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NELI OLIVEIRA SILVA

ROSANGELA TEREZINHA DE ALMEIDA

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS


MARÇO/2012
NELI OLIVEIRA SILVA
ROSANGELA TEREZINHA DE ALMEIDA

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

Monografia apresentada à banca


examinadora da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul como exigência
parcial para obtenção do título de Pós-
Graduação Lato Sensu em Coordenação
Pedagógica sob a orientação da
Professora Liliana Gonzaga de Azevedo
Martins.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS


MARÇO/2012
AGRADECIMENTO

Agradecemos a Deus nosso Pai que nos dá a sabedoria, o discernimento e


sempre está à frente em todos os momentos de nossas vidas, aos nossos queridos
familiares, que sempre tiveram paciência e compreensão pela ausência durante o
tempo que reservamos aos estudos, pesquisas e que nos apoiaram em todos os
momentos.

Aos  professores, tutores e a nossa orientadora Liliana Gonzaga de Azevedo


Martins que durante essa especialização contribuíram oferecendo seus
conhecimentos e nos auxiliaram sempre com muita competência indicando
caminhos e reflexões pertinentes acrescentando muito na nossa vida profissional.

 
DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho a todos os alunos, pais e servidores  que


participam da Educação Integral da Escola Estadual Professora Joelina de Almeida
Xavier, nos fazendo acreditar cada vez mais na educação e que nesse processo
cada um pode fazer a diferença.

 
 

 
Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os
que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no
sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da
escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer
nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho
imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse
país democraticamente.

Paulo Freire (1921-1997)


RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar as práticas educativas


desenvolvidas na Escola Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier após a
implantação do Programa Mais Educação/MEC que ampliou o atendimento das
turmas dos 3º ao 5º anos para o tempo integral, verificar se contribuiu na
aprendizagem dos educandos e sugerir propostas e alternativas para
implementação da escola integral para que consiga cumprir com o seu propósito e
venha contribuir com a melhoria da educação deste país. A nossa inquietação era
compreender os desafios da educação em tempo integral verificando os motivos da
implantação da educação integral, a adequação do espaço físico para desenvolver
as atividades pertinentes ao programa na escola, a formação dos profissionais, o
envolvimento das famílias, a suficiência de verbas para o financiamento da escola
integral e considerar as possibilidades de implementação de ações para tornar o
programa mais eficiente em relação ao desenvolvimento pedagógico das atividades
e das condições de trabalho de todos envolvidos. A pesquisa de campo teve como
sujeitos 85 (oitenta e cinco) alunos atendidos no programa, professores, monitores,
pais/responsáveis, coordenação pedagógica e direção escolar. Também analisamos
a Proposta Pedagógica e a legislação, que trata da política de educação integral. Os
estudos nos levaram a compreender as transformações ocorridas na escola e que
podem trazer oportunidade de melhorias na qualidade de sua prática educacional.

Palavras – chave: Educação Em Tempo Integral, Programa Mais Educação,


Desafios da Escola.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................08
1 A EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL..................................................................12
1.1 CONTRIBUIÇÕES DE ANÍSIO TEIXEIRA SOBRE AS NOVAS
RESPONSABILIDADES DA EDUCAÇÃO..................................................................14
1.2 A ESCOLA PÚBLICA E INTEGRAL COMO SOLUÇÃO......................................15
1.3 EDUCAÇÃO COMO META POLÍTICA (ANOS 20 E 30)......................................16
1.4 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NO PAÍS (1994-2011).........17
1.4.1 Parâmetros legais que orientam a implantação da Educação
Integral.........................................................................................................................17
1.4.2 Programa Mais Educação..................................................................................19

2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NUMA GESTÃO DEMOCRÁTICA.............23


2.1 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA
JOELINA DE ALMEIDA...............................................................................................24
2.2 O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ESCOLA .................24
2.3 OS ESTUDANTES INSCRITOS NO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO ..............28

3 SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA .................30


3.1 METODOLOGIA....................................................................................................31
3.2 PROFESSORES E MONITORES DA ESCOLA OBJETO DE
ESTUDO.....................................................................................................................31
3.3 ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO INTEGRAL DA ESCOLA OBJETO DE ESTUDO
(3º, 4º e 5º ANOS).......................................................................................................34
3.4 O QUE PENSAM OS PAIS OU RESPONSÁVEIS...............................................36
3.5 DIREÇÃO DA ESCOLA........................................................................................38
3.6 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA........................................................................39
3.7 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL...................................44

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................47
REFERÊNCIAS...........................................................................................................51
APÊNDICE..................................................................................................................53
8

INTRODUÇÃO
 

O nosso interesse pela Educação em tempo Integral surgiu no ano de 2010,


quando ambas atuávamos na coordenação pedagógica da Escola Estadual
Professora Joelina de Almeida Xavier, na época nos anos finais do ensino
fundamental. Ficávamos observando a rotina dos alunos das séries iniciais que
faziam parte de um programa de escola em tempo integral e refletíamos como e o
que poderia ser feito para melhorar as condições de aprendizagem e estrutura da
escola.
A Educação Integral na escola iniciou em 2010, por decisão da Secretaria
Estadual de Educação, quando a escola foi contemplada pelo “Programa Mais
Educação” do Ministério da Educação. Sendo uma decisão da Secretaria, os
trabalhos foram iniciados mesmo sem a devida organização física da escola e sem
formação para os professores.     
No ano de 2011, começamos a trabalhar como coordenadoras pedagógicas
das turmas do 3º ao 5º ano do ensino fundamental que pertenciam ao programa de
Educação Integral. Surgiu então a urgente necessidade de aprofundamento a
respeito do tema e sobre o programa. O Ministério da Educação disponibiliza uma
vasta literatura e acervo sobre a Educação Integral e o Programa Mais Educação.
Além de realizar quinzenalmente por meio de videoconferência, estudos e
momentos para tirarmos dúvidas da operacionalização do Programa.
O tema escolhido  “Os desafios da educação em tempo Integral”  surgiu da
nossa inquietação para compreender os motivos da implantação do tempo integral
na escola, a adequação do espaço físico para desenvolver as atividades pertinentes
ao programa na escola, a formação dos profissionais, o envolvimento das famílias e
a suficiência de verbas para o financiamento da escola integral e as contribuições
dessa educação em tempo integral para aprendizagem dos alunos.
Pretendemos com esse trabalho propor soluções e alternativas de ações a serem
implantadas e/ou implementadas visando à melhoria da Educação Integral, tendo
como foco a garantia do direito à educação de qualidade para os alunos,
conforme está no  Plano Nacional de Educação (PNE-2011/2020).
Educação Integral e Educação em tempo integral são termos que vêm sendo
utilizados como sinônimos indistintamente, como se ambos tivessem o mesmo
9

significado, quando na realidade não têm. Portanto, considera-se fundamental a


compreensão da distinção dos termos, uma vez que cada um pode levar a um
projeto de educação diferenciado. A concepção de educação integral aparece aqui
mais vinculada, a uma questão de formação abrangente de todos os aspectos
humanos, e não se referindo especificamente a tempo integral de jornada escolar
prolongada, como ela foi se construindo até chegar aos nossos dias, e quais
necessidades buscava atender. Educação integral não é algo novo. Quando a
escola se constituía como privilégio de uma pequena parcela da população e era
voltada para a formação dos quadros dirigentes da sociedade, a tarefa educativa era
realizada em período integral ou mesmo em sistemas de internato. Cavaliere (2002),
tem influenciado muito o estudo dessa questão:

[...] vamos retomar a concepção de educação integral, tendo por base o


conceito de “educação como reconstrução da experiência”, no contexto da
corrente filosófica pragmatista e seu destacado autor John Dewey.
Buscamos aqui uma possível base teórica para a elaboração de uma
proposta de educação fundamental que possa corresponder às novas
necessidades e problemas que hoje apresentam as escolas públicas
brasileiras voltadas para esse segmento do sistema. (CAVALIERE, 2002a,
p. 248).

A educação a que se refere o “Programa Mais Educação” é denominada


como Educação Integral e é a que busca superar o processo de escolarização tão
centrado na figura da escola que, de fato, é o lugar de aprendizagem legítimo, dos
saberes curriculares e oficiais na sociedade, mas não sendo como única instância
educativa. Ou seja, além dos saberes curriculares, este programa propõe integrar
diferente saberes - espaços educativos, pessoas da comunidade, conhecimentos -
construindo uma educação que pressupõe uma relação de aprendizagem para a
vida sendo significativa e cidadã. É nessa óptica que destacamos uma educação
integral compreendendo o ser humano em suas múltiplas dimensões e ser de
direitos, promovendo a qualidade social da educação em tempo integral, com a
ampliação da jornada escolar.
O tema  “Os desafios da educação em tempo Integral”  também surgiu pelo
interesse  de realizar uma investigação  diagnóstica e um repensar das práticas
pedagógicas que são demandas do “Programa Mais Educação” pelos
questionamentos:  O MEC tem uma Proposta Pedagógica com Diretrizes focadas na
Educação em Tempo Integral?  O espaço e ambiente escolar estão adequados ao
desenvolvimento das atividades educacionais? Como está sendo utilizado esse
10

espaço para as práticas pedagógicas? Quais são os profissionais que atendem os


alunos no turno contrário e qual sua formação acadêmica?  Há envolvimento
das famílias com a  Educação Integral dos  filhos? A verba que é destinada para
implementar a educação integral é suficiente para todas as ações da educação
integral? Qual a trajetória da implantação do tempo integral na Escola Estadual
Professora Joelina de Almeida Xavier? Houve contribuição para aprendizagem dos
alunos que freqüentam o turno integral? As práticas educativas contribuíram para
essa aprendizagem?
Pretendemos com esse trabalho propor soluções e alternativas de ações a
serem implantadas e/ou implementadas visando à melhoria da Educação Integral,
tendo como foco a garantia do direito à educação de qualidade para os alunos,
conforme está no  Plano Nacional de Educação (PNE-2011/2020).
Com a finalidade de responder todos esses questionamentos, a nossa
pesquisa se embasa no histórico da Educação Integral e seus princípios sejam
filosóficos, sociais ou políticos  e que fundamentaram o “Programa Mais Educação”,
responsável pela implantação da educação de tempo integral na Escola Estadual
Professora Joelina de Almeida Xavier e também nas Políticas Educacionais do
Governo Federal, na Legislação vigente.
Para responder e fundamentar as questões apresentadas fez-se um
levantamento de autores que compreendem a educação integral como uma
educação emancipadora. A contribuição de Anísio Teixeira, influenciado por Dewey,
filósofo americano que expõe estudos sobre a Escola Nova, que valoriza as
atividades práticas atrelando a educação à vida e sua contribuição para a
implantação da educação em tempo integral tem o sentido de maior permanência do
aluno na escola e do seu ponto de vista a quantidade do tempo de escolarização
está intimamente ligada a  qualidade da educação.
Exigindo que a escola além de sua atribuição de ensinar a ler,  escrever e
contar amplie ainda mais o seu papel social e cultural para atender a modernidade e
a sociedade democrática.
Para realizarmos o trabalho foi preciso entender o  contexto da educação
integral  e todas as implicações de sua implantação na Escola Estadual Professora
Joelina de Almeida Xavier.
O estudo está dividido em três momentos: pesquisa de referências
bibliográficas e documental sobre o tema, a pesquisa de campo realizada por meio
11

de aplicação de questionários com sujeitos de todos os segmentos da escola, que


vivenciaram a implantação da Educação Integral (direção, professores, pais, alunos,
monitores, coordenação pedagógica) e por último realizamos a observação do
cotidiano da escola pela observação das aulas e dos comportamentos escolares.
Recorremos às fontes primárias: professores, monitores, alunos, pais, que
vivenciam a educação em tempo integral; a observação das aulas e dos
comportamentos escolares e também as fontes secundárias: os documentos como a
Proposta Pedagógica, documentos e legislação, que tratam da política de educação
integral.
12

1 A EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL

Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as


janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as
janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde, onde cresce
a esperança. (Os Estatutos do Homem, artigo III, THIAGO DE MELLO,
1964).

Ao pensarmos em Educação Integral nos reportamos à reflexão sobre a


forma de condução da nação brasileira, nosso passado, a formação do nosso povo,
as experiências, as vivências, as relações sociais. Ao retratar o histórico sobre a
educação integral brasileira objetivamos compreender o momento atual e o porquê
do compromisso dos governantes em atender o Plano Nacional de Educação (2011-
2020) e estabelecer a meta de oferecer educação integral em 50% às escolas
públicas.
Segundo Cavaliere (2002) Em meados do século XX, com o avanço da
industrialização e a urbanização o país sofre mudanças profundas quanto aos
fatores econômicos, sociais e culturais. A sociedade estava no período da II Guerra
Mundial (1939 - 1945), período no qual muitas mulheres passam a integrar o
mercado do trabalho. Passa-se a ressoar no país anseios por modificações nas
estruturas escolares que atendessem não apenas aos aspectos intelectuais do
aluno, mas que também suprisse as necessidades da alimentação, higiene, saúde e
segurança dessa população. Ou seja, a escola tem um novo papel de promover o
bem estar social.
Ferrari (2008) sintetiza bem os conceitos de pensadores da educação a fim
de compreender melhor a trajetória da Educação Integral no Brasil até chegarmos a
programas propostos pelo Ministério da Educação como o “Programa Mais
Educação” que implanta a educação integral em escolas públicas. Um dos
primórdios, o criador da sociologia da educação, o francês Émile Durkheim (1858 –
1917) inspirou esse movimento no Brasil. Ele acreditava que a sociedade seria
beneficiada pelo processo educativo.
Durkheim (1978, p. 41) destaca que "a educação tem por objetivo suscitar e
desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade
política no seu conjunto". Tais exigências, com forte influência no processo de
13

ensino estão relacionadas à religião, às normas e sanções, à ação política, ao grau


de desenvolvimento das ciências e até mesmo ao estado de progresso da indústria
local. Durkheim foi um dos mentores dos ideais de uma educação pública e laica. As
suas concepções influenciaram muitas conquistas na educação brasileira, a
elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais,
currículos são sugeridos para todos, mas cabe às escolas desenvolvê-las conforme
seus estudantes, de acordo com as necessidades sociais, bem como inspirou as
ideias do filósofo norte-americano John Dewey (1859 – 1952) que defendia a
democracia e a liberdade de pensamento.
No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na
chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança
como um todo. O que importa é o crescimento – físico, emocional e intelectual. O
princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos
conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no
currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si
mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que
permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o
destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo
institucional, mas também no interior das escolas (FERRARI, 2008).
O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o
contexto em que está inserido, a saber, quais são suas origens e as condições de
que depende, tal conhecimento podem ocorrer na escola uma vez que este espaço
educativo permite experiências significativas de seu contexto para o meio social.
Nesse contexto Dewey nos ensinou argumentando que o aprendizado se dá
justamente quando os alunos são colocados diante de problemas reais. A educação,
na sua visão é "uma constante reconstrução da experiência, de forma a dar-lhe cada
vez mais sentido e a habilitar as novas gerações a responder aos desafios da
sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir conhecimentos. É incentivar
o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para transformar algo.
Cabe aqui, citarmos também o brasileiro Anísio Teixeira (1900-1971)que se
inspirou na filosofia de John Dewey , de quem foi aluno no curso de pós-graduação,
nos Estados Unidos ano de 1928.Márcio Ferrari (2008) escreve de forma sintética a
contribuição de Anísio Teixeira para a escola pública e de tempo integral, ideias que
14

trouxe para o país não apenas como defesa teórica como também buscou colocar
essas teorias em prática ao fundar a Escola Parque em 1950, em Salvador (Bahia).

1.1 CONTRIBUIÇÕES DE ANÍSIO TEIXEIRA SOBRE AS NOVAS


RESPONSABILIDADES DA EDUCAÇÃO

Julgamos de relevante importância um conhecimento mais abrangente sobre


este educador brasileiro que marcou a história da educação brasileira no século XX.
Mais uma vez nos apropriamos das palavras de Márcio Ferrari, da Revista Nova
Escola, 2008, referência que sintetizou com propriedade, para melhor compreensão
e conhecimento sobre este idealizador de grandes mudanças no cenário da
educação brasileira. O educador propôs e executou medidas para democratizar o
ensino brasileiro e defendeu a experiência do aluno como base do aprendizado.
Como teórico da educação, Anísio (1900-1971) não se preocupava em defender
apenas suas idéias. Muitas delas eram inspiradas na filosofia de John Dewey (1852-
1952), de quem foi aluno ao fazer um curso de pós-graduação nos Estados Unidos.

FIGURA 1 – Anísio Teixeira


FONTE: Revista Nova Escola, Edição Especial, julho, 2008.

Dewey considerava a educação uma constante reconstrução da experiência.


Foi esse pragmatismo, observa a professora Maria Cristina Leal, da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, que impulsionou Anísio a se projetar para além do papel
de gestor das reformas educacionais e atuar também como filósofo da educação. A
marca do pensador Anísio Teixeira, segundo Ferrari (2008), era uma atitude de
inquietação permanente diante dos fatos, considerando a verdade não como algo
definitivo, mas que se busca continuamente.
Para o pragmatismo, na concepção de Ferrari (2008), o mundo em
transformação requer um novo tipo de homem consciente e bem preparado para
15

resolver seus próprios problemas acompanhando a tríplice revolução da vida atual:


intelectual, pelo incremento das ciências; industrial, pela tecnologia; e social, pela
democracia, para tanto é preciso uma educação voltada para um ensino que se
perfaça na permanência e reconstrução dos conhecimentos para solução de
problemas.
As responsabilidades da escola eram educar em vez de instruir; formar
homens livres em vez de homens dóceis; preparar para um futuro incerto em vez de
transmitir um passado claro; e ensinar a viver com mais inteligência, mais tolerância
e mais felicidade. Ferrari (2008) assegura que, só aprendemos quando assimilamos
uma coisa de tal jeito que, chegado o momento oportuno, sabemos agir de acordo
com o aprendido. Assim, na escola progressiva as matérias curriculares - são
trabalhadas dentro de uma atividade escolhida e projetada pelos alunos, fornecendo
a eles formas de desenvolver sua personalidade no meio em que vivem.
Por tudo isso, na escola progressiva as matérias escolares - Matemáticas,
Ciências, Artes etc. - são trabalhadas dentro de uma atividade escolhida e projetada
pelos alunos, fornecendo a eles formas de desenvolver sua personalidade no meio
em que vivem. Nesse tipo de escola, estudo é o esforço para resolver um problema
ou executar um projeto, e ensinar é guiar o aluno em uma atividade. 

1.2 A ESCOLA PÚBLICA E INTEGRAL COMO SOLUÇÃO

FIGURA 2 - A Escola Parque de Salvador, em 1950: projeto piloto de ensino integral. FONTE: Revista
Nova Escola – Edição Especial, julho, 2008, p.50.

Dizia Anísio Teixeira, conforme citado por Ferrari (2008), a escola pública
para todos deve ser de tempo integral para professores e alunos, como a Escola
Parque por ele fundada em 1950 em Salvador, que mais tarde; durante os anos 80 e
16

90, inspiraria os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), este ideal


durante os anos 80 e 90,inspiraria o antropólogo e político Darcy Ribeiro, que
implementou o projeto dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEP´s) no Rio
de Janeiro, e as demais propostas de escolas de tempo integral que se
sucederam.Os quais, além de atender as necessidades mais básicas das crianças,
oferecia também cuidados maternos e de moradia 1.
Cuidando desde a higiene e saúde da criança até sua preparação para a
cidadania, essa escola é apontada como solução para a educação primária no livro
Educação Não é Privilégio (FERRARI, 2008). Além de integral, pública, laica e
obrigatória, ela deveria ser também municipalizada, para atender aos interesses de
cada comunidade. O ensino público deveria ser articulado numa rede até a
universidade. Anísio propôs ainda a criação de fundos financeiros para a educação,
mas, mesmo com o atual Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB); os recursos são
insuficientes, para sustentar esse modelo de escola. (FERRARI, 2008). Segundo
tabela do MEC/FUNDEB 2012, o valor custo/aluno para o Mato Grosso do Sul é de
R$ 3.220,02 para os alunos do ensino fundamental em tempo integral.

1.3 EDUCAÇÃO COMO META POLÍTICA (ANOS 20 e 30)

FIGURA 3 - Fernando de Azevedo, reformador do ensino público, com


normalistas da Escola Caetano  de Campos: Manifesto da Escola
Nova.FONTE: Revista Nova Escola – Edição Especial, julho, 2008, p.51.

1
http://rrv-coisasecoisas.blogspot.com.br/2008/08/educao-integral-uma-perspectiva-
possvel.html
17

Nos anos 1920, com a crescente industrialização e a urbanização em todo o


mundo, a necessidade de preparar o país para o desenvolvimento levou um grupo
de intelectuais brasileiros a se interessar pela educação - vista como elemento
central para remodelar o país. Os novos teóricos viam num sistema estatal de
ensino livre e aberto o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais.
Esse movimento chamado de Escola Nova ganhou força nos anos 1930,
principalmente após a divulgação, em 1932, do Manifesto dos Pioneiros da Escola
Nova. O documento pregava a universalização da escola pública, laica e gratuita.
Dessa forma, Ferrari (2008) esclarece que ao fazer uma defesa muito bem
embasada dos pontos de vistas político e filosófico em defesa da escola pública para
todos. O movimento da Escola Nova trouxe uma revolução na forma de se
vislumbrar a educação, tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do
intelecto e na capacidade de julgamento, em preferência à memorização.

1.4 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NO PAÍS (1994-2011)

É importante termos conhecimento dos aspectos legais que norteiam a


implantação da educação integral, bem como relacionar a legislação com a história
da educação em nosso país e os que inspiraram os moldes atuais de educação
integral.

1.4.1 Parâmetros Legais que Orientam a Implantação da Educação Integral

As Políticas Educacionais voltadas para escola em tempo integral, a partir da


Constituição Federal (1988), da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) 9394/96 e Plano Nacional de Educação, Lei 10172/01, as políticas públicas
são indicadas e já se aponta um caminho para a implantação da escola em tempo
integral. Na LDB, em seu art. 34, § 2º, preconiza a progressiva implantação do
ensino em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino, para os alunos do
ensino fundamental.
A escola em tempo integral começa a ser pensada como realidade no
cenário das escolas públicas. A necessidade de ampliação da jornada para tempo
18

integral no Plano Nacional de Educação é citada como meta para educação Infantil e
também para ensino fundamental.
No Plano Nacional de Educação, aprovado pela lei federal 10.172/01 que em
suas prioridades são estabelecidas como necessidades sociais: Garantia de ensino
fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de 7 a 14 anos,
assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão desse ensino.
Essa prioridade inclui o necessário esforço dos sistemas de ensino para que todas
obtenham a formação mínima para o exercício da cidadania e para o usufruto do
patrimônio cultural da sociedade moderna. O processo pedagógico deverá ser
adequado às necessidades dos alunos e corresponder a um ensino socialmente
significativo. Prioridade de tempo integral para as crianças das camadas sociais
mais necessitadas.
A organização da Educação Integral nas escolas está definida nas suas
Propostas Pedagógicas, que foram regulamentadas nos artigos 12, 13 e 14 da
LDB/1996, que estabelece a participação da comunidade na sua elaboração e
execução.
O art. 23 da LDB/1996 apresenta que a educação básica poderá organizar-
se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de
estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros
critérios ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo
de aprendizagem assim o recomendar. Esse artigo deu liberdade para que os
sistemas e as escolas possam se organizar de maneira a adequarem-se as
necessidades dos alunos e comunidade escolar, constituindo mecanismos que
possibilitem estabelecer relações entre a escola, a comunidade local, os movimentos
sociais e os demais setores da sociedade.
Segundo a LDB/1996, a habilitação mínima dos professores para atuarem
na Educação Básica, admitindo se o nível médio para as séries iniciais do ensino
fundamental, sendo de responsabilidade dos Sistemas de Ensino a
institucionalização de programas de formação continuada, garantindo remuneração
digna e inclusão nos planos de carreira.
Para compreendermos o financiamento da escola em tempo integral faz-se
necessário a observação dos textos legais supracitados. É pertinente destacar a
LDB/1996, uma vez que traz um detalhamento sobre o tema do financiamento
educacional. Na referida lei, o financiamento é tratado no Título VII, “Dos Recursos
19

Financeiros”, compreendendo os artigos. 68 a 77: Seu conteúdo pode ser dividido


em quatro temas: fontes de recursos (Art. 68); vinculação de recursos (Arts. 69 ao
73); padrão de qualidade (Arts. 74 ao 76) e também a Lei 11.494/2007, que
regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação, que estabelece no inciso VII do artigo
36 a ponderação para aplicação dos recursos no ensino fundamental em tempo
integral, que será de 1,25 (um inteiro e vinte e cinco centésimos) estabelecidos a
partir do valor aluno.
Art. 32. O valor por aluno do ensino fundamental, no Fundo de cada Estado
e do Distrito Federal, não poderá ser inferior ao efetivamente praticado em
2006, no âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério - FUNDEF, estabelecido pela
Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996. (CF, 1988).

Conforme a Constituição Federal a união aplicará, anualmente, nunca


menos de dezoito, e os estados, o distrito federal e os municípios vinte e cinco por
cento, no mínimo, da receita resultante dos impostos, compreendida e proveniente
de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. É
fundamental para a aplicabilidade das legislações no atendimento das necessidades
da educação Nacional, Estadual e Municipal, a adequação das normas e leis em
suas instâncias, bem como o seu entendimento por todos os servidores da escola,
para compreenderem a Política de Educação Integral adotada pelo governo federal.

1.4.2 Programa Mais Educação

No documento: “Programa Mais Educação passo a passo”, o MEC tem o


intuito de auxiliar na reflexão para implementação da educação integral, inspirando a
reflexão e a ação para promover um ensino diferenciado nas escolas de tempo
integral.
O Programa Mais Educação do Governo Federal foi criado pela Portaria
Interministerial nº. 17/2007. A coordenação do Programa é realizada pela Secretaria
de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC), em parceria
com a Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e com as Secretarias Estaduais e
Municipais de Educação. Sua operacionalização financeira é feita por meio do
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os recursos a serem utilizados diretamente
no programa são administrados pela escola, por meio de seu órgão executor, que
20

são as Associações de Pais e Mestres (APMs) .O programa é uma estratégia do


governo federal para a promoção da educação integral no Brasil contemporâneo. A
educação que este quer evidenciar é tentar construir uma educação que,
pressupõem uma relação da aprendizagem para a vida, uma aprendizagem
significativa e cidadã.
O Programa Mais Educação (MEC), passo a passo busca, de forma
dialogada, apresentar “doze indicações” para a promoção de sua tecnologia
educacional. O objetivo deste material é convidar a reflexão sobre a implementação
da educação integral na escola procurando desenvolver uma educação que
extrapole os muros da escola e vincule o processo de ensino-aprendizagem à vida.
Esse programa trata da construção de uma ação intersetorial entre as políticas
públicas educacionais e sociais, contribuindo desse modo, tanto para a diminuição
das desigualdades educacionais, quanto para a valorização da diversidade cultural
brasileira.
O Programa em questão visa promover a ampliação de tempos, espaços,
oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os
profissionais da educação e de outras áreas, com as famílias e diferentes atores
sociais, sob a coordenação da escola e dos professores. Atende, prioritariamente,
escolas de baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), situadas
em capitais, regiões metropolitanas e grandes cidades em territórios marcados por
situações de vulnerabilidade social que requerem a convergência prioritária de
políticas públicas e educacionais.
As atividades fomentadas foram organizadas em conjuntos de ações
optativas, conforme escolha da escola e visam à melhoria na qualidade da educação
local, aparelhadas nos seguintes macrocampos (MEC, 2011):
• Acompanhamento Pedagógico;
• Meio Ambiente;
• Esporte e Lazer;
• Direitos Humanos em Educação;
• Cultura e Artes;
• Cultura Digital;
• Promoção da Saúde;
• Educomunicação;
• Investigação no Campo das Ciências da Natureza;
21

• Educação Econômica.
O objetivo do “Programa Mais Educação” é atender prioritariamente a
estudantes que estão em situação de risco, vulnerabilidade social e sem assistência;
estudantes que congregam seus colegas – incentivadores e líderes positivos
(âncoras); estudantes em defasagem série/idade; estudantes das séries finais da 1ª
fase do ensino fundamental (4º / 5º anos), nas quais há uma maior evasão na
transição para a 2ª fase; estudantes das séries finais da 2ª fase do ensino
fundamental (8º e/ou 9º anos), nas quais há um alto índice de abandono; estudantes
de séries onde são detectados índices de evasão e/ou repetência. Cada escola,
contextualizada com seu Projeto Político Pedagógico específico e em diálogo com
sua comunidade, será a referência para definir quantos e quais alunos participarão
das atividades, sendo desejável que o conjunto da escola participe nas escolhas.  
A Educação Integral abre espaço para o trabalho dos profissionais da
educação, dos educadores populares, estudantes e agentes culturais (monitores,
estudantes universitários com formação específica nos macrocampos), observando-
se a Lei nº 9.608/1998, que dispõe sobre o serviço voluntário. Trata-se de uma
dinâmica instituidora de relações de solidariedade e confiança para construir redes
de aprendizagem, capazes de influenciar favoravelmente o desenvolvimento dos
estudantes.
Experiências em curso, como a de Belo Horizonte, instituíram a figura do
professor comunitário. Para este profissional não há uma definição
“fechada” sobre quem pode exercer a função de professor comunitário, mas
podemos apresentar algumas características importantes, tais como:
capacidade de escuta aos companheiros e estudantes;   sempre busca o
consenso e acredita no trabalho coletivo; ser sensível e aberto para as
múltiplas linguagens e os saberes comunitários; disposição para  apoiar
novas idéias, transformar dificuldade em oportunidade e se dedicar a
cumprir o que foi proposto coletivamente. Ele precisa ser aquele que sabe
escutar as crianças, adolescentes e jovens; aquele que se emociona e
compartilha as histórias e problemas das famílias e da comunidade; Um
professor assim tem um excelente perfil e possivelmente será um ótimo
Professor Comunitário.(MEC, 2009, PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO –
PASSO A PASSO, p.15).

 O diretor da escola também tem o papel relevante nesse Programa, ele


deve incentivar a participação, o compartilhamento de decisões e de informações
com professores, funcionários, estudantes e suas famílias.  De acordo com os
estudos pode-se afirmar que o Programa é financiado pelo Governo Federal, e
recebe complementação do governo do estadual ou municipal, mas nos casos em
que as próprias secretarias de educação não dispõem de recursos financeiros, a
22

escola poderá ofertar atividades educacionais complementares que comecem a


ensejar o debate acerca da Educação Integral, selecionadas dentre as atividades
sugeridas pelo Programa Mais Educação e adaptadas às condições reais da escola.
Essas atividades, com turmas formadas por estudantes de diferentes anos e
classes, serão realizadas no turno inverso ao das aulas regulares, planejadas em
conformidade com o Projeto Político Pedagógico da escola. O reconhecimento de
que a escola não tem espaço físico para acolher as crianças, adolescentes e jovens
nas atividades de Educação Integral não pode desmobilizar o desejo de auxiliar o
desenvolvimento de seus alunos criando condições para que isso ocorra da melhor
maneira possível. As atividades para as crianças e jovens participantes da Educação
Integral devem estar relacionadas às atividades que já são desenvolvidas na escola,
que é uma só.
Seu Projeto Político Pedagógico, por ser o documento que traduz a filosofia
e a forma de organização pedagógica e curricular, traduz as intenções e
relações estabelecidas entre todas as atividades desenvolvidas no ambiente
educativo. Na prática, após definir o professor comunitário, há que se fazer
o planejamento, pensar a grade curricular, organizar os recursos e o espaço
e definir o público alvo para a Educação Integral.(MEC, 2009. PROGRAMA
MAIS EDUCAÇÃO – PASSO A PASSO, 2011, p.18).

Segundo Freire (1991, p. 16) “a escola deve promover o diálogo com a


família. A escola não é só um espaço físico. É um clima de trabalho, uma postura,
um modo de ser”. A família é a grande parceira de qualquer frente educativa
principalmente da escola, onde seus filhos passam o maior tempo de suas vidas.
Cabe, portanto à escola como detentora do conhecimento promover e buscar a
participação efetiva dos pais fazendo-os perceber que é uma extensão da educação
de seus filhos e que sintam a escola não como um prédio onde ficam, mas sim, um
espaço educacional que contribui para o desenvolvimento integral de cada aluno
que por ali passar. O Projeto Pedagógico da escola é fundamental para nortear
todas as ações, projetos e programas por ela realizados.
23

2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NUMA GESTÃO


DEMOCRÁTICA

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um documento balizador para o fazer


educacional que traduz a filosofia, a forma de organização pedagógica e curricular
da Unidade Escolar, as intenções e relações estabelecidas entre todas as atividades
desenvolvidas no ambiente educativo bem como expressa a prática pedagógica e dá
direcionamento à gestão. Na LDB 9394/96, determina, em seu artigo 12º, como
incumbência dos estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e do
sistema de ensino, nos incisos:

I - Elaborar e executar sua proposta pedagógica; e


VI - Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola.

Nestas determinações a LDB aponta o direito e o dever da escola de


elaborar, implementar a sua Proposta Pedagógica e de promover com as famílias e
comunidade uma democratização do ensino.
Nos vídeos intitulados: “A gestão democrática do projeto político-
pedagógico2” se evidencia a importância política do PPP. O termo Proposta
Pedagógica é apresentado como a organização da escola e dos seus projetos
principais e Projeto Político Pedagógico é determinado como um ato político e de
natureza social.Para a implementação do PPP é necessário um trabalho coletivo, de
gestão democrática.O qual está intimamente ligado a uma liderança democrática,
capaz de interagir com todos os segmentos da comunidade escolar.
Moraes, et al,.apud, Libâneo, (2004, p. 102), reforçam que:.
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da
escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no
processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização
escolar. Além disso, proporciona um melhor conhecimento dos objetivos e
metas, estrutura e organização e de sua dinâmica, das relações da escola
com a comunidade, e favorece uma aproximação.

Ao assumir a educação em tempo integral a escola precisa além de oferecer


mais tempo de aulas proporcionar também mais condições de participação para
promover a transformação social. Na pesquisa tivemos uma amostra por meio dos
2
Salto para o futuro:http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me003685.mp4
24

questionários, no Apêndice, sobre como podemos iniciar uma reflexão coletiva na


busca da qualidade da educação oferecida na escola.

2.1 PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA JOELINA


DE ALMEIDA XAVIER

“O Senhor... Mire e veja o mais importante e bonito do mundo é isto, que as


pessoas não foram terminadas, mas elas vão sempre mudando. É o que a
vida me ensinou. Isso me alegra. Montão” (Grande Sertão: Veredas
Guimarães Rosa).

No PPP da EE Professora Joelina de Almeida Xavier consta um capítulo


especial sobre Educação Integral, pois faz parte da Estrutura e Funcionamento, mais
especificamente da Organização Curricular.
E, porém, segundo o texto referência para o debate nacional:
A Educação Integral exige mais do que compromissos: impõem também e
principalmente projeto pedagógico, formação de seus agentes,
infraestrutura e meios para sua implantação. Ela será o resultado dessas
condições de partida e daquilo que for criado e construído em cada escola,
em cada rede de ensino, com a participação dos educadores, educandos e
das comunidades que podem e devem contribuir para ampliar os tempos e
os espaços de formação de nossas crianças, adolescentes e jovens na
perspectiva de que o acesso à educação pública seja complementado pelos
processos de permanência e aprendizagem (MEC, SECAD, 2009, p. 6)

No processo de implementação de um projeto político que contemple


verdadeiramente a educação integral e não apenas de tempo integral faz-se
relevante uma gestão participativa e democrática para o desenvolvimento dessa
educação na escola.

2.2 O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ESCOLA

Com início em 2009 o Programa Mais Educação, foi implantado na Escola


Estadual Professora Joelina Almeida Xavier, pela Secretaria de Estado de
Educação. No começo atendia turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental, do
1º ao 5º ano, e logo após as turmas do 2º, 3º e o 4º ano, mudança que foi
necessária para adequar ao espaço físico da escola.
O Programa Mais Educação preconiza a Educação Integral de crianças, por
meio de atividades articuladas ao projeto de aprendizagem desenvolvido pela
25

escola, contempla a área de esportes com o Xadrez e Futebol de Salão,


recuperação da aprendizagem com Português e Matemática e na área de
linguagens com o Projeto Jornal.
Para o desenvolvimento de cada atividade, o governo federal repassa
recursos para ressarcimento de monitores, materiais de consumo e complemento
financeiro para a merenda. A educação integral na escola deve ter objetivos que
construam relações na direção do aperfeiçoamento humano.
[...] A educação, como constituinte do processo de humanização, que se
expressa por meio de mediações, assume papel central na organização da
convivência do humano em suas relações e interações, matéria-prima da
constituição da vida pessoal e social (GUARÁ, 2006, p.16).

A escola tem a proposta de contemplar princípios e ações compartilhados na


direção de uma Educação Integral, é necessário abordar questões tais como o
espaço e o tempo de escola; a multiplicidade de funções que a ela se atribui. A
relação entre a escola e a comunidade se estabelece também no reconhecimento da
necessidade do estabelecimento de vínculos para aproximar os dois espaços
educativos. Esse é um desafio que constantemente se busca alcançar por meio de
ações que tornem a escola aberta e prazerosa também a comunidade externa.
O programa de Educação Integral se constitui na luta por uma escola mais
viva e inteirada com a comunidade, com princípios educadores, de convivência,
cidadania e acolhimento. Esse programa tem o comprometimento com a
transformação da sociedade e a formação de cidadãos e encontra no diálogo uma
ferramenta eficaz, além de reconhecer as diferenças e promover igualdades,
estimular ambientes de trocas de experiências e o valor das diferenças e a
importância dos direitos iguais.
Nesta escola foi definido o trabalho com as seguintes atividades nos Macro
Campos para todas as turmas da educação integral: Acompanhamento Pedagógico,
Esporte e Lazer e Cultura Digital.
Acompanhamento Pedagógico: Instrumentalização metodológica para
ampliação das oportunidades de aprendizado dos educandos em Educação
Integral. (PROJETO PEDAGÓGICO DA EE PROFESSORA JOELINA DE
ALMEIDA XAVIER. 2011, p. 30)
26

FIGURA 4–Alunos em momento de acompanhamento pedagógico.Foto:


Neli de Oliveira.

Em Matemática – Potencialização de aprendizagens matemáticas significativas por


meio de resoluções de problemas, mobilizando os recursos cognitivos dos educandos.
Em Português - Letramento/Alfabetização – Desenvolvimento da função social da
língua portuguesa, comunicação verbal, leitura e escrita. Compreensão e produção de textos
dos mais diversos gêneros em diferentes situações comunicativas, tanto na modalidade escrita
quanto na modalidade oral.
No macrocampo referente ao Esporte e lazer:

FIGURA 5
– Alunos
em
momento
de lazer
em
visitação
ao Parque das Nações Indígenas/ Foto: Neli de Oliveira.

De acordo com o documento analisado, as atividades baseadas em práticas


corporais, lúdicas e esportivas promotoras de práticas de sociabilidade com ênfase
na perspectiva lúdica das atividades, com livre escolha na participação e construção
de valores pelos próprios sujeitos envolvidos, atribuindo significado às práticas
desenvolvidas, com criticidade e criatividade. Destaque para o duplo aspecto
educativo do esporte e do lazer; desenvolvimento da educação pelo esporte e pelo
lazer. Incorporação das práticas de esporte e lazer como modo de vida cotidiana.
(PROJETO PEDAGÓGICO DA EE PROFESSORA JOELINA DE ALMEIDA XAVIER.
2011, p. 31).
Atividades Desportivas desenvolvidas: Atividades baseadas em práticas
corporais, lúdicas e esportivas promotoras de práticas de sociabilidade, com
ênfase no resgate da cultura local, bem como o fortalecimento da
diversidade cultural.(PROJETO PEDAGÓGICO DA EE PROFESSORA
JOELINA DE ALMEIDA XAVIER. 2011, p. 31)
27

FIGURA 4–Alunos em momento de atividade lúdica-gincana.Foto: Neli de


Oliveira.

Com base no documento da escola (PPP, 2011, p. 31) a atividade de Futsal


está descrita como apoio às práticas esportivas e meditativas para o
desenvolvimento integral dos educandos. Promoção da saúde pela cooperação,
socialização e superação de limites pessoais e coletivos. E, o Tênis de Mesa como
esporte baseado em movimentos de interceptação, tendo como base a
interceptação da trajetória feita pela bola; e a maneira como esta ocorre é que define
o sucesso ou fracasso de um dos atletas, proporcionando aos jogadores a prática
concomitante dos sentidos: Tato e Visual.

FIGURA 7 – Alunos praticando Tênis de Mesa


Foto: Neli de Oliveira

Na atividade de cultura digital utilização do microcomputador e de redes nas


atividades educativas da geração pós-alfabética que hoje freqüenta nossas escolas.
Noções básicas de Informática. Fornecimento de conceitos básicos de informática,
28

fomentando a inteligência geral, livre e colaborativa oferecida pela rede mundial de


computadores. (PPP, 2011, p. 31).

FIGURA 8 – Alunos desenvolvendo o Projeto


de Informática na sala de tecnologias.
Foto: Neli de Oliveira

Informática: Utilização do microcomputador e de redes nas atividades


educativas da geração pós-alfabética que hoje freqüenta nossas escolas.
Noções básicas de Informática. Fornecimento de conceitos básicos de
informática, fomentando a inteligência geral, livre e colaborativa oferecida
pela rede mundial de computadores. A sala de tecnologia é utilizada como
apoio pedagógico para o trabalho com atividades interativas que reforcem e
colaborem para uma aprendizagem significativa. (PROJETO PEDAGÓGICO
DA EE PROFESSORA JOELINA DE ALMEIDA XAVIER. 2011, p. 31).

2.3 OS ESTUDANTES INSCRITOS NO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO

FIGURA 9 - Alunos do Programa Mais Educação da EEP Joelina Almeida


Xavier em visita ao Museu Dom Bosco-2011. Foto: Neli de Oliveira

Conforme o PPP da escola, 2011, o MEC recomenda que a ampliação do projeto


seja gradativa, selecionando inicial e preferencialmente, para a participação no programa:
estudantes que apresentam defasagem idade/ano; estudantes das séries finais da 1ª fase do
29

ensino fundamental (4º e/ou 5º anos), onde existe maior saída extemporânea de estudantes na
transição para a 2ª fase; estudantes de anos/séries onde são detectados índices de evasão e/ou
repetência e assim sucessivamente; e estudantes que desempenham papel de lideranças
congregadoras em relação aos seus colegas.
Na escola Professora Joelina de Almeida Xavier, visou-se inicialmente
atender alunos matriculados nos anos finais da 1ª fase do Ensino Fundamental (4º
e/ou 5º anos) os quais apresentam defasagem idade/ano e Estudantes de anos em
que há a incidência maior de evasão e/ou repetência.
Com a pesquisa pudemos avaliar os avanços e dificuldades apresentadas
após implantação do programa.
Ao compararmos as médias de aprovação dos três anos anteriores à
implantação do programa na escola, as médias de aprovação dos dois anos após
(Quadro 1); verificamos que,nos terceiros anos, houve uma redução no índice de
aprovação de 1,09% em 2010 e 2011(79,76%) com relação a média de aprovados
(80,85%) de 2007 até 2009.
Nos quartos anos a média de 2007 a 2008 era de 88,32% de aprovados e
de 2010,2011 de 92,85%,o que trás um resultado positivo de 4,53%.
Nos quintos anos a média de 2007 a 2008 era de 91,60% e se ampliou para
92%,com uma melhora de 0,41% no índice de aprovados.
Nesta análise consideramos que o período integral contribuiu com a
aprendizagem dos educandos dos quartos e quintos anos, porém trouxe defasagem
para os dos terceiros anos.Fato que nos leva a repensar as práticas educativas para
estes alunos na escola.
30

3 SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA


PESQUISA

Relatamos a seguir a pesquisa de campo realizada com propósito de


analisar as práticas educativas desenvolvidas na Escola Estadual Professora Joelina
de Almeida Xavier após a implementação do Programa Mais Educação/MEC que
ampliou o atendimento das turmas dos 3º ao 5º anos para o tempo integral e como
isso contribuiu na aprendizagem dos educandos. Os nossos questionamentos foram:

1. O Ministério da Educação e Cultura (MEC) tem uma Proposta


Pedagógica com Diretrizes focadas a Educação em Tempo Integral?
2. O espaço e ambiente escolar são adequados ao desenvolvimento
das atividades educacionais, como está sendo utilizado esse espaço
para as práticas pedagógicas?
3. Quais os profissionais que atendem os alunos no turno contrário e
qual sua formação acadêmica?
4. Houve melhoria na aprendizagem dos alunos?
5. Há envolvimento das famílias com a Educação Integral dos filhos?
6. A verba que é destinada para implementar a educação integral é
suficiente para todas as ações da educação integral?
7. Qual a trajetória da implantação do tempo integral na Escola
Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier?

Chegamos aos resultados a partir da aplicação dos questionários, A,B,C,D e


E que encontram-se no apêndice deste TCC.
Apresentamos as respostas de 85 (oitenta e cinco) alunos.Sendo que os
atendidos pelo programa, segundo o censo na época da pesquisa (2011), era de
132 (cento e trinta e dois) distribuídos em 05 (cinco) turmas.
Dos 06 monitores e 10 professores que trabalhavam com a escola 14
responderam ao questionário.
Mesmo tendo sido enviado a todos os pais/responsáveis dos alunos que
freqüentavam o programa somente 29(vinte e nove) devolveram os questionários
31

respondidos. E, também apresentamos os questionários respondidos pelas 02(duas)


coordenadoras pedagógicas que atendem ao programa e da diretora da escola.

3.1 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida na escola que atuamos, por meio aplicação de


questionários com professores, profissionais da escola, pais e alunos. As
populações foco da pesquisa foram às turmas dos 3º, 4º e 5º anos que
frequentavam a Educação Integral pelo segundo ano consecutivo. A pesquisa foi por
amostragem dos alunos frequentes desde o ano de 2010. Também foram
entrevistados todos os professores das turmas, a coordenação pedagógica, os
monitores, a direção da escola e pais ou responsáveis.
Realizamos a análise dos dados dos questionários respondidos e tabulados,
com o objetivo de entender o contexto da educação integral e todas as implicações
de sua implantação na Escola Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier. O
estudo foi desenvolvido em três momentos: pesquisa de referências bibliográficas e
documentais sobre o tema; questionários com sujeitos de todos os segmentos da
escola, que vivenciaram a implantação da Educação Integral na escola: direção da
escola, professores, monitores, pais, alunos, coordenação pedagógica e por último
realizamos a observação do cotidiano da escola.

3.2 PROFESSORES E MONITORES DA ESCOLA OBJETO DE ESTUDO

Ao analisar o que foi respondido por 14 (quatorze) profissionais de 10 (dez)


professores e 06 (seis) monitores, através de questionário, constatamos que a
formação inicial de 01 (um) é de ensino médio, 05 (cinco) tem graduação, 03 (três)
em Pedagogia e 02 (dois) em outra área da educação e 08 (oito) com pós-
graduação. É uma equipe qualificada, o que facilita vencer desafios. Dentre estes,
04 (quatro) trabalham menos de um ano, 05 (cinco) mais de um ano e 05 (cinco)
mais de 3 anos. Para trabalhar com educação integral apenas 03 (três) tiveram
capacitação e formação continuada, 09 (nove) não tiveram e 02 (dois) tiveram
raramente. Esses dados nos levam a apontar a necessidade de uma formação
continuada no que tange a educação integral e mais especificamente ao Programa
32

Mais Educação. A formação continuada poderá trazer melhores resultados no índice


de aprovação dos alunos do 3º, 4º e 5º anos e dará mais confiança e qualidade no
trabalho dos profissionais.

Quadro 1: Índice de aprovação final da Escola Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier-2007 a
2011

ANO 2007 2008 2009 2010 2011


TURMA
3º ano 85% 78,26% 79,31% 80,85% 78,68%
4º ano 81,35% 94,73% 88,88% 93,55% 92,15%
5º ano 93,10% 97,50% 84,21% 92,85% 91,17%
Fonte: Atas finais da Escola Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier -anos 2007, 2008,
2009,2010 e 2011.

A construção da proposta pedagógica teve participação parcial dos


profissionais, 04 (quatro) participaram e 10 (dez) não participaram o que dificultou o
envolvimento no processo de execução do “Programa Mais Educação”. Apenas 09
(nove) tiveram acesso ao Projeto Pedagógico da Escola e 05 (cinco) não tiveram. O
envolvimento no processo é fundamental para o êxito do Programa Mais Educação,
portanto, realizar a revisão e estudo frequente da proposta pedagógica da escola
retomando e implementando ações, torna-se relevante.
O planejamento das atividades é realizado de forma diferenciada,
dificultando o direcionamento das ações do programa, 10 (dez) realizam as
atividades individualmente, dentre esses, 06 (seis) com o apoio da coordenação
pedagógica e 04(quatro) sem, 01 (um) profissional realiza as atividades em grupo
com outros monitores e professores e 01 (um) em grupo com professores, monitores
e coordenação pedagógica; 02 (dois) não responderam. O planejamento está sem
direcionamento claro e específico. Percebe-se de acordo com as informações
coletadas que a atuação da coordenação pedagógica, que é a mediadora do
planejamento, não está presente com todos os profissionais.
Para tanto, é relevante um cronograma para a efetivação do planejamento
das ações envolvendo a todos, é um passo importante para a garantia da realização
e de momentos de troca de experiências, pois a pesquisa evidenciou que dos 14
(quatorze), 11(onze) profissionais dizem que há falta de troca de experiências entre
os professores.
33

Cinco professores e monitores dizem que o material pedagógico oferecido


atende as necessidades para a aprendizagem dos conteúdos e 09 (nove) dizem que
poderia ser mais adequado. É necessário um estudo dos materiais existentes com a
finalidade de listar para quais conteúdos podem servir de suporte pedagógico e
como, assim facilitando a aprendizagem dos alunos usando formas e metodologias
que contribuam. Não bastam recursos para ter aprendizagem, porém poderão ser
facilitadores.
Quanto à adequação de espaço físico para abrigar os alunos nas refeições e
higiene, as opiniões se dividem, 07 (sete) responderam que sim e 07(sete) que não.
Concluímos que este é um desafio para a gestão escolar buscar melhorias com os
entes federados e comunidade escolar quanto a estrutura física da escola.Treze dos
professores e monitores acreditam que as atividades oferecidas no contra turno
contribuem para um desenvolvimento mais humano da aprendizagem das crianças e
01 (um) não, o que comprova as idéias de Anísio Teixeira, colocando a necessidade
da escola como um espaço que deve ser para ensinar a criança a viver o mundo, e
as de Dewey, que reforça a experiência educativa reflexiva, resultando em novos
conhecimentos. Mesmo tendo um profissional que não acredita, é preciso uma
revisão do programa, de estudos em formação continuada e reflexão com esse
profissional, sobre a sua atuação e perspectiva profissional.
Dos 14 (quatorze) educadores que responderam o questionário 08 (oito) já
sugeriram mudanças no funcionamento da escola em tempo integral, 05 (cinco) não
e 01(um) se absteve de responder. No questionário não especificaram quais
sugestões foram dadas.
Dos professores e monitores, 09 (nove) têm conhecimento do cardápio da
alimentação e acham que atende as necessidades nutricionais da criança, 04
(quatro) não tem conhecimento e 01 (um) tem conhecimento, mas acha que não
atende as necessidades nutricionais. Este é um fator importante para a criança que
tem na alimentação não só uma fonte de saúde, mas também como motivadora da
freqüência que é de mais de 75%, respondido por 11(onze) profissionais, 01 (um)
que está abaixo de 75% e 02 (dois) não responderam. O que nos trás a questão da
realidade desses alunos que precisam da alimentação escolar para suprir suas
necessidades nutricionais.
A direção escolar é propulsora das ações escolares e o grupo é unânime
quanto à participação efetiva da diretora no processo de implementação do
34

“Programa Mais Educação”, da Escola Estadual Professora Joelina de Almeida


Xavier.

3.3 ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO INTEGRAL DA ESCOLA OBJETO DE ESTUDO


(3º, 4º E 5º ANOS)

A pesquisa foi realizada com 85 (oitenta) alunos, dentre eles 79 (setenta e


nove) gostam de frequentar a Escola Integral e 06 (seis) não gostam; 66 (sessenta e
seis) alunos pretendem continuar em 2012 e 19 (dezenove) não desejam continuar.
Dos alunos questionados 29 (vinte e nove) entraram na escola antes de 2010, 19
(dezenove) entraram em 2010 e 37 (trinta e sete) ingressaram no ano de 2011; 78
(setenta e oito) alunos gostam da alimentação oferecida e 07 (sete) não gostam. Os
alunos marcaram as atividades que mais gostam de ter no ensino integral, cada
aluno escolheu 03 (três), que estão representados no gráfico abaixo:

GRÁFICO 1 - Atividades que mais gosta de ter no ensino integral


Fonte: pesquisa com alunos do 3º ao 5º ano da EE Profª Joelina de Almeida Xavier

Ao analisarmos as escolhas dos alunos percebemos que a recreação livre é


a mais escolhida, opção esta que vem ao encontro da faixa etária das crianças que
ainda sentem a necessidade do brincar. A segunda opção é a informática que
também traduz o interesse de conhecimento e contato com o mundo virtual que faz
frente ao nosso cotidiano. A terceira opção, que é expressiva devido a cultura do
35

nosso país, sendo o esporte de massa é o futebol. O importante é aproveitar estas


áreas de interesse para adquirir conhecimentos e exercitar aprendizagens a partir
de suas escolhas, o que pode ser oportunizado pela escola integral.
Ao serem questionados os 78 (setenta e oito) alunos concordaram que os
monitores e professores desenvolvem atividades que ajudam na aprendizagem
escolar e 07(sete) discordam. Este número expressivo demonstra a satisfação na
forma de aprender, e que a proposta do Programa Mais Educação está sendo
alcançada o que se confirma com a resposta de que 76 (setenta e seis) alunos
afirmam que melhoraram na aprendizagem depois de estarem participando da
escola integral e 09 (nove) afirmaram que não melhoraram.
Quanto a participação dos pais na vida escolar do filho, 76 (setenta e seis)
dizem que os pais ou responsáveis costumam procurar os educadores para saber
como estão indo na escola e 07 (sete) alunos disseram que não. A escola integral
tem como meta envolver mais os pais na educação de seus filhos, o envolvimento já
é expressivo na visão do aluno, é importante envolvê-los por meio das atividades
realizadas no processo pedagógico da escola e assim haverá maior repercussão na
aprendizagem do aluno.
Quanto a alimentação oferecida na escola a aceitação é de 78 (setenta e
oito) alunos, e 07(sete) que não gostam. Foi solicitado que citassem o três alimentos
oferecidos que mais gostam,o resultado está apresentado no quadro abaixo:

Quadro 2: Estudantes –alimentos que mais gostam


36

Nestas respostas podemos observar as preferências dos alunos, bem como


a diversidade da alimentação que é servida aos alunos do Programa Mais Educação
da Escola Estadual Professora Joelina Almeida Xavier.

3.4 O QUE PENSAM OS PAIS OU RESPONSÁVEIS

O questionário da pesquisa foi respondido por 29 (vinte e nove) pais ou


responsáveis dos alunos que fazem parte da Escola Integral da Escola Estadual
Professora Joelina Almeida Xavier. Destes 17(dezessete) responderam que mantém
o filho na escola motivado pela Escola Integral, 05 (cinco) por acreditar que a escola
oferece um bom ensino e 07 (sete) pela proximidade da residência.
Podemos perceber que Escola Integral cumpre um papel complementar à
família, quanto ao atendimento de suas necessidades ou devido a criança não ter
com quem ficar no contra turno ou mesmo para colaborar na educação do filho.  Não
consideramos que a escola tenha  essa função,  acaba atendendo mais do que
deveria e perdendo o seu foco que é o  de educar e acaba tendo caráter
assistencialista, para o que também não está preparada e o atendimento fica falho
nos dois aspectos. É necessária uma reflexão por todos os segmentos da escola
para um amplo processo de conscientização e de mobilização com o objetivo de se
criar mecanismos que efetivamente contribuam para uma sociedade mais humana e
que ofereçam oportunidades aos alunos de acesso à cultura, ao esporte, à
tecnologia como prega os objetivos do Programa Mais Educação. 
Para dezesseis 16 (dezesseis) pais ou responsáveis o prédio da escola está
adequado para abrigar os estudantes do tempo integral e para fazer suas refeições
e higiene pessoal e 13 (treze) disseram que o prédio está inadequado. As respostas
nos apresentam a importância da adequação do espaço é algo que preocupa os
pais, podendo ser um motivador de maior envolvimento no processo educacional
dos filhos. 25 (vinte e cinco) pais ou responsáveis disseram que a rotina do contra
turno contribui para uma boa aprendizagem, 03 (três) acham que não contribui e 02
(dois) não responderam esta questão. A maioria dos pais percebeu a diferença na
aprendizagem de seus filhos, isto é, que a escola integral está fazendo a diferença
na aprendizagem, contemplando um dos objetivos do Programa Mais Educação.
37

Vinte e três pais responderam que conseguiram perceber que monitores e


professores estão desenvolvendo atividades criativas e que ajudam na aquisição de
mais conhecimentos do aluno, 03 (três) disseram que não e 01 (um) não respondeu.
Quanto aos projetos desenvolvidos na escola que contribuíram com a
aprendizagem foram citados alguns para saber se tinham conhecimento, 22 (vinte e
dois) pais tiveram conhecimento do projeto “Trânsito Responsabilidade de Todos”,
13 (treze) sobre “É Preciso saber viver”, 9 (nove) sobre “Folclore” e 06 (seis) sobre
“Carnaval na Escola” . Envolver os pais na escola, nos projetos pedagógicos é um
desafio, principalmente para os gestores que devem buscar meios e ações
propostas no documento orientador do MEC “Programa Mais Educação” e colocar
na prática da educação integral.
Na pergunta sobre se a escola facilita momentos de diálogo para interação
entre pais, professores e monitores e profissionais que trabalham diretamente com
o filho, 14 (quatorze) responderam que sempre há, 12 (doze) que há pouca
interação, e 03 (três) que não há. Entendemos que a escola deve oportunizar
maior interação entre os seus segmentos, seguir sugestões propostas no
Programa Mais Educação, pois estes terão influência na aprendizagem e na
qualidade social da educação. Nessa perspectiva os gestores devem facilitar o
envolvimento dos pais na prática da democracia e no empenho por um trabalho
colaborativo.
Perguntados sobre o conhecimento do cardápio da alimentação oferecido ao
seu filho, 21 (vinte e um) disseram que têm conhecimento e 08 (oito) não têm. Se o
cardápio é nutritivo 19 (dezenove) acharam que é, 09 (nove) não sabem e 01 (um)
disse que não achava nutritivo. Em relação à alimentação observamos que os pais
ainda delegam a responsabilidade para a escola. Quanto às atividades que o seu
filho mais gosta na escola, 19 (dezenove) responderam que preferem informática, 15
(quinze) optaram por recreação livre, 12 (doze) escolheram capoeira, entre outros
citados no quadro abaixo.
Observamos que os pais dialogam com os filhos, pois as respostas foram
coincidentes, principalmente as duas atividades de maior preferência.
38

GRAFICO 2 - Projetos realizados pelos alunos que os pais tiveram conhecimento


Fonte: pesquisa com os pais ou responsáveis dos alunos do 3º ao 5º ano da EE Joelina
de Almeida Xavier.

Ao serem indagados se como pais/responsáveis já sugeriram mudanças


para o funcionamento da escola integral, 26 (vinte e seis) disseram que não e 03
(três) que sim. Esta resposta nos leva a indagar o envolvimento de parceria dos
pais/responsáveis no processo educacional de seu filho e aponta como um dos
desafios para a escola.

3.5 DIREÇÃO DA ESCOLA

A diretora da Escola Estadual Professora Joelina Almeida Xavier trabalha há


11 (onze) anos na instituição. Em resposta ao questionário aplicado, ela escreveu
que em sua opinião a educação em tempo integral trouxe mais qualidade ao ensino
dos alunos, pois “aumentaram as notas dos alunos, principalmente de português e
matemática, onde sempre as dificuldades eram maiores”. A diretora respondeu que
tem conhecimento teórico sobre a educação em tempo integral e participou da
construção do Projeto Pedagógico da Escola.

O espaço da escola para o desenvolvimento das atividades educacionais,


para a diretora, não é adequado e salientou: “Falta espaço principalmente para
biblioteca, para o refeitório e sala de vídeo. Apesar da mobilização com a
39

comunidade escolar, Secretaria de Educação de Estado e MEC, as dificuldades


persistem”.
Para a diretora os pais ou responsáveis dos alunos do período integral tem
pouca participação e envolvimento na educação dos filhos, apesar da escola
procurar abranger os pais nos projetos desenvolvidos. O entendimento dos pais é de
que a escola é a grande responsável pela educação.
Em Dessen/ Polônia (2007) pudemos relacionar escola e família. A escola
deve estabelecer ações que envolvam as famílias, para o sucesso dos estudantes,
uma vez que a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais
para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsoras
ou inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social. Na escola, os
conteúdos curriculares asseguram a instrução e apreensão de conhecimentos,
havendo uma preocupação central com o processo ensino-aprendizagem. Já, na
família, os objetivos, conteúdos e métodos se diferenciam, fomentando o processo
de socialização, a proteção, as condições básicas de sobrevivência e o
desenvolvimento de seus membros no plano social, cognitivo e afetivo.
Quanto à verba para a implementação da educação integral, a diretora
registra que não é o suficiente para atender as necessidades da escola e dos alunos
principalmente para a alimentação, que segundo ela, poderia receber mais recursos.
O cardápio oferecido aos alunos supre as necessidades diárias, ela frisa, “mas
poderíamos oferecer mais frutas se a verba fosse maio”.
Para contribuir com o melhor funcionamento da Educação Integral da escola,
a diretora destaca que deve ter “maior comprometimento da família e de alguns
funcionários que atendem o programa”.

3.6 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 

Antes do relato da pesquisa com a coordenação pedagógica julgamos


relevante tecer algumas considerações, uma vez que o objeto de nosso curso é
sobre coordenação pedagógica . A escola tem  apenas 02 (duas) coordenadoras
pedagógicas designadas pela Secretaria Estadual de Educação com 36 (trinta e
seis) horas  cada uma, e outros professores que estão readaptados e trabalhando
como Assessores da coordenação.
40

A direção da escola  conta com outras pessoas para coordenarem o


Programa Mais Educação, pois nenhuma das coordenadoras é específica para o
Programa. A Direção organizou a participação da seguinte maneira:
Uma das coordenadoras faz a interface com as atividades da tarde e
permanece na escola até às 12h30min para acompanhar o almoço das crianças.
Durante o almoço as crianças fazem atividades com  professores readaptados  ou
contratados em número de 05 (cinco),cada um fica com uma turma que
acompanham o almoço, a higiene e trabalham com as seguintes atividades
intercaladas:
 Recreação livre na quadra (com bola, peteca, cordas, elásticos);
 Tênis de mesa;
 Brincadeiras  lúdicas e dirigidas (como coelhinho sai da toca,
corre cutia e outras cooperativas ou competitivas);
 Vídeos infantis;
 Jogos pedagógicos (xadrez, dominó, quebra-cabeça e outros).

Depois desse período, que dura  1h e 40 min., as crianças fazem atividades


com os monitores  ou professores convocados para o programa, para essas
atividades a direção designou três professores readaptados para coordenarem o
Programa. Tem uma professora  que é pedagoga readaptada que coordena todo o
processo. Ela conta com professores: uma formada em história, que colabora no
planejamento e acompanhamento nos momentos em que não está diretamente com
alunos; com a atividade de cidadania, outro professor que é habilitado em educação
física coordena as atividades recreativas dos monitores; e outra professora,
pedagoga e psicóloga é que realiza atendimento com os alunos indisciplinados,
dando orientação a eles e seus pais quando necessário. Os alunos são divididos por
turmas e realizam as seguintes atividades:

 Português – os alunos fazem revisão de atividades


do turno da manhã e trabalham com os temas geradores
planejados para o bimestre;
 Pintura e Arte - realizam atividades  de artes,
segundo o planejamento do bimestre;
41

 Futsal – realizam treinamento do esporte;


 Xadrez - com professora de educação física que
orienta essa modalidade esportiva;
 Matemática - faz revisão dos conteúdos trabalhados
no turno da manhã;
 Vídeo - com monitora que trabalha com filmes e
atividades na sala de tecnologia;
 Recreação - com monitora que trabalha recreação
dirigida com jogos e atividades lúdicas.
 Cidadania - com uma professora contratada que
desenvolve atividades e estudos referentes ao tema;
 Capoeira - uma vez por semana com professor de
educação física e mestre de capoeira, com alunos de todas as
turmas, inscritos livremente para essa modalidade.

Quanto a atuação da coordenação pedagógica, a Secretaria de Educação


do Estado deveria proporcionar formação continuada específica para os
coordenadores pedagógicos da educação integral. A escola criou uma alternativa
para atender as crianças do programa, a coordenação pedagógica acompanha o
trabalho dos professores e monitores e, dos alunos e procura estabelecer um clima
de confiança e alegria além de procurar trazer a família para participar da vida
escolar dos filhos, função muito complicada devido ao pouco envolvimento que eles
têm com a escola.
A direção assume uma função de natureza totalmente administrativa e
delega a função pedagógica a outras pessoas, principalmente pela falta de tempo,
precisa gerenciar os aspectos materiais e financeiros da escola, administrar as
relações entre servidores da educação que atuam na escola, construir parcerias com
todos os segmentos da escola, acompanhar o PPP manter todo o  processo de
comunicação entre os segmentos  da escola, e entre a escola e a comunidade e
acompanhar o desenvolvimento do Programa Mais Educação. 
Quanto ao questionário aplicado tivemos resposta de 02 (duas)
coordenadoras que trabalham mais de 03 (três) anos, e afirmam que a educação em
tempo integral trouxe mais qualidade ao ensino dos alunos. Justificaram dizendo que
42

as notas dos alunos aumentaram em Português e Matemática, que estão mais


presentes na escola se consideram mais parte da escola, que os pais estão um
pouco mais participativos e que muitos alunos revelaram habilidades em xadrez,
capoeira, futsal e artes.
O posicionamento dos coordenadores pedagógicos salientou que o
Programa Mais Educação tem trazido resultados positivos, confirmando os ideais de
Anísio Teixeira e os propósitos da escola integral. É um processo lento, mas que
acena possibilidades de uma educação com mais qualidade. As coordenadoras
participaram da construção do Projeto Pedagógico da escola, e disseram que este é
um fator muito importante para a condução dos projetos e atividades de melhorias
na educação da escola. É relevante que este trabalho seja compartilhado com todos
os segmentos envolvidos na educação integral e a coordenação pedagógica tem
papel importante na integração dos atores, na formação continuada e no
monitoramento da qualidade educacional.
Assim como todos os outros segmentos a coordenação pedagógica também
registra o problema de espaço físico para o desenvolvimento das atividades,
faltando espaço adequado para higiene e oficina de artes, salas para refeitório, para
repouso, almoxarifado, biblioteca, espaço para atividades lúdicas, quadras e parque
infantil. Muitos são os desafios em relação a espaço físico, comprometendo o
desenvolvimento de atividades que oportunizem uma aprendizagem mais
significativa e efetiva e tendo assim melhores resultados.
Para as coordenadoras que responderam o questionário a presença e
participação dos alunos aumentaram um pouco. Se esse fato já foi percebido
entendemos que devemos ser otimistas e comprometidos em continuar com a
escola em tempo integral buscando ações contundentes de efetivar e implementar o
Programa Mais Educação, pois tem propostas que ainda podem ser realizadas.
Assim como todos os segmentos a coordenação pedagógica também diz que a
verba de financiamento do programa não está sendo suficiente deixando de atender
melhorias em mobiliário e remuneração dos monitores. Também concordam que a
alimentação oferecida aos alunos é nutritiva e supre as necessidades da faixa etária.
Quanto ao trabalho da coordenação pedagógica e o que a função requer as
coordenadoras conseguem desenvolver às vezes, e responderam que se acham
muito restritas ao atendimento de indisciplina de alunos, porém fazem estudos,
43

acompanham o planejamento, organizam os projetos e fazem intervenções que tem


contribuído com a qualidade da educação da escola.
Pelas respostas do questionário nós podemos analisar que o papel do
coordenador está sendo cada vez mais voltado as questões pedagógicas, sendo um
interlocutor e mediador do trabalho educativo. Dessa forma destacamos a realidade
escolar e o trabalho pedagógico sobre o coordenador, ressaltamos na qual se
estabelece as experiências interpessoais no contexto da escola na escola ao
desenvolver as múltiplas atividades que caracterizam a sua função.
É necessário que a ação educativa seja planejada, articulada com os
sujeitos escolares e o coordenador pedagógico figure como mediador de formas
interativas de trabalho, em momentos de estudos, proposições, reflexões e ações.
Está acontecendo um resgate deste ator educacional no sentido de fortalecer o
pedagógico escolar com resultados na melhoria e qualidade do processo ensino e
aprendizagem dos alunos.
Assim, para melhor desenvolvimento da aprendizagem, importantes
sugestões foram dadas pelas 02 (duas) coordenadoras que responderam o
questionário: maior democratização da escola envolvendo a participação dos pais,
formação continuada, melhorias no espaço e estrutura da escola e avaliação mensal
do funcionamento do Programa. Estas sugestões demonstram conhecimento de
necessidades que podem reverter em qualidade do desenvolvimento das atividades
do Programa Mais Educação. Assim, trazemos aqui a reflexão de Augusto (2006,
p.66) quando diz:

Não basta que os coordenadores trabalhem somente pela construção de


sua história pessoal dentro de uma Escola é necessário investir num estilo
de coordenação que envolva toda a comunidade escolar na montagem de
um currículo e de uma prática efetiva, dessa forma, construindo-se a história
da instituição. Na prática de observação, de quem está fora da classe, o
bom coordenador descobre os problemas, centraliza as conquistas do grupo
de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade.
Trabalhando efetivamente no seu papel primordial de formação dos
professores.

No decorrer da pesquisa pudemos observar a dinâmica do cotidiano escolar


e do funcionamento das aulas. Durante o período que ia das 7h da manhã até às
11h10 os alunos ficam com seus professores regentes, realizam o curso designado
pela...Ver lei/ normalização: Língua Portuguesa, Matemática, Produção Interativa,
Educação Física, História e Geografia. No tempo que vai das 11h10min e 12h30min
44

já ficam com os professores/monitores. É o período de almoço e atividades variadas


como: vídeo, atividades dirigidas de jogo de bola, tênis de mesa, caixa de jogos
educativos. É um momento de descontração. No ano de 2011, período houve um
empenho de uma professora para que os alunos realizassem a correta escovação
dos dentes. Depois desse horário são realizadas as atividades de: Português;
Pintura e Arte; Futsal; Xadrez; Matemática; Vídeo; Recreação; Cidadania e
Capoeira. As quais são intercaladas em cada turma. Os alunos têm a oportunidade
de escolher para realizarem livremente, nas aulas de sexta–feira entre as atividades
de Capoeira, Futsal e recreação e vimos que a preferência dos alunos é pelas
atividades duas últimas atividades.
No entanto, foi constatado um grande despreparo dos monitores de
Português, Pintura e Arte e Matemática, quanto ao domínio de sala, pois os alunos
se dispersam muito nas salas, chegando por vezes a se desentenderem e terem que
ser direcionados a coordenação que fazia o papel de socialização entre os
estudantes. As aulas de Capoeira ocorriam numa sala, que funcionava como
depósito de livros, sala de vídeo, um espaço pequeno e despreparado a prática.
As aulas de xadrez atraiam poucos alunos, no geral praticavam nestas aulas
o jogo de dama. A aula de cidadania estava muito bem orientada por uma
professora formada em História. As escolhas dos vídeos são direcionados aos
interesses dos alunos, no cuidado de lhes trazem valores que reforçam a boa
convivência entre eles. Porém houve, durante o período de 2011, uma situação na
qual a monitora deixou a escolha a critério somente dos alunos e eles assistiram a
um filme de terror. Tal situação poderia ser evitada se houvesse um contínuo
acompanhamento pedagógico da equipe que lida diretamente no contra turno da
escola.

3.7 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

A base estrutural do desenvolvimento da escola integral é o Programa Mais


Educação e a execução dos passos do documento orientador do MEC. A Escola
Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier teve a implantação do Programa
Mais Educação, conforme informação, sem preparo ou capacitação anterior. Atendia
os critérios do MEC e a adesão foi encaminhada pela Secretaria de Estado de
45

Educação de Mato Grosso do Sul. Iniciou o programa em 2009 e as capacitações


eram oferecidas por videoconferências do MEC e pela Secretaria de Educação do
Estado.
O início foi bastante conturbado, pois a implantação se dava ao mesmo
tempo da formação. Era o inverso da lógica, mas os profissionais da escola se
uniram e ultrapassaram as barreiras e dificuldades durante o ano letivo. Os desafios
ainda são muitos. Na pesquisa que realizamos as dificuldades ainda ficaram
evidentes. A educação é um processo dinâmico. É necessária uma mobilização
constante para promover a participação de todos os segmentos da escola nos
processos de decisão e a previsão de estratégias para mediar conflitos e solucionar
problemas. Este processo permeou a implantação do programa na escola.
Foi em 2009 que as palavras de Paulo Freire, citadas no Programa Mais
Educação Passo a Passo, serviram de incentivo e motivação para um trabalho
eficaz que trouxesse respostas a cada criança na formação de sua verdadeira
cidadania. Os ideais e as ideias de Anísio Teixeira tomam corpo na educação
brasileira. Sabemos que a educação ainda está distante do que sonhamos – pública,
de qualidade social e para todos. Os índices nos apontam isso diariamente.
Passamos por um período em que vivemos um constante “cutucar” de avaliações e
estatísticas. Refletimos, então que não é só a ampliação do horário dentro da escola
que trará a qualidade sociocultural para a educação.E, sim o comprometimento real
dos sujeitos responsáveis pelos educandos.
Os investimentos em educação se movem de forma muito lenta, de acordo
com os valores a ela atribuídos, assim como é preocupante também o despreparo e
a qualidade comprometida da formação de nossos educadores. Precisamos nos
atentar a formação continuada para que haja mudança na práxis docente, pois é
nessa formação que temos o relevante papel do Coordenador Pedagógico, como
mediador e difusor pedagógico da Escola.
Quando abordamos a respeito da educação pública e de qualidade social,
isto é cumprindo seu papel de formadora de pessoas capazes de contribuir e
transformar a sociedade nos remetemos a educação de tempo integral, mesmo com
as suas fragilidades e desafios como uma oportunidade avançar na garantia de
qualidade para os estudantes de nossa escola. A ampliação para tempo integral da
Escola Estadual Professora Joelina de Almeida Xavier aconteceu para atender uma
política nacional que busca fomentar a educação integral. O “Programa Mais
46

Educação” foi implantado na escola há três anos, com implementações, desafios,


problemas, avanços e sucessos.
No entanto, não evidenciamos uma formação oferecida pelo SED e as
videoconferências oferecidas pelo MEC ocorriam em horários das aulas e uma única
pessoa ficava responsável por assistir e enviar um relatório para o MEC. Não havia
repasse dos temas a comunidade escolar. Fatos que evidenciam que o Programa
Mais Educação precisa oportunizar uma formação contínua para reflexões coletivas.
Assim, contribuiria para o redirecionado do trabalho nas escolas que oferecem o
período integral. Aqui podemos ver que a pesquisa, realizada na escola, traz pontos
importantes para a reflexão, pauta de planejamento e ações.
47

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho analisou os desafios da educação em tempo integral, as


limitações e as possibilidades, bem como os sujeitos envolvidos no processo
(alunos, professores, monitores, pais/responsáveis, direção e coordenação
pedagógica) do Programa Mais Educação, do MEC (2007), implantado desde 2009
na Escola Estadual Professora Joelina Almeida Xavier, Campo Grande/MS.
Perceber as dificuldades e sucessos da Escola Integral foi o nosso alvo e
conseguir entender este processo como parte da história da educação brasileira.
Registram-se vários esforços de pessoas, de grupos, de governantes pela melhoria
da qualidade da educação. Salientamos a importância das várias experiências de
escola em tempo integral decorrentes das ideias de Anísio Teixeira (1900-1971).
Para compreendermos essa política em diferentes momentos da história
tivemos a influência do francês Émile Durkheim (1858-1917) como um dos mentores
dos ideais da educação pública que ajudou a compreender o papel social do
professor e contextualizando o papel do aluno no processo ensino-aprendizagem e
na sociedade que faz parte. John Dewey (1852-1952) defendeu que a aprendizagem
é melhor quando são realizadas tarefas associadas aos conteúdos ensinados, pois
não há separação entre a vida e a educação, é necessário que a educação prepare
para a vida. Podemos assim concordar com as idéias de Anísio Teixeira de que a
educação é dinâmica, uma constante mudança e por isso precisa estar em
reconstrução, em revisão e replanejamento permanente.
A escola pública e de tempo integral foi e ainda pode ser apontada como
solução para uma educação de qualidade social. A escola integral é a oportunidade
e a possibilidade para que o aluno possa se preparar para a cidadania, usando o
conhecimento como meio de aprender também atitudes, ideais e senso-crítico.
Nesta trajetória chegamos aos nossos dias e que ainda reforça que a educação em
tempo integral pode nos oferecer uma realidade educacional muito melhor e em
consequência um país mais desenvolvido e próspero econômica e socialmente.
Ao vivenciarmos este Programa na Escola Estadual Professora Joelina
Almeida Xavier apontamos que os desafios ainda são muitos. Na pesquisa realizada
48

com todos os segmentos da escola se evidenciaram os seguintes problemas:


espaço inadequado ao desenvolvimento das atividades; profissionais sem
capacitação permanente; gestão administrativa e pedagógica ainda centralizadora,
pois muitas ações e trabalhos não são compartilhados com a comunidade escolar,  o
planejamento das aulas e projetos é realizado individualmente ou aleatoriamente por
grupos isolados; a desarticulação dos pais nas ações comunitárias e projetos
desenvolvidos; verba insuficiente principalmente para melhorar a diversidade da
alimentação oferecida aos alunos; implementações realizadas sem avaliação e
diretrizes do Programa Mais Educação.
A Proposta Pedagógica da escola   deve se adequar ao Programa Mais
Educação, de modo que contemple o desenvolvimento das habilidades e
competências em cada atividade oferecida no contra-turno  e que tenha uma
interface  e  correlação com os conhecimentos adquiridos no ensino regular, que
contribuam para a formação integral e também que possa expressar em suas
diretrizes que oriente os alunos para a vida. É necessária uma revisão da Proposta
de maneira participativa com um estudo detalhado, diagnosticando a realidade para
que se construa um documento que contenha toda a organização da escola,
contendo todas as atividades pedagógicas, projetos, atividades  curriculares,
extracurriculares. E nessa perspectiva acreditamos  que a Proposta Pedagógica da
escola possa  ser  mais significativa  para todos e não apenas seja vista como um
documento a mais exigido pela Secretaria  Estadual de Educação.
Em relação à aprendizagem dos alunos notamos, quanto aos índices de
aprovações dos três anos anteriores à implementação do programa (2007 a 2008)
comparados aos dois anos de seu funcionamento (2010e 2011) que os quartos anos
tiveram um avanço positivo de 4,53%; os quintos anos apresentaram uma pequena
melhora de 0,41%. Porém, os terceiros anos sofreram uma queda de 1,09% na
média dos aprovados.
O que constata que a mudança para o período integral não trouxe, ainda,
progressos significativos na aprendizagem de todas as turmas atendidas no
programa.
Apesar das dificuldades, as experiências vivenciadas nesta pesquisa têm na
sua essência a melhoria da qualidade social da educação bem como tratar do aluno
como ser social e cidadão pertencente a uma comunidade e capaz de modificá-la.
49

Estes são objetivos e metas buscados ao longo da história da educação, e


que também estão propostos no Programa Mais Educação que baliza a educação
de tempo integral da Escola Estadual Professora Joelina Almeida Xavier. A escola
pública de tempo integral também vem atender uma demanda social do nosso
tempo: a insuficiência do turno de quatro horas para a aprendizagem, devido à
evolução dos conhecimentos e avanços desenfreados da tecnologia; a família (pai e
mãe) trabalhando fora de casa, principalmente nas classes populares; a criança e
adolescentes desassistidos e sem cuidados no contra turno da escola com riscos ao
seu desenvolvimento.
A escola em tempo integral oferece possibilidades e acesso em outras
atividades, acrescentando ao currículo comum uma aprendizagem mais significativa.
Longe de defendermos uma educação assistencialista nos posicionamos na defesa
de uma educação de qualidade, com professores bem preparados para ensinar os
indivíduos a pensar e agir frente ao seu bem estar pessoal e para a coletividade.
Não basta acolher os alunos em tempo maior na escola se esses não forem
preparados para a participação cidadã na sociedade.
De acordo com o resultado da pesquisa realizada, os objetivos da Escola
Estadual Professora Joelina Almeida Xavier no desempenho do Programa Mais
Educação e da escola em tempo integral estão gradualmente sendo alcançados. Os
alunos têm oportunidades de realizar atividades que contribuem com a sua formação
integral, preparando-os para a vida, contemplando as ideias de John Dewey e Anísio
Teixeira. Para resultados mais efetivos e de maior alcance sabemos que muitos são
os desafios. Vamos elencar algumas sugestões que entendemos exequíveis:

 Revisão e estudo do Programa Mais Educação com


todos os profissionais envolvidos no desenvolvimento do
mesmo;
 Estudo e revisão do Projeto Pedagógico da escola
compatibilizando com o Programa;
 Realização de planejamento estratégico específico
para a Educação Integral com metas, ações (sugeridas nos
macrocampos do Programa Mais Educação), responsáveis e
cronograma;
50

 Reuniões de mobilização dos pais por turmas;


 Mobilização do Colegiado Escolar e APM como
articuladores na conscientização da comunidade escolar e
viabilizadores de recursos e subsídios junto à comunidade
local, Secretaria de Estado de Educação - SED e Ministério da
Educação – MEC;
 Realização de reuniões sistemáticas semanais entre
direção e coordenação pedagógica para monitoramento e
implementação das ações;
 Implantação de um projeto de formação continuada
coordenada pela direção e coordenação pedagógica e
colaboração da SED;
 Implantação do Conselho de Classe Participativo
envolvendo todos os segmentos responsáveis pela educação
dos alunos;
 Realização da avaliação institucional para
levantamento de dados, subsídios e apontar diretrizes para o
desenvolvimento de todas as ações da escola.

Concluímos que apesar de nossa análise observar uma defasagem para os


terceiros anos e termos, ainda de repensar as práticas educativas para os alunos; a
escola em tempo integral é uma alternativa privilegiada para o desenvolvimento
global do aluno, mesmo porque se trata da educação pública que ao longo de nossa
história brasileira passa por desafios. No entanto, jamais devemos desanimar frente
a eles, mas que esses sirvam de propulsão aos nossos sonhos de educadores que
acreditam na possibilidade de uma sociedade melhor, de mais conhecimentos a
serviço do bem. É importante que o currículo seja desenvolvido com ações
integradas, estudos, planejamento e formação contínua com todos os envolvidos no
processo, só assim podemos contemplar uma educação emancipadora, de formação
cidadã capaz de melhorar o mundo no qual vivemos.
51

REFERÊNCIAS

AUGUSTO, Silvana. Desafios do coordenador pedagógico. In: Revista Nova


Escola, Ano XXI, nº 192 maio de 2006, p. 66.

BRASIL. Ministério da Educação. Constituição (1988). Constituição da República


Federativa do Brasil, 1988.

CAVALIERE, Ana Maria V. Educação integral: uma nova identidade da escola


brasileira. Revista Educação e Sociedade, Campinas, vol. 23, nº 81, 2002.

DESSEN, Maria Auxiliadora and  POLONIA, Ana da Costa. A família e a escola


como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia (Ribeirão Preto) [online].
2007, vol.17, n.36, pp. 21-32. ISSN 0103-863X.

DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia: com um estudo da obra de


Durkheim, de Paul Fauconnet. Tradução de Lourenço Filho. 11. ed. São Paulo:
Melhoramentos; 1978.

Educação integral: texto referência para o debate nacional. - Brasília : Mec,


Secad, 2009. 52 p. : il. – (Série Mais Educação )

FERRARI, Marcio. Escritor da Revista Nova Escola - Grandes Pensadores –


Edição especial, julho/2008.

GUARÁ, Maria F. Rosa. É imprescindível educar integralmente. Cadernos


Cenpec: Educação Integral, n.2, São Paulo: Cenpec, 2006

______Ministério da Educação. Educação Integral: texto referência para o debate


nacional.- Brasilia: Mec, Secaad, 2009. (Série Mais Educação)

______Ministério da Educação. Programa mais Educação Passo a Passo.


Disponível http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/passoapasso_maiseducacao.pdf>
Acesso em 25/02/2012.

______ Portaria Normativa Interministerial n° 17, de 24 de abril de 2007. Institui


o Programa Mais Educação que visa fomentar a educação integral de crianças,
adolescentes e jovens, por meio do apoio a atividades sócio-educativas no contra
turno escolar. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 Assim, trazemos aqui a
reflexão de AUGUSTO (2006, p.66) quando diz:abr. 2007.

Projeto Pedagógico da Escola Estadual Professora Joelina Almeida Xavier,


Campo Grande, /MS, 2011.
52

REVISTA ESCOLA. Prática Pedagógica. Disponível em:


<http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/criador-sociologia-
educacao-423124.shtml> Acesso em: 03/03/2012.

TEIXEIRA, Anísio. A Pedagogia de Dewey. In: Dewey, John. Vida e educação.


Tradução Henry Suzzallo, 4. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1954.
53

APÊNDICE

A - Questionário aplicado à Coordenação Pedagógica

Questionário - Coordenação Pedagógica da Escola Estadual Profª Joelina Almeida


Xavier  - novembro de 2011.

Total: 02

1- Há quanto tempo você trabalha na EE. Professora Joelina de Almeida


Xavier?

(    )1ano          ( 2 ) mais de 3anos   (  )mais de 5 anos

2- Em sua opinião, a Educação em Tempo Integral trouxe mais qualidade ao


ensino dos alunos?Justifique:
( 2) Sim 
(   ) Não
(   ) Pouco
- As notas dos alunos aumentaram, principalmente em Português e Matemática, os
alunos estão mais presentes, se consideram mais parte da escola, os pais
participam um pouquinho mais, as atividades revelaram alunos com habilidades para
xadrez, capoeira, futsal e artes.

3- Você tem conhecimento teórico referente à Educação em Tempo Integral?


( 2 )sim                                                        (  )não
4- Você participou da construção da Proposta Pedagógica da Escola?
 ( 2 )sim                                                   (   )não     
5- Qual sua opinião referente ao espaço da escola para o desenvolvimento das
atividades educacionais? O espaço é adequado? Justifique.
(   ) Sim (  2 ) Não
- Não é adequado. Falta biblioteca, refeitório, mais salas de aula, um parque infantil
e mais espaço para as atividades lúdicas, espaço para almoxarifado, mais quadras,
sala de repouso, refeitório, espaço adequado para higiene e sala de oficina de artes.
6- Aumentou a participação dos pais/responsáveis dos alunos do período
integral na escola e na educação do aluno(a)? Justifique.
( 2 )sim                                         (  )não               (   )às vezes
Aumentou um pouco, quando os pais são chamados em reuniões a presença
melhorou.
54

7- A verba destinada à implementação da Educação Integral é suficiente para


atender as necessidades da escola funcionando em tempo integral? Justifique.
(  )sim                                                   ( 2)não   
- Deveria vir mais para aquisição de armários e para melhor remuneração dos
monitores.
    
8- Considera o cardápio oferecido aos alunos que passam o período integral na
escola nutritivo, ou seja, supre as necessidades diárias das faixas etárias dos
estudantes atendidos nesse período?
(2 )sim                                                   (   )não             
9- Você consegue desenvolver o seu trabalho de coordenação pedagógica como
requer a função? Justifique a resposta.
(  )sim              (  )não               ( 2 ) às vezes
- Porque ficamos muito tempo ligados a questões de indisciplina dos alunos, no
entanto ainda  fazemos estudos,  acompanhamos o planejamento e organizamos
projetos para melhorar a qualidade da educação da escola, diversificar as atividades
e fazer algumas intervenções.Nos deparamos também com profissionais
descomprometidos com a realidade da escola.
9- Dê sugestões que possam contribuir para a melhoria do funcionamento da
Educação Integral na sua escola.

 A participação dos pais para a escolha da atividade a ser trabalhada;

 Democratizar a escola;

 A contratação de professores para o turno vespertino para trabalhar as


atividades;

 A formação continuada para quem atua na área, principalmente para os


coordenadores.

 A melhoria do espaço e estrutura das escolas;

 Avaliação  mensal do funcionamento do programa.


55

B - Questionário aplicado à Direção da Escola

Questionário - Direção da Escola Estadual Profª Joelina Almeida Xavier  -


novembro de 2011.

1- Há quanto tempo você trabalha na E.E. Professora Joelina de Almeida


Xavier?
11anos

2- Em sua opinião, a Educação em Tempo Integral trouxe mais qualidade ao


ensino dos alunos?Justifique:
Sim, aumentaram as notas dos alunos, principalmente em Português e Matemática.

3- Você tem conhecimento teórico referente à Educação em Tempo Integral?


(x ) sim ( )não

4- Você participou da construção da Proposta Pedagógica da Escola?


(x ) sim ( )não
5- Qual sua opinião referente o espaço da escola para o desenvolvimento das
atividades educacionais? O espaço é adequado? Justifique.
Não é adequado, falta biblioteca, sala de vídeo, refeitório, etc.

6- Os pais/responsáveis dos alunos do período integral participam e se


envolvem com a educação do seu filho (a)?
( )sim ( )não ( x )às vezes

7- A verba destinada à implementação da Educação Integral é suficiente para


atender as necessidades da escola funcionando em tempo integral? Justifique.

Não á suficiente, poderia receber mais recursos para alimentação.


8- Considera o cardápio oferecido aos alunos que passam o período integral na
escola nutritivo, ou seja, supre as necessidades diárias das faixas etárias dos
estudantes atendidos nesse período?

Sim, mais poderíamos ofertar mais frutas se a verba fosse maior.


9- Dê sugestões que possam contribuir para a melhoria do funcionamento da
Educação Integral na escola.

- Maior comprometimento da família e por parte de alguns funcionários,


concursados, que atendem ao programa.

EE Profª Joelina de Almeida Xavier - novembro de 2011 Questionários - Estudantes do Ensino Integral (3º,4º e 5º anos)
56

quantidade 85

1-Você gosta de vir freqüentar a escola em tempo integral?  

a) sim. 79

b) não. 6
 

2-Você deseja continuar na mesma escola no próximo ano?  

a) sim. 66

b) não. 19
 

3-Há quanto tempo está na E.E. Professora Joelina de Almeida Xavier?  

A) Começou a estudar na escola neste ano (2011). 37

b) Entrou na escola em 2010. 19


57

c) Entrou na escola antes de 2010. 29


 

4-Marque até 3(três) atividades que mais gosta de ter no ensino integral?  

j) Recreação livre 52

e) Informática 51

h) Futsal 46

d) Capoeira 30

g) Tênis de mesa 29

i) Artes 20

f) Vídeos 11
c) Xadrez 7

a) Língua Portuguesa 6

b) Matemática 6

 
58

5-Você gosta da alimentação oferecida na escola?Cite três das quais mais gosta?  

a) Sim 78

b) Não 7

6-Os monitores/professores desenvolvem atividades que lhe ajuda na aprendizagem escolar?  

A) sim 78

B) não 7
 
59

7-Seus pais/responsáveis costumam procurar os educadores para saber como você está na escola?  

A) Sim 79

B) Não 6

8-Acha que sua aprendizagem melhorou depois que passou o vir para a escola em tempo integral?  

A) sim 77

B) não 8

 
 

9-O que você gostaria que tivesse na Educação Integral?  


C - Questionários aplicados aos Estudantes do Ensino Integral (3°, 4° e
5° anos) e gráficos.
60

D - Questionário aplicado aos Pais ou Responsáveis

Questionário – Pais/Responsáveis - E.E.Professora Joelina de Almeida Xavier - novembro de 2011


quantidade > 29

1-O que o motivou a manter seu filho (sua filha) na E.E.Professora Joelina de Almeida Xavier?  
a) proximidade da escola com sua residência 7
b) o fato da escola apresentar período integral de estudo 12
c) acredita que a escola oferece um bom ensino 10
 
 

2-O prédio da escola está adequado para abrigar os alunos (as alunas) em tempo integral nos horários da refeição
e higiene pessoal?  
a) sim 16
b) não 13
 
61

3-A rotina que os alunos tem no contra turno (período vespertino) contribui para um bom aprendizado?  
a) sim 25
b) não 4
 

 
4-Os monitores e professores estão desenvolvendo atividades criativas que ajudam na aquisição de mais
conhecimentos
escolares do aluno?  
a) sim 26
b) não 3
 

5-Marque os nomes dos projetos realizados com os alunos do período integral, dos quais teve conhecimento.  
a) “Trânsito responsabilidade de todos” –“Programa Mais Educação” 22
b) ”Carnaval na escola” 6
c) ”Folclore” 9
d) ”É preciso saber viver” 13
   
62

6-Conhecimento o cardápio oferecido a seu filho/sua filha no dia a dia na escola?  


a) sim 21
b) não 8

 
7-Acha o cardápio nutritivo?  
a) não sabe 9
b) acha nutritivo 19
c) não acha nutritivo 1

 
8-A escola facilita momentos de diálogo para interação entre os pais/responsáveis e os monitores e profissionais
que
trabalham diretamente com seu filho/sua filha?  
63

a) Não há interação entre a Escola e os pais/responsáveis. 3


b) Sempre há interação entre pais/responsáveis e escola. 14
c) Há pouca interação entre escola e pais/responsáveis. 12
 

 
9-Quais das atividades a seguir seu filho/sua filha gosta mais de realizar na escola?  
a) Língua Portuguesa 3
b) Matemática 5
c) Xadrez 6
d) Capoeira 12
e) Informática 19
f) Vídeos 5
g) Tênis de mesa 9
h) Futsal 8
i) Artes 9
j) Recreação livre 15
 

10-Já sugeriu mudanças para o funcionamento da escola em tempo integral?  


a) Sim 3
b) Não 26
64

E-Questionário aplicado aos professores/monitores


Questionário – Professores/monitores EE Professora Joelina de Almeida
Xavier - novembro de 2011
quantidade > 14
1-Há quanto tempo trabalha na E.E. Professora Joelina de Almeida Xavier?  
a) A menos de um ano 4
b) Mais de um ano 5
c) A mais de 03 anos 5
   
2-Qual sua formação profissional?  
a) Ensino médio 1
b) Ensino médio com Magistério 0
c) Graduação: Pedagogia 3
d) Graduação: Outra na área da educação 2
d) Pós graduação 8
   
3-Você teve formação inicial para trabalhar com os alunos do período integral?  
a) sim 3
b) não 11
65

   
4-Durante o exercício como monitor/professor está recebendo formação continuada?  
a)Sim 3
b)Não 9
c)Raramente 2
 
 
5-Já teve acesso ao PPP da escola?  
a) Sim 9
b) Não 5
   
6- Você participou da construção da Proposta Pedagógica da Escola?  
a) sim 4
b) não 10
   
7-Tem conhecimento se o Ministério da Educação e Cultura (MEC) construiu uma Proposta
Pedagógica com Diretrizes focadas a Educação em Tempo Integral?  
a) sim 7
b) não 7
   
8- Como realiza o planejamento das atividades?  
a) Individualmente, sem o apoio de um coordenador pedagógico 5
b) Individualmente, com o apoio de um coordenador pedagógico 7
c) Em grupo com os outros monitores/professores 1
d) Em grupo com os outros monitores/professores e um coordenador pedagógico 1
 

 
9-O material pedagógico oferecido aos alunos atende suas necessidades para a aprendizagem dos
conteúdos que ensina aos alunos?  
a) SIM 5
b) não 0
c) poderia ser mais adequado 9
 
 
10-O prédio da escola está adequado para abrigar os alunos em tempo integral nos horários da
refeição e higiene pessoal?  
a) sim 7
b) não
7

11-A rotina e a carga horária que os alunos tem no contra turno (período vespertino) contribui para o
desenvolvimento humano e aprendizagem das crianças?  
a) sim 13
b) não 1
   
12-Você esta desenvolvendo atividades criativas,numa prática pedagógica com metodologias
direcionadas e diferenciadas que respeite o direito de aprendizagem de cada educando?  
a) sim 11
b) não 3
   
13-Tem conhecimento do cardápio oferecido aos alunos no dia a dia na escola? Atende as
necessidades nutricionais das crianças ?  
a) Tenho conhecimento e o acredito que atende as necessidades nutricionais das crianças 9
b) Tenho conhecimento e acredito que não atende as necessidades nutricionais das crianças 1
c) Não tenho conhecimento do cardápio oferecido aos alunos 4
66

   
14-Quanto a frequencia dos alunos nas suas aulas  
a) está acima de 75% 13
b) Está abaixo de 75% 1
   
15- A escola facilita momentos de diálogo para interação entre os pais/responsáveis e os monitores e
profissionais que trabalham diretamente com seu filho/sua filha?  
a) Não há interação entre a Escola e os pais/responsáveis. 1
b) Sempre há interação entre pais/responsáveis e escola. 6
c) Há pouca interação entre escola e pais/responsáveis. 7
   
16-Há momentos de troca de experiência entre os monitores/professores do contraturno e os
professores do ensino regular?  
A) sim 3
B) não 11
   
17-Como é a participação da direção escolar no funcionamento do ensino integral?  
a) Participa ativamente do funcionamento 13
b) Não participa das atividades do funcionamento do ensino integral 1
   
18-Já sugeriu mudanças para o funcionamento da escola em tempo integral?  
a) Sim 9
b) Não 5
67
68
69
70
71
72

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