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Da CF e dos Recursos
A ação prossegue por meio de um processo, que por sua vez possui as seguintes
fases:
- Postulatória – a ação tem o seu início através da petição inicial.
- Probatória – produção de provas.
- Instrução – termina com o despacho saneador.
- Julgamento
- Execução – cumprimento da sentença.
- Recursal – pode ter início se o juiz indeferir a petição inicial, ou a qualquer momento,
desde que a parte não concorde com uma decisão prejudicial.
- Condições da ação:
- Elementos do recurso:
→ Justiça Federal “comum” art. 109, I CF – tudo que estiver relacionada com a União,
bem como direitos humanos, exceto falência e acidentes de trabalho.
- Justiça do Trabalho e Justiça Eleitoral – também são justiças federais só que
especializadas.
→ Justiça Estadual comum – tudo que não estiver relacionado com a União.
→ O 1º grau da Justiça Militar, que é composta por Auditorias Militares, ao todo são 12
CJM (circunscrição da justiça militar), 6 delas estão localizadas no RJ, isto porque no RJ
está concentrado o maior volume das três armas.
A Auditoria Militar é o único em 1ª instância que julga em colegiado. Formado por
05 juízes, sendo 1 juiz togado (concursado - relator) + 4 oficiais. O presidente será o
oficial de maior patente.
→ A Justiça Eleitoral, julga matéria tanto de âmbito Estadual quanto Federal.
→ O TRF da 2ª região engloba RJ e ES.
→ O STJ é o guardião do Pacto Federativo.
→ Tribunal do Júri, ainda que seja cometido por militar (do âmbito estadual), se o crime
for doloso contra a vida será julgado por este tribunal.
→ Se o crime for cometido por um militar contra um civil (roubo, furto), será julgado pelo
Juízo criminal. Agora se for cometido por militar contra militar, ou qualquer que seja o
autor do crime, e este tenha ocorrido em território militar, será competente a Justiça
Militar - CJM.
→ Em relação ao direito previdenciário, se no domicílio do autor não tiver justiça federal, é
permitido propor a ação na justiça estadual, mas a competência continua sendo federal,
isto ocorre para facilitar para o segurado/beneficiário.
Agora se for recorrer, tem que interpor recurso no TRF.
→ quando se tratar de justiça comum (federal TRF ou estadual TJ), o tribunal competente
para dirimir conflitos surgidos será o STJ.
→ tanto os Juizados Federais, quanto os Juizados Estaduais, terão suas matérias
reexaminadas nas turmas recursais, recurso inominado, só prevê este recurso.
Nos Juizados Estaduais, o Estado não poderá ser demandado, já no Juizado
Federal, é possível o acionamento da União.
→ Supressão de instância, tem que esgotar primeiro uma instância para depois
provocar a outra.
→ Se a decisão do juiz singular, inclusive do juizado, afrontar a CF, o advogado pode se
utilizar da Reclamação (administrativa) interposta direto no STF, que suspende a
execução da sentença.
Se afrontar uma interpretação de lei federal, deve-se utilizar o incidente de
uniformização da jurisprudência, dirigido ao STJ.
O TJ possui:
- 08 Câmaras criminais + 01 Seção Criminal – utilizada para revisar, bem como para
realizar a uniformização da jurisprudência dentro das próprias câmaras.
- 20 Câmaras cíveis – não há seção cível.
O TRF possui:
- 04 seções, sendo 02 administrativas, 01 tributária e 01 previdenciária / penal.
- 08 turmas, sendo 04 administrativas, 02 tributárias e 02 previdenciária / penal.
São 05 magistrados que compõem tanto as câmaras quanto as turmas, porém
somente 03 deles votam, os outros dois ficam para o rodízio.
Art. 555. No julgamento de apelação ou de agravo, a decisão será tomada, na câmara ou turma, pelo voto
de 3 (três) juízes.
Ministério Público
1 – MPU:
- MPT – procuradores do trabalho.
- MPE (Ministério Público Eleitoral) – é provisória, os procuradores do MPF atuam
temporariamente para o MPE – Procuradores da República / Procuradores Regionais da
República.
- MPF – Procuradores da República (1º instância); Procurador Regional da República (2º
instância); Sub-Procurador Geral da República (STJ); Procurador Geral da República
(STF).
- MPM – promotores / procuradores
Advocacia Pública
4 – Natureza Jurídica:
- Fase processual:
1º corrente (majoritária) – é uma fase do processo, e não o processo em si, pois a coisa
julgada não acontece enquanto não for julgado o recurso. Por isso que se diz que o
recurso não é um processo mais uma fase especial dele. Além disso, só é possível
recorrer se houver um processo. Cabe ressaltar ainda que a mesma constitui uma fase
diferenciada do processo, podendo ter seu início em qualquer momento.
- Instrumento processual
3º corrente – é instrumento para permitir o reexame das decisões, caminha independente
do processo.
5 – Classificação:
a)
- Ordinários (comum, normais) – quando estão ligados ao mérito, é instrumento
processual para revisar uma decisão prejudicial da parte. Defende os interesses do
cidadão.
b)
- Voluntário – é uma faculdade jurídica da parte de recorrer.
- Ofício – 475 CPC, reexame necessário em relação à Fazenda Pública, toda vez que
esta for sucumbente o juiz deverá recorrer de ofício.
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda
Pública (art. 585, VI).
c)
- Constitucionais – está diretamente previstos na CF: recurso extraordinário, recurso
especial.
- Legais – a maioria dos recursos estão previstos nos códigos e em leis extravagantes.
- Regimentais – previstos no próprio Regimento Interno do Tribunal. Ex: Agravo
regimental ou interno.
Obs.: Não é todo ato do juiz que pode ser alvo de recurso. Se for um simples despacho
de mero expediente não cabe recurso.
Seja despacho ou decisão interlocutória, se houver prejuízo cabe recurso.
- BUSART – Toda decisão que não seja uma sentença será atacada por um recurso
especifico chamado de agravo. Ao passo que, quando a decisão for uma sentença, será
atacada por apelação.
a) Retido – Hoje é o recurso regra. É aquele onde se apresenta a minuta (razões), não
precisa recolher custas, permanece retido no processo, não sendo julgado naquele
momento. Ele só será julgado se o agravante entender que ele deverá ser julgado. Ex: o
autor arrola 3 testemunhas e o juiz ouve apenas 1, daí o autor recorre através do agravo
retido. Se ao final da ação o juiz julgar improcedente o pedido autoral, o autor/agravante
apela e alega em preliminar que antes da apelação deverá ser julgado o agravo que está
retido nos autos. Ressalta-se que a preliminar será julgado pelo relator.
Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da
petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos
documentos que instruíram o recurso.
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo
agravado, importa inadmissibilidade do agravo.
O agravo retido apresenta a minuta, que nada mais é que as razões para recorrer,
permanecendo retido nos autos para ser julgado posteriormente, ao final do processo
principal, desde que a sentença seja desfavorável.
a) Simples – Serve para resolver: dúvida, omissão, obscuridão, o autor formula 3 pedidos
e o juiz julga somente 2.
4 – Recurso adesivo – só serve quando ambas as partes são sucumbentes. Este recurso
permite aquele, que também foi sucumbente e não quer mais brigar, a possibilidade de
apresentar o recurso adesivo em cima do recurso principal (apelação).
Se a outra parte desistir do recurso principal/apelação, o recurso adesivo não será
julgado, por ser “adesivo”, voltam as coisas como eram antes.
Quando há sucumbência recíproca, pode ocorrer:
- 2 apelações e duas contra-razões de apelação ou;
- 1 apelação, 1 recurso adesivo e uma contra-razão de apelação e uma contra-razão de
recurso adesivo.
5 – Embargos Infringentes.
Lei 6825/80 – quando a fazenda pública é ré.
Não tem mais utilidade pois a lei foi derrogada.
Lei 6830/80 – quando a fazenda pública é autora.
Este recurso era julgado pelo juiz de primeiro grau, quando a condenação não
ultrapassasse, hoje a quantia de R$ 1,20.
Lei 10522/00 – a fazenda pública não recorre quando o valor for até R$100,00.
9 – Recurso Ordinário – é como se fosse uma apelação, quando a ação tem o seu inicio
nos tribunais. É utilizado em homenagem ao duplo grau de jurisdição. Isto é, é um recurso
que tem por objetivo atacar um acórdão, quando a ação não tenha passado pelo primeiro
grau, originando-se no segundo grau.
10 – Recurso Especial – é interposto no STJ quando uma decisão afrontar uma lei
federal.
11 – Recurso extraordinário – é interposto no STF quando a decisão for contrária a CF.
OBS: tanto o RESP quanto o REXT não tutela o interesse subjetivo das partes.
13 – Agravo (Interno/Regimental) - não está previsto no CPC, mas sim dentro dos
regimentos internos dos tribunais, visa atacar as decisões monocráticas ocorridas dentro
dos tribunais que são prejudiciais a parte. Ex: uma decisão isolada do relator.
1 – Reclamação para o STF – Ex: quando o juiz do juizado julga de maneira contrária ao
entendimento do STF.
2 – Exceções:
a) agravo (retido e instrumento) – 10 dias.
b) embargos de declaração – 5 dias, ainda que meramente protelatório. Os embargos
interrompem o prazo para entrar com apelação.
* embargos infrigentes (primeiro grau) – está em desuso. Lei 6830/80 – 10 dias.- Este
recurso foi criado para o próprio juiz de primeiro grau decidir, quando a fazenda pública for
condenada. Ele caiu em desuso pelo fato de não ter corrigido a moeda prevista na
referida lei, hoje o valor da condenação é de R$ 1,20.
OBS: os prazos dos recursos começam a contar a partir do primeiro dia útil após a
citação (para se defender) ou intimação feita no diário oficial (tomar ciência de um ato
praticado no processo).
A fazenda pública deve ser intimada pessoalmente através de seu representante
legal, sendo que o prazo só começa a correr a partir do primeiro dia útil após a juntada do
mandado de intimação nos autos.
Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.
Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias, citando-se o
réu com a antecedência mínima de dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste artigo, determinando o
comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.
1 – Férias Forenses
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o
Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido
em dia em que não tenha havido expediente forense.
2 – Inspeções Internas
Recurso de Ofício
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e
fundações de direito público
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda
Pública (art. 585, VI).
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não
apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor
certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do
devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do
plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente
Sum 423 STF – não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio,
que se considera interposta ex lege.
É o recurso pelo o qual o próprio juiz recorre sempre em que a fazenda pública for
sucumbente. Serve como um instrumento de proteção ao interesse público. Ao recorrer de
ofício o juiz está pedindo que o tribunal reexamine aquela decisão que ele mesmo
prolatou.
Estão excluídos do reexame necessário condenações da fazenda pública inferiores
a 60 salários-mínimos.
1 – Previsão Legal;
2 – Forma Prescrita em Lei - Ex: as razões de apelação são anexadas a petição que é
dirigida ao juiz que prolatou a sentença em primeiro grau. Após o juiz receber a petição, e
vislumbrar que a decisão é passível de recurso, ele recebe o mesmo e encaminha as
razões para o tribunal.
3 – Tempestividade
1º Momento – o juiz analisa os requisitos acima, formando o seu juízo, a fim de receber
ou não o recurso.
2 – Objetivos:
a) Cabimento – é uma análise para saber se a decisão suporta recurso. Ex: Decisão do
pleno do STF.
b) Adequação - afeta ao tipo de recurso, onde para cada decisão existe um recurso
próprio. Ex: juiz relator – Agravo Regimental; decisão interlocutória – Agravo de
Instrumento ou Retido.
d) Singularidade do Recurso – para cada decisão, ainda que caiba mais de um recurso,
a parte só poderá interpor um. Ex: embargos de declaração e apelação, os embargos
interrompem o prazo para apelação.
2 – Suspensivo – quando a matéria é complexa. Serve para impedir que aquela decisão
produza efeitos imediatos.
Obs: A regra é que, aos recursos seja atribuído duplo efeito, isto é, devolutivo e
suspensivo.
3 – Regressivo/retratatório/diferido – neste caso o juiz poderá voltar atrás.
* efeito protelatório – é uma criação doutrinária, Câmara Leal Defende que pode-se
interpor um recurso para adiar a coisa julgada.
Obs: quando a lei não mencionar o tipo de efeito que deve ser atribuído ao recurso,
caberá ao juiz, com seu poder geral de cautela, diante do caso concreto, decidir.