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Bruna Rodrigues Leão¹; Joyce Marinho da Silva¹; Lucas Aires de Brito¹; Taynara Florisbelo
Evangelista¹; Paula Cândido Nahas².
RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma revisão narrativa da literatura, em que traz assuntos
relacionados a Introdução Alimentar Infantil, destacando o quanto uma boa e correta inserção
e apresentação dos alimentos é essencial no desenvolvimento do bebê. Em geral, o propósito
principal esteve baseado em demonstrar e evidenciar, através da pesquisa, leitura e análise de
materiais científicos, a importância de uma boa alimentação complementar juntamente com um
aleitamento materno exclusivo até o tempo correto. Além disso, ao longo da pesquisa, o método
Baby-Led Weaning (BLW) foi um dos assuntos que ganhou destaque por se tratar de algo novo,
que desperta receio por parte dos pais e cuidadores em relação à apresentação e oferecimento
dos alimentos, mas que vem ganhando espaço nesta fase de introdução alimentar por apresentar
vários benefícios. Por fim, o trabalho se preocupou em ressaltar o papel fundamental que os
pais e cuidadores têm neste momento tão importante para a educação alimentar e nutricional de
seus bebês e também proporcionou novos conhecimentos tanto para os autores quanto para a
sociedade.
1. INTRODUÇÃO
A fase considerada mais importante da vida do ser humano, de acordo com o Guia
alimentar para crianças menores de dois anos proposto pelo Ministério da Saúde (2015a), seria
os primeiros anos de vida (em especial o primeiro e o segundo ano), pois são nestes períodos
que o indivíduo passa por uma fase mais acentuada e acelerada de crescimento, além de
desenvolver várias habilidades em relação à alimentação e o seu próprio autocontrole, que serão
levados consigo durante todo o seu processo de desenvolvimento até a vida adulta.
Com o nascimento do bebê, muitas dúvidas e inseguranças passam pela cabeça dos pais,
sendo as mais frequentes relacionadas à quando e como começar a introdução alimentar (IA)
dos seus filhos, sendo possível identificar por meio de um trabalho realizado por Diniz (2015),
que os erros nesta fase acontecem muitas vezes devido à falta de informações dos pais a respeito
das boas práticas alimentares.
Quando se trata de introdução alimentar, é de suma importância falar sobre o
aleitamento, pois a oferta exclusiva do leite materno até os 6 meses de idade do bebê é
extremamente essencial, visto que ele fornece os nutrientes necessários para o crescimento da
criança, ajuda no desenvolvimento das estruturas orais e no funcionamento adequado da
respiração, sucção, mastigação e deglutição, além de ser uma fonte de alimentação considerada
econômica (ROSA; DELGADO, 2017; ALMEIDA et al., 2020).
Após este período de 6 meses já é considerado seguro iniciar a oferta de alimentos como
forma de complemento ao leite, desde que o bebê já apresente sinais de prontidão indicando
estar preparado para a inserção de novos alimentos (MELO et al., 2021; OLIVEIRA D., 2018).
Em evidências destacadas por GARTNER et al. (2005), pode-se afirmar que não há
vantagens em se iniciar a introdução de alimentos antes dos 6 meses, podendo na verdade
proporcionar prejuízos à saúde da criança e acarretar problemas futuros.
Quanto a forma de introduzir os alimentos, vários métodos vêm ganhando destaque por
apresentar formas seguras e saudáveis de oferta ao bebê. Em 2008, a enfermeira Gill Rapley
desenvolveu uma nova abordagem conhecida como o método Baby-Led Weaning (BLW), que
significa “desmame guiado pelo bebê”. Esta técnica, que vem ficando bastante popular entre os
pais, trata-se da criança se alimentar sozinha desde o início, com o oferecimento de alimentos
em pedaços, proporcionando a independência e a exploração sensorial da mesma (GOMEZ et
al., 2018).
Desta forma, ao longo deste trabalho serão abordados vários assuntos relacionados à IA,
destacando o quanto uma boa e correta inserção e apresentação dos alimentos é importante para
o desenvolvimento das crianças. E com isso, poder aumentar o conhecimento dos autores
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Aleitamento Materno
O leite materno é a primeira e principal fonte de nutrição dos recém-nascidos, até os seis
meses de vida ele é capaz de suprir todas as necessidades do bebê, provendo quantidades
suficientes de água, proteínas, gorduras, energia, vitaminas e minerais (Ministério da Saúde,
2015a). Em um artigo redigido por Hasselmann, Werneck e Silva (2008) é evidenciado que
crianças que se alimentam exclusivamente de leite materno no primeiro semestre de vida,
apresentam menor morbidade e mais benéficos à saúde (tanto da própria criança, quanto da
mãe). Além disso, dados publicados por Giugliani (1994) em um artigo de revisão no Jornal de
Pediatria revela que o aleitamento materno previne mais de 6 milhões de mortes em crianças
menores de 12 meses a cada ano.
As vantagens do aleitamento são inúmeras. Para o bebê o leite materno é importante na
prevenção de infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias, além de protegê-lo contra
alergias, ajudá-lo a ter uma melhor adaptação aos outros alimentos e futuramente preveni-lo de
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desenvolver problemas como diabetes e linfomas. E para a mãe, o aleitamento auxilia a ter uma
involução uterina mais rápida (retorno do útero para o seu tamanho original) e na diminuição
da probabilidade do desenvolvimento de câncer de mama. Além disso, é considerado o método
mais barato e seguro de alimentação (LEVY; BÉRTOLO, 2008).
um aumento dos níveis de gordura corporal, associando esta atitude com o desenvolvimento da
obesidade infantil.
Este guia também evidencia o quanto esta forma de ilustração ajuda os pais e cuidadores
na hora de oferecer os alimentos, pois aprendem a se atentar à proporção e à quantidade do
consumo de cada grupo alimentar (estando na base o nível 1, representando o que pode ser
consumido em maior quantidade e assim, seguindo gradativamente até o nível 4, que deve ser
consumido esporadicamente).
Segundo Almeida et al. (2020), existem diversas formas corretas, que transmitem
segurança na hora da IA, que levam em consideração as habilidades do bebê e tendem a
desenvolver benefícios motores, cognitivos e nutricionais. Uma dessas formas são os cortes dos
alimentos, que são feitos de acordo com suas pegas. A primeira fase de alimentação se refere à
pega da preensão palmar se refere ao fechamento da mão através de estímulos na palma ou nos
dedos e que, portanto, os alimentos devem ser cortados em pedaços médios, maiores que o
punho e em forma de palitos (Figura 2) para facilitar na hora de leva-lo até a boca. Depois é
desenvolvido a pega da preensão com pinça é quando o bebê já consegue segurar os alimentos
entre o polegar e o indicador, podendo cortá-los em tamanhos menores e em formato de cubos
(Figura 3). E por fim, a pega da preensão superior do indicador é quando se desenvolve a
habilidade de manusear os talheres). Sabendo disso é possível realizar uma introdução alimentar
segura e sem medos.
Figura 3. Exemplo de corte correto de legumes na fase da pega da preensão com pinça.
Fonte: Autoria própria.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após todas as pesquisas e análises teóricas foi possível perceber e confirmar o quanto o
aleitamento materno único e exclusivo no primeiro semestre de vida do bebê possui papel
fundamental para o desenvolvimento do mesmo, trazendo várias vantagens para ele e para a
mãe, como por exemplo o alcance das necessidades nutricionais, o bom custo benefício, o
fortalecimento do sistema imunológico e a interação única entre mãe e filho.
Também foi visto que a introdução alimentar iniciada no tempo ideal e de forma correta
é totalmente eficaz e benéfica, já que auxilia no desenvolvimento da criança e evita problemas
futuros, como hipertensão, diabetes e obesidade. E que caso ela seja feita de forma precoce
pode causar malefícios à saúde do bebê, sendo importante ficar sempre atento aos sinais de
prontidão, a forma e a idade correta de se introduzir os alimentos.
Sabendo que existem vários métodos que podem ser adotados pelos pais e cuidadores
neste momento de introduzir a alimentação complementar e levando em consideração que a
adaptação pode variar de acordo com cada bebê, o BLW foi apresentado como uma técnica que
está se tornando bastante eficaz devido a forma de interação do bebê com o alimento, ao deixá-
lo conhecer texturas, cores, formatos e sabores diferentes.
Outro ponto que deve ser ressaltado é em relação às responsabilidades e cuidados que
os pais e/ou cuidadores tem na criação dos hábitos alimentares de seus bebês, visto que é papel
deles o oferecimento, a criatividade e a insistência para a apresentação dos alimentos. Levando
em consideração que os cortes, cores, texturas, refeições à mesa e exemplo deles tendem a
facilitar a aceitação por parte das crianças na hora de conhecer novos alimentos, fazendo com
que os pais sejam os principais educadores nesse primeiro contato entre bebê e alimento.
Sendo assim, o desenvolvimento do trabalho proporcionou para os autores vários novos
conhecimentos sobre o aleitamento materno, a IA e um de seus métodos, além de proporcionar
para a sociedade (em especial para os pais e cuidadores) informações e aprendizados sobre os
assuntos em questão.
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4. REFERÊNCIAS
GARTNER, L. M. et al. Breastfeeding and the Use of Human Milk. Pediatrics (Official
Journal of the American Academy of Pediatrics), Section on Breastfeeding, vol. 115, nº 2, p.
496-506. DuPage County - Illinois (EUA), 2005.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dez passos para uma alimentação saudável - Guia alimentar
para crianças menores de dois anos: um guia para o profissional da saúde na atenção
básica. 2ª edição. Brasília - DF: MS, 2015a.
PHILIPPI, S. T. et al. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos.
Revista de Nutrição, vol. 12, nº 1, p. 65-80. Campinas - SP, 1999.