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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

GUSTAVO HENRIQUE ZAVATTE

PROPOSTA DE PROJETO INTELIGENTE PARA CONJUNTOS HABITACIONAIS


NA CIDADE DE VOTUPORANGA

VOTUPORANGA
2021

Gustavo Henrique Zavatte

PROPOSTA DE PROJETO INTELIGENTE PARA CONJUNTOS HABITACIONAIS


NA CIDADE DE VOTUPORANGA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
obtenção do diploma do Curso de
Bacharelado em Engenharia Civil do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia, Campus Votuporanga.

Professor Orientador: Profª Dra. Mara


Regina Pagliuso Rodrigues
Professor Coorientador: Profº Me. Lucas
Augusto Natalin

Votuporanga
2021

ERRATA

ZAVATTE, Gustavo Henrique. Proposta de Projeto Inteligente Para Conjuntos


Habitacionais na Cidade de Votuporanga, 2021. 74 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Bacharel em Engenharia Civil) – Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo, Votuporanga, 2021.

Folha Linha Onde se lê Leia-se



Gustavo Henrique Zavatte

PROPOSTA DE PROJETO INTELIGENTE PARA CONJUNTOS HABITACIONAIS


NA CIDADE DE VOTUPORANGA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
obtenção do diploma do Curso de
Bacharelado em Engenharia Civil do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo, Câmpus
Votuporanga.

Professor Orientador: Profª Dra. Mara


Regina Pagliuso Rodrigues
Professor Coorientador: Profº Me. Lucas
Augusto Natalin

Aprovado pela banca examinadora em 16 de dezembro de 2021.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________________________
Prof. Ma. Janaina Andréa Cucato

___________________________________________________________
Profº Me. Lucas Augusto Natalin

___________________________________________________________
Profª Dra. Mara Regina Pagliuso Rodrigues

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais e


avós. Obrigado por me apoiarem
nessa trajetória.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que sempre me deu forças e capacidade


para vencer os obstáculos pelo caminho.
Agradeço à minha família, que deu todo o apoio necessário para que eu
chegasse até aqui, em especial minha mãe Luciana Maria Vessequi, que sempre
incentivou e apostou nos meus sonhos.
Agradeço aos meus orientadores, Lucas Augusto Natalin e Mara Regina
Pagliuso Rodrigues, que me auxiliaram a solucionar as dificuldades encontradas no
caminho.
Agradeço ao meu supervisor de estágio e amigo, Wilian da Silveira Cruz, que
me ajudou compartilhando muito do seu conhecimento.
Agradeço a todos os professores e servidores do IFSP Campus Votuporanga,
todos contribuíram direta e indiretamente para a conclusão desse trabalho, e me
deram suporte em toda a minha caminhada acadêmica.
Agradeço a Prefeitura Municipal de Votuporanga, por ceder os documentos
necessários para meu estudo.
Por fim, agradeço aos meus amigos, que sempre me incentivaram e me
ajudaram a concluir esta etapa.

EPÍGRAFE

"Faça as coisas mais simples que


puder, porém não se restrinja às mais
simples".
Albert Einstein

RESUMO

Este estudo investiga um problema muito frequente em conjuntos


habitacionais de classe média baixa, que abrangem principalmente as classes
econômicas D e E. Uma edificação pode ser considerada um sistema que deve
oferecer certas condições mínimas de salubridade a quem à utiliza, como, taxa de
ventilação, iluminação e mobilidade. Logo após a entrega de um conjunto
habitacional já se consegue visualizar as obras, que muitas vezes, são realizadas
por mão de obra não especializada, é comum que o próprio morador e a família
assumam a realização da obra, isto é causado principalmente pela questão
socioeconômica. Essas alterações físicas posteriormente realizadas, são dificultadas
por um projeto que muitas vezes é ineficaz, não assegurando princípios básicos
para futuras expansões, o que leva os moradores a infringirem os códigos e
diretrizes urbanísticas do município. Ao final desta pesquisa propõe-se um projeto
inteligente que facilite as reformas, não dispensando a contratação de um
profissional, mas rearranjado e viabilizando melhorias.

Palavras- chave: Conjunto habitacional. Habitação popular. Projeto inteligente.



ABSTRACT

This study investigates a very common problem in lower middle class housing
projects, which mainly cover improvements in classes D and E, such as necessary. A
building can be considered a system that must offer a certain minimum health
conditions for those who use it, such as compatibility rate, lighting and mobility. After
the delivery of the housing complex, it is already possible to see the constructions,
which are often carried out by unskilled labor, it is common for the resident and the
family to undertake the construction, this is a warning mainly due to the
socioeconomic issue . These physical changes are made difficult by a project that is
often ineffective, not ensuring basic principles for future expansion, which leads
residents to violate the city's urban norms and guidelines. With the end of this
research, an intelligent project that facilitates the reforms is proposed, without
dispense the need to hire a professional, but rearranged and enabling improvements.

Keywords: Housing development. Popular housing. Smart design.



LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Recuo Frontal. 28
Figura 2 – Orientação Solar. 31
Figura 3 – Conjunto Habitacional Horizontal. 33
Figura 4 – Conjunto Habitacional Vertical. 33
Figura 5 – Casa de conjunto habitacional sem ampliação. 34
Figura 6 – Casa de conjunto habitacional depois de ampliada 36
Figura 7 - Votuporanga-SP. 37
Figura 8 - Localização dos conjuntos modelos. 40
Figura 9 - Visão aérea Jardim Monte Verde. 41
Figura 10 - Dimensões mínimas para garagem em metros. 42
Figura 11 - Planta baixa Monte Alto, parte frontal. 43
Figura 12 - Planta baixa Monte Alto, invasão de área pública. 44
Figura 13 - Planta baixa Monte alto, parte interior. 45
Figura 14 - Visão aérea Anna Munhoz Alvarez. 46
Figura 15 - Planta baixa Anna Munhoz Alvarez, parte frontal. 47
Figura 16 - Planta baixa Anna Munhoz Alvarez, parte interior. 48
Figura 17 – Casa mal implantada ao terreno. 49
Figura 18 – Exemplo de casa ampliadas, com problemas arquitetônicos. 49
Figura 19 – Banheiro sem aberturas no conjunto Anna Munhoz Alvarez. 50
Figura 20 – Exemplo de casas ampliadas no Conjunto Anna Munhoz Alvarez. 51
Figura 21 – Ampliação de garagem no Conjunto Anna Munhoz Alvarez. 52
Figura 22 – Projeto inteligente. 53
Figura 23 – Fachada projeto inteligente, tridimensional. 54
Figura 24 – Parte Frontal, projeto inteligente 54
Figura 25 – Perspectivas 3D, projeto inteligente. 55
Figura 26– Projeto mobiliado, vista superior no 3D. 55
Figura 27– Projeto mobiliado, perspectiva superior tridimensional. 56
Figura 28 – Possível ampliação do projeto inteligente. 57
Figura 29 – Fachada ampliação projeto inteligente, tridimensional. 57
Figura 30 – Perspectivas 3D, projeto inteligente. 58
Figura 31– Ampliação mobiliada, vista superior no 3D. 59
Figura 32– Ampliação mobiliada, perspectiva superior tridimensional. 59
Figura 33 – Interação cozinha e área gourmet. 60

Figura 34 – Setor dos quartos, ampliação projeto inteligente. 61


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFSP Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
NBR Norma Técnica Brasileira

LISTA DE SÍMBOLOS

cm centímetros
m metros
m² metros quadrados
26

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 26
1.1 Objetivos 28
1.1.1 Objetivo Geral 28
1.1.2 Objetivos Específicos 28
2. REVISÃO LITERÁRIA 29
3. METODOLOGIA 36
3.1 Revisão de Literatura 36
3.2 Caracterização do município de estudo 36
3.3 Caracterização, visita e estudo de dois conjuntos habitacionais que
serão utilizados como modelo para comparação de projetos 38
3.3.1 CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM MONTE ALTO 39
3.3.2 CONJUNTO HABITACIONAL ANNA MUNHOZ ALVAREZ 44
3.4 Desenvolvimento de um projeto inteligente 51
4. RESULTADOS 52
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 57
REFERÊNCIAS 58
ANEXO A – CARACTERISTICAS DAS ZONAS DE USO 63
27

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Abiko (1995), habitação é sinônimo de abrigo, e desde os


primórdios o ser humano teve a necessidade de se abrigar, na busca de proteção
contra intempéries, ataques de animais ou até mesmo outros seres humanos.

No Brasil, em um contexto histórico, o menos favorecido financeiramente


sempre teve mais dificuldade para obter a sua habitação. No início da
colonização, por volta do ano 1534, os portugueses implantaram as Cartas de
Sesmarias, sistema onde comercializavam o direito ao uso das terras para os
mais ricos, a quantidade de terra era proporcional ao poder do recebedor
(PEREIRA, 2009).

Para Moretti et al. (2010), os sesmeiros, como eram chamados, logo se


mantiveram no topo na pirâmide social, e além de terras, ocupavam cargos
públicos importantes, participavam dos altos postos das instituições militares e
asseguravam seus interesses em desfavor da maioria da população.

No ano de 1850, foi criada a Lei das Terras, que tornou as terras uma
mercadoria, com isso, os terrenos disponíveis passaram a ser trocados por
moeda (MORETTI et al., 2010). De maneira semelhante ao sistema anterior
somente os mais ricos adquiriram as terras, já que os pobres não podiam pagar
pelos valores exigidos.

A industrialização acabou gerando um aumento no êxodo rural, e com isso,


as pessoas deixavam o campo a procura de oportunidades na cidade, segundo
Santos (2009), em 1960 a urbanização alavancada por esses fatores foi
intensificada no Brasil, que acabou agravando os problemas com a geração de
diversas habitações irregulares, considerando que a terra formalizada não era
acessível para todos.

Devido às baixas condições econômicas, muitos não podiam comprar o


que o mercado oferecia, e se aglomeravam em lugares irregulares, como, áreas
de mananciais, encostas de morros e áreas de preservação ambiental, o que
começou a levar a um déficit habitacional, a favelização de muitos lugares e um
consequente agravamento de problemas sociais, que persistem até os dias atuais
(SANTOS, 2009).
28

Com o objetivo de abrigar essas pessoas e neutralizar os problemas


apresentados, os governos começaram a investir em conjuntos habitacionais, que
apresentam, do ponto de vista construtivo, uma vantagem econômica em
comparação às moradias convencionais, conferindo maior possibilidade de
acesso as classes menos favorecidas financeiramente.

Dentro desse contexto, no município de Votuporanga, interior do estado de


São Paulo, foram construídos diversos destes conjuntos habitacionais que,
embora se façam uma alternativa para suprir o déficit habitacional do município
apresentam problemáticas diversas relacionadas ao projeto das edificações e a
forma como as mesmas são implantadas dentro dos terrenos.

Um problema muito comum apresentado é a complexidade para se realizar


uma ampliação, normalmente para implantação de uma novo cômodo ao projeto,
é necessário um grande volume de demolições e modificações ao projeto original.

È comum que quando entregues as moradias populares, o número de


cômodos não supram as necessidades das famílias contempladas, isto é
explicado por Corrêa (1989), que diz que para a incorporadora obter lucro na
produção da habitação de baixa renda, essas residências precisam ser super
ocupadas e com a qualidade da construção reduzida ao mínimo.

Ainda é fácil pontuar que um dos principais problemas desses conjuntos


habitacionais é onde a edificação é projetada e implantada no terreno, muitas
vezes deixando um espaço insuficiente, para a construção legal de uma futura
garagem por exemplo.

No caso mostrado pela Figura 1, o morador deve escolher entre ter uma
garagem ou invadir o recuo imposto pelo Plano Diretor de Votuporanga, já que o
projeto aprovado, deixa um recuo frontal de somente 5,00 m, então, quando
descontado o recuo mínimo exigido pela prefeitura, de 1,50 m restam apenas 3,50
m para implantação de uma futura garagem, que não abriga se quer um carro
popular que tem no mínimo 4,00 m em dimensão longitudinal. Na perspectiva da
largura pode-se dizer pela proporção da Figura 1 que o projeto deixa
aproximadamente 4,50 m, desta forma, não comportaria uma garagem para dois
carros e sim uma garagem ociosa de só uma vaga.
29

Figura 1 – Recuo Frontal.

F
onte: Prefeitura Municipal de Votuporanga (2020)

Com isso, os objetivos deste trabalho serão definidos nos próximos


parágrafos.

1.1 Objetivos

Este trabalho de pesquisa possui os seguintes objetivos:

1.1.1 Objetivo Geral

Apoiado no que foi apresentado, o objetivo deste trabalho é propor um


projeto inteligente que possa ser utilizado como uma das bases para produção
de habitação horizontal, contribuindo com maior qualidade para o usuários, do
ponto de vista de insolação, ventilação, conforto térmico, facilidade para futuras
ampliações e melhor aproveitamento do terreno.

1.1.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

a) Estudar os conjuntos habitacionais horizontais do município e identificar


os principais problemas;
b) Desenvolver um projeto inteligente, e sua proposta de ampliação;
c) Fazer o projeto tridimensional (SketchUp) da habitação inteligente e sua
proposta de ampliação;
30

2. REVISÃO LITERÁRIA

Segundo Pena (2021) os espaços urbanos podem ser caracterizados como


composição de casas e edifícios, onde ocorrem atividades econômicas, sociais e
culturais. Corrêa (1989), afirma que os agentes determinantes do espaço urbano,
são:

 Os proprietários industriais e as grandes empresas comerciais: que


precisam de terrenos amplos e baratos que necessitam ser próximos
à portos, vias férreas e locais de ampla acessibilidade à população.
 Os proprietários de terras: que são interessados no valor de troca da
terra e não no seu valor de uso, os proprietários mais poderosos
podem até conseguir uma valorização de suas terras através do
investimento público em obras viárias.
 Os promotores imobiliários: que realizam processos de
incorporação, financiamento, estudo técnico, construção e
comercialização acrescido do lucro.
 O Estado: que atua em processos, como a regulamentação do uso
do solo, direito de desapropriação e precedência na compra de
terras e direito de desapropriação e precedência na compra de
terras.
 Os grupos sociais excluídos: que não podem pagar por habitação
digna, então acabam morando em cortiços, sistemas de
autoconstrução, favelas, ou conjuntos habitacionais, quando
fornecidos pelos governos.

Valença (2003) define habitação como uma mercadoria, que pode ser
comprada e negociada no mercado, porém uma mercadoria um pouco mais
complexa que as demais. Isso porque possui um alto valor agregado,
principalmente devido a sua produção, que envolve um grande número de
operações e processos.

Outro fator que torna a habitação uma mercadoria peculiar é que ela é
caracterizada como uma necessidade básica, tanto para abrigo, quanto para
convívio social, ou seja, todos necessitam de um teto, que precisa ser funcional e
31

seguir uma série de exigências, como a garantia de segurança dentro e em seu


entorno, sua acessibilidade, a sua localização que deve garantir a infraestrutura e
além disso, o direito a posse do imóvel ao comprador.

A CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE OS ASSENTAMENTOS HUMANOS


- HABITAT II (1996) definiu alguns requisitos a serem seguidos para garantir que
uma habitação obtenha um bom desempenho para os moradores:

● Estrutura Física: Deve ser culturalmente aceitável, prover abrigo


contra elementos da natureza, não podendo ser úmida ou inabitável;
● Terreno: Deve ser um lugar seguro que garanta e mantenha a
salubridade para os moradores;
● Infraestrutura e Serviços: Devem existir subsídios necessários para a
sobrevivência no entorno, como hospitais e escolas;
● Acessibilidade: Deve garantir a locomoção dos usuários do imóvel
com dignidade;
● Localização: Sua posição deve garantir fácil deslocamento ao
cidadão, garantindo rapidez no acesso de serviços básicos;
● Segurança legal: Direito de posse do imóvel depois de comprado.

A NBR 15.575 (ABNT, 2013) como um parâmetro mais atual, apresenta


quesitos a seguir para obter um bom desempenho em uma edificação, definindo
padrões para materiais em busca de um bom desempenho estrutural,
estanqueidade, iluminação, ventilação, conforto acústico, segurança e
durabilidade.

A procura de manter a salubridade da habitação e garantir os requisitos


firmados na CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE OS ASSENTAMENTO
HUMANOS - HABITAT II e as normas da ABNT, define-se taxas de iluminação e
ventilação.

Com isso, a NBR 15.575-1 (ABNT, 2013), primeira parte da norma que
define parâmetros para desempenho das edificações, determina que durante o
dia os cômodos como salas de estar, dormitórios, área de serviço, banheiros e
copas ou cozinhas, devam receber iluminação natural, vinda do exterior da
32

edificação, e durante a noite o sistema de iluminação artificial deve proporcionar


condições adequadas para o uso dessa áreas.

Para garantia de uma satisfatória iluminação natural, deve-se atentar à


orientação geográfica do local onde será implantado a edificação, determinando a
devida disposição dos cômodos, e ainda a posição das aberturas (janelas ou
portas), é necessário também se atentar as cores dos elementos (paredes, tetos,
pisos, etc.) e sempre verificar a presença de taludes, muros, coberturas de
garagens e outros possíveis obstáculos que podem obstruir a entrada de luz, NBR
15.575-1 (ABNT, 2013).

A orientação da construção é um fator muito importante a se levar em


conta, de acordo com Ruiz e Bandera (2014), muitas vezes o projetista não leva
em consideração a economia de energia que uma boa orientação geográfica traz
à edificação.

Em síntese é importante considerar que no Hemisfério Sul o sol nasce no


Leste e por isso, os cômodos voltados para lá receberão o sol da manhã, e em
contrapartida os cômodos voltados para o Oeste receberão a maior incidência de
raios durante a tarde, o que aumenta a temperatura deste lado. O Sul recebe a
menor porcentagem de radiação solar e o Norte a maior porcentagem devido a
inclinação dos raios, como podemos notar na Figura 2 (RUIZ e BANDERA, 2014).
Figura 2 – Orientação Solar.

Fonte: Viva (2018).

No que se refere a ventilação, para Frota e Schiffer (2005) a renovação do


ar realizada pela ventilação natural, é de grande importância para a higiene em
33

geral e para o conforto térmico em regiões de clima quente e úmido, e também


pode ser favorecido pela orientação geográfica da edificação.

Outro elemento de grande importância para o conforto térmico nas


edificações são os recuos. Caracterizados pelo afastamento da edificação até o
alinhamento com as divisas do lote. Os recuos mínimos geralmente são
determinados pelas Leis Urbanísticas de cada cidade, divididos em recuo frontal,
lateral e de fundo, podem ser diferentes a cada zona demarcada da cidade
(BRESSANE, 2020).

A prefeitura da cidade de Votuporanga na Lei Complementar Nº 461, DE


27 de outubro de 2021 define recuo como “Menor distância estabelecida pelo
município entre a edificação e a divisa do lote onde se situa, a qual pode ser
frontal, lateral e de fundos” (BRASIL, 2021).

O recuo frontal é a distância que o corpo edificado contem até a divisa do


lote com a calçada. Os recuos de fundo são a distância do corpo edificado a
divisa do fundo do lote. O recuo lateral a distância do corpo edificado com as
divisas laterais do terreno, quando não se possui nenhuma exigência de recuo
mínimo pode-se encostar a edificação na divisa, contanto que não possua
aberturas, ou que essas aberturas sejam direcionadas a áreas de luz ou recuos.
As áreas de luz são espaços reservados para entrada de luz na edificação,
devem possuir, para edificações térreas, no mínimo 6,00 m² de área e suas
extremidades devem possuir dimensão mínima de 2,00 m (LOBO, 2019).

Os recuos auxiliam na entrada de luz e ventilação na edificação, por isso


precisam ser respeitados. De acordo com o Código Sanitário do Estado de São
Paulo – Edificações, Decreto nº 12.342 (1978), para espaços fechados, como
jardins de inverno, a área mínima do espaço não pode ser inferior a 6,00 m² e
deve ter dimensão mínima de 2,00 m, já para áreas livres, a distância entre a
edificação e as divisas do lote ou até o próximo corpo edificado deve ser no
mínimo de 1,50 m.

Quando bem executados, os recuos ajudam na economia de energia do


imóvel e contribuem para a salubridade da edificação. Além desses benefícios, os
recuos auxiliam o traçado da morfologia da cidade, ou seja, como serão os bairros
34

ou zonas daquele lugar, ditando distancias livres entre as edificações, que podem
ser utilizadas para um escoamento e infiltração de agua no solo, por exemplo
(LOBO, 2019).

De acordo com o Artigo 6º do Capito II (Dos Direitos Sociais) do Título II


(Dos Direitos e Garantias Fundamentais) da Constituição da República Federativa
do Brasileira de 1988, a moradia é um direito fundamental para todos (BRASIL,
1988), porém, ainda existe a dificuldade de conquista desse bem.

Gobbato (2015) diz que o Brasil procura solucionar o problema da moradia


desde o século XIX, entretanto o problema persiste até os dias atuais. Buscando
viabilidade econômica, os governos começaram a investir em conjuntos
habitacionais.

Pode-se encontrar conjuntos habitacionais em duas formas, horizontais ou


verticais. Os horizontais representados na Figura 3 são compostos por unidades
isoladas ou agrupadas no térreo.

Figura 3 – Conjunto Habitacional Horizontal.

Fonte: Diário de Votuporanga, (2021).

Já os verticais, representados na Figura 4, são compostos por um ou mais


edifícios de mais de um pavimento, com várias unidades.
35

Figura 4 – Conjunto Habitacional Vertical.

Fonte: Governo do Estado do Ceará (2021).

De acordo com Rolnik (2017) os conjuntos habitacionais são implantados


em áreas periféricas justamente para a economia no valor de aquisição do
terreno, o que leva a problemas como a segregação socioespacial, o que contribui
para gerar um padrão urbanístico monufuncional e uma divisão territorial entre
pobres e ricos.

Esses conjuntos que são implantados buscando resolver a questão da


habitação e acabam gerando outros impasses devido às diferentes problemas.

“Padronização exagerada, dimensionamento equivocado, qualidade


construtiva muitas vezes deficiente e a ausência de rigor tanto na
contratação quanto na fiscalização da obra, de modo algum beneficiam a
permanência da família na unidade.” (DAMÉ, 2008 p.13)

“A padronização, tanto do tamanho das unidades, como dos arranjos


internos dos conjuntos, tem como consequência a inadequação ao tamanho das
famílias e, sobretudo, a não flexibilidade da moradia ao longo do ciclo familiar.”
(ROLNIK, 2017 p.246)

Sampaio e Rosseto (2002) contestam afirmando que a padronização não é


algo tão negativo, visto principalmente pelo quesito econômico. Ela começa ser
desvalorizada pois generaliza a necessidade da maioria.
36

Portanto, a favor da funcionalidade, grande parte das edificações


residenciais de pequeno porte, entregues à população menos favorecida
financeiramente, são posteriormente dotadas de expansões que muitas vezes
são planejadas e executadas sem auxílio de um profissional da área, e sem o
conhecimento técnico necessário, desta forma, é simples infringir as diretrizes
urbanísticas das cidades, o que gera diversas consequências, como, problemas
com o conforto térmico, problemas estéticos, e as vezes até estruturais.

Muitas vezes as edificações entregues não induzem a população a seguir


os recuos necessários, isso porque as dimensões deixadas para as futuras
ampliações são insuficientes. A Figura 5, mostra um caso de como uma casa é
entregue.

Figura 5 – Casa de conjunto habitacional sem ampliação.

Fonte: Natalin (2021).


A Figura 6 mostra um exemplo de como a edificação fica depois de
ampliada sem considerar a legislação.
37

Figura 6 – Casa de conjunto habitacional depois de ampliada

Fonte: Natalin (2021).


É possível observar pela Figura 6, um aspecto de prisão na fachada do
imóvel, com barreiras que impedem a entrada de ventilação e iluminação, que
pode levar a consequências na salubridade da edificação no conforto térmico e
na estética desfavorecida, além disso nota-se que o recuo obrigatório frontal e
lateral está sendo invadido. A partir do apresentado, surge a necessidade de se
pensar em um projeto inteligente.

Chioca (2014) menciona que as modificações nos imóveis podem gerar


uma “favelização” dos bairros e que programas habitacionais atuais como Casa
Verde e Amarela devem observar as taxas das classes econômicas beneficiadas
pelo programa, com enfoque em baixa renda, onde a família geralmente é
composta por mais membros, consequentemente precisando de mais cômodos.

As expansões citadas por Chioca (2014) comprovam que existe a


precisão de um projeto que minimize a necessidade de ampliação dessas
habitações, o que muitas vezes é inevitável, e para esses casos, que simplifique
o aumento dessas edificações, já que cada família possui diferentes
particularidades e que para fins construtivos e econômicos, a padronização de
projeto é eficaz.
38

3. METODOLOGIA

Este trabalho é composto pelas cinco seguintes etapas metodológicas:

1. Revisão de literatura;
2. Caracterização do município de estudo;
3. Caracterização, visita e estudo de dois conjuntos habitacionais
horizontais que serão utilizados como modelo para comparação de
projetos;
4. Desenvolvimento de um projeto inteligente;

3.1 Revisão de Literatura

A Revisão de Literatura foi apresentada no Capítulo 2.

3.2 Caracterização do município de estudo

O município de Votuporanga é situado ao Noroeste do estado de São


Paulo, sua economia gira em torno principalmente do setor terciário, além de ser
um dos principais polos moveleiros do interior de São Paulo. A cidade possui
escolas municipais, estaduais, técnicas e de nível superior, o que atrai muitos
moradores, (SANT’ANA, 2007). O IBGE (2020) estima que Votuporanga possuía
em 2020, 95.338 habitantes. A Figura 7 mostra a parte central do município.
Figura 7 - Votuporanga-SP.

Fonte: Nova Escola (2021).


A Prefeitura Municipal de Votuporanga cedeu cópias dos Alvarás de
Construção, incluindo cópias dos projetos arquitetônicos de todos os conjuntos
39

habitacionais lançados em um prazo de 10 anos, vigentes anteriormente ao ano


de 2020, foram lançados um total de 12 conjuntos habitacionais no município, são
eles:
1. Jardim Monte Alto, aprovado no ano de 2010, localizado em uma ZEIS
(Zona Especial de Interesse Social), contendo 210 unidades habitacionais, destas,
7 residências adaptadas a deficientes físicos, com área construída totalizando
7796,11 m² em terreno de 38985,93 m².
2. Jardim Monte Verde, aprovado no ano de 2011, localizado em uma
ZEIS (Zona Especial de Interesse Social), contendo 136 unidades habitacionais
com 3 quartos e 286 unidades com apenas dois quartos, o conjunto apresenta
área construída total de 19561,96 m².
3. Parque Residencial do Lago, aprovado em 2012, localizado em uma
ZPR (Zona de Predominância Residencial), contendo 45 unidades habitacionais,
com área construída total de 1607,40 m².
4. Vila São Lucas, aprovado no ano de 2012, localizado em uma ZEIS
(Zona Especial de Interesse Social), contendo 22 unidades habitacionais, com
área construída total de 957,00 m².
5. Jardim Itália, aprovado no ano de 2012, localizado em uma ZREIS
(Zona Residencial Especial de Interesse Social), contendo 136 unidades
habitacionais, com área construída total de 7168,84 m².
6. Vila Ipiranga I, aprovado no ano de 2012, localizado em uma ZPR
(Zona de Predominância Residencial), contendo 22 unidades habitacionais, com
área total construída de 957,00 m².
7. Vila Ipiranga II, aprovado no ano de 2012, localizado em uma ZPR
(Zona de Predominância Residencial), contendo 27 unidades habitacionais, com
área total construída de 1174,50 m².
8. Boa Vista II, aprovado em no ano de 2013, localizado em uma ZEIS
(Zona Especial de Interesse Social), contendo 330 unidades habitacionais, com
área construída total de 14021,70 m², em um terreno de 62162,47 m².
9. Belo Horizonte I e II, aprovado no ano de 2015, localizado em uma
ZEIS (Zona Especial de Interesse Social), contendo 575 unidades habitacionais,
com área total construída de 26145,25 m², em um terreno de 96222,19 m².
40

10. Anna Munhoz Alvarez, aprovado no ano de 2016, localizado em uma


ZEIS (Zona Especial de Interesse Social), contendo 783 unidades habitacionais,
com área construída total de 35603,01 m².
11. Distrito de Simonsen, aprovado em 2017, localizado em uma ZEP
(Zona Especial de Preservação), contendo 12 unidades habitacionais, com área
construída total de 574,44 m².
12. Vida Nova Votuporanga III, aprovado em 2018, localizado em uma
ZEIS (Zona Especial de Interesse Social), contendo 788 unidades habitacionais e
com isso, sendo o conjunto habitacional com maior número de residências
aprovado nesses 10 anos, conta com uma área construída total de 35830,36 m²,
em um terreno de 148269,24 m².

3.3 Caracterização, visita e estudo de dois conjuntos habitacionais que


serão utilizados como modelo para comparação de projetos

Analisando um pouco a legislação vigente, de acordo com o Anexo A –


“Características das Zonas de Uso”, tanto as ZPR, quanto as ZEIS e ZREIS, devem
seguir testada mínima de 10 metros, espaçamento frontal mínimos de 1,50 metros
e área mínima de lote de 250,00 m².

Porém a Lei municipal nº 3739/2004, permite à loteamentos e


desdobramentos de interesse social, possuir testada mínima de 9 m e área mínima
de 180,00 m² (BRASIL, 2004).

Como Lei mais recente tem-se a Lei municipal nº 6469/2019 que libera
testada mínima para loteamento de interesse social de 7,00 m e área mínima de
150,00 m² (BRASIL, 2009).

Em relação às dimensões de cômodos, Votuporanga segue o Código


Sanitário do Estado de São Paulo – Edificações, Decreto nº 12.342 (1978), que
recomenda área útil de 6,00 m² nos quartos, com pelo menos um deles com 8,00
m², área útil de 4,00 m² para cozinha e 2,00 m² para compartimentos sanitários.
Dos 12 conjuntos habitacionais aprovados, foram selecionados dois conjuntos
que mais chamaram atenção pelos problemas mostrados, são eles:
a. Jardim Monte Alto, 210 unidades habitacionais;
b. Anna Munhoz Alvarez, 783 unidades habitacionais.
41

Na Figura 8 pode-se localizar a região em que esses conjuntos se encontram,


nota-se que o Jardim Monte Alto se encontra mais ao Sul do município, já o Anna
Munhoz Alvarez situa-se na região Oeste do município.
42

Figura 8 - Localização dos conjuntos modelos.

Fonte: Próprio autor (2021)

Depois de selecionados, é feita a visita aos dois conjuntos habitacionais


elencados, destes, são escolhidas 5 habitações em cada (com pelo menos uma
edificação de esquina), uma quantidade que julgou-se suficiente para se fazer
alguns apontamentos, todas essas amostras serão medidas e analisadas
buscando verificar possíveis alterações de projeto ou modificações feitas após a
entrega do imóvel.
3.3.1 CONJUNTO HABITACIONAL JARDIM MONTE ALTO

Jardim Monte Alto mostrado na Figura 9, foi aprovado no ano de 2010, e


lançado em 2011, localizado em uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social).
43

Figura 9 - Visão aérea Jardim Monte Verde.

Fonte: Google Earth (2021)

Neufert (1976) afirma em seu livro que uma garagem deve garantir o mínimo
30 cm de distância do carro ao obstáculo mais próximo em sua parte traseira, e em
sua parte frontal um mínimo de 50 cm. De acordo com o BLOG VIVER DE
CONSTRUÇÃO, (2021), um carro popular tem dimensão longitudinal próxima a
4,00 m, com isso, chega-se a um tamanho longitudinal total para a garagem de 4,8
m.

O escritor também diz que para dimensões laterais de garagens o espaço


deve ser de no mínimo 20 cm até o próximo obstáculo do lado do passageiro e 70
cm até o próximo obstáculo do lado do motorista. De acordo com Considerando
que um carro popular tenha largura mínima de aproximadamente 1,90 m, tem-se
um total de 2,80 m.

As dimensões de Neufert (1976) estão representadas pela Figura 10.


44

Figura 10 - Dimensões mínimas para garagem em metros.

Fonte: Próprio autor (2021)

Analisando a planta baixa mostrada pela Figura 11, imediatamente pode-se


identificar que o projeto não assegura um espaço útil para a implantação de uma
futura garagem, já que possui 5,00 m de profundidade na parte frontal, pode-se
assegurar, que não poderia ser instalada uma vaga de automóvel, sem infringir o
recuo mínimo exigido pelo município, que é de 1,50 m, restando 3,50 m, ou seja,
1,30 m menor que o mínimo para o conforto. Mesmo deixando um beiral de 90 cm
(dimensão de beiral máxima permitido permitida pela Prefeitura de Votuporanga, na
parte frontal do imóvel), ainda fica um total de 4,30 m, inferior aos 4,80 m. Também
observa-se que não é possível passar ou abrigar um carro nos corredores portanto
seria inviável legalizar uma ampliação de garagem.
45

Figura 11 - Planta baixa Monte Alto, parte frontal.

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga (2020)

Na Figura 12 é possível observar um exemplo retirado do próprio conjunto


habitacional Jardim Monte Alto, onde a construção invade o espaço da calçada
(área pública) com o beiral, portanto infringe a lei vigente do município, e não
garante o recuo frontal mínimo para este bairro, o que pode acarretar em multas, e
em circunstâncias mais graves, à ordem de demolição da área irregular. Além
disso, observou-se neste imóvel a falta de aberturas, nas áreas ampliadas, para
entrada de ventilação e insolação, o que interfere diretamente no bem estar dos
moradores.
46

Figura 12 - Planta baixa Monte Alto, invasão de área pública.

Fonte: Próprio autor (2021)

Nota-se pela Figura 13 que uma futura ampliação seria dificultada devido ao
layout do projeto, por exemplo, a implantação de uma Área de Lazer ou Varanda,
ficaria distante da cozinha, comprometendo a funcionalidade e a fluidez entre os
cômodos.
47

Figura 13 - Planta baixa Monte alto, parte interior.

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga (2020)

Das 5 amostras analisadas no conjunto habitacional Jardim Monte Alto, em


todas houveram ampliações, as 5 adicionaram garagem a frente do imóvel (uma
das amostras adicionou uma cozinha integrada a garagem, invadindo o recuo
frontal), uma delas ampliou a cozinha aproveitando o recuo lateral, outra adicionou
um quarto seguindo o alinhamento da edificação, e uma outra aumentou o banheiro
também aproveitando o recuo lateral. Nota-se que a prioridade era a garagem.

Todas as amostras ampliaram a garagem para além do recuo mínimo,


desrespeitando a legislação, com isso, sabe-se que existe problemas com
iluminação e ventilação.

3.3.2 CONJUNTO HABITACIONAL ANNA MUNHOZ ALVAREZ

Anna Munhoz Alvarez destacado na Figura 14, foi aprovado no ano de 2016,
e lançado em 2016, localizado em uma ZEIS (Zona Especial de Interesse Social).
48

Figura 14 - Visão aérea Anna Munhoz Alvarez.

Fonte: Google Earth (2021)

Observando a planta baixa pela Figura 15, imediatamente pode-se identificar


que o projeto não assegura um espaço útil para a implantação de uma futura
garagem.

Com uma dimensão de 5 m frontal ao projeto, restariam somente 20 cm


para um possível recuo, o que não é permitido pela lei de Zoneamento nº
195/2011 do município. Neste caso não haveria outra maneira de se ter uma
garagem somente desrespeitando o recuo. O que há uma grande chance de
acontecer pois como expos Neufert (1976), hoje em dia uma garagem é tão
indispensável como um banheiro, fato levantado em 1976, e que hoje pode-se
reafirmar, apenas averiguando que a maioria das amostras, tiveram ampliações
de futuras garagens.
49

Figura 15 - Planta baixa Anna Munhoz Alvarez, parte frontal.

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga (2020)

A Figura 15 acima não possui cotas nas passagens laterais, porém sabe-se
pelo projeto que um dos corredores dispõe em sua largura 1,84 m e o outro de 1,85
m, então não seria possível abrigar ou passar com um carro por ali. A intenção da
construtora é que os moradores deixem os carros na parte frontal, descobertos,
fato que não representa a realidade e a necessidade do local, já que como pode-se
notar apenas observando as expansões no conjunto, os moradores querem e
precisam deixar seu carros abrigados, principalmente devido aos fatores causados
pelo clima ao automóvel.

Nota-se pela Figura 16 que uma futura ampliação seria dificultada devido ao
layout do projeto, por exemplo, na implantação de um terceiro dormitório, teria que
alterar muito a edificação comprometendo a fluidez entre os cômodos, devendo
levar em consideração que este conjunto foi projetado no mínimo permitido pelo
Código Sanitário do estado, o que muitas vezes leva a uma família a ter a
necessidade de expandir os cômodos.
50

Figura 16 - Planta baixa Anna Munhoz Alvarez, parte interior.

Fonte: Prefeitura Municipal de Votuporanga (2020)

Outro fator que influencia na dificuldade de ampliação é a aleatoriedade em


que o projeto é implantado no terreno. Muitas vezes no meio do terreno, deixando
duas áreas de circulação desproporcionais, onde é complicado a implantação de
um novo cômodo. Aspectos como estes, levam os moradores a invadirem recuos, e
aproveitarem o máximo do espaço disponível, e as vezes indisponível. Como
resultado tem-se uma edificação escura, sem ventilação e com uma estética
desfavorecida. A Figura 17 mostra como a casa é entregue.
51

Figura 17 – Casa mal implantada ao terreno.

Fonte: Próprio Autor (2021).

A Figura 18 mostra exemplos de como elas se apresentam depois de


ampliadas, confirmando o que foi afirmado.

Figura 18 – Exemplo de casa ampliadas, com problemas arquitetônicos.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Das cinco amostras coletadas no conjunto habitacional Anna Munhoz Alvarez,


três delas construíram garagem à frente do imóvel, uma delas adicionou uma área
gourmet com banheiro e área de serviço, onde o banheiro não conta com nenhuma
abertura para iluminação e ventilação, outra uma varanda ao fundo e outra ampliou
a cozinha. Novamente nota-se que a garagem é uma prioridade.

O banheiro na Figura 19, foi construído anexo a uma área gourmet no


conjunto habitacional Anna Munhoz Alvarez, nota-se a falta de iluminação causada
52

devido a falta de uma abertura iluminante, que prejudica também a circulação de ar


no cômodo.

Figura 19 – Banheiro sem aberturas no conjunto Anna Munhoz Alvarez.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Na Figura 20, verifica-se um dos casos, onde a ampliação da garagem


ultrapassou com um beiral, o limite da dívida frontal do terreno, portanto, sabe-se
que não se respeitou o recuo frontal, e que isso leva diretamente a uma casa
escura e com falta de circulação de ar, que prejudica a salubridade e conforto
térmico dentro do imóvel.
53

Figura 20 – Exemplo de casas ampliadas no Conjunto Anna Munhoz Alvarez.

Fonte: Próprio Autor (2021).

É possível observar na Figura 21, um outro exemplo, onde o portão está


localizado na divisa frontal do terreno, e a cobertura da ampliação, termina
paralelamente a esse alinhamento, não respeitando o recuo de 1,50 m exigido.
54

Figura 21 – Ampliação de garagem no Conjunto Anna Munhoz Alvarez.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Sabe-se que todas as amostras que implantaram garagens invadiram o


recuo mínimo exigido, portanto pode-se afirmar que terão os problemas citados
acima, como prejuízos na ventilação e iluminação.

3.4 Desenvolvimento de um projeto inteligente

O próximo passo é a criação do projeto inteligente, que minimize a


necessidade de ampliações e quando isso não for possível, que garanta uma fácil
e melhor ampliação, que disponha de subsídios para que ocorra dentro da
legislação vigente.
55

4. RESULTADOS

Para a execução do projeto inteligente, pensou-se em alguns fatores


levantados durante as discussões anteriores, como o recuo, disposição dos
cômodos e facilidade para ampliação. Então, desenvolveu-se um projeto com
área igual à 48,74m², Taxa de Ocupação (TO) de 30,08%, Coeficiente de
Aproveitamento (CA) igual à 0,30 e Taxa de Permeabilidade (TP) de 55,04%,
todas dentro dos parâmetros estipulados para “ZEIS” pela Prefeitura Municipal de
Votuporanga através do Anexo A “Características das Zonas de Uso”, que são,
respectivamente, TO inferior à 80%, CA inferior à 3 e TP superior à 20%. A planta
baixa do projeto está representada na Figura 22 e o projeto arquitetônico está
anexo a este trabalho.
Figura 22 – Projeto inteligente.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Desenvolve-se a maquete digital do projeto inteligente no software SketchUp


(2019), com isso pode-se visualizar na Figura 23 a fachada da proposta.
56

Figura 23 – Fachada projeto inteligente, tridimensional.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Atendando-se a parte frontal, nota-se que é projetada uma distância da


construção até o limite do terreno de 6,30m em sua maior dimensão, e um espaço
de 4,20m de recuo em sua parte mais próxima da divisa frontal, com isso,
podemos reservar um espaço de 4,80m para uma futura garagem, e ainda
preservar 1,50m do recuo obrigatório. Pensando na largura de uma futura
garagem, o projeto reserva 5,70m de distância livre entre a divisa e a parede mais
próxima, então pode-se assegurar que existe espaço livre para uma futura
garagem com vaga para 2 carros com folga. A Figura 24 ilustra as dimensões
citadas.
Figura 24 – Parte Frontal, projeto inteligente.
57

Fonte: Próprio Autor (2021).

Na Figura 25 pode-se observar as outras três perspectivas ao redor do


projeto (lado direito, esquerdo e fundos).
Figura 25 – Perspectivas 3D, projeto inteligente.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Para a melhor visualização dos espaços no interior do projeto desenvolve-se


a maquete digital mobiliada, assim consegue-se visualizar melhor as dimensões
de cada cômodo, representando os móveis que o ambiente comporta. È possível
visualizar esses mobiliários na Figura 26 e 27.
Figura 26– Projeto mobiliado, vista superior no 3D.
58

Fonte: Próprio Autor (2021).

Figura 27– Projeto mobiliado, perspectiva superior tridimensional.

Fonte: Próprio Autor (2021).

A Figura 28, mostra uma proposta de projeto de ampliação para o projeto


inteligente, também feita através da revisão dos conceitos e complementando as
necessidades constatadas, com uma área de 116,70m², Taxa de Ocupação (TO)
de 72,04%, Coeficiente de Aproveitamento (CA) igual à 0,72 e Taxa de
Permeabilidade (TP) de 20,28 %, com área permeável reservada de 32,86 m²,
constata-se através do Anexo A, que todos os parâmetros estipulados pela lei
urbanística do município foram respeitados, o projeto arquitetônico desta
ampliação também está anexo a este trabalho.
Uma observação importante que se faz é a preservação do projeto original,
apenas ampliando para as extremidades do terreno, e demolindo o mínimo,
somente a vedação de alvenaria, para implantação de duas passagens (portas),
59

que dão acesso ao banheiro do dormitório 02 e ao acesso do dormitório 03.


Também se faz necessário a mudança na implantação da área de serviços.
Figura 28 – Possível ampliação do projeto inteligente.

Fonte: Próprio Autor (2021).

De maneira semelhante ao projeto inteligente, para a proposta de ampliação,


também se desenvolve a sua maquete digital no software SketchUp (2019). Na
Figura 29 pode-se observar como ficaria a fachada da residência após a
implantação da ampliação proposta.
Figura 29 – Fachada ampliação projeto inteligente, tridimensional.

Fonte: Próprio Autor (2021).


60

De imediato, pode-se notar que a ampliação contempla uma garagem com


espaço suficiente para abrigar dois veículos.
Observa-se na Figura 30 as outras três perspectivas ao redor do projeto
(lado direito, esquerdo e fundos).
Figura 30 – Perspectivas 3D, projeto inteligente.

Fonte: Próprio Autor (2021).

As Figuras 31 e 32 mostram um pouco dos espaços internos do projeto


inteligente com a ampliação, para isto, adiciona-se a mobília ao projeto
tridimensional, com o objetivo de visualizar melhor as dimensões dos cômodos e
o que cada espaço comporta.
61

Figura 31– Ampliação mobiliada, vista superior no 3D.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Figura 32– Ampliação mobiliada, perspectiva superior tridimensional.

Fonte: Próprio Autor (2021).


62

Para a ampliação da Área Gourmet é importante pensar na implantação da


cozinha, neste caso é possível notar pela Figura 33, destacado em amarelo, que
a sua disposição ajuda na ampliação, pois esses cômodos ficam próximos,
ajudando na setorização dos ambientes.
Figura 33 – Interação cozinha e área gourmet.

Fonte: Próprio Autor (2021).

Outro ponto importante é a ampliação de mais um quarto, para isso deve-se


pensar no seu acesso, para que na hora da ampliação não seja necessário uma
grande alteração ao layout original do projeto. Na Figura 34 pode-se notar
destacado em azul, que os quartos também seguiram uma setorização na
ampliação e permitem a implantação de mais um dormitório, e estes ficam
isolados em uma área mais íntima da casa, que pode ser acessada por um
corredor. Além disso, a disposição da edificação no terreno, permite que um dos
quartos se torne uma suíte com a construção de um banheiro anexo.
63

Figura 34 – Setor dos quartos, ampliação projeto inteligente.

Fonte: Próprio Autor (2021).


64

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme demonstrado ao longo deste trabalho, a pesquisa aqui exposta


teve como intuito o estudo dos principais problemas de conjuntos habitacionais,
na cidade de Votuporanga-SP, com enfoque em uma proposta de projeto que
abrangesse uma melhoria para os moradores dos futuros conjuntos do município.
Desta forma, em primeiro momento, se reuniu os dados a respeito dos
conjuntos lançados nos últimos dez anos em Votuporanga, elencando dois deles
para sintetizar possíveis problemas existentes, então, realizou-se visitas à esses
conjuntos, recolhendo cinco amostras de cada, que permitiu a compreensão dos
principais problemas destes locais.
Na sequência, conceituou-se os principais fatores a serem levados em
consideração no momento de se projetar uma habitação.
Em seguida foi feito o projeto inteligente, com o mesmo número de cômodos
que os projetos implantados no município, e na mesma faixa de tamanho,
somente rearranjando os cômodos, foi possível aplicar uma melhoria em diversos
fatores do projeto e reservar espaços suficientes para futuras ampliações no
terreno.
Além do projeto inteligente, desenvolveu-se também a sua proposta de
ampliação, aplicou-se um bom aproveitamento do terreno contemplando os
principais cômodos que são ampliados nestes conjuntos.
Foi desenvolvido os projetos arquitetônicos, tanto do projeto inteligente,
como de sua ampliação, além disso também desenvolveu-se os projetos 3D no
software SketchUP 2019, que permitiu a melhor visualização dos espaços.
Como a área construída proposta no projeto inteligente se assemelha as
área dos demais conjuntos já existentes, pressupõe-se que, não haverão
acréscimos significativos ao custo total da obra em relação aos projetos que já
foram implantados no município.
O que o diferencia dos demais e pode ser um fator de acréscimo ao custo é
que o projeto não segue um padrão “quadrado” como os demais, já que possui
cantos em sua estrutura para melhor aproveitamento dos recuos e fácil adaptação
da ampliação.
Além disso, outro fator que o diferencia é a presença de portas balcão nos
quartos, para aberturas de ventilação e iluminação, onde nos conjuntos
65

estudados, foram instaladas janelas, e na cozinha uma porta de correr que


substitui uma porta de abrir.
No caso da cozinha quando comprados os preços de uma porta de abrir de
alumínio (217x87) cm com uma porta de correr de 3 folhas (213x120) cm, temos
que, se comprados na C&C-CASA E CONSTRUÇÂO (2021) a porta de abrir sai
por R$1379,99 enquanto a porta de correr sai por R$1899,99, nota-se um
acréscimo de R$520,00.
Para o quarto 1 quando comparados os preços de uma janela de alumínio
(100x120) cm com uma porta de abrir de alumínio (217x87x12) cm, temos que, se
comprados na C&C-CASA E CONSTRUÇÂO (2021) a janela de correr sai por
R$639,99, enquanto a porta de correr sai por R$1899,99, nota-se um acréscimo
de R$1260,00, que é mais expressivo que o anterior.
E para o quarto 2 quando comparados os preços de uma janela de alumínio
(100x150) cm com uma porta de correr de 2 folhas (210x150) cm, temos que, se
comprados na LEROY MERLIN (2021) a janela de abrir sai por R$1119,90,
enquanto a porta de correr sai por R$1109,90, nota-se que os valores se
assemelham, porem aqui houve a economia de R$10,00.
Quando levadas em consideração as diferenças nas esquadrias temos um
acréscimo total ao projeto de R$1770,00.
Portanto recomenda-se, como sugestão para continuidade deste trabalho a
orçamentação detalhada do projeto inteligente e dos conjuntos habitacionais
estudados, fazendo uma comparação financeira entre eles e buscando medidas
mitigadoras para driblar a diferença de custo. Também sugere-se, a aplicação e
comparação financeira de diferentes formas construtivas do projeto inteligente,
como: estrutura convencional e alvenaria estrutural (prevendo as especificações
para as futuras ampliações).
66

REFERÊNCIAS

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Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15575:


Edificações habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15575-1:


Edificações habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro:
ABNT, 2013.

BLOG VIVER DE CONSTRUÇÃO. Tamanho Ideal para Garagem - Para as


Principais Marcas (Fiat, GM, Volks, Citroen, Toyota ...). Viver de
Construção. Disponível em:
<http://www.viverdeconstrucao.com/2018/05/tamanho-ideal-para-garagem-para-
as.html>. Acesso em: 01 Jun. 2021

BRASIL (Município). Lei nº 3739, de 05 de agosto de 2004. Institui o


Zoneamento Urbano de Votuporanga. Disponível em:
<https://consulta.siscam.com.br/camaravotuporanga/arquivo?Id=38863>. Acesso
em: 01 Jun. 2021

BRASIL (Município). Lei nº 6469, de 12 de novembro de 2012. Dispõe sobre


loteamentos. Disponível em:
<https://consulta.siscam.com.br/camaravotuporanga/arquivo?Id=94325>. Acesso
em: 01 Jun. 2021
67

BRASIL (Município). Lei Complementar nº 461, de 27 de outubro de 2021. 


Institui o Plano Diretor Participativo, regulamenta o Zoneamento, o
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outras providências. Votuporanga: Câmara Municipal, [2007]. Disponível em:
http://www.votuporanga.sp.gov.br/novo/pag.php?pag=203. Acesso em: 18 Nov.
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BRESSANE, Mariana. Conceitos Basicos – Parte 4: Recuo e Afastamento.


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71cab438caf1&gclid=Cj0KCQiAt8WOBhDbARIsANQLp97zISRHgiW0sW-
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68

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ANEXO A – CARACTERISTICAS DAS ZONAS DE USO

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