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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DISCIPLINA: HIS 170


PROFESSOR: Luiz Lima Vailati
ALUNO: Guilherme Galhardo Silva
N° DA MATRÍCULA: 103265

Balanço da minha experiência no curso de história da Universidade Federal de Viçosa

Olá, meu nome é Guilherme Galhardo Silva, sou estudante do curso de história
ingresso no ano de 2020 e irei me empenhar em relatar subjetivamente as experiências
vividas não apenas nas disciplinas, mas nas relações interpessoais nas mais diversas esferas
da vida também, uma vez que acho necessário mencionar tais acontecimentos porque acredito
que minhas reações seriam completamente diferentes caso não tenha ingressado nessa
orientação acadêmica.

Creio não ser especial em dizer que a escolha por esse curso em questão levou a um
turbilhão de sentimentos aos meus familiares e amigos e a mim próprio, ainda mais que
tinham “janelas” consideradas importantes que estavam abertas para mim. Só de estar aqui
onde estou me considero uma resistência a um sistema que elenca profissões de mais “alto
padrão” até ao menor. Digo isso pois ingressei no curso com o sentimento de que estava
fazendo a maior “burrice” da minha vida e para não ser hipócrita nesse balanço que estou
fazendo ainda tem momentos de crise que concordo momentaneamente com essa visão.

Isso traz um gancho narrativo para elaborar a respeito das primeiras disciplinas do
período, na realidade de uma em específico, Introdução aos estudos históricos (HIS 110), sem
dúvidas esta matéria foi a que mais marcou minha formação, posto que aniquilou mitos e
barbaridades que ouvi passivamente durante o ensino básico. Certamente foi penoso ouvir e
compreender tantos movimentos historiográficos que em nenhum momento sequer tinha
considerado, no entanto foi de suma importância para refletir a respeito do ensino positivista
presente em muitos livros didáticos que tinham sido envolvidos por mim como verdade
absoluta. Então, ao conceber que não existem fatos incontestáveis e sim interpretações
diversas sobre o mesmo baseado em diversas questões, me fez apresentar um olhar com
maior criticidade em relação aos assuntos que me permeiam. Portanto, acredito que seja uma
atitude certeira conceder essa disciplina aos calouros para romper com o imaginário de uma
história única de grandes acontecimentos que ainda infelizmente são narradas em diversas
instituições escolares. Essa disciplina sendo dirigida com as brilhantes aulas do docente Jonas
Marçal de Queiroz que elucidam em muito os textos da disciplina e nos transporta a
raciocínios antes inimagináveis. Realmente posso afirmar que eu fui uma pessoa
transformada por essa disciplina, mesmo que ela tenha ocorrido no formato remoto.

Período especial remoto (PER), isso me acompanhou por dois longos anos da minha
educação universitária e explano que passei por diversas dificuldades para conseguir
relacionar adequadamente a minha vida pessoal, trabalho e educação, posto que durante o
cenário caótico intermediado por uma epidemia global que infelizmente apanhou pessoas do
meu convívio íntimo, ou seja, minha saúde mental não estava em seus conformes e trouxe
conseqûencias para o aproveitamento das disciplinas disponibilizadas de forma on-line.
Ainda me lembro com bons olhos das duas semanas do ano de 2020 que foram presenciais,
recordo-me da sensação de novidade e da minha motivação com essa grande jornada para
minha vida, todavia foi impossibilitada pelos acontecimentos calamitosos. Acredito ser
importante abordar a esse respeito porque realmente me prejudicou minha formação
acadêmica e principalmente na minha motivação acerca do curso como todo (ainda amo o
curso que faço, mas não com a mesma intensidade de antes).

Nesses parágrafos finais vou empenhar-me em realizar um balanço geral do curso me


referindo aos pontos positivos e negativos. Comecemos pelas inconveniências… O período
do curso ser estritamente noturno (apenas com optativas no período vespertino) é
problemático, posto que é o momento que me sinto com a cabeça menos “fresca” para
assimilar os conteúdos que muitas vezes são complexos e necessitam de mente ativa para
entender suas nuances, entendo que a solução para essa problemática apontada interferiria na
estrutura institucional da universidade, logo deveras improvável de ocorrer, mas ao meu
entender estritamente pessoal considero que alavancaria a qualidade do curso como um todo
realizá-lo no período matutino e vespertino.

Frustrações me acompanham durante essa jornada, mas admito que muitas delas dispõe
relações do meu âmbito pessoal do que o curso em si, mas infelizmente não temos um botão
de “on” e “off” e muitos desses desapontamentos acabo levando do meu pessoal para o curso
ou vice-versa. Percebo que ocorre o maior momento de tensão para mim durante o período
final, visto que desenrola-se que muitos dos professores resolvem avaliar os alunos em datas
próximas, assim o período que estava relativamente tranquilo com apenas as leituras
obrigatórias dos textos se torna em um mar de provas e trabalhos complexos a serem
elaborados, apresentados e entregues. Isso indubitavelmente me desgasta e enquanto escrevo
isso estou passando por esse desgaste mental que podia ser solucionado aplicando avaliações
durante o andamento da disciplina.

No mais, gosto muito do curso, das amizades que conquistei e que me fortalecem,
estimulam e me revigora para encarar os desafios do cotidiano, os docentes são muitos
prestativos em esclarecer dúvidas e nunca sofri alguma injustiça dos mesmos, acho natural
nós nos identificarmos mais com uns do que com outros, mas no geral todos a meu ver
realizam seu trabalho com dignidade e respeito a cadeira que eles representam. Apesar das
dificuldades e das batalhas diárias, me considero privilegiado de estar presente no corpo
discente desta universidade, especialmente no curso de história e no momento atual da minha
carreira acadêmica não vejo a hora de ingressar em disciplinas voltadas para o ensino prático,
como os estágios.

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