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Universidade Politécnica - Á Politécnica

Instituto Superior de Humanidades, Ciências e Tecnologias

Psicologia Clínica

2º Semestre

Motivação

Isabel Domingos Bernardo

Quelimane
2022

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Isabel Domingos Bernardo

Motivação

Trabalho de pesquisa, apresentado como exigência


do programa de aulas da cadeira de Processos
Psicológicos do Curso de Licenciatura em
Psicologia Clínica do Instituto Superior de
Humanidades Ciências e Tecnologias. Leccionada
pela:
Docente:

Quelimane
2022

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Índice
1. Introdução........................................................................................................................4

1.1. Objectivos.................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................4


1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................4
1.2. Metodologia..............................................................................................................4

1.3. Estruturação do Trabalho.........................................................................................5

2. Motivação........................................................................................................................6

2.1. Conceitos..................................................................................................................6

2.2. Origens históricas da pesquisa da motivação...........................................................6

2.2.1. Na Psicoterapia.................................................................................................6
2.2.2. Na Psicometria..................................................................................................7
2.2.3. Nas Teorias da aprendizagem...........................................................................7
2.3. Natureza da Motivação.............................................................................................8

2.4. Teorias da Motivação...............................................................................................8

2.4.1. Teoria da hierarquia das necessidades..............................................................8


2.4.2. Teoria do processo de motivação nas organizações..........................................9
2.5. Tipos de Motivação................................................................................................10

2.6. Patologias da motivação.........................................................................................10

2.6.1. Melancolia patológica.....................................................................................11


2.6.2. A depressão.....................................................................................................11
2.7. Motivação no âmbito do trabalho...........................................................................11

2.7.1. Factores motivacionais....................................................................................11


3. Conclusão......................................................................................................................13

4. Referências bibliográficas.............................................................................................14

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1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Processos Psicológicos cujo o tema


é Motivação. Nesse ponto do trabalho, uma analogia com o funcionamento da motivação
como fenómeno psicológico, mais concretamente o seu conceito, natureza, teorias e tipos
de motivação é necessária. A motivação é um tópico de pesquisa recorrente e desafiador no
campo dos estudos organizacionais e psicológicos. Mudanças recentes na natureza do
trabalho e da força de trabalho aumentaram a necessidade de novos conhecimentos sobre
esse tema (KANFER, FRESE e JOHNSON, 2017), mas nossa compreensão sobre a
motivação ainda está restrita à divisão do trabalho em um ambiente hierárquico (FOSTER e
MICHON, 2014).

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Apresentar um estudo contextual e objectivo sobre a Motivação como um


fenómeno psicológico.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Definir motivação e sua natureza no âmbito pscológico;


 Apresentar algumas teorias da motivação;
 Fazer um breve estudo sobre a motivação no trabalho.

1.2. Metodologia

O trabalho realizado foi elaborado muito sucintamente através da seguinte metodologia:

 Pesquisa bibliográfica/consulta de sítios na internet, esta última essencialmente para


a caraterização das realidades apresentadas no que concerne a Motivação como
fenómeno psicológico;
 Sintetização de toda a informação recolhida;
 Desenvolvimento teórico das principais teorias da Motivação como fenómeno social
e psicológico e sua natureza.

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1.3. Estruturação do Trabalho

O presente trabalho foi dividido em 4 capítulos, constando no primeiro uma introdução


ao assunto deste trabalho, os conceitos iniciais, e ainda são listadas as principais normas
sobre o assunto, bem como os objetivos da pesquisa, descrição da metodologia, as
limitações e a descrição dos capítulos.

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2. Motivação

2.1. Conceitos

A palavra motivação tem suas raízes no latim: movere, que significa mover-se,
movimento. Existem motivações intrínsecas, que são associadas ao prazer de participar ou
fazer algo, e as motivações extrínsecas, sendo direcionadas ao mundo externo, comumente
relacionadas a algum tipo de recompensa. A motivação é um processo que dá energia,
direciona e sustenta o comportamento em direção a um objetivo” (Gazzaniga, Heatherton e
Halpern, 2018).

Na prespectiva de Lieury & Fenouillet, 2000, a motivação é o conjunto de


mecanismos biológicos e psicológicos que possibilitam o desencadear da ação, da
orientação (para uma meta ou, ao contrário, para se afastar dela) e, enfim, da intensidade e
da persistência: quanto mais motivada a pessoa está, mais persistente e maior é a atividade.

Segundo Vernon, 1973, motivação é encarada como uma espécie de força interna
que emerge, regula e sustenta todas as nossas ações mais importantes. Contudo, é evidente
que motivação é uma experiência interna que não pode ser estudada diretamente.

2.2. Origens históricas da pesquisa da motivação

Birney e Teevan (1962) notam que o interesse contemporâneo pela pesquisa da


motivação humana origina-se de três fontes: psicoterapia, psicometria, e teoria da
aprendizagem. Além de serem áreas diferentes, há entre elas divergências quanto aos
objetivos do trabalho dos pesquisadores, e também quanto aos métodos a serem
empregados.

2.2.1. Na Psicoterapia

Para os psicoterapeutas, o problema maior sempre foi o alívio dos desconfortos do


cliente. Especialmente com Freud, esses desconfortos eram vistos como resultantes de um
jogo de equilíbrio dinâmico de forças psíquicas (motivacionais), e o próprio psicoterapeuta
era o instrumento de medida dessas forças. Não se colocava como importante o problema
de diferenças individuais, pois o modo de definir o objetivo de seu trabalho levava à

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preocupação primordial com o caso individual. Buscava-se a melhor caracterização
possível para essas forças hipotetizadas, desenvolvendo um sistema motivacional que
pudesse ser aplicado ao entendimento das aflições de diferentes indivíduos.

2.2.2. Na Psicometria

O desenvolvimento dos testes psicológicos de aptidões e de desempenho


representou uma fonte de interesse em motivação muito diferente da psicoterapia.
Constatou-se, de início, que a utilização desses testes para a classificação e/ou seleção de
indivíduos dependia de um pressuposto fundamental, o de igualdade na dedicação às
tarefas. O interesse por testes de aptidões levou, necessariamente, ao desenvolvimento de
testes de motivação. Obviamente, os estudos sobre motivação originários dessas duas áreas,
psicoterapia e psicometria, não se desenvolveram totalmente independentes. Birney e
Teevan (1962) lembram esforços de aproximação das duas abordagens. Historicamente,
entretanto, não há como negar o desenvolvimento inicial independente.

2.2.3. Nas Teorias da aprendizagem

Considerando-se que da psicoterapia e da psicometria desenvolveram-se interesses


pela psicologia da motivação humana, seria lícito esperar-se o mesmo de outra área
aplicada, a educação. Como veremos, o estudo de problemas de aprendizagem levou à
invocação de variáveis motivacionais. A influência dos interesses da área educacional é
indireta, via psicologia da aprendizagem e pesquisas de laboratório. Os principais teóricos
da aprendizagem estudaram experimentalmente o papel de variáveis motivacionais na
memória, na aprendizagem, etc. O trabalho mais complexo nessa direção, sem dúvida, foi o
de Hull (1943). Dessa tradição de laboratório vem a associação de variáveis motivacionais
às diversas teorias de reforço, culminando com Skinner (1953) e a colocação do tópico
motivação dentro de um contexto mais geral dos vários tipos de interação organismo-
ambiente. Psicoterapia, psicometria e teoria da aprendizagem, com objetivos e métodos
diferentes, necessariamente levaram a tratamentos diferentes de conceitos motivacionais.
Entender a psicologia da motivação humana sem atentar para esses aspectos é tarefa
impossível; falar de motivação sem mencionar esses esforços, pode aumentar a confusão já
existente.

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2.3. Natureza da Motivação

A natureza da motivação está diretamente relacionada com um impulso. Em


realidade são estes impulsos que geram a motivação, ou seja, um impulso biológico
provindo de informações do meio externo ou do inconsciente geram uma reação neuro
química inundando nosso corpo com o que comumente chamamos de emoção. Esta emoção
nos motiva a agir de determinada forma para a satisfação de nossas necessidades. É claro
que existem diferentes tipos de necessidades a serem satisfeitas.

A Motivação surge do interior das pessoas, ninguém pode motivar ninguém, o que
se pode tentar de alguma forma, baseados em técnicas e sensibilidades adequadas, despertar
a Motivação de dentro das pessoas, mas não adianta tentarmos motivar as pessoas se não se
tem um Líder que desperte essa motivação.

As motivações, assim como outros processos psicológicos básicos, têm relação com
o mundo externo, com o qual nossa conexão advém dos 5 sentidos, e relação com o mundo
interno, perpassando pela subjetividade de cada indivíduo. Exatamente por esta
subjetividade, as motivações ocorrem de diferentes formas, partindo de diferentes pontos de
referência e contendo diferentes significados de acordo com a relação de cada indivíduo
com um objetivo específico.

2.4. Teorias da Motivação

Segundo Stephenen (2002), na década de 50, foi um período muito desenvolvido


nos conceitos sobre motivação. Foram formuladas três teorias especificas. Nos dias atuais
são muito questionáveis sobre sua validade. Mas, provavelmente são as explicações mais
conhecidas sobre motivação dos trabalhadores. Outras explicações no decorrer do tempo
foram elaboradas, mas devem-se conhecer as antigas, porque foi através destas que
surgiram as teorias mais modernas. Dentro da psicologia existem algumas teorias gerais
sobre a motivação. Dentre elas podemos destacar as seguintes:

2.4.1. Teoria da hierarquia das necessidades

Segundo Maslow, a teoria mais conhecida sobre motivação é a teoria das


necessidades, (teoria da hierarquia das necessidades), existindo uma hierarquia de cinco

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necessidades em cada ser humano. As fisiológicas são: fome, sede, abrigo, sexo e outras
necessidades. As de segurança incluem segurança e proteção contra danos físicos e
emocionais. As sociais incluem: afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencer a um
grupo. As de estima são fatores internos da estima, como, respeito próprio, realização e
autonomia; e fatores externos de estima, como status, reconhecimento e atenção. E
autorrealização, que é a intenção de tornarem-se tudo aquilo que a pessoa é capaz de ser,
inclui crescimento e autodesenvolvimento ao alcance do próprio potencial.

Segundo Maslow diante dos dados chega-se a conclusão de que a autorrealização


como as demais conquistas do ser humano devem ser numeradas segundo a necessidade
atual, ou seja, baseada na realização do momento. À medida que cada uma dessas
necessidades vai sendo atendida a próxima torna-se dominante, embora quase nenhuma
necessidade seja satisfeita integralmente. Uma necessidade fundamentalmente satisfeita
extingue a motivação e assim o indivíduo segue em busca de outras realizações.

Então, segundo Maslow, as necessidades devem ser separadas em patamares, que


são elas: necessidades fisiológicas e de segurança descreveram-se como necessidades de
nível baixo e aquelas relacionada com a auto-realização são chamadas de necessidades de
nível alto. Para que o individuo seja substancialmente realizado, seria importante haver um
equilíbrio na realização dessas necessidades.

Maslow assume que, a teoria X assume que as necessidades de nível baixo


dominam os indivíduos; a teoria Y, que as necessidades de nível alto dominam os
indivíduos.

2.4.2. Teoria do processo de motivação nas organizações

Mac Gregor, pessoalmente acreditava que as premissas da teoria Y eram mais


válidas que as da teoria X. Para maximizar a motivação dos funcionários, propôs idéias
como a do processo decisório participativo, a das tarefas desafiadoras e com muita
responsabilidade e a de um bom relacionamento de grupo.

A complexidade do trabalho nas organizações, as suas múltiplas e variadas


demandas, os novos ambientes de produção e a competitividade crescente no mundo dos
negócios têm como corolário a necessidade de valorizar os empregados e de criar condições

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favoráveis para maximizar o seu desempenho e a sua satisfação no trabalho. Atualmente,
observam-se na pesquisa e na prática organizacionais, mudanças importantes nas
estratégias motivacionais utilizadas nas organizações. A tendência é substituir as estratégias
centradas na recompensa associada ao desempenho esperado por um estilo de vida
organizacional que promova o bem-estar e a felicidade do empregado no trabalho (EREZ,
2001).

As demandas da organização referem-se também ao cumprimento de normas de


comportamento que regulam o convívio dos seus membros, à própria execução do trabalho
e à tramitação interna dos processos ou projetos organizacionais. Além disso, existem
expectativas ou demandas implícitas da empresa quanto a comportamentos espontâneos do
empregado. Trata-se de comportamentos altruísticos dos empregados, que são de vital
importância para o bom funcionamento da organização (KATZ, 1974)

2.5. Tipos de Motivação

Existem dois tipos de motivação identificados pelo F. Herzberg (1957):

 Motivação intrínseca - corresponde aos factores que são gerados internamente e


que fazem com que as pessoas se comportem de uma certa maneira ou se movam
numa certa direcção. Estes factores incluem: responsabilidade (o sentimento de que
o trabalho é importante), autonomia (a liberdade de acção), razão para usar e
desenvolver competências, trabalho interessante e aliciante, oportunidades de
desenvolvimento e progresso na carreira.
 Motivação extrínseca - tudo que se faz para motivar as pessoas. Inclui
recompensas, como um aumento salarial, prémios ou promoções, punições como
acções disciplinares e críticas. Os factores extrínsecos podem ter um efeito imediato
e poderoso, mas não irá durar muito tempo. Os factores intrínsecos, relacionados
com a "qualidade de vida do trabalho" (uma frase que surgiu deste conceito), têm
um efeito mais profundo e de longa duração, por serem inerentes aos indivíduos e
não impostos pelo exterior.

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2.6. Patologias da motivação

Como vimos Motivação (do Latim movere, mover) refere-se em psicologia, em


etologia e em outras ciências humanas à condição do organismo que influencia a direção
(orientação para um objetivo) do comportamento. Por outras palavras, é o impulso interno
que leva à ação. Agora, falar de patologias da motivação pode ser abordar um espectro
largo de consequências da ausência da motivação como, por exemplo, ao falarmos de
melancolia, não é raro que a caracterizemos com a súbita falta de vontade de fazer coisas
que exijam o mínimo de esforço físico e mental, por exemplo, numa tarde qualquer, ficar
sem fazer nada, às vezes pode ser algo bastante “produtivo” - o ócio criativo. No entanto,
considera-se uma patologia quando verifica-se que essa falta de motivação se torna
permanente e profunda.

2.6.1. Melancolia patológica

Tem a propriedade de alterar o pensamento do indivíduo, dificultando a sua rotina e


seu desempenho social. Dessa forma, caso a sensação – semelhante à tristeza, por exemplo
- vir a se repetir por vários dias, levando o paciente a perder o interesse pela vida em
sociedade e descumprir suas tarefas mais elementares, a melancolia pode expressar algum
nível de depressão, bem como, necessitar de tratamento.

2.6.2. A depressão

É outra enfermidade psiquiátrica caracterizada por tristeza profunda e permanente,


seu nome em psiquiatria é transtorno depressivo maior. A principal causa e linha de
tratamento se baseia na ideia de que, por diferentes motivos, ocorre um desequilíbrio dos
neurotransmissores, bem como altera outras importantes funções do cérebro.

2.7. Motivação no âmbito do trabalho

Herzberg (Herzberg apud Schimidt, 2000, p. 37) desenvolveu uma teoria de


motivação no trabalho, verificou e evidenciou através de muitos estudos práticos a presença

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de que dois fatores distintos devem ser considerados na satisfação do cargo, são os fatores
higiênicos e os motivacionais.

2.7.1. Factores motivacionais

Para esse autor, estes factores referem-se às condições que rodeiam o funcionário
enquanto trabalha, as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios
sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão recebida, o clima de relações
entre a direção e os funcionários, os regulamentos internos, as oportunidades
existentes, etc. Herzberg, contudo, considera esses factores higiênicos muitos limitados na
sua capacidade de influenciar poderosamente o comportamento dos empregados. Quando
esses fatores do ambiente de trabalho são ótimos, simplesmente evitam a insatisfação.

Os fatores motivacionais referem ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres


relacionados com o cargo em si. São os fatores motivacionais que produzem algum efeito
duradouro de satisfação e de aumento de produtividade em níveis de excelência. O termo
motivação, para Herzberg, envolve sentimentos de realização, de crescimento e de
reconhecimento profissional. Quando os Fatores Motivacionais são ótimos, elevam
substancialmente a satisfação, quando são precários, provocam ausência de satisfação.

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3. Conclusão

A motivação de uma pessoa depende da força de seus motivos (motivos aqui


entendidos como desejos ou impulsos que ocorrem no interior dos indivíduos). Os motivos
que impulsionam e mantém o comportamento dos indivíduos são, por assim dizer, as molas
da ação, também se pode identificar os motivos com as necessidades e dizer que os
indivíduos são movidos pelas necessidades. Existem algumas teorias clássicas, além de
outras tantas mais atuais, que tentam explicar ou mostrar como é que a motivação surge.
Entre as clássicas podem se destacar a de Maslow e a de Herzberg.

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4. Referências bibliográficas

ALLAN, R. Cohen. Stephen L. Fink. Comportamento Organizacional. Conceitos e estudos


de Casos. Tradução da 7ª Edição Americana. Editora Campus Ltda. Uma empresa Elsevier,
2003.

BUENO, José Maurício Haas. Artigo Inteligência Emocional: Um Estudo de Validade


sobre a Capacidade de Perceber Emoções,Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(2), pp.
279-291, acessado o sítio em 24 de Agosto de 2022

https://www.scielo.br/pdf/prc/v16n2/a08v16n2.http://scholar.google.com.br/scholar?
hl=ptBR&q=motiva%C3%A7%C3%A3o+e+trabalho&lr=&as_ylo= acessado o sítio em 22
de Agosto de 2022

PENNA, A. G. (2001). Introdução a motivação e emoção. Rio de Janeiro: Imago.

VERNON, M. D. (1973). . Tradução de L. C. Lucchetti. Petrópolis: Vozes. (trabalho


original publicado em 1969).

VIGOTSKY, L. S. Teoría de las emociones: estudio histórico-psicológico. Madrid: Akal,


2014. p. 125.

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