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Receita Federal libera consulta ao último lote de restituição do IRPF

Veja como acessar o lote e tire suas dúvidas sobre como fazer a declaração

(Foto: Marcelo Casal Jr./ Agência Brasil).

A Receita Federal liberou nesta semana a consulta ao último lote de restituição do


Imposto de Renda Pessoa Física 2021(IRPF) – ano base 2020. De acordo com a Receita, ao
todo 358.162 contribuintes receberão R$ 562 milhões.
Têm direito à restituição os contribuintes que entregaram a declaração no prazo, até 31
de maio, e para àqueles que entregaram em atraso, até 15 de setembro, exceto os que caíram
na malha fina.
O dinheiro será pago em30 de setembro. A consulta pode ser feita na página da Receita
Federal na internet (https://www.gov.br/receitafederal/pt-br). Basta o contribuinte clicar no
campo “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, “Consultar Restituição”. A consulta também
pode ser feita no aplicativo Meu Imposto de Renda, disponível para os smartphonesdos
sistemas Android e iOS.
Diante do pagamento da restituição anunciado pela Receita, considerando as inúmeras
dúvidas relacionadas à declaração e levando-se em conta ainda o projeto de lei em trâmite no
Congresso que prevê alterações no IRPF, o Diário do Estado ouviu especialistas com o
objetivo de orientar os contribuintes interessados em acertar as contas com o Leão.

Pessoa Física

Conforme informações divulgadas pela Agência Senado, tramita atualmente na Casa o


PL 2.337/2021, que altera algumas regras do Imposto de Renda. Segundo a proposta, a faixa
de isenção do Imposto passará de R$ 1.903,98 para R$ 2.500 mensais; lucros e dividendos
serão taxados em 15%.
Quanto à tabela do IRPF, a faixa de isenção passa de R$ 1.903,98 para R$ 2.500
mensais, correção de 31,3%. As demais faixas terão reajuste entre 13,2% e 13,6%, enquanto
as parcelas a deduzir aumentam de 16% a 31%. Deduções com dependentes e educação
continuam no mesmo valor.

Quem precisa fazer a declaração?

Todas as mudanças valerão a partir de 2022, em respeito ao princípio da anterioridade,


segundo o qual as mudanças em tributos devem valer apenas para o ano seguinte. Face as
discussões em torno das possíveis alterações vinculadas ao IRPF, o bacharel em Ciências
Contábeis, Alessandro Martins de Araújo, explica o perfil das pessoas que necessitam realizar
a declaração.

“Precisa declarar quem possuiu, até 31 de dezembro de 2021, imóveis, veículos e


outros bens cujo valor total é superior a R$ 300 mil; ganhou capital com a venda de imóveis,
veículos e outros bens sujeitos à tributação; teve renda de atividade rural superior a R$
142.798,50; e recebeu mais de R$ 40 mil em rendimentos isentos e não tributáveis ou
tributáveis na fonte. Quem recebeu o auxílio emergencial e está em alguma das obrigações
acima tem de declarar e devolver o valor recebido caso ultrapasse o valor anual de isenção”,
esclarece.

Como realizar a declaração passo a passo?

O primeiro passo para efetuar a declaração do IRPF consiste em baixar o programa


Meu Imposto de Renda, na página da Receita Federal. Ao acessar o programa, que é
autoexplicativo, o contribuinte deve seguir pela tela inicial e clicar em “nova declaração” e a
partir daí, deve preencher o quadro com as informações solicitadas.
O bacharel em Ciências Contábeis, Alessandro Araújo, cita os documentos que os
contribuintes precisam ter em mãos ao acessar o aplicativo. “Os principais documentos para
uma declaração são, última declaração enviada, informes financeiros e bancários, se houve
aquisição ou venda de bens, deduções como pagamentos escola, médico, pensão alimentícia
caso houver”, afirma.

Ainda de acordo com Araújo, o contribuinte deve atentar-se para as diferenças entre a
declaração simples e a declaração completa. “A declaração completa é indicada para os
contribuintes que têm muitas despesas para deduzir, como escola, despesas médicas e
odontológicas. Na declaração simplificada, o valor das deduções é limitado a R$16.754,34.
Assim a análise deve ser feita por um profissional habilitado”, finaliza.

E como fica a situação de quem é MEI?

Como pessoa física, nem todo Microempreendedor Individual (MEI) precisa fazer a
declaração do imposto de renda, o que gera muitas dúvidas e receio de cair na malha fina por
parte de alguns contribuintes.

De acordo com o Gerente da Regional Metropolitana do Sebrae Goiás, Éder José de


Oliveira, deve declarar o IRPF os contribuintes que tiveram rendimentos tributáveis
superiores a R$ 28.559,70 e rendimentos isentos superiores a R$ 40 mil. “No caso do
exercício do negócio através do MEI, é importante determinar as parcelas do faturamento da
empresa que se enquadram como tributáveis e como isentas, visando verificar se elas estão
dentro dos valores citados acima. Em caso de ultrapassar esses limites, há a obrigatoriedade
da entrega da declaração anual, bem como o pagamento do imposto sobre o valor excedente
no caso dos rendimentos tributáveis”, explana.

Ainda conforme Éder Oliveira, o Microempreendedor Individual, enquanto


responsável pelo CNPJ, deve se ater para a obrigatoriedade da Declaração Anual de
Faturamento, que é realizada sempre até o dia 31/05 e diz respeito aos valores faturados
(recebidos) pelas vendas de produtos ou serviços realizados. Para esse modelo de declaração
não há valores incidentes relativos a impostos, porém, caso haja atraso no envio é cobrada
uma multa de R$ 50,00.

Para mais informações sobre como fazer a declaração anual do MEI, acesse a página
do Sebrae (https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/como-fazer-a-
declaracao-anual-do-mei,944c95f326b66410VgnVCM1000003b74010aRCRD).
*Com informações da Agência Brasil e da Agência Senado

Texto: Larissa Artiaga

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