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Processos de

Fabricação

EMC212 - Processos de fabricação II

Processo de Laminação

Prof. Dr. Adalto de Farias


Prof. Msc. Marco Antonio Stipkovic

Prof. Adalto
Processos de
Fabricação

Laminação

▪ Processo de Conformação a Volume Constante em


que a espessura da peça é reduzida por forças
compressivas exercidas por dois rolos opostos:

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Cilíndros Laminadores

▪ Os cilíndros executam duas funções principais:


▪ Giram para puxar o material pela abertura entre
eles;
▪ Ao mesmo tempo, comprimir o metal que está
compreendido entre eles.
Laminação a quente
Rolo

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▪ Laminador de
chapas a quente
▪ A chapa de aço é
vista como a tira
brilhante no canto
inferior esquerdo.

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Processo de laminação de
chapas a quente
▪ LTQ – Laminador de Tiras a Quente.
▪ Antiga CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), atual Arcelor Mittal.

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Tipos de Laminação

▪ Com base na geometria da peça:


▪ Laminação de chapa, usado para reduzir a espessura de uma
seção transversal retangular;
▪ Laminação de perfis, onde uma forma transversal é obtida, por
exemplo uma viga I.
▪ Com base na temperatura de trabalho:
▪ Laminação a QUENTE (~1200°C): conseguir uma redução
significativa de espessura;
▪ Laminação a FRIO: aumentar a resistência da chapa
(encruamento) e controlar melhor a tolerância final das chapas.

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Tipos de Laminação

▪ Além disso, a superfície da chapa laminada a FRIO é:

▪ Isenta de carepas, e geralmente melhor se comparada ao


correspondente produto laminado a quente;
▪ Matéria-prima ideal para estamparias, painéis externos e
outros componentes de produtos, desde automóveis a
utensílios e material de escritório.

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Laminação de Perfis

▪ A peça é conformada em uma seção transversal


específica diferente de uma chapa plana (Retangular);
▪ Realizado pela passagem da peça através de rolos
que têm o reverso da forma desejada;
▪ Produtos:
▪ Vigas para construção do tipo “I”, “L” e “U”;
▪ Trilhos para estrada de ferro;
▪ Barras e hastes redondas ou quadradas.
▪ As análises e cálculos são os mesmos das chapas
retangulares.
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Laminação de Perfis

▪ Os cilindros de laminação de perfis são mais complexos:


▪ necessita de transformação gradual por meio da passagem
por vários cilindros para obtenção da seção transversal
final;
▪ O projeto de sequência das formas intermediárias e cilindros
correspondentes é chamado plano de passes ou
calibração;
▪ O objetivo da realização de diversos passes é alcançar uma
deformação uniforme por meio da seção transversal em
cada redução;
▪ As consequências de uma redução não uniforme podem ser
o empenamento e o aparecimento de trincas no produto
laminado.
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Produtos laminados em aço

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Diagrama da laminação plana

▪ Vista lateral,
indicando antes
e depois das
espessuras,
velocidades,
ângulo de
contato com
rolos, e outras
características.

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Análise da laminação plana

▪ Esboço = quantidade de redução de espessura:

𝑑 = 𝑡0 − 𝑡𝑓

▪ Redução = uma razão (%) do esboço pela espessura inicial:


𝑑
𝑟=
𝑡𝑜
Onde:
d = esboço;
t0 = espessura inicial;
tf = espessura final, e r = redução.
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Análise da laminação plana

▪ A laminação usualmente conduz ao aumento de largura da


peça. Isto é chamado espalhamento.
▪ A conservação de massa é preservada, logo o volume do metal
na seção de saída dos cilindros é igual ao volume na entrada:

𝑡0 𝑤0 𝐿0 = 𝑡𝑓 𝑤𝑓 𝐿𝑓

Onde:
wo e wf são as larguras da peça antes e
depois do passe de laminação.
Lo e Lf são os comprimentos da peça antes e
depois do passe de laminação.

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Análise da laminação plana

▪ De forma análoga, o fluxo de material deve se manter constante,


antes e depois da conformação, assim as velocidades de entrada e
saída da peça na laminação (vo e vf) podem ser relacionadas:

𝑡0 𝑤0 𝑣0 = 𝑡𝑓 𝑤𝑓 𝑣𝑓

Onde:
vo e vf são as velocidades de entrada
e de saída do trabalho.

▪ Cada cilindro tem raio R, e sua velocidade de rotação fornece


velocidade periférica vr, que é maior que a velocidade de entrada
da peça vo e menor que sua velocidade de saída vf.
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Análise da laminação plana

▪ Como o escoamento de metal é contínuo, existe


uma mudança gradual da velocidade na região
da peça entre os cilindros de trabalho;

▪ Entretanto, existe um ponto ao longo do arco de


contato em que a velocidade da peça se iguala à
velocidade do cilindro de trabalho;

▪ Este é chamado ponto de não deslizamento,


também conhecido como ponto neutro.

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Análise da laminação plana

▪ A deformação verdadeira que a peça sob laminação sofre é função


da espessura inicial e final do esboço:

𝑡
ε = 𝑙𝑛 𝑡0
𝑓

▪ A deformação verdadeira pode ser empregada para determinar a


tensão média de escoamento aplicada ao material que é usada
para o cálculo de estimativas de força e de potência de laminação.

K n
σYef =
1+ n
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Análise da laminação plana

▪ Existe uma FORÇA DE ATRITO entre os cilindros e a peça, dada pela


multiplicação entre o coeficiente de atrito dos cilindros e a peça e a força de
compressão dos cilindros;
▪ Em um dos lados do ponto neutro, aquele na direção da entrada da peça, a
força de atrito está em uma direção, e no outro lado está na direção oposta.
▪ A força de atrito no lado de entrada é maior, o que faz com que a força
resultante puxe a peça através dos cilindros;
▪ Sem esta relação, a laminação não seria possível.
▪ Há um limite da máxima redução possível que pode ser realizada na
laminação de planos com um dado coeficiente de atrito. Este limite é definido
pela máxima redução dmáx :

Onde: 𝑑𝑚á𝑥 = 𝜇2 𝑅
μ é o coeficiente de atrito
R é o raio do cilindro de trabalho
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Análise da laminação plana

▪ A força do cilindro F requerida para manter a separação entre os dois


cilindros de trabalho: 𝐿

𝐹 = 𝑤. න 𝑝. 𝑑𝐿
1° trecho 2° trecho
0

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Análise da laminação plana

▪ Pode ser aproximada por:

𝐹 = 𝜎ത𝑒 𝑤𝐿
em que σe é a tensão média de escoamento;
w é a largura do cilindro;

L é o comprimento de contato do cilindro com a peça:

𝐿= 𝑅 𝑡0 − 𝑡𝑓

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Análise da laminação plana

▪ O torque na laminação pode ser estimado assumindo que a força de


laminação está localizada no centro da peça quando passa entre os
cilindros de trabalho, e esta força atua gerando um momento com uma
alavanca igual à metade do comprimento de contato L:

1
𝑇 = 𝐹𝐿
2

▪ A potência necessária a cada cilindro de trabalho é obtida pelo produto


do torque e da velocidade angular:

𝑃 = 2𝜋𝑁𝐹𝐿

▪ Onde N é a rotação do cilindro em rot/s.


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Exercício 1

• Uma bobina de chapa plana de 300 mm de largura e 25 mm de


espessura é alimentada em um laminador com dois cilindros de raio
igual a 250 mm.
• A espessura da peça deve ser reduzida para 22 mm em um único
passe à uma velocidade de rotação dos cilindros de 50 rpm.
• O material da peça tem uma curva de escoamento definida por K =
275 MPa e n = 0,15.
• O coeficiente de atrito entre os cilindros e a peça é igual a 0,12.

Determine se é possível que a operação de laminação seja realizada.


Caso afirmativo, calcule a força de laminação, o torque e a potência em
kW.

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Projeto do Laminador

▪ Vista lateral simplificada da cadeira do laminador:

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Projeto do Laminador
Cadeira do Laminador

Transmissão

Acionamento
(Motor)

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Configurações de Laminadores

▪ (a) Típico duo, (b) trio, (c) quádruo

• Pode ser • Necessita de • Menores F e T;


reversível. dispositivo extra • O cilindro maior
para elevar e impede a deflexão
abaixar a peça. do menor.

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Configurações de Laminadores

▪ laminador com cilindros agrupados (Sendzimir) e (e) laminador


em tandem ou trem de laminação.

• Menores F e T; • Um trem típico de cadeiras


• O cilindro maior de laminação pode ter oito
impede a deflexão ou dez cadeiras
do menor.

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Trem de laminação

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Variações: Laminação de Roscas

▪ Processo de conformação plástica usado para formar roscas em


peças cilíndricas rolando-as entre duas matrizes ;
▪ Importante para fabricação de parafusos na produção em
massa;
▪ Executado a Frio com matrizes especiais;
▪ Pode ser plana ou por rolos;

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Laminação de Roscas

▪ Vantagens sobre a usinagem:


▪ Taxas de produção mais elevadas;
▪ Melhor utilização do material;
▪ Filetes mais fortes e melhor resistência à fadiga devido às
tensões compressivas introduzidas pela laminação.

(1) início do ciclo e (2) fim do ciclo

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Variações: Laminação de Anéis

▪ Processo de conformação em que um anel de menor diâmetro


de parede espessa é rolado e laminado em um anel de de
maior diâmetro parede fina;
▪ Como a altura do anel é comprimida, o metal deformado
alonga, ampliando o diâmetro;
▪ Processo de trabalho a quente para anéis grandes e processo
de trabalho a frio para anéis menores;
▪ Produtos:
▪ pista para rolamentos de esferas e de rolos, rodas de aço
para ferroviárias e anéis para tubos, vasos de pressão e
máquinas rotativas.

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Laminação de Anéis

▪ (1) Início e (2) final do processo

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Variações: Laminação de Tubos


sem Costura com Mandril
• É um processo especializado de conformação a quente para produção
de tubos de paredes grossas sem costuras;
• Este processo utiliza dois cilindros opostos, sendo, portanto, classificado
como processo de laminação;
• O processo é baseado no princípio do desenvolvimento de elevadas
tensões trativas no centro quando uma peça cilíndrica sólida é
comprimida na sua circunferência.

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Exercício 2

Uma chapa grossa tem 250 mm de largura e 25 mm de espessura e deve ser


reduzida em um único passe num laminador-duo reversível para uma espessura
final de 20 mm. O cilindro de trabalho tem raio igual a 500 mm, e sua velocidade
é 30 m/min. O material tem coeficiente de resistência igual a 240 MPa e
expoente de encruamento igual a 0,2.
Determinar:

(a) a força de laminação


(b) o torque de laminação
(c) a potência exigida para realizar esta operação.

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Exercício 3

Resolva o problema anterior usando agora um raio do cilindro de trabalho igual a


250 mm.
Determinar:
(a) a força de laminação
(b) o torque de laminação
(c) a potência exigida para realizar esta operação.

Agora assuma que um laminador com cilindros agrupados (Sendzimir) será


utilizado, usando agora um raio do cilindro de trabalho igual a 50 mm determinar:

(a) a força de laminação


(b) o torque de laminação
(c) a potência exigida para realizar esta operação.

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Referência bibliográfica

▪ Groover, Mikell P., 2017 ,Fundamentos da Moderna Manufatura. Vol. 1,


Ed. LTC.

▪ Kiminami, Claudio S. , Castro, Walman B. , Oliveira, Marcelo F. 2018.


Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. 2ª
edição. Ed. Blucher.

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