdência sociais, extensivas ao cônjuge
exigir-se-á a respectiva habilitação profissional. ou companheiro e aos dependentes;
§ 4º – Os recursos orçamentários provenientes da II – assistência gratuita, em creche e pré-escola, aos filhos
economia na execução de despesas correntes em cada e aos dependentes, desde o nascimento até seis anos de
órgão, autarquia e fundação serão aplicados no idade;
desenvolvimento de programas de qualidade e III – adicional de remuneração para as atividades penosas,
produtividade, de treinamento e desenvolvimento, de insalubres ou perigosas.
modernização, reaparelhamento e racionalização do (Artigo com redação dada pelo Art. 3º da Emenda à
serviço público ou no pagamento de adicional ou prêmio Constituição nº 57, de 15/7/2003.)
de produtividade, nos termos da lei. (Vide inciso IV do Parágrafo único.. do Art. 2º da Lei nº
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 7º da Emenda à 18.975, de 29/6/2010.)
Constituição nº 49, de 13/6/2001.) Art. 32 – A fixação dos padrões de vencimento e dos
(Parágrafo regulamentado pela Lei nº 17.600, de demais componentes do sistema remuneratório
1/7/2008.) observará:
§ 5º – O Estado instituirá planos de carreira para os (Caput com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
servidores da administração direta, das autarquias e das Constituição nº 40, de 24/5/2000.)
fundações públicas. I – a natureza, o grau de responsabilidade e a
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 7º da Emenda à complexidade dos cargos que compõem cada carreira;
Constituição nº 49, de 13/6/2001.)
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(Inciso acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à servidores públicos civis das administrações direta e
Constituição nº 40, de 24/5/2000.) indireta em favor dos sindicatos e associações de classe,
II – os requisitos para a investidura nos cargos; efetuando o repasse às entidades até o quinto dia do mês
(Inciso acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à subsequente ao mês de competência do pagamento dos
Constituição nº 40, de 24/5/2000.) servidores, observada a data do efetivo desconto.
III – as peculiaridades dos cargos. (Parágrafo acrescentado pelo Art. 1º da Emenda à
(Inciso acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à Constituição nº 37, de 29/12/1998.)
Constituição nº 40, de 24/5/2000.) Art. 35 – É estável, após três anos de efetivo exercício, o
§ 1º – (Revogado pelo Art. 6º da Emenda à Constituição nº servidor público nomeado para cargo de provimento
57, de 15/7/2003.) efetivo em virtude de concurso público.
Dispositivo revogado: § 1º – O servidor público estável só perderá o cargo:
“§ 1º – O servidor público civil, incluído o das autarquias, I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
fundações, detentor de título declaratório que lhe II – mediante processo administrativo em que lhe seja
assegure direito à continuidade de percepção da assegurada ampla defesa;
remuneração de cargo de provimento em comissão, tem III – mediante procedimento de avaliação periódica de
direito aos vencimentos, às gratificações e a todas as desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
demais vantagens inerentes ao cargo em relação ao qual ampla defesa.
tenha ocorrido o apostilamento, ainda que decorrentes de (Vide Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.)
transformação ou reclassificação posteriores.” (Vide Lei Complementar nº 104, de 4/8/2008.)
§ 2º – (Revogado pelo Art. 6º da Emenda à Constituição nº § 2º – Invalidada por sentença judicial a demissão do
57, de 15/7/2003.) servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
Dispositivo revogado: ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
“§ 2º – O disposto no parágrafo anterior se aplica no que origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
couber ao servidor público detentor de título declaratório cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
que lhe assegure direito à continuidade de percepção de proporcional ao tempo de serviço público federal,
remuneração relativamente a funções.” estadual e municipal.
§ 3º – Observado o disposto no caput e incisos deste § 3º – Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
artigo, a lei disporá sobre reajustes diferenciados nas o servidor estável ficará em disponibilidade, com
administrações direta, autárquica e fundacional dos três remuneração proporcional ao tempo de serviço público
Poderes do Estado, visando à reestruturação do sistema federal, estadual e municipal, até seu adequado
remuneratório de funções, cargos e carreiras. aproveitamento em outro cargo.
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à § 4º – Como condição para aquisição da estabilidade, é
Constituição nº 40, de 24/5/2000.) obrigatória a avaliação especial de desempenho por
Art. 33 – O direito de greve será exercido nos termos e nos comissão instituída para essa finalidade.
limites definidos em lei específica. (Artigo com redação dada pelo Art. 10 da Emenda à
(Artigo com redação dada pelo Art. 9º da Emenda à Constituição nº 49, de 13/6/2001.)
Constituição nº 49, de 13/6/2001.) (Vide Lei Complementar nº 104, de 4/8/2008.)
Art. 34 – É garantida a liberação do servidor público para
exercício de mandato eletivo em diretoria de entidade Art. 36 – Aos servidores titulares de cargos de provimento
sindical representativa de servidores públicos, de âmbito efetivo do Estado, incluídas suas autarquias e fundações,
estadual, sem prejuízo da remuneração e dos demais é assegurado regime próprio de previdência social, nos
direitos e vantagens do seu cargo. termos deste artigo, de caráter contributivo e solidário,
(Caput com redação dada pelo Art. 1º da Emenda à mediante contribuição do Estado, dos servidores ativos e
Constituição nº 8, de 13/7/1993.) aposentados e dos pensionistas, observados critérios que
§ 1º – Os servidores eleitos para cargos de direção ou de preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, que será
representação serão liberados, na seguinte proporção, gerido por instituição previdenciária de natureza pública e
para cada sindicato: instituída por lei.
I – de 1.000 (mil) a 3.000 (três mil) filiados, 1 (um) • (Caput com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
representante; Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
II – de 3.001 (três mil e um) a 6.000 (seis mil) filiados, 2 § 1º – Os servidores abrangidos pelo regime de
(dois) representantes; previdência de que trata este artigo serão aposentados:
III – de 6.001 (seis mil e um) a 10.000 (dez mil) filiados, 3 I – voluntariamente, desde que observada a idade mínima
(três) representantes; de sessenta e dois anos de idade, se mulher, e sessenta e
IV – acima de 10.000 (dez mil) filiados, 4 (quatro) cinco anos de idade, se homem, bem como o tempo de
representantes. contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 1º da Emenda à complementar;
Constituição nº 8, de 13/7/1993.) II – por incapacidade permanente para o trabalho, no
(Parágrafo renumerado pelo Art. 1º da Emenda à cargo em que estiver investido, quando insuscetível de
Constituição nº 37, de 29/12/1998.) readaptação, hipótese em que será obrigatória a
(Parágrafo com redação dada pelo Art. 1º da Emenda à realização de avaliações periódicas para verificação da
Constituição nº 37, de 29/12/1998.) continuidade das condições que ensejaram a concessão
§ 2º – O Estado procederá ao desconto, em folha ou ordem da aposentadoria, na forma da lei;
de pagamento, de consignações autorizadas pelos
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III – compulsoriamente, aos setenta e cinco anos de referem este artigo e o Art. 40 da Constituição da
idade, com proventos proporcionais, na forma de lei República, bem como de remuneração de inatividade dos
complementar. militares a que se referem o Art. 39 desta Constituição e
• (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à os arts. 42 e 142 da Constituição da República, com a
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) remuneração de cargo, função ou emprego públicos,
§ 2º – Os proventos de aposentadoria não poderão ser ressalvados os cargos acumuláveis na forma prevista nesta
inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do Art. Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
201 da Constituição da República ou superiores ao limite declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
máximo estabelecido para o regime geral de previdência • (Inciso com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
• (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à § 7º – Lei disporá sobre a concessão do benefício da
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) pensão por morte, observado o disposto no § 2º do Art.
§ 3º – (Revogado pelo inciso I do Art. 6º da Emenda à 201 da Constituição da República quanto ao valor do
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) benefício, quando se tratar da única fonte de renda formal
• Dispositivo revogado: auferida pelo dependente, e tratará de forma diferenciada
“§ 3º – Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por a concessão da pensão na hipótese de morte dos
ocasião de sua concessão, serão consideradas as servidores de que trata o inciso II do § 4º-A decorrente de
remunerações utilizadas como base para as contribuições agressão sofrida no exercício ou em razão da função.
do servidor aos regimes de previdência de que tratam este • (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
artigo e os arts. 40 e 201 da Constituição da República, na Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
forma da lei.” § 8º – É assegurado o reajustamento dos benefícios de
• (Vide Art. 5º da Lei Complementar nº 128, de pensão e aposentadoria para preservar, em caráter
1/11/2013.) permanente, seu valor real, conforme critérios
§ 4º – É vedada a adoção de requisitos ou critérios estabelecidos em lei.
diferenciados para a concessão de benefícios do regime § 9º – O tempo de contribuição federal, estadual, distrital
próprio de previdência social do Estado, ressalvado o ou municipal será contado para fins de aposentadoria,
disposto nos §§ 4º-A e 5º. observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do Art. 201 da
• (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à Constituição da República, e o tempo de serviço
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) correspondente será contado para fins de disponibilidade.
• (Vide Art. 5º da Lei Complementar nº 128, de • (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
1/11/2013.) Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
§ 4º-A – Serão estabelecidos em lei complementar os § 10 – A lei não poderá estabelecer nenhuma forma de
critérios de idade e tempo de contribuição diferenciados contagem de tempo de contribuição fictício.
para aposentadoria: § 11 – Aplica-se o limite fixado no § 1º do Art. 24 à soma
I – de servidores com deficiência; total dos proventos de aposentadoria ou da remuneração
II – de ocupantes dos cargos de carreiras policiais, de de inatividade dos militares, inclusive quando decorrentes
agente penitenciário e de agente socioeducativo e dos da acumulação de cargos, funções ou empregos públicos,
membros da polícia legislativa a que se refere o inciso III bem como de outras atividades sujeitas à contribuição
do caput do Art. 62; para o regime geral de previdência social, e ao montante
III – de servidores cujas atividades sejam exercidas com resultante da adição de proventos de aposentadoria com
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos remuneração de cargo, de cargo em comissão declarado
prejudiciais à saúde, ou a associação desses agentes, em lei de livre nomeação e exoneração ou de cargo
vedada a caracterização por categoria profissional ou eletivo, salvo quando se tratar de cargos, empregos,
ocupação. funções ou proventos acumuláveis na forma desta
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à Constituição.
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) • (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
§ 5º – Os ocupantes do cargo de professor poderão Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
aposentar-se, voluntariamente, aos cinquenta e sete § 12 – Além do disposto neste artigo, o regime de
anos de idade, se mulher, e aos sessenta anos de idade, previdência dos servidores públicos titulares de cargo
se homem, desde que comprovem o tempo, fixado em lei efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
complementar, de efetivo exercício das funções de fixados para o regime geral de previdência social.
magistério na educação infantil e no ensino fundamental § 13 – Aplica-se ao agente público ocupante,
e médio. exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei
• (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à de livre nomeação e exoneração ou de outro cargo
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) temporário, ao detentor de mandato eletivo e ao
§ 6º – É vedada: ocupante de emprego público o regime geral de
I – a percepção de mais de uma aposentadoria pelos previdência social, em observância ao disposto no § 13 do
regimes de previdência a que se referem este artigo e o Art. 40 da Constituição da República.
Art. 40 da Constituição da República, ressalvadas as • (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
forma prevista nesta Constituição; § 14 – O benefício do regime próprio de previdência social,
II – a percepção simultânea de proventos de limitado ao valor máximo do benefício do regime geral de
aposentadoria pelo regime de previdência a que se previdência social, observado o disposto no § 16, poderá
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ser cumulado com os valores de aposentadoria e pensão dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios
do regime de previdência complementar, criado por lei de do regime geral de previdência social de que trata o Art.
iniciativa do Governador. 201 da Constituição da República.
• (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à § 20 – Observados os critérios a serem estabelecidos em
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) lei, o servidor titular de cargo efetivo que tenha
• (Vide Lei Complementar nº 132, de 7/1/2014.) completado as exigências para a aposentadoria voluntária
§ 15 – O regime de previdência complementar de que e que opte por permanecer em atividade terá direito a
trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na abono de permanência equivalente ao valor da sua
modalidade de contribuição definida e será efetivado por contribuição previdenciária, até completar a idade para
intermédio de entidade fechada ou de entidade aberta de aposentadoria compulsória.
previdência complementar, observado o disposto no Art. • (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
202 da Constituição da República. Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
• (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à § 21 – É vedada, no âmbito do Estado, a existência de
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) mais de um regime próprio de previdência social e de
• (Vide Lei Complementar nº 132, de 7/1/2014.) mais de um órgão ou entidade gestora desse regime,
§ 16 – O disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao abrangidos todos os Poderes, órgãos e entidades
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo
da publicação do ato de instituição do regime de seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
previdência complementar, mediante sua prévia e e a natureza jurídica definidos na lei complementar federal
expressa opção. de que trata o § 22 do Art. 40 da Constituição da
• (Vide Lei Complementar nº 132, de 7/1/2014.) República.
§ 16-A – O Estado adotará mecanismos para incentivar a • (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
opção de que trata o § 16. Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à § 21-A – Os valores destinados aos benefícios dos
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) membros e servidores dos órgãos dos Poderes Legislativo
§ 17 – Todos os valores de remuneração considerados para e Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas e
o cálculo dos proventos da aposentadoria previsto no § 3º da Defensoria Pública integrarão os recursos de que trata
deste artigo serão devidamente atualizados, na forma da o Art. 162 desta Constituição e serão pagos pelas
lei. respectivas tesourarias.
§ 18 – O Estado, por meio de lei complementar, instituirá • (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à
contribuições para custeio do regime próprio de Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos § 22 – O órgão ou entidade gestora do regime próprio de
aposentados e dos pensionistas, que poderão ter previdência social dos servidores do Estado contará com
alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de colegiado, com participação paritária de representantes e
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de de servidores dos Poderes do Estado, ao qual caberá
pensões, observado o disposto no § 18 do Art. 40 da acompanhar e fiscalizar a administração do regime, na
Constituição da República. forma do regulamento.
• (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à § 23 – Com o objetivo de assegurar recursos para o
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) pagamento de proventos de aposentadorias e pensões
§ 18-A – Quando houver déficit atuarial, a contribuição concedidas aos servidores e seus dependentes, em adição
ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir aos recursos do Tesouro, o Estado poderá constituir
sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de fundos integrados pelos recursos provenientes de
pensões que supere três salários mínimos. contribuições e por bens, direitos e ativos de qualquer
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e a
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) administração desses fundos.
§ 18-B – A contribuição de que trata o § 18-A será § 24 – É assegurado ao servidor afastar-se da atividade a
instituída por meio de lei específica. partir da data do requerimento de aposentadoria, e a não
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à concessão desta importará o retorno do requerente para
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) o cumprimento do tempo necessário à aquisição do
§ 18-C – No caso de adoção de alíquotas progressivas, nos direito, na forma da lei.
termos do § 18, os valores de referência utilizados para § 25 – Para fins de aposentadoria, será assegurada a
fins de fixação das faixas de incidência das alíquotas serão contagem recíproca do tempo de contribuição entre o
atualizados na mesma data e com o mesmo índice em que regime geral de previdência social e regime próprio de
se der o reajuste dos benefícios do regime geral de previdência social, e dos regimes próprios entre si,
previdência social, ressalvados aqueles eventualmente observada a compensação financeira, de acordo com os
vinculados ao salário mínimo, aos quais se aplicará a critérios estabelecidos em lei.
legislação específica. • (Parágrafo com redação dada pelo Art. 2º da Emenda à
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) § 26 – O tempo de serviço militar exercido nas atividades
§ 19 – Quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de que tratam os arts. 42, 142 e 143 da Constituição da
de doença incapacitante, a contribuição prevista no § 18 República e o tempo de contribuição ao regime geral de
deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de previdência social ou a regime próprio de previdência
proventos de aposentadoria e de pensão que superem o social terão contagem recíproca, desde que não
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concomitantes, para fins de inativação militar ou dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o
aposentadoria, e a compensação financeira será devida fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
entre as receitas de contribuição referentes aos militares mundo;
e as receitas de contribuição aos respectivos regimes.
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) Considerando que o desconhecimento e o desprezo
§ 27 – É vedada a complementação de aposentadorias de dos direitos do Homem conduziram a atos de
servidores públicos e de pensões por morte a seus barbárie que revoltam a consciência da Humanidade
dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ e que o advento de um mundo em que os seres
14 a 16 ou que não seja prevista em lei que extinga regime humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do
próprio de previdência social. terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à inspiração do Homem;
Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
§ 28 – O servidor público titular de cargo efetivo poderá
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
Considerando que é essencial a proteção dos
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que direitos do Homem através de um regime de direito,
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, para que o Homem não seja compelido, em supremo
enquanto permanecer nessa condição, desde que possua recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o
cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de Considerando que é essencial encorajar o
origem. desenvolvimento de relações amistosas entre as
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à
nações;
Constituição nº 104, de 14/9/2020.)
§ 29 – A aposentadoria concedida com a utilização de
tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou Considerando que, na Carta, os povos das Nações
função pública, inclusive do regime geral de previdência Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos
social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da
referido tempo de contribuição. pessoa humana, na igualdade de direitos dos
• (Parágrafo acrescentado pelo Art. 2º da Emenda à homens e das mulheres e se declaram resolvidos a
Constituição nº 104, de 14/9/2020.) favorecer o progresso social e a instaurar melhores
• (Artigo com redação dada pelo Art. 9º da Emenda à
condições de vida dentro de uma liberdade mais
Constituição nº 84, de 22/12/2010.)
• (Artigo regulamentado pela Lei Complementar nº 44, de
ampla;
5/7/1996.)
Art. 37 – (Revogado pelo Art. 49 da Emenda à Constituição Considerando que os Estados-Membros se
nº 84, de 22/12/2010.) comprometeram a promover, em cooperação com a
• Dispositivo revogado: Organização das Nações Unidas, o respeito universal
“Art. 37 – O servidor público que retornar à atividade após e efetivo dos direitos do Homem e das liberdades
a cessação dos motivos que causaram sua aposentadoria fundamentais;
por invalidez, terá direito, para todos os fins, salvo para o
de promoção, à contagem do tempo relativo ao período
Considerando que uma concepção comum destes
de afastamento.”
direitos e liberdades é da mais alta importância para
dar plena satisfação a tal compromisso:
A Assembléia Geral proclama a presente Declaração
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS Universal dos Direitos Humanos como ideal comum
a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim
de que todos os indivíduos e todos os órgãos da
sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se
esforcem, pelo ensino e pela educação, por
desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e
por promover, por medidas progressivas de ordem
Declaração Universal dos Direitos Humanos nacional e internacional, o seu reconhecimento e a
sua aplicação universais e efetivos tanto entre as
RESOLUÇÃO Nº 217 DA 3ª ASSEMBLEIA GERAL DA populações dos próprios Estados-Membros como
ONU, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1948 entre as dos territórios colocados sob a sua
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS jurisdição.
HUMANOS Artigo 1º
Preâmbulo Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
Considerando que o reconhecimento da dignidade dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
inerente a todos os membros da família humana e
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consciência, devem agir uns para com os outros em 2. Ninguém será condenado por ações ou omissões
espírito de fraternidade. que, no momento da sua prática, não constituíam
Artigo 2º ato delituoso à face do direito interno ou
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e internacional. Do mesmo modo, não será infligida
as liberdades proclamados na presente Declaração, pena mais grave do que a que era aplicável no
sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de momento em que o ato delituoso foi cometido.
cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política Artigo 12º
ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida
de nascimento ou de qualquer outra situação. Além privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua
disso, não será feita nenhuma distinção fundada no correspondência, nem ataques à sua honra e
estatuto político, jurídico ou internacional do país ou reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda
do território da naturalidade da pessoa, seja esse a pessoa tem direito à proteção da lei.
país ou território independente, sob tutela, Artigo 13º
autônomo ou sujeito a alguma limitação de 1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular
soberania. e escolher a sua residência no interior de um Estado.
Artigo 3º 2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
segurança pessoal. regressar ao seu país.
Artigo 4º Artigo 14º
Ninguém será mantido em escravatura ou em 1. Toda a pessoa sujeita à perseguição tem o direito
servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.
todas as formas, são proibidos. 2. Este direito não pode, porém, ser invocado no
Artigo 5º caso de processo realmente existente por crime de
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou direito comum ou por atividades contrárias aos fins
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. e aos princípios das Nações Unidas.
Artigo 6º Artigo 15º
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, 1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma
em todos os lugares, da sua personalidade jurídica. nacionalidade.
Artigo 7º 2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm nacionalidade nem do direito de mudar de
direito à igual proteção da lei. Todos têm direito à nacionalidade.
proteção igual contra qualquer discriminação que Artigo 16º
viole a presente Declaração e contra qualquer 1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm
incitamento a tal discriminação. o direito de casar e de constituir família, sem
Artigo 8º restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião.
Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as Durante o casamento e na altura da sua dissolução,
jurisdições nacionais competentes contra os atos ambos têm direitos iguais.
que violem os direitos fundamentais reconhecidos 2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e
pela Constituição ou pela Lei. pleno consentimento dos futuros esposos.
Artigo 9º 3. A família é o elemento natural e fundamental da
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou sociedade e tem direito à proteção desta e do
exilado. Estado.
Artigo 10º Artigo 17º
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que 1. Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito
a sua causa seja eqüitativa e publicamente julgada à propriedade.
por um tribunal independente e imparcial que 2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
decida dos seus direitos e obrigações ou das razões propriedade.
de qualquer acusação em matéria penal que contra Artigo 18º
ela seja deduzida. Toda a pessoa tem direito à liberdade de
Artigo 11º pensamento, de consciência e de religião; este
1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso direito implica a liberdade de mudar de religião ou
presume-se inocente até que a sua culpabilidade de convicção, assim como a liberdade de manifestar
fique legalmente provada no decurso de um a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto
processo público em que todas as garantias em público como em privado, pelo ensino, pela
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. prática, pelo culto e pelos ritos.
Artigo 19º
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Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião assistência médica e ainda quanto aos serviços
e de expressão, o que implica o direito de não ser sociais necessários, e tem direito à segurança no
inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na
receber e difundir, sem consideração de fronteiras, velhice ou noutros casos de perda de meios de
informações e idéias por qualquer meio de subsistência por circunstâncias independentes da
expressão. sua vontade.
Artigo 20º 2. A maternidade e a infância têm direito à ajuda e à
1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
e de associação pacíficas. dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma proteção social.
associação. Artigo 26º
Artigo 21º 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao
direção dos negócios públicos do seu país, quer ensino elementar fundamental. O ensino elementar
diretamente, quer por intermédio de representantes é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve
livremente escolhidos. ser generalizado; o acesso aos estudos superiores
2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em deve estar aberto a todos em plena igualdade, em
condições de igualdade, às funções públicas do seu função do seu mérito.
país. 2. A educação deve visar à plena expansão da
3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade personalidade humana e ao reforço dos direitos do
dos poderes públicos: e deve exprimir-se através de Homem e das liberdades fundamentais e deve
eleições honestas a realizar-se periodicamente por favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade
sufrágio universal e igual, com voto secreto ou entre todas as nações e todos os grupos raciais ou
segundo processo equivalente que salvaguarde a religiosos, bem como o desenvolvimento das
liberdade de voto. atividades das Nações Unidas para a manutenção da
Artigo 22º paz.
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem 3. Aos pais pertence a prioridade do direito de
direito à segurança social; e pode legitimamente escolher o gênero de educação a dar aos filhos.
exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e Artigo 27º
culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte
à cooperação internacional, de harmonia com a livremente na vida cultural da comunidade, de fruir
organização e os recursos de cada país. as artes e de participar no progresso científico e nos
Artigo 23º benefícios que deste resultam.
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre 2. Todos têm direito à proteção dos interesses
escolha do trabalho, a condições eqüitativas e morais e materiais ligados a qualquer produção
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o científica, literária ou artística da sua autoria.
desemprego. Artigo 28º
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano
salário igual por trabalho igual. social e no plano internacional, uma ordem capaz de
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração tornar plenamente efetivos os direitos e as
eqüitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua liberdades enunciadas na presente Declaração.
família uma existência conforme com a dignidade Artigo 29º
humana, e completada, se possível, por todos os 1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade,
outros meios de proteção social. fora da qual não é possível o livre e pleno
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras desenvolvimento da sua personalidade.
pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para 2. No exercício deste direito e no gozo destas
defesa dos seus interesses. liberdades ninguém está sujeito senão às limitações
Artigo 24º estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, promover o reconhecimento e o respeito dos
especialmente, a uma limitação razoável da duração direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer
do trabalho e às férias periódicas pagas. as justas exigências da moral, da ordem pública e do
Artigo 25º bem-estar numa sociedade democrática.
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida 3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão
suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde ser exercidos contrariamente e aos fins e aos
e o bem-estar, principalmente quanto à princípios das Nações Unidas.
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à Artigo 30º
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e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes
Decreto nº 7.037/2009 e suas alterações (Programa e de proteção das pessoas ameaçadas;
Nacional de Direitos Humanos) f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal,
priorizando a aplicação de penas e medidas alternativas à
privação de liberdade e melhoria do sistema
Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos -
penitenciário; e
PNDH-3 e dá outras providências.
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais
acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
a defesa de direitos;
lhe confere o Art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos
DECRETA:
Humanos:
Art. 1o Fica aprovado o Programa Nacional de Direitos
a) Diretriz 18: Efetivação das Diretrizes e dos princípios da
Humanos - PNDH-3, em consonância com as Diretrizes,
política nacional de educação em Direitos Humanos para
objetivos estratégicos e ações programáticas
fortalecer uma cultura de direitos;
estabelecidos, na forma do Anexo deste Decreto.
b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da
Art. 2o O PNDH-3 será implementado de acordo com os
democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de
seguintes eixos orientadores e suas respectivas Diretrizes:
educação básica, nas instituições de ensino superior e nas
I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e
instituições formadoras;
sociedade civil:
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e
como espaço de defesa e promoção dos Direitos
sociedade civil como instrumento de fortalecimento da
Humanos;
democracia participativa;
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como
Humanos no serviço público; e
instrumento transversal das políticas públicas e de
e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação
interação democrática; e
democrática e ao acesso à informação para consolidação
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de
de uma cultura em Direitos Humanos; e
informações em Direitos Humanos e construção de
VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:
mecanismos de avaliação e monitoramento de sua
a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade
efetivação;
como Direito Humano da cidadania e dever do Estado;
II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos
b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e
Humanos:
construção pública da verdade; e
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento
c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada
sustentável, com inclusão social e econômica,
com promoção do direito à memória e à verdade,
ambientalmente equilibrado e tecnologicamente
fortalecendo a democracia.
responsável, cultural e regionalmente diverso,
Parágrafo único. A implementação do PNDH-3, além dos
participativo e não discriminatório;
responsáveis nele indicados, envolve parcerias com outros
b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito
órgãos federais relacionados com os temas tratados nos
central do processo de desenvolvimento; e
eixos orientadores e suas Diretrizes.
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais
Art. 3o As metas, prazos e recursos necessários para a
como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras
implementação do PNDH-3 serão definidos e aprovados
como sujeitos de direitos;
em Planos de Ação de Direitos Humanos bianuais.
III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um
Art. 4o Fica instituído o Comitê de Acompanhamento e
contexto de desigualdades:
Monitoramento do PNDH-3, com a finalidade de:
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma
(Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
universal, indivisível e interdependente, assegurando a
Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os
cidadania plena;
órgãos do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e
Ministério Público, serão convidados a aderir ao PNDH-3.
adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de
Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data de sua
forma não discriminatória, assegurando seu direito de
publicação.
opinião e participação;
Art. 7o Fica revogado o Decreto no 4.229, de 13 de maio
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e
de 2002.
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;
Brasília, 21 de dezembro de 2009; 188o da Independência
IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça
e 121o da República.
e Combate à Violência:
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema
de segurança pública;
b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no ANEXO
sistema de segurança pública e justiça criminal; Eixo Orientador I:
c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e Interação democrática entre Estado e sociedade civil
profissionalização da investigação de atos criminosos; A partir da metade dos anos 1970, começam a ressurgir
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com no Brasil iniciativas de rearticulação dos movimentos
ênfase na erradicação da tortura e na redução da sociais, a despeito da repressão política e da ausência de
letalidade policial e carcerária; canais democráticos de participação. Fortes protestos e a
luta pela democracia marcaram esse período.
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Paralelamente, surgiram iniciativas populares nos bairros Direitos Humanos constitui princípio transversal a ser
reivindicando direitos básicos como saúde, transporte, considerado em todas as políticas públicas.
moradia e controle do custo de vida. Em um primeiro As diretrizes deste capítulo discorrem sobre a importância
momento, eram iniciativas atomizadas, buscando de fortalecer a garantia e os instrumentos de participação
conquistas parciais, mas que ao longo dos anos foram se social, o caráter transversal dos Direitos Humanos e a
caracterizando como movimentos sociais organizados. construção de mecanismos de avaliação e monitoramento
Com o avanço da democratização do País, os movimentos de sua efetivação. Isso inclui a construção de sistema de
sociais multiplicaram-se. Alguns deles institucionalizaram- indicadores de Direitos Humanos e a articulação das
se e passaram a ter expressão política. Os movimentos políticas e instrumentos de monitoramento existentes.
populares e sindicatos foram, no caso brasileiro, os O Poder Executivo tem papel protagonista na
principais promotores da mudança e da ruptura política coordenação e implementação do PNDH-3, mas faz-se
em diversas épocas e contextos históricos. Com efeito, necessária a definição de responsabilidades
durante a etapa de elaboração da Constituição Cidadã de compartilhadas entre a União, Estados, Municípios e do
1988, esses segmentos atuaram de forma especialmente Distrito Federal na execução de políticas públicas, tanto
articulada, afirmando-se como um dos pilares da quanto a criação de espaços de participação e controle
democracia e influenciando diretamente os rumos do social nos Poderes Judiciário e Legislativo, no Ministério
País. Público e nas Defensorias, em ambiente de respeito,
Nos anos que se seguiram, os movimentos passaram a se proteção e efetivação dos Direitos Humanos. O conjunto
consolidar por meio de redes com abrangência regional dos órgãos do Estado – não apenas no âmbito do
ou nacional, firmando-se como sujeitos na formulação e Executivo Federal – deve estar comprometido com a
monitoramento das políticas públicas. Nos anos 1990, implementação e monitoramento do PNDH-3.
desempenharam papel fundamental na resistência a Aperfeiçoar a interlocução entre Estado e sociedade civil
todas as orientações do neoliberalismo de flexibilização depende da implementação de medidas que garantam à
dos direitos sociais, privatizações, dogmatismo do sociedade maior participação no acompanhamento e
mercado e enfraquecimento do Estado. Nesse mesmo monitoramento das políticas públicas em Direitos
período, multiplicaram-se pelo País experiências de Humanos, num diálogo plural e transversal entre os vários
gestão estadual e municipal em que lideranças desses atores sociais e deles com o Estado. Ampliar o controle
movimentos, em larga escala, passaram a desempenhar externo dos órgãos públicos por meio de ouvidorias,
funções de gestores públicos. monitorar os compromissos internacionais assumidos
Com as eleições de 2002, alguns dos setores mais pelo Estado brasileiro, realizar conferências periódicas
organizados da sociedade trouxeram reivindicações sobre a temática, fortalecer e apoiar a criação de
históricas acumuladas, passando a influenciar conselhos nacional, distrital, estaduais e municipais de
diretamente a atuação do governo e vivendo de perto Direitos Humanos, garantindo-lhes eficiência, autonomia
suas contradições internas. e independência são algumas das formas de assegurar o
Nesse novo cenário, o diálogo entre Estado e sociedade aperfeiçoamento das políticas públicas por meio de
civil assumiu especial relevo, com a compreensão e a diálogo, de mecanismos de controle e das ações contínuas
preservação do distinto papel de cada um dos segmentos da sociedade civil. Fortalecer as informações em Direitos
no processo de gestão. A interação é desenhada por Humanos com produção e seleção de indicadores para
acordos e dissensos, debates de idéias e pela deliberação mensurar demandas, monitorar, avaliar, reformular e
em torno de propostas. Esses requisitos são propor ações efetivas, garante e consolida o controle
imprescindíveis ao pleno exercício da democracia, social e a transparência das ações governamentais.
cabendo à sociedade civil exigir, pressionar, cobrar, A adoção de tais medidas fortalecerá a democracia
criticar, propor e fiscalizar as ações do Estado. participativa, na qual o Estado atua como instância
Essa concepção de interação democrática construída republicana da promoção e defesa dos Direitos Humanos
entre os diversos órgãos do Estado e a sociedade civil e a sociedade civil como agente ativo – propositivo e
trouxe consigo resultados práticos em termos de políticas reativo – de sua implementação.
públicas e avanços na interlocução de setores do poder Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e
público com toda a diversidade social, cultural, étnica e sociedade civil como instrumento de fortalecimento da
regional que caracteriza os movimentos sociais em nosso democracia participativa.
País. Avançou-se fundamentalmente na compreensão de Objetivo estratégico I:
que os Direitos Humanos constituem condição para a Garantia da participação e do controle social das políticas
prevalência da dignidade humana, e que devem ser públicas em Direitos Humanos, em diálogo plural e
promovidos e protegidos por meio do esforço conjunto do transversal entre os vários atores sociais.
Estado e da sociedade civil. Ações programáticas:
Uma das finalidades do PNDH-3 é dar continuidade à a)Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a instituição do
integração e ao aprimoramento dos mecanismos de Conselho Nacional dos Direitos Humanos, dotado de
participação existentes, bem como criar novos meios de recursos humanos, materiais e orçamentários para o seu
construção e monitoramento das políticas públicas sobre pleno funcionamento, e efetuar seu credenciamento
Direitos Humanos no Brasil. junto ao Escritório do Alto Comissariado das Nações
No âmbito institucional o PNDH-3, amplia as conquistas na Unidas para os Direitos Humanos como "Instituição
área dos direitos e garantias fundamentais, pois Nacional Brasileira", como primeiro passo rumo à adoção
internaliza a diretriz segundo a qual a primazia dos plena dos "Princípios de Paris".
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Objetivo estratégico I:
da Presidência da República; Ministério das Relações Promoção dos Direitos Humanos como princípios
Exteriores orientadores das políticas públicas e das relações
b)Fomentar a criação e o fortalecimento dos conselhos de internacionais.
Direitos Humanos em todos os Estados e Municípios e no Ações programáticas:
Distrito Federal, bem como a criação de programas a)Considerar as diretrizes e objetivos estratégicos do
estaduais de Direitos Humanos. PNDH-3 nos instrumentos de planejamento do Estado, em
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da especial no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes
Presidência da República Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual.
c)Criar mecanismos que permitam ação coordenada entre Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
os diversos conselhos de direitos, nas três esferas da da Presidência da República; Secretaria-Geral da
Federação, visando a criação de agenda comum para a Presidência da República; Ministério do Planejamento,
implementação de políticas públicas de Direitos Orçamento e Gestão
Humanos. b)Propor e articular o reconhecimento do status
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos constitucional de instrumentos internacionais de Direitos
da Presidência da República, Secretaria-Geral da Humanos novos ou já existentes ainda não ratificados.
Presidência da República Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
d)Criar base de dados dos conselhos nacionais, estaduais, da Presidência da República; Ministério da Justiça;
distrital e municipais, garantindo seu acesso ao público Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da
em geral. República
Responsáveis: Secretaria-Geral da Presidência da c)Construir e aprofundar agenda de cooperação
República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da multilateral em Direitos Humanos que contemple
Presidência da República prioritariamente o Haiti, os países lusófonos do
e)Apoiar fóruns, redes e ações da sociedade civil que continente africano e o Timor-Leste.
fazem acompanhamento, controle social e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
monitoramento das políticas públicas de Direitos da Presidência da República; Ministério das Relações
Humanos. Exteriores
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos d)Aprofundar a agenda Sul-Sul de cooperação bilateral em
da Presidência da República; Secretaria-Geral da Direitos Humanos que contemple prioritariamente os
Presidência da República países lusófonos do continente africano, o Timor-Leste,
f)Estimular o debate sobre a regulamentação e Caribe e a América Latina.
efetividade dos instrumentos de participação social e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
consulta popular, tais como lei de iniciativa popular, da Presidência da República; Ministério das Relações
referendo, veto popular e plebiscito. Exteriores
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Objetivo estratégico II:
da Presidência da República; Secretaria-Geral da Fortalecimento dos instrumentos de interação
Presidência da República democrática para a promoção dos Direitos Humanos.
g)Assegurar a realização periódica de conferências de Ações programáticas:
Direitos Humanos, fortalecendo a interação entre a a)Criar o Observatório Nacional dos Direitos Humanos
sociedade civil e o poder público. para subsidiar, com dados e informações, o trabalho de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da monitoramento das políticas públicas e de gestão
Presidência da República governamental e sistematizar a documentação e
Objetivo estratégico II: legislação, nacionais e internacionais, sobre Direitos
Ampliação do controle externo dos órgãos públicos. Humanos.
Ações programáticas: Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
a)Ampliar a divulgação dos serviços públicos voltados para Presidência da República
a efetivação dos Direitos Humanos, em especial nos canais b)Estimular e reconhecer pessoas e entidades com
de transparência. destaque na luta pelos Direitos Humanos na sociedade
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da brasileira e internacional, com a concessão de premiação,
Presidência da República bolsas e outros incentivos, na forma da legislação
b)Propor a instituição da Ouvidoria Nacional dos Direitos aplicável.
Humanos, em substituição à Ouvidoria-Geral da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Cidadania, com independência e autonomia política, com da Presidência da República; Ministério das Relações
mandato e indicação pelo Conselho Nacional dos Direitos Exteriores
Humanos, assegurando recursos humanos, materiais e c)Criar selo nacional "Direitos Humanos", a ser concedido
financeiros para seu pleno funcionamento. às entidades públicas e privadas que comprovem atuação
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da destacada na defesa e promoção dos direitos
Presidência da República fundamentais.
c)Fortalecer a estrutura da Ouvidoria Agrária Nacional. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário da Presidência da República; Ministério da Justiça
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de
instrumento transversal das políticas públicas e de informação em Direitos Humanos e construção de
interação democrática.
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mecanismos de avaliação e monitoramento de sua Recomendações advindas de relatores especiais do
efetivação. Conselho de Direitos Humanos da ONU;
Objetivo estratégico I: Recomendações advindas dos comitês de tratados do
Desenvolvimento de mecanismos de controle social das Mecanismo de Revisão Periódica;
políticas públicas de Direitos Humanos, garantindo o Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
monitoramento e a transparência das ações da Presidência da República; Ministério das Relações
governamentais. Exteriores
Ações programáticas: d)Definir e institucionalizar fluxo de informações, com
a)Instituir e manter sistema nacional de indicadores em responsáveis em cada órgão do governo federal e
Direitos Humanos, de forma articulada com os órgãos unidades da Federação, referentes aos relatórios
públicos e a sociedade civil. internacionais de Direitos Humanos e às recomendações
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da dos relatores especiais do Conselho de Direitos Humanos
Presidência da República da ONU e dos comitês de tratados.
b)Integrar os sistemas nacionais de informações para Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
elaboração de quadro geral sobre a implementação de da Presidência da República; Ministério das Relações
políticas públicas e violações aos Direitos Humanos. Exteriores
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da e)Definir e institucionalizar fluxo de informações, com
Presidência da República responsáveis em cada órgão do governo federal,
c)Articular a criação de base de dados com temas referentes aos relatórios da Comissão Interamericana de
relacionados aos Direitos Humanos. Direitos Humanos e às decisões da Corte Interamericana
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da de Direitos Humanos.
Presidência da República Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
d)Utilizar indicadores em Direitos Humanos para da Presidência da República; Ministério das Relações
mensurar demandas, monitorar, avaliar, reformular e Exteriores
propor ações efetivas. f)Criar banco de dados público sobre todas as
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos recomendações dos sistemas ONU e OEA feitas ao Brasil,
da Presidência da República; Secretaria Especial de contendo as medidas adotadas pelos diversos órgãos
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; públicos para seu cumprimento.
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Racial da Presidência da República; Ministério da Saúde; da Presidência da República; Ministério das Relações
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Exteriores
Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; Ministério Eixo Orientador II:
do Meio Ambiente; Ministério da Cultura; Ministério do Desenvolvimento e Direitos Humanos
Turismo; Ministério do Esporte; Ministério do O tema "desenvolvimento" tem sido amplamente
Desenvolvimento Agrário debatido por ser um conceito complexo e multidisciplinar.
e)Propor estudos visando a criação de linha de Não existe modelo único e preestabelecido de
financiamento para a implementação de institutos de desenvolvimento, porém, pressupõe-se que ele deva
pesquisa e produção de estatísticas em Direitos Humanos garantir a livre determinação dos povos, o
nos Estados. reconhecimento de soberania sobre seus recursos e
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da riquezas naturais, respeito pleno à sua identidade cultural
Presidência da República e a busca de equidade na distribuição das riquezas.
Objetivo estratégico II: Durante muitos anos, o crescimento econômico, medido
Monitoramento dos compromissos internacionais pela variação anual do Produto Interno Bruto (PIB), foi
assumidos pelo Estado brasileiro em matéria de Direitos usado como indicador relevante para medir o avanço de
Humanos. um país. Acreditava-se que, uma vez garantido o aumento
Ações programáticas: de bens e serviços, sua distribuição ocorreria de forma a
a)Elaborar relatório anual sobre a situação dos Direitos satisfazer as necessidades de todas as pessoas. Constatou-
Humanos no Brasil, em diálogo participativo com a se, porém, que, embora importante, o crescimento do PIB
sociedade civil. não é suficiente para causar, automaticamente, melhoria
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos do bem estar para todas as camadas sociais. Por isso, o
da Presidência da República; Ministério das Relações conceito de desenvolvimento foi adotado por ser mais
Exteriores abrangente e refletir, de fato, melhorias nas condições de
b)Elaborar relatórios periódicos para os órgãos de vida dos indivíduos.
tratados da ONU, no prazo por eles estabelecidos, com A teoria predominante de desenvolvimento econômico o
base em fluxo de informações com órgãos do governo define como um processo que faz aumentar as
federal e com unidades da Federação. possibilidades de acesso das pessoas a bens e serviços,
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos propiciadas pela expansão da capacidade e do âmbito das
da Presidência da República; Ministério das Relações atividades econômicas. O desenvolvimento seria a
Exteriores medida qualitativa do progresso da economia de um país,
c)Elaborar relatório de acompanhamento das relações refletindo transições de estágios mais baixos para estágios
entre o Brasil e o sistema ONU que contenha, entre mais altos, por meio da adoção de novas tecnologias que
outras, as seguintes informações: permitem e favorecem essa transição. Cresce nos últimos
anos a assimilação das idéias desenvolvidas por Amartya
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Sem, que abordam o desenvolvimento como liberdade e sociedade e no governo, incorporando a relação entre os
seus resultados centrados no bem estar social e, por direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais,
conseguinte, nos direitos do ser humano. buscando a garantia do acesso ao trabalho, à saúde, à
São essenciais para o desenvolvimento as liberdades e os educação, à alimentação, à vida cultural, à moradia
direitos básicos como alimentação, saúde e educação. As adequada, à previdência, à assistência social e a um meio
privações das liberdades não são apenas resultantes da ambiente sustentável. A inclusão do tema
escassez de recursos, mas sim das desigualdades Desenvolvimento e Direitos Humanos na 11a Conferência
inerentes aos mecanismos de distribuição, da ausência de Nacional reforçou as estratégias governamentais em sua
serviços públicos e de assistência do Estado para a proposta de desenvolvimento.
expansão das escolhas individuais. Este conceito de Assim, este capítulo do PNDH-3 propõe instrumentos de
desenvolvimento reconhece seu caráter pluralista e a tese avanço e reforça propostas para políticas públicas de
de que a expansão das liberdades não representa redução das desigualdades sociais concretizadas por meio
somente um fim, mas também o meio para seu alcance. de ações de transferência de renda, incentivo à economia
Em consequência, a sociedade deve pactuar as políticas solidária e ao cooperativismo, à expansão da reforma
sociais e os direitos coletivos de acesso e uso dos recursos. agrária, ao fomento da aquicultura, da pesca e do
A partir daí, a medição de um índice de desenvolvimento extrativismo e da promoção do turismo sustentável.
humano veio substituir a medição de aumento do PIB, O PNDH-3 inova ao incorporar o meio ambiente saudável
uma vez que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e as cidades sustentáveis como Direitos Humanos, propõe
combina a riqueza per capita indicada pelo PIB aos a inclusão do item "direitos ambientais" nos relatórios de
aspectos de educação e expectativa de vida, permitindo, monitoramento sobre Direitos Humanos e do item
pela primeira vez, uma avaliação de aspectos sociais não "Direitos Humanos" nos relatórios ambientais, assim
mensurados pelos padrões econométricos. como fomenta pesquisas de tecnologias socialmente
No caso do Brasil, por muitos anos o crescimento inclusivas.
econômico não levou à distribuição justa de renda e Nos projetos e empreendimentos com grande impacto
riqueza, mantendo-se elevados índices de desigualdade. socioambiental, o PNDH-3 garante a participação efetiva
As ações de Estado voltadas para a conquista da igualdade das populações atingidas, assim como prevê ações
socioeconômica requerem ainda políticas permanentes, mitigatórias e compensatórias. Considera fundamental
de longa duração, para que se verifique a plena proteção fiscalizar o respeito aos Direitos Humanos nos projetos
e promoção dos Direitos Humanos. É necessário que o implementados pelas empresas transnacionais, bem
modelo de desenvolvimento econômico tenha a como seus impactos na manipulação das políticas de
preocupação de aperfeiçoar os mecanismos de desenvolvimento. Nesse sentido, avalia como importante
distribuição de renda e de oportunidades para todos os mensurar o impacto da biotecnologia aplicada aos
brasileiros, bem como incorpore os valores de alimentos, da nanotecnologia, dos poluentes orgânicos
preservação ambiental. Os debates sobre as mudanças persistentes, metais pesados e outros poluentes
climáticas e o aquecimento global, gerados pela inorgânicos em relação aos Direitos Humanos.
preocupação com a maneira com que os países vêm Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é
explorando os recursos naturais e direcionando o capacitar as pessoas e as comunidades a exercerem a
progresso civilizatório, está na agenda do dia. Esta cidadania, com direitos e responsabilidades. É incorporar,
discussão coloca em questão os investimentos em nos projetos, a própria população brasileira, por meio de
infraestrutura e modelos de desenvolvimento econômico participação ativa nas decisões que afetam diretamente
na área rural, baseados, em grande parte, no agronegócio, suas vidas. É assegurar a transparência dos grandes
sem a preocupação com a potencial violação dos direitos projetos de desenvolvimento econômico e mecanismos
de pequenos e médios agricultores e das populações de compensação para a garantia dos Direitos Humanos
tradicionais. das populações diretamente atingidas.
O desenvolvimento pode ser garantido se as pessoas Por fim, este PNDH-3 reforça o papel da equidade no
forem protagonistas do processo, pressupondo a garantia Plano Plurianual, como instrumento de garantia de
de acesso de todos os indivíduos aos direitos econômicos, priorização orçamentária de programas sociais.
sociais, culturais e ambientais, e incorporando a Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento
preocupação com a preservação e a sustentabilidade sustentável, com inclusão social e econômica,
como eixos estruturantes de proposta renovada de ambientalmente equilibrado e tecnologicamente
progresso. Esses direitos têm como foco a distribuição da responsável, cultural e regionalmente diverso,
riqueza, dos bens e serviços. participativo e não discriminatório.
Todo esse debate traz desafios para a conceituação sobre Objetivo estratégico I:
os Direitos Humanos no sentido de incorporar o Implementação de políticas públicas de desenvolvimento
desenvolvimento como exigência fundamental. A com inclusão social.
perspectiva dos Direitos Humanos contribui para Ações programáticas:
redimensionar o desenvolvimento. Motiva a passar da a)Ampliar e fortalecer as políticas de desenvolvimento
consideração de problemas individuais a questões de social e de combate à fome, visando a inclusão e a
interesse comum, de bem-estar coletivo, o que alude promoção da cidadania, garantindo a segurança alimentar
novamente o Estado e o chama à corresponsabilidade e nutricional, renda mínima e assistência integral às
social e à solidariedade. famílias.
Ressaltamos que a noção de desenvolvimento está sendo Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
amadurecida como parte de um debate em curso na Combate à Fome
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b)Expandir políticas públicas de geração e transferência Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
de renda para erradicação da extrema pobreza e redução Combate à Fome; Ministério da Integração Nacional;
da pobreza. Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Trabalho e Emprego; Ministério da Justiça; Secretaria
Combate à Fome Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
c)Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável local Presidência da República; Ministério da Cultura;
para redução das desigualdades inter e intrarregionais e o Ministério da Pesca e Aquicultura
aumento da autonomia e sustentabilidade de espaços k)Integrar políticas sociais e de geração de emprego e
sub-regionais. renda para o combate à pobreza urbana, em especial de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos catadores de materiais recicláveis e população em
da Presidência da República; Ministério do situação de rua.
Desenvolvimento Agrário Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
d)Avançar na implantação da reforma agrária, como Ministério do Meio Ambiente; Ministério do
forma de inclusão social e acesso aos direitos básicos, de Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério
forma articulada com as políticas de saúde, educação, das Cidades; Secretaria dos Direitos Humanos da
meio ambiente e fomento à produção alimentar. Presidência da República
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário l)Fortalecer políticas públicas de fomento à aquicultura e
e)Incentivar as políticas públicas de economia solidária, de à pesca sustentáveis, com foco nos povos e comunidades
cooperativismo e associativismo e de fomento a pequenas tradicionais de baixa renda, contribuindo para a
e micro empresas. segurança alimentar e a inclusão social, mediante a
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; criação e geração de trabalho e renda alternativos e
Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério das inserção no mercado de trabalho.
Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate Responsáveis: Ministério da Pesca e Aquicultura;
à Fome Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
f)Fortalecer políticas públicas de apoio ao extrativismo e Desenvolvimento Social e Combate à Fome
ao manejo florestal comunitário ambientalmente m)Promover o turismo sustentável com geração de
sustentáveis. trabalho e renda, respeito à cultura local, participação e
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério inclusão dos povos e das comunidades nos benefícios
do Desenvolvimento Agrário; Ministério do advindos da atividade turística.
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Responsáveis: Ministério do Turismo; Ministério do
g)Fomentar o debate sobre a expansão de plantios de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
monoculturas que geram impacto no meio ambiente e na Objetivo estratégico II:
cultura dos povos e comunidades tradicionais, tais como Fortalecimento de modelos de agricultura familiar e
eucalipto, cana-de-açúcar, soja, e sobre o manejo agroecológica.
florestal, a grande pecuária, mineração, turismo e pesca. Ações programáticas:
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da a)Garantir que nos projetos de reforma agrária e
Presidência da República agricultura familiar sejam incentivados os modelos de
h)Erradicar o trabalho infantil, bem como todas as formas produção agroecológica e a inserção produtiva nos
de violência e exploração sexual de crianças e mercados formais.
adolescentes nas cadeias produtivas, com base em Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
códigos de conduta e no Estatuto da Criança e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Adolescente. Exterior
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos b)Fortalecer a agricultura familiar camponesa e a pesca
da Presidência da República; Ministério do Turismo artesanal, com ampliação do crédito, do seguro, da
i)Garantir que os grandes empreendimentos e projetos de assistência técnica, extensão rural e da infraestrutura para
infraestrutura resguardem os direitos dos povos indígenas comercialização.
e de comunidades quilombolas e tradicionais, conforme Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
previsto na Constituição e nos tratados e convenções Ministério da Pesca e Aquicultura
internacionais. c)Garantir pesquisa e programas voltados à agricultura
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério dos familiar e pesca artesanal, com base nos princípios da
Transportes; Ministério da Integração Nacional; agroecologia.
Ministério de Minas e Energia; Secretaria Especial de Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Agricultura,
da República; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Pecuária e Abastecimento; Ministério da Pesca e
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Aquicultura; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Pesca e Aquicultura; Secretaria Especial de Portos da Comércio Exterior
Presidência da República d)Fortalecer a legislação e a fiscalização para evitar a
j)Integrar políticas de geração de emprego e renda e contaminação dos alimentos e danos à saúde e ao meio
políticas sociais para o combate à pobreza rural dos ambiente causados pelos agrotóxicos.
agricultores familiares, assentados da reforma agrária, Responsáveis: Ministério da Agricultura, Pecuária e
quilombolas, indígenas, famílias de pescadores e Abastecimento; Ministério do Meio Ambiente; Ministério
comunidades tradicionais. da Saúde; Ministério do Desenvolvimento Agrário
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e)Promover o debate com as instituições de ensino a)Apoiar ações que tenham como princípio o direito a
superior e a sociedade civil para a implementação de cidades inclusivas e acessíveis como elemento
cursos e realização de pesquisas tecnológicas voltados à fundamental da implementação de políticas urbanas.
temática socioambiental, agroecologia e produção Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial
orgânica, respeitando as especificidades de cada região. dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Desenvolvimento Agrário Exterior
Objetivo estratégico III: b)Fortalecer espaços institucionais democráticos,
Fomento à pesquisa e à implementação de políticas para participativos e de apoio aos Municípios para a
o desenvolvimento de tecnologias socialmente inclusivas, implementação de planos diretores que atendam aos
emancipatórias e ambientalmente sustentáveis. preceitos da política urbana estabelecidos no Estatuto da
Ações programáticas: Cidade.
a)Adotar tecnologias sociais de baixo custo e fácil Responsável: Ministério das Cidades
aplicabilidade nas políticas e ações públicas para a c)Fomentar políticas públicas de apoio aos Estados,
geração de renda e para a solução de problemas Distrito Federal e Municípios em ações sustentáveis de
socioambientais e de saúde pública. urbanização e regularização fundiária dos assentamentos
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; de população de baixa renda, comunidades pesqueiras e
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; de provisão habitacional de interesse social,
Ministério do Meio Ambiente; Ministério do materializando a função social da propriedade.
Desenvolvimento Agrário; Ministério da Saúde Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio
b)Garantir a aplicação do princípio da precaução na Ambiente; Ministério da Pesca e Aquicultura
proteção da agrobiodiversidade e da saúde, realizando d)Fortalecer a articulação entre os órgãos de governo e os
pesquisas que avaliem os impactos dos transgênicos no consórcios municipais para atuar na política de
meio ambiente e na saúde. saneamento ambiental, com participação da sociedade
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Meio civil.
Ambiente; Ministério de Ciência e Tecnologia Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio
c)Fomentar tecnologias alternativas para substituir o uso Ambiente; Secretaria de Relações Institucionais da
de substâncias danosas à saúde e ao meio ambiente, Presidência da República
como poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e e)Fortalecer a política de coleta, reaproveitamento,
outros poluentes inorgânicos. triagem, reciclagem e a destinação seletiva de resíduos
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; sólidos e líquidos, com a organização de cooperativas de
Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; reciclagem, que beneficiem as famílias dos catadores.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento
Exterior Social e Combate à Fome; Ministério do Meio Ambiente
d)Fomentar tecnologias de gerenciamento de resíduos f)Fomentar políticas e ações públicas voltadas à
sólidos e emissões atmosféricas para minimizar impactos mobilidade urbana sustentável.
à saúde e ao meio ambiente. Responsável: Ministério das Cidades
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; g)Considerar na elaboração de políticas públicas de
Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; desenvolvimento urbano os impactos na saúde pública.
Ministério das Cidades Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério das
e)Desenvolver e divulgar pesquisas públicas para Cidades
diagnosticar os impactos da biotecnologia e da h)Fomentar políticas públicas de apoio às organizações de
nanotecnologia em temas de Direitos Humanos. catadores de materiais recicláveis, visando à
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos disponibilização de áreas e prédios desocupados
da Presidência da República; Ministério da Saúde; pertencentes à União, a fim de serem transformados em
Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Agricultura, infraestrutura produtiva para essas organizações.
Pecuária e Abastecimento; Ministério de Ciência e Responsáveis: Ministério do Planejamento, Orçamento e
Tecnologia Gestão; Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e
f)Produzir, sistematizar e divulgar pesquisas econômicas e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e
metodologias de cálculo de custos socioambientais de Combate à Fome
projetos de infraestrutura, de energia e de mineração que i)Estimular a produção de alimentos de forma
sirvam como parâmetro para o controle dos impactos de comunitária, com uso de tecnologias de bases
grandes projetos. agroecológicas, em espaços urbanos e periurbanos
Responsáveis: Ministério da Ciência e Tecnologia; ociosos e fomentar a mobilização comunitária para a
Ministério de Minas e Energia; Ministério do Meio implementação de hortas, viveiros, pomares, canteiros de
Ambiente; Secretaria de Assuntos Estratégicos da ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades
Presidência da República; Ministério da Integração de processamento e beneficiamento agroalimentar, feiras
Nacional e mercados públicos populares.
Objetivo estratégico IV: Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
Garantia do direito a cidades inclusivas e sustentáveis. Combate à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e
Ações programáticas: Abastecimento
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Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito Afirmação dos princípios da dignidade humana e da
central do processo de desenvolvimento. equidade como fundamentos do processo de
Objetivo estratégico I: desenvolvimento nacional.
Garantia da participação e do controle social nas políticas Ações programáticas:
públicas de desenvolvimento com grande impacto a)Reforçar o papel do Plano Plurianual como instrumento
socioambiental. de consolidação dos Direitos Humanos e de
Ações programáticas: enfrentamento da concentração de renda e riqueza e de
a)Fortalecer ações que valorizem a pessoa humana como promoção da inclusão da população de baixa renda.
sujeito central do desenvolvimento, enfrentando o Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e
quadro atual de injustiça ambiental que atinge Gestão
principalmente as populações mais pobres. b)Reforçar os critérios da equidade e da prevalência dos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Direitos Humanos como prioritários na avaliação da
da Presidência da República; Ministério do Meio programação orçamentária de ação ou autorização de
Ambiente gastos.
b)Assegurar participação efetiva da população na Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e
elaboração dos instrumentos de gestão territorial e na Gestão
análise e controle dos processos de licenciamento c)Instituir código de conduta em Direitos Humanos para
urbanístico e ambiental de empreendimentos de impacto, ser considerado no âmbito do poder público como critério
especialmente na definição das ações mitigadoras e para a contratação e financiamento de empresas.
compensatórias por impactos sociais e ambientais. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério Presidência da República
das Cidades d)Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes
c)Fomentar a elaboração do Zoneamento Ecológico fortunas previsto na Constituição.
Econômico (ZEE), incorporando o sócio e Responsáveis: Ministério da Fazenda; Secretaria Especial
etnozoneamento. dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio e)Ampliar a adesão de empresas ao compromisso de
Ambiente responsabilidade social e Direitos Humanos.
d)Assegurar a transparência dos projetos realizados, em Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
todas as suas etapas, e dos recursos utilizados nos grandes da Presidência da República; Ministério do
projetos econômicos, para viabilizar o controle social. Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Responsáveis: Ministério dos Transportes; Ministério da Objetivo estratégico III:
Integração Nacional; Ministério de Minas e Energia; Fortalecimento dos direitos econômicos por meio de
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência políticas públicas de defesa da concorrência e de proteção
da República do consumidor.
e)Garantir a exigência de capacitação qualificada e Ações programáticas:
participativa das comunidades afetadas nos projetos a)Garantir o acesso universal a serviços públicos
básicos de obras e empreendimentos com impactos essenciais de qualidade.
sociais e ambientais. Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da
Responsáveis: Ministério da Integração Nacional; Educação; Ministério de Minas e Energia; Ministério do
Ministério de Minas e Energia; Secretaria Especial dos Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério
Direitos Humanos da Presidência da República das Cidades
f)Definir mecanismos para a garantia dos Direitos b)Fortalecer o sistema brasileiro de defesa da
Humanos das populações diretamente atingidas e concorrência para coibir condutas anticompetitivas e
vizinhas aos empreendimentos de impactos sociais e concentradoras de renda.
ambientais. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Fazenda
Presidência da República c)Garantir o direito à informação do consumidor,
g)Apoiar a incorporação dos sindicatos de trabalhadores e fortalecendo as ações de acompanhamento de mercado,
centrais sindicais nos processos de licenciamento inclusive a rotulagem dos transgênicos.
ambiental de empresas, de forma a garantir o direito à Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
saúde do trabalhador. Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
do Trabalho e Emprego; Ministério da Saúde d)Fortalecer o combate à fraude e a avaliação da
h)Promover e fortalecer ações de proteção às populações conformidade dos produtos e serviços no mercado.
mais pobres da convivência com áreas contaminadas, Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
resguardando-as contra essa ameaça e assegurando-lhes Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
seus direitos fundamentais. Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério como Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras
das Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e como sujeitos de direitos.
Combate à Fome; Ministério da Saúde Objetivo estratégico I:
Objetivo estratégico II: Afirmação dos direitos ambientais como Direitos
Humanos.
Ações programáticas:
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a)Incluir o item Direito Ambiental nos relatórios de ampliação do acesso a tais políticas, fundamentais para
monitoramento dos Direitos Humanos. garantir o respeito à dignidade humana.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Os objetivos estratégicos direcionados à promoção da
da Presidência da República; Ministério do Meio cidadania plena preconizam a universalidade,
Ambiente indivisibilidade e interdependência dos Direitos Humanos,
b)Incluir o tema dos Direitos Humanos nos instrumentos condições para sua efetivação integral e igualitária. O
e relatórios dos órgãos ambientais. acesso aos direitos de registro civil, alimentação
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos adequada, terra e moradia, trabalho decente, educação,
da Presidência da República; Ministério do Meio participação política, cultura, lazer, esporte e saúde, deve
Ambiente considerar a pessoa humana em suas múltiplas dimensões
c)Assegurar a proteção dos direitos ambientais e dos de ator social e sujeito de cidadania.
Direitos Humanos no Código Florestal. À luz da história dos movimentos sociais e de programas
Responsável: Ministério do Meio Ambiente de governo, o PNDH-3 orienta-se pela transversalidade,
d)Implementar e ampliar políticas públicas voltadas para para que a implementação dos direitos civis e políticos
a recuperação de áreas degradadas e áreas de transitem pelas diversas dimensões dos direitos
desmatamento nas zonas urbanas e rurais. econômicos, sociais, culturais e ambientais. Caso
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério contrário, grupos sociais afetados pela pobreza, pelo
das Cidades racismo estrutural e pela discriminação dificilmente terão
e)Fortalecer ações que estabilizem a concentração de acesso a tais direitos.
gases de efeito estufa em nível que permita a adaptação As ações programáticas formuladas visam enfrentar o
natural dos ecossistemas à mudança do clima, desafio de eliminar as desigualdades, levando em conta as
controlando a interferência das atividades humanas dimensões de gênero e raça nas políticas públicas, desde
(antrópicas) no sistema climático. o planejamento até a sua concretização e avaliação. Há,
Responsável: Ministério do Meio Ambiente neste sentido, propostas de criação de indicadores que
f)Garantir o efetivo acesso a informação sobre a possam mensurar a efetivação progressiva dos direitos.
degradação e os riscos ambientais, e ampliar e articular as Às desigualdades soma-se a persistência da discriminação,
bases de informações dos entes federados e produzir que muitas vezes se manifesta sob a forma de violência
informativos em linguagem acessível. contra sujeitos que são histórica e estruturalmente
Responsável: Ministério do Meio Ambiente vulnerabilizados.
g)Integrar os atores envolvidos no combate ao trabalho O combate à discriminação mostra-se necessário, mas
escravo nas operações correntes de fiscalização ao insuficiente enquanto medida isolada. Os pactos e
desmatamento e ao corte ilegal de madeira. convenções que integram o sistema regional e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos internacional de proteção dos Direitos Humanos apontam
da Presidência da República; Ministério do Trabalho e para a necessidade de combinar estas medidas com
Emprego; Ministério do Meio Ambiente políticas compensatórias que acelerem a construção da
Eixo Orientador III: igualdade, como forma capaz de estimular a inclusão de
Universalizar direitos em um contexto de desigualdades grupos socialmente vulneráveis. Além disso, as ações
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma em afirmativas constituem medidas especiais e temporárias
seu preâmbulo que o "reconhecimento da dignidade que buscam remediar um passado discriminatório. No rol
inerente a todos os membros da família humana e de seus de movimentos e grupos sociais que demandam políticas
direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, de inclusão social encontram-se crianças, adolescentes,
da justiça e da paz no mundo". No entanto, nas mulheres, pessoas idosas, lésbicas, gays, bissexuais,
vicissitudes ocorridas no cumprimento da Declaração travestis, transexuais, pessoas com deficiência, pessoas
pelos Estados signatários, identificou-se a necessidade de moradoras de rua, povos indígenas, populações negras e
reconhecer as diversidades e diferenças para quilombolas, ciganos, ribeirinhos, varzanteiros e
concretização do princípio da igualdade. pescadores, entre outros.
No Brasil, ao longo das últimas décadas, os Direitos Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas que
Humanos passaram a ocupar uma posição de destaque no devem ser efetivadas para reconhecer e proteger os
ordenamento jurídico. O País avançou decisivamente na indivíduos como iguais na diferença, ou seja, para
proteção e promoção do direito às diferenças. Porém, o valorizar a diversidade presente na população brasileira
peso negativo do passado continua a projetar no presente para estabelecer acesso igualitário aos direitos
uma situação de profunda iniquidade social. fundamentais. Trata-se de reforçar os programas de
O acesso aos direitos fundamentais continua enfrentando governo e as resoluções pactuadas nas diversas
barreiras estruturais, resquícios de um processo histórico, conferências nacionais temáticas, sempre sob o foco dos
até secular, marcado pelo genocídio indígena, pela Direitos Humanos, com a preocupação de assegurar o
escravidão e por períodos ditatoriais, práticas que respeito às diferenças e o combate às desigualdades, para
continuam a ecoar em comportamentos, leis e na o efetivo acesso aos direitos.
realidade social. Por fim, em respeito à primazia constitucional de proteção
O PNDH-3 assimila os grandes avanços conquistados ao e promoção da infância, do adolescente e da juventude, o
longo destes últimos anos, tanto nas políticas de capítulo aponta suas diretrizes para o respeito e a garantia
erradicação da miséria e da fome, quanto na preocupação das gerações futuras. Como sujeitos de direitos, as
com a moradia e saúde, e aponta para a continuidade e crianças, os adolescentes e os jovens são frequentemente
subestimadas em sua participação política e em sua
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capacidade decisória. Preconiza-se o dever de assegurar- Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do
lhes, desde cedo, o direito de opinião e participação. Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da
Marcadas pelas diferenças e por sua fragilidade temporal, Defesa; Ministério da Fazenda; Ministério do Trabalho e
as crianças, os adolescentes e os jovens estão sujeitos a Emprego; Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
discriminações e violências. As ações programáticas Direitos Humanos da Presidência da República
promovem a garantia de espaços e investimentos que c)Criar bases normativas e gerenciais para garantia da
assegurem proteção contra qualquer forma de violência e universalização do acesso ao registro civil de nascimento
discriminação, bem como a promoção da articulação e à documentação básica.
entre família, sociedade e Estado para fortalecer a rede Implantar sistema nacional de registro civil para
social de proteção que garante a efetividade de seus interligação das informações de estimativas de
direitos. nascimentos, de nascidos vivos e do registro civil, a fim de
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma viabilizar a busca ativa dos nascidos não registrados e
universal, indivisível e interdependente, assegurando a aperfeiçoar os indicadores para subsidiar políticas
cidadania plena. públicas.
Objetivo estratégico I: Desenvolver estudo e revisão da legislação para garantir
Universalização do registro civil de nascimento e o acesso do cidadão ao registro civil de nascimento em
ampliação do acesso à documentação básica. todo o território nacional.
Ações programáticas: Realizar estudo de sustentabilidade do serviço notarial e
a)Ampliar e reestruturar a rede de atendimento para a de registro no País.
emissão do registro civil de nascimento visando a sua Desenvolver a padronização do registro civil (certidão de
universalização. nascimento, de casamento e de óbito) em território
Interligar maternidades e unidades de saúde aos nacional.
cartórios, por meio de sistema manual ou informatizado, Garantir a emissão gratuita de Registro Geral e Cadastro
para emissão de registro civil de nascimento logo após o de Pessoa Física aos reconhecidamente pobres.
parto, garantindo ao recém nascido a certidão de Desenvolver estudo sobre a política nacional de
nascimento antes da alta médica. documentação civil básica.
Fortalecer a Declaração de Nascido Vivo (DNV), emitida Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do
pelo Sistema Único de Saúde , como mecanismo de acesso Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do
ao registro civil de nascimento, contemplando a Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério da
diversidade na emissão pelos estabelecimentos de saúde Fazenda; Ministério da Justiça; Ministério do Trabalho e
e pelas parteiras. Emprego; Ministério da Previdência Social; Secretaria
Realizar orientação sobre a importância do registro civil Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
de nascimento para a cidadania por meio da rede de República
atendimento (saúde, educação e assistência social) e pelo d)Incluir no questionário do censo demográfico perguntas
sistema de Justiça e de segurança pública. para identificar a ausência de documentos civis na
Aperfeiçoar as normas e o serviço público notarial e de população.
registro, em articulação com o Conselho Nacional de Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Justiça, para garantia da gratuidade e da cobertura do Presidência da República
serviço de registro civil em âmbito nacional. Objetivo estratégico II:
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Acesso à alimentação adequada por meio de políticas
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da estruturantes.
Previdência Social; Ministério da Justiça; Ministério do Ações programáticas:
Planejamento, Orçamento e Gestão; Secretaria Especial a)Ampliar o acesso aos alimentos por meio de programas
dos Direitos Humanos da Presidência da República e ações de geração e transferência de renda, com ênfase
b)Promover a mobilização nacional com intuito de reduzir na participação das mulheres como potenciais
o número de pessoas sem registro civil de nascimento e beneficiárias.
documentação básica. Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
Instituir comitês gestores estaduais, distrital e Combate à Fome; Secretaria Especial de Políticas para as
municipais com o objetivo de articular as instituições Mulheres da Presidência da República
públicas e as entidades da sociedade civil para a b)Vincular programas de transferência de renda à garantia
implantação de ações que visem à ampliação do acesso à da segurança alimentar da criança, por meio do
documentação básica. acompanhamento da saúde e nutrição e do estímulo de
Realizar campanhas para orientação e conscientização hábitos alimentares saudáveis, com o objetivo de
da população e dos agentes responsáveis pela articulação erradicar a desnutrição infantil.
e pela garantia do acesso aos serviços de emissão de Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
registro civil de nascimento e de documentação básica. Combate à Fome; Ministério da Educação; Ministério da
Realizar mutirões para emissão de registro civil de Saúde
nascimento e documentação básica, com foco nas regiões c)Fortalecer a agricultura familiar e camponesa no
de difícil acesso e no atendimento às populações desenvolvimento de ações específicas que promovam a
específicas como os povos indígenas, quilombolas, geração de renda no campo e o aumento da produção de
ciganos, pessoas em situação de rua, institucionalizadas e alimentos agroecológicos para o autoconsumo e para o
às trabalhadoras rurais. mercado local.
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Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; territórios, respeitando e preservando os sítios de valor
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome simbólico e histórico.
d)Ampliar o abastecimento alimentar, com maior Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
autonomia e fortalecimento da economia local, associado Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
a programas de informação, de educação alimentar, de República; Ministério da Cultura; Ministério do
capacitação, de geração de ocupações produtivas, de Desenvolvimento Agrário
agricultura familiar camponesa e de agricultura urbana. f)Garantir o acesso a terra às populações ribeirinhas,
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e varzanteiras e pescadoras, assegurando acesso aos
Combate à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e recursos naturais que tradicionalmente utilizam para sua
Abastecimento; Ministério do Desenvolvimento Agrário reprodução física, cultural e econômica.
e)Promover a implantação de equipamentos públicos de Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
segurança alimentar e nutricional, com vistas a ampliar o Ministério do Meio Ambiente
acesso à alimentação saudável de baixo custo, valorizar as g)Garantir que nos programas habitacionais do governo
culturas alimentares regionais, estimular o sejam priorizadas as populações de baixa renda, a
aproveitamento integral dos alimentos, evitar o população em situação de rua e grupos sociais em
desperdício e contribuir para a recuperação social e de situação de vulnerabilidade no espaço urbano e rural,
saúde da sociedade. considerando os princípios da moradia digna, do desenho
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e universal e os critérios de acessibilidade nos projetos.
Combate à Fome Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
f)Garantir que os hábitos e contextos regionais sejam Desenvolvimento Social e Combate à Fome
incorporados nos modelos de segurança alimentar como h)Promover a destinação das glebas e edifícios vazios ou
fatores da produção sustentável de alimentos. subutilizados pertencentes à União, para a população de
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e baixa renda, reduzindo o déficit habitacional.
Combate à Fome Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
g)Realizar pesquisas científicas que promovam ganhos de Planejamento, Orçamento e Gestão
produtividade na agricultura familiar e assegurar estoques i)Estabelecer que a garantia da qualidade de abrigos e
reguladores. albergues, bem como seu caráter inclusivo e de resgate da
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e cidadania à população em situação de rua, estejam entre
Combate à Fome; Ministério do Desenvolvimento Agrário; os critérios de concessão de recursos para novas
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento construções e manutenção dos existentes.
Objetivo estratégico III: Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
Garantia do acesso à terra e à moradia para a população Desenvolvimento Social e Combate à Fome
de baixa renda e grupos sociais vulnerabilizados. j)Apoiar o monitoramento de políticas de habitação de
Ações programáticas: interesse social pelos conselhos municipais de habitação,
a)Fortalecer a reforma agrária com prioridade à garantindo às cooperativas e associações habitacionais
implementação e recuperação de assentamentos, à acesso às informações.
regularização do crédito fundiário e à assistência técnica Responsável: Ministério das Cidades
aos assentados, atualização dos índices Grau de Utilização k)Garantir as condições para a realização de
da Terra (GUT) e Grau de Eficiência na Exploração (GEE), acampamentos ciganos em todo o território nacional,
conforme padrões atuais e regulamentação da visando a preservação de suas tradições, práticas e
desapropriação de áreas pelo descumprimento da função patrimônio cultural.
social plena. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário; da Presidência da República; Ministério das Cidades
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Objetivo estratégico IV:
b)Integrar as ações de mapeamento das terras públicas da Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de
União. qualidade.
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ações programáticas:
Gestão a)Expandir e consolidar programas de serviços básicos de
c)Estimular o saneamento dos serviços notariais de saúde e de atendimento domiciliar para a população de
registros imobiliários, possibilitando o bloqueio ou o baixa renda, com enfoque na prevenção e diagnóstico
cancelamento administrativo dos títulos das terras e prévio de doenças e deficiências, com apoio diferenciado
registros irregulares. às pessoas idosas, indígenas, negros e comunidades
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do quilombolas, pessoas com deficiência, pessoas em
Desenvolvimento Agrário situação de rua, lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
d)Garantir demarcação, homologação, regularização e transexuais, crianças e adolescentes, mulheres,
desintrusão das terras indígenas, em harmonia com os pescadores artesanais e população de baixa renda.
projetos de futuro de cada povo indígena, assegurando Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
seu etnodesenvolvimento e sua autonomia produtiva. Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência
Responsável: Ministério da Justiça da República; Secretaria Especial de Políticas para as
e)Assegurar às comunidades quilombolas a posse dos Mulheres da Presidência da República; Ministério da
seus territórios, acelerando a identificação, o Pesca e Aquicultura
reconhecimento, a demarcação e a titulação desses
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b)Criar programas de pesquisa e divulgação sobre l)Ampliar a oferta de medicamentos de uso contínuo,
tratamentos alternativos à medicina tradicional no especiais e excepcionais, para a pessoa idosa.
sistema de saúde. Responsável: Ministério da Saúde
Responsável: Ministério da Saúde m)Realizar campanhas de diagnóstico precoce e
c)Reformular o marco regulatório dos planos de saúde, de tratamento adequado às pessoas que vivem com
modo a diminuir os custos para a pessoa idosa e fortalecer HIV/AIDS para evitar o estágio grave da doença e prevenir
o pacto intergeracional, estimulando a adoção de medidas sua expansão e disseminação.
de capitalização para gastos futuros pelos planos de Responsável: Ministério da Saúde
saúde. n)Proporcionar às pessoas que vivem com HIV/AIDS
Responsável: Ministério da Saúde programas de atenção no âmbito da saúde sexual e
d)Reconhecer as parteiras como agentes comunitárias de reprodutiva.
saúde. Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Políticas para as Mulheres da Presidência da República o)Capacitar os agentes comunitários de saúde que
e)Aperfeiçoar o programa de saúde para adolescentes, realizam a triagem e a captação nas hemorredes para
especificamente quanto à saúde de gênero, à educação praticarem abordagens sem preconceito e sem
sexual e reprodutiva e à saúde mental. discriminação.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; dos Direitos Humanos da Presidência da República
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência p)Garantir o acompanhamento multiprofissional a
da República pessoas transexuais que fazem parte do processo
f)Criar campanhas e material técnico, instrucional e transexualizador no Sistema Único de Saúde e de suas
educativo sobre planejamento reprodutivo que respeite famílias.
os direitos sexuais e reprodutivos, contemplando a Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
elaboração de materiais específicos para a população dos Direitos Humanos da Presidência da República
jovem e adolescente e para pessoas com deficiência. q)Apoiar o acesso a programas de saúde preventiva e de
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de proteção à saúde para profissionais do sexo.
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência Políticas para as Mulheres da Presidência da República
da República r)Apoiar a implementação de espaços essenciais para
g)Estimular programas de atenção integral à saúde das higiene pessoal e centros de referência para a população
mulheres, considerando suas especificidades étnico- em situação de rua.
raciais, geracionais, regionais, de orientação sexual, de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
pessoa com deficiência, priorizando as moradoras do da Presidência da República; Ministério do
campo, da floresta e em situação de rua. Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de s)Investir na política de reforma psiquiátrica fomentando
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; programas de tratamentos substitutivos à internação, que
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade garantam às pessoas com transtorno mental a
Racial da Presidência da República; Ministério do possibilidade de escolha autônoma de tratamento, com
Desenvolvimento Social e Combate à Fome convivência familiar e acesso aos recursos psiquiátricos e
h)Ampliar e disseminar políticas de saúde pré e neonatal, farmacológicos.
com inclusão de campanhas educacionais de Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial
esclarecimento, visando à prevenção do surgimento ou do dos Direitos Humanos da Presidência da República;
agravamento de deficiências. Ministério da Cultura
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de t)Implementar medidas destinadas a desburocratizar os
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; serviços do Instituto Nacional de Seguro Social para a
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência concessão de aposentadorias e benefícios.
da República Responsável: Ministério da Previdência Social
i)Expandir a assistência pré-natal e pós-natal por meio de u)Estimular a incorporação do trabalhador urbano e rural
programas de visitas domiciliares para acompanhamento ao regime geral da previdência social.
das crianças na primeira infância. Responsável: Ministério da Previdência Social
Responsável: Ministério da Saúde v)Assegurar a inserção social das pessoas atingidas pela
j)Apoiar e financiar a realização de pesquisas e hanseníase isoladas e internadas em hospitais-colônias.
intervenções sobre a mortalidade materna, Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
contemplando o recorte étnico-racial e regional. da Presidência da República; Ministério da Saúde
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de w)Reconhecer, pelo Estado brasileiro, as violações de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República direitos às pessoas atingidas pela hanseníase no período
k)Assegurar o acesso a laqueaduras e vasectomias ou da internação e do isolamento compulsórios, apoiando
reversão desses procedimentos no sistema público de iniciativas para agilizar as reparações com a concessão de
saúde, com garantia de acesso a informações sobre as pensão especial prevista na Lei no 11.520/2007.
escolhas individuais. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Presidência da República
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x)Proporcionar as condições necessárias para conclusão Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da
do trabalho da Comissão Interministerial de Avaliação Cultura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
para análise dos requerimentos de pensão especial das Presidência da República
pessoas atingidas pela hanseníase, que foram internadas k)Ampliar o acesso a programas de inclusão digital para
e isoladas compulsoriamente em hospitais-colônia até 31 populações de baixa renda em espaços públicos,
de dezembro de 1986. especialmente escolas, bibliotecas e centros
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da comunitários.
Presidência da República Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da
Objetivo estratégico V: Cultura; Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da
Acesso à educação de qualidade e garantia de Pesca e Aquicultura
permanência na escola. l)Fortalecer programas de educação no campo e nas
Ações programáticas: comunidades pesqueiras que estimulem a permanência
a)Ampliar o acesso a educação básica, a permanência na dos estudantes na comunidade e que sejam adequados às
escola e a universalização do ensino no atendimento à respectivas culturas e identidades.
educação infantil. Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do
Responsável: Ministério da Educação Desenvolvimento Agrário; Ministério da Pesca e
b)Assegurar a qualidade do ensino formal público com seu Aquicultura
monitoramento contínuo e atualização curricular. Objetivo estratégico VI:
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Garantia do trabalho decente, adequadamente
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da remunerado, exercido em condições de equidade e
República segurança.
c)Desenvolver programas para a reestruturação das Ações programáticas:
escolas como pólos de integração de políticas a)Apoiar a agenda nacional de trabalho decente por meio
educacionais, culturais e de esporte e lazer. do fortalecimento do seu comitê executivo e da
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da efetivação de suas ações.
Cultura; Ministério do Esporte Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
d)Apoiar projetos e experiências de integração da escola b)Fortalecer programas de geração de emprego,
com a comunidade que utilizem sistema de alternância. ampliando progressivamente o nível de ocupação e
Responsável: Ministério da Educação priorizando a população de baixa renda e os Estados com
e)Adequar o currículo escolar, inserindo conteúdos que elevados índices de emigração.
valorizem as diversidades, as práticas artísticas, a Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
necessidade de alimentação adequada e saudável e as c)Ampliar programas de economia solidária, mediante
atividades físicas e esportivas. políticas integradas, como alternativa de geração de
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da trabalho e renda, e de inclusão social, priorizando os
Cultura; Ministério do Esporte; Ministério da Saúde jovens das famílias beneficiárias do Programa Bolsa
f)Integrar os programas de alfabetização de jovens e Família.
adultos aos programas de qualificação profissional e Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
educação cidadã, apoiando e incentivando a utilização de Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
metodologias adequadas às realidades dos povos e d)Criar programas de formação, qualificação e inserção
comunidades tradicionais. profissional e de geração de emprego e renda para jovens,
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do população em situação de rua e população de baixa renda.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Trabalho e Emprego; Ministério da Pesca e Aquicultura Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
g)Estimular e financiar programas de extensão Ministério da Educação
universitária como forma de integrar o estudante à e)Integrar as ações de qualificação profissional às
realidade social. atividades produtivas executadas com recursos públicos,
Responsável: Ministério da Educação como forma de garantir a inserção no mercado de
h)Fomentar as ações afirmativas para o ingresso das trabalho.
populações negra, indígena e de baixa renda no ensino Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
superior. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria f)Criar programas de formação e qualificação profissional
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da para pescadores artesanais, industriais e aquicultores
Presidência da República; Ministério da Justiça familiares.
i)Ampliar o ensino superior público de qualidade por meio Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
da criação permanente de universidades federais, cursos Ministério da Pesca e Aquicultura
e vagas para docentes e discentes. g)Combater as desigualdades salariais baseadas em
Responsável: Ministério da Educação diferenças de gênero, raça, etnia e das pessoas com
j)Fortalecer as iniciativas de educação popular por meio deficiência.
da valorização da arte e da cultura, apoiando a realização Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
de festivais nas comunidades tradicionais e valorizando as Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
diversas expressões artísticas nas escolas e nas da República
comunidades. h)Acompanhar a implementação do Programa Nacional
de Ações Afirmativas, instituído pelo Decreto no
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4.228/2002, no âmbito da administração pública federal, Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
direta e indireta, com vistas à realização de metas Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
percentuais da ocupação de cargos comissionados pelas da República
mulheres, população negra e pessoas com deficiência. d)Apoiar a alteração da Constituição para prever a
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da expropriação dos imóveis rurais e urbanos nos quais
Presidência da República forem encontrados trabalhadores reduzidos à condição
i)Realizar campanhas envolvendo a sociedade civil análoga a de escravos.
organizada sobre paternidade responsável, bem como Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
ampliar a licença-paternidade, como forma de contribuir Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da
para a corresponsabilidade e para o combate ao República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
preconceito quanto à inserção das mulheres no mercado Presidência da República
de trabalho. e)Identificar periodicamente as atividades produtivas em
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as que há ocorrência de trabalho escravo adulto e infantil.
Mulheres da Presidência da República; Ministério do Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Trabalho e Emprego Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
j)Elaborar diagnósticos com base em ações judiciais que da República
envolvam atos de assédio moral, sexual e psicológico, com f)Propor marco legal e ações repressivas para erradicar a
apuração de denúncias de desrespeito aos direitos das intermediação ilegal de mão de obra.
trabalhadoras e trabalhadores, visando orientar ações de Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
combate à discriminação e abuso nas relações de Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
trabalho. da República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; da Igualdade Racial
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade g)Promover a destinação de recursos do Fundo de
Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de Amparo ao Trabalhador (FAT) para capacitação técnica e
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; profissionalizante de trabalhadores rurais e de povos e
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência comunidades tradicionais, como medida preventiva ao
da República trabalho escravo, assim como para implementação de
k)Garantir a igualdade de direitos das trabalhadoras e política de reinserção social dos libertados da condição de
trabalhadores domésticos com os dos demais trabalho escravo.
trabalhadores. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da da República
Presidência da República; Ministério da Previdência Social h)Atualizar e divulgar semestralmente o cadastro de
l)Promover incentivos a empresas para que empreguem empregadores que utilizaram mão-de-obra escrava.
os egressos do sistema penitenciário. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Ministério do Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
Trabalho e Emprego; Ministério da Justiça da República
m)Criar cadastro nacional e relatório periódico de Objetivo estratégico VIII:
empregabilidade de egressos do sistema penitenciário. Promoção do direito à cultura, lazer e esporte como
Responsável: Ministério da Justiça elementos formadores de cidadania.
n)Garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de Ações programáticas:
profissionais do sexo por meio da regulamentação de sua a)Ampliar programas de cultura que tenham por
profissão. finalidade planejar e implementar políticas públicas para
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; a proteção e promoção da diversidade cultural brasileira,
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da em formatos acessíveis.
Presidência da República. Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do
Objetivo estratégico VII: Esporte
Combate e prevenção ao trabalho escravo. b)Elaborar programas e ações de cultura que considerem
Ações programáticas: os formatos acessíveis, as demandas e as características
a)Promover a efetivação do Plano Nacional para específicas das diferentes faixas etárias e dos grupos
Erradicação do Trabalho Escravo. sociais.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Responsável: Ministério da Cultura
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência c)Fomentar políticas públicas de esporte e lazer,
da República considerando as diversidades locais, de forma a atender a
b)Apoiar a coordenação e implementação de planos todas as faixas etárias e aos grupos sociais.
estaduais, distrital e municipais para erradicação do Responsável: Ministério do Esporte
trabalho escravo. d)Elaborar inventário das línguas faladas no Brasil.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsável: Ministério da Cultura
Presidência da República e)Ampliar e desconcentrar os pólos culturais e pontos de
c)Monitorar e articular o trabalho das comissões cultura para garantir o acesso das populações de regiões
estaduais, distrital e municipais para a erradicação do periféricas e de baixa renda.
trabalho escravo. Responsável: Ministério da Cultura
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f)Fomentar políticas públicas de formação em esporte e Objetivo estratégico I:
lazer, com foco na intersetorialidade, na ação comunitária Proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes
na intergeracionalidade e na diversidade cultural. por meio da consolidação das diretrizes nacionais do ECA,
Responsável: Ministério do Esporte da Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos
g)Ampliar o desenvolvimento de programas de produção Direitos da Criança e do Adolescente e da Convenção
audiovisual, musical e artesanal dos povos indígenas. sobre os Direitos da Criança da ONU.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça Ações programáticas:
h)Assegurar o direito das pessoas com deficiência e em a)Formular plano de médio prazo e decenal para a política
sofrimento mental de participarem da vida cultural em nacional de promoção, proteção e defesa dos direitos da
igualdade de oportunidade com as demais, e de criança e do adolescente.
desenvolver e utilizar o seu potencial criativo, artístico e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
intelectual. Presidência da República
Responsáveis: Ministério do Esporte; Ministério da b)Desenvolver e implementar metodologias de
Cultura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da acompanhamento e avaliação das políticas e planos
Presidência da República nacionais referentes aos direitos de crianças e
i)Fortalecer e ampliar programas que contemplem adolescentes.
participação dos idosos nas atividades de esporte e lazer. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério do Esporte; Secretaria Especial Presidência da República
dos Direitos Humanos da Presidência da República c)Elaborar e implantar sistema de coordenação da política
j)Potencializar ações de incentivo ao turismo para pessoas dos direitos da criança e do adolescente em todos os
idosas. níveis de governo, para atender às recomendações do
Responsáveis: Ministério do Turismo; Secretaria Especial Comitê sobre Direitos da Criança, dos relatores especiais
dos Direitos Humanos da Presidência da República e do Comitê sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
Objetivo estratégico IX: da ONU.
Garantia da participação igualitária e acessível na vida Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
política. da Presidência da República; Ministério das Relações
Ações programáticas: Exteriores
a)Apoiar campanhas para promover a ampla divulgação d)Criar sistema nacional de coleta de dados e
do direito ao voto e participação política de homens e monitoramento junto aos Municípios, Estados e Distrito
mulheres, por meio de campanhas informativas que Federal acerca do cumprimento das obrigações da
garantam a escolha livre e consciente. Convenção dos Direitos da Criança da ONU.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República Presidência da República
b)Apoiar o combate ao crime de captação ilícita de e)Assegurar a opinião das crianças e dos adolescentes que
sufrágio, inclusive com campanhas de esclarecimento e estiverem capacitados a formular seus próprios juízos,
conscientização dos eleitores. conforme o disposto no artigo 12 da Convenção sobre os
Responsável: Ministério da Justiça Direitos da Criança, na formulação das políticas públicas
c)Apoiar os projetos legislativos para o financiamento voltadas para estes segmentos, garantindo sua
público de campanhas eleitorais. participação nas conferências dos direitos das crianças e
Responsável: Ministério da Justiça dos adolescentes.
d)Garantir acesso irrestrito às zonas eleitorais por meio de Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
transporte público e acessível e apoiar a criação de zonas Presidência da República
eleitorais em áreas de difícil acesso. Objetivo estratégico II:
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças
Cidades e Adolescentes, com o fortalecimento do papel dos
e)Promover junto aos povos indígenas ações de educação Conselhos Tutelares e de Direitos.
e capacitação sobre o sistema político brasileiro. Ações programáticas:
Responsável: Ministério da Justiça a)Apoiar a universalização dos Conselhos Tutelares e de
f)Apoiar ações de formação política das mulheres em sua Direitos em todos os Municípios e no Distrito Federal, e
diversidade étnico-racial, estimulando candidaturas e instituir parâmetros nacionais que orientem o seu
votos de mulheres em todos os níveis. funcionamento.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Mulheres da Presidência da República Presidência da República
g)Garantir e estimular a plena participação das pessoas b)Implantar escolas de conselhos nos Estados e no Distrito
com deficiência no ato do sufrágio, seja como eleitor ou Federal, com vistas a apoiar a estruturação e qualificação
candidato, assegurando os mecanismos de acessibilidade da ação dos Conselhos Tutelares e de Direitos.
necessários, inclusive a modalidade do voto assistido. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Presidência da República c)Apoiar a capacitação dos operadores do sistema de
Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e garantia dos direitos para a proteção dos direitos e
adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de promoção do modo de vida das crianças e adolescentes
forma não discriminatória, assegurando seu direito de indígenas, afrodescendentes e comunidades tradicionais,
opinião e participação.
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contemplando ainda as especificidades da população Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
infanto-juvenil com deficiência. Combate à Fome
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos g)Fortalecer as políticas de apoio às famílias para a
da Presidência da República; Ministério da Justiça redução dos índices de abandono e institucionalização,
d)Fomentar a criação de instâncias especializadas e com prioridade aos grupos familiares de crianças com
regionalizadas do sistema de justiça, de segurança e deficiências.
defensorias públicas, para atendimento de crianças e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
adolescentes vítimas e autores de violência. da Presidência da República; Ministério do
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Desenvolvimento Social e Combate à Fome
da Presidência da República; Ministério da Justiça h)Ampliar a oferta de programas de famílias acolhedoras
e)Desenvolver mecanismos que viabilizem a participação para crianças e adolescentes em situação de violência,
de crianças e adolescentes no processo das conferências com o objetivo de garantir que esta seja a única opção
dos direitos, nos conselhos de direitos, bem como nas para crianças retiradas do convívio com sua família de
escolas, nos tribunais e nos procedimentos judiciais e origem na primeira infância.
administrativos que os afetem. Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Combate à Fome
Presidência da República i)Estruturar programas de moradia coletivas para
f)Estimular a informação às crianças e aos adolescentes adolescentes e jovens egressos de abrigos institucionais.
sobre seus direitos, por meio de esforços conjuntos na Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e
escola, na mídia impressa, na televisão, no rádio e na Combate à Fome
Internet. j)Fomentar a adoção legal, por meio de campanhas
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos educativas, em consonância com o ECA e com acordos
da Presidência da República; Ministério da Educação internacionais.
Objetivo estratégico III: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Proteger e defender os direitos de crianças e adolescentes da Presidência da República; Ministério das Relações
com maior vulnerabilidade. Exteriores
Ações programáticas: k)Criar serviços e aprimorar metodologias para
a)Promover ações educativas para erradicação da identificação e localização de crianças e adolescentes
violência na família, na escola, nas instituições e na desaparecidos.
comunidade em geral, implementando as recomendações Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
expressas no Relatório Mundial de Violência contra a Presidência da República
Criança da ONU. l)Exigir em todos os projetos financiados pelo Governo
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Federal a adoção de estratégias de não discriminação de
Presidência da República crianças e adolescentes em razão de classe, raça, etnia,
b)Desenvolver programas nas redes de assistência social, crença, gênero, orientação sexual, identidade de gênero,
de educação e de saúde para o fortalecimento do papel deficiência, prática de ato infracional e origem.
das famílias em relação ao desenvolvimento infantil e à Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
disciplina não violenta. Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos m)Reforçar e centralizar os mecanismos de coleta e
da Presidência da República; Ministério da Educação; análise sistemática de dados desagregados da infância e
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; adolescência, especialmente sobre os grupos em situação
Ministério da Saúde de vulnerabilidade, historicamente vulnerabilizados,
c)Propor marco legal para a abolição das práticas de vítimas de discriminação, de abuso e de negligência.
castigos físicos e corporais contra crianças e adolescentes. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Presidência da República
da Presidência da República; Ministério da Justiça n)Estruturar rede de canais de denúncias (Disques) de
d)Implantar sistema nacional de registro de ocorrência de violência contra crianças e adolescentes, integrada aos
violência escolar, incluindo as práticas de violência Conselhos Tutelares.
gratuita e reiterada entre estudantes (bullying), adotando Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
formulário unificado de registro a ser utilizado por todas Presidência da República
as escolas. o)Estabelecer instrumentos para combater a
Responsável: Ministério da Educação discriminação religiosa sofrida por crianças e
e)Apoiar iniciativas comunitárias de mobilização de adolescentes.
crianças e adolescentes em estratégias preventivas, com Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
vistas a minimizar sua vulnerabilidade em contextos de da Presidência da República
violência. Objetivo estratégico IV:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Enfrentamento da violência sexual contra crianças e
da Presidência da República; Ministério da Justiça; adolescentes.
Ministério do Esporte; Ministério do Turismo Ações programáticas:
f)Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa a)Revisar o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência
permanência de crianças e adolescentes em abrigamento, Sexual contra Crianças e Adolescentes, em consonância
adequando os serviços de acolhimento aos parâmetros com as recomendações do III Congresso Mundial sobre o
aprovados pelo CONANDA e CNAS. tema.
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Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da de trabalhadores, inspetores de trabalho, Judiciário,
Presidência da República organismos internacionais e organizações não
b)Ampliar o acesso e qualificar os programas governamentais.
especializados em saúde, educação e assistência social, no Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
atendimento a crianças e adolescentes vítimas de c)Desenvolver pesquisas, campanhas e relatórios
violência sexual e de suas famílias periódicos sobre o trabalho infantil, com foco em temas e
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da públicos que requerem abordagens específicas, tais como
Educação; Ministério do Desenvolvimento Social e agricultura familiar, trabalho doméstico, trabalho de rua.
Combate à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego;
Humanos da Presidência da República Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
c)Desenvolver protocolos unificados de atendimento Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento
psicossocial e jurídico a vítimas de violência sexual. Agrário; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento
da Presidência da República; Ministério da Saúde; Social e Combate à Fome; Ministério da Justiça
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Objetivo estratégico VII:
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Implementação do Sistema Nacional de Atendimento
Presidência da República Socioeducativo (SINASE).
d)Desenvolver ações específicas para combate à violência Ações programáticas:
e à exploração sexual de crianças e adolescentes em a)Elaborar e implementar um plano nacional
situação de rua. socioeducativo e sistema de avaliação da execução das
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos medidas daquele sistema, com divulgação anual de seus
da Presidência da República; Ministério do resultados e estabelecimento de metas, de acordo com o
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. estabelecido no ECA.
e)Estimular a responsabilidade social das empresas para Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
ações de enfrentamento da exploração sexual e de Presidência da República
combate ao trabalho infantil em suas organizações e b)Implantar módulo específico de informações para o
cadeias produtivas. sistema nacional de atendimento educativo junto ao
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Sistema de Informação para a Infância e Adolescência,
da Presidência da República; Ministério do Trabalho e criando base de dados unificada que inclua as varas da
Emprego; Ministério do Turismo; infância e juventude, as unidades de internação e os
f)Combater a pornografia infanto-juvenil na Internet, por programas municipais em meio aberto.
meio do fortalecimento do Hot Line Federal e da difusão Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
de procedimentos de navegação segura para crianças, Presidência da República
adolescentes, famílias e educadores. c)Implantar centros de formação continuada para os
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial operadores do sistema socioeducativo em todos os
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Estados e no Distrito Federal.
Ministério da Educação Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Objetivo estratégico V: da Presidência da República; Ministério da Educação;
Garantir o atendimento especializado a crianças e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
adolescentes em sofrimento psíquico e dependência d)Desenvolver estratégias conjuntas com o sistema de
química. justiça, com vistas ao estabelecimento de regras
Ações programáticas: específicas para a aplicação da medida de privação de
a)Universalizar o acesso a serviços de saúde mental para liberdade em caráter excepcional e de pouca duração.
crianças e adolescentes em cidades de grande e médio Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
porte, incluindo a garantia de retaguarda para as unidades Presidência da República
de internação socioeducativa. e)Apoiar a expansão de programas municipais de
Responsável: Ministério da Saúde atendimento socioeducativo em meio aberto.
b)Fortalecer políticas de saúde que contemplem Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e
programas de desintoxicação e redução de danos em Combate à Fome; Secretaria Especial dos Direitos
casos de dependência química. Humanos da Presidência da República
Responsável: Ministério da Saúde f)Apoiar os Estados e o Distrito Federal na implementação
Objetivo estratégico VI: de programas de atendimento ao adolescente em
Erradicação do trabalho infantil em todo o território privação de liberdade, com garantia de escolarização,
nacional. atendimento em saúde, esporte, cultura e educação para
Ações programáticas: o trabalho, condicionando a transferência voluntária de
a)Erradicar o trabalho infantil, por meio das ações verbas federais à observância das diretrizes do plano
intersetoriais no Governo Federal, com ênfase no apoio às nacional.
famílias e educação em tempo integral. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; da Presidência da República; Ministério da Educação;
Ministério da Educação; Secretaria Especial dos Direitos Ministério da Saúde; Ministério do Esporte; Ministério da
Humanos da Presidência da República Cultura; Ministério do Trabalho e Emprego
b)Fomentar a implantação da Lei de Aprendizagem (Lei no g)Garantir aos adolescentes privados de liberdade e suas
10.097/2000), mobilizando empregadores, organizações famílias informação sobre sua situação legal, bem como
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acesso à defesa técnica durante todo o período de Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
cumprimento da medida socioeducativa. Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
da Presidência da República; Ministério da Justiça Presidência da República
h)Promover a transparência das unidades de internação e)Analisar periodicamente os indicadores que apontam
de adolescentes em conflito com a lei, garantindo o desigualdades visando à formulação e implementação de
contato com a família e a criação de comissões mistas de políticas públicas afirmativas que valorizem a promoção
inspeção e supervisão. da igualdade racial.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
Presidência da República Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
i)Fomentar a desativação dos grandes complexos de República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
unidades de internação, por meio do apoio à reforma e Presidência da República; Ministério da Educação;
construção de novas unidades alinhadas aos parâmetros Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
estabelecidos no SINASE e no ECA, em especial na Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da
observância da separação por sexo, faixa etária e Saúde
compleição física. f)Fortalecer a integração das políticas públicas em todas
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da as comunidades remanescentes de quilombos localizadas
Presidência da República no território brasileiro.
j)Desenvolver campanhas de informação sobre o Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
adolescente em conflito com a lei, defendendo a não Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
redução da maioridade penal. República; Ministério da Cultura
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da g)Fortalecer os mecanismos existentes de
Presidência da República reconhecimento das comunidades quilombolas como
k)Estabelecer parâmetros nacionais para a apuração garantia dos seus direitos específicos .
administrativa de possíveis violações dos direitos e casos Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário;
de tortura em adolescentes privados de liberdade, por Ministério da Cultura; Secretaria Especial de Política de
meio de sistema independente e de tramitação ágil. Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da h)Fomentar programas de valorização do patrimônio
Presidência da República cultural das populações negras.
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais. Responsável: Ministério da Cultura; Secretaria Especial de
Objetivo estratégico I: Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
Igualdade e proteção dos direitos das populações negras, i)Assegurar o resgate da memória das populações negras,
historicamente afetadas pela discriminação e outras mediante a publicação da história de resistência e resgate
formas de intolerância. de tradições das populações das diásporas.
Ações programáticas: Responsável: Secretaria Especial de Políticas de
a)Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a aprovação do Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
Estatuto da Igualdade Racial. Objetivo estratégico II:
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Garantia aos povos indígenas da manutenção e resgate
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da das condições de reprodução, assegurando seus modos
República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da de vida.
Presidência da República Ações programáticas:
b)Promover ações articuladas entre as políticas de a)Assegurar a integridade das terras indígenas para
educação, cultura, saúde e de geração de emprego e proteger e promover o modo de vida dos povos indígenas.
renda, visando incidir diretamente na qualidade de vida Responsável: Ministério da Justiça
da população negra e no combate à violência racial. b)Proteger os povos indígenas isolados e de recente
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de contato para garantir sua reprodução cultural e
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da etnoambiental.
República; Ministério da Educação; Ministério do Responsável: Ministério da Justiça
Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento c)Aplicar os saberes dos povos indígenas e das
Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde comunidades tradicionais na elaboração de políticas
c)Elaborar programas de combate ao racismo institucional públicas, respeitando a Convenção no 169 da OIT.
e estrutural, implementando normas administrativas e Responsável: Ministério da Justiça
legislação nacional e internacional. d)Apoiar projetos de lei com objetivo de revisar o Estatuto
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de do Índio com base no texto constitucional de 1988 e na
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República Convenção no 169 da OIT.
d)Realizar levantamento de informações para produção Responsável: Ministério da Justiça
de relatórios periódicos de acompanhamento das e)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das
políticas contra a discriminação racial, contendo, entre políticas indigenistas que contemple dados sobre os
outras, informações sobre inclusão no sistema de ensino processos de demarcações das terras indígenas, dados
(básico e superior), inclusão no mercado de trabalho, sobre intrusões e conflitos territoriais, inclusão no sistema
assistência integrada à saúde, número de violações de ensino (básico e superior), assistência integrada à
registradas e apuradas, recorrências de violações, e dados saúde, número de violações registradas e apuradas,
populacionais e de renda. recorrências de violações e dados populacionais.
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Responsável: Ministério da Justiça publicação em formatos acessíveis, como braile, CD de
f)Proteger e promover os conhecimentos tradicionais e áudio e demais tecnologias assistivas.
medicinais dos povos indígenas. Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde Mulheres da Presidência da República
g)Implementar políticas de proteção do patrimônio dos e)Ampliar o financiamento de abrigos para mulheres em
povos indígenas, por meio dos registros material e situação de vulnerabilidade, garantindo plena
imaterial, mapeando os sítios históricos e arqueológicos, acessibilidade.
a cultura, as línguas e a arte. Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça Mulheres da Presidência da República; Ministério do
h)Promover projetos e pesquisas para resgatar a história Desenvolvimento Social e Combate à Fome
dos povos indígenas. f)Propor tratamento preferencial de atendimento às
Responsável: Ministério da Justiça mulheres em situação de violência doméstica e familiar
i)Promover ações culturais para o fortalecimento da nos Conselhos Gestores do Fundo Nacional de Habitação
educação escolar dos povos indígenas, estimulando a de Interesse Social e junto ao Fundo de Desenvolvimento
valorização de suas próprias formas de produção do Social.
conhecimento. Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça Mulheres da Presidência da República; Ministério das
j)Garantir o acesso à educação formal pelos povos Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
indígenas, bilíngues e com adequação curricular à Fome
formulada com a participação de representantes das g) Considerar o aborto como tema de saúde pública, com
etnias indigenistas e especialistas em educação. a garantia do acesso aos serviços de saúde. (Redação
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Educação Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
k)Assegurar o acesso e permanência da população Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
indígena no ensino superior, por meio de ações Ministério da Justiça
afirmativas e respeito à diversidade étnica e cultural. h)Realizar campanhas e ações educativas para
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da desconstruir os estereótipos relativos às profissionais do
Educação sexo.
l)Adotar medidas de proteção dos direitos das crianças Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as
indígenas nas redes de ensino, saúde e assistência social, Mulheres da Presidência da República
em consonância com a promoção dos seus modos de vida. Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Objetivo estratégico I:
Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate Afirmação da diversidade para construção de uma
à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da sociedade igualitária.
Presidência da República Ações programáticas:
Objetivo estratégico III: a)Realizar campanhas e ações educativas para
Garantia dos direitos das mulheres para o desconstrução de estereótipos relacionados com
estabelecimento das condições necessárias para sua diferenças étnico-raciais, etárias, de identidade e
plena cidadania. orientação sexual, de pessoas com deficiência, ou
Ações programáticas: segmentos profissionais socialmente discriminados.
a)Desenvolver ações afirmativas que permitam incluir Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
plenamente as mulheres no processo de desenvolvimento da Presidência da República; Secretaria Especial de
do País, por meio da promoção da sua autonomia Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência
econômica e de iniciativas produtivas que garantam sua da República; Secretaria Especial de Políticas para as
independência. Mulheres da Presidência da República; Ministério da
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Cultura
Mulheres da Presidência da República b)Incentivar e promover a realização de atividades de
b)Incentivar políticas públicas e ações afirmativas para a valorização da cultura das comunidades tradicionais,
participação igualitária, plural e multirracial das mulheres entre elas ribeirinhos, extrativistas, quebradeiras de coco,
nos espaços de poder e decisão. pescadores artesanais, seringueiros, geraizeiros,
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as varzanteiros, pantaneiros, comunidades de fundo de
Mulheres da Presidência da República pasto, caiçaras e faxinalenses.
c)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do
políticas para mulheres com recorte étnico-racial, que Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do
contenha dados sobre renda, jornada e ambiente de Esporte
trabalho, ocorrências de assédio moral, sexual e c)Fomentar a formação e capacitação em Direitos
psicológico, ocorrências de violências contra a mulher, Humanos, como meio de resgatar a autoestima e a
assistência à saúde integral, dados reprodutivos, dignidade das comunidades tradicionais, rurais e urbanas.
mortalidade materna e escolarização. Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Mulheres da Presidência da República República; Ministério da Justiça; Ministério da Cultura
d)Divulgar os instrumentos legais de proteção às d)Apoiar políticas de acesso a direitos para a população
mulheres, nacionais e internacionais, incluindo sua cigana, valorizando seus conhecimentos e cultura.
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Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e f)Desenvolver ações intersetoriais para capacitação
Combate à Fome continuada de cuidadores de pessoas idosas.
e)Apoiar e valorizar a associação das mulheres Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Cultura
quebradeiras de coco, protegendo e promovendo a g)Desenvolver política de humanização do atendimento
continuidade de seu trabalho extrativista. ao idoso, principalmente em instituições de longa
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e permanência.
Combate à Fome Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
f)Elaborar relatórios periódicos de acompanhamento das da Presidência da República; Ministério da Cultura
políticas direcionadas às populações e comunidades h)Elaborar programas de capacitação para os operadores
tradicionais, que contenham, entre outras, informações dos direitos da pessoa idosa.
sobre população estimada, assistência integrada à saúde, Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
número de violações registradas e apuradas, recorrência Presidência da República.
de violações, lideranças ameaçadas, dados sobre acesso à i)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das
moradia, terra e território e conflitos existentes. políticas para pessoas idosas que contenha informações
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; sobre os Centros Integrados de Atenção a Prevenção à
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Violência, tais como: quantidade existente; sua
Racial da Presidência da República; Secretaria Especial dos participação no financiamento público; sua inclusão nos
Direitos Humanos da Presidência da República sistemas de atendimento; número de profissionais
Objetivo estratégico II: capacitados; pessoas idosas atendidas; proporção dos
Proteção e promoção da diversidade das expressões casos com resoluções; taxa de reincidência; pessoas
culturais como Direito Humano. idosas seguradas e aposentadas; famílias providas por
Ações programáticas: pessoas idosas; pessoas idosas em abrigos; pessoas idosas
a)Promover ações de afirmação do direito à diversidade em situação de rua; principal fonte de renda dos idosos;
das expressões culturais, garantindo igual dignidade e pessoas idosas atendidas, internadas e mortas por
respeito para todas as culturas. violência ou maus-tratos.
Responsável: Ministério da Cultura Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
b)Incluir nos instrumentos e relatórios de políticas da Presidência da República; Ministério da Saúde;
culturais a temática dos Direitos Humanos. Ministério da Previdência Social; Ministério da Justiça;
Responsável: Ministério da Cultura Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Objetivo estratégico III: Objetivo estratégico IV:
Valorização da pessoa idosa e promoção de sua Promoção e proteção dos direitos das pessoas com
participação na sociedade. deficiência e garantia da acessibilidade igualitária.
Ações programáticas: Ações programáticas:
a)Promover a inserção, a qualidade de vida e a prevenção a)Garantir às pessoas com deficiência igual e efetiva
de agravos aos idosos, por meio de programas que proteção legal contra a discriminação.
fortaleçam o convívio familiar e comunitário, garantindo Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
o acesso a serviços, ao lazer, à cultura e à atividade física, da Presidência da República; Ministério da Justiça
de acordo com sua capacidade funcional. b)Garantir salvaguardas apropriadas e efetivas para
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos prevenir abusos a pessoas com deficiência e pessoas
da Presidência da República; Ministério da Cultura; idosas.
Ministério do Esporte Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
b)Apoiar a criação de centros de convivência e Presidência da República
desenvolver ações de valorização e socialização da pessoa c)Assegurar o cumprimento do Decreto de Acessibilidade
idosa nas zonas urbanas e rurais. (Decreto no 5.296/2004), que garante a acessibilidade
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos pela adequação das vias e passeios públicos, semáforos,
da Presidência da República; Ministério da Cultura mobiliários, habitações, espaços de lazer, transportes,
c)Fomentar programas de voluntariado de pessoas idosas, prédios públicos, inclusive instituições de ensino, e outros
visando valorizar e reconhecer sua contribuição para o itens de uso individual e coletivo.
desenvolvimento e bem-estar da comunidade. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da da Presidência da República; Ministério do Trabalho e
Presidência da República Emprego; Ministério das Cidades
d)Desenvolver ações que contribuam para o d)Garantir recursos didáticos e pedagógicos para atender
protagonismo da pessoa idosa na escola, possibilitando às necessidades educativas especiais.
sua participação ativa na construção de uma nova Responsável: Ministério da Educação
percepção intergeracional. e)Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma,
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da escrita de sinais e libras tátil para inclusão das pessoas
Presidência da República com deficiência em todo o sistema de ensino.
e)Potencializar ações com ênfase no diálogo Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
intergeracional, valorizando o conhecimento acumulado da Presidência da República; Ministério da Educação
das pessoas idosas. f)Instituir e implementar o ensino da Língua Brasileira de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Sinais como disciplina curricular facultativa.
Presidência da República Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República; Ministério da Educação
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g)Propor a regulamentação das profissões relativas à Objetivo estratégico VI:
implementação da acessibilidade, tais como: instrutor de Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e
Libras, guia-intérprete, tradutor-intérprete, transcritor, garantia da laicidade do Estado.
revisor e ledor da escrita braile e treinadores de cães-guia. Ações programáticas:
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego a)Instituir mecanismos que assegurem o livre exercício
h)Elaborar relatórios sobre os Municípios que possuam das diversas práticas religiosas, assegurando a proteção
frota adaptada para subsidiar o processo de do seu espaço físico e coibindo manifestações de
monitoramento do cumprimento e implementação da intolerância religiosa.
legislação de acessibilidade. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial Cultura; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
dos Direitos Humanos da Presidência da República Presidência da República
Objetivo estratégico V: b)Promover campanhas de divulgação sobre a diversidade
Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade religiosa para disseminar cultura da paz e de respeito às
de gênero. diferentes crenças.
Ações programáticas: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
a)Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de da Presidência da República; Ministério da Cultura;
cultura de respeito à livre orientação sexual e identidade Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
de gênero, favorecendo a visibilidade e o reconhecimento Racial da Presidência da República
social. c)Desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da
Presidência da República União. (Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
b)Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
entre pessoas do mesmo sexo. Presidência da República (Revogado pelo Decreto
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos nº 7.177, de 2010)
da Presidência da República; Ministério da Justiça d)Estabelecer o ensino da diversidade e história das
c)Promover ações voltadas à garantia do direito de religiões, inclusive as derivadas de matriz africana, na rede
adoção por casais homoafetivos. pública de ensino, com ênfase no reconhecimento das
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial diferenças culturais, promoção da tolerância e na
dos Direitos Humanos da Presidência da República; afirmação da laicidade do Estado.
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria
Presidência da República Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
d)Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do República
serviço público todas as configurações familiares e)Realizar relatório sobre pesquisas populacionais
constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e relativas a práticas religiosas, que contenha, entre outras,
transexuais, com base na desconstrução da informações sobre número de religiões praticadas,
heteronormatividade. proporção de pessoas distribuídas entre as religiões,
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e proporção de pessoas que já trocaram de religião, número
Gestão de pessoas religiosas não praticantes e número de
e)Desenvolver meios para garantir o uso do nome social pessoas sem religião.
de travestis e transexuais. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Presidência da República Eixo Orientador IV:
f)Acrescentar campo para informações sobre a identidade Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência
de gênero dos pacientes nos prontuários do sistema de Por muito tempo, alguns segmentos da militância em
saúde. Direitos Humanos mantiveram-se distantes do debate
Responsável: Ministério da Saúde sobre as políticas públicas de segurança no Brasil. No
g)Fomentar a criação de redes de proteção dos Direitos processo de consolidação da democracia, por diferentes
Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e razões, movimentos sociais e entidades manifestaram
Transexuais (LGBT), principalmente a partir do apoio à dificuldade no tratamento do tema. Na base dessa
implementação de Centros de Referência em Direitos dificuldade, estavam a memória dos enfrentamentos com
Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia e de o aparato repressivo ao longo de duas décadas de regime
núcleos de pesquisa e promoção da cidadania daquele ditatorial, a postura violenta vigente, muitas vezes, em
segmento em universidades públicas. órgãos de segurança pública, a percepção do crime e da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da violência como meros subprodutos de uma ordem social
Presidência da República injusta a ser transformada em seus próprios
h)Realizar relatório periódico de acompanhamento das fundamentos.
políticas contra discriminação à população LGBT, que Distanciamento análogo ocorreu nas universidades, que,
contenha, entre outras, informações sobre inclusão no com poucas exceções, não se debruçaram sobre o modelo
mercado de trabalho, assistência à saúde integral, número de polícia legado ou sobre os desafios da segurança
de violações registradas e apuradas, recorrências de pública. As polícias brasileiras, nos termos de sua tradição
violações, dados populacionais, de renda e conjugais. institucional, pouco aproveitaram da reflexão teórica e
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da dos aportes oferecidos pela criminologia moderna e
Presidência da República demais ciências sociais, já disponíveis há algumas décadas
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às polícias e aos gestores de países desenvolvidos. A que tem sido proposto ao País pelos especialistas e
cultura arraigada de rejeitar as evidências acumuladas pesquisadores da área.
pela pesquisa e pela experiência de reforma das polícias Em linhas gerais, o PNDH-3 aponta para a necessidade de
no mundo era a mesma que expressava nostalgia de um ampla reforma no modelo de polícia e propõe o
passado de ausência de garantias individuais, e que aprofundamento do debate sobre a implantação do ciclo
identificava na idéia dos Direitos Humanos não a mais completo de policiamento às corporações estaduais.
generosa entre as promessas construídas pela Prioriza transparência e participação popular, instando ao
modernidade, mas uma verdadeira ameaça. aperfeiçoamento das estatísticas e à publicação de dados,
Estavam postas as condições históricas, políticas e assim como à reformulação do Conselho Nacional de
culturais para que houvesse um fosso aparentemente Segurança Pública. Contempla a prevenção da violência e
intransponível entre os temas da segurança pública e os da criminalidade como diretriz, ampliando o controle
Direitos Humanos. sobre armas de fogo e indicando a necessidade de
Nos últimos anos, contudo, esse processo de profissionalização da investigação criminal.
estranhamento mútuo passou a ser questionado. De um Com ênfase na erradicação da tortura e na redução da
lado, articulações na sociedade civil assumiram o desafio letalidade policial e carcerária, confere atenção especial
de repensar a segurança pública a partir de diálogos com ao estabelecimento de procedimentos operacionais
especialistas na área, policiais e gestores. De outro, padronizados, que previnam as ocorrências de abuso de
começaram a ser implantadas as primeiras políticas autoridade e de violência institucional, e confiram maior
públicas buscando caminhos alternativos de redução do segurança a policiais e agentes penitenciários. Reafirma a
crime e da violência, a partir de projetos centrados na necessidade de criação de ouvidorias independentes em
prevenção e influenciados pela cultura de paz. âmbito federal e, inspirado em tendências mais modernas
A proposição do Sistema Único de Segurança Pública, a de policiamento, estimula as iniciativas orientadas por
modernização de parte das nossas estruturas policiais e a resultados, o desenvolvimento do policiamento
aprovação de novos regimentos e leis orgânicas das comunitário e voltado para a solução de problemas,
polícias, a consciência crescente de que políticas de elencando medidas que promovam a valorização dos
segurança pública são realidades mais amplas e trabalhadores em segurança pública. Contempla, ainda, a
complexas do que as iniciativas possíveis às chamadas criação de sistema federal que integre os atuais sistemas
"forças da segurança", o surgimento de nova geração de de proteção a vítimas e testemunhas, defensores de
policiais, disposta a repensar práticas e dogmas e, Direitos Humanos e crianças e adolescentes ameaçados
sobretudo, a cobrança da opinião pública e a maior de morte.
fiscalização sobre o Estado, resultante do processo de Também como diretriz, o PNDH-3 propõe profunda
democratização, têm tornado possível a construção de reforma da Lei de Execução Penal que introduza garantias
agenda de reformas na área. fundamentais e novos regramentos para superar as
O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania práticas abusivas, hoje comuns. E trata as penas privativas
(Pronasci) e os investimentos já realizados pelo Governo de liberdade como última alternativa, propondo a
Federal na montagem de rede nacional de altos estudos redução da demanda por encarceramento e estimulando
em segurança pública, que têm beneficiado milhares de novas formas de tratamento dos conflitos, como as
policiais em cada Estado, simbolizam, ao lado do processo sugeridas pelo mecanismo da Justiça Restaurativa.
de debates da 1ª Conferência Nacional de Segurança Reafirma-se a centralidade do direito universal de acesso
Pública, acúmulos históricos significativos, que apontam à Justiça, com a possibilidade de acesso aos tribunais por
para novas e mais importantes mudanças. toda a população, com o fortalecimento das defensorias
As propostas elencadas neste eixo orientador do PNDH-3 públicas e a modernização da gestão judicial, de modo a
articulam-se com tal processo histórico de transformação garantir respostas judiciais mais céleres e eficazes.
e exigem muito mais do que já foi alcançado. Para tanto, Destacam-se, ainda, o direito de acesso à Justiça em
parte-se do pressuposto de que a realidade brasileira matéria de conflitos agrários e urbanos e o necessário
segue sendo gravemente marcada pela violência e por estímulo aos meios de soluções pacíficas de controvérsias.
severos impasses estruturais na área da segurança O PNDH-3 apresenta neste eixo, fundamentalmente,
pública. propostas para que o Poder Público se aperfeiçoe no
Problemas antigos, como a ausência de diagnósticos, de desenvolvimento de políticas públicas de prevenção ao
planejamento e de definição formal de metas, a crime e à violência, reforçando a noção de acesso
desvalorização profissional dos policiais e dos agentes universal à Justiça como direito fundamental, e
penitenciários, o desperdício de recursos e a consagração sustentando que a democracia, os processos de
de privilégios dentro das instituições, as práticas de abuso participação e transparência, aliados ao uso de
de autoridade e de violência policial contra grupos ferramentas científicas e à profissionalização das
vulneráveis e a corrupção dos agentes de segurança instituições e trabalhadores da segurança, assinalam os
pública, demandam reformas tão urgentes quanto roteiros mais promissores para que o Brasil possa avançar
profundas. no caminho da paz pública.
As propostas sistematizadas no PNDH-3 agregam, nesse Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema
contexto, as contribuições oferecidas pelo processo da de segurança pública
11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos e Objetivo estratégico I:
avançam também sobre temas que não foram objeto de Modernização do marco normativo do sistema de
debate, trazendo para o PNDH-3 parte do acúmulo crítico segurança pública.
Ações programáticas:
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a)Propor alteração do texto constitucional, de modo a aos profissionais do sistema nacional de segurança
considerar as polícias militares não mais como forças pública.
auxiliares do Exército, mantendo-as apenas como força Responsável: Ministério da Justiça
reserva. c)Fomentar o acompanhamento permanente da saúde
Responsável: Ministério da Justiça mental dos profissionais do sistema de segurança pública,
b)Propor a revisão da estrutura, treinamento, controle, mediante serviços especializados do sistema de saúde
emprego e regimentos disciplinares dos órgãos de pública.
segurança pública, de forma a potencializar as suas Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
funções de combate ao crime e proteção dos direitos de d)Propor projeto de lei instituindo seguro para casos de
cidadania, bem como garantir que seus órgãos acidentes incapacitantes ou morte em serviço para os
corregedores disponham de carreira própria, sem profissionais do sistema de segurança pública.
subordinação à direção das instituições policiais. Responsável: Ministério da Justiça;
Responsável: Ministério da Justiça e)Garantir a reabilitação e reintegração ao trabalho dos
c)Propor a criação obrigatória de ouvidorias de polícias profissionais do sistema de segurança pública federal, nos
independentes nos Estados e no Distrito Federal, com casos de deficiência adquirida no exercício da função.
ouvidores protegidos por mandato e escolhidos com Responsável: Ministério da Justiça;
participação da sociedade. Diretriz 12: Transparência e participação popular no
Responsável: Ministério da Justiça sistema de segurança pública e justiça criminal.
d)Assegurar a autonomia funcional dos peritos e a Objetivo estratégico I:
modernização dos órgãos periciais oficiais, como forma de Publicação de dados do sistema federal de segurança
incrementar sua estruturação, assegurando a produção pública.
isenta e qualificada da prova material, bem como o Ação programática
princípio da ampla defesa e do contraditório e o respeito a)Publicar trimestralmente estatísticas sobre:
aos Direitos Humanos. Crimes registrados, inquéritos instaurados e concluídos,
Responsável: Ministério da Justiça prisões efetuadas, flagrantes registrados, operações
e)Promover o aprofundamento do debate sobre a realizadas, armas e entorpecentes apreendidos pela
instituição do ciclo completo da atividade policial, com Polícia Federal em cada Estado da Federação;
competências repartidas pelas polícias, a partir da Veículos abordados, armas e entorpecentes
natureza e da gravidade dos delitos. apreendidos e prisões efetuadas pela Polícia Rodoviária
Responsável: Ministério da Justiça Federal em cada Estado da Federação;
f)Apoiar a aprovação do Projeto de Lei no 1.937/2007, que Presos provisórios e condenados sob custódia do
dispõe sobre o Sistema Único de Segurança Pública. sistema penitenciário federal e quantidade de presos
Responsável: Ministério da Justiça trabalhando e estudando por sexo, idade e raça ou etnia;
Objetivo estratégico II: Vitimização de policiais federais, policiais rodoviários
Modernização da gestão do sistema de segurança pública. federais, membros da Força Nacional de Segurança
Ações programáticas: Pública e agentes penitenciários federais;
a)Condicionar o repasse de verbas federais à elaboração e Quantidade e tipos de laudos produzidos pelos órgãos
revisão periódica de planos estaduais, distrital e federais de perícia oficial.
municipais de segurança pública que se pautem pela Responsável: Ministério da Justiça
integração e pela responsabilização territorial da gestão Objetivo estratégico II:
dos programas e ações. Consolidação de mecanismos de participação popular na
Responsável: Ministério da Justiça elaboração das políticas públicas de segurança.
b)Criar base de dados unificada que permita o fluxo de Ações programáticas:
informações entre os diversos componentes do sistema a)Reformular o Conselho Nacional de Segurança Pública,
de segurança pública e a Justiça criminal. assegurando a participação da sociedade civil organizada
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial em sua composição e garantindo sua articulação com o
dos Direitos Humanos da Presidência da República Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
c)Redefinir as competências e o funcionamento da Responsável: Ministério da Justiça
Inspetoria-Geral das Polícias Militares e Corpos de b)Fomentar mecanismos de gestão participativa das
Bombeiros Militares. políticas públicas de segurança, como conselhos e
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Defesa conferências, ampliando a Conferência Nacional de
Objetivo estratégico III: Segurança Pública.
Promoção dos Direitos Humanos dos profissionais do Responsável: Ministério da Justiça
sistema de segurança pública, assegurando sua formação Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e
continuada e compatível com as atividades que exercem. profissionalização da investigação de atos criminosos.
Ações programáticas: Objetivo estratégico I:
a)Proporcionar equipamentos para proteção individual Ampliação do controle de armas de fogo em circulação no
efetiva para os profissionais do sistema federal de País.
segurança pública. Ações programáticas:
Responsável: Ministério da Justiça a)Realizar ações permanentes de estímulo ao
b)Condicionar o repasse de verbas federais aos Estados, desarmamento da população.
ao Distrito Federal e aos Municípios, à garantia da efetiva Responsável: Ministério da Justiça
disponibilização de equipamentos de proteção individual
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b)Propor reforma da legislação para ampliar as restrições das diferenças geracionais, de gênero, étnico-racial e de
e os requisitos para aquisição de armas de fogo por orientação sexual.
particulares e empresas de segurança privada. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Responsável: Ministério da Justiça de Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
c)Propor alteração da legislação para garantir que as Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
armas apreendidas em crimes que não envolvam disparo Racial da Presidência da República
sejam inutilizadas imediatamente após a perícia. b)Realizar anualmente pesquisas nacionais de
Responsável: Ministério da Justiça vitimização.
d)Registrar no Sistema Nacional de Armas todas as armas Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
de fogo destruídas. dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsável: Ministério da Defesa c)Fortalecer mecanismos que possibilitem a efetiva
Objetivo estratégico II: fiscalização de empresas de segurança privada e a
Qualificação da investigação criminal. investigação e responsabilização de policiais que delas
Ações programáticas: participem de forma direta ou indireta.
a)Propor projeto de lei para alterar o procedimento do Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
inquérito policial, de modo a admitir procedimentos orais dos Direitos Humanos da Presidência da República
gravados e transformar em peça ágil e eficiente de d)Desenvolver normas de conduta e fiscalização dos
investigação criminal voltada à coleta de evidências. serviços de segurança privados que atuam na área rural.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Ministério da Justiça
b)Fomentar o debate com o objetivo de unificar os meios e)Elaborar diretrizes para atividades de policiamento
de investigação e obtenção de provas e padronizar comunitário e policiamento orientado para a solução de
procedimentos de investigação criminal. problemas, bem como catalogar e divulgar boas práticas
Responsável: Ministério da Justiça dessas atividades.
c)Promover a capacitação técnica em investigação Responsável: Ministério da Justiça
criminal para os profissionais dos sistemas estaduais de f)Elaborar diretrizes para atuação conjunta entre os
segurança pública. órgãos de trânsito e os de segurança pública para reduzir
Responsável: Ministério da Justiça a violência no trânsito.
d)Realizar pesquisas para qualificação dos estudos sobre Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das
técnicas de investigação criminal. Cidades
Responsável: Ministério da Justiça g)Realizar debate sobre o atual modelo de repressão e
Objetivo estratégico III: estimular a discussão sobre modelos alternativos de
Produção de prova pericial com celeridade e tratamento do uso e tráfico de drogas, considerando o
procedimento padronizado. paradigma da redução de danos.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
a)Propor regulamentação da perícia oficial. dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Responsável: Ministério da Justiça Gabinete de Segurança Institucional; Ministério da Saúde
b)Propor projeto de lei para proporcionar autonomia Objetivo estratégico V:
administrativa e funcional dos órgãos periciais federais. Redução da violência motivada por diferenças de gênero,
Responsável: Ministério da Justiça raça ou etnia, idade, orientação sexual e situação de
c)Propor padronização de procedimentos e equipamentos vulnerabilidade.
a serem utilizados pelas unidades periciais oficiais em Ações programáticas:
todos os exames periciais criminalísticos e médico-legais. a)Fortalecer a atuação da Polícia Federal no combate e na
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial apuração de crimes contra os Direitos Humanos.
dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
d)Desenvolver sistema de dados nacional informatizado dos Direitos Humanos da Presidência da República
para monitoramento da produção e da qualidade dos b)Garantir aos grupos em situação de vulnerabilidade o
laudos produzidos nos órgãos periciais. conhecimento sobre serviços de atendimento, atividades
Responsável: Ministério da Justiça desenvolvidas pelos órgãos e instituições de segurança e
e)Fomentar parcerias com universidades para pesquisa e mecanismos de denúncia, bem como a forma de acioná-
desenvolvimento de novas metodologias a serem los.
implantadas nas unidades periciais. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Responsável: Ministério da Justiça dos Direitos Humanos da Presidência da República;
f)Promover e apoiar a educação continuada dos Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
profissionais da perícia oficial, em todas as áreas, para a Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas
formação técnica e em Direitos Humanos. de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial República
dos Direitos Humanos da Presidência da República c)Desenvolver e implantar sistema nacional integrado das
Objetivo estratégico IV: redes de saúde, de assistência social e educação para a
Fortalecimento dos instrumentos de prevenção à notificação de violência.
violência. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Ações programáticas: da Presidência da República; Ministério da Saúde;
a)Elaborar diretrizes para as políticas de prevenção à Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
violência com o objetivo de assegurar o reconhecimento
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Ministério da Educação; Secretaria Especial de Políticas de Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República Ministério da Saúde
d)Promover campanhas educativas e pesquisas voltadas à m)Fomentar a implantação do serviço de recebimento e
prevenção da violência contra pessoas com deficiência, encaminhamento de denúncias de violência contra a
idosos, mulheres, indígenas, negros, crianças, pessoa idosa em todas as unidades da Federação.
adolescentes, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
travestis e pessoas em situação de rua. Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos n)Capacitar profissionais de educação e saúde para
da Presidência da República; Ministério do identificar e notificar crimes e casos de violência contra a
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria pessoa idosa e contra a pessoa com deficiência.
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas da Presidência da República; Ministério da Saúde;
para as Mulheres da Presidência da República; Ministério Ministério da Educação
da Justiça; Ministério do Turismo; Ministério do Esporte o)Implementar ações de promoção da cidadania e Direitos
e)Fortalecer unidade especializada em conflitos indígenas Humanos das lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e
na Polícia Federal e garantir sua atuação conjunta com a travestis, com foco na prevenção à violência, garantindo
FUNAI, em especial nos processos conflituosos de redes integradas de atenção.
demarcação. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Responsável: Ministério da Justiça dos Direitos Humanos da Presidência da República
f)Fomentar cursos de qualificação e capacitação sobre Objetivo estratégico VI:
aspectos da cultura tradicional dos povos indígenas e Enfrentamento ao tráfico de pessoas.
sobre legislação indigenista para todas as corporações Ações programáticas:
policiais, principalmente para as polícias militares e civis a)Desenvolver metodologia de monitoramento,
especialmente nos Estados e Municípios em que as aldeias disseminação e avaliação das metas do Plano Nacional de
indígenas estejam localizadas nas proximidades dos Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, bem como
centros urbanos. construir e implementar o II Plano Nacional de
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
g)Fortalecer mecanismos para combater a violência Turismo; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
contra a população indígena, em especial para as da Presidência da República; Ministério do Trabalho e
mulheres indígenas vítimas de casos de violência Emprego; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
psicológica, sexual e de assédio moral. Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; b)Estruturar, a partir de serviços existentes, sistema
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da nacional de atendimento às vítimas do tráfico de pessoas,
Presidência da República de reintegração e diminuição da vulnerabilidade,
h)Apoiar a implementação do pacto nacional de especialmente de crianças, adolescentes, mulheres,
enfrentamento à violência contra as mulheres de forma transexuais e travestis.
articulada com os planos estaduais de segurança pública Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
e em conformidade com a Lei Maria da Penha (Lei no da Presidência da República; Secretaria Especial de
11.340/2006). Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Ministério da Justiça
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; c)Implementar as ações referentes a crianças e
Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Direitos adolescentes previstas na Política e no Plano Nacional de
Humanos da Presidência da República Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
i)Avaliar o cumprimento da Lei Maria da Penha com base Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
nos dados sobre tipos de violência, agressor e vítima. dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial d)Consolidar fluxos de encaminhamento e
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República monitoramento de denúncias de casos de tráfico de
j)Fortalecer ações estratégicas de prevenção à violência crianças e adolescentes.
contra jovens negros. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
República; Ministério da Justiça Presidência da República
k)Estabelecer política de prevenção de violência contra a e)Revisar e disseminar metodologia para atendimento de
população em situação de rua, incluindo ações de crianças e adolescentes vítimas de tráfico.
capacitação de policiais em Direitos Humanos. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Presidência da República
dos Direitos Humanos da Presidência da República f)Fomentar a capacitação de técnicos da gestão pública,
l)Promover a articulação institucional, em conjunto com a organizações não governamentais e representantes das
sociedade civil, para implementar o Plano de Ação para o cadeias produtivas para o enfrentamento ao tráfico de
Enfrentamento da Violência contra a Pessoa Idosa. pessoas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Responsável: Ministério do Turismo
da Presidência da República; Ministério da Justiça;
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g)Desenvolver metodologia e material didático para h)Publicar trimestralmente informações sobre pessoas
capacitar agentes públicos no enfrentamento ao tráfico mortas e feridas em ações da Polícia Federal, da Polícia
de pessoas. Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Pública.
da Presidência da República; Ministério do Turismo; Responsável: Ministério da Justiça
Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para i)Criar sistema de rastreamento de armas e de veículos
as Mulheres da Presidência da República usados pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e
h)Realizar estudos e pesquisas sobre o tráfico de pessoas, Força Nacional de Segurança Pública, e fomentar a criação
inclusive sobre exploração sexual de crianças e de sistema semelhante nos Estados e no Distrito Federal.
adolescentes. Responsável: Ministério da Justiça
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Objetivo estratégico II:
da Presidência da República; Ministério do Turismo; Padronização de procedimentos e equipamentos do
Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para sistema de segurança pública.
as Mulheres da Presidência da República Ações programáticas:
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase a)Elaborar procedimentos operacionais padronizados
na erradicação da tortura e na redução da letalidade para as forças policiais federais, com respeito aos Direitos
policial e carcerária. Humanos.
Objetivo estratégico I: Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Fortalecimento dos mecanismos de controle do sistema dos Direitos Humanos da Presidência da República
de segurança pública. b)Elaborar procedimentos operacionais padronizados
Ações programáticas: sobre revistas aos visitantes de estabelecimentos
a)Criar ouvidoria de polícia com independência para prisionais, respeitando os preceitos dos Direitos
exercer controle externo das atividades das Polícias Humanos.
Federais e da Força Nacional de Segurança Pública, Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
coordenada por um ouvidor com mandato. dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
dos Direitos Humanos da Presidência da República Presidência da República
b)Fortalecer a Ouvidoria do Departamento Penitenciário c)Elaborar diretrizes nacionais sobre uso da força e de
Nacional, dotando-a de recursos humanos e materiais armas de fogo pelas instituições policiais e agentes do
necessários ao desempenho de suas atividades, propondo sistema penitenciário.
sua autonomia funcional. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Responsável: Ministério da Justiça dos Direitos Humanos da Presidência da República
c)Condicionar a transferência voluntária de recursos d)Padronizar equipamentos, armas, munições e veículos
federais aos Estados e ao Distrito Federal ao plano de apropriados à atividade policial a serem utilizados pelas
implementação ou à existência de ouvidorias de polícia e forças policiais da União, bem como aqueles financiados
do sistema penitenciário, que atendam aos requisitos de com recursos federais nos Estados, no Distrito Federal e
coordenação por ouvidor com mandato, escolhidos com nos Municípios.
participação da sociedade civil e com independência para Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
sua atuação. dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsável: Ministério da Justiça e)Disponibilizar para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária
d)Elaborar projeto de lei para aperfeiçoamento da Federal e para a Força Nacional de Segurança Pública
legislação processual penal, visando padronizar os munição, tecnologias e armas de menor potencial
procedimentos da investigação de ações policiais com ofensivo.
resultado letal. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Objetivo estratégico III:
dos Direitos Humanos da Presidência da República Consolidação de política nacional visando à erradicação
e)Dotar as Corregedorias da Polícia Federal, da Polícia da tortura e de outros tratamentos ou penas cruéis,
Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário desumanos ou degradantes.
Nacional de recursos humanos e materiais suficientes Ações programáticas:
para o desempenho de suas atividades, ampliando sua a)Elaborar projeto de lei visando a instituir o Mecanismo
autonomia funcional. Preventivo Nacional, sistema de inspeção aos locais de
Responsável: Ministério da Justiça detenção para o monitoramento regular e periódico dos
f)Fortalecer a inspetoria da Força Nacional de Segurança centros de privação de liberdade, nos termos do
Pública e tornar obrigatória a publicação trimestral de protocolo facultativo à convenção da ONU contra a
estatísticas sobre procedimentos instaurados e tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos
concluídos e sobre o número de policiais desmobilizados. ou degradantes.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
g)Publicar trimestralmente estatísticas sobre dos Direitos Humanos da Presidência da República;
procedimentos instaurados e concluídos pelas Ministério das Relações Exteriores;
Corregedorias da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária b)Instituir grupo de trabalho para discutir e propor
Federal, e sobre a quantidade de policiais infratores e atualização e aperfeiçoamento da Lei no 9.455/1997, que
condenados, por cargo e tipo de punição aplicada. define os crimes de tortura, de forma a atualizar os tipos
Responsável: Ministério da Justiça penais, instituir sistema nacional de combate à tortura,
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estipular marco legal para a definição de regras unificadas Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
de exame médico-legal, bem como estipular ações dos Direitos Humanos da Presidência da República
preventivas obrigatórias como formação específica das Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e
forças policiais e capacitação de agentes para a de proteção das pessoas ameaçadas.
identificação da tortura. Objetivo estratégico I:
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Instituição de sistema federal que integre os programas
Presidência da República de proteção.
c)Promover o fortalecimento, a criação e a reativação dos Ações programáticas:
comitês estaduais de combate à tortura. a)Propor projeto de lei para integração, de forma
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da sistêmica, dos programas de proteção a vítimas e
Presidência da República testemunhas ameaçadas, defensores de Direitos
d)Propor projeto de lei para tornar obrigatória a filmagem Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de morte.
dos interrogatórios ou audiogravações realizadas durante Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
as investigações policiais. Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial b)Desenvolver sistema nacional que integre as
dos Direitos Humanos da Presidência da República informações das ações de proteção às pessoas
e)Estabelecer protocolo para a padronização de ameaçadas.
procedimentos a serem realizados nas perícias destinadas Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
a averiguar alegações de tortura. Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial c)Ampliar os programas de proteção a vítimas e
dos Direitos Humanos da Presidência da República testemunhas ameaçadas, defensores dos Direitos
f)Elaborar matriz curricular e capacitar os operadores do Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de morte
sistema de segurança pública e justiça criminal para o para os Estados em que o índice de violência aponte a
combate à tortura. criação de programas locais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
dos Direitos Humanos da Presidência da República Presidência da República
g)Capacitar e apoiar a qualificação dos agentes da perícia d)Garantir a formação de agentes da Polícia Federal para
oficial, bem como de agentes públicos de saúde, para a a proteção das pessoas incluídas nos programas de
identificação de tortura. proteção de pessoas ameaçadas, observadas suas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial diretrizes.
dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
h)Incluir na formação de agentes penitenciários federais dos Direitos Humanos da Presidência da República
curso com conteúdos relativos ao combate à tortura e e)Propor ampliação os recursos orçamentários para a
sobre a importância dos Direitos Humanos. realização das ações dos programas de proteção a vítimas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial e testemunhas ameaçadas, defensores dos Direitos
dos Direitos Humanos da Presidência da República Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de morte.
i)Realizar campanhas de prevenção e combate à tortura Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
nos meios de comunicação para a população em geral, Presidência da República
além de campanhas específicas voltadas às forças de Objetivo estratégico II:
segurança pública, bem como divulgar os parâmetros Consolidação da política de assistência a vítimas e a
internacionais de combate às práticas de tortura. testemunhas ameaçadas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Ações programáticas:
Presidência da República a)Propor projeto de lei para aperfeiçoar o marco legal do
j)Estabelecer procedimento para a produção de relatórios Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas
anuais, contendo informações sobre o número de casos Ameaçadas, ampliando a proteção de escolta policial para
de torturas e de tratamentos desumanos ou degradantes as equipes técnicas do programa, e criar sistema de apoio
levados às autoridades, número de perpetradores e de à reinserção social dos usuários do programa.
sentenças judiciais. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da dos Direitos Humanos da Presidência da República
Presidência da República b)Regulamentar procedimentos e competências para a
Objetivo estratégico IV: execução do Programa Federal de Assistência a Vítimas e
Combate às execuções extrajudiciais realizadas por Testemunhas Ameaçadas, em especial para a realização
agentes do Estado. de escolta de seus usuários.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
a)Fortalecer ações de combate às execuções extrajudiciais dos Direitos Humanos da Presidência da República
realizadas por agentes do Estado, assegurando a c)Fomentar a criação de centros de atendimento a vítimas
investigação dessas violações. de crimes e a seus familiares, com estrutura adequada e
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial capaz de garantir o acompanhamento psicossocial e
dos Direitos Humanos da Presidência da República jurídico dos usuários, com especial atenção a grupos
b)Desenvolver e apoiar ações específicas para sociais mais vulneráveis, assegurando o exercício de seus
investigação e combate à atuação de milícias e grupos de direitos.
extermínio.
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
da Presidência da República; Secretaria Especial de Presidência da República
Políticas para as Mulheres da Presidência da República e)Divulgar em âmbito nacional a atuação dos defensores
d)Incentivar a criação de unidades especializadas do e militantes dos Direitos Humanos, fomentando cultura
Serviço de Proteção ao Depoente Especial da Polícia de respeito e valorização de seus papéis na sociedade.
Federal nos Estados e no Distrito Federal. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Presidência da República
dos Direitos Humanos da Presidência da República Diretriz 16: Modernização da política de execução penal,
e)Garantir recursos orçamentários e de infraestrutura ao priorizando a aplicação de penas e medidas alternativas à
Serviço de Proteção ao Depoente Especial da Polícia privação de liberdade e melhoria do sistema
Federal, necessários ao atendimento pleno, imediato e de penitenciário.
qualidade aos depoentes especiais e a seus familiares, Objetivo estratégico I:
bem como o atendimento às demandas de inclusão Reestruturação do sistema penitenciário.
provisória no programa federal. Ações programáticas:
Responsável: Ministério da Justiça a)Elaborar projeto de reforma da Lei de Execução Penal
Objetivo estratégico III: (Lei no 7.210/1984), com o propósito de:
Garantia da proteção de crianças e adolescentes Adotar mecanismos tecnológicos para coibir a entrada
ameaçados de morte. de substâncias e materiais proibidos, eliminando a prática
Ações programáticas: de revista íntima nos familiares de presos;
a)Ampliar a atuação federal no âmbito do Programa de Aplicar a Lei de Execução Penal também a presas e
Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte presos provisórios e aos sentenciados pela Justiça
nas unidades da Federação com maiores taxas de Especial;
homicídio nessa faixa etária. Vedar a divulgação pública de informações sobre perfil
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da psicológico do preso e eventuais diagnósticos
Presidência da República psiquiátricos feitos nos estabelecimentos prisionais;
b)Formular política nacional de enfrentamento da Instituir a obrigatoriedade da oferta de ensino pelos
violência letal contra crianças e adolescentes. estabelecimentos penais e a remição de pena por estudo;
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Estabelecer que a perda de direitos ou a redução de
Presidência da República acesso a qualquer direito ocorrerá apenas como
c)Desenvolver e aperfeiçoar os indicadores de morte consequência de faltas de natureza grave;
violenta de crianças e adolescentes, assegurando Estabelecer critérios objetivos para isolamento de
publicação anual dos dados. presos e presas no regime disciplinar diferenciado;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Configurar nulidade absoluta dos procedimentos
da Presidência da República; Ministério da Saúde disciplinares quando não houver intimação do defensor
d)Desenvolver programas de enfrentamento da violência do preso;
letal contra crianças e adolescentes e divulgar as Estabelecer o regime de condenação como limite para
experiências bem sucedidas. casos de regressão de regime;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Assegurar e regulamentar as visitas íntimas para a
da Presidência da República; Ministério da Justiça população carcerária LGBT.
Objetivo estratégico IV: Responsável: Ministério da Justiça
Garantia de proteção dos defensores dos Direitos b)Elaborar decretos extraordinários de indulto a
Humanos e de suas atividades. condenados por crimes sem violência real, que reduzam
Ações programáticas: substancialmente a população carcerária brasileira.
a)Fortalecer a execução do Programa Nacional de Responsável: Ministério da Justiça
Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, c)Fomentar a realização de revisões periódicas
garantindo segurança nos casos de violência, ameaça, processuais dos processos de execução penal da
retaliação, pressão ou ação arbitrária, e a defesa em ações população carcerária.
judiciais de má-fé, em decorrência de suas atividades. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da d)Vincular o repasse de recursos federais para construção
Presidência da República de estabelecimentos prisionais nos Estados e no Distrito
b)Articular com os órgãos de segurança pública de Federal ao atendimento das diretrizes arquitetônicas que
Direitos Humanos nos Estados para garantir a segurança contemplem a existência de alas específicas para presas
dos defensores dos Direitos Humanos. grávidas e requisitos de acessibilidade.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
dos Direitos Humanos da Presidência da República de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
c)Capacitar os operadores do sistema de segurança e)Aplicar a Política Nacional de Saúde Mental e a Política
pública e de justiça sobre o trabalho dos defensores dos para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras
Direitos Humanos. Drogas no sistema penitenciário.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
Presidência da República f)Aplicar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
d)Fomentar parcerias com as Defensorias Públicas dos da Mulher no contexto prisional, regulamentando a
Estados e da União para a defesa judicial dos defensores assistência pré-natal, a existência de celas específicas e
dos Direitos Humanos nos processos abertos contra eles.
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período de permanência com seus filhos para Ações programáticas:
aleitamento. a)Estabelecer diretrizes que garantam tratamento
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; adequado às pessoas com transtornos mentais, em
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da consonância com o princípio de desinstitucionalização.
Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
g)Implantar e implementar as ações de atenção integral b)Propor projeto de lei para alterar o Código Penal,
aos presos previstas no Plano Nacional de Saúde no prevendo que o período de cumprimento de medidas de
Sistema Penitenciário. segurança não deve ultrapassar o da pena prevista para o
Responsável: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde crime praticado, e estabelecendo a continuidade do
h)Promover estudo sobre a viabilidade de criação, em tratamento fora do sistema penitenciário quando
âmbito federal, da carreira de oficial de condicional, necessário.
trabalho externo e penas alternativas, para acompanhar Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
os condenados em liberdade condicional, os presos em c)Estabelecer mecanismos para a reintegração social dos
trabalho externo, em qualquer regime de execução, e os internados em medida de segurança quando da extinção
condenados a penas alternativas à prisão. desta, mediante aplicação dos benefícios sociais
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do correspondentes.
Planejamento, Orçamento e Gestão Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde;
i)Avançar na implementação do Sistema de Informações Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Penitenciárias (InfoPen), financiando a inclusão dos Objetivo estratégico IV:
estabelecimentos prisionais dos Estados e do Distrito Ampliação da aplicação de penas e medidas alternativas.
Federal e condicionando os repasses de recursos federais Ações programáticas:
à sua efetiva integração ao sistema. a)Desenvolver instrumentos de gestão que assegurem a
Responsável: Ministério da Justiça sustentabilidade das políticas públicas de aplicação de
j)Ampliar campanhas de sensibilização para inclusão penas e medidas alternativas.
social de egressos do sistema prisional. Responsáveis: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça b)Incentivar a criação de varas especializadas e de centrais
k)Estabelecer diretrizes na política penitenciária nacional de monitoramento do cumprimento de penas e medidas
que fortaleçam o processo de reintegração social dos alternativas.
presos, internados e egressos, com sua efetiva inclusão Responsável: Ministério da Justiça
nas políticas públicas sociais. c)Desenvolver modelos de penas e medidas alternativas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do que associem seu cumprimento ao ilícito praticado, com
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da projetos temáticos que estimulem a capacitação do
Saúde; Ministério da Educação; Ministério do Esporte cumpridor, bem como penas de restrição de direitos com
l)Debater, por meio de grupo de trabalho interministerial, controle de frequência.
ações e estratégias que visem assegurar o Responsável: Ministério da Justiça
encaminhamento para o presídio feminino de mulheres d)Desenvolver programas-piloto com foco na educação,
transexuais e travestis que estejam em regime de para aplicação da pena de limitação de final de semana.
reclusão. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Educação
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia
Presidência da República e a defesa dos direitos.
Objetivo estratégico II: Objetivo estratégico I:
Limitação do uso dos institutos de prisão cautelar. Acesso da população à informação sobre seus direitos e
Ações programáticas: sobre como garanti-los.
a)Propor projeto de lei para alterar o Código de Processo Ações programáticas:
Penal, com o objetivo de: a)Difundir o conhecimento sobre os Direitos Humanos e
Estabelecer requisitos objetivos para decretação de sobre a legislação pertinente com publicações em
prisões preventivas que consagrem sua excepcionalidade; linguagem e formatos acessíveis.
Vedar a decretação de prisão preventiva em casos que Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
envolvam crimes com pena máxima inferior a quatro dos Direitos Humanos da Presidência da República
anos, excetuando crimes graves como formação de b)Fortalecer as redes de canais de denúncia (disque-
quadrilha e peculato; denúncia) e sua articulação com instituições de Direitos
Estabelecer o prazo máximo de oitenta e um dias para Humanos.
prisão provisória. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Ministério da Justiça Presidência da República
b)Alterar a legislação sobre abuso de autoridade, c)Incentivar a criação de centros integrados de serviços
tipificando de modo específico as condutas puníveis. públicos para prestação de atendimento ágil à população,
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial inclusive com unidades itinerantes para obtenção de
dos Direitos Humanos da Presidência da República documentação básica.
Objetivo estratégico III: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Tratamento adequado de pessoas com transtornos da Presidência da República; Ministério da Justiça
mentais.
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d)Fortalecer o governo eletrônico com a ampliação da c)Capacitar lideranças comunitárias sobre instrumentos e
disponibilização de informações e serviços para a técnicas de mediação comunitária, incentivando a
população via Internet, em formato acessível. resolução de conflitos nas próprias comunidades.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
da Presidência da República dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico II: d)Incentivar projetos pilotos de Justiça Restaurativa,
Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das como forma de analisar seu impacto e sua aplicabilidade
normas jurídicas para proteção dos Direitos Humanos. no sistema jurídico brasileiro.
Ações programáticas: Responsável: Ministério da Justiça
a)Implementar o Observatório da Justiça Brasileira, em e)Estimular e ampliar experiências voltadas para a solução
parceria com a sociedade civil. de conflitos por meio da mediação comunitária e dos
Responsável: Ministério da Justiça Centros de Referência em Direitos Humanos,
b)Aperfeiçoar o sistema de fiscalização de violações aos especialmente em áreas de baixo Índice de
Direitos Humanos, por meio do aprimoramento do Desenvolvimento Humano (IDH) e com dificuldades de
arcabouço de sanções administrativas. acesso a serviços públicos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República; Ministério da Saúde; da Presidência da República; Ministério da Justiça
Ministério da Justiça; Ministério do Trabalho e Emprego Objetivo estratégico IV:
c)Ampliar equipes de fiscalização sobre violações dos Garantia de acesso universal ao sistema judiciário.
Direitos Humanos, em parceria com a sociedade civil. Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial a)Propor a ampliação da atuação da Defensoria Pública da
dos Direitos Humanos da Presidência da República União.
d)Propor projeto de lei buscando ampliar a utilização das Responsável: Ministério da Justiça
ações coletivas para proteção dos interesses difusos, b)Fomentar parcerias entre Municípios e entidades de
coletivos e individuais homogêneos, garantindo a proteção dos Direitos Humanos para atendimento da
consolidação de instrumentos coletivos de resolução de população com dificuldade de acesso ao sistema de
conflitos. justiça, com base no mapeamento das principais
Responsável: Ministério da Justiça demandas da população local e no estabelecimento de
e)Propor projetos de lei para simplificar o processamento estratégias para atendimento e ações educativas e
e julgamento das ações judiciais; coibir os atos informativas.
protelatórios; restringir as hipóteses de recurso ex officio Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
e reduzir recursos e desjudicializar conflitos. dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsável: Ministério da Justiça c)Apoiar a capacitação periódica e constante dos
f)Aperfeiçoar a legislação trabalhista, visando ampliar operadores do Direito e servidores da Justiça na aplicação
novas tutelas de proteção das relações do trabalho e as dos Direitos Humanos voltada para a composição de
medidas de combate à discriminação e ao abuso moral no conflitos.
trabalho. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; dos Direitos Humanos da Presidência da República
Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para d)Dialogar com o Poder Judiciário para assegurar o efetivo
as Mulheres da Presidência da República acesso das pessoas com deficiência à justiça, em
g)Implementar mecanismos de monitoramento dos igualdade de condições com as demais pessoas.
serviços de atendimento ao aborto legalmente Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
autorizado, garantindo seu cumprimento e facilidade de dos Direitos Humanos da Presidência da República
acesso. e)Apoiar os movimentos sociais e a Defensoria Pública na
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de obtenção da gratuidade das perícias para as demandas
Políticas para as Mulheres da Presidência da República judiciais, individuais e coletivas, e relacionadas a violações
Objetivo estratégico III: de Direitos Humanos.
Utilização de modelos alternativos de solução de Responsável: Ministério da Justiça
conflitos. Objetivo estratégico V:
Ações programáticas: Modernização da gestão e agilização do funcionamento
a)Fomentar iniciativas de mediação e conciliação, do sistema de justiça.
estimulando a resolução de conflitos por meios Ações programáticas:
autocompositivos, voltados à maior pacificação social e a)Propor legislação de revisão e modernização dos
menor judicialização. serviços notariais e de registro.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Responsável: Ministério da Justiça
Desenvolvimento Agrário; Ministério das Cidades b)Desenvolver sistema integrado de informações do
b)Fortalecer a criação de núcleos de justiça comunitária, Poder Executivo e Judiciário e disponibilizar seu acesso à
em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os sociedade.
Municípios, e apoiar o financiamento de infraestrutura e Responsável: Ministério da Justiça
de capacitação. Objetivo estratégico VI:
Responsável: Ministério da Justiça Acesso à Justiça no campo e na cidade.
Ações programáticas:
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a)Assegurar a criação de marco legal para a prevenção e O PNDH-3 dialoga com o Plano Nacional de Educação em
mediação de conflitos fundiários urbanos, garantindo o Direitos Humanos (PNEDH) como referência para a
devido processo legal e a função social da propriedade. política nacional de Educação e Cultura em Direitos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Humanos, estabelecendo os alicerces a serem adotados
Cidades nos âmbitos nacional, estadual, distrital e municipal.
b)Propor projeto de lei voltado a regulamentar o O PNEDH, refletido neste programa, se desdobra em cinco
cumprimento de mandados de reintegração de posse ou grandes áreas:
correlatos, garantindo a observância do respeito aos Na educação básica, a ênfase do PNDH-3 é possibilitar,
Direitos Humanos. desde a infância, a formação de sujeitos de direito,
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das priorizando as populações historicamente
Cidades; Ministério do Desenvolvimento Agrário vulnerabilizadas. A troca de experiências entre crianças de
c)Promover o diálogo com o Poder Judiciário para a diferentes raças e etnias, imigrantes, com deficiência
elaboração de procedimento para o enfrentamento de física ou mental, fortalece, desde cedo, sentimento de
casos de conflitos fundiários coletivos urbanos e rurais. convivência pacífica. Conhecer o diferente, desde a mais
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério da tenra idade, é perder o medo do desconhecido, formar
Justiça; Ministério do Desenvolvimento Agrário opinião respeitosa e combater o preconceito, às vezes
d)Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização arraigado na própria família.
da mediação como ato inicial das demandas de conflitos No PNDH-3, essa concepção se traduz em propostas de
agrários e urbanos, priorizando a realização de audiência mudanças curriculares, incluindo a educação transversal e
coletiva com os envolvidos, com a presença do Ministério permanente nos temas ligados aos Direitos Humanos e,
Público, do poder público local, órgãos públicos mais especificamente, o estudo da temática de gênero e
especializados e Polícia Militar, como medida preliminar à orientação sexual, das culturas indígena e afro-brasileira
avaliação da concessão de medidas liminares, sem entre as disciplinas do ensino fundamental e médio.
prejuízo de outros meios institucionais para solução de No ensino superior, as metas previstas visam a incluir os
conflitos. Direitos Humanos, por meio de diferentes modalidades
d) Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização como disciplinas, linhas de pesquisa, áreas de
da mediação nas demandas de conflitos coletivos agrários concentração, transversalização incluída nos projetos
e urbanos, priorizando a oitiva do INCRA, institutos de acadêmicos dos diferentes cursos de graduação e pós-
terras estaduais, Ministério Público e outros órgãos graduação, bem como em programas e projetos de
públicos especializados, sem prejuízo de outros meios extensão.
institucionais para solução de conflitos. (Redação A educação não formal em Direitos Humanos é orientada
dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010) pelos princípios da emancipação e da autonomia,
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; configurando-se como processo de sensibilização e
Ministério da Justiça formação da consciência crítica. Desta forma, o PNDH-3
Eixo Orientador V: propõe inclusão da temática de Educação em Direitos
Educação e cultura em Direitos Humanos Humanos nos programas de capacitação de lideranças
A educação e a cultura em Direitos Humanos visam à comunitárias e nos programas de qualificação
formação de nova mentalidade coletiva para o exercício profissional, alfabetização de jovens e adultos, entre
da solidariedade, do respeito às diversidades e da outros. Volta-se, especialmente, para o estabelecimento
tolerância. Como processo sistemático e de diálogo e parcerias permanentes como o vasto leque
multidimensional que orienta a formação do sujeito de brasileiro de movimentos populares, sindicatos, igrejas,
direitos, seu objetivo é combater o preconceito, a ONGs, clubes, entidades empresariais e toda sorte de
discriminação e a violência, promovendo a adoção de agrupamentos da sociedade civil que desenvolvem
novos valores de liberdade, justiça e igualdade. atividades formativas em seu cotidiano.
A educação em Direitos Humanos, como canal estratégico A formação e a educação continuada em Direitos
capaz de produzir uma sociedade igualitária, extrapola o Humanos, com recortes de gênero, relações étnico-raciais
direito à educação permanente e de qualidade. Trata-se e de orientação sexual, em todo o serviço público,
de mecanismo que articula, entre outros elementos: a) a especialmente entre os agentes do sistema de Justiça de
apreensão de conhecimentos historicamente construídos segurança pública, são fundamentais para consolidar o
sobre Direitos Humanos e a sua relação com os contextos Estado Democrático e a proteção do direito à vida e à
internacional, regional, nacional e local; b) a afirmação de dignidade, garantindo tratamento igual a todas as pessoas
valores, atitudes e práticas sociais que expressem a e o funcionamento de sistemas de Justiça que promovam
cultura dos Direitos Humanos em todos os espaços da os Direitos Humanos.
sociedade; c) a formação de consciência cidadã capaz de Por fim, aborda-se o papel estratégico dos meios de
se fazer presente nos níveis cognitivo, social, ético e comunicação de massa, no sentido de construir ou
político; d) o desenvolvimento de processos desconstruir ambiente nacional e cultura social de
metodológicos participativos e de construção coletiva, respeito e proteção aos Direitos Humanos. Daí a
utilizando linguagens e materiais didáticos importância primordial de introduzir mudanças que
contextualizados; e) o fortalecimento de políticas que assegurem ampla democratização desses meios, bem
gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da como de atuar permanentemente junto a todos os
proteção e da defesa dos Direitos Humanos, bem como da profissionais e empresas do setor (seminários, debates,
reparação das violações. reportagens, pesquisas e conferências), buscando
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sensibilizar e conquistar seu compromisso ético com a d)Atribuir premiação anual de educação em Direitos
afirmação histórica dos Direitos Humanos. Humanos, como forma de incentivar a prática de ações e
Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da projetos de educação e cultura em Direitos Humanos.
política nacional de educação em Direitos Humanos para Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
fortalecer cultura de direitos. da Presidência da República; Ministério da Educação
Objetivo estratégico I: e)Garantir a continuidade da "Mostra Cinema e Direitos
Implementação do Plano Nacional de Educação em Humanos na América do Sul" e o "Festival dos Direitos
Direitos Humanos - PNEDH Humanos" como atividades culturais para difusão dos
Ações programáticas: Direitos Humanos.
a)Desenvolver ações programáticas e promover Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
articulação que viabilizem a implantação e a Presidência da República
implementação do PNEDH. f)Consolidar a revista "Direitos Humanos" como
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos instrumento de educação e cultura em Direitos Humanos,
da Presidência da República; Ministério da Educação; garantindo o caráter representativo e plural em seu
Ministério da Justiça conselho editorial.
b)Implantar mecanismos e instrumentos de Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
monitoramento, avaliação e atualização do PNEDH, em Presidência da República
processos articulados de mobilização nacional. g)Produzir recursos pedagógicos e didáticos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos especializados e adquirir materiais e equipamentos em
da Presidência da República; Ministério da Educação; formato acessível para a educação em Direitos Humanos,
Ministério da Justiça para todos os níveis de ensino.
c)Fomentar e apoiar a elaboração de planos estaduais e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
municipais de educação em Direitos Humanos. da Presidência da República; Ministério da Educação
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos h)Publicar materiais pedagógicos e didáticos para a
da Presidência da República; Ministério da Educação; educação em Direitos Humanos em formato acessível
Ministério da Justiça para as pessoas com deficiência, bem como promover o
d)Apoiar técnica e financeiramente iniciativas em uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em eventos ou
educação em Direitos Humanos, que estejam em divulgação em mídia.
consonância com o PNEDH. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Educação.
da Presidência da República; Ministério da Educação; i)Fomentar o acesso de estudantes, professores e demais
Ministério da Justiça profissionais da educação às tecnologias da informação e
e)Incentivar a criação e investir no fortalecimento dos comunicação.
comitês de educação em Direitos Humanos em todos os Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Estados e no Distrito Federal, como órgãos consultivos e da Presidência da República; Ministério da Educação
propositivos da política de educação em Direitos Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia
Humanos. e dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica,
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos nas instituições de ensino superior e outras instituições
da Presidência da República; Ministério da Justiça formadoras.
Objetivo Estratégico II: Objetivo Estratégico I:
Ampliação de mecanismos e produção de materiais Inclusão da temática de Educação e Cultura em Direitos
pedagógicos e didáticos para Educação em Direitos Humanos nas escolas de educação básica e em outras
Humanos. instituições formadoras.
Ações programáticas: Ações Programáticas:
a)Incentivar a criação de programa nacional de formação a)Estabelecer diretrizes curriculares para todos os níveis e
em educação em Direitos Humanos. modalidades de ensino da educação básica para a inclusão
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da temática de educação e cultura em Direitos Humanos,
da Presidência da República; Ministério da Educação; promovendo o reconhecimento e o respeito das
Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para diversidades de gênero, orientação sexual, identidade de
as Mulheres da Presidência da República gênero, geracional, étnico-racial, religiosa, com educação
b)Estimular a temática dos Direitos Humanos nos editais igualitária, não discriminatória e democrática.
de avaliação e seleção de obras didáticas do sistema de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
ensino. da Presidência da República; Ministério da Educação;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
da Presidência da República; Ministério da Educação; Presidência da República
c)Estabelecer critérios e indicadores de avaliação de b)Promover a inserção da educação em Direitos Humanos
publicações na temática de Direitos Humanos para o nos processos de formação inicial e continuada de todos
monitoramento da escolha de livros didáticos no sistema os profissionais da educação, que atuam nas redes de
de ensino. ensino e nas unidades responsáveis por execução de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos medidas socioeducativas.
da Presidência da República; Ministério da Educação Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República; Ministério da Educação
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c)Incluir, nos programas educativos, o direito ao meio informações sobre a existência de ouvidorias e sobre o
ambiente como Direito Humano. número de:
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Secretaria cursos de pós-graduação com áreas de concentração em
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Direitos Humanos;
República; Ministério da Educação grupos de pesquisa em Direitos Humanos;
d)Incluir conteúdos, recursos, metodologias e formas de cursos com a transversalização dos Direitos Humanos
avaliação da educação em Direitos Humanos nos sistemas nos projetos políticos pedagógicos;
de ensino da educação básica. disciplinas em Direitos Humanos;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos teses e dissertações defendidas;
da Presidência da República; Ministério da Educação associações e instituições dedicadas ao tema e com as
e)Desenvolver ações nacionais de elaboração de quais os docentes e pesquisadores tenham vínculo;
estratégias de mediação de conflitos e de Justiça núcleos e comissões que atuam em Direitos Humanos;
Restaurativa nas escolas, e outras instituições formadoras educadores com ações no tema Direitos Humanos;
e instituições de ensino superior, inclusive promovendo a projetos de extensão em Direitos Humanos;
capacitação de docentes para a identificação de violência Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria
e abusos contra crianças e adolescentes, seu Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
encaminhamento adequado e a reconstrução das República
relações no âmbito escolar. d)Fomentar a realização de estudos, pesquisas e a
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos implementação de projetos de extensão sobre o período
da Presidência da República; Ministério da Educação; do regime 1964-1985, bem como apoiar a produção de
Ministério da Justiça material didático, a organização de acervos históricos e a
f)Publicar relatório periódico de acompanhamento da criação de centros de referências.
inclusão da temática dos Direitos Humanos na educação Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
formal que contenha, pelo menos, as seguintes da Presidência da República; Ministério da Educação;
informações: Ministério da Justiça
Número de Estados e Municípios que possuem planos e)Incentivar a realização de estudos, pesquisas e
de educação em Direitos Humanos; produção bibliográfica sobre a história e a presença das
Existência de normas que incorporam a temática de populações tradicionais.
Direitos Humanos nos currículos escolares; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Documentos que atestem a existência de comitês de da Presidência da República; Ministério da Educação;
educação em Direitos Humanos; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Documentos que atestem a existência de órgãos Racial da Presidência da República; Ministério da Justiça
governamentais especializados em educação em Direitos Objetivo Estratégico III:
Humanos. Incentivo à transdisciplinariedade e transversalidade nas
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da atividades acadêmicas em Direitos Humanos.
Presidência da República Ações Programáticas:
g)Desenvolver e estimular ações de enfrentamento ao a)Incentivar o desenvolvimento de cursos de graduação,
bullying e ao cyberbulling. de formação continuada e programas de pós-graduação
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos em Direitos Humanos.
da Presidência da República; Ministério da Educação Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
h)Implementar e acompanhar a aplicação das leis que da Presidência da República; Ministério da Educação;
dispõem sobre a inclusão da história e cultura afro- Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
brasileira e dos povos indígenas em todos os níveis e Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de
modalidades da educação básica. Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos b)Fomentar núcleos de pesquisa de educação em Direitos
da Presidência da República; Ministério da Educação Humanos em instituições de ensino superior e escolas
Objetivo Estratégico II: públicas e privadas, estruturando-as com equipamentos e
Inclusão da temática da Educação em Direitos Humanos materiais didáticos.
nos cursos das Instituições de Ensino Superior . Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Ações Programáticas: da Presidência da República; Ministério da Educação;
a)Propor a inclusão da temática da educação em Direitos Ministério da Ciência e Tecnologia
Humanos nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos c)Fomentar e apoiar, no Conselho Nacional de
de graduação. Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e na
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
da Presidência da República; Ministério da Educação Superior (Capes), a criação da área "Direitos Humanos"
b)Incentivar a elaboração de metodologias pedagógicas como campo de conhecimento transdisciplinar e
de caráter transdisciplinar e interdisciplinar para a recomendar às agências de fomento que abram linhas de
educação em Direitos Humanos nas Instituições de Ensino financiamento para atividades de ensino, pesquisa e
Superior. extensão em Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Presidência da República; Ministério da Educação da Presidência da República; Ministério da Educação;
c)Elaborar relatórios sobre a inclusão da temática dos Ministério da Fazenda
Direitos Humanos no ensino superior, contendo
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d)Implementar programas e ações de fomento à extensão Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
universitária em direitos humanos, para promoção e da Presidência da República; Ministério da Educação;
defesa dos Direitos Humanos e o desenvolvimento da Ministério da Justiça
cultura e educação em Direitos Humanos. Objetivo estratégico II:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Resgate da memória por meio da reconstrução da história
da Presidência da República; Ministério da Educação dos movimentos sociais.
Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal Ações programáticas:
como espaço de defesa e promoção dos Direitos a)Promover campanhas e pesquisas sobre a história dos
Humanos. movimentos de grupos historicamente vulnerabilizados,
Objetivo Estratégico I: tais como o segmento LGBT, movimentos de mulheres,
Inclusão da temática da educação em Direitos Humanos quebradeiras de coco, castanheiras, ciganos, entre outros.
na educação não formal. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Ações programáticas: da Presidência da República; Secretaria Especial de
a)Fomentar a inclusão da temática de Direitos Humanos Políticas para as Mulheres da Presidência da República
na educação não formal, nos programas de qualificação b)Apoiar iniciativas para a criação de museus voltados ao
profissional, alfabetização de jovens e adultos, extensão resgate da cultura e da história dos movimentos sociais.
rural, educação social comunitária e de cultura popular. Responsáveis: Ministério da Cultura; Secretaria Especial
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos dos Direitos Humanos da Presidência da República
da Presidência da República; Ministério do Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos
Desenvolvimento Agrário; Secretaria Especial de Políticas no serviço público.
de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Objetivo Estratégico I:
República; Ministério da Cultura; Secretaria Especial de Formação e capacitação continuada dos servidores
Políticas para as Mulheres da Presidência da República públicos em Direitos Humanos, em todas as esferas de
b)Apoiar iniciativas de educação popular em Direitos governo.
Humanos desenvolvidas por organizações comunitárias, Ações programáticas:
movimentos sociais, organizações não governamentais e a) Apoiar e desenvolver atividades de formação e
outros agentes organizados da sociedade civil. capacitação continuadas interdisciplinares em Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Humanos para servidores públicos.
da Presidência da República; Secretaria Especial de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Presidência da República; Ministério da Educação;
da República; Secretaria Especial de Políticas para as Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério do
Mulheres da Presidência da República; Ministério da Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério das
Cultura; Ministério da Justiça Relações Exteriores
c)Apoiar e promover a capacitação de agentes b)Incentivar a inserção da temática dos Direitos Humanos
multiplicadores para atuarem em projetos de educação nos programas das escolas de formação de servidores
em Direitos Humanos. vinculados aos órgãos públicos federais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Presidência da República da Presidência da República; Secretaria Especial de
d)Apoiar e desenvolver programas de formação em Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
comunicação e Direitos Humanos para comunicadores Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
comunitários. Racial da Presidência da República
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos c)Publicar materiais didático-pedagógicos sobre Direitos
da Presidência da República; Ministério das Humanos e função pública, desdobrando temas e
Comunicações; Ministério da Cultura aspectos adequados ao diálogo com as várias áreas de
e)Desenvolver iniciativas que levem a incorporar a atuação dos servidores públicos.
temática da educação em Direitos Humanos nos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
programas de inclusão digital e de educação à distância. da Presidência da República; Ministério do Planejamento,
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Orçamento e Gestão
da Presidência da República; Ministério da Educação; Objetivo Estratégico II:
Ministério das Comunicações; Ministério de Ciência e Formação adequada e qualificada dos profissionais do
Tecnologia sistema de segurança pública.
f)Apoiar a incorporação da temática da educação em Ações programáticas:
Direitos Humanos nos programas e projetos de esporte, a)Oferecer, continuamente e permanentemente, cursos
lazer e cultura como instrumentos de inclusão social. em Direitos Humanos para os profissionais do sistema de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos segurança pública e justiça criminal.
da Presidência da República; Ministério da Educação; Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial
Ministério da Cultura; Ministério do Esporte dos Direitos Humanos da Presidência da República;
g)Fortalecer experiências alternativas de educação para Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
os adolescentes, bem como para monitores e Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas
profissionais do sistema de execução de medidas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
socioeducativas. República
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b)Oferecer permanentemente cursos de especialização comprometidos com os princípios de Direitos Humanos,
aos gestores, policiais e demais profissionais do sistema assim como os que cometem violações. (Revogado
de segurança pública. pelo decreto nº 7.177, de 2010)
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria
c)Publicar materiais didático-pedagógicos sobre Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
segurança pública e Direitos Humanos. República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria
dos Direitos Humanos da Presidência da República Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
d)Incentivar a inserção da temática dos Direitos Humanos República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
nos programas das escolas de formação inicial e (Revogado pelo decreto nº 7.177, de 2010)
continuada dos membros das Forças Armadas. e)Desenvolver programas de formação nos meios de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos comunicação públicos como instrumento de informação e
da Presidência da República; Ministério da Defesa transparência das políticas públicas, de inclusão digital e
e)Criar escola nacional de polícia para educação de acessibilidade.
continuada dos profissionais do sistema de segurança Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria
pública, com enfoque prático. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsável: Ministério da Justiça República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
f)Apoiar a capacitação de policiais em direitos das f)Avançar na regularização das rádios comunitárias e
crianças, em aspectos básicos do desenvolvimento infantil promover incentivos para que se afirmem como
e em maneiras de lidar com grupos em situação de instrumentos permanentes de diálogo com as
vulnerabilidade, como crianças e adolescentes em comunidades locais.
situação de rua, vítimas de exploração sexual e em Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria
conflito com a lei. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
dos Direitos Humanos da Presidência da República g)Promover a eliminação das barreiras que impedem o
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação acesso de pessoas com deficiência sensorial à
democrática e ao acesso à informação para consolidação programação em todos os meios de comunicação e
de uma cultura em Direitos Humanos. informação, em conformidade com o Decreto no
Objetivo Estratégico I: 5.296/2004, bem como acesso a novos sistemas e
Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de tecnologias, incluindo Internet.
comunicação e o cumprimento de seu papel na promoção Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria
da cultura em Direitos Humanos. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Ações Programáticas: República; Ministério da Justiça
a) Propor a criação de marco legal regulamentando o art. Objetivo Estratégico II:
221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Garantia do direito à comunicação democrática e ao
Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e acesso à informação.
televisão) concedidos, permitidos ou autorizados, como Ações Programáticas:
condição para sua outorga e renovação, prevendo a)Promover parcerias com entidades associativas de
penalidades administrativas como advertência, multa, mídia, profissionais de comunicação, entidades sindicais e
suspensão da programação e cassação, de acordo com a populares para a produção e divulgação de materiais
gravidade das violações praticadas. sobre Direitos Humanos.
a) Propor a criação de marco legal, nos termos do art. 221 Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos da Presidência da República; Ministério da Cultura;
Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) Ministério das Comunicações
concedidos, permitidos ou autorizados. (Redação b)Incentivar pesquisas regulares que possam identificar
dada pelo decreto nº 7.177, de 2010) formas, circunstâncias e características de violações dos
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Direitos Humanos na mídia.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria
República; Ministério da Justiça; Ministério da Cultura Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
b)Promover diálogo com o Ministério Público para República
proposição de ações objetivando a suspensão de c)Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e
programação e publicidade atentatórias aos Direitos similares, voltada para a educação em Direitos Humanos
Humanos. e que reconstrua a história recente do autoritarismo no
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial Brasil, bem como as iniciativas populares de organização
dos Direitos Humanos da Presidência da República e de resistência.
c)Suspender patrocínio e publicidade oficial em meios que Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria
veiculam programações atentatórias aos Direitos Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Humanos. República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Eixo Orientador VI:
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Direito à Memória e à Verdade
República; Ministério da Justiça A investigação do passado é fundamental para a
d)Elaborar critérios de acompanhamento editorial a fim construção da cidadania. Estudar o passado, resgatar sua
de criar ranking nacional de veículos de comunicação verdade e trazer à tona seus acontecimentos caracterizam
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forma de transmissão de experiência histórica, que é dezembro de 2005, o Governo Federal determinou que os
essencial para a constituição da memória individual e três arquivos da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)
coletiva. fossem entregues ao Arquivo Nacional, subordinado à
O Brasil ainda processa com dificuldades o resgate da Casa Civil, onde passaram a ser organizados e
memória e da verdade sobre o que ocorreu com as vítimas digitalizados.
atingidas pela repressão política durante o regime de Em agosto de 2007, em ato oficial coordenado pelo
1964. A impossibilidade de acesso a todas as informações Presidente da República, foi lançado, pela Secretaria
oficiais impede que familiares de mortos e desaparecidos Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
possam conhecer os fatos relacionados aos crimes República e pela Comissão Especial sobre Mortos e
praticados e não permite à sociedade elaborar seus Desaparecidos Políticos, o livro-relatório "Direito à
próprios conceitos sobre aquele período. Memória e à Verdade", registrando os onze anos de
A história que não é transmitida de geração a geração trabalho daquela Comissão e resumindo a história das
torna-se esquecida e silenciada. O silêncio e o vítimas da ditadura no Brasil.
esquecimento das barbáries geram graves lacunas na A trajetória de estudantes, profissionais liberais,
experiência coletiva de construção da identidade trabalhadores e camponeses que se engajaram no
nacional. Resgatando a memória e a verdade, o País combate ao regime militar aparece como documento
adquire consciência superior sobre sua própria oficial do Estado brasileiro. O Ministério da Educação e a
identidade, a democracia se fortalece. As tentações Secretaria Especial dos Direitos Humanos formularam
totalitárias são neutralizadas e crescem as possibilidades parceria para criar portal que incluirá o livro-relatório,
de erradicação definitiva de alguns resquícios daquele ampliado com abordagem que apresenta o ambiente
período sombrio, como a tortura, por exemplo, ainda político, econômico, social e principalmente os aspectos
persistente no cotidiano brasileiro. culturais do período. Serão distribuídas milhares de cópias
O trabalho de reconstituir a memória exige revisitar o desse material em mídia digital para estudantes de todo o
passado e compartilhar experiências de dor, violência e País.
mortes. Somente depois de lembrá-las e fazer seu luto, Em julho de 2008, o Ministério da Justiça e a Comissão de
será possível superar o trauma histórico e seguir adiante. Anistia promoveram audiência pública sobre "Limites e
A vivência do sofrimento e das perdas não pode ser Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos
reduzida a conflito privado e subjetivo, uma vez que se Agentes Violadores de Direitos Humanos durante o
inscreveu num contexto social, e não individual. Estado de Exceção no Brasil", que discutiu a interpretação
A compreensão do passado por intermédio da narrativa da Lei de Anistia de 1979 no que se refere à controvérsia
da herança histórica e pelo reconhecimento oficial dos jurídica e política, envolvendo a prescrição ou
acontecimentos possibilita aos cidadãos construírem os imprescritibilidade dos crimes de tortura.
valores que indicarão sua atuação no presente. O acesso A Comissão de Anistia já realizou setecentas sessões de
a todos os arquivos e documentos produzidos durante o julgamento e promoveu, desde 2008, trinta caravanas,
regime militar é fundamental no âmbito das políticas de possibilitando a participação da sociedade nas discussões,
proteção dos Direitos Humanos. e contribuindo para a divulgação do tema no País. Até 1o
Desde os anos 1990, a persistência de familiares de de novembro de 2009, já haviam sido apreciados por essa
mortos e desaparecidos vem obtendo vitórias Comissão mais de cinquenta e dois mil pedidos de
significativas nessa luta, com abertura de importantes concessão de anistia, dos quais quase trinta e cinco mil
arquivos estaduais sobre a repressão política do regime foram deferidos e cerca de dezessete mil, indeferidos.
ditatorial. Em dezembro de 1995, coroando difícil e Outros doze mil pedidos aguardavam julgamento, sendo
delicado processo de discussão entre esses familiares, o possível, ainda, a apresentação de novas solicitações. Em
Ministério da Justiça e o Poder Legislativo Federal, foi julho de 2009, em Belo Horizonte, o Ministro de Estado da
aprovada a Lei no 9.140/95, que reconheceu a Justiça realizou audiência pública de apresentação do
responsabilidade do Estado brasileiro pela morte de projeto Memorial da Anistia Política do Brasil, envolvendo
opositores ao regime de 1964. a remodelação e construção de novo edifício junto ao
Essa Lei instituiu Comissão Especial com poderes para antigo "Coleginho" da Universidade Federal de Minas
deferir pedidos de indenização das famílias de uma lista Gerais (UFMG), onde estará disponível para pesquisas
inicial de 136 pessoas e julgar outros casos apresentados todo o acervo da Comissão de Anistia.
para seu exame. No art. 4o, inciso II, a Lei conferiu à No âmbito da sociedade civil, foram levadas ao Poder
Comissão Especial também a incumbência de envidar Judiciário importantes ações que provocaram debate
esforços para a localização dos corpos de pessoas sobre a interpretação das leis e a apuração de
desaparecidas no caso de existência de indícios quanto ao responsabilidades. Em 1982, um grupo de familiares
local em que possam estar depositados. entrou com ação na Justiça Federal para a abertura de
Em 24 de agosto de 2001, foi criada, pela Medida arquivos e localização dos restos mortais dos mortos e
Provisória no 2151-3, a Comissão de Anistia do Ministério desaparecidos políticos no episódio conhecido como
da Justiça. Esse marco legal foi reeditado pela Medida "Guerrilha do Araguaia". Em 2003, foi proferida sentença
Provisória no 65, de 28 de agosto de 2002, e finalmente condenando a União, que recorreu e, posteriormente,
convertido na Lei no 10.559, de 13 de novembro de 2002. criou Comissão Interministerial pelo Decreto no 4.850, de
Essa norma regulamentou o art. 8o do Ato das Disposições 2 de outubro de 2003, com a finalidade de obter
Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição de informações que levassem à localização dos restos
1988, que previa a concessão de anistia aos que foram mortais de participantes da "Guerrilha do Araguaia". Os
perseguidos em decorrência de sua oposição política. Em
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trabalhos da Comissão Interministerial encerraram-se em 5.228/2009, assinado pelo Presidente da República, que
março de 2007, com a divulgação de seu relatório final. introduz avanços democratizantes nas normas
Em agosto de 1995, o Centro de Estudos para a Justiça e o reguladoras do direito de acesso à informação.
Direito Internacional (CEJIL) e a Human Rights Iimportância superior nesse resgate da história nacional
Watch/América (HRWA), em nome de um grupo de está no imperativo de localizar os restos mortais de pelo
familiares, apresentaram petição à Comissão menos cento e quarenta brasileiros e brasileiras que
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), denunciando foram mortos pelo aparelho de repressão do regime
o desaparecimento de integrantes da "Guerrilha do ditatorial. A partir de junho de 2009, a Secretaria de
Araguaia". Em 31 de outubro de 2008, a CIDH expediu o Comunicação Social da Presidência da República planejou,
Relatório de Mérito no 91/08, onde fez recomendações ao concebeu e veiculou abrangente campanha publicitária de
Estado brasileiro. Em 26 de março de 2009, a CIDH televisão, internet, rádio, jornais e revistas de todo o Brasil
submeteu o caso à Corte Interamericana de Direitos buscando sensibilizar os cidadãos sobre essa questão. As
Humanos, requerendo declaração de responsabilidade do mensagens solicitavam que informações sobre a
Estado brasileiro sobre violações de direitos humanos localização de restos mortais ou sobre qualquer
ocorridas durante as operações de repressão àquele documento e arquivos envolvendo assuntos da repressão
movimento. política entre 1964 e 1985 sejam encaminhados ao
Em 2005 e 2008, duas famílias iniciaram, na Justiça Civil, Memórias Reveladas. Seu propósito é assegurar às
ações declaratórias para o reconhecimento das torturas famílias o exercício do direito sagrado de prantear seus
sofridas por seus membros, indicando o responsável pelas entes queridos e promover os ritos funerais, sem os quais
sevícias. Ainda em 2008, o Ministério Público Federal em desaparece a certeza da morte e se perpetua angústia que
São Paulo propôs Ação Civil Pública contra dois oficiais do equivale a nova forma de tortura.
exército acusados de determinarem prisão ilegal, tortura, As violações sistemáticas dos Direitos Humanos pelo
homicídio e desaparecimento forçado de dezenas de Estado durante o regime ditatorial são desconhecidas pela
cidadãos. maioria da população, em especial pelos jovens. A
Tramita também, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, radiografia dos atingidos pela repressão política ainda
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, está longe de ser concluída, mas calcula-se que pelo
proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados menos cinquenta mil pessoas foram presas somente nos
do Brasil, que solicita a mais alta corte brasileira primeiros meses de 1964; cerca de vinte mil brasileiros
posicionamento formal para saber se, em 1979, houve ou foram submetidos a torturas e cerca de quatrocentos
não anistia dos agentes públicos responsáveis pela prática cidadãos foram mortos ou estão desaparecidos.
de tortura, homicídio, desaparecimento forçado, abuso Ocorreram milhares de prisões políticas não registradas,
de autoridade, lesões corporais e estupro contra cento e trinta banimentos, quatro mil, oitocentos e
opositores políticos, considerando, sobretudo, os sessenta e duas cassações de mandatos políticos, uma
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e a cifra incalculável de exílios e refugiados políticos.
insuscetibilidade de graça ou anistia do crime de tortura. As ações programáticas deste eixo orientador têm como
Em abril de 2009, o Ministério da Defesa, no contexto da finalidade assegurar o processamento democrático e
decisão transitada em julgado da referida ação judicial de republicano de todo esse período da história brasileira,
1982, criou Grupo de Trabalho para realizar buscas de para que se viabilize o desejável sentimento de
restos mortais na região do Araguaia, sendo que, por reconciliação nacional. E para se construir consenso
ordem expressa do Presidente da República, foi instituído amplo no sentido de que as violações sistemáticas de
Comitê Interinstitucional de Supervisão, com Direitos Humanos registradas entre 1964 e 1985, bem
representação dos familiares de mortos e desaparecidos como no período do Estado Novo, não voltem a ocorrer
políticos, para o acompanhamento e orientação dos em nosso País, nunca mais.
trabalhos. Após três meses de buscas intensas, sem que Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade
tenham sido encontrados restos mortais, os trabalhos como Direito Humano da cidadania e dever do Estado.
foram temporariamente suspensos devido às chuvas na Objetivo Estratégico I:
região, prevendo-se sua retomada ao final do primeiro Promover a apuração e o esclarecimento público das
trimestre de 2010. violações de Direitos Humanos praticadas no contexto da
Em maio de 2009, o Presidente da República coordenou o repressão política ocorrida no Brasil no período fixado
ato de lançamento do projeto Memórias Reveladas, sob pelo art. 8o do ADCT da Constituição, a fim de efetivar o
responsabilidade da Casa Civil, que interliga digitalmente direito à memória e à verdade histórica e promover a
o acervo recolhido ao Arquivo Nacional após dezembro de reconciliação nacional.
2005, com vários outros arquivos federais sobre a Ação Programática:
repressão política e com arquivos estaduais de quinze a)Designar grupo de trabalho composto por
unidades da federação, superando cinco milhões de representantes da Casa Civil, do Ministério da Justiça, do
páginas de documentos Ministério da Defesa e da Secretaria Especial dos Direitos
(www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br). Humanos da Presidência da República, para elaborar, até
Cabe, agora, completar esse processo mediante abril de 2010, projeto de lei que institua Comissão
recolhimento ao Arquivo Nacional de todo e qualquer Nacional da Verdade, composta de forma plural e
documento indevidamente retido ou ocultado, nos suprapartidária, com mandato e prazo definidos, para
termos da Portaria Interministerial assinada na mesma examinar as violações de Direitos Humanos praticadas no
data daquele lançamento. Cabe também sensibilizar o contexto da repressão política no período mencionado,
Legislativo pela aprovação do Projeto de Lei no observado o seguinte:
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O grupo de trabalho será formado por representantes cultural e de socialização do conhecimento por diversos
da Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá, meios de difusão.
do Ministério da Justiça, do Ministério da Defesa, da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Presidência da República; Ministério da Justiça;
da República, do presidente da Comissão Especial sobre Ministério da Cultura; Ministério da Educação
Mortos e Desaparecidos Políticos, criada pela Lei no b)Criar comissão específica, em conjunto com
9.140/95 e de representante da sociedade civil, indicado departamentos de História e centros de pesquisa, para
por esta Comissão Especial; reconstituir a história da repressão ilegal relacionada ao
Com o objetivo de promover o maior intercâmbio de Estado Novo (1937-1945). Essa comissão deverá publicar
informações e a proteção mais eficiente dos Direitos relatório contendo os documentos que fundamentaram
Humanos, a Comissão Nacional da Verdade estabelecerá essa repressão, a descrição do funcionamento da justiça
coordenação com as atividades desenvolvidas pelos de exceção, os responsáveis diretos no governo ditatorial,
seguintes órgãos: registros das violações, bem como dos autores e das
Arquivo Nacional, vinculado à Casa Civil da Presidência vítimas.
da República; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça; da Presidência da República; Ministério da Educação;
Comissão Especial criada pela Lei no 9.140/95, vinculada Ministério da Justiça; Ministério da Cultura
à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência c)Identificar e sinalizar locais públicos que serviram à
da República; repressão ditatorial, bem como locais onde foram
Comitê Interinstitucional de Supervisão instituído pelo ocultados corpos e restos mortais de perseguidos
Decreto Presidencial de 17 de julho de 2009; políticos.
Grupo de Trabalho instituído pela Portaria no 567/MD, c) Identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as
de 29 de abril de 2009, do Ministro de Estado da Defesa; instituições e as circunstâncias relacionados à prática de
No exercício de suas atribuições, a Comissão Nacional da violações de direitos humanos, suas eventuais
Verdade poderá realizar as seguintes atividades: ramificações nos diversos aparelhos estatais e na
requisitar documentos públicos, com a colaboração das sociedade, bem como promover, com base no acesso às
respectivas autoridades, bem como requerer ao Judiciário informações, os meios e recursos necessários para a
o acesso a documentos privados; localização e identificação de corpos e restos mortais de
colaborar com todas as instâncias do Poder Público para desaparecidos políticos. (Redação dada pelo Decreto
a apuração de violações de Direitos Humanos, observadas nº 7.177, de 2010)
as disposições da Lei no 6.683, de 28 de agosto de 1979; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
promover, com base em seus informes, a reconstrução da Presidência da República; Casa Civil da Presidência da
da história dos casos de violação de Direitos Humanos, República; Ministério da Justiça; Secretaria de Relações
bem como a assistência às vítimas de tais violações; Institucionais da Presidência da República
promover, com base no acesso às informações, os meios d)Criar e manter museus, memoriais e centros de
e recursos necessários para a localização e identificação documentação sobre a resistência à ditadura.
de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
identificar e tornar públicas as estruturas utilizadas para da Presidência da República; Ministério da Justiça;
a prática de violações de Direitos Humanos, suas Ministério da Cultura; Secretaria de Relações
ramificações nos diversos aparelhos do Estado e em Institucionais da Presidência da República
outras instâncias da sociedade; e)Apoiar técnica e financeiramente a criação de
registrar e divulgar seus procedimentos oficiais, a fim de observatórios do Direito à Memória e à Verdade nas
garantir o esclarecimento circunstanciado de torturas, universidades e em organizações da sociedade civil.
mortes e desaparecimentos, devendo-se discriminá-los e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
encaminhá-los aos órgãos competentes; da Presidência da República; Ministério da Educação
apresentar recomendações para promover a efetiva f)Desenvolver programas e ações educativas, inclusive a
reconciliação nacional e prevenir no sentido da não produção de material didático-pedagógico para ser
repetição de violações de Direitos Humanos. utilizado pelos sistemas de educação básica e superior
A Comissão Nacional da Verdade deverá apresentar, sobre o regime de 1964-1985 e sobre a resistência popular
anualmente, relatório circunstanciado que exponha as à repressão.
atividades realizadas e as respectivas conclusões, com f) Desenvolver programas e ações educativas, inclusive a
base em informações colhidas ou recebidas em produção de material didático-pedagógico para ser
decorrência do exercício de suas atribuições. utilizado pelos sistemas de educação básica e superior
Diretriz 24: Preservação da memória histórica e sobre graves violações de direitos humanos ocorridas no
construção pública da verdade. período fixado no art. 8º do Ato das Disposições
Objetivo Estratégico I: Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988.
Incentivar iniciativas de preservação da memória histórica (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
e de construção pública da verdade sobre períodos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
autoritários. da Presidência da República; Ministério da Educação;
Ações programáticas: Ministério da Justiça; Ministério da Cultura; Ministério de
a)Disponibilizar linhas de financiamento para a criação de Ciência e Tecnologia
centros de memória sobre a repressão política, em todos
os Estados, com projetos de valorização da história
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Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com Do Conselho Nacional de Política Criminal e
promoção do direito à memória e à verdade, fortalecendo Penitenciária
a democracia. Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Objetivo Estratégico I: Penitenciária, com sede na Capital da República, é
Suprimir do ordenamento jurídico brasileiro eventuais subordinado ao Ministério da Justiça.
normas remanescentes de períodos de exceção que Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
afrontem os compromissos internacionais e os preceitos Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
constitucionais sobre Direitos Humanos. designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre
Ações Programáticas: professores e profissionais da área do Direito Penal,
a)Criar grupo de trabalho para acompanhar, discutir e Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem
articular, com o Congresso Nacional, iniciativas de como por representantes da comunidade e dos
legislação propondo: Ministérios da área social.
revogação de leis remanescentes do período 1964-1985 Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho
que sejam contrárias à garantia dos Direitos Humanos ou terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em
tenham dado sustentação a graves violações; cada ano.
revisão de propostas legislativas envolvendo retrocessos Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e
na garantia dos Direitos Humanos em geral e no direito à Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito
memória e à verdade. federal ou estadual, incumbe:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos I - propor diretrizes da política criminal quanto à
da Presidência da República; Ministério da Justiça; prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e
Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da execução das penas e das medidas de segurança;
República II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
b)Propor e articular o reconhecimento do status desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da
constitucional de instrumentos internacionais de Direitos política criminal e penitenciária;
Humanos novos ou já existentes ainda não ratificados. III - promover a avaliação periódica do sistema criminal
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos para a sua adequação às necessidades do País;
da Presidência da República; Ministério da Justiça; IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da V - elaborar programa nacional penitenciário de formação
República; Ministério das Relações Exteriores e aperfeiçoamento do servidor;
c)Propor legislação de abrangência nacional proibindo VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de
que logradouros, atos e próprios nacionais e prédios estabelecimentos penais e casas de albergados;
públicos recebam nomes de pessoas que praticaram VII - estabelecer os critérios para a elaboração da
crimes de lesa-humanidade, bem como determinar a estatística criminal;
alteração de nomes que já tenham sido atribuídos. VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais,
c) Fomentar debates e divulgar informações no sentido de bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho
que logradouros, atos e próprios nacionais ou prédios Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca
públicos não recebam nomes de pessoas identificadas do desenvolvimento da execução penal nos Estados,
reconhecidamente como torturadores. (Redação Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades
dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010) dela incumbida as medidas necessárias ao seu
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial aprimoramento;
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Casa IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
Civil da Presidência da República; Secretaria de Relações administrativa para instauração de sindicância ou
Institucionais da Presidência da República procedimento administrativo, em caso de violação das
d)Acompanhar e monitorar a tramitação judicial dos normas referentes à execução penal;
processos de responsabilização civil ou criminal sobre X - representar à autoridade competente para a
casos que envolvam atos relativos ao regime de 1964- interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
1985. penal.
d) Acompanhar e monitorar a tramitação judicial dos
processos de responsabilização civil sobre casos que Conselhos da Comunidade (arts. 80 e 81 da Lei de Execução
envolvam graves violações de direitos humanos Penal e suas alterações).
praticadas no período fixado no art. 8º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
de 1988. (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de CAPÍTULO VIII
2010) Do Conselho da Comunidade
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
da Presidência da República; Ministério da Justiça Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
representante de associação comercial ou industrial, 1
(um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (arts. Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado
62 a 64 da Lei de Execução Penal e suas alterações) pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social
escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional
CAPÍTULO II de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº
12.313, de 2010).
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Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei
artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos nº 12.313, de 2010).
integrantes do Conselho. V - visitar os estabelecimentos penais, tomando
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: providências para o adequado funcionamento, e requerer,
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
penais existentes na comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
II - entrevistar presos; VI - requerer à autoridade competente a interdição, no
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao todo ou em parte, de estabelecimento penal. (Incluído
Conselho Penitenciário; pela Lei nº 12.313, de 2010).
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará
humanos para melhor assistência ao preso ou internado, periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a
em harmonia com a direção do estabelecimento. sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO IX 12.313, de 2010).
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular
execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no
processo executivo e nos incidentes da execução, para a
defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de
forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº
12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento
do processo executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010).
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de
qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010).
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído
pela Lei nº 12.313, de 2010).
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313,
de 2010).
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei
nº 12.313, de 2010).
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação,
bem como a substituição da pena por medida de
segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a
suspensão condicional da pena, o livramento condicional,
a comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei
nº 12.313, de 2010).
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela
Lei nº 12.313, de 2010).
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da
situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em
outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o
do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
2010).
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - interpor recursos de decisões proferidas pela
autoridade judiciária ou administrativa durante a
execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo em caso de violação das
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Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento e D, desde que não sejam contraditórias com as regras
dos Presos (Regras de Mandela) específicas destas secções e na condição de
representarem uma melhoria de condições para estes
reclusos.
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 4
1. As presentes regras não têm como objetivo regular a
administração de instituições criadas em particular para
jovens, como reformatórios ou centros educativos, mas,
em geral, a primeira parte destas regras mínimas aplica-
REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS se igualmente a tais instituições.
PARA O TRATAMENTO DE RECLUSOS 2. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer
(REGRAS DE MANDELA) caso, incluir os menores que dependem da jurisdição
dos Tribunais de Menores. Como regra geral, os jovens
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 1 delinquentes não devem ser condenados a penas de
As regras que a seguir se enunciam não pretendem prisão.
descrever em pormenor um modelo de sistema
prisional. Procuram unicamente, com base no consenso I. REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL
geral do pensamento atual e nos elementos essenciais
dos sistemas contemporâneos mais adequados, Princípios básicos
estabelecer o que geralmente se aceita como sendo REGRA 1
bons princípios e práticas no tratamento dos reclusos e Todos os reclusos devem ser tratados com o respeito
na gestão dos estabelecimentos prisionais. inerente ao valor e dignidade do ser humano. Nenhum
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 2 recluso deverá ser submetido a tortura ou outras penas
1. Tendo em conta a grande variedade de ou a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes e
condicionalismos legais, sociais, económicos e deverá ser protegido de tais atos, não sendo estes
geográficos em todo o mundo, é evidente que nem justificáveis em qualquer circunstância. A segurança dos
todas as regras podem ser aplicadas em todos os locais reclusos, do pessoal do sistema prisional, dos
e em todos os momentos. Devem, contudo, servir para prestadores de serviço e dos visitantes deve ser sempre
estimular esforços constantes com vista a ultrapassar assegurada.
dificuldades práticas na sua aplicação, na certeza de que REGRA 2
representam, no seu conjunto, as condições mínimas 1. Estas Regras devem ser aplicadas com imparcialidade.
aceites como adequadas pela Organização das Nações Não deve haver nenhuma discriminação em razão da
Unidas. raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra,
2. Por outro lado, as regras abrangem uma área origem nacional ou social, património, nascimento ou
relativamente à qual o pensamento evolui outra condição. É necessário respeitar as crenças
constantemente. Não visam impedir experiências e religiosas e os preceitos morais do grupo a que pertença
práticas, desde que as mesmas sejam compatíveis com o recluso.
os princípios e tentem incrementar a realização dos 2. Para que o princípio da não discriminação seja posto
objetivos das regras no seu conjunto. Dentro deste em prática, as administrações prisionais devem ter em
espírito, a administração prisional central poderá conta as necessidades individuais dos reclusos,
sempre justificar uma autorização de afastamento das particularmente daqueles em situação de maior
regras. vulnerabilidade. As medidas tomadas para proteger e
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 3 promover os direitos dos reclusos portadores de
1. A primeira parte das regras trata de matérias relativas necessidades especiais não serão consideradas
à administração geral dos estabelecimentos prisionais e discriminatórias.
é aplicável a todas as categorias de reclusos, dos foros REGRA 3
criminal ou civil, em regime de prisão preventiva ou já A detenção e quaisquer outras medidas que excluam
condenados, incluindo os que estejam detidos por uma pessoa do contacto com o mundo exterior são
aplicação de “medidas de segurança” ou que sejam penosas pelo facto de, ao ser privada da sua liberdade,
objeto de medidas de reeducação ordenadas por um lhe ser retirado o direito à autodeterminação. Assim, o
juiz. sistema prisional não deve agravar o sofrimento
2. A segunda parte contém as regras que são inerente a esta situação, exceto em casos pontuais em
especificamente aplicáveis às categorias de reclusos de que a separação seja justificável ou nos casos em que
cada secção. Contudo, as regras da secção A, aplicáveis seja necessário manter a disciplina.
aos reclusos condenados, serão também aplicadas às REGRA 4
categorias de reclusos a que se referem as secções B, C
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1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de qualquer (f) Os nomes dos seus familiares e, quando aplicável,
outra medida restritiva da liberdade são, dos seus filhos, incluindo a idade, o local de residência e
prioritariamente, proteger a sociedade contra a sua custódia ou tutela;
criminalidade e reduzir a reincidência. Estes objetivos só (g) Contato de emergência e informações acerca do
podem ser alcançados se o período de detenção for parente mais próximo.
utilizado para assegurar, sempre que possível, a REGRA 8
reintegração destas pessoas na sociedade após a sua As seguintes informações devem ser adicionadas ao
libertação, para que possam levar uma vida sistema de registo do recluso durante a sua detenção,
autossuficiente e de respeito para com as leis. quando aplicáveis:
2. Para esse fim, as administrações prisionais e demais (a) Informação relativa ao processo judicial, incluindo
autoridades competentes devem proporcionar datas de audiências e representação legal;
educação, formação profissional e trabalho, bem como (b) Avaliações iniciais e relatórios de classificação;
outras formas de assistência apropriadas e disponíveis, (c) Informação relativa ao comportamento e à
incluindo aquelas de natureza reparadora, moral, disciplina;
espiritual, social, desportiva e de saúde. Estes (d) Pedidos e reclamações, inclusive alegações de
programas, atividades e serviços devem ser facultados tortura, sanções ou outros tratamentos cruéis,
de acordo com as necessidades individuais de desumanos ou degradantes, a menos que sejam de
tratamento dos reclusos. natureza confidencial;
REGRA 5 (e) Informação sobre a imposição de sanções
1. O regime prisional deve procurar minimizar as disciplinares;
diferenças entre a vida durante a detenção e aquela em (f) Informação sobre as circunstâncias e causas de
liberdade que tendem a reduzir a responsabilidade dos quaisquer ferimentos ou de morte e, em caso de
reclusos ou o respeito à sua dignidade como seres falecimento, o destino do corpo.
humanos. REGRA 9
2. As administrações prisionais devem fazer todos os Todos os registos mencionados nas Regras 7 e 8 serão
ajustes possíveis para garantir que os reclusos mantidos confidenciais e só serão acessíveis aos que,
portadores de deficiências físicas, mentais ou qualquer por razões profissionais, solicitem o seu acesso. Todos
outra incapacidade tenham acesso completo e efetivo à os reclusos devem ter acesso aos seus registos, nos
vida prisional em base de igualdade. termos previstos em legislação interna, e direito a
Registos receber uma cópia oficial destes registos no momento
REGRA 6 da sua libertação.
Em todos os locais em que haja pessoas detidas, deve REGRA 10
existir um sistema uniformizado de registo dos reclusos. O sistema de registo dos reclusos deve também ser
Este sistema pode ser um banco de dados ou um livro utilizado para gerar dados fiáveis sobre tendências e
de registo, com páginas numeradas e assinadas. Devem características da população prisional, incluindo taxas
existir procedimentos que garantam um sistema seguro de ocupação, a fim de criar uma base para a tomada de
de auditoria e que impeçam o acesso não autorizado ou decisões fundamentadas em provas.
a modificação de qualquer informação contida no Separação De Categorias
sistema. REGRA 11
REGRA 7 As diferentes categorias de reclusos devem ser
Nenhuma pessoa deve ser admitida num mantidas em estabelecimentos prisionais separados ou
estabelecimento prisional sem uma ordem de detenção em diferentes zonas de um mesmo estabelecimento
válida. As seguintes informações devem ser adicionadas prisional, tendo em consideração o respetivo sexo e
ao sistema de registo do recluso, logo após a sua idade, antecedentes criminais, razões da detenção e
admissão: medidas necessárias a aplicar. Assim:
(a) Informações precisas que permitam determinar a (a) Homens e mulheres devem ficar detidos em
sua identidade, respeitando a autoatribuição de género; estabelecimentos separados; nos estabelecimentos que
(b) Os motivos da detenção e a autoridade competente recebam homens e mulheres, todos os locais destinados
que a ordenou, além da data, horário e local de prisão; às mulheres devem ser completamente separados;
(c) A data e o horário da sua entrada e saída, bem como (b) Presos preventivos devem ser mantidos separados
de qualquer transferência; dos condenados;
(d) Quaisquer ferimentos visíveis e reclamações acerca (c) Pessoas detidas por dívidas ou outros reclusos do
de maus-tratos sofridos; foro civil devem ser mantidos separados dos reclusos do
(e) Um inventário dos seus bens pessoais; foro criminal;
(d) Os jovens reclusos devem ser mantidos separados
dos adultos.
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1. A prestação de serviços médicos aos reclusos é da e das convalescentes. Desde que seja possível, devem
responsabilidade do Estado. Os reclusos devem poder ser tomadas medidas para que o parto tenha lugar num
usufruir dos mesmos padrões de serviços de saúde hospital civil. Se a criança nascer num estabelecimento
disponíveis à comunidade e ter acesso gratuito aos prisional, tal facto não deve constar do respetivo registo
serviços de saúde necessários, sem discriminação em de nascimento.
razão da sua situação jurídica. REGRA 29
2. Os serviços médicos devem ser organizados em 1. A decisão que permite à criança ficar com o seu pai
estreita ligação com a administração geral de saúde ou com a sua mãe no estabelecimento prisional deve ser
pública de forma a garantir a continuidade do baseada no melhor interesse da criança. Nos
tratamento e da assistência, incluindo os casos de VIH, estabelecimentos prisionais que acolhem os filhos de
tuberculose e de outras doenças infeciosas e da reclusos, devem ser tomadas providências para
toxicodependência. garantir:
REGRA 25 (a) Um infantário interno ou externo, dotado de pessoal
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem ter um qualificado, onde as crianças possam permanecer
serviço de saúde incumbido de avaliar, promover, quando não estejam ao cuidado dos pais;
proteger e melhorar a saúde física e mental dos (b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem
reclusos, prestando particular atenção aos reclusos com médica no ingresso e monitoração constante de seu
necessidades especiais ou problemas de saúde que desenvolvimento por especialistas.
dificultam sua reabilitação. 2. As crianças que se encontrem nos estabelecimentos
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por uma prisionais com os pais nunca devem ser tratadas como
equipa interdisciplinar, com pessoal qualificado e prisioneiras.
suficiente, capaz de exercer a sua atividade com total REGRA 30
independência clínica, devendo ter conhecimentos Um médico, ou qualquer outro profissional de saúde
especializados de psicologia e psiquiatria. Todos os qualificado, seja este subordinado ou não ao médico,
reclusos devem poder beneficiar dos serviços de um deve observar, conversar e examinar todos os reclusos,
dentista qualificado. o mais depressa possível após a sua admissão no
REGRA 26 estabelecimento prisional e, em seguida, sempre que
1. Os serviços de saúde devem elaborar registos necessário. Deve dar-se especial atenção a:
médicos individuais, confidenciais, atualizados e (a) Identificar as necessidades de cuidados médicos e
precisos para cada um dos reclusos, que a eles devem adotar as medidas de tratamento necessárias;
ter acesso, sempre que solicitado. O recluso pode (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o recluso
também ter acesso ao seu registo médico através de recém-admitido tenha sido submetido antes de sua
uma terceira pessoa por si designada. entrada no estabelecimento prisional;
2. O registo médico deve ser encaminhado para o (c) Identificar qualquer sinal de stresse psicológico ou de
serviço de saúde do estabelecimento prisional para o qualquer outro tipo causado pela detenção, incluindo,
qual o recluso é transferido, encontrando-se sujeito à mas não só, o risco de suicídio ou de lesões
confidencialidade médica. autoinfligidas e sintomas de abstinência resultantes do
REGRA 27 uso de drogas, medicamentos ou álcool; devem ser
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem tomadas todas as medidas ou tratamentos
assegurar o pronto acesso a tratamentos médicos em individualizados apropriados;
casos urgentes. Os reclusos que necessitem de cuidados (d) Nos casos em que se suspeita que o recluso é
especializados ou de cirurgia devem ser transferidos portador de uma doença infectocontagiosa, deve
para estabelecimentos especializados ou para hospitais providenciar-se o isolamento clínico e o tratamento
civis. Se os estabelecimentos prisionais possuírem adequado durante todo o período de infeção;
instalações hospitalares próprias, estas devem dispor de (e) Determinar a aptidão do recluso para trabalhar,
pessoal e equipamento apropriados que permitam praticar exercícios e participar das demais atividades,
prestar aos reclusos doentes os cuidados e o tratamento conforme for o caso.
adequados. REGRA 31
2. As decisões clínicas só podem ser tomadas por O médico ou, quando aplicável, outros profissionais de
profissionais de saúde responsáveis e não podem ser saúde qualificados devem visitar diariamente todos os
modificadas ou ignoradas pela equipa prisional não reclusos que se encontrem doentes, que se queixem de
médica. problemas físicos ou mentais ou de ferimentos e todos
REGRA 28 aqueles para os quais a sua atenção é especialmente
Nos estabelecimentos prisionais para mulheres devem necessária. Todos os exames médicos devem ser
existir instalações especiais para o tratamento das conduzidos em total confidencialidade.
reclusas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz REGRA 32
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1. A relação entre o médico ou outros profissionais de (e) A observância das regras respeitantes à educação
saúde e o recluso deve ser regida pelos mesmos padrões física e desportiva, nos casos em que não haja pessoal
éticos e profissionais aplicados aos pacientes da especializado encarregado destas atividades.
comunidade, em particular: 2. O diretor deve tomar em consideração os relatórios e
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do os conselhos do médico referidos no parágrafo 1 desta
recluso e a prevenção e tratamento de doenças, Regra e na Regra 33 e tomar imediatamente as medidas
baseados apenas em fundamentos clínicos; sugeridas para que estas recomendações sejam
(b) A adesão à autonomia do recluso no que concerne à seguidas; em caso de desacordo ou se a matéria não for
sua própria saúde e ao consentimento informado na da sua competência, transmitirá imediatamente à
relação médico-paciente; autoridade superior a sua opinião e o relatório médico.
(c) A confidencialidade da informação médica, a menos Restrições, disciplina e sanções
que manter tal confidencialidade resulte numa ameaça REGRA 36
real e iminente para o paciente ou para os outros; A ordem e a disciplina devem ser mantidas com firmeza,
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou mas sem impor mais restrições do que as necessárias
passivamente, em atos que possam consistir em tortura para a manutenção da segurança e da boa organização
ou sanções ou tratamentos cruéis, desumanos ou da vida comunitária.
degradantes, incluindo experiências médicas ou REGRA 37
científicas que possam ser prejudiciais à saúde do Os seguintes pontos devem ser determinados por lei ou
recluso, tais como a remoção de células, tecidos ou por regulamentação emanada pela autoridade
órgãos. administrativa competente:
2. Sem prejuízo do parágrafo 1 (d) desta Regra, deve ser (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
permitido ao recluso, com base no seu livre e informado (b) O tipo e a duração das sanções disciplinares que
consentimento e de acordo com as leis aplicáveis, podem ser aplicadas;
participar em ensaios clínicos e outras pesquisas de (c) Autoridade competente para pronunciar essas
saúde acessíveis à comunidade, se o resultado de tais sanções;
pesquisas e experiências forem capazes de produzir um (d) Qualquer forma de separação involuntária da
benefício direto e significativo à sua saúde; e doar população prisional geral, como o confinamento
células, tecidos ou órgãos a parentes. solitário, o isolamento, a segregação, as unidades de
REGRA 33 cuidado especial ou alojamentos restritos, seja por
O médico deve comunicar ao diretor sempre que julgue razão de sanção disciplinar ou para a manutenção da
que a saúde física ou mental do recluso foi ou será ordem e segurança, incluindo políticas de promulgação
desfavoravelmente afetada pelo prolongamento ou e os procedimentos que regulamentem o uso e a revisão
pela aplicação de qualquer modalidade do regime de da imposição e da saída de qualquer forma de
detenção. separação involuntária.
REGRA 34 REGRA 38
Se, durante o exame de admissão ou na prestação 1. As administrações prisionais são encorajadas a fazer
posterior de cuidados médicos, o médico ou profissional uso, sempre que possível, da prevenção de conflitos, da
de saúde detetar qualquer sinal de tortura, punição ou mediação ou de qualquer outro meio alternativo de
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, deve resolução de litígios para prevenir infrações
registar e comunicar tais casos à autoridade médica, disciplinares e resolver conflitos.
administrativa ou judicial competente. Devem ser 2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram
seguidos os procedimentos de salvaguarda apropriados separados, a administração prisional deve tomar as
para garantir que o recluso ou as pessoas a ele medidas necessárias para aliviar os efeitos prejudiciais
associados não sejam expostos a perigos previsíveis. do confinamento neles provocados, bem como na
REGRA 35 comunidade que os recebe quando são libertados.
1. O médico ou o profissional de saúde pública REGRA 39
competente deve proceder a inspeções regulares e 1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com base nas
aconselhar o diretor sobre: disposições legais ou regulamentares referidas na Regra
(a) A quantidade, qualidade, preparação e distribuição 37 e nos princípios de equidade e de processo legal; e
de alimentos; nunca duas vezes pela mesma infração.
(b) A higiene e asseio do estabelecimento prisional e dos 2. As administrações prisionais devem assegurar a
reclusos; proporcionalidade entre a sanção disciplinar aplicável e
(c) As instalações sanitárias, aquecimento, iluminação e a infração cometida e devem manter registos
ventilação do estabelecimento; apropriados de todas as sanções disciplinares aplicadas.
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa de cama 3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as
dos reclusos; administrações prisionais devem ter em conta se, e
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como, uma eventual doença mental ou incapacidade de (c) Detenção em cela escura ou constantemente
desenvolvimento do recluso contribuiu para a sua iluminada;
conduta e para a prática da infração ou ato que (d) Castigos corporais ou redução da alimentação ou
fundamentou a sanção disciplinar. As administrações água potável do recluso;
prisionais não devem punir qualquer conduta do recluso (e) Castigos coletivos.
se esta for considerada como resultado direto da sua 2. Os instrumentos de imobilização jamais devem ser
doença mental ou incapacidade intelectual. utilizados como sanção por infrações disciplinares.
REGRA 40 3. As sanções disciplinares ou medidas restritivas não
1. Nenhum recluso pode ser colocado a trabalhar no devem incluir a proibição de contato com a família. O
estabelecimento prisional em cumprimento de contato familiar só pode ser restringido durante um
qualquer medida disciplinar. período limitado de tempo e enquanto for estritamente
2. Esta regra, contudo, não impede o funcionamento necessário para a manutenção da segurança e da
adequado de sistemas baseados na autoadministração, ordem.
sob os quais atividades ou responsabilidades sociais, REGRA 44
educacionais ou desportivas são confiadas, sob Para os efeitos tidos por convenientes, o confinamento
supervisão, aos reclusos, organizados em grupos, para solitário refere-se ao confinamento do recluso por 22
fins de tratamento. horas ou mais, por dia, sem contato humano
REGRA 41 significativo. O confinamento solitário prolongado
1. Qualquer alegação de infração disciplinar praticada refere-se ao confinamento solitário por mais de 15 dias
por um recluso deve ser prontamente transmitida à consecutivos.
autoridade competente, que deve investigá-la sem REGRA 45
atrasos injustificados. 1. O confinamento solitário deve ser somente utilizado
2. O recluso deve ser informado, sem demora e numa em casos excecionais, como último recurso e durante o
língua que compreenda, da natureza das acusações menor tempo possível, e deve ser sujeito a uma revisão
apresentadas contra si, devendo-lhe ser garantido independente, sendo aplicado unicamente de acordo
tempo e os meios adequados para preparar a sua com a autorização da autoridade competente. Não deve
defesa. ser imposto em consequência da sentença do recluso.
3. O recluso deve ter direito a defender-se 2. A imposição do confinamento solitário deve ser
pessoalmente ou através de advogado, quando os proibida no caso de o recluso ser portador de uma
interesses da justiça assim o requeiram, em particular deficiência mental ou física e sempre que essas
nos casos que envolvam infrações disciplinares graves. condições possam ser agravadas por esta medida. A
Se o recluso não entender ou não falar a língua utilizada proibição do uso do confinamento solitário e de
na audiência disciplinar, devem ser assistidos medidas similares nos casos que envolvem mulheres e
gratuitamente por um intérprete competente. crianças, como referido nos padrões e normas da
4. O recluso deve ter a oportunidade de interpor recurso Organização das Nações Unidas sobre prevenção do
das sanções disciplinares impostas contra a sua pessoa. crime e justiça penal, continuam a ser aplicáveis.
5. No caso da infração disciplinar ser julgada como REGRA 46
crime, o recluso deve ter direito a todas as garantias 1. Os profissionais de saúde não devem ter qualquer
inerentes ao processo legal, aplicáveis aos processos papel na imposição de sanções disciplinares ou de
criminais, incluindo total acesso a um advogado. outras medidas restritivas. Devem, no entanto, prestar
REGRA 42 especial atenção à saúde dos reclusos mantidos sob
As condições gerais de vida expressas nestas Regras, qualquer forma de separação involuntária, visitando-os
incluindo as relacionadas com a iluminação, a diariamente e providenciando o pronto atendimento e
ventilação, a temperatura, as instalações sanitárias, a a assistência médica quando solicitado pelo recluso ou
nutrição, a água potável, a acessibilidade a ambientes pelos guardas prisionais.
ao ar livre e ao exercício físico, a higiene pessoal, os 2. Os profissionais de saúde devem transmitir ao
cuidados médicos e o espaço pessoal adequado, devem diretor, sem demora, qualquer efeito colateral causado
ser aplicadas a todos os reclusos, sem exceção. pelas sanções disciplinares ou outras medidas restritivas
REGRA 43 à saúde física ou mental do recluso submetido a tais
1. Em nenhuma circunstância devem as restrições ou sanções ou medidas e devem aconselhar o diretor se
sanções disciplinares implicar tortura, punições ou considerarem necessário interrompê-las por razões
outra forma de tratamentos cruéis, desumanos ou físicas ou psicológicas.
degradantes. As seguintes práticas, em particular, 3. Os profissionais de saúde devem ter autoridade para
devem ser proibidas: rever e recomendar alterações na separação
(a) Confinamento solitário indefinido; involuntária de um preso, a fim de assegurar que tal
(b) Confinamento solitário prolongado;
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separação não agrave as condições médicas ou a sujeito à inspeção, assim como os princípios da
deficiência física ou mental do recluso. proporcionalidade, legalidade e necessidade.
Instrumentos de coação REGRA 51
REGRA 47 As revistas aos reclusos e as inspeções não serão
1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro ou de utilizadas para assediar, intimidar ou invadir
outros instrumentos de coação considerados desnecessariamente a privacidade do recluso. Para fins
inerentemente degradantes ou penosos deve ser de responsabilização, a administração prisional deve
proibido. manter registos apropriados das revistas feitas aos
2. Outros instrumentos de coação só devem ser reclusos e inspeções, em particular as que envolvem o
utilizados quando previstos em lei e nas seguintes ato de despir e de inspecionar partes íntimas do corpo
circunstâncias: e inspeções nas celas, bem como as razões das
(a) Como medida de precaução contra uma evasão inspeções, a identidade daqueles que as conduziram e
durante uma transferência, desde que sejam retirados quaisquer outros resultados decorrentes dessas
logo que o recluso compareça perante uma autoridade inspeções.
judicial ou administrativa; REGRA 52
(b) Por ordem do diretor, depois de se terem esgotado 1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de despir e
todos os outros meios de dominar o recluso, a fim de o de inspecionar partes íntimas do corpo, devem ser feitas
impedir de causar prejuízo a si próprio ou a outros ou de apenas quando forem absolutamente necessárias. As
causar danos materiais; nestes casos o diretor deve administrações prisionais devem ser encorajadas a
consultar o médico com urgência e apresentar um desenvolver e a utilizar outras alternativas apropriadas
relatório à autoridade administrativa superior. em vez de revistas íntimas invasivas. As revistas íntimas
REGRA 48 invasivas devem ser conduzidas de forma privada e por
1. Quando a utilização de instrumentos de coação for pessoal treinado do mesmo sexo que o recluso
autorizada, de acordo com o parágrafo 2 da regra 47, os inspecionado.
seguintes princípios serão aplicados: 2. As revistas das partes íntimas devem ser conduzidas
(a) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados apenas por profissionais de saúde qualificados, que não
quando outras formas menos severas de controlo não sejam os principais responsáveis pelos cuidados de
forem efetivas face aos riscos representados por uma saúde do recluso, ou, no mínimo, por pessoal
ação não controlada; adequadamente treinado por um profissional de saúde
(b) O método de restrição será o menos invasivo em relação aos padrões de higiene, saúde e segurança.
possível, o necessário e razoável para controlar a ação REGRA 53
do recluso, em função do nível e da natureza do risco Os reclusos devem ter acesso aos documentos
apresentado; relacionados com os seus processos judiciais e ser
(c) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados autorizados a mantê-los consigo, sem que a
durante o período estritamente necessário e devem ser administração prisional tenha acesso a estes.
retirados logo que deixe de existir o risco que motivou a
restrição. Informações e direito de reclamação dos reclusos
2. Os instrumentos de coação não devem ser utilizados
em mulheres em trabalho de parto, nem durante nem REGRA 54
imediatamente após o parto. Todo o recluso, no momento da admissão, deve receber
REGRA 49 informação escrita sobre:
A administração prisional deve procurar obter e (a) A legislação e os regulamentos do estabelecimento
promover formação no uso de técnicas de controlo que prisional e do sistema prisional;
evitem a necessidade de utilizar instrumentos de (b) Os seus direitos, inclusive os meios autorizados para
coação ou que reduzam o seu caráter intrusivo. obter informações, acesso a assistência jurídica,
Revistas aos reclusos e inspeção de celas incluindo o apoio judiciário, e sobre procedimentos para
REGRA 50 formular pedidos e reclamações;
As leis e regulamentos sobre as revistas aos reclusos e (c) As suas obrigações, incluindo as sanções disciplinares
inspeções de celas devem estar em conformidade com aplicáveis; e
as obrigações do Direito Internacional e devem ter em (d) Todos os assuntos que podem ser necessários para
conta os padrões e as normas internacionais, uma vez se adaptar à vida no estabelecimento.
considerada a necessidade de garantir a segurança dos REGRA 55
estabelecimentos prisionais. As revistas aos reclusos e 1. As informações mencionadas na regra 54 devem estar
as inspeções devem ser conduzidas de forma a respeitar disponíveis nas línguas mais utilizadas, de acordo com
a dignidade humana inerente e a privacidade do recluso as necessidades da população prisional. Se um recluso
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não compreender qualquer uma destas línguas, deve 1. Os reclusos devem ser autorizados, sob a necessária
ser providenciada a assistência de um intérprete. supervisão, a comunicar periodicamente com as suas
2. Se o recluso for analfabeto, as informações devem famílias e com amigos: (a) Por correspondência e
ser-lhe comunicadas oralmente. Os reclusos com utilizando, se possível, meios de telecomunicação,
deficiências sensoriais devem receber as informações digitais, eletrónicos e outros; e
de forma apropriada às suas necessidades. (b) Através de visitas.
3. A administração prisional deve expor, com destaque, 2. Onde forem permitidas as visitais conjugais, este
a informação nas áreas de trânsito comum do direito deve ser garantido sem discriminação e as
estabelecimento prisional. mulheres reclusas devem exercer este direito nas
REGRA 56 mesmas condições que os homens. Devem ser
1. Todo o recluso deve ter a oportunidade de, em instaurados procedimentos e disponibilizados locais, de
qualquer dia, formular pedidos ou reclamações ao forma a garantir o justo e igualitário acesso,
diretor do estabelecimento prisional ou ao membro do respeitandose a segurança e a dignidade.
pessoal prisional autorizado a representá-lo. REGRA 59
2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os reclusos Os reclusos devem ser colocados, sempre que possível,
formularem pedidos ou reclamações, durante as em estabelecimentos prisionais próximos das suas casas
inspeções do estabelecimento prisional, ao inspetor ou do local da sua reabilitação social.
prisional. O recluso deve ter a oportunidade de REGRA 60
conversar com o inspetor ou com qualquer outro oficial 1. A entrada de visitantes nos estabelecimentos
de inspeção, de forma livre e com total prisionais depende do consentimento do visitante de
confidencialidade, sem a presença do diretor ou de submeter-se à revista. O visitante pode retirar o seu
outros membros da equipa. consentimento a qualquer momento; nestes casos, a
3. Todo o recluso deve ter o direito de fazer um pedido administração prisional poderá recusar o seu acesso.
ou reclamação sobre seu tratamento, sem censura 2. Os procedimentos de entrada e revista de visitantes
quanto ao conteúdo, à administração prisional central, não devem ser degradantes e devem ser regidos por
à autoridade judicial ou a outras autoridades princípios tão protetivos como os delineados nas Regras
competentes, incluindo os que têm poderes de revisão 50 a 52. As revistas feitas a partes íntimas do corpo
e de reparação. devem ser evitadas e não devem ser aplicadas a
4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta Regra crianças.
serão estendidos ao seu advogado. Nos casos em que REGRA 61
nem o recluso, nem o seu advogado tenham a 1. Os reclusos devem ter a oportunidade, tempo e meios
possibilidade de exercer tais direitos, um membro da adequados para receberem visitas e de comunicar com
família do recluso ou qualquer outra pessoa que tenha um advogado escolhido por si ou com um defensor
conhecimento do caso deve poder exercê-los. público, sem demora, intercetação ou censura, em total
REGRA 57 confidencialidade, sobre qualquer assunto jurídico, em
1. Todo o pedido ou reclamação deve ser prontamente conformidade com a legislação nacional aplicada. Estas
apreciado e respondido sem demora. Se o pedido ou a consultas podem ocorrer à vista dos agentes prisionais,
reclamação for rejeitado, ou no caso de atraso indevido, mas não podem ser ouvidas por estes.
o reclamante deve ter o direito de apresentá-lo à 2. Nos casos em que os reclusos não falam a língua local,
autoridade judicial ou a outra autoridade. a administração prisional deve facilitar o acesso aos
2. Devem ser criados mecanismos de salvaguarda para serviços de um intérprete competente e independente.
assegurar que os reclusos possam formular pedidos e 3. Os reclusos devem ter acesso a um apoio judiciário
reclamações de forma segura e, se solicitado pelo efetivo.
reclamante, de forma confidencial. O recluso, ou REGRA 62
qualquer outra pessoa mencionada no parágrafo 4 da 1. A reclusos de nacionalidade estrangeira devem ser
Regra 56, não deve ser exposto a qualquer risco de concedidas facilidades razoáveis para comunicarem
retaliação, intimidação ou outras consequências com os representantes diplomáticos e consulares do
negativas como resultado de um pedido ou reclamação. Estado a que pertencem.
3. Alegações de tortura ou outras penas ou tratamentos 2. A reclusos de nacionalidade de Estados sem
cruéis, desumanos ou degradantes devem ser representação diplomática ou consular no país, e a
imediatamente apreciadas e devem originar uma refugiados ou apátridas, devem ser concedidas
investigação rápida e imparcial, conduzida por uma facilidades semelhantes para comunicarem com
autoridade nacional independente, de acordo com os representantes diplomáticos do Estado encarregado de
parágrafos 1 e 2 da Regra 71. zelar pelos seus interesses ou com qualquer autoridade
Contatos com o mundo exterior nacional ou internacional que tenha a seu cargo a
REGRA 58 proteção dessas pessoas.
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permanente, mas poderá também recorrer-se a com os reclusos não devem estar armados. Aliás, não
auxiliares a tempo parcial ou a voluntários. deverá ser confiada uma arma a um membro do pessoal
REGRA 79 sem que este seja treinado para o seu uso.
1. O diretor do estabelecimento prisional deve ser Inspeções internas e externas
adequadamente qualificado para a sua função, quer REGRA 83
pelo seu carácter, quer pelas suas competências 1. Deve haver um sistema duplo de inspeções regulares
administrativas, formação e experiência. nos estabelecimentos e serviços prisionais:
2. O diretor do estabelecimento prisional deve exercer (a) Inspeções internas ou administrativas conduzidas
a sua função oficial a tempo inteiro e não deve ser pela administração prisional central;
nomeado a tempo parcial. Deve residir no (b) Inspeções externas conduzidas por um órgão
estabelecimento prisional ou nas imediações deste. independente da administração prisional, que pode
3. Quando dois ou mais estabelecimentos prisionais incluir órgãos internacionais ou regionais competentes.
estejam sob a autoridade de um único diretor, este deve 2. Em ambos os casos, o objetivo das inspeções deve ser
visitar ambos com regularidade. Em cada um dos o de assegurar que os estabelecimentos prisionais
estabelecimentos deve haver um funcionário sejam administrados de acordo com as leis,
responsável. regulamentos, políticas e procedimentos vigentes, para
REGRA 80 prossecução dos objetivos dos serviços prisionais e
1. O diretor, o seu adjunto e a maioria dos outros correcionais e para a proteção dos direitos dos reclusos.
membros do pessoal do estabelecimento prisional REGRA 84
devem falar a língua da maior parte dos reclusos ou uma 1. Os inspetores devem ter a autoridade para:
língua entendida pela maioria deles. (a) Aceder a todas as informações sobre o número de
2. Deve recorrer-se aos serviços de um intérprete reclusos e dos locais de detenção, bem como a toda a
sempre que seja informação relevante ao tratamento dos reclusos,
necessário. incluindo os seus registos e as condições de detenção;
REGRA 81 (b) Escolher livremente qual o estabelecimento prisional
1. Nos estabelecimentos prisionais destinados a que querem inspecionar, inclusive fazendo visitas por
homens e mulheres, a secção das mulheres deve ser iniciativa própria sem aviso prévio e quais os reclusos
colocada sob a direção de um funcionário do sexo que pretendem entrevistar;
feminino responsável que terá à sua guarda todas as (c) Conduzir entrevistas com os reclusos e com os
chaves dessa secção. funcionários prisionais, em total privacidade e
2. Nenhum funcionário do sexo masculino pode entrar confidencialidade, durante as suas visitas;
na parte do estabelecimento destinada às mulheres (d) Fazer recomendações à administração prisional e a
sem ser acompanhado por um funcionário do sexo outras autoridades competentes.
feminino. 2. As equipas de inspeção externa devem ser compostas
3. A vigilância das reclusas deve ser assegurada por inspetores qualificados e experientes, indicados por
exclusivamente por funcionários do sexo feminino. Não uma autoridade competente, e devem contar com
obstante, isso não impede que funcionários do sexo profissionais de saúde. Deve-se procurar ter uma
masculino, especialmente médicos e professores, representação equilibrada de género.
desempenhem as suas funções profissionais em REGRA 85
estabelecimentos prisionais ou secções do 1. Depois de uma inspeção, deve ser submetido à
estabelecimento prisional destinados a mulheres. autoridade competente um relatório escrito. Esforços
REGRA 82 devem ser empreendidos para tornar público os
1. Os funcionários dos estabelecimentos prisionais não relatórios das inspeções externas, excluindo-se
devem, nas suas relações com os reclusos, usar de força, qualquer dado pessoal dos reclusos, a menos que estes
exceto em legítima defesa ou em casos de tentativa de tenham dado explicitamente o seu acordo.
fuga ou de resistência física ativa ou passiva a uma 2. A administração prisional ou qualquer outra
ordem baseada na lei ou nos regulamentos. Os autoridade competente, conforme apropriado, deve
funcionários que tenham de recorrer à força não devem indicar, num prazo razoável, se as recomendações
usar senão a estritamente necessária e devem provindas das inspeções externas serão
comunicar imediatamente o incidente ao diretor do implementadas.
estabelecimento prisional. II. REGRAS APLICÁVEIS A CATEGORIAS
2. Os membros do pessoal prisional devem receber ESPECIAIS
formação técnica especial que lhes permita dominar os A. Reclusos condenados
reclusos violentos. Princípios gerais
3. Salvo circunstâncias especiais, os agentes que REGRA 86
assegurem serviços que os ponham em contacto direto
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Os princípios gerais a seguir enunciados têm por 4. Por outro lado, não é recomendável manter
finalidade a definição do espírito dentro do qual os estabelecimentos demasiado pequenos que possam
sistemas prisionais devem ser administrados e os impedir que instalações adequadas sejam facultadas.
objetivos a que devem tender, de acordo com a REGRA 90
declaração feita na observação preliminar 1 destas O dever da sociedade não cessa com a libertação de um
Regras. recluso. Seria por isso necessário dispor de organismos
REGRA 87 governamentais ou privados capazes de trazer ao
Antes do termo da execução de uma pena ou de uma recluso colocado em liberdade um auxílio pós-
medida é desejável que sejam adotadas as medidas penitenciário eficaz, tendente a diminuir os
necessárias para assegurar ao recluso um regresso preconceitos a seu respeito e a permitir-lhe a sua
progressivo à vida na sociedade. Este objetivo poderá reinserção na sociedade.
ser alcançado, consoante os casos, através de um Tratamento
regime preparatório da libertação, organizado no REGRA 91
próprio estabelecimento ou em outro estabelecimento O tratamento das pessoas condenadas a uma pena ou
adequado, ou mediante uma libertação condicional medida privativa de liberdade deve ter por objetivo, na
sujeita a controlo, que não deve caber à polícia, mas que medida em que o permitir a duração da condenação,
deve comportar uma assistência social eficaz. criar nelas a vontade e as aptidões que as tornem
REGRA 88 capazes, após a sua libertação, de viver no respeito pela
1. O tratamento não deve acentuar a exclusão dos lei e de prover às suas necessidades. Este tratamento
reclusos da sociedade, mas sim fazê-los compreender deve incentivar o respeito por si próprias e desenvolver
que continuam a fazer parte dela. Para este fim, há que o seu sentido da responsabilidade.
recorrer, sempre que possível, à cooperação de REGRA 92
organismos da comunidade destinados a auxiliar o 1. Para este fim, há que recorrer a todos os meios
pessoal do estabelecimento prisional na reabilitação apropriados, nomeadamente à assistência religiosa nos
social dos reclusos. países em que seja possível, à instrução, à orientação e
2. Assistentes sociais, colaborando com cada à formação profissionais, à assistência social
estabelecimento, devem ter por missão a manutenção direcionada, ao aconselhamento profissional, ao
e a melhoria das relações do recluso com a sua família e desenvolvimento físico e à educação moral, de acordo
com os organismos sociais que podem ser-lhe úteis. com as necessidades de cada recluso. Há que ter em
Devem adotar-se medidas tendo em vista a conta o passado social e criminal do condenado, as suas
salvaguarda, de acordo com a lei e a pena imposta, dos capacidades e aptidões físicas e mentais, a sua
direitos civis, dos direitos em matéria de segurança personalidade, a duração da condenação e
social e de outros benefícios sociais dos reclusos. as perspetivas da sua reabilitação.
REGRA 89 2. Para cada recluso condenado a uma pena ou a uma
1. A realização destes princípios exige a individualização medida de certa duração, o diretor do estabelecimento
do tratamento e, para este fim, um sistema flexível de prisional deve receber, no mais breve trecho após a
classificação dos reclusos por grupos; é por isso admissão do recluso, relatórios completos sobre os
desejável que esses grupos sejam colocados em diferentes aspetos referidos no parágrafo 1 desta Regra.
estabelecimentos prisionais separados, adequados ao Estes relatórios devem sempre compreender um
tratamento de cada um deles. relatório de um médico, se possível especializado
2. Estes estabelecimentos não devem possuir o mesmo em psiquiatria, sobre a condição física e mental do
grau de segurança para cada grupo. É desejável prever recluso.
graus de segurança consoante as necessidades dos 3. Os relatórios e outros elementos pertinentes devem
diferentes grupos. Os estabelecimentos abertos, pelo ser colocados num arquivo individual. Este arquivo deve
próprio facto de não preverem medidas de segurança ser atualizado e classificado de modo a poder ser
física contra as evasões, mas remeterem neste domínio consultado pelo pessoal responsável sempre que
à autodisciplina dos reclusos, proporcionam aos necessário.
reclusos cuidadosamente escolhidos as condições mais Classificação e individualização
favoráveis à sua reabilitação. REGRA 93
3. É desejável que nos estabelecimentos prisionais 1. As finalidades da classificação devem ser:
fechados a individualização do tratamento não seja (a) De separar os reclusos que, pelo seu passado
prejudicada por um número demasiado elevado de criminal ou pela sua personalidade, possam vir a exercer
reclusos. Nalguns países entende-se que a população uma influência negativa sobre os outros reclusos;
destes estabelecimentos não deve ultrapassar os (b) De repartir os reclusos por grupos tendo em vista
quinhentos. Nos estabelecimentos abertos, a população facilitar o seu tratamento para a sua reinserção social.
deve ser tão reduzida quanto possível.
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possível. A educação de analfabetos e jovens reclusos 2. Se necessário, os demais reclusos que sofrem de
será obrigatória, prestando-lhe a administração outras doenças ou anomalias mentais devem ser
prisional especial atenção. examinados e tratados em instituições especializadas,
2. Tanto quanto for possível, a educação dos reclusos sob vigilância médica.
deve estar integrada no sistema educacional do país, 3. O serviço médico ou psiquiátrico dos
para que depois da sua libertação possam continuar, estabelecimentos prisionais deve proporcionar
sem dificuldades, os seus estudos. tratamento psiquiátrico a todos os reclusos que o
REGRA 105 necessitem.
Devem ser proporcionadas atividades recreativas e REGRA 110
culturais em todos os estabelecimentos prisionais em É desejável que sejam adotadas medidas, de acordo
benefício da saúde mental e física dos reclusos. com os organismos competentes, para que o
Relações sociais e assistência pós-prisional tratamento psiquiátrico seja mantido, se necessário,
REGRA 106 depois da colocação em liberdade e que uma assistência
Deve ser prestada atenção especial à manutenção e social pós-prisional de natureza psiquiátrica seja
melhoramento das relações entre o recluso e a sua assegurada.
família que se mostrem de maior vantagem para ambos. C. Reclusos detidos ou a aguardar julgamento
REGRA 107 REGRA 111
Desde o início do cumprimento da pena de um recluso, 1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser imputada
deve ter-se em consideração o seu futuro depois de a prática de uma infração penal, quer estejam detidos
libertado, devendo este ser estimulado e ajudado a sob custódia da polícia, quer num estabelecimento
manter ou estabelecer relações com pessoas ou prisional, mas que ainda não foram julgados e
organizações externas, aptas a promover os melhores condenados, são doravante designados nestas Regras
interesses da sua família e da sua própria reabilitação por “detidos preventivamente”.
social. 2. As pessoas detidas preventivamente presumem-se
REGRA 108 inocentes e como tal devem ser tratadas.
1. Os serviços ou organizações governamentais ou 3. Estes detidos devem beneficiar de um regime especial
outras, que prestam assistência a reclusos colocados em cujos elementos essenciais se discriminam nestas
liberdade para se reestabelecerem na sociedade, Regras, sem prejuízo das disposições legais sobre a
devem assegurar, na medida do possível e do proteção da liberdade individual ou que estabelecem os
necessário, que sejam facultados aos reclusos trâmites a ser observados em relação a pessoas detidas
libertados documentos de identificação apropriados, preventivamente.
que lhes sejam garantidas casas adequadas e trabalho, REGRA 112
vestuário apropriado ao clima e à estação do ano e 1. As pessoas detidas preventivamente devem ser
recursos suficientes para chegarem ao seu destino e mantidas separadas dos reclusos condenados.
para subsistirem no período imediatamente seguinte à 2. Os jovens detidos preventivamente devem ser
sua libertação. mantidos separados dos adultos e ser, em princípio,
2. Os representantes oficiais dessas organizações detidos em estabelecimentos prisionais separados.
devem ter o acesso necessário ao estabelecimento REGRA 113
prisional e aos reclusos, sendo consultados sobre o As pessoas detidas preventivamente devem dormir
futuro do recluso desde o início do cumprimento da sozinhas em quartos separados, sob reserva de
pena. diferente costume local relativo ao clima.
3. É recomendável que as atividades destas REGRA 114
organizações estejam centralizadas ou sejam Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem do
coordenadas, tanto quanto possível, a fim de garantir a estabelecimento prisional, as pessoas detidas
melhor utilização dos seus esforços. preventivamente podem, se o desejarem, mandar vir
B. Reclusos com transtornos mentais e/ou com alimentação do exterior a expensas próprias, quer
problemas de saúde através da administração, quer através da sua família ou
REGRA 109 amigos. Caso contrário a administração deve fornecer-
1. As pessoas consideradas inimputáveis, ou a quem, lhes a alimentação.
posteriormente, foi diagnosticado uma deficiência REGRA 115
mental e/ou um problema de saúde grave, em relação A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a
aos quais a detenção poderia agravar a sua condição, usar a sua própria roupa se estiver limpa e for
não devem ser detidas em prisões. Devem ser tomadas adequada. Se usar roupa do estabelecimento prisional,
medidas para as transferir para um estabelecimento esta será diferente da fornecida aos condenados.
para doentes mentais o mais depressa possível. REGRA 116
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Será sempre dada à pessoa detida preventivamente a Partes I e II desta Regra. As disposições relevantes da
oportunidade de trabalhar, mas esta não será obrigada secção A da Parte II, desta Regra, serão igualmente
a fazê-lo. Se optar por trabalhar, será remunerada. aplicáveis sempre que a sua aplicação possa beneficiar
REGRA 117 esta categoria especial de reclusos, desde que não seja
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a tomada nenhuma medida que implique a reeducação
obter, a expensas próprias ou a expensas de terceiros, ou a reabilitação de pessoas não condenadas por uma
livros, jornais, material para escrever e outros meios de infração penal.
ocupação compatíveis com os interesses da
administração da justiça e com a segurança e boa ordem NOÇÕES DE DIREITO PENAL
do estabelecimento prisional.
REGRA 118 DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a
ser visitada e a ser tratada pelo seu médico pessoal ou Código Penal.
dentista se existir motivo razoável para o seu pedido e O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição
puder pagar quaisquer despesas em que incorrer. que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a
REGRA 119 seguinte Lei:
1. Todo o recluso tem o direito a ser imediatamente PARTE GERAL
TÍTULO I
informado das razões de sua detenção e sobre
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
quaisquer acusações apresentadas contra si. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
2. Se uma pessoa detida preventivamente não tiver um Anterioridade da Lei
advogado da sua escolha, ser-lhe-á designado um Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina.
defensor oficioso pela autoridade judicial, ou outra Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada
autoridade, em todos os casos em que os interesses da pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
justiça o exigirem e sem custos para a pessoa detida Lei penal no tempo
preventivamente, caso esta não possua recursos Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei
suficientes para pagar. A possibilidade de se recusar o posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execução e os efeitos penais da sentença
acesso a um advogado deve ser sujeita a uma revisão condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
independente, sem demora. 11.7.1984)
REGRA 120 Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer
1. Os direitos e as modalidades que regem o acesso de modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores,
uma pessoa detida preventivamente ao seu advogado ainda que decididos por sentença condenatória transitada
ou defensor oficioso, com vista à sua defesa, devem ser em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
regulados pelos mesmos princípios estabelecidos na 11.7.1984)
regra 61. Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
2. A pessoa detida preventivamente deve ter à sua
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora
disposição, se assim o desejar, material de escrita a fim decorrido o período de sua duração ou cessadas as
de preparar os documentos relacionados com a sua circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
defesa e entregar instruções confidenciais ao seu praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei
advogado ou defensor oficioso. nº 7.209, de 1984)
D. Presos civis Tempo do crime
REGRA 121 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento
Nos países cuja legislação prevê a prisão por dívidas ou da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
outras formas de prisão proferidas por decisão judicial
Territorialidade
na sequência de processos que não tenham natureza Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
penal, os reclusos não devem ser submetidos a maiores convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
restrições nem ser tratados com maior severidade do crime cometido no território nacional. (Redação dada pela
que for necessário para manter a segurança e a ordem. Lei nº 7.209, de 1984)
O seu tratamento não deve ser menos favorável do que § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como
o dos detidos preventivamente, sob reserva, porém, da extensão do território nacional as embarcações e
eventual obrigação de trabalhar. aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
E. Pessoas presas ou detidas sem acusação
como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
REGRA 122 mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
Sem prejuízo das disposições contidas no artigo 9.º do respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
deve ser concedida às pessoas presas ou detidas sem § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
acusação a proteção conferida nos termos da secção C, praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
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estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído
em pouso no território nacional ou em vôo no espaço pela Lei nº 7.209, de 1984)
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído
do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) pela Lei nº 7.209, de 1984)
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela
1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
como onde se produziu ou deveria produzir-se o diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela
7.209, de 1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação
cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº da lei brasileira produz na espécie as mesmas
7.209, de 1984) conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº
República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 7.209, de 11.7.1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei
Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de nº 7.209, de 11.7.1984)
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído
ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 1984) a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da
c) contra a administração pública, por quem está a parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 11.7.1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) extradição com o país de cuja autoridade judiciária
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição
11.7.1984) do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou 11.7.1984)
a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº 7.209,
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº de 11.7.1984)
7.209, de 1984) Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do
c) praticados em aeronaves ou embarcações prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 1984) Frações não computáveis da pena (Redação dada
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de
condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e,
1984) na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
brasileira depende do concurso das seguintes condições: Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 11.7.1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos
pela Lei nº 7.209, de 1984) fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de
b) ser o fato punível também no país em que foi modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 11.7.1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a TÍTULO II
lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº DO CRIME
7.209, de 1984) Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou 7.209, de 11.7.1984)
não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do
1984) crime, somente é imputável a quem lhe deu causa.
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº
segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, 7.209, de 11.7.1984)
de 1984) Superveniência de causa independente (Incluído
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, § 1º - A superveniência de causa relativamente
se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: independente exclui a imputação quando, por si só,
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
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imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado
7.209, de 11.7.1984) por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei,
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº
dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984) Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou 7.209, de 11.7.1984)
vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de pena, só responde o agente que o houver causado ao
impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de menos culposamente.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei
ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
7.209, de 11.7.1984) crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209,
I - consumado, quando nele se reúnem todos os de 11.7.1984)
elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
7.209, de 11.7.1984) justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº
11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Desistência voluntária e arrependimento eficaz § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
prosseguir na execução ou impede que o resultado se pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena;
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o
terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou
de 11.7.1984) atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por de 11.7.1984)
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta Coação irresistível e obediência hierárquica
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente
7.209, de 11.7.1984) ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
11.7.1984) de 11.7.1984)
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº
assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984) Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
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II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, IV - à traição, de emboscada, ou mediante
de 11.7.1984) (Vide ADPF 779) dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no impossivel a defesa do ofendido;
exercício regular de direito. (Incluído pela Lei nº 7.209, V - para assegurar a execução, a ocultação, a
de 11.7.1984) impunidade ou vantagem de outro crime:
Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
11.7.1984) Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Parágrafo único - O agente, em qualquer das VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e
Estado de necessidade 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela
circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação Lei nº 13.142, de 2015)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem proibido: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação (Vigência)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº
dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 13.104, de 2015)
11.7.1984) I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº
Legítima defesa 13.104, de 2015)
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
usando moderadamente dos meios necessários, repele (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de Homicídio culposo
outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de
(Vide ADPF 779) 1965)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos Pena - detenção, de um a três anos.
no caput deste artigo, considera-se também em legítima Aumento de pena
defesa o agente de segurança pública que repele agressão § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de
ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de
prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
2019) (Vide ADPF 779) deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
********* prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
PARTE ESPECIAL contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(Vide Lei nº 7.209, de 1984) (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
TÍTULO I 2003)
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá
CAPÍTULO I deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração
DOS CRIMES CONTRA A VIDA atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
Homicídio simples sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº
Art. 121. Matar alguem: 6.416, de 24.5.1977)
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
Caso de diminuição de pena metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 2012)
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço)
Homicídio qualificado até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei
§ 2° Se o homicídio é cometido: nº 13.104, de 2015)
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
por outro motivo torpe; parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - por motivo futil; II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa degenerativas que acarretem condição limitante ou de
resultar perigo comum; vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela Lei
nº 13.771, de 2018)
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III - na presença física ou virtual de descendente ou de Pena - detenção, de um a três anos.
ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº 13.771, Aborto provocado por terceiro
de 2018) Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da
IV - em descumprimento das medidas protetivas de gestante:
urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 Pena - reclusão, de três a dez anos.
da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da
Lei nº 13.771, de 2018) gestante: (Vide ADPF 54)
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a Pena - reclusão, de um a quatro anos.
automutilação (Redação dada pela Lei nº 13.968, de Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior,
2019) se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante
praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material fraude, grave ameaça ou violência
para que o faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de Forma qualificada
2019) Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. anteriores são aumentadas de um terço, se, em
(Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019) conseqüência do aborto ou dos meios empregados para
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza
resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas,
nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: lhe sobrevém a morte.
(Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela (Vide ADPF 54)
Lei nº 13.968, de 2019) Aborto necessário
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
resulta morte: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
Lei nº 13.968, de 2019) precedido de consentimento da gestante ou, quando
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº 13.968, de incapaz, de seu representante legal.
2019) CAPÍTULO II
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou DAS LESÕES CORPORAIS
fútil; (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) Lesão corporal
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde
causa, a capacidade de resistência. (Incluído pela Lei nº de outrem:
13.968, de 2019) Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é Lesão corporal de natureza grave
realizada por meio da rede de computadores, de rede § 1º Se resulta:
social ou transmitida em tempo real. (Incluído pela Lei nº I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
13.968, de 2019) mais de trinta dias;
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou II - perigo de vida;
coordenador de grupo ou de rede virtual. (Incluído pela III - debilidade permanente de membro, sentido ou
Lei nº 13.968, de 2019) função;
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em IV - aceleração de parto:
lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra Pena - reclusão, de um a cinco anos.
menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por § 2° Se resulta:
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário I - Incapacidade permanente para o trabalho;
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer II - enfermidade incuravel;
outra causa, não pode oferecer resistência, responde o III perda ou inutilização do membro, sentido ou
agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste função;
Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) IV - deformidade permanente;
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido V - aborto:
contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não Pena - reclusão, de dois a oito anos.
tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou Lesão corporal seguida de morte
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco
nos termos do art. 121 deste Código. (Incluído pela Lei nº de produzí-lo:
13.968, de 2019) Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Infanticídio Diminuição de pena
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
Pena - detenção, de dois a seis anos. violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
Aborto provocado pela gestante ou com seu vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
consentimento Substituição da pena
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir
que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
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§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda Perigo para a vida ou saúde de outrem
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
mil réis a dois contos de réis: direto e iminente:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato
anterior; não constitui crime mais grave.
II - se as lesões são recíprocas. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a
Lesão corporal culposa um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação
Pena - detenção, de dois meses a um ano. de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza,
Aumento de pena em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer 9.777, de 1998)
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Abandono de incapaz
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012) Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, abandono:
de 2004) Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com natureza grave:
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, Pena - reclusão, de um a cinco anos.
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de § 2º - Se resulta a morte:
coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
11.340, de 2006) Aumento de pena
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se
(Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) de um terço:
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, II - se o agente é ascendente ou descendente,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
nº 10.886, de 2004) III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será pela Lei nº 10.741, de 2003)
aumentada de um terço se o crime for cometido contra Exposição ou abandono de recém-nascido
pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para
11.340, de 2006) ocultar desonra própria:
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de grave:
Segurança Pública, no exercício da função ou em Pena - detenção, de um a três anos.
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou § 2º - Se resulta a morte:
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa Pena - detenção, de dois a seis anos.
condição, a pena é aumentada de um a dois terços. ***********
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015) TÍTULO II
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do CAPÍTULO I
art. 121 deste Código: (Incluído pela Lei nº 14.188, de DO FURTO
2021) Furto
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa
pela Lei nº 14.188, de 2021) alheia móvel:
CAPÍTULO III Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
Perigo de contágio venéreo praticado durante o repouso noturno.
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor
ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
venérea, de que sabe ou deve saber que está pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
contaminado: aplicar somente a pena de multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: qualquer outra que tenha valor econômico.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Furto qualificado
§ 2º - Somente se procede mediante representação. § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e
Perigo de contágio de moléstia grave multa, se o crime é cometido:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de subtração da coisa;
produzir o contágio: II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. escalada ou destreza;
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III - com emprego de chave falsa; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. III - se a vítima está em serviço de transporte de
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) valores e o agente conhece tal circunstância.
anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de IV - se a subtração for de veículo automotor que
artefato análogo que cause perigo comum. venha a ser transportado para outro Estado ou para o
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
e multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº
de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou 9.426, de 1996)
não à rede de computadores, com ou sem a violação de VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou
mecanismo de segurança ou a utilização de programa de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com
a relevância do resultado gravoso: (Incluído pela Lei nº emprego de arma branca; (Incluído pela Lei nº
14.155, de 2021) 13.964, de 2019)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
crime é praticado mediante a utilização de servidor (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
mantido fora do território nacional; (Incluído pela Lei I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
nº 14.155, de 2021) de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é 2018)
praticado contra idoso ou vulnerável. (Incluído pela Lei II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
nº 14.155, de 2021) mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº
subtração for de veículo automotor que venha a ser 13.654, de 2018)
transportado para outro Estado ou para o exterior. § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido,
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
se a subtração for de semovente domesticável de (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
produção, ainda que abatido ou dividido em partes no § 3º Se da violência resulta: (Redação dada
local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de pela Lei nº 13.654, de 2018)
2016) I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela
anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas Lei nº 13.654, de 2018)
ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654,
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) de 2018)
Furto de coisa comum Extorsão
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
coisa comum: outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
§ 1º - Somente se procede mediante representação. Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de
o agente. um terço até metade.
CAPÍTULO II § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante
DO ROUBO E DA EXTORSÃO violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
Roubo Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
impossibilidade de resistência: de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou pela Lei nº 11.923, de 2009)
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime Extorsão mediante seqüestro
ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou
metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
2018) (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
13.654, de 2018) (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
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§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) pública, empresa pública, sociedade de economia mista
horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior ou empresa concessionária de serviços públicos;
de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)
ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 IV - por motivo egoístico ou com prejuízo
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) considerável para a vítima:
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa,
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) além da pena correspondente à violência.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza Introdução ou abandono de animais em
grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 propriedade alheia
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) propriedade alheia, sem consentimento de quem de
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, direito, desde que o fato resulte prejuízo:
de 25.7.90 Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. multa.
(Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o histórico
concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um tombada pela autoridade competente em virtude de valor
a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, artístico, arqueológico ou histórico:
de 1996) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Extorsão indireta Alteração de local especialmente protegido
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade
abusando da situação de alguém, documento que pode competente, o aspecto de local especialmente protegido
dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou por lei:
contra terceiro: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Ação penal
CAPÍTULO III Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu
DA USURPAÇÃO parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante
Alteração de limites queixa.
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou CAPÍTULO V
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia: Apropriação indébita
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: tem a posse ou a detenção:
Usurpação de águas Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de Aumento de pena
outrem, águas alheias; § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o
Esbulho possessório agente recebeu a coisa:
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, I - em depósito necessário;
ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também judicial;
na pena a esta cominada. III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela
de violência, somente se procede mediante queixa. Lei nº 9.983, de 2000)
Supressão ou alteração de marca em animais Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983,
propriedade: de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
CAPÍTULO IV (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
DO DANO § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
Dano (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra
alheia: importância destinada à previdência social que tenha sido
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. descontada de pagamento efetuado a segurados, a
Dano qualificado terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único - Se o crime é cometido: 9.983, de 2000)
I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II – recolher contribuições devidas à previdência
II - com emprego de substância inflamável ou social que tenham integrado despesas contábeis ou
explosiva, se o fato não constitui crime mais grave custos relativos à venda de produtos ou à prestação de
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação
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III - pagar benefício devido a segurado, quando as Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia
à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou
9.983, de 2000) imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
espontaneamente, declara, confessa e efetua o dessas circunstâncias;
pagamento das contribuições, importâncias ou valores e Defraudação de penhor
presta as informações devidas à previdência social, na III - defrauda, mediante alienação não consentida
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) quando tem a posse do objeto empenhado;
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou Fraude na entrega de coisa
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº coisa que deve entregar a alguém;
9.983, de 2000) Fraude para recebimento de indenização ou valor de
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e seguro
antes de oferecida a denúncia, o pagamento da V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver
II – o valor das contribuições devidas, inclusive indenização ou valor de seguro;
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela Fraude no pagamento por meio de cheque
previdência social, administrativamente, como sendo o VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Fraude eletrônica
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos,
aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo e multa, se a fraude é cometida com a utilização de
valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
estabelecido, administrativamente, como sendo o induzido a erro por meio de redes sociais, contatos
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou
(Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018) por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Incluído
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito pela Lei nº 14.155, de 2021)
ou força da natureza § 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda a relevância do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um
ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. a utilização de servidor mantido fora do território
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: nacional. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
Apropriação de tesouro § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, cometido em detrimento de entidade de direito público
no todo ou em parte, da quota a que tem direito o ou de instituto de economia popular, assistência social ou
proprietário do prédio; beneficência.
Apropriação de coisa achada Estelionato contra idoso ou vulnerável (Redação
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou § 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade crime é cometido contra idoso ou vulnerável, considerada
competente, dentro no prazo de quinze dias. a relevância do resultado gravoso. (Redação dada pela
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica- Lei nº 14.155, de 2021)
se o disposto no art. 155, § 2º. § 5º Somente se procede mediante representação, salvo
CAPÍTULO VI se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES I - a Administração Pública, direta ou indireta;
Estelionato (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem II - criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém 13.964, de 2019)
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio III - pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela
fraudulento: Lei nº 13.964, de 2019)
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
quinhentos mil réis a dez contos de réis. (Vide Lei nº (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
7.209, de 1984) Duplicata simulada
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda
o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto que não corresponda à mercadoria vendida, em
no art. 155, § 2º. quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Disposição de coisa alheia como própria Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
em garantia coisa alheia como própria;
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Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos
Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da
1968) assembléia geral;
Abuso de incapazes IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da a lei o permite;
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo V - o diretor ou o gerente que, como garantia de
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da
efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: própria sociedade;
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço,
Induzimento à especulação em desacordo com este, ou mediante balanço falso,
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da distribui lucros ou dividendos fictícios;
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou aprovação de conta ou parecer;
devendo saber que a operação é ruinosa: VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. IX - o representante da sociedade anônima
Fraude no comércio estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
comercial, o adquirente ou consumidor: Governo.
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a
mercadoria falsificada ou deteriorada; dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter
II - entregando uma mercadoria por outra: vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. deliberações de assembléia geral.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo "warrant"
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou
valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como warrant, em desacordo com disposição legal:
precioso, metal de ou outra qualidade: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Fraude à execução
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando,
Outras fraudes destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor Parágrafo único - Somente se procede mediante
de recursos para efetuar o pagamento: queixa.
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou CAPÍTULO VII
multa. DA RECEPTAÇÃO
Parágrafo único - Somente se procede mediante Receptação
representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
deixar de aplicar a pena. ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
Fraudes e abusos na fundação ou administração de produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé,
sociedade por ações a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por nº 9.426, de 1996)
ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
constituição da sociedade, ou ocultando Receptação qualificada (Redação dada pela Lei
fraudulentamente fato a ela relativo: nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir,
fato não constitui crime contra a economia popular. ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
constitui crime contra a economia popular: (Vide Lei nº proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
1.521, de 1951) comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por de crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito
oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
relativo; irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza
títulos da sociedade; ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
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meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
1996) Medicamento em desacordo com receita médica
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou Art. 280 - Fornecer substância medicinal em
ambas as penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de desacordo com receita médica:
1996) Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido Modalidade culposa
ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. Parágrafo único - Se o crime é culposo:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Pena - detenção, de dois meses a um ano.
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o PSÍQUICA. (Redação dada pela Lei nº 5.726, de 1971)
disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
9.426, de 1996) Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, farmacêutica
fundação pública, empresa pública, sociedade de Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a
economia mista ou empresa concessionária de serviços profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem
públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
de 2017) Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de
Receptação de animal lucro, aplica-se também multa.
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, Charlatanismo
ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto
produção ou de comercialização, semovente ou infalível:
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
em partes, que deve saber ser produto de crime: Curandeirismo
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. I - prescrevendo, ministrando ou aplicando,
(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016) habitualmente, qualquer substância;
********* II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
Invólucro ou recipiente com falsa indicação III - fazendo diagnósticos:
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante
existência de substância que não se encontra em seu remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a Forma qualificada
mencionada: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes
2.7.1998) previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 267.
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) TÍTULO IX
Produto ou substância nas condições dos dois DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
artigos anteriores Incitação ao crime
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
produto nas condições dos arts. 274 e 275. Apologia de crime ou criminoso
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato
multa.(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) criminoso ou de autor de crime:
Substância destinada à falsificação Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou Associação Criminosa
ceder substância destinada à falsificação de produtos Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas,
alimentícios, terapêuticos ou medicinais:(Redação dada para o fim específico de cometer crimes: (Redação dada
pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Outras substâncias nocivas à saúde pública Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em a associação é armada ou se houver a participação de
depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que 12.850, de 2013) (Vigência)
não destinada à alimentação ou a fim medicinal: Constituição de milícia privada (Incluído dada pela
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Lei nº 12.720, de 2012)
Modalidade culposa Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou
Parágrafo único - Se o crime é culposo: custear organização paramilitar, milícia particular, grupo
Pena - detenção, de dois meses a um ano. ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos
Substância avariada
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crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
nº 12.720, de 2012) Falsificação de papéis públicos
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
dada pela Lei nº 12.720, de 2012) I – selo destinado a controle tributário, papel selado
TÍTULO X ou qualquer papel de emissão legal destinado à
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035,
CAPÍTULO I de 2004)
DA MOEDA FALSA II - papel de crédito público que não seja moeda de
Moeda Falsa curso legal;
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, III - vale postal;
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de
no estrangeiro: caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. por entidade de direito público;
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação a depósito ou caução por que o poder público seja
moeda falsa. responsável;
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à transporte administrada pela União, por Estado ou por
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com Município:
detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e § 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal pela Lei nº 11.035, de 2004)
de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
fabricação ou emissão: falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei
I - de moeda com título ou peso inferior ao nº 11.035, de 2004)
determinado em lei; II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede,
II - de papel-moeda em quantidade superior à empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo
autorizada. falsificado destinado a controle tributário; (Incluído pela
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz Lei nº 11.035, de 2004)
circular moeda, cuja circulação não estava ainda III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
autorizada. mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
Crimes assimilados ao de moeda falsa fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
representativo de moeda com fragmentos de cédulas, industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº
notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula 11.035, de 2004)
ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à controle tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº
circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já 11.035, de 2004)
recolhidos para o fim de inutilização: b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando
que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Petrechos para falsificação de moeda § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo
ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, anterior.
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora
à falsificação de moeda: recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois
Emissão de título ao portador sem permissão legal de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
ficha, vale ou título que contenha promessa de § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago: ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. outros logradouros públicos e em residências. (Incluído
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como pela Lei nº 11.035, de 2004)
dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo Petrechos de falsificação
incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou
ou multa. guardar objeto especialmente destinado à falsificação de
CAPÍTULO II qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de 2012) Vigência
sexta parte. Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,
CAPÍTULO III equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou
DA FALSIDADE DOCUMENTAL débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Falsificação do selo ou sinal público Falsidade ideológica
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: Art. 299 - Omitir, em documento público ou
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da particular, declaração que dele devia constar, ou nele
União, de Estado ou de Município; inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. relevante:
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; documento é público, e reclusão de um a três anos, e
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio documento é particular. (Vide Lei nº 7.209, de 1984)
ou alheio. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público,
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos falsificação ou alteração é de assentamento de registro
utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de Falso reconhecimento de firma ou letra
2000) Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o de função pública, firma ou letra que o não seja:
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
sexta parte. documento é público; e de um a três anos, e multa, se o
Falsificação de documento público documento é particular.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento Certidão ou atestado ideologicamente falso
público, ou alterar documento público verdadeiro: Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. de função pública, fato ou circunstância que habilite
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
sexta parte. Pena - detenção, de dois meses a um ano.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a Falsidade material de atestado ou certidão
documento público o emanado de entidade paraestatal, o § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou
título ao portador ou transmissível por endosso, as ações certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
de sociedade comercial, os livros mercantis e o verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que
testamento particular. habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz de serviço de caráter público, ou qualquer outra
inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) vantagem:
I – na folha de pagamento ou em documento de Pena - detenção, de três meses a dois anos.
informações que seja destinado a fazer prova perante a § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
previdência social, pessoa que não possua a qualidade de aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Falsidade de atestado médico
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão,
empregado ou em documento que deva produzir efeito atestado falso:
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa Pena - detenção, de um mês a um ano.
da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de
de 2000) lucro, aplica-se também multa.
III – em documento contábil ou em qualquer outro Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
documento relacionado com as obrigações da empresa Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica
perante a previdência social, declaração falsa ou diversa que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução
da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no
de 2000) verso do selo ou peça:
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para
seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído Uso de documento falso
pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis
Falsificação de documento particular (Redação dada pela falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 302:
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
particular ou alterar documento particular verdadeiro: Supressão de documento
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Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e constitui crime mais grave.
multa, se o documento é particular. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
**************** Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
TÍTULO XI diversa da estabelecida em lei:
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
CAPÍTULO I Concussão
DOS CRIMES PRATICADOS Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Peculato Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou Excesso de exação
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou 8.137, de 27.12.1990)
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
lhe proporciona a qualidade de funcionário. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
Peculato culposo de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o aos cofres públicos:
crime de outrem: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano. Corrupção passiva
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
imposta. indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Peculato mediante erro de outrem Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
outrem: conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
Inserção de dados falsos em sistema de informações pratica infringindo dever funcional.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir cedendo a pedido ou influência de outrem:
indevidamente dados corretos nos sistemas Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
informatizados ou bancos de dados da Administração Facilitação de contrabando ou descaminho
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a
para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
9.983, de 2000)) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Prevaricação
Modificação ou alteração não autorizada de sistema Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,
de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sistema de informações ou programa de informática sem sentimento pessoal:
autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um permita a comunicação com outros presos ou com o
terço até a metade se da modificação ou alteração resulta ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de
dano para a Administração Pública ou para o 2007).
administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou Condescendência criminosa
documento Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
responsabilizar subordinado que cometeu infração no
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exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não quem trabalha para empresa prestadora de serviço
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: contratada ou conveniada para a execução de atividade
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº
Advocacia administrativa 9.983, de 2000)
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando
interesse privado perante a administração pública, os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
valendo-se da qualidade de funcionário: ocupantes de cargos em comissão ou de função de
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. direção ou assessoramento de órgão da administração
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei
multa. nº 6.799, de 1980)
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou
a pretexto de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da LEGISLAÇÃO ESPECIAL
pena correspondente à violência.
Abandono de função LEI FEDERAL N.º 9.455/1997 (LEI ANTITORTURA) E
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos ALTERAÇÕES POSTERIORES.
permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Define os crimes de tortura e dá outras providências.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
faixa de fronteira: Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Art. 1º Constitui crime de tortura:
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
prolongado ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê- da vítima ou de terceira pessoa;
la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
exonerado, removido, substituído ou suspenso: c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
Violação de sigilo funcional autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça,
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar- aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
lhe a revelação: Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa
se o fato não constitui crime mais grave. ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: mental, por intermédio da prática de ato não previsto em
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) lei ou não resultante de medida legal.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de pena de detenção de um a quatro anos.
informações ou banco de dados da Administração Pública; § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à I - se o crime é cometido por agente público;
Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº II - se o crime é cometido contra criança, gestante,
9.983, de 2000) deficiente e adolescente;
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
Violação do sigilo de proposta de concorrência (sessenta) anos; '(Redação dada pela Lei nº 10.741, de
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de 2003)
concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
de devassá-lo: § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. emprego público e a interdição para seu exercício pelo
Funcionário público dobro do prazo da pena aplicada.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem graça ou anistia.
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e regime fechado.
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Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime previstos nesta Lei, restringindo-se tal responsabilidade à
não tenha sido cometido em território nacional, sendo a obrigação de pagamento de multa e reparação integral do
vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob dano causado.
jurisdição brasileira. CAPÍTULO II
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho NACIONAL OU ESTRANGEIRA
de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública,
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos
da República. aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO no parágrafo único do Art. 1º, que atentem contra o
Nelson A. Jobim patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra
princípios da administração pública ou contra os
Lei Anticorrupção - Lei nº 12.846, de 1º de Agosto de compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim
2013. definidos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente,
vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. a ele relacionada;
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos
administração pública, nacional ou estrangeira, e dá previstos nesta Lei;
outras providências. III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa
CAPÍTULO I física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais
DISPOSIÇÕES GERAIS interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva praticados;
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de IV - no tocante a licitações e contratos:
atos contra a administração pública, nacional ou a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
estrangeira. qualquer outro expediente, o caráter competitivo de
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às procedimento licitatório público;
sociedades empresárias e às sociedades simples, b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer
personificadas ou não, independentemente da forma de ato de procedimento licitatório público;
organização ou modelo societário adotado, bem como a c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude
quaisquer fundações, associações de entidades ou ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
filial ou representação no território brasileiro, constituídas e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica
de fato ou de direito, ainda que temporariamente. para participar de licitação pública ou celebrar contrato
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativo;
objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo
atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu fraudulento, de modificações ou prorrogações de
interesse ou benefício, exclusivo ou não. contratos celebrados com a administração pública, sem
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a autorização em lei, no ato convocatório da licitação
responsabilidade individual de seus dirigentes ou pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro
coautora ou partícipe do ato ilícito. dos contratos celebrados com a administração pública;
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de
independentemente da responsabilização individual das órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua
pessoas naturais referidas no caput. atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.
responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua § 1º Considera-se administração pública estrangeira os
culpabilidade. órgãos e entidades estatais ou representações
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou
hipótese de alteração contratual, transformação, esfera de governo, bem como as pessoas jurídicas
incorporação, fusão ou cisão societária. controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a de país estrangeiro.
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à
pagamento de multa e reparação integral do dano administração pública estrangeira as organizações
causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe públicas internacionais.
sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública
evidente intuito de fraude, devidamente comprovados. em órgãos, entidades estatais ou em representações
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas
ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos
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público de país estrangeiro ou em organizações públicas Art. 8º A instauração e o julgamento de processo
internacionais. administrativo para apuração da responsabilidade de
CAPÍTULO III pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação,
pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos observados o contraditório e a ampla defesa.
lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções: § 1º A competência para a instauração e o julgamento do
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% processo administrativo de apuração de responsabilidade
(vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a
anterior ao da instauração do processo administrativo, subdelegação.
excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a
vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e Controladoria-Geral da União - CGU terá competência
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. concorrente para instaurar processos administrativos de
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, responsabilização de pessoas jurídicas ou para avocar os
isolada ou cumulativamente, de acordo com as processos instaurados com fundamento nesta Lei, para
peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o
natureza das infrações. andamento.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a
precedida da manifestação jurídica elaborada pela apuração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos
Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou previstos nesta Lei, praticados contra a administração
equivalente, do ente público. pública estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não Convenção sobre o Combate da Corrupção de
exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da reparação Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
integral do dano causado. Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja 3.678, de 30 de novembro de 2000.
possível utilizar o critério do valor do faturamento bruto Art. 10. O processo administrativo para apuração da
da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por
reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). comissão designada pela autoridade instauradora e
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da § 1º O ente público, por meio do seu órgão de
pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande representação judicial, ou equivalente, a pedido da
circulação na área da prática da infração e de atuação da comissão a que se refere o caput , poderá requerer as
pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de medidas judiciais necessárias para a investigação e o
circulação nacional, bem como por meio de afixação de processamento das infrações, inclusive de busca e
edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio apreensão.
estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à
modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede autoridade instauradora que suspenda os efeitos do ato
mundial de computadores. ou processo objeto da investigação.
§ 6º (VETADO). § 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das 180 (cento e oitenta) dias contados da data da publicação
sanções: do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios
I - a gravidade da infração; sobre os fatos apurados e eventual responsabilidade da
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções
III - a consumação ou não da infração; a serem aplicadas.
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado,
V - o efeito negativo produzido pela infração; mediante ato fundamentado da autoridade instauradora.
VI - a situação econômica do infrator; Art. 11. No processo administrativo para apuração de
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das responsabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo
infrações; de 30 (trinta) dias para defesa, contados a partir da
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos intimação.
internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da
de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética comissão, será remetido à autoridade instauradora, na
e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; forma do Art. 10, para julgamento.
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica Art. 13. A instauração de processo administrativo
com o órgão ou entidade pública lesados; e específico de reparação integral do dano não prejudica a
X - (VETADO). aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo
mecanismos e procedimentos previstos no inciso VIII do pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa
caput serão estabelecidos em regulamento do Poder da fazenda pública.
Executivo federal. Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser
CAPÍTULO IV desconsiderada sempre que utilizada com abuso do
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos
RESPONSABILIZAÇÃO atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão
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patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das atos lesivos praticados contra a administração pública
sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus estrangeira.
administradores e sócios com poderes de administração, Art. 17. A administração pública poderá também celebrar
observados o contraditório e a ampla defesa. acordo de leniência com a pessoa jurídica responsável
Art. 15. A comissão designada para apuração da pela prática de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de
responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do junho de 1993, com vistas à isenção ou atenuação das
procedimento administrativo, dará conhecimento ao sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a
Ministério Público de sua existência, para apuração de 88.
eventuais delitos. CAPÍTULO VI
CAPÍTULO V DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
DO ACORDO DE LENIÊNCIA Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
pública poderá celebrar acordo de leniência com as responsabilização na esfera judicial.
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º
previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
investigações e o processo administrativo, sendo que Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas
dessa colaboração resulte: ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à
quando couber; e aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
II - a obtenção célere de informações e documentos que infratoras:
comprovem o ilícito sob apuração. I - perdimento dos bens, direitos ou valores que
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser representem vantagem ou proveito direta ou
celebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do
requisitos: lesado ou de terceiro de boa-fé;
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu IV - proibição de receber incentivos, subsídios,
envolvimento na infração investigada a partir da data de subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
propositura do acordo; entidades públicas e de instituições financeiras públicas
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de
coopere plena e permanentemente com as investigações 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
e o processo administrativo, comparecendo, sob suas § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será
expensas, sempre que solicitada, a todos os atos determinada quando comprovado:
processuais, até seu encerramento. I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma
2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa habitual para facilitar ou promover a prática de atos
jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no ilícitos; ou
inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular
valor da multa aplicável. interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da atos praticados.
obrigação de reparar integralmente o dano causado. § 2º (VETADO).
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições § 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou
necessárias para assegurar a efetividade da colaboração e cumulativa.
o resultado útil do processo. § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às de representação judicial, ou equivalente, do ente público
pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou
econômico, de fato e de direito, desde que firmem o valores necessários à garantia do pagamento da multa ou
acordo em conjunto, respeitadas as condições nele da reparação integral do dano causado, conforme previsto
estabelecidas. no art. 7º , ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público,
pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no poderão ser aplicadas as sanções previstas no Art. 6º , sem
interesse das investigações e do processo administrativo. prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde que
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato constatada a omissão das autoridades competentes para
ilícito investigado a proposta de acordo de leniência promover a responsabilização administrativa.
rejeitada. Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, adotado o rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de
a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo 1985.
pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de
pela administração pública do referido descumprimento. reparar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o valor será apurado em posterior liquidação, se não constar
prazo prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei. expressamente da sentença.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão CAPÍTULO VII
competente para celebrar os acordos de leniência no DISPOSIÇÕES FINAIS
âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de
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Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal adotar providências para a apuração dos fatos será
o Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que responsabilizada penal, civil e administrativamente nos
reunirá e dará publicidade às sanções aplicadas pelos termos da legislação específica aplicável.
órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por
Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta pessoa jurídica brasileira contra a administração pública
Lei. estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências
informar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do
às sanções por eles aplicadas. Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda para
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes processar e julgar fato que constitua infração à ordem
informações acerca das sanções aplicadas: econômica.
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não
entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; afeta os processos de responsabilização e aplicação de
II - tipo de sanção; e penalidades decorrentes de:
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº
limitador ou impeditivo da sanção, quando for o caso. 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho
acordos de leniência previstos nesta Lei, também deverão de 1993, ou outras normas de licitações e contratos da
prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação administração pública, inclusive no tocante ao Regime
do respectivo acordo, as informações acerca do acordo de Diferenciado de Contratações Públicas - RDC instituído
leniência celebrado, salvo se esse procedimento vier a pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
causar prejuízo às investigações e ao processo Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias
administrativo. após a data de sua publicação.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da Independência e
acordo de leniência, além das informações previstas no § 125º da República.
3º , deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo DILMA ROUSSEFF
descumprimento. José Eduardo Cardozo
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão Luís Inácio Lucena Adams
excluídos depois de decorrido o prazo previamente Jorge Hage Sobrinho
estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento
integral do acordo de leniência e da reparação do eventual Lei nº 13.869/2019 - Lei de Abuso de Autoridade.
dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade
sancionadora.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo
deverão informar e manter atualizados, para fins de Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a
publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296,
e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de
do Poder Executivo federal, os dados relativos às sanções 1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a
por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos do
88 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou Penal).
valores aplicados com fundamento nesta Lei serão
destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
públicas lesadas. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações sanciono a seguinte Lei:
previstas nesta Lei, contados da data da ciência da infração CAPÍTULO I
ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia DISPOSIÇÕES GERAIS
em que tiver cessado. Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade,
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a cometidos por agente público, servidor ou não, que, no
prescrição será interrompida com a instauração de exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las,
processo que tenha por objeto a apuração da infração. abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de
administrativo na forma do seu estatuto ou contrato abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com
social. a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou
representadas pela pessoa a quem couber a satisfação pessoal.
administração de seus bens. § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo de fatos e provas não configura abuso de autoridade.
gerente, representante ou administrador de sua filial, CAPÍTULO II
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil. DOS SUJEITOS DO CRIME
Art. 27. A autoridade competente que, tendo Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade
conhecimento das infrações previstas nesta Lei, não qualquer agente público, servidor ou não, da
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administração direta, indireta ou fundacional de qualquer Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não CAPÍTULO V
se limitando a: DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles
equiparadas; Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
II - membros do Poder Legislativo; independentemente das sanções de natureza civil ou
III - membros do Poder Executivo; administrativa cabíveis.
IV - membros do Poder Judiciário; Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei
V - membros do Ministério Público; que descreverem falta funcional serão informadas à
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. autoridade competente com vistas à apuração.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são
desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que independentes da criminal, não se podendo mais
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no
ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput administrativo-disciplinar, a sentença penal que
deste artigo. reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento
de dever legal ou no exercício regular de direito.
CAPÍTULO III CAPÍTULO VI
DA AÇÃO PENAL DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em
pública incondicionada. manifesta desconformidade com as hipóteses legais:
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de:
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a diversa ou de conceder liberdade provisória, quando
ação como parte principal. manifestamente cabível;
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando
6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo manifestamente cabível.’
para oferecimento da denúncia. Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou
CAPÍTULO IV investigado manifestamente descabida ou sem prévia
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS intimação de comparecimento ao juízo:
RESTRITIVAS DE DIREITOS Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Seção I Art. 11. (VETADO).
Dos Efeitos da Condenação Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão
Art. 4º São efeitos da condenação: em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de
causados pela infração, considerando os prejuízos por ele prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária
sofridos; que a decretou;
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de
função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. ou à pessoa por ela indicada;
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e
caput deste artigo são condicionados à ocorrência de quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade,
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na testemunhas;
sentença. IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade,
Seção II de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de
Das Penas Restritivas de Direitos segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
privativas de liberdade previstas nesta Lei são: imediatamente após recebido ou de promover a soltura
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
públicas; Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de
mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a resistência, a:
perda dos vencimentos e das vantagens; I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
III - (VETADO). curiosidade pública;
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II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora
não autorizado em lei; das condições estabelecidas em lei:
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem § 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput
prejuízo da pena cominada à violência. deste artigo, quem:
Art. 14. (VETADO). I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou II - (VETADO);
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue horas).
com o interrogatório: § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao socorro, ou quando houver fundados indícios que
silêncio; ou indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por de flagrante delito ou de desastre.
advogado ou defensor público, sem a presença de seu Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de
patrono. investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou
falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a
quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: responsabilidade:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a
responsável por interrogatório em sede de procedimento conduta com o intuito de:
investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por
preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou excesso praticado no curso de diligência;
função. II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou
Art. 17. (VETADO). informações incompletos para desviar o curso da
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante investigação, da diligência ou do processo.
o período de repouso noturno, salvo se capturado em Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça,
flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, funcionário ou empregado de instituição hospitalar
consentir em prestar declarações: pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio momento de crime, prejudicando sua apuração:
de pleito de preso à autoridade judiciária competente Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das além da pena correspondente à violência.
circunstâncias de sua custódia: Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. de investigação ou fiscalização, por meio manifestamente
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado ilícito:
que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de
competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com
pedido à autoridade judiciária que o seja. prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e Art. 26. (VETADO).
reservada do preso com seu advogado: Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. investigatório de infração penal ou administrativa, em
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática
preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de
audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de sindicância ou investigação preliminar sumária,
audiência realizada por videoconferência. devidamente justificada.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem
ou espaço de confinamento: relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, imagem do investigado ou acusado:
na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento
disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de
da Criança e do Adolescente). prejudicar interesse de investigado: (Vide ADIN 6234)
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou (Vide ADIN 6240)
astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer Parágrafo único. (VETADO).
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Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ............................................................................................
ou administrativa sem justa causa fundamentada ou ............................
contra quem sabe inocente: § 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. período de duração da prisão temporária estabelecido no
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou ser libertado.
fiscalizado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240) ............................................................................................
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. .............................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a
inexistindo prazo para execução ou conclusão de autoridade responsável pela custódia deverá,
procedimento, o estende de forma imotivada, independentemente de nova ordem da autoridade
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se
fiscalizado. já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado temporária ou da decretação da prisão preventiva.
acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de
circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
procedimento investigatório de infração penal, civil ou Art. 41. O Art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996,
administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, passa a vigorar com a seguinte redação:
ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, comunicações telefônicas, de informática ou telemática,
cujo sigilo seja imprescindível: promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, em lei:
inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
amparo legal: Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. judicial que determina a execução de conduta prevista no
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.”
de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente (NR)
público para se eximir de obrigação legal ou para obter Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
vantagem ou privilégio indevido. da Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do
Art. 34. (VETADO). seguinte Art. 227-A:
Art. 35. (VETADO). “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade do caput do Art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
de ativos financeiros em quantia que extrapole dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes
exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos
dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência
excessividade da medida, deixar de corrigi-la: de reincidência.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no função, nesse caso, independerá da pena aplicada na
exame de processo de que tenha requerido vista em órgão reincidência.”
colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a
ou retardar o julgamento: vigorar acrescida do seguinte Art. 7º-B:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do
meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de Art. 7º desta Lei:
culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
acusação: Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 1965, e o § 2º do Art. 150 e o Art. 350, ambos do Decreto-
CAPÍTULO VII Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
DO PROCEDIMENTO Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos e vinte) dias de sua publicação oficial.
delitos previstos nesta Lei, no que couber, as disposições Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código 131o da República.
de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro JAIR MESSIAS BOLSONARO
de 1995. Sérgio Moro
CAPÍTULO VIII Wagner de Campos Rosário
DISPOSIÇÕES FINAIS Jorge Antonio de Oliveira Francisco
Art. 40. O Art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de André Luiz de Almeida Mendonça
1989, passa a vigorar com a seguinte redação: Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 -
“Art.2º Edição extra-A e retificado em 18.9.2019
............................................................................................
........... LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
dado, de maneira que possa ser contraditado pela Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado
defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) de caráter preventivo e curativo, compreenderá
(Vigência) atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput § 1º (Vetado).
deste artigo que não tiver sido submetido à § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
identificação do perfil genético por ocasião do aparelhado para prover a assistência médica
ingresso no estabelecimento prisional deverá ser necessária, esta será prestada em outro local,
submetido ao procedimento durante o cumprimento mediante autorização da direção do
da pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) estabelecimento.
(Vigência) § 3o Será assegurado acompanhamento médico à
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,
utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei
identificação pelo perfil genético, não estando nº 11.942, de 2009)
autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou SEÇÃO IV
de busca familiar. (Incluído pela Lei nº 13.964, Da Assistência Jurídica
de 2019) (Vigência) Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra e aos internados sem recursos financeiros para
biológica recolhida nos termos do caput deste artigo constituir advogado.
deverá ser correta e imediatamente descartada, de Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter
maneira a impedir a sua utilização para qualquer serviços de assistência jurídica, integral e gratuita,
outro fim. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) pela Defensoria Pública, dentro e fora dos
(Vigência) estabelecimentos penais. (Redação dada pela
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do Lei nº 12.313, de 2010).
respectivo laudo serão realizadas por perito oficial. § 1o As Unidades da Federação deverão prestar
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora
submeter-se ao procedimento de identificação do dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei
perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de nº 12.313, de 2010).
2019) (Vigência) § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá
CAPÍTULO II local apropriado destinado ao atendimento pelo
Da Assistência Defensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313,
SEÇÃO I de 2010).
Disposições Gerais § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever implementados Núcleos Especializados da
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o Defensoria Pública para a prestação de assistência
retorno à convivência em sociedade. jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em
Parágrafo único. A assistência estende-se ao liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos
egresso. financeiros para constituir advogado. (Incluído
Art. 11. A assistência será: pela Lei nº 12.313, de 2010).
I - material; SEÇÃO V
II - à saúde; Da Assistência Educacional
III -jurídica; Art. 17. A assistência educacional compreenderá a
IV - educacional; instrução escolar e a formação profissional do preso
V - social; e do internado.
VI - religiosa. Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório,
SEÇÃO II integrando-se no sistema escolar da Unidade
Da Assistência Material Federativa.
Art. 12. A assistência material ao preso e ao Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com
internado consistirá no fornecimento de formação geral ou educação profissional de nível
alimentação, vestuário e instalações higiênicas. médio, será implantado nos presídios, em obediência
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e ao preceito constitucional de sua universalização.
serviços que atendam aos presos nas suas (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
necessidades pessoais, além de locais destinados à § 1o O ensino ministrado aos presos e presas
venda de produtos e objetos permitidos e não integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de
fornecidos pela Administração. ensino e será mantido, administrativa e
SEÇÃO III financeiramente, com o apoio da União, não só com
Da Assistência à Saúde os recursos destinados à educação, mas pelo sistema
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c) a pequenas despesas pessoais; trabalho prisional, sempre que não for possível ou
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas recomendável realizar-se a venda a particulares.
realizadas com a manutenção do condenado, em Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas
proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação com as vendas reverterão em favor da fundação ou
prevista nas letras anteriores. empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será sua falta, do estabelecimento penal.
depositada a parte restante para constituição do SEÇÃO III
pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será Do Trabalho Externo
entregue ao condenado quando posto em liberdade. Art. 36. O trabalho externo será admissível para os
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de presos em regime fechado somente em serviço ou
serviço à comunidade não serão remuneradas. obras públicas realizadas por órgãos da
SEÇÃO II Administração Direta ou Indireta, ou entidades
Do Trabalho Interno privadas, desde que tomadas as cautelas contra a
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade fuga e em favor da disciplina.
está obrigado ao trabalho na medida de suas § 1º O limite máximo do número de presos será de
aptidões e capacidade. 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade
não é obrigatório e só poderá ser executado no ou à empresa empreiteira a remuneração desse
interior do estabelecimento. trabalho.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser § 3º A prestação de trabalho à entidade privada
levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e depende do consentimento expresso do preso.
as necessidades futuras do preso, bem como as Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser
oportunidades oferecidas pelo mercado. autorizada pela direção do estabelecimento,
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade,
artesanato sem expressão econômica, salvo nas além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da
regiões de turismo. pena.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de
solicitar ocupação adequada à sua idade. trabalho externo ao preso que vier a praticar fato
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente definido como crime, for punido por falta grave, ou
exercerão atividades apropriadas ao seu estado. tiver comportamento contrário aos requisitos
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será estabelecidos neste artigo.
inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com CAPÍTULO IV
descanso nos domingos e feriados. Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário SEÇÃO I
especial de trabalho aos presos designados para os Dos Deveres
serviços de conservação e manutenção do Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações
estabelecimento penal. legais inerentes ao seu estado, submeter-se às
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por normas de execução da pena.
fundação, ou empresa pública, com autonomia Art. 39. Constituem deveres do condenado:
administrativa, e terá por objetivo a formação I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel
profissional do condenado. da sentença;
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade II - obediência ao servidor e respeito a qualquer
gerenciadora promover e supervisionar a produção, pessoa com quem deva relacionar-se;
com critérios e métodos empresariais, encarregar-se III - urbanidade e respeito no trato com os demais
de sua comercialização, bem como suportar condenados;
despesas, inclusive pagamento de remuneração IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou
adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792, de coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à
2003) disciplina;
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens
poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, recebidas;
para implantação de oficinas de trabalho referentes VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
Lei nº 10.792, de 2003) VIII - indenização ao Estado, quando possível, das
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou despesas realizadas com a sua manutenção,
Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito mediante desconto proporcional da remuneração do
Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa trabalho;
de concorrência pública, os bens ou produtos do IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
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Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964,
restritiva de direitos que: de 2019)
I - descumprir, injustificadamente, a restrição § 3º Existindo indícios de que o preso exerce
imposta; liderança em organização criminosa, associação
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
obrigação imposta; criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação,
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, o regime disciplinar diferenciado será
do artigo 39, desta Lei. obrigatoriamente cumprido em estabelecimento
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
constitui falta grave e, quando ocasionar subversão 2019)
da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
diferenciado, com as seguintes características: existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) nº 13.964, de 2019)
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
de repetição da sanção por nova falta grave de segurança do estabelecimento penal de origem ou
mesma espécie; (Redação dada pela Lei nº 13.964, da sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de 2019) II - mantém os vínculos com organização criminosa,
II - recolhimento em cela individual; (Redação associação criminosa ou milícia privada,
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) considerados também o perfil criminal e a função
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a desempenhada por ele no grupo criminoso, a
serem realizadas em instalações equipadas para operação duradoura do grupo, a superveniência de
impedir o contato físico e a passagem de objetos, por novos processos criminais e os resultados do
pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº
judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; 13.964, de 2019)
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas regime disciplinar diferenciado deverá contar com
diárias para banho de sol, em grupos de até 4 alta segurança interna e externa, principalmente no
(quatro) presos, desde que não haja contato com que diz respeito à necessidade de se evitar contato
presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada do preso com membros de sua organização
pela Lei nº 13.964, de 2019) criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas ou de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
com seu defensor, em instalações equipadas para 2019)
impedir o contato físico e a passagem de objetos, § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste
salvo expressa autorização judicial em contrário; artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; agente penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964,
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) de 2019)
VII - participação em audiências judiciais § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime
preferencialmente por videoconferência, disciplinar diferenciado, o preso que não receber a
garantindo-se a participação do defensor no mesmo visita de que trata o inciso III do caput deste artigo
ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de poderá, após prévio agendamento, ter contato
2019) telefônico, que será gravado, com uma pessoa da
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
aplicado aos presos provisórios ou condenados, minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela Lei SUBSEÇÃO III
nº 13.964, de 2019) Das Sanções e das Recompensas
I - que apresentem alto risco para a ordem e a Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
segurança do estabelecimento penal ou da I - advertência verbal;
sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - repreensão;
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41,
envolvimento ou participação, a qualquer título, em parágrafo único);
organização criminosa, associação criminosa ou IV - isolamento na própria cela, ou em local
milícia privada, independentemente da prática de adequado, nos estabelecimentos que possuam
falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) alojamento coletivo, observado o disposto no artigo
88 desta Lei.
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III - colaborar na fiscalização do cumprimento das medida de segurança; (Incluído pela Lei nº
condições da suspensão e do livramento condicional. 12.313, de 2010).
CAPÍTULO VIII h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a
Do Conselho da Comunidade suspensão condicional da pena, o livramento
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da condicional, a comutação de pena e o indulto;
Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
representante de associação comercial ou industrial, i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído
1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos pela Lei nº 12.313, de 2010).
Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público j) a internação, a desinternação e o restabelecimento
indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313,
assistente social escolhido pela Delegacia Seccional de 2010).
do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. k) o cumprimento de pena ou medida de segurança
(Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313,
Parágrafo único. Na falta da representação prevista de 2010).
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a l) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
escolha dos integrantes do Conselho. 1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: 12.313, de 2010).
I - visitar, pelo menos mensalmente, os II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
estabelecimentos penais existentes na comarca; cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
II - entrevistar presos; III - interpor recursos de decisões proferidas pela
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução autoridade judiciária ou administrativa durante a
e ao Conselho Penitenciário; execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
humanos para melhor assistência ao preso ou administrativa para instauração de sindicância ou
internado, em harmonia com a direção do procedimento administrativo em caso de violação
estabelecimento. das normas referentes à execução penal;
CAPÍTULO IX (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
DA DEFENSORIA PÚBLICA V - visitar os estabelecimentos penais, tomando
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). providências para o adequado funcionamento, e
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular requerer, quando for o caso, a apuração de
execução da pena e da medida de segurança, responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313,
oficiando, no processo executivo e nos incidentes da de 2010).
execução, para a defesa dos necessitados em todos VI - requerer à autoridade competente a interdição,
os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). visitará periodicamente os estabelecimentos penais,
I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de registrando a sua presença em livro próprio.
2010). (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
a) todas as providências necessárias ao TÍTULO IV
desenvolvimento do processo executivo; Dos Estabelecimentos Penais
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). CAPÍTULO I
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que Disposições Gerais
de qualquer modo favorecer o condenado; Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). condenado, ao submetido à medida de segurança, ao
c) a declaração de extinção da punibilidade; preso provisório e ao egresso.
(Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 1° A mulher e o maior de sessenta anos,
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº separadamente, serão recolhidos a estabelecimento
12.313, de 2010). próprio e adequado à sua condição pessoal.
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela (Redação dada pela Lei nº 9.460, de 1997)
Lei nº 12.313, de 2010). § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio abrigar estabelecimentos de destinação diversa
de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de desde que devidamente isolados.
2010). Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua
g) a aplicação de medida de segurança e sua natureza, deverá contar em suas dependências com
revogação, bem como a substituição da pena por áreas e serviços destinados a dar assistência,
educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
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requisitos estabelecidos. (Incluído pela Lei nº Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao
10.792, de 2003) cumprimento de pena privativa de liberdade, em
CAPÍTULO II regime aberto, e da pena de limitação de fim de
Da Penitenciária semana.
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
pena de reclusão, em regime fechado. separado dos demais estabelecimentos, e
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
Distrito Federal e os Territórios poderão construir contra a fuga.
Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma
presos provisórios e condenados que estejam em Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos
regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar aposentos para acomodar os presos, local adequado
diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. para cursos e palestras.
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual para os serviços de fiscalização e orientação dos
que conterá dormitório, aparelho sanitário e condenados.
lavatório. CAPÍTULO V
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade Do Centro de Observação
celular: Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos exames gerais e o criminológico, cujos resultados
fatores de aeração, insolação e condicionamento serão encaminhados à Comissão Técnica de
térmico adequado à existência humana; Classificação.
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a pesquisas criminológicas.
penitenciária de mulheres será dotada de seção para Art. 97. O Centro de Observação será instalado em
gestante e parturiente e de creche para abrigar unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento
crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 penal.
(sete) anos, com a finalidade de assistir a criança Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela
desamparada cuja responsável estiver presa. Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro
(Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009) de Observação.
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e CAPÍTULO VI
da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
11.942, de 2009) Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-
com as diretrizes adotadas pela legislação imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo
educacional e em unidades autônomas; e único do Código Penal.
(Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que
II – horário de funcionamento que garanta a melhor couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88,
assistência à criança e à sua responsável. desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, necessários ao tratamento são obrigatórios para
em local afastado do centro urbano, à distância que todos os internados.
não restrinja a visitação. Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no
CAPÍTULO III artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar realizado no Hospital de Custódia e Tratamento
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Psiquiátrico ou em outro local com dependência
destina-se ao cumprimento da pena em regime semi- médica adequada.
aberto. CAPÍTULO VII
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em Da Cadeia Pública
compartimento coletivo, observados os requisitos da Art. 102. A cadeia pública destina-se ao
letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. recolhimento de presos provisórios.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma)
dependências coletivas: cadeia pública a fim de resguardar o interesse da
a) a seleção adequada dos presos; Administração da Justiça Criminal e a permanência
b) o limite de capacidade máxima que atenda os do preso em local próximo ao seu meio social e
objetivos de individualização da pena. familiar.
CAPÍTULO IV Art. 104. O estabelecimento de que trata este
Da Casa do Albergado Capítulo será instalado próximo de centro urbano,
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equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 7º O bom comportamento é readquirido após 1
(Vigência) (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado cumprimento do requisito temporal exigível para a
for reincidente em crime hediondo ou equiparado obtenção do direito. (Incluído pela Lei nº 13.964,
com resultado morte, vedado o livramento de 2019) (Vigência)
condicional. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto
(Vigência) supõe a aceitação de seu programa e das condições
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à impostas pelo Juiz.
progressão de regime se ostentar boa conduta Art. 114. Somente poderá ingressar no regime
carcerária, comprovada pelo diretor do aberto o condenado que:
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade
a progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de de fazê-lo imediatamente;
2019) (Vigência) II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão resultado dos exames a que foi submetido, fundados
de regime será sempre motivada e precedida de indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e
manifestação do Ministério Público e do defensor, senso de responsabilidade, ao novo regime.
procedimento que também será adotado na Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do
concessão de livramento condicional, indulto e trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
comutação de penas, respeitados os prazos previstos Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições
nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº especiais para a concessão de regime aberto, sem
13.964, de 2019) (Vigência) prejuízo das seguintes condições gerais e
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou obrigatórias:
responsável por crianças ou pessoas com deficiência, I - permanecer no local que for designado, durante o
os requisitos para progressão de regime são, repouso e nos dias de folga;
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº II - sair para o trabalho e retornar, nos horários
13.769, de 2018) fixados;
I - não ter cometido crime com violência ou grave III - não se ausentar da cidade onde reside, sem
ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, autorização judicial;
de 2018) IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou suas atividades, quando for determinado.
dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições
2018) estabelecidas, de ofício, a requerimento do
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena Ministério Público, da autoridade administrativa ou
no regime anterior; (Incluído pela Lei nº do condenado, desde que as circunstâncias assim o
13.769, de 2018) recomendem.
IV - ser primária e ter bom comportamento Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do
carcerário, comprovado pelo diretor do beneficiário de regime aberto em residência
estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 13.769, particular quando se tratar de:
de 2018) I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
V - não ter integrado organização criminosa. II - condenado acometido de doença grave;
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) III - condenada com filho menor ou deficiente físico
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta ou mental;
grave implicará a revogação do benefício previsto no IV - condenada gestante.
§ 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
2018) ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o
os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas condenado:
previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de I - praticar fato definido como crime doloso ou falta
agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de grave;
2019) II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
§ 6º O cometimento de falta grave durante a somada ao restante da pena em execução, torne
execução da pena privativa de liberdade interrompe incabível o regime (artigo 111).
o prazo para a obtenção da progressão no regime de § 1° O condenado será transferido do regime aberto
cumprimento da pena, caso em que o reinício da se, além das hipóteses referidas nos incisos
contagem do requisito objetivo terá como base a anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, podendo, a multa cumulativamente imposta.
de 2019)
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§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, Art. 124. A autorização será concedida por prazo não
deverá ser ouvido previamente o condenado. superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
normas complementares para o cumprimento da § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá
pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo ao beneficiário as seguintes condições, entre outras
36, § 1º, do Código Penal). que entender compatíveis com as circunstâncias do
SEÇÃO III caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído
Das Autorizações de Saída pela Lei nº 12.258, de 2010)
SUBSEÇÃO I I - fornecimento do endereço onde reside a família a
Da Permissão de Saída ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
regime fechado ou semi-aberto e os presos 2010)
provisórios poderão obter permissão para sair do II - recolhimento à residência visitada, no período
estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
um dos seguintes fatos: III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº
companheira, ascendente, descendente ou irmão; 12.258, de 2010)
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo § 2o Quando se tratar de frequência a curso
único do artigo 14). profissionalizante, de instrução de ensino médio ou
Parágrafo único. A permissão de saída será superior, o tempo de saída será o necessário para o
concedida pelo diretor do estabelecimento onde se cumprimento das atividades discentes.
encontra o preso. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.258,
Art. 121. A permanência do preso fora do de 2010)
estabelecimento terá a duração necessária à § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída
finalidade da saída. somente poderão ser concedidas com prazo mínimo
SUBSEÇÃO II de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma
Da Saída Temporária e outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em Art. 125. O benefício será automaticamente
regime semi-aberto poderão obter autorização para revogado quando o condenado praticar fato definido
saída temporária do estabelecimento, sem vigilância como crime doloso, for punido por falta grave,
direta, nos seguintes casos: desatender as condições impostas na autorização ou
I - visita à família; revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, Parágrafo único. A recuperação do direito à saída
bem como de instrução do 2º grau ou superior, na temporária dependerá da absolvição no processo
Comarca do Juízo da Execução; penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da
III - participação em atividades que concorram para demonstração do merecimento do condenado.
o retorno ao convívio social. SEÇÃO IV
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a Da Remição
utilização de equipamento de monitoração Art. 126. O condenado que cumpre a pena em
eletrônica pelo condenado, quando assim regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
determinar o juiz da execução. (Redação dada pela trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
Lei nº 13.964, de 2019) da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se § 1o A contagem de tempo referida no caput será
refere o caput deste artigo o condenado que cumpre feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de
pena por praticar crime hediondo com resultado 2011)
morte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
Art. 123. A autorização será concedida por ato frequência escolar - atividade de ensino
motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou
Público e a administração penitenciária e dependerá superior, ou ainda de requalificação profissional -
da satisfação dos seguintes requisitos: divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela
I - comportamento adequado; Lei nº 12.433, de 2011)
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
reincidente; § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
pena. presencial ou por metodologia de ensino a distância
e deverão ser certificadas pelas autoridades
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educacionais competentes dos cursos frequentados. Art. 131. O livramento condicional poderá ser
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) concedido pelo Juiz da execução, presentes os
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do
as horas diárias de trabalho e de estudo serão Código Penal, ouvidos o Ministério Público e
definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação Conselho Penitenciário.
dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de condições a que fica subordinado o livramento.
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional
beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei nº as obrigações seguintes:
12.433, de 2011) a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo for apto para o trabalho;
será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
conclusão do ensino fundamental, médio ou c) não mudar do território da comarca do Juízo da
superior durante o cumprimento da pena, desde que execução, sem prévia autorização deste.
certificada pelo órgão competente do sistema de § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado
educação.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz
aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade e à autoridade incumbida da observação cautelar e
condicional poderão remir, pela frequência a curso de proteção;
de ensino regular ou de educação profissional, parte b) recolher-se à habitação em hora fixada;
do tempo de execução da pena ou do período de c) não freqüentar determinados lugares.
prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
artigo.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da
de prisão cautelar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde
2011) ele se houver transferido e à autoridade incumbida
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, da observação cautelar e de proteção.
ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
pela Lei nº 12.433, de 2011) apresentar-se imediatamente às autoridades
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá referidas no artigo anterior.
revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, Art. 135. Reformada a sentença denegatória do
observado o disposto no art. 57, recomeçando a livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução,
contagem a partir da data da infração disciplinar. para as providências cabíveis.
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a
Art. 128. O tempo remido será computado como carta de livramento com a cópia integral da sentença
pena cumprida, para todos os efeitos.(Redação dada em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade
pela Lei nº 12.433, de 2011) administrativa incumbida da execução e outra ao
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará Conselho Penitenciário.
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
de todos os condenados que estejam trabalhando ou realizada solenemente no dia marcado pelo
estudando, com informação dos dias de trabalho ou Presidente do Conselho Penitenciário, no
das horas de frequência escolar ou de atividades de estabelecimento onde está sendo cumprida a pena,
ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº observando-se o seguinte:
12.433, de 2011) I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do demais condenados, pelo Presidente do Conselho
estabelecimento penal deverá comprovar Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na
mensalmente, por meio de declaração da respectiva falta, pelo Juiz;
unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento II - a autoridade administrativa chamará a atenção do
escolar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) liberando para as condições impostas na sentença de
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias livramento;
remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) III - o liberando declarará se aceita as condições.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo
serviço para fim de instruir pedido de remição. liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou
SEÇÃO V não puder escrever.
Do Livramento Condicional § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz
da execução.
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III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, § 2º A execução terá início a partir da data do
de 2010) primeiro comparecimento.
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de
de 2010) serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, execução, relatório circunstanciado das atividades do
de 2010) condenado, bem como, a qualquer tempo,
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
pela Lei nº 12.258, de 2010) SEÇÃO III
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em Da Limitação de Fim de Semana
que o juiz da execução decida não aplicar alguma das Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a
medidas previstas nos incisos de I a VI deste intimação do condenado, cientificando-o do local,
parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de dias e horário em que deverá cumprir a pena.
2010) Parágrafo único. A execução terá início a partir da
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser data do primeiro comparecimento.
revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado,
2010) durante o tempo de permanência, cursos e palestras,
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; ou atribuídas atividades educativas.
(Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a contra a mulher, o juiz poderá determinar o
que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer comparecimento obrigatório do agressor a
falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de programas de recuperação e reeducação. (Incluído
2010) pela Lei nº 11.340, de 2006)
CAPÍTULO II Art. 153. O estabelecimento designado
Das Penas Restritivas de Direitos encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução,
SEÇÃO I relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo,
Disposições Gerais a ausência ou falta disciplinar do condenado.
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que SEÇÃO IV
aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da Da Interdição Temporária de Direitos
execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à
Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, autoridade competente a pena aplicada,
requisitar, quando necessário, a colaboração de determinada a intimação do condenado.
entidades públicas ou solicitá-la a particulares. § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47,
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24
Juiz, motivadamente, alterar, a forma de (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do
cumprimento das penas de prestação de serviços à ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu
comunidade e de limitação de fim de semana, início.
ajustando-as às condições pessoais do condenado e § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do
às características do estabelecimento, da entidade Código Penal, o Juízo da execução determinará a
ou do programa comunitário ou estatal. apreensão dos documentos, que autorizam o
SEÇÃO II exercício do direito interditado.
Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 155. A autoridade deverá comunicar
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução: imediatamente ao Juiz da execução o
I - designar a entidade ou programa comunitário ou descumprimento da pena.
estatal, devidamente credenciado ou Parágrafo único. A comunicação prevista neste
convencionado, junto ao qual o condenado deverá artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado.
trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas CAPÍTULO III
aptidões; Da Suspensão Condicional
II - determinar a intimação do condenado, Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2
cientificando-o da entidade, dias e horário em que (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa
deverá cumprir a pena; de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
modificações ocorridas na jornada de trabalho. Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas pena privativa de liberdade, na situação
semanais e será realizado aos sábados, domingos e determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-
feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar se, motivadamente, sobre a suspensão condicional,
a jornada normal de trabalho, nos horários quer a conceda, quer a denegue.
estabelecidos pelo Juiz.
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Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará suspensão ficará sem efeito e será executada
as condições a que fica sujeito o condenado, pelo imediatamente a pena.
prazo fixado, começando este a correr da audiência Art. 162. A revogação da suspensão condicional da
prevista no artigo 160 desta Lei. pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do
situação pessoal do condenado, devendo ser incluída Código Penal.
entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, Art. 163. A sentença condenatória será registrada,
ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do com a nota de suspensão em livro especial do Juízo a
artigo 78, § 2º, do Código Penal. que couber a execução da pena.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o
requerimento do Ministério Público ou mediante fato averbado à margem do registro.
proposta do Conselho Penitenciário, modificar as § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo
condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido para efeito de informações requisitadas por órgão
o condenado. judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, processo penal.
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal CAPÍTULO IV
por normas supletivas, será atribuída a serviço social Da Pena de Multa
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória
ou instituição beneficiada com a prestação de com trânsito em julgado, que valerá como título
serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, executivo judicial, o Ministério Público requererá, em
pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da autos apartados, a citação do condenado para, no
execução suprir, por ato, a falta das normas prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou
supletivas. nomear bens à penhora.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa,
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância ou o depósito da respectiva importância, proceder-
das condições a que está sujeito, comunicará, se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para
também, a sua ocupação e os salários ou proventos garantir a execução.
de que vive. § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar execução seguirão o que dispuser a lei processual
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins civil.
legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os
do benefício, a prorrogação do prazo ou a autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
modificação das condições. prosseguimento.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-
feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo
do local da nova residência, aos quais o primeiro 164, desta Lei.
deverá apresentar-se imediatamente. Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena quando sobrevier ao condenado doença mental
for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer (artigo 52 do Código Penal).
as condições do benefício. Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal multa se efetue mediante desconto no vencimento
modificar as condições estabelecidas na sentença ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50,
recorrida. § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional I - o limite máximo do desconto mensal será o da
da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da quarta parte da remuneração e o mínimo o de um
execução a incumbência de estabelecer as condições décimo;
do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a
audiência admonitória. quem de direito;
Art. 160. Transitada em julgado a sentença III - o responsável pelo desconto será intimado a
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a
audiência, advertindo-o das conseqüências de nova importância determinada.
infração penal e do descumprimento das condições Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o
impostas. artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital ao Juiz o pagamento da multa em prestações
com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer mensais, iguais e sucessivas.
injustificadamente à audiência admonitória, a § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar
diligências para verificar a real situação econômica
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do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará Art. 175. A cessação da periculosidade será
o número de prestações. averiguada no fim do prazo mínimo de duração da
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar medida de segurança, pelo exame das condições
de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a pessoais do agente, observando-se o seguinte:
requerimento do Ministério Público, revogará o I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes
benefício executando-se a multa, na forma prevista de expirar o prazo de duração mínima da medida,
neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a
iniciada. resolver sobre a revogação ou permanência da
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada medida;
cumulativamente com pena privativa da liberdade, II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
enquanto esta estiver sendo executada, poderá III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as
aquela ser cobrada mediante desconto na diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o
remuneração do condenado (artigo 168). Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de de 3 (três) dias para cada um;
liberdade ou obtiver livramento condicional, sem IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o
haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos agente que não o tiver;
termos deste Capítulo. V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos das partes, poderá determinar novas diligências,
casos em que for concedida a suspensão condicional ainda que expirado o prazo de duração mínima da
da pena. medida de segurança;
TÍTULO VI VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a
Da Execução das Medidas de Segurança que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua
CAPÍTULO I decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
Disposições Gerais Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que prazo mínimo de duração da medida de segurança,
aplicar medida de segurança, será ordenada a poderá o Juiz da execução, diante de requerimento
expedição de guia para a execução. fundamentado do Ministério Público ou do
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a exame para que se verifique a cessação da
tratamento ambulatorial, para cumprimento de periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo
medida de segurança, sem a guia expedida pela anterior.
autoridade judiciária. Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento cessação da periculosidade, observar-se-á, no que
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de
remetida à autoridade administrativa incumbida da liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-
execução e conterá: se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
I - a qualificação do agente e o número do registro Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz
geral do órgão oficial de identificação; expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver TÍTULO VII
aplicado a medida de segurança, bem como a Dos Incidentes de Execução
certidão do trânsito em julgado; CAPÍTULO I
III - a data em que terminará o prazo mínimo de Das Conversões
internação, ou do tratamento ambulatorial; Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior
IV - outras peças do processo reputadas a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva
indispensáveis ao adequado tratamento ou de direitos, desde que:
internamento. I - o condenado a esteja cumprindo em regime
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia aberto;
de recolhimento e de sujeição a tratamento. II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto)
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier da pena;
modificações quanto ao prazo de execução. III - os antecedentes e a personalidade do condenado
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de indiquem ser a conversão recomendável.
segurança, naquilo que couber, o disposto nos Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida
artigos 8° e 9° desta Lei. em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma
CAPÍTULO II do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
Da Cessação da Periculosidade § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade
será convertida quando o condenado:
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a) não for encontrado por estar em lugar incerto e Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da
não sabido, ou desatender a intimação por edital; autoridade administrativa.
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos
ou programa em que deva prestar serviço; documentos que a instruírem, será entregue ao
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer
que lhe foi imposto; e posterior encaminhamento ao Ministério da
d) praticar falta grave; Justiça.
e) sofrer condenação por outro crime à pena Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos
privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido do processo e do prontuário, promoverá as
suspensa. diligências que entender necessárias e fará, em
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será relatório, a narração do ilícito penal e dos
convertida quando o condenado não comparecer ao fundamentos da sentença condenatória, a exposição
estabelecimento designado para o cumprimento da dos antecedentes do condenado e do procedimento
pena, recusar-se a exercer a atividade determinada deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o
pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das mérito do pedido e esclarecendo qualquer
letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com
convertida quando o condenado exercer, documentos e o relatório do Conselho Penitenciário,
injustificadamente, o direito interditado ou se a petição será submetida a despacho do Presidente
ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", da República, a quem serão presentes os autos do
do § 1º, deste artigo. processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se
Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996) ele o determinar.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos
privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a ajustará a execução aos termos do decreto, no caso
requerimento do Ministério Público, da Defensoria de comutação.
Pública ou da autoridade administrativa, poderá Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por
determinar a substituição da pena por medida de indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do
segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa
2010). do Conselho Penitenciário ou da autoridade
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser administrativa, providenciará de acordo com o
convertido em internação se o agente revelar disposto no artigo anterior.
incompatibilidade com a medida. TÍTULO VIII
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de Do Procedimento Judicial
internação será de 1 (um) ano. Art. 194. O procedimento correspondente às
CAPÍTULO II situações previstas nesta Lei será judicial,
Do Excesso ou Desvio desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de
sempre que algum ato for praticado além dos limites ofício, a requerimento do Ministério Público, do
fixados na sentença, em normas legais ou interessado, de quem o represente, de seu cônjuge,
regulamentares. parente ou descendente, mediante proposta do
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade
desvio de execução: administrativa.
I - o Ministério Público; Art. 196. A portaria ou petição será autuada
II - o Conselho Penitenciário; ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o
III - o sentenciado; Ministério Público, quando não figurem como
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. requerentes da medida.
CAPÍTULO III § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
Da Anistia e do Indulto decidirá de plano, em igual prazo.
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a § 2º Entendendo indispensável a realização de prova
requerimento do interessado ou do Ministério pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
Público, por proposta da autoridade administrativa produção daquela ou na audiência designada.
ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
punibilidade. recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado TÍTULO IX
por petição do condenado, por iniciativa do Das Disposições Finais e Transitórias
§ 4º – Para fins do disposto no § 3º deste artigo, será Art. 49 – Deverá ser imediatamente comunicada à
dada preferência aos sentenciados: penitenciária a ocorrência de acidente, falta grave ou
I – que cumpram pena na localidade em que se evasão, perdendo o sentenciado, nas duas últimas
desenvolva a atividade contratada; hipóteses, o direito à prestação de trabalho externo.
II – que apresentem melhores indicadores com Art. 50 – É obrigatório o seguro contra acidentes nos
relação à aptidão, à habilitação, à experiência, à trabalhos interno e externo.
disciplina, à responsabilidade e ao grau de Art. 51 – A remuneração do trabalho do sentenciado,
periculosidade, apurados pelo poder público e quando não for fixada pelo órgão competente, será
registrados em cadastro próprio. estabelecida pela Comissão Técnica de Classificação.
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 1º da Lei nº § 1º – A remuneração será fixada, para o trabalho
16.940, de 16/8/2007.) interno, em quantia não inferior a 3/4 (três quartos)
Art. 40 – A jornada diária de trabalho do sentenciado do salário mínimo.
não excederá 8 (oito) horas. § 2º – A remuneração do sentenciado que tiver
Art. 41 – A resistência ao trabalho ou a falta concluído curso de formação profissional, bem como
voluntária em sua execução constituem infração a do que tiver bom comportamento e progresso na
disciplinar, cuja punição será anotada no prontuário sua recuperação, será acrescida de 1/4 (um quarto)
do sentenciado. do seu valor.
Art. 42 – A classificação para o trabalho atenderá às Art. 52 – A prestação de serviço pelo sentenciado
capacidades física e intelectual e à aptidão será de cunho exclusivamente pedagógico, com
profissional do sentenciado, com vistas à sua vistas a sua reintegração na sociedade, não
ressocialização e formação profissional. implicando vínculo empregatício, ressalvado o
Art. 43 – Aplica-se no estabelecimento penitenciário trabalho industrial exercido em fundação, empresa
a legislação relativa à higiene e à segurança do pública com autonomia administrativa ou entidade
trabalhador. privada, o qual terá remuneração igual à do
Art. 44 – Para a prestação do trabalho externo, serão trabalhador livre.
considerados, segundo parecer da Comissão Técnica (Vide Art. 4º da Lei nº 15.457, de 12/1/2005.)
de Classificação, a personalidade, os antecedentes e Art. 53 – O contrato de prestação de serviços para o
o grau de recuperação do sentenciado que trabalho externo do sentenciado será celebrado
assegurem sua regular e efetiva aplicação ao entre o Diretor do estabelecimento penitenciário,
trabalho, bem como o respeito à ordem pública. ouvida a Comissão Técnica de Classificação, e o
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.) estabelecimento tomador do serviço, dependendo
Art. 45 – O sentenciado em regime semiaberto do consentimento expresso do sentenciado, nos
poderá, com autorização judicial, frequentar, na termos do § 3º do Art. 36 da Lei Federal nº 7.210, de
comunidade, estabelecimento de ensino ou de 11 de junho de 1984.
formação profissional, ouvida a Comissão Técnica de Parágrafo único – Nas licitações para obras de
Classificação, observado o disposto nos arts. 122 a construção, reforma, ampliação e manutenção de
125 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de julho de 1984. estabelecimento prisional, a proposta de
(Artigo com redação dada pelo Art. 3º da Lei nº aproveitamento, mediante contrato, de mão-de-
19.478, de 12/1/2011.) obra de presos, nos termos deste artigo, poderá ser
Art. 46 – O trabalho externo será supervisionado considerada como fator de pontuação, a critério da
pelo serviço social penitenciário mediante visita de administração.
inspeção ao local de trabalho. (Parágrafo único acrescentado pelo Art. 1º da Lei nº
(Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.) 12.921, de 29/6/1998.)
Art. 47 – O trabalho externo pode ser prestado nos (Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
termos da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de Art. 54 – A remuneração auferida pelo sentenciado
1984. no trabalho externo será empregada:
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.) I – na indenização dos danos causados pelo delito,
Art. 48 – É obrigatório o regresso do sentenciado ao desde que determinados judicialmente e não
estabelecimento penitenciário, no regime semi- reparados por outro meio;
aberto, quando em serviço particular, finda a II – na assistência à família do sentenciado, segundo
jornada de trabalho, sendo-lhe permitido, quando a lei civil;
em trabalho em obra pública, pernoitar em III – cumprido o disposto nos incisos anteriores e
dependência da obra, sob custódia e vigilância da ressalvadas outras aplicações legais, na constituição
direção da entidade, que mensalmente enviará à de pecúlio, na forma de depósito em caderneta de
penitenciária relatório sobre o seu comportamento. poupança mantida por estabelecimento oficial, o
qual será entregue ao sentenciado no ato de sua órgãos da comunidade, a colaboração em seu
libertação. desenvolvimento.
Art. 55 – A contabilidade do estabelecimento Art. 64 – O professor de Educação Física e o
penitenciário manterá registro da conta individual recreacionista organizarão sessões de educação
do sentenciado. física e atividades dirigidas para grupos de
Art. 56 – As despesas de manutenção e as custas condenados, devendo observar-lhes o
processuais não poderão ser deduzidas da comportamento, para fins de anotação.
remuneração do sentenciado que se distinguir por SEÇÃO V
sua conduta exemplar. Do Contato com o Exterior e da Relação com a
Parágrafo único – A conduta é considerada exemplar Família
quando o sentenciado manifesta, durante a Art. 65 – Será estimulado o contato do sentenciado
execução da pena, constante empenho no trabalho com o mundo exterior pela prática das medidas de
e na aprendizagem escolar e profissional, bem como semiliberdade e pelo trabalho com pessoas da
senso de responsabilidade em seu comportamento sociedade, com o objetivo de conscientizá-lo de sua
pessoal. cidadania e de sua condição de parte da comunidade
Art. 57 – Excetuam-se da obrigação de trabalhar os livre.
maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram Parágrafo único – O contato com o meio exterior
enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a será programado pelo serviço social, ouvida a
mulher antes e após o parto, nos termos da Comissão Técnica de Classificação.
legislação trabalhista. (Parágrafo acrescentado pelo Art. 4º da Lei nº
Art. 58 – O sentenciado fará jus ao repouso semanal, 19.478, de 12/1/2011.)
de preferência no domingo. Art. 66 – O sentenciado tem direito a manter
Art. 59 – Será concedido descanso de até 1 (um) mês relações familiares, incluindo visitas periódicas da
ao sentenciado não perigoso, de bom família.
comportamento, após 12 (doze) meses contínuos de § 1º – Compete ao serviço social assistir e orientar o
trabalho, dedicação e produtividade. sentenciado em suas relações familiares.
SEÇÃO III § 2º – O direito estabelecido no caput abrange
Da Religião relações oriundas de casamento, união estável,
Art. 60 – O sentenciado tem direito à liberdade de união homoafetiva e parentesco.
crença e culto, permitida a manifestação religiosa (Artigo com redação dada pelo Art. 5º da Lei nº
pelo aprendizado e pelo exercício do culto, bem 19.478, de 12/1/2011.)
como a participação nos serviços organizados no Art. 67 – O sentenciado e o preso provisório têm
estabelecimento penitenciário, a posse de livro de direito a visita íntima, com periodicidade duração,
instrução religiosa e a prática da confissão, sem horários e procedimentos definidos pela autoridade
prejuízo da ordem e da disciplina. competente.
Parágrafo único – A manifestação religiosa se dará § 1º – A visita ocorrerá em local específico, adequado
sem prejuízo da ordem e da disciplina exigidas no à sua finalidade e compatível com a dignidade
estabelecimento. humana.
Art. 61 – (Revogado pelo Art. 4º da Lei nº 14.505, de § 2º – O sentenciado indicará cônjuge ou
20/12/2002.) companheiro, para fins de registro e controle pelo
Dispositivo revogado: estabelecimento prisional, e fornecerá a devida
“Art. 61 – É permitida, nas penitenciárias, nos documentação comprobatória do casamento, união
termos do regulamento desta lei, a presença de estável ou união homoafetiva.
representante religioso, com autorização para § 3º – A indicação realizada nos termos do § 2º
organizar serviços litúrgicos e fazer visita pastoral poderá ser cancelada a qualquer tempo, mediante
aos adeptos de sua religião.” comprovação de rompimento do vínculo.
SEÇÃO IV § 4º – Na hipótese do § 3º, somente seis meses após
Das Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas o cancelamento poderá ocorrer nova indicação de
Art. 62 – Para os bem-estares físico e mental do cônjuge ou companheiro para fins de visita íntima.
sentenciado, serão organizadas, nos § 5º – Poderá ser atribuído ao visitante documento
estabelecimentos penitenciários, atividades de identificação específico, exigível para a realização
culturais, recreativas e esportivas. da visita íntima.
Art. 63 – Os programas de atividades esportivas § 6º – Somente se admitirá visitante menor de
destinam-se em particular ao jovem adulto, podendo dezoito anos quando legalmente casado e, nos
ser solicitada, à Diretoria de Esportes e a outros demais casos, quando devidamente autorizado pelo
juízo competente.
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Art. 75 – Devem ser previstas seções independentes, sedes de comarca com fácil acesso ao fórum local ou
de segurança reforçada, para internamento de a varas criminais.
condenado que tenha exercido função policial, de CAPÍTULO II
bombeiro militar, de agente de segurança Do Presídio e da Cadeia Pública
penitenciário ou de agente de segurança Art. 80 – O presídio e a cadeia pública,
socioeducativo e que, por essa condição, esteja ou estabelecimentos de regime fechado, destinam-se à
possa vir a estar ameaçado em sua integridade física, custódia do preso provisório e à execução da pena
bem como para internamento de condenado por privativa de liberdade para o preso residente e
crime hediondo e de rebelde ou opositor ao regime domiciliado na comarca.
do estabelecimento. Art. 81 – No presídio e na cadeia pública, haverá
(Caput com redação dada pelo Art. 2º da Lei nº unidades independentes para a mulher, para o
22.865, de 8/1/2018.) jovem adulto, para o preso que tenha exercido
§ 1º – Será obrigatória a existência das seções função policial, de bombeiro militar, de agente de
previstas no "caput" para a guarda de condenados segurança penitenciário ou de agente de segurança
que forem considerados de alta periculosidade e de socioeducativo e para o cumprimento de pena
difícil recuperação. privativa de liberdade e de limitação de fim de
§ 2º – Haverá seção aberta, independente, no semana.
estabelecimento de regime fechado ou semi-aberto, (Caput com redação dada pelo Art. 3º da Lei nº
para atividades de reintegração na sociedade. 22.865, de 8/1/2018.)
Art. 76 – O complexo penitenciário será constituído § 1º – O sentenciado poderá cumprir, na cadeia local,
de pavilhões separados, para a execução progressiva pena em regime fechado ou semi-aberto, caso a
dos regimes fechado, semi-aberto e aberto. penitenciária se localize em área distante da
Art. 77 – A Comissão Técnica de Classificação do residência de sua família.
estabelecimento penitenciário formará grupos de § 2º – Às presidiárias serão asseguradas condições
sentenciados segundo as necessidades de para permanecer com os filhos durante o período de
tratamento, a progressão dos regimes, a concessão amamentação.
ou a revogação de benefícios, a autorização de saída, Art. 82 – O presídio e a cadeia pública, além do
a remição da pena, o pedido de livramento pessoal de vigilância e segurança e do pessoal
condicional e a aplicação de sanção disciplinar. administrativo, contarão com equipe interdisciplinar
(Artigo com redação dada pelo Art. 6º da Lei nº de observação.
19.478, de 12/1/2011.) Art. 83 – Aplica-se ao estabelecimento destinado ao
Art. 78 – Os estabelecimentos de regime fechado preso provisório o disposto no Art. 83 da Lei Federal
terão a lotação máxima de 500 (quinhentos) nº 7.210, de 11 de junho de 1984, com a adequada
sentenciados; os de regime semi-aberto, de 300 adaptação ao regime do estabelecimento.
(trezentos); os de regime aberto, de 50 (cinquenta) CAPÍTULO III
semilivres; o presídio, de 400 (quatrocentos) Da Penitenciária
acusados e a cadeia pública, de 50 (cinquenta) Art. 84 – A penitenciária destina-se à execução da
presos. pena privativa de liberdade em regime fechado.
(Vide § 1º do Art. 1º da Lei nº 12.985, de 30/7/1998.) Art. 85 – O sentenciado será alojado em quarto
Art. 79 – Para a localização do estabelecimento de individual, provido de cama, lavatório, chuveiro e
regime fechado, levar-se-ão em conta as facilidades aparelho sanitário.
de acesso e comunicação, a viabilidade do Art. 86 – São requisitos básicos da unidade celular:
aproveitamento de serviços básicos existentes, as I – salubridade do ambiente pela concorrência dos
condições necessárias ao adequado internamento, fatores de aeração, insolação e condicionamento
além da existência de áreas destinadas a instalações térmico adequados à existência humana;
de aprendizagem profissional, à prática de esportes II – área mínima de 6m2 (seis metros quadrados).
e recreação, a visitas, ao ensino e à assistência Art. 87 – A penitenciária para mulheres será dotada,
especializada. ainda, de dependência para atendimento da
§ 1º – Para o estabelecimento de regimes aberto e gestante e da parturiente, de creche e de unidade de
semi-aberto, será considerada ainda a proximidade educação pré-escolar.
de locais de trabalho, de cursos de instrução primária Art. 88 – O alojamento coletivo terá suas instalações
e formação profissional e de assistências hospitalar sanitárias localizadas em área separada e somente
e religiosa. será ocupado por sentenciados que preencham as
§ 2º – O presídio e a cadeia pública se localizarão no necessárias condições para a sua utilização.
meio urbano, respectivamente, na Capital e em Art. 89 – No regime fechado, predominam as normas
de segurança e disciplina, que cobrirão, durante 24
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(vinte e quatro) horas, a vida diária dos reclusos, que ausência de precauções de ordem material ou física,
serão classificados em grupos, segundo as em razão da aceitação voluntária da disciplina e do
necessidades de tratamento, submetendo-se às senso de responsabilidade do sentenciado.
diferentes atividades do processo de ressocialização: § 1º – No regime aberto, é permitido ao sentenciado
trabalho, instrução, religião, recreação e esporte. mover-se sem vigilância tanto no interior do
CAPÍTULO IV estabelecimento como nas saídas para trabalho
Das Colônias Agrícola e Industrial externo, para frequência a curso e para atividades de
Art. 90 – A colônia agrícola e a industrial destinam- pré-liberdade.
se à execução da pena privativa de liberdade em § 2º – O regime aberto compõe-se das seguintes
regime semi-aberto. fases:
Art. 91 – Os sentenciados poderão ser alojados em I – iniciação, em que o sentenciado será informado
dormitório coletivo, observados os requisitos do Art. sobre o programa do estabelecimento e seu
88. regimento interno;
Art. 92 – No regime semi-aberto, serão observadas II – aceitação do programa, em que será permitido
as normas de segurança, ordem e disciplina ao sentenciado sair para o trabalho;
necessárias à convivência normal dentro do III – confiança em que o sentenciado gozará das
estabelecimento e à adaptação às peculiaridades do vantagens inerentes ao exercício de sua
tratamento reeducativo. responsabilidade e de autorização de saída.
Parágrafo único – No regime semi-aberto, a agenda (Inciso com redação dada pelo Art. 7º da Lei nº
diária elaborada pela Comissão Técnica de 19.478, de 12/1/2011.)
Classificação disporá sobre as atividades preceptivas, CAPÍTULO VI
recreativas e esportivas para o sentenciado, que Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto
manterá contato com a sociedade para o trabalho Art. 98 – O centro de reeducação do jovem adulto
externo, frequentará cursos de instrução escolar e destina-se aos sentenciados de 18 (dezoito) a 21
profissional e desenvolverá outras atividades de (vinte e um) anos de idade, em regime aberto e semi-
reintegração na sociedade, sob a assistência e a aberto.
orientação do pessoal penitenciário ou do serviço Parágrafo único – O centro contará com seção
social. independente para os menores infratores que
CAPÍTULO V tiverem atingido 18 (dezoito) anos sem conclusão do
Da Casa do Albergado processo reeducativo.
Art. 93 – A casa do albergado destina-se à execução Art. 99 – No centro de reeducação do jovem adulto,
da pena privativa de liberdade em regime aberto. será intensiva a ação educativa, com a adoção de
Art. 94 – Haverá casa de albergado na Capital e nas métodos pedagógicos e psicopedagógicos.
sedes de comarca. Art. 100 – Para individualização do tratamento, as
Parágrafo único – Onde não houver casa do seções separadas conterão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
albergado, o regime aberto poderá ser cumprido em sentenciados.
seção independente, separada do estabelecimento Art. 101 – O pessoal do centro terá especialização
de regime fechado ou semi-aberto. profissional, com atualização em cursos especiais
Art. 95 – A casa do albergado deverá preencher os promovidos pela administração penitenciária.
seguintes requisitos: CAPÍTULO VII
I – localização em meio urbano com autonomia Do Centro de Observação
administrativa; Art. 102 – O centro de observação, estabelecimento
II – ocupação por número reduzido de candidatos, de regime fechado, tem por objetivo estudar a
selecionados segundo sua aptidão para o regime personalidade do delinquente nos planos físico,
aberto. psíquico e social, para sua afetação ao
Art. 96 – São condições para o cumprimento da pena estabelecimento adequado ao regime penitenciário,
na casa do albergado: indicando as medidas de ordem escolar, profissional,
I – aceitação, pelo candidato, do programa de terapêutica e moral que fundamentarão a
tratamento; elaboração do programa de tratamento reeducativo.
II – afetação do semilivre ao trabalho, com Art. 103 – O centro de observação, além do pessoal
preparação profissional para a reintegração na de segurança, vigilância e administração, contará
sociedade; com equipe interdisciplinar de observação,
III – colaboração da comunidade. constituída de psicólogo, psiquiatra, clínico geral,
Art. 97 – No regime aberto, serão observadas as assistente social, educador e criminólogo.
normas de ordem e disciplina necessárias à CAPÍTULO VIII
convivência normal na comunidade civil, com Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
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Art. 104 – O hospital de custódia e tratamento Parágrafo único – O prontuário conterá uma parte
psiquiátrico, de regime semi-aberto, destina-se aos judiciária, uma parte penitenciária e uma parte
inimputáveis e semi-imputáveis indicados no Art. 26 social.
e seu Parágrafo único do Código Penal. Art. 113 – O sentenciado será informado sobre a
§ 1º – Haverá seções independentes de regime legislação pertinente e sobre o regime interno do
fechado, segundo as exigências do tratamento estabelecimento.
psiquiátrico, no caso de extrema periculosidade do Art. 114 – O sentenciado tem o direito de informar
sentenciado. sua situação ao Juiz e ao seu advogado ou à pessoa
§ 2º – As seções de regime aberto destinam-se ao por ele indicada.
tratamento ambulatorial e à preparação para o Art. 115 – O preso provisório será informado de seus
reingresso na sociedade. direitos, assegurada a comunicação com a família e
Art. 105 – No estabelecimento psiquiátrico, haverá, com seu defensor e o respeito ao princípio da
além das dependências da administração, segurança presunção de inocência.
e vigilância, seções de observação normal, de Art. 116 – Efetuada a admissão, proceder-se-á à
praxiterapia, esporte e recreação, observando-se, no separação do sentenciado segundo o sexo, a idade,
que for aplicável, o Art. 83 da Lei Federal nº 7.210, os antecedentes, o estado físico e mental e a
de 11 de junho de 1984. necessidade de tratamento reeducativo ou
Art. 106 – No hospital, além do exame psiquiátrico, psiquiátrico.
serão realizados o exame criminológico e os exames Art. 117 – A agenda diária das atividades da vida em
necessários aos tratamentos terapêutico e comum dos sentenciados será elaborada pela
reeducativo, com respeito e proteção aos direitos da Comissão Técnica de Classificação.
pessoa do sentenciado. CAPÍTULO II
Art. 107 – O pessoal profissional e não profissional Do Alojamento
do estabelecimento psiquiátrico deverá ser Art. 118 – Aos sentenciados serão destinadas celas
selecionado e qualificado, com especial atenção às individuais.
exigências peculiares ao tratamento dos Parágrafo único – Em caso de necessidade, a
sentenciados. administração da penitenciária poderá autorizar a
Art. 108 – A direção do hospital deverá informar colocação de mais de um sentenciado na cela ou no
mensalmente à autoridade judiciária sobre as quarto individual, adequadamente selecionado,
condições psíquicas do sentenciado recuperado. vedada, nesse caso, a ocupação apenas por dois
Art. 109 – A administração penitenciária poderá sentenciados.
firmar convênio com hospital psiquiátrico da Art. 119 – Os locais destinados ao dormitório e à vida
comunidade para o tratamento de sentenciado em comum devem atender às exigências da higiene,
destinado ao hospital de custódia e tratamento levando-se em conta espaço, ventilação, água, luz e
psiquiátrico. calefação.
TÍTULO IV Art. 120 – É permitido o alojamento em comum no
Do Regime Penitenciário estabelecimento aberto, com o consentimento do
CAPÍTULO I sentenciado.
Da Admissão e do Registro Art. 121 – Haverá alojamento coletivo, de uso
Art. 110 – A admissão do sentenciado ou do preso temporário, para atender a necessidade urgente.
provisório se fará à vista de ordem da autoridade CAPÍTULO III
competente. Do Vestuário e da Higiene Pessoal
Art. 111 – O registro de detenção ou internação será Art. 122 – O sentenciado poderá usar o vestuário
feito em livro próprio ou em meio eletrônico, e nele próprio ou o fornecido pela administração, adaptado
constarão: às condições climáticas e que não afete sua
(Caput com redação dada pelo Art. 7º da Lei nº dignidade.
19.478, de 12/1/2011.) Art. 123 – O sentenciado disporá de roupa
I – a identidade do sentenciado ou do preso necessária para a sua cama e de móvel para guardar
provisório; seus pertences.
II – os motivos da detenção ou da internação e a Art. 124 – A higiene pessoal é exigida de todos os
autoridade que a determinou; sentenciados.
III – o dia e a hora da admissão e da saída. Parágrafo único – A administração do
Art. 112 – Inicia-se, no ato do registro, o prontuário estabelecimento fixará horário para os cuidados de
pessoal do sentenciado, que o seguirá nas higiene pessoal dos sentenciados e colocará à sua
transferências. disposição o material necessário.
CAPÍTULO IV
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Parágrafo único – A cela disciplinar terá as mesmas I – para impedir ato de evasão ou violência de
características da cela individual e possuirá sentenciado contra si mesmo ou contra terceiros ou
mobiliário análogo. coisas;
Art. 145 – O isolamento do sentenciado se cumprirá II – para vencer a resistência ativa ou passiva de
com o controle do médico do estabelecimento, que sentenciado às ordens de funcionário no exercício do
o visitará diariamente, informando o Diretor sobre cargo.
seu estado de saúde física e mental. Parágrafo único – O Diretor será avisado de situação
Art. 146 – O isolamento poderá ser suspenso pelo grave, da qual dará ciência ao Juiz da Execução.
Juiz da Execução Penal, ouvida a Comissão Técnica CAPÍTULO VI
de Classificação. Das Recompensas
Art. 147 – Não se aplicará o isolamento à Art. 156 – As recompensas são concedidas pelo
sentenciada gestante, até 6 (seis) meses após o Diretor do estabelecimento, ouvida a Comissão
parto, e à sentenciada que trouxer filho consigo. Técnica de Classificação, ao sentenciado que se
Art. 148 – Nenhum sentenciado será punido distinguir por:
disciplinarmente sem ser ouvido e sem que haja I – particular desempenho em seu trabalho;
apresentado defesa verbal ou escrita. II – especial proveito na instrução escolar ou na
Art. 149 – A interposição de recurso suspenderá os formação profissional;
efeitos da decisão, salvo quando se tratar de ato de III – colaboração ativa na organização e na
grave indisciplina. participação das atividades culturais, desportivas e
Parágrafo único – A tramitação do recurso de que recreativas;
trata o artigo será urgente e preferencial. IV – comportamento responsável em caso de
CAPÍTULO V perturbação da ordem, para despertar conduta
Dos Meios de Correção coletiva racional.
Art. 150 – O uso de algemas se limitará aos seguintes Parágrafo único – As recompensas de que trata este
casos: artigo são as seguintes:
I – como medida de precaução contra fuga, durante I – elogio;
a transferência do sentenciado, devendo ser II – proposta de concessão de benefício, como a
retiradas imediatamente quando do prioridade na escolha de trabalho, recebimento de
comparecimento em audiência perante a autoridade parte do pecúlio disponível, participação em
judiciária ou administrativa; atividade cultural, esportiva ou recreativa.
II – por motivo de saúde, segundo recomendação CAPÍTULO VII
médica; Do Monitoramento Eletrônico
III – em circunstâncias excepcionais, quando for (Capítulo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº
indispensável utilizá-las em razão de perigo iminente 19.478, de 12/1/2011.)
para a vida do funcionário, do sentenciado ou de Art. 156-A – O Juiz poderá determinar o
terceiros. monitoramento eletrônico, por ato motivado, nos
Art. 151 – O sentenciado será transferido para casos de autorização de saída temporária no regime
estabelecimento próximo da residência de sua semiaberto e de prisão domiciliar, e quando julgar
família. necessário.
Parágrafo único – A transferência do sentenciado Parágrafo único – O usuário do monitoramento
será precedida de busca pessoal e exame médico, eletrônico que estiver cumprindo pena em regime
que informará sobre seu estado físico e psíquico, aberto, quando determinar o Juiz da execução,
bem como sobre suas condições de viajar. deverá recolher-se ao local estabelecido na decisão
Art. 152 – É proibido o transporte de sentenciado em durante o período noturno e nos dias de folga.
más condições de iluminação, ventilação ou em (Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478,
qualquer situação que lhe imponha sofrimento de 12/1/2011.)
físico. Art. 156-B – São deveres do sentenciado submetido
Art. 153 – Na transferência de sentenciado do sexo ao monitoramento eletrônico, além dos cuidados a
feminino, a escolta será integrada por policial serem adotados com o equipamento:
feminino. I – receber visitas do servidor responsável pelo
Art. 154 – As medidas coercitivas serão aplicadas monitoramento eletrônico, responder aos seus
exclusivamente para o restabelecimento da contatos e cumprir as suas orientações;
normalidade e cessarão imediatamente após II – abster-se de remover, violar, modificar ou
atingida sua finalidade. danificar o equipamento de monitoramento
Art. 155 – As medidas de coerção aplicam-se nas eletrônico ou de permitir que outrem o faça;
seguintes hipóteses:
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III – informar, de imediato, as falhas no equipamento escolhidos entre professores e profissionais das
ao órgão ou à entidade responsável pelo áreas de Direito Penal, Processual Penal e
monitoramento eletrônico. Penitenciário, de Criminologia e de Ciências Sociais,
(Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478, bem como entre representantes de organismos da
de 12/1/2011.) área social.
Art. 156-C – O descumprimento dos deveres de que Parágrafo único – O mandato dos membros do
trata o Art. 156-B poderá acarretar, a critério do Juiz Conselho terá duração de 4 (quatro) anos.
da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: Art. 160 – Ao Conselho de Criminologia e Política
I – a regressão do regime; Criminal incumbe:
II – a revogação da autorização de saída, da I – formular a política penitenciária do Estado,
permissão de saída ou da saída temporária; observadas as diretrizes da política penitenciária
III – a revogação da suspensão condicional da pena; nacional;
IV – a revogação do livramento condicional; II – colaborar na elaboração de plano de
V – a conversão da pena restritiva de direitos em desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades
pena privativa de liberdade; das políticas criminal e penitenciária;
VI – a revogação da prisão domiciliar; III – promover a avaliação periódica do sistema penal
VII – a advertência escrita. para sua adequação às necessidades do Estado;
(Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478, IV – opinar sobre a repartição de créditos na área da
de 12/1/2011.) política penitenciária;
Art. 156-D – O monitoramento eletrônico poderá ser V – estimular e desenvolver projeto que vise à
revogado pelo Juiz competente, em ato motivado, participação da comunidade na execução da política
quando o sentenciado descumprir os deveres a que criminal;
estiver sujeito durante a sua vigência ou quando se VI – representar à autoridade competente, para
tornar desnecessário ou inadequado, a critério do instauração de sindicância ou procedimento
Juiz. administrativo, visando à apuração de violação da lei
(Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478, penitenciária e à interdição de estabelecimento
de 12/1/2011.) penal;
TÍTULO VI VII – fiscalizar os estabelecimentos e serviços
Dos Órgãos da Execução Penal penitenciários para verificação do fiel cumprimento
CAPÍTULO I desta lei e da implantação da reforma penitenciária;
Disposições Gerais VIII – elaborar o plano de ação do Conselho e o
Art. 157 – São órgãos da execução penal: programa penitenciário estadual.
I – o Conselho de Criminologia e Política Criminal; CAPÍTULO III
II – o Juízo da Execução; Do Juízo da Execução
III – o Conselho Penitenciário; Art. 161 – O Juízo da Execução, localizado na
IV – a Superintendência de Organização comarca da Capital e em comarca sede da região
Penitenciária; onde houver estabelecimento penitenciário,
V – a Direção do Estabelecimento; compreende o Juiz da Execução, o representante do
VI – o Patronato; Ministério Público, a Defensoria Pública e o Serviço
VII – o Conselho da Comunidade. Social Penitenciário.
VIII – as entidades civis de direito privado sem fins SEÇÃO I
lucrativos que tenham firmado convênio com o Do Juiz da Execução
Estado para a administração de unidades prisionais Art. 162 – Compete ao Juiz da Execução:
destinadas ao cumprimento de pena privativa de I – aprovar o plano de tratamento reeducativo
liberdade. apresentado pela Comissão Técnica de Classificação;
(Inciso acrescentado pelo Art. 1º da Lei nº 15.299, de II – presidir as reuniões da Comissão Técnica de
9/8/2004.) Classificação destinadas a tratar de progressão ou
(Vide Art. 3º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.) regressão do regime;
CAPÍTULO II III – conceder remição da pena, ouvida a Comissão
Do Conselho de Criminologia e Política Criminal Técnica de Classificação, e autorização de saída
Art. 158 – O Conselho de Criminologia e Política prevista nos arts. 137 e 138 desta lei;
Criminal, com sede nesta Capital, é subordinado à (Inciso com redação dada pelo Art. 12 da Lei nº
Secretaria de Estado da Justiça. 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 159 – O Conselho de Criminologia e Política IV – conceder ou revogar as medidas de
Criminal será integrado por 13 (treze) membros semiliberdade no regime de confiança para
designados pelo Secretário de Estado da Justiça e preparação da reintegração na sociedade;
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VI – elaborar projeto para a construção dos novos III – colaborar na fiscalização e na assistência no
estabelecimentos previstos na lei penitenciária; período do liberando e do sursitário;
VII – autorizar a internação e a desinternação nos IV – visitar o liberando e o sentenciado para facilitar
estabelecimentos penitenciários. sua reinserção na família e na profissão;
CAPÍTULO VI V – assistir o sentenciado nas suas relações com a
Da Direção do Estabelecimento Penitenciário família;
Art. 172 – Incumbe à direção do estabelecimento VI – colaborar na obtenção de emprego para o
penitenciário: sentenciado;
I – cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e VII – fiscalizar a execução da medida de segurança
as instruções relativas à ordem e à disciplina do em meio fechado e em semiliberdade para proteção
estabelecimento; dos direitos do sentenciado;
II – dirigir as atividades do estabelecimento; VIII – zelar pela prática do tratamento reeducativo e
III – submeter à Superintendência de Organização pela sua progressão nos termos do Art. 112,
Penitenciária o plano de atividades da unidade; Parágrafo único, da Lei Federal nº 7.210, de 11 de
IV – orientar a elaboração da proposta orçamentária junho de 1984;
do estabelecimento; IX – incentivar a seleção e a formação contínua do
V – presidir a Comissão Técnica de Classificação; pessoal penitenciário;
VI – supervisionar os cursos de instrução escolar e de X – orientar a família do sentenciado e a da vítima
formação profissional do sentenciado; através de contato com os centros comunitários e
VII – percorrer as dependências do estabelecimento associações de assistência socioeducativa às
para verificação da ordem e disciplina; famílias;
VIII – comparecer, ou fazer-se representar, às XI – assistir a vítima do delito e seus dependentes;
sessões do Conselho Penitenciário; XII – assistir o egresso indigente com problema de
IX – promover ou requisitar o exame criminológico, reintegração na sociedade;
a classificação e o tratamento reeducativo dos XIII – designar pessoa idônea para assistir e orientar
sentenciados; o sursitário, o liberando e o egresso, na falta do
X – propor a realização de curso de formação orientador social;
contínua do pessoal penitenciário; XIV – informar periodicamente o Juiz da Execução
XI – promover a contratação de pessoal sobre a assistência ao probacionário e sobre a
especializado para integrar as equipes evolução de sua reintegração na sociedade.
interprofissionais de sua unidade; CAPÍTULO VIII
XII – classificar os estabelecimentos penitenciários Do Conselho da Comunidade
de acordo com as fases do regime progressivo; Art. 175 – Cada comarca disporá de um Conselho da
XIII – apresentar à Superintendência de Organização Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
Penitenciária o plano anual de atividades do representante da associação comercial ou industrial,
estabelecimento penitenciário; 1 (um) advogado indicado pela Ordem dos
XIV – participar da elaboração da proposta anual do Advogados do Brasil – OAB -, 1 (um) assistente social
orçamento; escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
XV – promover a participação da comunidade na Nacional de Assistentes Sociais e por representantes
execução penal; de obras sociais e de clubes de serviço.
XVI – colaborar na implantação do Patronato e do (Vide Art. 7º da Lei nº 12.936, de 8/7/1998.)
Conselho da Comunidade. Art. 176 – Ao Conselho da Comunidade incumbe:
CAPÍTULO VII I – visitar mensalmente os estabelecimentos e
Do Patronato serviços penais da comarca;
Art. 173 – É instituído em cada comarca, por decreto II – incentivar a prática do tratamento não
do Governador do Estado, o Patronato, integrado institucional, como o dos regimes semilivre e em
pelo Juiz da Execução Penal, que o presidirá, pelo meio livre;
Promotor de Justiça da Execução, por III – promover a participação ativa da comunidade na
representantes da administração penitenciária, da reintegração do sentenciado e do egresso na família,
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB -, de na profissão e na sociedade;
confissões religiosas, de clubes de serviço e de obras IV – colaborar com o poder público e a comunidade
sociais. na implantação da Lei Federal nº 7.210, de 11 junho
Art. 174 – Ao Patronato incumbe: de 1984;
I – orientar e assistir o semilivre e o egresso; V – pugnar pela colocação, no mercado profissional,
II – acompanhar a execução das medidas restritivas do sentenciado com índice positivo de
de direito; emendabilidade e segurança para a comunidade;
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VI – acompanhar a supervisão do período de prova Art. 178 – O quadro do pessoal penitenciário será
do liberando e do sursitário, bem como da execução organizado em diferentes categorias funcionais,
das medidas alternativas à prisão; segundo as necessidades do serviço, com
VII – entrosar-se com os serviços médicos e especificação de atribuições relativas às funções de
psicológicos e com as entidades de assistência direção, chefia e assessoramento e às demais
socioeducativa para o probacionário com problema; funções.
VIII – cooperar com a comunidade na conservação e Art. 179 – A escolha do pessoal especializado,
na manutenção da cadeia pública local. administrativo, de instrução técnica e de vigilância
Parágrafo único – O Conselho poderá providenciar a atenderá à vocação, à preparação profissional e aos
celebração de convênio com o município para a antecedentes pessoais do candidato.
prestação de trabalho pelo sentenciado. Art. 180 – O ingresso do pessoal penitenciário e sua
CAPÍTULO IX ascensão funcional dependerão de curso específico
Das Entidades Civis de Direito Privado sem Fins de formação, procedendo-se à reciclagem dos
Lucrativos servidores em exercício.
(Capítulo acrescentado pelo Art. 2º da Lei nº 15.299, Art. 181 – Sem prejuízo do concurso de admissão
de 9/8/2004.) promovido pela Escola Penitenciária, os candidatos a
Art. 176-A – Compete às entidades civis de direito cargos estão sujeitos a testes científicos para
privado sem fins lucrativos que tenham firmado avaliação de sua capacidade intelectual e
convênio com o Estado para a administração de profissional e de sua aptidão física.
unidades prisionais destinadas ao cumprimento de Art. 182 – É obrigatório o estágio do candidato em
pena privativa de liberdade, nos termos do inciso VIII estabelecimento penitenciário para se formar
do Art. 157: opinião sobre sua personalidade e suas aptidões.
I – gerenciar os regimes de cumprimento de pena das Art. 183 – Os cursos de formação profissional
unidades que administrarem, nos termos definidos intensiva destinados ao pessoal da vigilância
em convênio; compreendem três estágios: o primeiro se processa
II – responsabilizar-se pelo controle, pela vigilância e no estabelecimento penitenciário e se destina a
pela conservação do imóvel, dos equipamentos e do familiarizar o candidato com os problemas
mobiliário da unidade; profissionais; o segundo se desenvolve na Escola
III – solicitar apoio policial para a segurança externa Penitenciária, ou em curso organizado pela
da unidade, quando necessário; administração, e se destina à formação técnica e
IV – apresentar aos Poderes Executivo e Judiciário prática do funcionário; o terceiro, aberto a candidato
relatórios mensais sobre o movimento de que não for eliminado nas fases anteriores, consiste
condenados e informar-lhes, de imediato, a chegada na colocação efetiva do candidato em serviço.
de novos internos e a ocorrência de liberações; Art. 184 – É vedado o porte de arma ao funcionário
V – prestar contas mensalmente dos recursos em serviço.
recebidos; Art. 185 – Em caso de legítima defesa, tentativa de
VI – acatar a supervisão do Poder Executivo, fuga e resistência à ordem fundada em lei, será
proporcionando-lhe todos os meios para o permitido o uso da força pelo funcionário, que do
acompanhamento e a avaliação da execução do fato dará imediata ciência ao Diretor.
convênio. Art. 186 – O pessoal administrativo e o especializado
(Artigo acrescentado pelo Art. 2º da Lei nº 15.299, devem ter aptidão profissional e técnica necessária
de 9/8/2004.) ao exercício das respectivas funções.
Art. 176-B – Incumbem à diretoria da unidade de Art. 187 – No recrutamento de pessoal
cumprimento de pena privativa de liberdade especializado, exigir-se-á diploma de aptidão
administrada por entidade civil de direito privado profissional e título universitário que comprove a
sem fins lucrativos conveniada com o Estado as formação especializada.
atribuições previstas no Art. 172 desta lei. Art. 188 – O médico visitará diariamente o
(Artigo acrescentado pelo Art. 2º da Lei nº 15.299, estabelecimento.
de 9/8/2004.) Art. 189 – No estabelecimento para mulheres,
TÍTULO VII somente se permitirá trabalho de pessoal do sexo
Do Pessoal Penitenciário feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico
CAPÍTULO I especializado e houver comprovada carência de
Do Estatuto Jurídico do Pessoal pessoal do sexo feminino com as qualificações
Art. 177 – O pessoal penitenciário terá estatuto necessárias para o exercício do cargo.
próprio, que fixará seus direitos e deveres.
Parágrafo único – O pessoal do sexo feminino deverá (Inciso com redação dada pelo Art. 2º da Lei nº
possuir as mesmas qualificações exigidas para o 14.390, de 31/10;2002.)
pessoal do sexo masculino. III – à profissionalização;
CAPÍTULO II IV – ao trabalho, à sua remuneração e à seguridade
Do Diretor de Estabelecimento social;
Art. 190 – O ocupante do cargo de Diretor de V – à assistência material e à saúde, em especial o
Estabelecimento deverá satisfazer os seguintes tratamento clínico e a assistência psicossocial ao
requisitos: portador de AIDS;
I – ter diploma de nível superior de Direito, VI – à assistência social, nomeadamente ao
Psicologia, Pedagogia ou Ciências Sociais; probacionário e ao egresso;
II – ter capacidade administrativa e vocação para a VII – à assistência jurídica;
função; VIII – à assistência religiosa;
III – ter idoneidade moral, boa cultura geral, IX – ao esporte e à recreação;
formação especializada e preparação adequada ao X – à comunicação com o mundo exterior como
serviço penitenciário. preparação para sua reinserção na sociedade;
§ 1º – O Diretor de Estabelecimento deverá residir XI – à visita de advogado, familiar e cônjuge ou
no estabelecimento ou em suas proximidades. companheiro;
§ 2º – O Diretor de Estabelecimento dedicará tempo XII – ao acesso aos meios de comunicação social;
integral à sua função e não poderá exercer advocacia XIII – de petição e representação a qualquer
nem outra atividade, exceto a de professor autoridade, para defesa de direito;
universitário. XIV – de entrevista regular com o Diretor;
§ 3º – O Diretor de Estabelecimento que não for XV – ao recebimento de atestado de pena a cumprir,
recrutado entre os membros do pessoal emitido semestralmente, sob pena de
penitenciário deve, antes de entrar em função, responsabilização da autoridade judiciária
receber formação técnica e prática sobre o trabalho competente.
de direção, salvo se for diplomado em escola (Inciso acrescentado pelo Art. 13 da Lei nº 19.478, de
profissional ou tiver título universitário em matéria 12/1/2011.)
pertinente. TÍTULO IX
(Vide Art. 6º da Lei nº 12.967, de 27/7/1998.) Dos Deveres do Sentenciado
TÍTULO VIII Art. 196 – São deveres do sentenciado:
Dos Direitos do Sentenciado e do Preso Provisório I – submeter-se ao cumprimento da pena ou à
Art. 191 – São direitos do preso os direitos civis, os medida de segurança;
políticos, os sociais e os especificamente II – permanecer no estabelecimento até a sua
penitenciários. libertação;
Art. 192 – Os direitos civis, sociais e políticos, III – respeitar as normas do regime penitenciário;
inclusive o de sufrágio, permanecem com o preso, IV – manter atitude de respeito e consideração com
quando não forem retirados expressa e os funcionários do estabelecimento e com as
necessariamente pela lei ou pela sentença. autoridades;
Art. 193 – Os direitos penitenciários derivam da V – observar conduta correta com seus
relação jurídica constituída entre o sentenciado e a companheiros;
administração penitenciária. VI – indenizar os danos causados à administração do
Art. 194 – Enumeram-se, antes da sentença, os estabelecimento;
direitos à presunção de inocência, ao contraditório, VII – indenizar as despesas de sua manutenção;
à igualdade entre os sujeitos processuais, à ampla VIII – cumprir as prestações alimentícias devidas à
defesa, à assistência judiciária gratuita, nos termos família;
da lei, o de ser ouvido pessoalmente pela autoridade IX – assistir o cônjuge ou o companheiro na
competente, o de receber visitas, o de comunicar-se manutenção e na educação dos filhos.
com advogado e familiares e o de permanecer no Art. 197 – Esta lei entra em vigor na data de sua
estabelecimento da localidade ou naquele mais publicação.
próximo de seu domicílio. Art. 198 – Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 195 – São especificamente penitenciários os Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte,
direitos: aos 25 de janeiro de 1994.
HÉLIO GARCIA
I – ao tratamento reeducativo; Evandro de Pádua Abreu
Mário Assad
II – à instrução, priorizada a escolarização de nível Kildare Gonçalves Carvalho
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fundamental; Data da última atualização: 19/1/2018.
por ato do Secretário ou Diretor do Departamento o interstício de setecentos e trinta dias de efetivo
em que estiver lotado o cargo ou se exercer a função exercício na classe.
gratificada. Parágrafo único - Na hipótese de não haver
(Parágrafo com redação dada pelo art. 21 da Lei nº funcionário com interstício poderá a promoção por
4185, de 30/5/1966.) merecimento recair no que contar pelo menos
§ 2º - (Revogado pelo art. 21 da Lei nº 4.185, de trezentos e sessenta e cinco dias de efetivo exercício
30/5/1966.) na classe.”
Dispositivo revogado: (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
“§ 2º - A substituição remunerada dependerá de ato Gerais.)
da autoridade competente para nomear ou Art. 30 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
designar.” 16/10/1964.)
§ 2º - O substituto perderá, durante o tempo da Dispositivo revogado:
substituição, o vencimento ou remuneração do “Art. 30 - O merecimento será apurado,
cargo de que for ocupante efetivo, salvo no caso de objetivamente, segundo condições definidas em
função gratificada e opção. regulamento.
(O Parágrafo 2º foi revogado pelo art. 21 da Lei nº Parágrafo único - O merecimento é adquirido na
4.185, de 30/5/1966, sendo o Parágrafo 3º classe; promovido o funcionário, recomeçará a
renumerado para Parágrafo 2º pelo mesmo artigo da apuração do merecimento a contar do ingresso na
Lei.) nova classe.”
(Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.) Gerais.)
CAPÍTULO III Art. 31 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Da Promoção 16/10/1964)
Art. 26 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Dispositivo revogado:
16/10/1994.) “Art. 31 - A antigüidade de classe será determinada
Dispositivo revogado: pelo tempo de efetivo exercício do funcionário na
“Art. 26 - As promoções obedecerão ao critério de classe a que pertencer.
antigüidade de classe e ao de merecimento § 1º - Quando houver fusão de classes, o funcionário
alternadamente, sendo a primeira sempre pelo contará na nova classe também a antigüidade que
critério de antigüidade. trouxer da anterior.
§ 1º - O critério a que obedecer a promoção deverá § 2º - No caso do parágrafo precedente, serão
vir expresso no decreto respectivo. promovidos, em primeiro lugar, os funcionários que
§ 2º - Somente se dará promoção de uma classe à eram ocupantes dos cargos da classe superior,
imediatamente superior.” obedecendo-se o mesmo critério em ordem
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas decrescente.
Gerais.) § 3º - O funcionário, exonerado na forma do § 6º, do
Art. 27 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de art. 20, que for nomeado em virtude de habilitação
16/10/1964.) no mesmo concurso, contará, como antigüidade de
Dispositivo revogado: classe o tempo de efetivo exercício na interinidade.”
“Art. 27 - A promoção por antigüidade recairá no (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
funcionário mais antigo na classe.” Gerais.)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Art. 32 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Gerais.) 16/10/1964.)
Art. 28 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Dispositivo revogado:
16/10/1964.) “Art. 32 - A antigüidade de classe no caso de
Dispositivo revogado: transferência, a pedido, ou por permuta, será
“Art. 28 - A promoção por merecimento recairá no contada da data em que o funcionário entrar em
funcionário de maior mérito, segundo dados exercício na nova classe.
objetivos apurados na forma do regulamento.” Parágrafo único - Se a transferência ocorrer "ex-
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas officio", no interesse da administração, serão levados
Gerais.) em conta o tempo de efetivo exercício e o
Art. 29 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de merecimento na classe a que pertencia.”
16/10/1964.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
Dispositivo revogado: Gerais.)
“Art. 29 - Não poderá ser promovido, inclusive à Art. 33 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
classe final de carreira, o funcionário que não tenha 16/10/1964.)
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Art. 43 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Parágrafo único - Tratando-se de permuta entre
16/10/1964.) titulares de cargos isolados, não será obrigatória a
Dispositivo revogado: regra instituída no artigo 46.
“Art. 43 - Na apuração de antigüidade e (Vide art. 70 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
merecimento, só serão observados os critérios (Vide art. 40 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
estabelecidos nesta lei e no regulamento de (Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
promoções, não devendo ser considerados, em (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
hipótese alguma, os pedidos de promoções feito pelo CAPÍTULO VI
funcionário ou por alguém a seu rogo. Da Reintegração
Parágrafo único - Não se compreendem neste artigo Art. 50 - A reintegração, que decorrerá de decisão
os recursos interpostos pelo funcionário administrativa ou sentença judiciária passada em
relativamente a apuração de antigüidade ou julgado, é o ato pelo qual o funcionário demitido
merecimento.” reingressa no serviço público, com ressarcimento
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas dos prejuízos decorrentes do afastamento.
Gerais.) § 1º - A reintegração será feita no cargo
CAPÍTULO IV anteriormente ocupado se esse houver sido
Da Transferência transformado, no cargo resultante da
Art. 44 - O funcionário poderá ser transferido: transformação; e, se provido ou extinto, em cargo de
I - de uma para outra carreira; natureza, vencimento ou remuneração
II - de um cargo isolado, de provimento efetivo e que equivalentes, respeitada a habilitação profissional.
exija concurso, para outro de carreira; § 2º - Não sendo possível fazer a reintegração pela
III - de um cargo de carreira para outro isolado, de forma prescrita no parágrafo anterior, será o ex-
provimento efetivo; funcionário posto em disponibilidade no cargo que
IV - de um cargo isolado, de provimento efetivo, para exercia, com provento igual ao vencimento ou
outro da mesma natureza. remuneração.
Art. 45 - As transferências, de qualquer natureza, § 3º - O funcionário reintegrado será submetido a
serão feitas a pedido do funcionário, atendida a inspeção médica; verificada a incapacidade será
conveniência do serviço ou "ex-officio" respeitada aposentado no cargo em que houver sido
sempre a habilitação profissional. reintegrado.
§ 1º - A transferência a pedido para o cargo de (Vide § 2º do inciso III do art. 35 da Constituição do
carreira só poderá ser feita para vaga que tenha de Estado de Minas Gerais.)
ser provida mediante promoção por merecimento. CAPÍTULO VII
§ 2º - As transferências para cargos de carreira não Da Readmissão
poderão exceder de um terço dos cargos de cada Art. 51 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
classe e só poderão ser efetuadas no mês seguinte 11/7/1972.)
ao fixado para as promoções. Dispositivo revogado:
(Vide § 13 do art. 14 da Constituição do Estado de “Art. 51 - Readmissão é o ato pelo qual o funcionário
Minas Gerais.) demitido ou exonerado reingressa no serviço público
Art. 46 - A transferência só poderá ser feita para sem direito a ressarcimento de prejuízos,
cargo do mesmo padrão de vencimento ou igual assegurada, apenas, a contagem de tempo de
remuneração, salvo nos casos dos itens III e IV do art. serviço em cargos anteriores, para efeito de
44, quando a transferência a pedido poderá dar-se aposentadoria e disponibilidade.
para cargo de padrão de vencimento inferior. Parágrafo único - Em nenhum caso poderá efetuar-
Art. 47 - A transferência "ex-officio", no interesse da se readmissão sem que mediante inspeção médica,
administração, será feita mediante proposta do fique provada a capacidade para o exercício da
Secretário de Estado ou Chefe do departamento função.”
autônomo. (Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições
Art. 48 - O interstício para a transferência será de Constitucionais Transitórias.)
365 dias na classe e no cargo isolado. Art. 52 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
CAPÍTULO V 11/7/1972.)
Da Permuta Dispositivo revogado:
Art. 49 - A transferência e a remoção por permuta “Art. 52 - O ex-funcionário poderá ser readmitido,
serão processadas a pedido escrito de ambos os quando ficar apurado, em processo, que não mais
interessados e de acordo com o prescrito no Capítulo subsistem os motivos determinantes de sua
IV desse Título e no Título II. demissão ou verificado que não há inconveniência
para o serviço público, quando a exoneração se (Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais
tenha processado a pedido.” Transitórias.)
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições CAPÍTULO IX
Constitucionais Transitórias.) Do Aproveitamento
Art. 53 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de Art. 57 - Aproveitamento é o reingresso no serviço
11/7/1972.) público do funcionário em disponibilidade.
Dispositivo revogado : Art. 58 - Será obrigatório o aproveitamento do
“Art. 53 - A readmissão, que se entenderá como funcionário estável em cargo, de natureza e
nova admissão, far-se-á de preferência no cargo vencimentos ou remuneração compatíveis com o
anteriormente exercido pelo ex-funcionário ou em anteriormente ocupado.
outro equivalente, respeitada a habilitação Parágrafo único - O aproveitamento dependerá de
profissional e as condições que a lei fixar para o prova de capacidade mediante inspeção médica.
provimento. Art. 59 - Havendo mais de um concorrente à mesma
Parágrafo único - A readmissão em cargo de carreira vaga terá preferência o de maior tempo de
dependerá da existência de vaga que deva ser disponibilidade e, no caso de empate, o de maior
preenchida mediante promoção por merecimento.” tempo de serviço público.
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Art. 60 - Será tornado sem efeito o aproveitamento
Constitucionais Transitórias.) e cassada a disponibilidade se o funcionário não
CAPÍTULO VIII tomar posse no prazo legal, salvo caso de doença
Da Reversão comprovada em inspeção médica.
Art. 54 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado Parágrafo único - Provada a incapacidade definitiva
reingresse no serviço público, após verificação, em em inspeção médica, será decretada a
processo, de que não subsistem os motivos aposentadoria.
determinantes da aposentadoria. CAPÍTULO X
§ 1º - A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio". Dos Atos Complementares
§ 2º - O aposentado não poderá reverter à atividade SEÇÃO I
se contar mais de cinqüenta e cinco anos de idade. Da Posse
§ 3º - Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão, Art. 61 - Posse é o ato que investe o cidadão em
sem que mediante inspeção médica fique provada a cargo ou em função gratificada.
capacidade para o exercício da função. Parágrafo único - Não haverá posse nos casos de
§ 4º - Será cassada a aposentadoria do funcionário promoção, remoção, designação para o
que reverter e não tomar posse e entrar em exercício desempenho de função não gratificada e
dentro dos prazos legais. reintegração.
(Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) Art. 62 - São competentes para dar posse:
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas I - o Governador do Estado;
Gerais.) II - os Secretários de Estado;
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais III - os Diretores de Departamentos diretamente
Transitórias.) subordinados ao Governador;
Art. 55 - A reversão far-se-á de preferência no IV - as demais autoridades designadas em
mesmo cargo. regulamentos.
§ 1º - A reversão "ex-officio" não poderá verificar-se Art. 63 - A posse verificar-se-á mediante a lavratura
em cargo de vencimento ou remuneração inferior ao de um termo que, assinado pela autoridade que a
provento da inatividade. der e pelo funcionário, será arquivado no órgão de
§ 2º - A reversão ao cargo de carreira dependerá da pessoal da respectiva Repartição, depois dos
existência da vaga que deva ser preenchida competentes registros.
mediante promoção por merecimento. Parágrafo único - O funcionário prestará, no ato da
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas posse, o compromisso de cumprir fielmente os
Gerais.) deveres do cargo ou da função.
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais Art. 64 - A posse poderá ser tomada por procuração,
Transitórias.) quando se tratar de funcionário ausente do Estado,
Art. 56 - A reversão dará direito para nova em missão do Governo, ou em casos especiais, a
aposentadoria, à contagem de tempo em que o critério da autoridade competente.
funcionário esteve aposentado. Art. 65 - A autoridade que der posse deverá verificar,
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas sob pena de ser pessoalmente responsabilizada, se
Gerais.) forem satisfeitas as condições estabelecidas no art.
13 e as especiais fixadas em lei ou regulamento, para Parágrafo único - O funcionário promovido poderá
a investidura no cargo ou na função. continuar em exercício na repartição em que estiver
Art. 66 - A posse deverá verificar-se no prazo de servindo.
trinta dias, contados da data da publicação do Art. 72 - Nenhum funcionário poderá ter exercício
decreto no órgão oficial. em serviço ou repartição diferente daquele em que
§ 1º - Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros estiver lotado, salvo os casos previstos neste
trinta dias, mediante solicitação escrita e Estatuto ou prévia autorização do Governador do
fundamentada do interessado e despacho da Estado.
autoridade competente para dar posse. Parágrafo único - Nesta última hipótese, o
§ 2º - Se a posse não se der dentro do prazo inicial e afastamento do funcionário só será permitido para
no da prorrogação, será tornada sem efeito, por fim determinado e por prazo certo.
decreto, a nomeação. Art. 73 - Entende-se por lotação o número de
SEÇÃO II funcionários de cada carreira e de cargos isolados
Da Fiança que devam ter exercício em cada repartição ou
Art. 67 - O exercício do cargo cujo provimento, por serviço.
prescrição legal ou regulamentar, exija fiança, Art. 74 - O funcionário deverá apresentar ao órgão
dependerá da prévia prestação desta. competente, após ter tomado posse e antes de
§ 1º - A fiança poderá ser prestada: entrar em exercício, os elementos necessários a
I - em dinheiro; abertura do assentamento individual.
II - em títulos da dívida pública; Art. 75 - O número de dias que o funcionário gastar
III - em apólices de seguro de fidelidade funcional, em viagem para entrar em exercício será
emitidas por institutos oficiais ou companhias considerado, para todos os efeitos, como de efetivo
legalmente autorizadas. exercício.
§ 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da Parágrafo único - Esse período de trânsito será
fiança antes de tomadas as contas do funcionário. contado da data do desligamento do funcionário.
SEÇÃO III Art. 76 - Nenhum funcionário poderá ausentar-se do
Do Exercício Estado, para estudo ou missão de qualquer natureza,
Art. 68 - O início, a interrupção e o reinicio do com ou sem ônus para os cofres públicos, sem
exercício serão registrados no assentamento autorização ou designação expressa do Governador
individual do funcionário. do Estado.
Parágrafo único - O início do exercício e as alterações Art. 77 - O funcionário designado para estudo ou
que neste ocorrerem serão comunicados, pelo chefe aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os
da repartição ou serviço em que estiver lotado o cofres deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo
funcionário, ao respectivo serviço de pessoal e às menos por mais três anos.
autoridades, a quem caiba tomar conhecimento. Parágrafo único - Não cumprida essa obrigação
Art. 69 - O chefe da repartição ou do serviço para que indenizará os cofres públicos da importância
for designado o funcionário é a autoridade despendida pelo Estado com o custeio da viagem de
competente para dar-lhe exercício. estudo ou aperfeiçoamento.
Art. 70 - O exercício do cargo ou da função terá início Art. 78 - Salvo casos de absoluta conveniência, a
dentro do prazo de trinta dias, contados: juízo do Governador do Estado, nenhum funcionário
I - da data da publicação oficial do ato, nos casos de poderá permanecer por mais de quatro anos em
promoção, remoção, reintegração e designação para missão fora do Estado, nem exercer outra senão
função gratificada; depois de corridos quatro anos de serviço efetivo no
II - da data da posse, nos demais casos. Estado, contados da data do regresso.
§ 1º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser Art. 79 - O funcionário preso por crime comum ou
prorrogados, por solicitação do interessado e a juízo denunciado por crime funcional ou, ainda,
da autoridade competente, desde que a prorrogação condenado por crime inafiançável em processo no
não exceda a trinta dias. qual não haja pronúncia será afastado do exercício
§ 2º - No caso de remoção e transferência, o prazo até decisão final passada em julgado.
inicial para o funcionário em férias ou licenciado, § 1º - Nos casos previstos neste artigo, o funcionário
exceto no caso de licença para tratar de interesses perderá, durante o tempo do afastamento, um terço
particulares, será contado da data em que voltar ao do vencimento ou remuneração, com direito à
serviço. diferença, se absolvido.
Art. 71 - O funcionário nomeado deverá ter exercício § 2º - No caso de condenação, e se esta não for de
na repartição cuja lotação houver vaga. natureza que determine a demissão, será o
funcionário afastado, na forma deste artigo, a partir
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(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do d) o período em que o funcionário esteve afastado
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) para tratamento de saúde;
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de e) o período em que o funcionário tiver
25/3/2002.) desempenhado, mediante autorização do Governo
Art. 88 - Serão considerados de efetivo exercício do Estado, cargos ou funções federais, estaduais ou
para os efeitos do artigo anterior os dias em que o municipais;
funcionário estiver afastado do serviço em virtude f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário,
de: mediante a autorização do Governo do Estado, às
I - férias e férias-prêmio; organizações autárquicas e paraestatais;
II - casamento, até oito dias; g) o período relativo à disponibilidade remunerada;
III - luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe h) o período em que o funcionário tiver
e irmão até oito dias; desempenhado mandato eletivo federal, estadual ou
IV - exercício de outro cargo estadual, de provimento municipal, antes de haver ingressado ou de haver
em comissão; sido readmitido nos quadros do funcionalismo
V - convocação para serviço militar; estadual.
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; (Alínea acrescentada pelo art. 37 da Lei nº 2.001, de
VII - exercício de funções de governo ou 17/11/1959)
administração em qualquer parte do território (Alínea com redação dada pelo art. 3º da Lei nº
estadual, por nomeação do Governador do Estado; 2.327, de 07/01/1961.)
VIII - exercício de funções de governo ou Parágrafo único - O tempo de serviço, a que se
administração em qualquer parte do território referem as alíneas "e" e "f" será computado à vista
nacional, por nomeação do Presidente da República; de certidão passada pela autoridade competente.
IX - desempenho de mandato eletivo federal, (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 937,
estadual ou municipal; de 18/6/1953.)
X - licença ao funcionário acidentado em serviço ou (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
atacado de doença profissional; Gerais.)
XI - licença à funcionária gestante; (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
XII - missão ou estudo de interesse da administração, Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
noutros pontos do território nacional ou no (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
estrangeiro, quando o afastamento houver sido 25/3/2002.)
expressamente autorizado pelo Governador do Art. 90 - É vedado a acumulação de tempo de serviço
Estado. simultaneamente prestado, em dois ou mais cargos
Parágrafo único - Para efeito de promoção por ou funções, à União, ao Estado, aos Municípios e às
antigüidade, computar-se-á, como de efetivo autarquias.
exercício, o período de licença para tratamento de (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
saúde. Gerais.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
Gerais.) Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) 25/3/2002.)
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de Art. 91 - Para nenhum efeito será computado o
25/3/2002.) tempo de serviço gratuito, salvo o prestado a título
Art. 89 - Na contagem de tempo para os efeitos de de aprendizado em serviço público.
aposentadoria, computar-se-á integralmente: (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
a) o tempo de serviço público prestado à União, aos Gerais.)
Municípios do Estado, às entidades autárquicas e (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
paraestatais da União e do Estado; Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
nas Forças Aéreas e nas Auxiliares, prestado durante 25/3/2002.)
a paz, computando-se pelo dobro o tempo em
operações de guerra; TÍTULO V
c) o número de dias em que o funcionário houver Da Freqüência e do Horário
trabalhado como extranumerário ou sob outra Art. 92 - O expediente normal das repartições
qualquer forma de admissão, desde que públicas será estabelecido pelo Governo, em
remunerado pelos cofres públicos; decreto, no qual a determinará o número de horas
Estado, poderão ser aposentados, se o requererem, consecutivos ou não, mesmo que, ao aposentar-se,
com o vencimento ou a remuneração calculados de o funcionário já esteja fora daquele exercício.
acordo com o disposto nos itens III e IV do art. 110. § 1º - No caso da letra "b" deste artigo, quando mais
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 4.065, de um cargo ou função tenha sido exercido, serão
de 28/12/1965.) atribuídas as vantagens de maior padrão desde que
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) lhe corresponda um exercício mínimo de dois anos;
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas fora dessa hipótese, atribuir-se-ão as vantagens do
Gerais.) cargo ou função de remuneração imediatamente
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais inferior.
Transitórias.) § 2º - A aplicação do regime estabelecido neste
(Vide art. 36 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.) artigo exclui as vantagens instituídas no art. 117,
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei salvo o direito de opção.”
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
Art. 109 - A aposentadoria dependente de inspeção (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
médica só será decretada depois de verificada a Gerais.)
impossibilidade de readaptação do funcionário. (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Transitórias.)
Gerais.) (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Transitórias.) Art. 112 - O funcionário interino não poderá ser
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei aposentado, exceto no caso previsto no art. 108,
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) alíneas "d" e "e".
Art. 110 - Os proventos da aposentadoria serão (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
integrais: Gerais.)
I - se o funcionário contar 30 anos de efetivo (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
exercício; Transitórias.)
II - quando ocuparem as hipóteses das alíneas "c", (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
"d" e "e" do art. 108, e parágrafo 8º do mesmo Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
artigo; Art. 113 - Os proventos da inatividade serão revistos
III - proporcional ao tempo de serviço na razão de sempre que, por motivo de alteração de poder
tantos avos por ano quantos os anos necessários de aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos
permanência no serviço, nos casos previstos nos dos funcionários em atividade.
parágrafos 6º e 7º do art. 108; (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
IV - proporcional ao tempo de serviço na razão de um (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
trinta avos por ano, sobre o vencimento ou Gerais.)
remuneração de atividade, nos demais casos. (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) Transitórias.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
Gerais.) Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Art. 114 - (Vetado).
Transitórias.) (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Gerais.)
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Art. 111 - (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1.435, de Transitórias.)
30/1/1956.) (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
Dispositivo revogado: Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
“Art. 111 - O funcionário que contar 30 anos de Art. 115 - Os vencimentos da aposentadoria não
serviço público será aposentado desde que o poderão ser superiores ao vencimento ou
requeira: remuneração da atividade, nem inferiores a um
a) com as vantagens da comissão ou função terço.
gratificada em cujo exercício se achar, desde que o (Vide § 4º da alínea “d” do inciso III do art. 36 da
exercício abranja, sem interrupção, os seis anos Constituição do Estado de Minas Gerais.)
anteriores; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
b) com idênticas vantagens, desde que o exercício do Gerais.)
cargo em comissão ou da função gratificada tenha (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
compreendido um período de dez anos, Transitórias.)
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(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) 25/3/2002.)
Art. 116 - Serão incorporados aos vencimentos, para Art. 119 - Excetuados os casos expressamente
efeito de aposentadoria: previstos no artigo anterior, o funcionário não
a) os adicionais por tempo de serviço; poderá receber, a qualquer título, seja qual for o
b) adicional de família extinguindo-se à medida que motivo ou a forma de pagamento, nenhuma outra
os filhos, existentes ao tempo da aposentadoria, vantagem pecuniária dos órgãos ou serviços
forem atingindo o limite de idade estabelecida no públicos, das entidades autárquicas ou paraestatais,
art. 126, nº II; ou organizações públicas, em razão de seu cargo ou
c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de função, nos quais tenha sido mandado servir, ou
16/10/1964.) ainda de particular.
Dispositivo revogado: (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
“c) a gratificação de função, nos termos do art. 143, Gerais.)
letra "g".” (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
d) (Vetado). 25/3/2002.)
(Vide arts. 7° e 36 da Constituição do Estado de CAPÍTULO II
Minas Gerais.) Do Vencimento e da Remuneração
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Art. 120 - Vencimento é a retribuição paga ao
Transitórias.) funcionário pelo efetivo exercício do cargo
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei correspondente ao padrão fixado em lei.
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição
Art. 117 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de do Estado de Minas Gerais.)
16/10/1964.) Art. 121 - Remuneração é a retribuição paga ao
Dispositivo revogado: funcionário pelo efetivo exercício do cargo
“Art. 117 - O funcionário que contar 30 (trinta) anos correspondente ao padrão de vencimento e mais as
de exercício no serviço público será aposentado com quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe tenham
os proventos acrescidos de 15% (quinze por cento), sido atribuídas.
não podendo este aumento, no entanto, exceder de (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição
Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) mensais.” do Estado de Minas Gerais.)
(Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 937, Art. 122 - Somente nos casos previstos em lei poderá
de 18/6/1953.) perceber vencimento ou remuneração o funcionário
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas que não estiver no exercício do cargo.
Gerais.) (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais do Estado de Minas Gerais.)
Transitórias.) Art. 123 - O funcionário nomeado para exercer cargo
(Vide art. 7º ao 15, 47, 74, 75 e 76 da Lei isolado, provido em comissão, perderá o vencimento
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) ou remuneração ao cargo efetivo, salvo opção.
TÍTULO VII (Vide art. 8° da Lei nº 9.263, de 11/9/1986.)
Dos Direitos, Vantagens e Concessões (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição
CAPÍTULO I do Estado de Minas Gerais.)
Disposições Gerais (Vide art. 7° da Lei nº 10.363, de 27/12/1990.)
Art. 118 - Além de vencimento ou da remuneração Art. 124 - O vencimento ou a remuneração dos
do cargo o funcionário poderá auferir as seguintes funcionários não poderão ser objeto de arresto,
vantagens: seqüestro ou penhora, salvo quando se tratar:
I - ajuda de custo; I - de prestação de alimentos, na forma da lei civil;
II - diárias; II - de dívida à Fazenda Pública.
III - auxílio para diferença de caixa; (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição
IV - abono de família; do Estado de Minas Gerais.)
V - gratificações; Art. 125 - A partir da data da publicação do decreto
VI - honorários; que o promover, ao funcionário, licenciado ou não,
(Vide art. 11 da Lei nº 18.384, de 15/9/2009.) ficarão assegurados os direitos e o vencimento ou a
VII - quotas-partes e percentagens previstas em lei; remuneração decorrentes da promoção.
VIII - adicionais previstos em lei. (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas do Estado de Minas Gerais.)
Gerais.) CAPÍTULO III
Do Abono de Família
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I - o funcionário que não seguir para a nova sede (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº
dentro dos prazos determinados; 7.179, de 19/12/1977.)
II - o funcionário que, antes de terminado o Art. 140 - O pagamento de diária, que pode ser feito
desempenho da incumbência que lhe foi cometida, antecipadamente, destina-se a indenizar o
regressar da nova sede, pedir exoneração ou funcionário por despesas com alimentação e
abandonar o serviço. pousada, devendo ocorrer por dia de afastamento e
§ 1º - A restituição será feita parceladamente, salvo pelo valor fixado no regulamento.
no caso de recebimento indevido, em que a § 1º - A diária é integral quando o afastamento se der
importância correspondente será descontada por mais de doze horas e exigir pousada paga pelo
integralmente do vencimento ou remuneração, sem funcionário.
prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na § 2º - Ocorrendo afastamento por até doze horas, é
espécie. devida apenas a parcela da diária relativa a
§ 2º - A responsabilidade pela restituição de que alimentação.
trata este artigo atinge exclusivamente a pessoa do (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº
funcionário. 7.179, de 19/12/1977.)
§ 3º - Se o regresso do funcionário for determinado Art. 141 - É vedado o pagamento de diária
pela autoridade competente, ou, em caso de pedido cumulativamente com qualquer outra retribuição de
de exoneração, apresentado pelo menos noventa caráter indenizatório de despesa com alimentação e
dias após seus exercício na nova sede, ou doença pousada.
comprovada, não ficará ele obrigado a restituir a (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº
ajuda de custo. 7.179, de 19/12/1977.)
Art. 137 - O transporte do funcionário e de sua Art. 142 - Constitui infração disciplinar grave, punível
família compreende passagens e bagagens, na forma da lei, conceder ou receber diária
observado, quanto a estas, o limite estabelecido no indevidamente.
regulamento próprio. (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº
§ 1º - Poderá ainda ser fornecida passagem a um 7.179, de 19/12/1977.)
serviçal que acompanhe o funcionário. CAPÍTULO VII
§ 2º - O funcionário será obrigado a repor a Das Gratificações
importância correspondente ao transporte Art. 143 - Será concedida gratificação ao funcionário:
irregularmente requisitado, além de sofrer a pena a) pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
disciplinar que for aplicável. b) pela execução de trabalho de natureza especial,
Art. 138 - Compete ao Governador do Estado arbitrar com risco de vida ou saúde;
a ajuda de custo que será paga ao funcionário c) pela elaboração de trabalho técnico ou científico
designado para serviço ou estudo fora do Estado. de utilidade para o serviço público;
Parágrafo único - A ajuda de custo, de que trata este d)de representação, quando em serviço ou estudo
artigo, não poderá ser inferior a um mês de no estrangeiro ou no país;
vencimento ou remuneração do funcionário. e) quando regularmente nomeado ou designado
CAPÍTULO VI para fazer parte do órgão legal de deliberação
Das Diárias coletiva ou para cargo ou função de confiança;
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) f) pela prestação de serviço extraordinário;
Art. 139 - O funcionário que se deslocar de sua sede, g) de função de chefia prevista em lei;
eventualmente e por motivo de serviço, faz jus à h) adicional por tempo de serviço, nos termos de lei.
percepção de diária, nos termos de regulamento. § 1º - A gratificação a que se refere a alínea "e" deste
§ 1º - A diária não é devida: artigo será fixada no limite máximo de um terço do
1) no período de trânsito, ao funcionário removido vencimento ou remuneração.
ou transferido. § 2º - Será estabelecido em decreto o quanto das
2) quando o deslocamento do funcionário durar gratificações a que se referem as alíneas "a" e "b"
menos de seis horas; deste artigo.
3) quando o deslocamento se der para a localidade Art. 144 - A gratificação pelo exercício em
onde o funcionário resida; determinadas zonas ou locais e pela execução de
4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, trabalhos de natureza especial, com risco da vida ou
salvo se a permanência do funcionário fora da sede da saúde, será determinada em lei.
nesses dias for conveniente ou necessária ao serviço. Art. 145 - A gratificação pela elaboração de trabalho
§ 2º - Sede é a localidade onde o funcionário tem técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço
exercício. público, será arbitrada pelo Governador do Estado,
após sua conclusão.
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f) júri e outros serviços obrigatórios por lei; Art. 162 - Finda a licença, o funcionário deverá
g) exercício de funções de governo ou administração reassumir, imediatamente, o exercício do cargo, se
em qualquer parte do território estadual, por assim concluir o laudo de inspeção médica, salvo
nomeação do Governo do Estado. caso de prorrogação, mesmo sem o despacho final
§ 3º - O servidor público terá, automaticamente, desta.
contado em dobro, para fins de aposentadoria e (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
vantagens dela decorrentes, o tempo de férias- 25/3/2002.)
prêmio não gozadas. Art. 163 - As licenças concedidas dentro de sessenta
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 3.579, dias contados da terminação da anterior serão
de 19/11/1965.) consideradas como prorrogação.
(Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
Minas Gerais.) 25/3/2002.)
Art. 157 - O pedido de concessão de férias-prêmio Art. 164 - O funcionário não poderá permanecer em
deverá ser instruído com certidão de contagem de licença por prazo superior a 24 meses salvo o
tempo fornecida pela repartição competente. portador de tuberculose, lepra ou pênfigo foliáceo,
Parágrafo único - Considera-se repartição que poderá ter mais três prorrogações de 12 meses
competente para tal fim aquela que dispuser de cada uma, desde que, em exames periódicos anuais,
elementos para certificar o tempo de serviço não se tenha verificado a cura.
mediante fichas oficiais cópias de folhas de (Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 937,
pagamento ou registro de ponto. de 18/6/1953.)
(Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de (Vide arts. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de
Minas Gerais.) 25/3/2002.)
CAPÍTULO XI Art. 165 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo
Das Licenças anterior, o funcionário será submetido a inspeção
SEÇÃO I médica e aposentado, se for considerado
Disposições Gerais definitivamente inválido para o serviço público em
Art. 158 - O funcionário poderá ser licenciado: geral.
I - para tratamento de saúde; (Vide art. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de
II - quando acidentado no exercício de suas 25/3/2002.)
atribuições ou atacado de doença profissional; Art. 166 - O funcionário poderá gozar licença onde
III - por motivo de doença em pessoa de sua família; lhe convier, ficando obrigado a comunicar, por
IV - no caso previsto no art. 175; escrito, o seu endereço ao chefe a que estiver
V - quando convocado para serviço militar; imediatamente subordinado.
VI - para tratar de interesses particulares; (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
VII - no caso previsto no art. 186. 25/3/2002.)
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de Art. 167 - O funcionário acidentado no exercício de
25/3/2002.) suas atribuições terá assistência hospitalar, médica e
Art. 159 - Aos funcionários interinos e aos em farmacêutica dada a custa do Instituto de
comissão não será concedida licença para tratar de Previdência dos Servidores do Estado de Minas
interesses particulares. Gerais.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
25/3/2002.) 25/3/2002.)
Art. 160 - A competência para a concessão de licença SEÇÃO II
para tratamento de saúde será definida em Licença para Tratamento de Saúde
regulamento próprio. Art. 168 - A licença para tratamento de saúde será
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de concedida a pedido do funcionário ou "ex-officio".
25/3/2002.) Parágrafo único - Num e noutro caso de que cogita
Art. 161 - A licença dependente de inspeção médica este artigo é indispensável a inspeção médica, que
será concedida pelo prazo indicado no respectivo deverá realizar-se, sempre que necessária, na
laudo. residência do funcionário.
Parágrafo único - Antes de findo esse prazo o (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
funcionário será submetido a nova inspeção e o 25/3/2002.)
laudo médico concluirá pela sua volta ao serviço, Art. 169 - O funcionário licenciado para tratamento
pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria. de saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de remunerada.
25/3/2002.)
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(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 937, § 1º - A licença só poderá ser concedida para o
de 18/6/1953.) período que compreenda, tanto quanto possível, os
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de últimos quarenta e cinco dias da gestação e o
25/3/2002.) puerpério.
Art. 170 - Quando licenciado para tratamento de § 2º - A licença deverá ser requerida até o oitavo mês
saúde, acidente no serviço de suas atribuições, ou da gestação, competindo à junta médica fixar a data
doença profissional, o funcionário receberá do seu início.
integralmente o vencimento ou a remuneração e § 3º - O pedido encaminhado depois do oitavo mês
demais vantagens. da gestação será prejudicado quanto à duração da
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de licença, que se reduzirá dos dias correspondentes ao
25/3/2002.) atraso na formulação do pedido.
Art. 171 - O funcionário licenciado para tratamento § 4º - Se a criança nascer viva, prematuramente,
de saúde é obrigado a reassumir o exercício, se for antes que a funcionária tenha requerido a licença, o
considerado apto em inspeção médica "ex-officio". início desta será a partir da data do parto.
Parágrafo único - O funcionário poderá desistir da (Vide arts. 17 e 70 da Lei Complementar nº 64, de
licença desde que, mediante inspeção médica, seja 25/3/2002.)
julgado apto para o exercício. SEÇÃO IV
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
25/3/2002.) Família
Art. 172 - O funcionário atacado de tuberculose Art. 176 - O funcionário poderá obter licença por
ativa, cardiopatia descompensada, alienação motivo de doença na pessoa do pai, mãe, filhos ou
mental, neoplasia maligna, leucemia, cegueira, cônjuge de que não esteja legalmente separado.
lepra, pênfigo foliáceo ou paralisia que o impeça de § 1º - (Vetado).
locomover-se, será compulsoriamente licenciado, § 2º - Provar-se-á a doença mediante inspeção
com vencimento ou remuneração integral e demais médica, na forma prevista em lei, para a licença de
vantagens. que trata o artigo.
Parágrafo único - Para verificação das moléstias § 3º - (Vetado).
referidas neste artigo, a inspeção médica será feita SEÇÃO V
obrigatoriamente por uma junta médica oficial, de Licença para Serviço Militar
três membros, todos presentes. Art. 177 - Ao funcionário que for convocado para o
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de serviço militar e outros encargos de segurança
25/3/2002.) nacional, será concedida licença com vencimento ou
Art. 173 - O funcionário, durante a licença, ficar remuneração e demais vantagens, descontada
obrigado a seguir rigorosamente o tratamento mensalmente a importância que receber na
médico adequado à doença, sob pena de lhe ser qualidade de incorporado.
suspenso o pagamento de vencimento ou § 1º - A licença será concedida mediante
remuneração. comunicação do funcionário ao chefe da repartição
§ 1º - No caso de alienado mental, responderá o ou do serviço, acompanhada de documento oficial
curador pela obrigação de que trata este artigo. de que prove a incorporação.
§ 2º - A repartição competente fiscalizará a § 2º - O funcionário desincorporado reassumirá
observância do disposto neste artigo. imediatamente o exercício, sob pena de perda do
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de vencimento ou remuneração e, se a ausência
25/3/2002.) exceder a trinta dias, de demissão, por abandono do
Art. 174 - A licença será convertida em cargo.
aposentadoria, na forma do art. 165, e antes do § 3º - Tratando-se de funcionário cuja incorporação
prazo nele estabelecido, quando assim opinar a junta tenha perdurado pelo menos um ano, o chefe da
médica, por considerar definitiva, para o serviço repartição ou serviço a que tiver de se apresentar o
público em geral, a invalidez do funcionário. funcionário poderá conceder-lhe o prazo de quinze
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de dias para reassumir o exercício, sem perda de
25/3/2002.) vencimento ou remuneração.
SEÇÃO III § 4º - Quando a desincorporação se verificar em
Licença à Funcionária Gestante lugar diverso do exercício, os prazos para a
Art. 175 - À funcionária gestante será concedida, apresentação do funcionário à sua repartição ou
mediante inspeção médica, licença, por três meses, serviço serão os marcados no artigo 70.
com vencimento ou remuneração e demais Art. 178 - Ao funcionário que houver feito curso para
vantagens. oficial da reserva das forças armadas, será também
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concedida licença com vencimento ou remuneração sem vencimento ou remuneração, quando o marido
e demais vantagens durante os estágios prescritos for mandado servir, independentemente de
pelos regulamentos militares, quando por estes não solicitação, em outro ponto do Estado ou do
tiver direito àquele pagamento, assegurado, em território nacional ou no estrangeiro.
qualquer caso, o direito de opção. Parágrafo único - A licença será concedida mediante
SEÇÃO VI pedido, devidamente instruído, e vigorará pelo
Licença para Tratar de Interesses Particulares tempo que durar a comissão ou nova função do
Art. 179 - Depois de dois anos de exercício, o marido.
funcionário poderá obter licença, sem vencimento CAPÍTULO XII
ou remuneração, para tratar de interesses Da Estabilidade
particulares. Art. 187 - O funcionário adquirirá estabilidade depois
§ 1º - A licença poderá ser negada quando o de:
afastamento do funcionário for inconveniente ao I - dois anos de exercício, quando nomeado em
interesse do serviço. virtude de concurso;
§ 2º - O funcionário deverá aguardar em exercício a (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas
concessão da licença. Gerais.)
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de II - cinco anos de exercício, o efetivo nomeado sem
25/3/2002.) concurso.
Art. 180 - Não será concedida licença para tratar de Parágrafo único - Não adquirirão estabilidade,
interesses particulares ao funcionário nomeado, qualquer que seja o tempo de serviço o funcionário
removido ou transferido, antes de assumir o interino e no cargo em que estiver substituindo ou
exercício. comissionado, o nomeado em comissão ou em
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de substituição.
25/3/2002.) (Vide art. 5° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
Art. 181 - Não será, igualmente, concedida licença (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
para tratar de interesses particulares ao funcionário Constitucionais Transitórias.)
que, a qualquer título, estiver ainda obrigado a Art. 188 - Para fins de aquisição de estabilidade, só
indenização ou devolução aos cofres públicos. será contado o tempo de serviço efetivo, prestado
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de em cargos estaduais.
25/3/2002.) Parágrafo único - Desligando-se do serviço público
Art. 182 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de estadual e sendo readmitido ou nomeado para outro
11/7/1972.) cargo estadual, a contagem de tempo será feita, para
Dispositivo revogado: fim de estabilidade, na data da nova posse.
“Art. 182 - Só poderá ser concedida nova licença para (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas
tratar de interesses particulares, depois de Gerais.)
decorridos dois anos da terminação da anterior.” (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de Constitucionais Transitórias.)
25/3/2002.) Art. 189 - Os funcionários públicos perderão o cargo:
Art. 183 - O funcionário poderá, a qualquer tempo, I - quando vitalícios, somente em virtude de
reassumir o exercício desistindo da licença. sentença judiciária;
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de II - quando estáveis, no caso do número anterior, no
25/3/2002.) de extinguir o cargo ou no de serem demitidos
Art. 184 - A autoridade que houver concedido a mediante processo administrativo em que se lhes
licença poderá, a todo tempo, desde que o exija o tenha assegurada ampla defesa.
interesse do serviço público, cassá-la, marcando Parágrafo único - A estabilidade não diz respeito ao
razoável prazo para que o funcionário licenciado cargo, ressalvando-se à administração o direito de
reassuma o exercício. readaptar o funcionário em outro cargo, removê-lo,
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de transferi-lo ou transformar o cargo, no interesse do
25/3/2002.) serviço.
Art. 185 - (Vetado). (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de Gerais.)
25/3/2002.) (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
SEÇÃO VII Constitucionais Transitórias.)
Licença à Funcionária Casada com Funcionário CAPÍTULO XIII
Art. 186 - A funcionária casada com funcionário Da Disponibilidade
estadual, federal ou militar, terá direito a licença,
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Art. 190 - Quando se extinguir o cargo, o funcionário remessa do processo, se houver, ao juiz competente,
estável ficará em disponibilidade remunerada, com como peça instrutiva da ação judicial.
vencimento ou remuneração integrais e demais Art. 198 - São fatais e improrrogáveis os prazos
vantagens, até o seu obrigatório aproveitamento em estabelecidos neste capítulo.
outro cargo de natureza, vencimentos ou CAPÍTULO XV
remuneração compatíveis com o que ocupava. Da Acumulação
(Vide § 3º do inciso III do art. 35 da Constituição do (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
Estado de Minas Gerais.) Art. 199 - É vedada a acumulação de cargo, exceto as
CAPÍTULO XIV previstas nos artigos 61, número I e 137, da
Do Direito de Petição Constituição Estadual.
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) (Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas
Art. 191 - É assegurado ao funcionário o direito de Gerais.)
requerer ou representar. Art. 200 - É vedada, ainda, a acumulação de funções
Art. 192 - O requerimento será dirigido à autoridade ou de cargos e funções do Estado, ou do Estado com
competente para decidi-lo e encaminhado por os da União ou Município e com os das entidades
intermédio daquela a que estiver imediatamente autárquicas.
subordinado o requerente. Parágrafo único - Não se compreende na proibição
Art. 193 - O pedido de reconsideração será dirigido à deste artigo a acumulação de cargo ou função com a
autoridade que houver expedido o ato ou proferido gratificação de função.
a primeira decisão, não podendo ser renovado. (Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas
Parágrafo único - O requerimento e o pedido de Gerais.)
reconsideração de que tratam os artigos anteriores CAPÍTULO XVI
deverão ser despachados no prazo de cinco dias e Das Concessões
decididos dentro de trinta, improrrogáveis. (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
Art. 194 - Caberá recurso: Art. 201 - Sem prejuízo do vencimento, remuneração
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; ou qualquer outro direito ou vantagem legal, o
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente funcionário poderá faltar ao serviço até oito dias
interpostos. consecutivos por motivo de:
§ 1º - O recurso será dirigido à autoridade a) casamento;
imediatamente superior à que tiver expedido o ato b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos.
ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala Art. 202 - Ao funcionário licenciado para tratamento
ascendente, às demais autoridades. de saúde poderá ser concedido transporte, inclusive
§ 2º - No encaminhamento do recurso observar-se-á para as pessoas de sua família, por conta do Estado,
o disposto na parte final do art. 192. fora da sede de serviço, se assim o exigir o laudo
Art. 195 - Os pedidos de reconsideração e os médico oficial.
recursos que não têm efeito suspensivo; os que Art. 203 - Poderá ser concedido transporte à família
forem providos, porém, darão lugar às retificações do funcionário, quando este falecer fora da sede de
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do seus trabalhos, no desempenho de serviço.
ato impugnado, desde que outra solução jurídica não Art. 204 - (Revogado pelo art. 6º da Lei
determine a autoridade, quanto aos efeitos relativos Complementar nº 70, de 30/7/2003.)
ao passado. Dispositivo revogado:
Art. 196 - O direito de pleitear na esfera “Art. 204 - Ao cônjuge, ou, na falta deste, à pessoa
administrativa prescreverá, em geral, nos mesmos que provar ter feito despesas em virtude do
prazos fixados para as ações próprias cabíveis no falecimento do funcionário na ativa ou em
judiciário, quanto à espécie. disponibilidade, será concedida, a título de funeral,
Parágrafo único - Se não for o caso de direito que dê importância correspondente a um mês de
oportunidade à ação judicial, prescreverá a vencimento ou remuneração.
faculdade de pleitear na esfera administrativa, § 1º - A despesa correrá pela dotação própria do
dentro de 120 dias a contar da data da publicação cargo, não podendo, por esse motivo, o nomeado,
oficial do ato impugnado ou, quando este for da para preenchê-lo, entrar em exercício antes de
natureza reservada, da data da ciência do decorridos trinta dias do falecimento do seu
interessado. antecessor.
Art. 197 - O funcionário que se dirigir ao Poder § 2º - O pagamento será efetuado, pela respectiva
Judiciário ficará obrigado a comunicar essa iniciativa repartição pagadora, no dia em que lhe forem
a seu chefe imediato para que este providencie a apresentados o atestado de óbito, se houver
Art. 231 - As decisões serão sempre publicadas no Art. 237 - O requerimento será dirigido ao
órgão oficial, dentro do prazo de oito dias. Governador do Estado, que o despachará à
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de repartição onde se originou o processo.
Minas Gerais.) Parágrafo único - Se o Governador do Estado julgar
Art. 232 - Quando ao funcionário se imputar crime insuficientemente instruído o pedido de revisão,
praticado na esfera administrativa, a autoridade que indeferi-lo-á "in limine".
determinar a instauração do processo administrativo Art. 238 - Recebido o requerimento despachado pelo
providenciará para que se instaure simultaneamente Governador do Estado, o chefe da repartição o
o inquérito policial. distribuirá a uma comissão composta de três
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de funcionários de categoria igual ou superior à do
Minas Gerais.) acusado, indicando o que deve servir de presidente,
Art. 233 - Quando a infração estiver capitulada na lei para processar a revisão.
penal, será remetido o processo à autoridade Art. 239 - O requerimento será apenso ao processo
competente, ficando traslado na repartição. ou à sua cópia (art. 233) marcando-se ao interessado
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de o prazo de dez dias para contestar os fundamentos
Minas Gerais.) da acusação constantes do mesmo processo.
Art. 234 - No caso de abandono do cargo ou função, § 1º - É impedido de funcionar na revisão quem
de que cogita o art. 249, II, deste Estatuto, o compôs a comissão do processo administrativo.
presidente da comissão de processo promoverá a § 2º - Se o acusado pretender apresentar prova
publicação, no órgão oficial, de editais de testemunhal deverá arrolar os nomes no
chamamento, pelo prazo de vinte dias, se o requerimento de revisão.
funcionário estiver ausente do serviço, em edital de § 3º - O presidente da comissão de revisão designará
citação, pelo mesmo prazo, se já tiver reassumido o um de seus membros para secretariá-la.
exercício. (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de
Parágrafo único - Findo o prazo fixado neste artigo, 30/7/2003.)
será dado início ao processo normal, com a Art. 240 - Concluída a instrução do processo, será
designação de defensor "ex-officio", se não ele, dentro de dez dias, encaminhado com relatório
comparecer o funcionário, e, não tendo sido feita a da comissão ao Governador do Estado, que o julgará.
prova da existência de força-maior ou de coação Parágrafo único - Para esse julgamento, o
ilegal, a comissão proporá a expedição do decreto de Governador do Estado terá o prazo de vinte dias,
demissão, na conformidade do art. 249, item II. podendo antes determinar diligências que entenda
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de necessárias ao melhor esclarecimento do processo.
Minas Gerais.) Art. 241 - Julgando procedente a revisão, o
SEÇÃO II Governador do Estado tornará sem efeito as
Revisão do Processo Administrativo penalidades aplicadas ao acusado.
(Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de Art. 242 - O julgamento favorável do processo
30/7/2003.) implicará também o restabelecimento de todos os
Art. 235 - A qualquer tempo pode ser requerida a direitos perdidos em conseqüência da penalidade
revisão de processo administrativo, em que se impôs aplicada.
a pena de suspensão, multa, destituição de função, Art. 243 - Quando o acusado pertencer ou houver
demissão a bem do serviço público, desde que se pertencido a órgão diretamente subordinado ao
aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de Governador do Estado, ao Secretário de Estado dos
justificar a inocência do acusado. Negócios do Interior, competirá despachar o
Parágrafo único - Tratando-se de funcionário requerimento de revisão e julgá-lo, afinal.
falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser CAPÍTULO V
requerida por qualquer pessoa relacionada no Das Penalidades
assentamento individual. (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
(Vide Lei nº 14.184, de 31/1/2002. Art. 244 - São penas disciplinares:
Art. 236 - Além das peças necessárias à comprovação I - Repreensão;
dos fatos argüidos, o requerimento será II - Multa;
obrigatoriamente instruído com certidão do III - Suspensão;
despacho que impôs a penalidade. IV - Destituição de função;
Parágrafo único - Não constitui fundamento para V - Demissão;
revisão a simples alegação de injustiça da VI - Demissão a bem do serviço público.
penalidade. Parágrafo único - A aplicação das penas disciplinares
não se sujeita à seqüência estabelecida neste artigo,
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mas é autônoma, segundo cada caso e consideradas a) dois conceitos sucessivos de desempenho
a natureza e a gravidade da infração e os danos que insatisfatório;
dela provierem para o serviço público. b) três conceitos interpolados de desempenho
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do insatisfatório em cinco avaliações consecutivas; ou
Estado de Minas Gerais.) c) quatro conceitos interpolados de desempenho
Art. 245 - A pena de repreensão será aplicada por insatisfatório em dez avaliações consecutivas.
escrito em caso de desobediência ou falta de Parágrafo único. Receberá conceito de desempenho
cumprimento de deveres. insatisfatório o servidor cuja avaliação total,
Parágrafo único - Havendo dolo ou má-fé, a falta de considerados todos os critérios de julgamento
cumprimento de deveres, será punida com a pena de aplicáveis em cada caso, seja inferior a 50%
suspensão. (cinqüenta por cento) da pontuação máxima
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do admitida.
Estado de Minas Gerais.) (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei
Art. 246 - A pena de suspensão será aplicada em Complementar nº 71, de 30/7/2003.)
casos de: (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
I - Falta grave; Estado de Minas Gerais.)
II - Recusa do funcionário em submeter-se à inspeção (Vide art. 24 da Lei Complementar nº 81, de
médica quando necessária; 10/8/2004.)
III - Desrespeito às proibições consignadas neste Art. 250 - Será aplicada a pena de demissão a bem
Estatuto; do serviço ao funcionário que:
IV - Reincidência em falta já punida com repreensão; I - for convencido de incontinência pública e
V - Recebimento doloso e indevido de vencimento, escandalosa, de vício de jogos proibidos e de
ou remuneração ou vantagens; embriaguez habitual;
VI - Requisição irregular de transporte; II - praticar crime contra a boa ordem e
VII - Concessão de laudo médico gracioso. administração pública e a Fazenda Estadual;
§ 1º - A pena de suspensão não poderá exceder de III - revelar segredos de que tenha conhecimento em
noventa dias. razão do cargo ou função, desde que o faça
§ 2º - O funcionário suspenso perderá todas as dolosamente e com prejuízo para o Estado ou
vantagens e direitos decorrentes do exercício do particulares;
cargo. IV - praticar, em serviço, ofensas físicas contra
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do funcionários ou particulares, salvo se em legítima
Estado de Minas Gerais.) defesa;
Art. 247 - A pena de multa será aplicada na forma e V - lesar os cofres públicos ou delapidar o patrimônio
nos casos expressamente previstos em lei ou do Estado;
regulamento. VI - receber ou solicitar propinas, comissões,
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do presentes ou vantagens de qualquer espécie.
Estado de Minas Gerais.) (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 248 - A destituição de função dar-se-á: Estado de Minas Gerais.)
I - quando se verificar a falta de exação no seu Art. 251 - O ato que demitir o funcionário
desempenho; mencionará sempre a disposição legal em que se
II - quando se verificar que, por negligência ou fundamenta.
benevolência, o funcionário contribuiu para que se Parágrafo único - Uma vez submetidos a processo
não apurasse, no devido tempo, a falta de outro. administrativo, os funcionários só poderão ser
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do exonerados depois da conclusão do processo e de
Estado de Minas Gerais.) reconhecida a sua culpabilidade.
Art. 249 - A pena de demissão será aplicada ao (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
servidor que: Estado de Minas Gerais.)
I - acumular, ilegalmente, cargos, funções ou cargos Art. 252 - Para aplicação das penas do art. 244 são
com funções; competentes:
II - incorrer em abandono de cargo ou função pública I - o chefe do Governo, nos casos de demissão;
pelo não comparecimento ao serviço sem causa II - os Secretários de Estado e Diretores de
justificada por mais de trinta dias consecutivos ou Departamentos diretamente subordinados ao
mais de noventa dias não consecutivos em um ano; Governador do Estado, nos casos de suspensão por
III - aplicar indevidamente dinheiros públicos; mais de trinta dias;
IV - exercer a advocacia administrativa; III - os chefes de Departamentos, nos casos de
V - receber em avaliação periódica de desempenho: repreensão e suspensão até trinta dias.
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Parágrafo único - A aplicação da pena de destituição Art. 255 - O funcionário que não entrar em exercício
de função caberá à autoridade que houver feito a dentro do prazo será demitido do cargo ou
designação. destituído da função.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Estado de Minas Gerais.) Estado de Minas Gerais.)
Art. 253 - Deverão constar do assentamento Art. 256 - Terá cassada a licença e será demitido do
individual todas as penas impostas ao funcionário, cargo o funcionário licenciado para tratamento de
inclusive as decorrentes da falta de comparecimento saúde que se dedicar a qualquer atividade
às sessões do júri para que for sorteado. remunerada.
§ 1º - Além da pena judicial que couber, serão (Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 937,
considerados como de suspensão os dias em que o de 18/6/1953.)
funcionário deixar de atender às convocações do (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
juiz, sem motivo justificado. Estado de Minas Gerais.)
§ 2º - O funcionário poderá requerer reabilitação Art. 257 - Será cassada, por decreto do Governador
administrativa, que consiste na retirada, dos do Estado, a aposentadoria ou disponibilidade, se
registros funcionais, das anotações das penas de ficar provado, em processo, que o aposentado ou
repreensão, multa, suspensão e destituição de funcionário em disponibilidade:
função, observado o decurso de tempo assim I - praticou, quando em atividade, qualquer dos atos
estabelecido: para os quais é cominada neste Estatuto a pena de
1 - três (3) anos para as penas de suspensão demissão, ou de demissão a bem do serviço público;
compreendidas entre sessenta (60) a noventa (90) II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
dias ou destituição de função; III - aceitou representação de Estado estrangeiro,
2 - dois (2) anos para as penas de suspensão sem prévia autorização do Governador do Estado;
compreendidas entre trinta (3) e sessenta (60) dias; IV - praticou a usura, em qualquer de suas formas.
3 - um (1) ano para as penas de suspensão de um (1) Parágrafo único - Será igualmente cassada a
a trinta (30) dias, repreensão ou multa. disponibilidade do servidor que não assumir, no
§ 3º - Os prazos a que se refere o parágrafo anterior prazo legal, o cargo ou função em que for
serão contados a partir do cumprimento integral das aproveitado.
respectivas penalidades. (Artigo com redação dada pelo art. 4º da Lei nº
§ 4º - A reabilitação administrativa estende-se ao 2.364, de 13/1/1961.)
aposentado, desde que ocorram os requisitos a ela (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
vinculados. Estado de Minas Gerais.)
§ 5º - Em nenhum caso a reabilitação importará Art. 258 - As penas de repreensão, multa e
direito a ressarcimento, restituição ou indenização suspensão prescrevem no prazo de dois anos e a de
de vencimentos ou vantagens não percebidos no demissão, por abandono do cargo, no prazo de
período de duração da pena. quatro anos.
§ 6º - A reabilitação será concedida uma única vez. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
§ 7º - Os procedimentos para o instituto da Estado de Minas Gerais.)
reabilitação serão definidos em decreto. Art. 259 - No caso do art. 249, item I, provada a boa-
§ 8º - É da competência do Secretário de fé, poderá o servidor optar, obedecidas as seguintes
Administração decidir sobre a reabilitação, ouvido, normas:
previamente, o titular da repartição de exercício do a) tratando-se do exercício acumulado de cargo,
funcionário. funções ou cargos e funções do Estado, mediante
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº simples requerimento, de próprio punho e firma
9.442, de 22/10/1987.) reconhecida, dirigido ao Governador do Estado;
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do b) quando forem os cargos ou funções acumulados
Estado de Minas Gerais.) de esferas diversas da Administração - União,
Art. 254 - Verificado, em qualquer tempo, ter sido Estado, Município ou entidade autárquica, mediante
gracioso o laudo da junta médica, o órgão requerimento, na forma da alínea anterior, e dada
competente promoverá a punição dos responsáveis, ciência imediata do fato à outra entidade
incorrendo o funcionário, a que aproveitar a fraude, interessada.
na pena de suspensão, e, na reincidência, na de Parágrafo único - Se não for provada em processo
demissão, e os médicos em igual pena, se forem administrativo a boa-fé, o servidor será demitido do
funcionários sem prejuízo da ação penal que couber. cargo ou destituído da função estadual, sendo
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do cientificado também, neste caso, a outra entidade
Estado de Minas Gerais.) interessada e ficando o servidor ainda inabilitado,
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pelo prazo de 5 anos, para o exercício de cargos ou saúde, considerado apto em inspeção médica "ex-
funções do Estado. officio", deixar de comparecer ao serviço.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Estado de Minas Gerais.) Estado de Minas Gerais.)
Art. 260 - O funcionário que indevidamente receber Art. 268 - O responsável por alcance ou desvio de
diária será obrigado a restituir, de uma só vez, a material não ficará isento da ação administrativa e
importância recebida, ficando ainda sujeito a criminal que couber, ainda que o valor da fiança seja
punição disciplinar a que se refere o art. 246, item V. superior ao prejuízo verificado.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Estado de Minas Gerais.) Estado de Minas Gerais.)
Art. 261 - Será punido com a pena de suspensão, e, Art. 269 - Nos casos de indenização à Fazenda
na reincidência, com a de demissão, o funcionário Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de
que, indevidamente, conceder diárias, com o uma só vez, a importância do prejuízo causado em
objetivo de remunerar outros serviços ou encargos, virtude de alcance, desfalque ou omissão em efetuar
ficando ainda obrigado à reposição da importância recolhimento ou entradas nos prazos legais.
correspondente. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Estado de Minas Gerais.) Art. 270 - Fora dos casos incluídos no artigo anterior,
Art. 262 - Será responsabilizado pecuniariamente, a importância da indenização poderá ser descontada
sem prejuízo da sanção disciplinar que couber, o do vencimento ou remuneração, não excedendo o
chefe de repartição que ordenar a prestação de desconto à quinta parte de sua importância líquida.
serviço extraordinário, sem que disponha do Parágrafo único - O desconto poderá ser integral,
necessário crédito. quando o funcionário, para se esquivar ao
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do ressarcimento devido, solicitar exoneração ou
Estado de Minas Gerais.) abandonar o cargo.
Art. 263 - O funcionário que processar o pagamento (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
de serviço extraordinário, sem observância do Estado de Minas Gerais.)
disposto nesta lei, ficará obrigado a recolher aos Art. 271 - Será suspenso por noventa dias, e, na
cofres do Estado a importância respectiva. reincidência demitido o funcionário que fora dos
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do casos expressamente previstos em lei, regulamentos
Estado de Minas Gerais.) ou regimentos, cometer à pessoas estranhas às
Art. 264 - Será punido com a pena de suspensão e, repartições, o desempenho de encargos que lhe
na reincidência, com a de demissão a bem do serviço competirem ou aos seus subordinados.
público, o funcionário que atestar falsamente a (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
prestação de serviço extraordinário. Estado de Minas Gerais.)
Parágrafo único - O funcionário que se recusar, sem Art. 272 - A infração do disposto no art. 162
justo motivo, à prestação de serviço extraordinário importará a perda total do vencimento ou
será punido com a pena de suspensão. remuneração e, se a ausência exceder a trinta dias, a
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do demissão por abandono do cargo.
Estado de Minas Gerais.) (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 265 - Comprovada a flagrante desnecessidade Estado de Minas Gerais.)
da antecipação ou prorrogação do período de Art. 273 - A responsabilidade administrativa não
trabalho, o chefe da repartição que o tiver ordenado exime o funcionário da responsabilidade civil ou
responderá pecuniariamente pelo serviço criminal que no caso couber, nem o pagamento da
extraordinário. indenização a que ficar obrigado o exime da pena
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do disciplinar em que incorrer.
Estado de Minas Gerais.) (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 266 - Da infração do disposto no art. 119 Estado de Minas Gerais.)
resultará demissão do funcionário por procedimento Art. 274 - A autoridade que deixar de proferir o
irregular, e imediata reposição aos cofres públicos da julgamento em processo administrativo no prazo
importância recebida, pela autoridade ordenadora marcado no art. 229, será responsabilizada pelos
do pagamento. prejuízos que advierem do retardamento da decisão.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do (Vide §§ 1º e 4º do art. 4º e art. 29 da Constituição
Estado de Minas Gerais.) do Estado de Minas Gerais.)
Art. 267 - Serão considerados como falta os dias em TÍTULO IX
que o funcionário licenciado para tratamento de Das Disposições Finais e Transitórias
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Art. 275 - A nomeação de funcionário obedecerá a Art. 285 - Os decretos de provimento de cargos
ordem de classificação dos candidatos habilitados públicos, as designações para função gratificada,
em concurso. bem como todos os atos ou portarias relativas a
Art. 276 - É vedado ao funcionário trabalhar sob as direitos, vantagens, concessões e licenças só
ordens de parentes até segundo grau, salvo quando produzirão efeito depois de publicados no órgão
se tratar de função de imediata confiança e de livre oficial.
escolha, não podendo exceder a dois o número de Art. 286 - (Revogado pelo art. 6º da Lei
auxiliares nessas condições. Complementar nº 70,de 30/7/2003.)
Art. 277 - Poderá ser estabelecido o regime do Dispositivo revogado:
tempo integral para os cargos ou funções que a lei “Art. 286 - Ao funcionário licenciado há mais de dez
determinar. meses para tratamento de saúde, é assegurado o
(Vide art. 22 da Lei n° 3.422, de 8/10/1965.) direito, a título de auxílio-doença, à percepção de um
Art. 278 - O órgão competente fornecerá ao mês de vencimento.
funcionário uma caderneta de que constarão os Parágrafo único - Quando se tratar de moléstia
elementos de sua identificação e onde se registrarão profissional ou de acidente, nos termos do artigo
os atos e fatos de sua vida funcional, essa caderneta 170, o auxílio-doença será devido após três meses de
valerá como prova de identidade, para todos os licenciamento, sendo repetido quando este atingir
efeitos, e será gratuita. um ano.”
Art. 279 - Considerar-se-ão da família do funcionário, (Vide art. 24 da Lei nº 8.798, de 30/4/1985.)
desde que vivam às suas expensas e constem do seu (Vide art. 68 da Lei Complementar nº 64, de
assentamento individual: 25/3/2002.)
I - o cônjuge; Art. 287 - Aos funcionários que trabalham ou tenham
II - as filhas, enteadas, sobrinhas e irmãs solteiras e trabalhado pelo menos cinco anos nas oficinas do
viúvas; "Minas Gerais", em serviço noturno, abonar-se-ão
III - os filhos, enteados, sobrinhos e irmãos menores setenta e dois dias, para efeito de aposentadoria, em
de 18 anos ou incapazes; cada ano que for apurado.
IV - os pais; Parágrafo único - Consideram-se funcionários das
V - os netos; oficinas do "Minas Gerais", para os fins deste artigo,
VI - os avós; os pertencentes à:
VII - os amparados pela delegação do pátrio poder. a) revisão;
Art. 280 - Os prazos previstos neste Estatuto serão, b) composição;
todos, contados por dias corridos, salvo as exceções c) impressão;
previstas em lei. d) expedição.
Art. 281 - O provimento nos cargos e transferências, Art. 288 - Os funcionários da Polícia Civil, que
a substituição e as férias, bem como o vencimento e trabalhem em serviço de natureza estritamente
as demais vantagens dos cargos de Magistério e do policial, terão direito à aposentadoria com o
Ministério Público continuam a ser reguladas pelas vencimento integral e a incorporação das vantagens
respectivas leis especiais, aplicadas a que se refere o art. 116 desta lei, quando
subsidiariamente às disposições deste Estatuto. completarem 25 anos de serviço dedicado
Art. 282 - Nenhum imposto ou taxa estadual gravará exclusivamente às aludidas atividades policiais.
vencimento, remuneração ou gratificação do Parágrafo único - Consideram-se atividades policiais,
funcionário, o ato de sua nomeação, bem como os para os fins deste artigo, as exercidas por:
demais atos, requerimentos, recursos ou títulos a) Delegados de polícia;
referentes à sua vida funcional. b) médicos legistas;
Parágrafo único - O vencimento da disponibilidade e c) investigadores;
o provento da aposentadoria não poderão, d) guardas civis;
igualmente, sofrer qualquer desconto por cobrança e) fiscais e inspetores de trânsito;
de impostos ou taxas estaduais. f) escrivães e escreventes da polícia;
Art. 283 - Para os efeitos do art. 111, será contado o g) peritos do Departamento da Polícia Técnica.
tempo de efetivo exercício prestado pelo servidor Art. 289 - Tem direito à aposentadoria com 25 anos
em cargo ou função de chefia anteriormente à de trabalho o funcionário que, durante este período,
vigência da Lei 858, de 29 de dezembro de 1951. trabalhou 12 anos e seis meses, pelo menos, com
Art. 284 - Nas primeiras promoções que se Raio X, substâncias radioativas ou substâncias
verificarem após a vigência desta lei, será observado químicas de emanações corrosivas.
o disposto no art. 46 da Lei 858, de 29 de dezembro Art. 290 - As professoras e diretoras do ensino
de 1951. primário que por qualquer circunstância tenham
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III - desempenhar ações de vigilância interna e concurso público constituído pelas seguintes etapas
externa dos estabelecimentos penais, inclusive nas sucessivas:
muralhas e guaritas que compõem suas edificações. (Caput com redação dada pelo art. 5º da Lei nº
§ 1º - O Agente de Segurança Penitenciário fica 15.788, de 27/10/2005.)
autorizado a portar arma de fogo fornecida pela I - provas ou provas e títulos;
administração pública, quando em serviço, exceto II - comprovação de idoneidade e conduta ilibada,
nas dependências internas do estabelecimento nos termos de regulamento;
penal. III - prova de aptidão psicológica e psicotécnica;
(Vide Lei nº 21.068, de 27/12/2013.) IV - prova de condicionamento físico por testes
§ 2º - O Agente de Segurança Penitenciário lotado em específicos;
estabelecimento penal será hierarquicamente V - exame médico;
subordinado ao Diretor do respectivo VI - curso de formação técnico-profissional.
estabelecimento. § 1º - As instruções reguladoras dos processos
§ 3º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário seletivos serão publicadas em edital, que deverá
será exercido em regime de dedicação exclusiva, especificar:
podendo seu ocupante ser convocado a qualquer a) o número de vagas a serem preenchidas, para a
momento, por necessidade do serviço. matrícula no curso de formação técnico-profissional;
§ 4º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário b) o limite de idade do candidato;
será lotado nos estabelecimentos penais a que se c) as condições exigidas de sanidade física e psíquica;
refere o art. 4º, inciso XI, alínea "d", do Decreto nº d) os conteúdos sobre os quais versarão as provas e
43.295, de 29 de abril de 2003. os respectivos programas;
§ 5º - Desenvolve atividade exclusiva de Estado o e) o desempenho mínimo exigido para aprovação nas
servidor integrante da carreira a que se refere este provas, inclusive as de capacidade física;
artigo. f) as técnicas psicológicas a serem aplicadas;
Art. 7º Fica criada a Gratificação de Agente de g) os critérios de avaliação dos títulos;
Segurança Penitenciário em Estabelecimento Penal - h) o caráter eliminatório ou classificatório das etapas
GAPEP -, a ser atribuída aos servidores da carreira de do concurso a que se refere este artigo.
que trata o art. 5º. desta Lei. § 2º - São requisitos para a inscrição em processo
§ 1º A base de cálculo para a concessão da GAPEP seletivo para o provimento em cargo de Agente de
será de 85% (oitenta e cinco por cento) do Segurança Penitenciário:
vencimento básico correspondente ao grau "J" da a) ser brasileiro;
faixa de vencimento em que o servidor estiver b) estar no gozo dos direitos políticos;
posicionado na tabela constante do Anexo II desta c) estar quite com as obrigações militares;
Lei. d) possuir certificado de conclusão do ensino médio.
§ 2º - A GAPEP é inacumulável com qualquer outra § 3º O candidato comprovará o cumprimento dos
vantagem da mesma natureza ou que tenha como requisitos previstos no § 2º deste artigo no ato da
pressupostos para a sua concessão as condições do posse.
local de trabalho. (Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº
§ 3º - A GAPEP não será devida nos períodos de 17.716, de 11/8/2008.)
afastamento do servidor, salvo nos casos de férias, § 4º - É requisito para a matrícula no curso de
férias-prêmio, licença para tratamento de saúde, formação técnico-profissional a que se refere o inciso
licença à servidora gestante e exercício de mandato VI do caput deste artigo a aprovação nas etapas
sindical. constantes dos incisos I a V, a fim de se comprovar,
§ 4º - A GAPEP será incorporada, para fins de em especial, que o candidato possui:
aposentadoria, nos termos da Lei Complementar nº a) idoneidade moral e conduta ilibada;
64, de 25 de março de 2002. b) boa saúde física e psíquica, comprovada em
(Vide art. 22 da Lei nº 15.302, de 11/8/2004.) inspeção médica;
(Vide art. 12 da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.) c) temperamento adequado ao exercício das
Art. 8º Constituem fases da carreira de Agente de atividades inerentes à categoria funcional, apurado
Segurança Penitenciário: em exame psicotécnico;
I - o ingresso; d) aptidão física, verificada mediante prova de
II - a promoção; condicionamento físico.
III - a progressão. § 5º - O curso de formação a que se refere o inciso VI
Art. 9° – O ingresso na carreira de Agente de do caput deste artigo ocorrerá em horário integral,
Segurança Penitenciário dar-se-á no primeiro grau do terá duração definida em regulamento e grade
nível inicial da carreira, mediante aprovação em curricular específica, na qual serão incluídos
conteúdos relativos a noções de Direitos Humanos e Lei, observada a disponibilidade de cargos vagos e
de Direito Penal. satisfeitos os requisitos previstos no § 1º deste
§ 6º - Os selecionados e inscritos no curso de artigo.”
formação técnico-profissional receberão uma bolsa § 3° – Poderá haver progressão ou promoção por
no valor correspondente a 50% (cinqüenta por escolaridade adicional, nos termos de decreto,
cento) do vencimento básico relativo à faixa de aplicando-se fator de redução ou supressão do
vencimento 1 - grau A. interstício necessário e do quantitativo de avaliações
§ 7º Será reprovado no curso de formação técnico- periódicas de desempenho individual satisfatórias
profissional o candidato que não obtiver 60% para fins de progressão ou promoção, na hipótese de
(sessenta por cento) do aproveitamento total do formação complementar ou superior àquela exigida
curso ou for reprovado em três ou mais disciplinas. para o nível em que o servidor estiver posicionado,
Art. 10 - Progressão é a passagem do servidor relacionada com a natureza e a complexidade da
ocupante de cargo efetivo para o grau respectiva carreira.
imediatamente subseqüente do mesmo nível da (Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei nº 15.788,
carreira a que pertencer. de 27/10/2005.)
§ 1º - Os graus serão identificados por letras de "A" § 4° – Os títulos apresentados para aplicação do
até "J". disposto no § 3° poderão ser utilizados uma única
§ 2° – A progressão na carreira de Agente de vez, sendo vedado seu aproveitamento para fins de
Segurança Penitenciário se dará a cada dois anos, concessão de qualquer vantagem pecuniária, salvo
desde que o servidor não tenha sofrido punição para concessão do Adicional de Desempenho – ADE.
disciplinar no período e satisfaça os seguintes (Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei nº 15.788,
requisitos: de 27/10/2005.)
I – encontrar-se em efetivo exercício; Art. 12 – A avaliação de desempenho individual a que
II – ter recebido duas avaliações periódicas de se referem o inciso II do § 2° do art. 10 e o inciso III
desempenho individual satisfatórias desde a sua do § 1° do art. 11 desta lei observará os seguintes
progressão anterior, nos termos da legislação critérios:
específica. (Caput com redação dada pelo art. 4º da Lei nº
(Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 15.788, de 27/10/2005.)
15.788, de 27/10/2005.) I - qualidade do trabalho;
Art. 11 – Promoção é a passagem do servidor do II - produtividade no trabalho;
nível em que se encontra para o nível subseqüente, III - iniciativa;
na carreira a que pertence. IV - presteza;
(Caput com redação dada pelo art. 3º da Lei nº V - aproveitamento em programa de capacitação;
15.788, de 27/10/2005.) VI - assiduidade;
§ 1° – Fará jus à promoção o servidor que preencher VII - pontualidade;
os seguintes requisitos: VIII - administração do tempo e tempestividade;
I – encontrar-se em efetivo exercício; IX - uso adequado dos equipamentos e instalações de
II – ter cumprido o interstício de cinco anos de efetivo serviço;
exercício no mesmo nível; X - contribuição para redução de despesas e
III – ter recebido cinco avaliações periódicas de racionalização de processos no âmbito da instituição;
desempenho individual satisfatórias desde a sua XI - capacidade de trabalho em equipe.
promoção anterior, nos termos da legislação § 1º - Os critérios a que se refere este artigo e o
específica; sistema de avaliação de desempenho serão definidos
IV – comprovar a escolaridade mínima exigida para o em regulamento.
nível ao qual pretende ser promovido; § 2º - A comissão de avaliação de desempenho será
V – comprovar participação e aprovação em presidida pelo Diretor do estabelecimento penal.
atividades de formação e aperfeiçoamento, se Art. 13. Fica criada a Comissão de Promoções, com a
houver disponibilidade orçamentária e financeira finalidade de analisar a promoção na carreira de
para a implementação de tais atividades. Agente de Segurança Penitenciário.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº § 1º Compõem a Comissão de Promoções o
15.788, de 27/10/2005.) Secretário de Estado de Administração Prisional, dois
§ 2º – (Revogado pelo art. 40 da Lei nº 19.553, de representantes da entidade de classe dos Agentes de
9/8/2011.) Segurança Penitenciários e outros membros gestores
Dispositivo revogado: da Seap indicados nos termos de regulamento.
“§ 2º - A promoção do Agente de Segurança (Parágrafo com redação dada pelo art. 161 da Lei nº
Penitenciário ocorrerá após a emissão de parecer 22.257, de 27/7/2016.)
favorável da Comissão de Promoções, criada por esta
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§ 2º A Comissão de Promoções será presidida pelo dos requisitos previstos no § 2° do art. 10, no que se
Secretário de Estado de Administração Prisional. refere à progressão, e no § 1° do art. 11, no que se
(Parágrafo com redação dada pelo art. 161 da Lei nº refere à promoção.
22.257, de 27/7/2016.) (Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº
§ 3º As normas de funcionamento da Comissão de 15.788, de 27/10/2005.)
Promoções serão estabelecidas em regimento § 2º - A absorção de que trata o caput deste artigo
interno, aprovado por resolução do Secretário de não acarretará redução da remuneração recebida
Estado de Administração Prisional. pelo servidor na data da publicação desta Lei.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 161 da Lei nº § 3º - Se o valor da remuneração do servidor, na data
22.257, de 27/7/2016.) da publicação desta Lei, excluídos os adicionais por
Art. 14 – A estrutura e o número de cargos da tempo de serviço, for superior ao valor da faixa de
carreira de Agente de Segurança Penitenciário são os vencimento correspondente à classe de Agente de
constantes no Anexo I desta Lei. Segurança Penitenciário I, grau A, decorrente do
(Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº posicionamento a que se refere o caput deste artigo,
19.553, de 9/8/2011.) acrescido da Gratificação de Agente de Segurança
(Vide alteração citada pelo art. 115 da Lei nº 22.257, Penitenciário em Estabelecimento Penal - GAPEP -, a
de 27/7/2016.) diferença passará a integrar a composição
Art. 15 - A jornada de trabalho dos servidores da remuneratória do servidor a título de vantagem
carreira de Agente de Segurança Penitenciário é de pessoal nominalmente identificada, sujeita
oito horas diárias. exclusivamente à revisão geral da remuneração dos
Parágrafo único. A jornada a que se refere o caput servidores públicos estaduais.
deste artigo poderá ser cumprida em escala de § 4º - A classe de cargos de Agente de Segurança
plantão, na forma de regulamento. Penitenciário a que se refere o caput deste artigo
Art. 16 – A tabela de vencimento básico da carreira constará da ficha funcional do servidor dela
de Agente de Segurança Penitenciário é a constante integrante e extinguir-se-á com a vacância, não se
no Anexo II desta lei. confundindo com a carreira de Agente de Segurança
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº Penitenciário criada por esta Lei.
15.788, de 27/10/2005.) § 5º - O disposto neste artigo aplica-se aos
Art. 17 - A Escola de Justiça e Cidadania, criada pela detentores de função pública de Agente de
Lei Delegada nº 56, de 29 de janeiro de 2003, passa Segurança Penitenciário a que se refere a Lei nº
a denominar-se Escola de Formação e 10.254, de 20 de julho de 1990.
Aperfeiçoamento Penitenciário. § 6º - Os servidores a que se refere este artigo
Parágrafo único - Cabe à Escola de Formação e poderão utilizar o tempo de serviço anterior à
Aperfeiçoamento Penitenciário, diretamente ou publicação desta Lei para fins do primeiro ato de
mediante convênio, elaborar sua grade curricular e desenvolvimento na carreira, desde que atendidas as
ministrar os cursos de formação, aperfeiçoamento e exigências contidas no § 1º, exceto as constantes no
qualificação necessários ao ingresso e inciso II do § 2º do art. 10 e no inciso III do § 1º do
desenvolvimento na carreira de que trata esta Lei. art. 11 desta Lei e a aprovação no curso de formação
CAPÍTULO VI técnico-profissional previsto no art. 9º.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS (Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº
Art. 18. Os servidores ocupantes de cargos da classe 15.962, de 30/12/2005.)
de Agente de Segurança Penitenciário, a que se (Vide arts. 20, 21, 22 e 23 da Lei nº 15.302, de
refere o art. 6º. da Lei nº 13.720, de 27 de setembro 11/8/2004.)
de 2000, lotados e em exercício em estabelecimento CAPÍTULO VII
penal da Subsecretaria de Administração DISPOSIÇÕES FINAIS
Penitenciária, serão posicionados, Art. 19. Para o atendimento das despesas
excepcionalmente, no grau A, no nível decorrentes da aplicação desta Lei, fica o Poder
correspondente da Classe de Agente de Segurança Executivo autorizado a abrir crédito suplementar no
Penitenciário constante na tabela do Anexo II desta valor de R$238.000,00 (duzentos e trinta e oito mil
Lei. reais), observado o disposto no art. 42 da Lei Federal
(Vide alteração citada pelo art. 74 da Lei nº 23.304, nº 4.320, de 17 de março de 1964.
de 30/5/2019, em vigor a partir de 30/6/2019.) Art. 20 – Aos ocupantes dos cargos da carreira de
§ 1° – O servidor a que se refere o "caput" deste Agente de Segurança Penitenciário de que trata esta
artigo somente poderá evoluir na carreira após a lei não se aplicam o art. 1° da Lei n° 11.717, de 27 de
formação em ensino médio e a aprovação no curso dezembro de 1994, e o art. 10 e o inciso II do art. 13
de formação técnico-profissional previsto no art. 9°, da Lei Delegada n° 38, de 26 de setembro de 1997.
inciso VI, desta lei, bem como com o cumprimento
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(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº cientificado das normas disciplinares da Subsecretaria de
15.788, de 27/10/2005.) Administração Prisional.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua Art. 620. Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à
publicação. medida de segurança e ou monitoração eletrônica, no que
couber, o disposto neste Regulamento.
Art. 22. Fica revogado o art. 4º da Lei nº 13.955, de
Capítulo II - DOS DEVERES E DOS DIREITOS
20 de julho de 2001. Seção I - DOS DEVERES
Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 30 de Art. 621. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais
junho de 2003. inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução
AÉCIO NEVES da pena ou da medida de segurança.
Danilo de Castro Art. 622. Constituem deveres do preso:
Antonio Augusto Junho Anastasia I - permanecer na Unidade Prisional até a sua liberação;
II - manter comportamento disciplinado e cumprir fielmente
a sentença que lhe foi imposta;
III - respeitar as normas do regime prisional, estabelecidas por
Regulamento e Normas de Procedimentos do Sistema leis, decretos, resoluções e portarias;
Prisional - ReNP IV - observar atitude de obediência com o servidor e respeito
e urbanidade com qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se;
V - manter conduta oposta aos movimentos individuais ou
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
TÍTULO IV - DO REGULAMENTO DISCIPLINAR VI - executar o trabalho, as tarefas e as ordens recebidas;
Capítulo I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS. VII - manter atitude de submissão à sanção disciplinar
Art. 614. A inclusão do protocolo de apuração de faltas imposta;
disciplinares neste Regulamento Geral destina-se a VIII - indenizar os danos causados à administração da Unidade
padronizar nas Unidades Prisionais da Subsecretaria de Prisional;
Administração Prisional, da Secretaria de Estado da Defesa IX - observar a higiene pessoal e o asseio da cela ou
Social de Minas Gerais, para a realização do Conselho alojamento;
Disciplinar, normas básicas de conduta e disciplina dos presos, X - conservar os objetos de uso pessoal e/ou tornozeleira
bem como seus direitos e deveres. eletrônica; e
§ 1º Estão sujeitos ao Regulamento Disciplinar os condenados XI - indenizar o Estado, quando possível, das despesas com a
à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos, bem sua manutenção, mediante desconto proporcional da
como o preso provisório e pessoa sob monitoração eletrônica, remuneração do trabalho.
sendo que este último, apenas naquilo que couber. Seção II - DOS DIREITOS
§ 2º - Também estão sujeitos à disciplina carcerária os presos Art. 623. Impõe-se a todas as autoridades o respeito à
sob a guarda ou custódia de servidores da Subsecretaria de integridade física e moral do condenado à pena privativa de
Administração Prisional ou de outras autoridades e seus liberdade ou restritiva de direitos, do preso provisório e ao
agentes, nos seguintes casos: submetido à medida de segurança ou monitoração eletrônica.
I – durante a sua movimentação fora da Unidade Prisional; Art. 624. São direitos do preso os direitos civis, os sociais e os
II – durante o seu internamento em unidades de saúde; e especificamente prisionais.
III- durante as audiências perante autoridades Art. 625. O preso conservará todos os direitos que não haja
administrativas, legislativas ou judiciárias. perdido ou não lhe tenham sido suspensos, por força de lei,
Art. 615. A disciplina consiste no cumprimento da ordem, na sentença ou ato administrativo.
obediência às determinações das autoridades e no Art. 626. Os direitos prisionais derivam da relação jurídica
desempenho do trabalho. constituída entre o preso e a administração prisional.
Art. 616. Toda falta disciplinar cometida pelo preso e as Art. 627. Constituem direitos do preso:
respectivas sanções serão imediatamente lançadas no I - receber uniforme e alimentação suficiente;
Sistema de Informação, assim como o elogio e a recompensa II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
por ele recebida. III - constituir um pecúlio;
Art. 617. O preso que, de qualquer modo, concorra para a IV – proporcionalidade na distribuição do tempo para o
prática de infração disciplinar incide na pena a ela cominada trabalho, estudo, descanso e recreação;
na medida de sua culpabilidade. V – exercício das atividades profissionais, intelectuais,
§ 1º Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis
consumada. com a execução da pena;
§ 2º Nas faltas graves e violações por monitoração eletrônica, VI - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social,
o Diretor Geral as representará ao Juiz da Execução para os religiosa e psicológica, conforme as normas vigentes;
fins dos artigos 118, inciso I, 125 e 127 da Lei. 7.210 de VII - ser protegido contra qualquer forma de sensacionalismo;
11/07/84. VIII - receber seu advogado e ou defensor público e com ele
Art. 618. Nenhum preso poderá desempenhar função ou conferenciar reservadamente nos dias e horários
tarefa disciplinar ou de liderança na unidade prisional. determinados;
Art. 619. O condenado à pena privativa de liberdade ou IX - ser visitado por seu cônjuge, companheira, parentes e
restritiva de direitos e o preso provisório e em monitoração amigos em dias determinados e em conformidade com que
eletrônica, no início da execução da pena ou da prisão, será estabelece este Regulamento;
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X - ser chamado e identificado pelo nome; Art. 634. Os benefícios não se aplicam ao preso incluído no
XI – não sofrer tratamento desigual, salvo quando às Regime Disciplinar Diferenciado ou àquele que estiver
exigências da individualização da pena. cumprindo qualquer sanção disciplinar.
XII - ser ouvido pela direção da Unidade Prisional onde estiver Capítulo III - DAS NORMAS DISCIPLINARES E SANÇÕES
recolhido nos dias úteis e horários estabelecidos; Seção I - DAS FALTAS DISCIPLINARES
XIII - peticionar às autoridades em defesa de direito, conforme Art. 635. São faltas disciplinares todas as ações e omissões
as normas vigentes; que infrinjam este Regulamento.
XIV – contato com o mundo exterior por meio de Art. 636. Quando em um mesmo ato ocorrerem mais de uma
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de falta, estas deverão ser julgadas na mesma sessão aplicando-
informação que não comprometam a segurança, a moral e os se cumulativamente a sanção.
bons costumes; Art. 637. Quando houver mais de uma falta, cometidas em
XV - receber anualmente, do juiz da execução, o levantamento momentos distintos, o julgamento se fará em seções distintas.
de pena a cumprir; § 1º Quando a soma das sanções ultrapassar 30 (trinta) dias,
XVI – saída diária da cela para banho de sol por no mínimo 02 o infrator deverá cumprir 30 (trinta) dias de isolamento com
(duas) horas; intervalo de 10 (dez) dias de convívio geral, para posterior
XVII - receber, ao ser recolhido na unidade prisional, todas as cumprimento da sanção remanescente, sempre respeitando
informações sobre seus direitos, deveres, concessões e o intervalo de 10 dez dias, entre o cumprimento de uma
demais orientações sobre o seu modo de agir; e sanção e outra.
XVIII - não sofrer discriminação de qualquer natureza. § 2º O período de isolamento sucessivo não poderá ser
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, IX e XVI superior ao previsto no Art. 52, I, da Lei Federal nº
deste artigo poderão ser suspensos ou restringidos mediante 7.210/1984.
ato motivado do Diretor Geral, ouvido o Conselho Disciplinar, Art. 638. Sempre que a falta disciplinar constituir fato
pelo prazo de até 30 (trinta) dias, devendo ser a decisão delituoso, o Diretor Geral da Unidade Prisional deverá
informada ao Juiz de Execução. comunicá-la imediatamente à autoridade policial, sem
Art. 628. A assistência à saúde poderá ser prestada na prejuízo da sanção disciplinar cabível.
Unidade Prisional ou fora dela, quando o Estabelecimento Art. 639. As faltas disciplinares, segundo sua natureza,
não estiver aparelhado para provê-la. classificam-se em leves, médias e graves.
Seção III - DOS BENEFÍCIOS Art. 640. São consideradas faltas disciplinares leves as
Art. 629. São benefícios: seguintes:
I - o elogio; e I - utilizar bem material, ferramenta ou utensilio da Unidade
II - a concessão de regalias. Prisional sem a devida autorização;
Art. 630. As concessões de benefícios têm em vista a não II - transitar pelas dependências da Unidade Prisional
ocorrência de faltas disciplinares, o comportamento do preso, desobedecendo às normas estabelecidas;
sua colaboração com a disciplina e a sua dedicação ao III - retirar a atenção de outros presos, propositadamente,
trabalho e ao estudo. durante estudo ou quaisquer outras atividades;
Art. 631. A Comissão Técnica de Classificação, por proposta IV - descuidar da higiene pessoal;
escrita de Diretor ou funcionário da Unidade Prisional, V - estar indevidamente trajado; e
avaliará a concessão do elogio ao preso que se destacar, bem VI – estender, lavar ou secar roupa em local não permitido.
como o comportamento do preso. Parágrafo único. Na reincidência, em 03 (três) ou mais faltas
Parágrafo único. A publicidade do elogio deverá levar em leves, o Conselho Disciplinar apreciará e julgará a
conta a integridade física do preso. possibilidade de aplicação de 01 (um) a 10 (dez) dias de
Art. 632. O Diretor Geral da Unidade Prisional, levando em isolamento, observado o prazo previsto no artigo 659 deste
consideração a conduta e disciplina do preso, poderá fazer as Regulamento.
seguintes concessões e regalias: Art. 641. São consideradas faltas disciplinares médias as
I - visitas extraordinárias; seguintes:
II - participação em práticas e espetáculos educativos e I - praticar ato constitutivo de crime culposo ou contravenção
recreativos promovidos pela Unidade penal;
Prisional, tais como: II – descumprir as normas do Sistema Prisional ou as normas
a) frequência à prática de esportes no âmbito da Unidade internas da Unidade Prisional,
Prisional; devidamente homologadas pela Subsecretaria de
b) assistir a espetáculos artísticos, culturais ou de Administração Prisional, desde que tenha sido dado prévio
entretenimento; e conhecimento ao preso;
c) utilização da biblioteca ou empréstimo de livros para serem III - impedir, retardar, deixar de praticar ou praticar
lidos na própria cela para os presos que não estudam. indevidamente qualquer procedimento;
III - utilização de aparelhos de rádio e televisão, de IV – receber, confeccionar, portar, ter ou concorrer para que
propriedade do preso, na própria cela, nos termos deste haja, em qualquer local da Unidade Prisional, objetos ou
Regulamento. instrumentos que, embora inofensivos, assemelhem-se em
Art. 633. Os benefícios serão gradativos e relacionados ao aparência a objetos ou instrumentos que possam ofender a
índice de aproveitamento das atividades escolares e integridade física de outrem ou atentar contra a segurança da
laborativas, ao grau de adaptação social e ao comportamento Unidade Prisional;
do preso. V – utilizar meios escusos para envio de correspondência;
VI - manter comunicação proibida, quando no cumprimento
de sanção disciplinar;
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VII - fabricar, portar, possuir, ingerir ou fornecer bebida § 1º A Subsecretaria de Administração Prisional deverá adotar
alcoólica ou qualquer tipo de substâncias entorpecentes que providências necessárias para a garantia da segurança
não configure drogas ilícitas; coletiva e individual dos custodiados que estiverem
VIII – utilizar medicamento não prescrito ou, quando submetidos a medidas cautelares.
prescrito, de forma indevida; § 2º A medida será sempre reversível quando cessada a
IX- ter consigo, guardar ou entregar qualquer quantia em ameaça ou a requerimento do custodiado.
dinheiro; Art. 646. O preso em cumprimento de medida cautelar deverá
X- comercializar, dentro da Unidade Prisional, qualquer tipo ser separado do convívio geral.
de material ou objeto; Art. 647. O tempo de isolamento preventivo do infrator será
XI - entregar ou receber objeto de qualquer natureza sem a sempre computado na sanção disciplinar aplicada.
devida autorização; Seção III - DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
XII - trocar, entrar ou permanecer em outra cela sem Art. 648. A sanção disciplinar objetiva preservar a disciplina e
autorização; tem caráter preventivo e educativo.
XIII – simular doença ou estado de precariedade física para Art. 649. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
obter algum tipo de vantagem; expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
XIV - reter ou permitir a permanência de visita além do Art. 650. São proibidos, como sanções disciplinares, os
horário fixado; castigos corporais, clausura em cela escura, sanções coletivas,
XV - descuidar da higiene das dependências da Unidade bem como toda punição cruel, desumana, degradante e
Prisional ou jogar no pátio, no corredor, na cela ou no qualquer forma de tortura.
alojamento objetos ou substâncias de qualquer natureza; Art. 651. Aplicam-se aos presos infratores as seguintes
XVI - descumprir, em regime semiaberto, bem como no gozo sanções disciplinares:
de benefício de trabalho externo e saída temporária, as I - advertência verbal;
condições prescritas e as normas impostas; II - repreensão;
XVII - desobedecer à prescrição médica ou recusar o III - suspensão ou restrição de direitos – vide artigo 627,
tratamento necessário quando houver risco de morte, perigo parágrafo único, deste Regulamento;
de contágio ou qualquer risco à saúde dos demais presos e IV - isolamento na própria cela ou, quando se tratar de preso
servidores da Unidade Prisional, desde que não constitua que esteja em cela coletiva, em local adequado, respeitadas
crime doloso; as possibilidades das Unidades Prisionais, dadas as
XVIII - Deixar de usar o uniforme; e características físicas de cada uma; e
XIX – Nos casos de monitoração eletrônica, descumprir as V - inclusão no regime disciplinar diferenciado, conforme
instruções contidas no documento de acolhida no ato da disposição legal.
admissão. Art. 652. As sanções dos incisos I a IV do artigo anterior serão
Art. 642. São consideradas faltas disciplinares graves as aplicadas por ato motivado do Diretor Geral da Unidade
seguintes: Prisional, ouvido o Conselho Disciplinar, e a do inciso V, por
I - praticar ato constitutivo de crime doloso; prévio e fundamentado despacho do juiz competente.
II - incitar movimento de subversão da ordem ou da disciplina, Parágrafo único. A motivação para a inclusão do preso em
ou dele participar; regime disciplinar diferenciado dependerá de requerimento
III - fugir; circunstanciado elaborado pelo Diretor Geral da Unidade
IV – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a Prisional ou pelas Superintendências de Segurança Prisional e
integridade física de outrem; de Articulação Institucional e Gestão de Vagas ou da
V - provocar acidente de trabalho; Subsecretaria de Administração Prisional.
VI - descumprir, em regime aberto, as condições prescritas e Art. 653. A Unidade Prisional que não possuir cela própria
as normas impostas; para o cumprimento da sanção deverá providenciar uma cela
VII – desobedecer ao servidor e desrespeitar a qualquer de isolamento que deverá ter as mesmas condições das celas
pessoa com quem deva relacionar-se; comuns, com higiene, aeração e iluminação satisfatórias, bem
VIII – recusar a execução de trabalho, das tarefas e das ordens como a assistência material.
recebidas; e Art. 654. Consideram-se sanções administrativas que podem
IX – ter consigo, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de ser aplicadas isoladamente ou cumulativamente com as
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros sanções previstas no artigo 651 deste Regulamento:
presos ou com o ambiente externo. I - perda ou suspensão de regalias, conforme disposições
Art. 643. A falta mais grave absorve a menos grave. deste Regulamento;
Seção II - DAS MEDIDAS CAUTELARES II - suspensão de visitas concedidas em caráter de regalias; e
Art. 644. O Diretor Geral da Unidade Prisional pode III - retenção de objetos.
determinar, por ato motivado, o isolamento preventivo do Parágrafo único. Os objetos retidos em virtude de sanção
preso, por período não superior a 10 (dez) dias. disciplinar, que não forem restituídos, deverão ficar à
Parágrafo único. O isolamento preventivo só é possível disposição para a família, conforme regulamentação da
quando houver indícios fundamentados da iminência ou do Subsecretaria de Administração Prisional.
cometimento de infração disciplinar grave, bem como para Seção IV - DO REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO - RDD
assegurar a disciplina, a integridade física dos custodiados e a Art. 655. A prática de fato previsto como crime doloso
segurança da Unidade Prisional. constitui falta grave quando ocasionar subversão da ordem ou
Art. 645. A medida cautelar pode ser aplicada pelo Diretor da disciplina interna e sujeita o preso provisório ou
Geral, de ofício ou a pedido do custodiado, quando houver condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao Regime
risco a sua integridade física ou moral. Disciplinar Diferenciado com as seguintes características:
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I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo da prática de falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
de repetição da sanção por nova falta grave da mesma 2019)
espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - recolhimento em cela individual; § 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, organização criminosa, associação criminosa ou milícia
com duração de duas horas; e privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais
IV - o preso terá direito à saída da cela por 02 (duas) horas Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será
diárias para banho de sol. obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional
§ 1º O Regime Disciplinar Diferenciado também poderá federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e para disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
a segurança da Unidade Prisional ou da sociedade. sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios
§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar de que o preso: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
diferenciado o preso provisório ou o condenado sobre o qual I - continua apresentando alto risco para a ordem e a
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, segurança do estabelecimento penal de origem ou da
a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilhas ou sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
bando. II - mantém os vínculos com organização criminosa,
⚫ATENÇÃO 👉🏻 MUDANÇA RECENTE (2019) NO ART. 52 DA associação criminosa ou milícia privada, considerados
LEI Nº 7.210/84, LEI DE EXECUÇÃO PENAL, ATINGE O ART. também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no
655 DO RENP. É IMPORTANTE DESTACAR QUE APESAR DA grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a
MUDANÇA, O RENP AINDA NÃO FOI ATUALIZADO E superveniência de novos processos criminais e os resultados
CONTINUA COM A REDAÇÃO DO ANO DE 2016⚫ do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
Lei de Execução Penal nº 7.210/84 § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime
►Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança
constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem interna e externa, principalmente no que diz respeito à
ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou necessidade de se evitar contato do preso com membros de
condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia
penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes privada, ou de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
características: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 2019)
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário.
II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Lei nº 13.964, de 2019) § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o
realizadas em instalações equipadas para impedir o contato inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio
físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com
caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
(duas) horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias ⚫⚫
para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde Art. 656. Observar-se-á, quando da introdução do Regime
que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; Disciplinar Diferenciado, no mínimo, os seguintes aspectos:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) I - sistema de rodízio mensal entre os Agentes de Segurança
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu Penitenciários que entrem em contato direto com os presos
defensor, em instalações equipadas para impedir o contato provisórios e condenados;
físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização II - normas que assegurem o sigilo e demais dados pessoais
judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) dos Agentes de Segurança Penitenciários lotados nas
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído Unidades Prisionais de segurança máxima;
pela Lei nº 13.964, de 2019) III - critérios restritivos de acesso dos presos provisórios e
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente condenados aos meios de comunicação e de informação; e
por videoconferência, garantindo-se a participação do IV - normas que disciplinem o cadastramento e agendamento
defensor no mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº prévio das entrevistas dos presos provisórios ou condenados
13.964, de 2019) com seus advogados, regularmente constituídos nos autos da
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado ação penal ou processo de execução criminal, conforme o
aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou caso.
estrangeiros: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 657. No caso de motim, apurada a autoria, o Diretor Geral
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do da Unidade Prisional, se julgar necessário e com anuência da
estabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei autoridade administrativa competente, providenciará a
nº 13.964, de 2019) transferência do preso, comunicando-a ao juiz competente no
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento prazo de até 24 (vinte quatro) horas.
ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, Seção V - DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
associação criminosa ou milícia privada, independentemente
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Art. 658. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão Parágrafo único. Na hipótese de cometimento de falta
em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as disciplinar por preso internado em Unidade Médico-Prisional
consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu para cumprimento de medida de segurança e tratamento
tempo de prisão. psiquiátrico temporário, a Unidade deverá:
Parágrafo único. Nas faltas graves aplicam-se as sanções I - manter o preso provisoriamente isolado à disposição do
previstas nos incisos III e IV do artigo 651 deste Regulamento. profissional responsável pelo seu tratamento, resguardando a
Art. 659. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos integridade física dos demais pacientes;
não poderão exceder a 30 (trinta) dias, ressalvada a hipótese II - providenciar para que o profissional responsável pelo
do Regime Disciplinar Diferenciado. tratamento do preso emita parecer sobre suas condições
Art. 660. Todo isolamento deverá ser sempre comunicado ao clínicas e mentais; e
juiz competente. III - encaminhar a ocorrência ao Conselho Disciplinar ou à
Art. 661. As sanções disciplinares poderão ser aplicadas Comissão Técnica de Classificação para que, com fulcro no
isoladas ou cumulativamente. parecer médico, deliberem sobre o fato.
Art. 662. São circunstâncias que atenuam a sanção: Capítulo IV - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
I- ausência de falta anterior; Seção I - DOS PRINCÍPIOS E DISPOSIÇÕES LEGAIS
II - a pouca importância da participação do preso na falta; Art. 673. O procedimento administrativo disciplinar - PAD que
III - a confissão espontânea; trata este Regulamento segue o rito sumaríssimo,
IV - colaboração para a elucidação da falta; e orientando-se pela oralidade, economia processual,
V – ter cometido a falta por motivo de relevante valor social celeridade e exercício da ampla defesa e contraditório.
ou moral. Art. 674. O Procedimento Administrativo Disciplinar deverá
Art. 663. São circunstâncias que agravam a sanção: ser concluído em 30 (trinta) dias, contados da data do fato.
I - a reincidência; § 1º Não concluído no prazo, o procedimento disciplinar
II - a coação ou indução de outros presos à prática da falta; poderá ser prorrogado uma única vez, por igual período,
III - a prática de falta pelo preso em virtude de confiança nele devendo o secretário do Conselho disciplinar, por meio de
depositada; pedido fundamentado e relatório das diligências realizadas,
IV - a ação em concurso com outro preso; e solicitar a prorrogação ao Diretor Geral.
V - a prática da falta em local público. § 2º Quando forem solicitadas diligências, interrompe-se o
Parágrafo único. Será considerado reincidente o preso que prazo previsto no caput deste artigo, até a sua conclusão.
tiver cometido qualquer outra falta disciplinar. Seção II - DA INSTAURAÇÃO DO PROCEDIMENTO
Art. 664. Extingue-se a punibilidade da sanção disciplinar, no ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
âmbito administrativo, no prazo de 12 (doze) meses, a partir Art. 675. Havendo indícios da falta disciplinar será lavrado
da data do conhecimento do fato. comunicado interno relatando os fatos para que seja
§ 1º Nos casos de fuga interrompem-se os prazos da extinção instaurado procedimento disciplinar visando à sua apuração.
da punibilidade na data de sua ocorrência, voltando a contar I - O servidor que presenciar ou tiver ciência do cometimento
a partir da data da recaptura do preso. de qualquer infração disciplinar deverá providenciar a
§ 2º No caso de recaptura do preso, a Unidade Prisional formalização do comunicado com a descrição detalhada dos
deverá comunicar imediatamente ao juiz competente, à fatos, individualização dos envolvidos e rol de testemunhas; e
Superintendência de Articulação Institucional e Gestão de II – Havendo concorrência de dois ou mais presos deverá ser
Vagas e à Unidade Prisional na qual o preso se encontrava lavrada apenas uma ocorrência interna, contendo a
recolhido por ocasião da fuga solicitando o prontuário e identificação de todos os possíveis envolvidos.
demais documentações necessárias, a fim de se instaurar o Parágrafo único. A emissão de juízo de valor depreciativo ou
procedimento disciplinar. quaisquer informações passionais torna inepto o comunicado
§ 3º Na situação prevista no § 2º deste artigo, não serão Art. 676. Formulada e registrada a ocorrência, o Coordenador
solicitados prontuários e/ou outros documentos quando, por de Segurança deverá submetê-la, de imediato, ao Diretor de
ocasião da implantação do SIGPRI, já estiverem devidamente Segurança que a encaminhará ao Diretor Geral, que decidirá
digitalizados e inseridos no Sistema. a respeito.
Art. 665. A execução da sanção disciplinar será suspensa por I – Sempre que houver indícios de cometimento de ilícito
motivo de saúde quando o órgão médico do Sistema Prisional penal deverá ser lavrada ocorrência policial, sem a qual a falta
assim o aconselhar, em parecer acolhido pelo Diretor Geral da administrativa não poderá ir a julgamento pelo Conselho
Unidade Prisional. Disciplinar.
Art. 666. Será garantido ao preso, na execução de sanção II - Em caso de agressão, a vítima e o autor deverão ser
disciplinar de isolamento, o direito de ir à escola, desde que a encaminhados à autoridade policial para expedição da guia de
sanção disciplinar de isolamento não tenha vínculo com a encaminhamento para exame de corpo de delito.
atividade educacional em que o mesmo estiver regularmente Art. 677. O Diretor Geral, ao receber o comunicado interno,
matriculado. proferirá despacho motivado no prazo de 24 (vinte e quatro)
Parágrafo Único Será assegurado ao preso, na execução de horas ou no máximo no primeiro dia útil subsequente em caso
sanção disciplinar de isolamento, o banho de sol após o de feriado e/ou final de semana, determinando:
cumprimento de, no mínimo, um terço da sanção, fato I – O arquivamento, quando a conduta não estiver prevista
condicionado ao seu bom comportamento e a critério do como falta disciplinar ou quando não existir indícios
Diretor Geral. suficientes de sua autoria.
Art. 667. É isento de sanção disciplinar o preso que praticar a II – A instauração do procedimento disciplinar, decidindo
falta em consequência de alteração comprovada de sua saúde sobre:
mental. a) capitulação da falta disciplinar;
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b) isolamento preventivo do infrator, conforme disposto no razão que justifique sua ausência, seu julgamento será adiado
art 644, bem como comunicar o Juiz competente; e e deverá ser agendada uma nova sessão.
c) remeter o Procedimento Administrativo Disciplinar para o Art. 688. Será lido o comunicado interno, a indicação das
secretário do Conselho Disciplinar que dará sequência ao diligências e apurações feitas no procedimento administrativo
processo. prévio.
Art. 678. Havendo necessidade de apuração complementar, o Parágrafo único. O presidente do Conselho Disciplinar
Diretor Geral encaminhará imediatamente a documentação obrigatoriamente informará ao preso e aos membros do
de que já dispõe ao secretário do Conselho Disciplinar, para conselho a situação pregressa na Unidade Prisional, momento
providências decorrentes do fato. em que será dada ao preso a oportunidade de fazer suas
Art. 679. O procedimento administrativo disciplinar deverá considerações.
ser instruído pelo secretário com os seguintes documentos: Art. 689. A defesa poderá ser oral ou reduzida a termo, sendo
I – Comunicado interno com despacho do Diretor Geral; a última obrigatória em casos de falta grave.
II – Boletim de Ocorrência Policial (em caso de ilícito penal); Art. 690. Após ouvir a descrição dos fatos, o preso e a defesa
III – Cópia da guia de encaminhamento para exame de corpo serão retirados da sala, e os membros votantes do Conselho
de delito, quando for o caso; decidirão em votação reservada por maioria simples pela
IV – Termo de declaração dos envolvidos (autor, vítima e absolvição ou condenação do acusado.
testemunha); e Art. 691. Havendo arguição para desclassificação da falta,
V – cópia de ofício dando ciência à defensoria pública ou haverá votação pelos membros votantes do Conselho que
advogado constituído sobre a instauração do procedimento decidirão por maioria simples em favor ou contra a
disciplinar e respectivos prazos. desclassificação da falta.
Art. 680. Durante a oitiva deve ser perguntado ao preso se o Art. 692. Os membros votantes do Conselho decidirão por
mesmo possui advogado constituído. maioria simples pela absolvição ou condenação do preso. A
§ 1º Na existência de advogado constituído e sendo interesse votação será oral e reduzida a termo em ata.
do preso o acompanhamento na oitiva deverá ser o advogado Art. 693. O Conselho Disciplinar absolverá o preso desde que
intimado por todos os meios possíveis e certificado para reconheça:
comparecer ao procedimento em data marcada pela Unidade I - não existir prova do cometimento da infração;
Prisional. II - está provado que o preso não participou do fato, haver
§ 2º O não comparecimento implicará na designação do dúvida da sua participação ou o fato não está previsto como
Analista Técnico Jurídico da Unidade Prisional para o falta disciplinar; e
acompanhamento e defesa do preso. III - prescrição da infração de acordo com o Art. 664 deste
Art. 681. A Unidade Prisional viabilizará a comunicação com o Regulamento.
advogado constituído por meio do Núcleo de Assistência Parágrafo único. Também será absolvido o preso que tenha
Social, na ausência do Advogado constituído ou da Defensoria praticado a falta:
Pública a defesa será feita pelo ANEDS/ATJ. I - por legítima defesa própria ou de terceiros;
§ 1º A defesa terá o prazo de 05 (cinco) dias úteis para II - em cumprimento de ordem não manifestamente ilegal;
manifestação, requerer diligências e/ou arrolar testemunhas. III - em situação de inexigibilidade de conduta diversa ou
§ 2º Caso tenha sido requerido diligências e/ou oitivas das coação irresistível; e
testemunhas, a defesa será informada sobre a sua conclusão IV - em razão do estado de necessidade.
e terá 03 (três) dias úteis para concluir a defesa. Art. 694. No caso de condenação, caberá ao presidente aplicar
Art. 682. O infrator não será submetido à sessão de a sanção.
julgamento sem a presença de Advogado constituído ou Art. 695. O presidente do Conselho Disciplinar, nas sanções de
Defensoria Pública ou, na ausência destes, do ANEDS/ATJ da isolamento e restrição de direitos obedecerá aos seguintes
Unidade Prisional. critérios:
§ 1º Na ausência do Advogado constituído, com a devida I – a dosimetria da sanção disciplinar partirá das punições
justificativa será remarcada uma nova sessão. mínimas previstas nos artigos 671 e 672, deste Regulamento;
§ 2º Caso o Advogado constituído não compareça à segunda e
sessão de julgamento, a Defensoria Pública será notificada e II - aplicam-se as atenuantes e agravantes.
na ausência dela a defesa será realizada pelo ANEDS/ATJ da § 1º As atenuantes e as agravantes possuem o mesmo valor,
Unidade Prisional. devendo a pena ser aumentada ou diminuída em 02 (dois)
Art. 683. Admitir-se-á como prova todos os meios previstos dias para cada atenuante e agravante; e
em Direito. § 2º Na hipótese do concurso de infrações disciplinares,
Art. 684. A administração pública e a defesa podem arrolar 03 aplica-se a pena da mais grave, somando para a outra infração
(três) testemunhas cada uma. no caso de falta grave 05 (cinco) dias, falta média 03 (três) dias
Art. 685. O Conselho Disciplinar poderá valer-se do auxílio e para falta leve 02 (dois) dia, observando-se sempre o limite
técnico de qualquer pessoa, quando necessário. máximo de 30 dias de isolamento.
Art. 686. O Conselho Disciplinar poderá usar os arquivos, Art. 696. Após a sessão de julgamento, o Conselho Disciplinar
registros, dados e informações existentes nos setores da terá o prazo máximo de 03 (três) dias úteis para concluir os
Unidade Prisional. procedimentos e demais providências cabíveis.
Seção III - DA SESSÃO DE JULGAMENTO Parágrafo único. A Unidade Prisional deverá comunicar aos
Art. 687. Na sessão de julgamento o preso deverá estar familiares credenciados para visitar, por qualquer meio de
presente. contato, o motivo, a duração da sanção, bem como sobre
Parágrafo único. Se o preso não estiver na Unidade Prisional eventual suspensão de visita e o período, consignando no
por motivo de atendimento médico, fórum ou qualquer outra
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VADE MECUM BRAVO - POLÍCIA PENAL-MG – 2022
COORDENAÇÃO: PROF. MARCELO NARCISO
procedimento a identificação e parentesco da pessoa que
receber a informação.
Seção IV - DO RECURSO DISCIPLINAR
Art. 697. A parte que insurgir quanto ao resultado do
Conselho Disciplinar poderá solicitar a reconsideração, no
prazo de 10 dias.
Art. 698. O recurso de que trata o artigo anterior será dirigido
ao Diretor da Diretoria de Articulação do Atendimento
Jurídico e Apoio Operacional - DAJ da Superintendência de
Atendimento ao Preso - SAPE, e deverá ser enviado através de
cópia digitalizada de todo o procedimento para o e-mail:
dapsase@defesasocial.mg.gov.br, que terá o prazo de 10 (dez)
dias úteis a contar da data do recebimento para decidir sobre
o recurso, podendo ser conferido caráter devolutivo ou
suspensivo conforme o caso, bem como comunicando,
imediatamente, sua decisão, devidamente fundamentada, a
parte recorrente, que assinará cópia a ser juntada aos autos
de apuração.
Parágrafo único. Não poderá haver aumento de pena, nos
casos em que o preso recorrer da decisão punitiva.
Art. 699. Somente após tornar-se definitiva, será a punição
registrada no prontuário do preso.
Capítulo V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 700. A conduta do preso será definida pela análise de seu
prontuário, da ficha disciplinar e do Programa Individual de
Ressocialização (PIR), onde serão anotadas todas as faltas por
ele cometidas, as faltas em apuração, as sanções disciplinares
aplicadas, como também os elogios e recompensas recebidos,
bem como pelo acompanhamento da Comissão Técnica de
Classificação.
Art. 701. Os procedimentos referentes à Monitoração
Eletrônica serão definidos em resoluções específicas, sendo
aplicadas, de forma subsidiária, as normas disciplinares deste
Regulamento.
Art. 702. Nos casos omissos, o Direito Penal e o Processual
serão fontes subsidiárias deste Regulamento, bem como as
Normas Constitucionais e os Princípios Gerais do Direito.
Art. 703. As dúvidas surgidas na aplicação deste Regulamento
serão solucionadas pela Subsecretaria de Administração
Prisional.
Art. 704. A Subsecretaria de Administração Prisional deverá
adotar providências necessárias para a garantia da segurança
coletiva e individual dos presos que estiverem sob a sua
custódia.
Art. 705. Todos os atos privativos do Diretor Geral, descritos
nesse Regulamento, são exercidos obrigatoriamente quando
de sua ausência pelo seu substituto indicado formalmente.