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Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville

Curso de Qualificação Profissional em Parapsicologia

Biologia do Ser
Módulo de
Neuroanatomofisiologia

Aluno (a) ___________________


Prof. Fábio Rusch
1

Sumário
Introdução .......................................................................................................... 3

O neurônio: A unidade funcional do sistema nervoso ........................................ 4

1.2 O Soma ........................................................................................................ 6

1.3 O Axônio....................................................................................................... 6

1.4 A Sinapse. .................................................................................................... 7

1.5 Os Dendritos ................................................................................................ 7

1.6 Classificação quanto a estrutura do neurônio .............................................. 8

O potencial de ação do neurônio........................................................................ 9

3.Sinapses........................................................................................................ 11

3.2 Sinapses Químicas .................................................................................... 12

4. Neurotransmissores ..................................................................................... 13

4.1 Liberação de Neurotransmissores .............................................................. 14

4.2 Reciclagem e Degradação de Neurotransmissores ................................... 16

5. As ondas cerebrais ....................................................................................... 16

6. Neuroplasticidade......................................................................................... 17

6.1 Neuroplasticidade e memória/aprendizagem ............................................. 18

6.2 Idade e plasticidade neuronal..................................................................... 19

6.3 Influência do stress e depressão na plasticidade neuronal ........................ 19

7. Divisão Estrutural do Sistema Nervoso ........................................................ 20

7.2 O Sistema Nervoso Periférico Somático. ................................................... 24

7.3 O Sistema Nervoso Periférico Visceral....................................................... 24

7.4 Os Nervos Cranianos ................................................................................. 25

8. Áreas encefálicas das emoções: O Sistema Límbico ................................... 27

8.1 Tronco Encefálico ....................................................................................... 28

8.2 Hipotálamo ................................................................................................. 29

8.3 Tálamo ....................................................................................................... 29

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8.4 Área Pré Frontal ......................................................................................... 29

Referências Bibliografia ................................................................................... 30

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Introdução
Saudações amigo(a) estudante de parapsicologia e ciências mentais.

Ante os processos e fenômenos mentais, dos mais vulgares, que nos


intrigam aguçando nosso interesse pela busca em entender as causas de seus
efeitos, até aos mais ostensivos, capazes de mudar os rumos de uma existência,
encontramos no cérebro e seus sistemas, o protagonista e agente de
transmissão desses processos e fenômenos no campo físico.

Agindo como mediador entre o mundo material, externo, campo de ação


direta e de progresso da mente humana e o mundo interno, com seus elementos
psíquicos, emocionais e pulsionais ainda não totalmente esclarecidos pelos
homens de ciência, esse órgão cada vez mais estudado mas longe de ser
completamente entendido, mostra cada vez mais facetas sob várias formas e
dimensões.

O conhecimento da noções de seu funcionamento, bem como de sua


relação com as demais estruturas pertencentes ao sistema nervoso e de seus
processos fisiológicos, vem complementar o olhar clínico do parapsicólogo e de
suas práticas terapêuticas, tão necessária nesses dias em que cada vez mais a
humanidade se debate em sofrimentos decorrente dessa espécie de dualidade,
a externa e interna.

Para esta apostila, que tem o objetivo de trazer noções atualizadas sobre
o funcionamento do cérebro e seus sistemas, voltada ao campo da
parapsicologia, procura trazer em suas referências teóricas, as principais
especialidades responsáveis pelo estudo do cérebro como neurologia,
neuroanatomia, psicologia e neuropsicologia, fisiologia e psiquiatria.

Meus votos a você, amigo(a) estudante das ciências mentais, buscador e


aspirante ao melhoramento da mente, de que este conhecimento trazido aqui,
venha a significar mais um degrau na ascensão de sua busca, para assim, de
mais alto, ajudar uma parte da humanidade, ao seu alcance, a subir pela mesma
escada de progresso em hoje você, amigo(a) estudante faz a subida.

Nos vemos na sala de aula.

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O neurônio: A unidade funcional do sistema nervoso


Todos os tecidos e órgãos do organismo são formados por células. As funções
especializadas das células e o modo como elas interagem determinam a função
dos órgãos.

O sistema nervoso é um sistema de órgãos – seguramente, os mais sofisticados


e complexos que a natureza já inventou. No entanto, a estratégia básica para
desvendar suas funções não é diferente daquela usada para pesquisar o
pâncreas ou o pulmão.

Nesta parte da apostila será abordada a estrutura básica dos diferentes tipos
celulares do sistema nervoso, os neurônios. Essas são categorias amplas,
dentro das quais existem muitos tipos de células que diferem em estrutura,
química e função. Existem cerca de 85 bilhões de neurônios e eles são
responsáveis pela maioria das funções exclusivas do sistema nervoso.

São os neurônios que sentem as mudanças no ambiente, que comunicam essas


mudanças a outros neurônios e que comandam as respostas corporais a essas
sensações.

Esta unidade estrutural neuroanatômica básica atua por meio de uma unidade
funcional neurofisiológica também básica que é a sinapse, através da qual o
impulso (informação) gerado no corpo neuronal, é transmitido a outros neurônios
ou aos músculos, através de um mecanismo de despolarização e repolarização
elétrica das membranas celulares e com a ajuda de substâncias químicas
denominadas mediadores.

De modo extremamente simplificado, estas unidades anatômicas e funcionais


mantêm o organismo em constante contato com o meio ambiente, através de
informações aferentes de todo o gênero que chegam às diferentes áreas do
encéfalo (córtex) percorrendo as raízes nervosas posteriores e medula espinal,
bem como a partir dos órgãos sensoriais.

Chegando ao córtex, essas informações são processadas e geram impulsos


eferentes, que são levados aos sistemas efetores das diferentes funções simples
e complexas.

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Figura 1a: O neurônio visto como uma célula. Fonte: Desvendando o Sistema Nervoso.

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1.2 O Soma
O corpo celular de um neurônio (soma) típico possui um fluido aquoso no interior
da célula, chamado de citosol, uma solução salina rica em potássio, separada
do meio externo pela membrana neuronal.

Dentro do soma, diversas estruturas delimitadas por membranas são


coletivamente chamadas de organelas.

O corpo celular de um neurônio contém as mesmas organelas encontradas nas


demais células animais. As mais importantes são o núcleo, o retículo
endoplasmático rugoso, o retículo endoplasmático liso, o aparelho de Golgi e as
mitocôndrias. Tudo o que está contido no interior da membrana celular, incluindo
as organelas, mas excluindo o núcleo, é referido coletivamente como citoplasma.

1.3 O Axônio
Essa é uma estrutura exclusiva dos neurônios, altamente especializada nos
processos de transferência de informações, cobrindo distâncias no sistema
nervoso. O axônio inicia em uma região chamada de cone de implantação, que
se torna afilado para formar o segmento inicial do axônio propriamente dito.

Em uma estrutura do axônio chamada terminação axonal, todos os axônios têm


um início (o cone de implantação), uma porção intermediária (o axônio
propriamente dito) e uma porção final. A porção final é chamada de terminação
axonal, ou botão terminal, referindo-se ao fato de que normalmente se parece
com um disco intumescido. A terminação é o local onde o axônio entra em
contato com outros neurônios (ou outros tipos de células) e passa a informação
para eles.

Esse ponto de contato é chamado de sinapse, uma palavra derivada do grego


para “amarrar junto”. Às vezes, os axônios apresentam muitas ramificações
curtas em suas regiões terminais, e cada ramificação forma uma sinapse com
dendritos ou corpos celulares na mesma região.

Essas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal.


Outras vezes, os axônios formam sinapses com regiões dilatadas ao longo de
sua extensão antes de terminarem em outro lugar. Essas regiões intumescidas
são chamadas de botões ou terminações de passagem.
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Em qualquer dos casos, quando um neurônio estabelecer contato sináptico com


outra célula, diz-se que ele inerva aquela célula, ou promove a inervação.

1.4 A Sinapse.
A sinapse tem dois lados: o pré-sináptico e o pós-sináptico. Esses nomes
indicam a direção habitual do fluxo de informação de “pré” para “pós”. O lado
pré-sináptico geralmente consiste em uma terminação axonal, ao passo que o
lado pós-sináptico pode ser um dendrito ou soma de outro neurônio. O espaço
entre a membrana pré-sináptica e a pós-sináptica é chamado de fenda sináptica.

A transferência de informação através da sinapse de um neurônio para outro é


chamada de transmissão sináptica. Na maioria das sinapses, a informação que
viaja na forma de impulsos elétricos ao longo de um axônio é convertida, na
terminação axonal, em um sinal químico, que atravessa a fenda sináptica.

Na membrana pós-sináptica, esse sinal químico é convertido novamente em um


sinal elétrico. O sinal químico é chamado de neurotransmissor e fica estocado
nas vesículas sinápticas dentro da terminação, sendo liberado destas na fenda
sináptica.

Essa transformação da informação, de-elétrica-para-química-para-elétrica, torna


possível muitas das capacidades do encéfalo. Modificações desse processo
estão envolvidas na memória e no aprendizado, e distúrbios nas transmissões
sinápticas resultam em certos transtornos mentais.

1.5 Os Dendritos
O termo dendrito é derivado da palavra grega para “árvore”, referindo-se ao fato
de que se assemelham aos ramos de uma árvore à medida que se projetam do
soma. Os dendritos de um único neurônio são coletivamente chamados de
árvore dendrítica, ou arborização dendrítica, e cada ramo da árvore é chamado
de ramo dendrítico. As grandes variedades de formas e tamanhos das árvores
dendríticas são utilizadas para classificar os diferentes grupos de neurônios.

Como os dendritos funcionam no neurônio de forma similar a antenas, eles


recebem milhares de sinapses. A membrana dendrítica que está sob as sinapses
(a membrana pós-sináptica) apresenta muitas moléculas de proteínas

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especializadas, chamadas de receptores, as quais detectam os


neurotransmissores na fenda sináptica.

Figura 1b: O Neurônio e seus componentes estruturais. Fonte: Neurosaber

1.6 Classificação quanto a estrutura do neurônio


Os neurônios podem ser classificados de acordo com o número total de axônios
e dendritos que se estendem a partir da soma (Figura 1b). Um neurônio que
apresenta um único dendrito ou axônio é dito unipolar. Se possuir dois axônios

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ou dendritos, a célula é bipolar, e, se apresentar três ou mais, é multipolar. A


maioria dos neurônios no encéfalo (córtex) é multipolar.

As arborizações dendríticas podem variar muito de um tipo de neurônio para


outro. Sua classificação geralmente é específica para uma determinada área do
encéfalo.

Os neurônios também podem ser classificados de acordo com a presença de


espinhos dendríticos. Aqueles que os possuem são chamados de espinhosos,
ao passo que os que não os possuem são chamados de não espinhosos.

Figura 1c: Classificação do neurônio quanto a estrutura. Fonte: Neurosaber

O potencial de ação do neurônio


O potencial de ação é uma redistribuição de carga elétrica através da
membrana. A despolarização da célula durante o potencial de ação é causada

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pelo influxo de íons sódio através da membrana, e a repolarização é causada


pelo efluxo de íons potássio.

A membrana dessa célula tem três tipos de moléculas proteicas: bombas de


sódio e potássio, canais de potássio e canais de sódio. As bombas trabalham
continuamente para estabelecer e manter os gradientes de concentração.

Quando a membrana é despolarizada ao limiar, existe um aumento transitório


na gNa. O aumento na gNa permite a entrada de Na+, que despolariza o
neurônio.

Esse aumento na gNa tem de ser muito breve, pela curta duração do
potencial de ação. Durante a restauração do potencial negativo da membrana
ocorre um aumento transitório na gK durante a fase descendente do potencial
de ação, permitindo ao K+ sair rapidamente do neurônio despolarizado.

O processo de potencial de ação é dividido em seis fases:

Limiar: É o potencial de membrana no qual um número suficiente de canais de


sódio dependentes de voltagem se abre, de forma que a permeabilidade iônica
relativa da membrana favoreça o sódio sobre o potássio.

Fase ascendente: Quando o meio interno da membrana tem um potencial


elétrico negativo, existe uma grande força motriz para o Na+. Dessa forma, o
Na+ se difunde rapidamente para dentro da célula através dos canais de sódio
dependentes de voltagem abertos, causando uma rápida despolarização da
membrana.

Ultrapassagem: Uma vez que a permeabilidade relativa da membrana favorece


significativamente o sódio, o potencial de membrana atinge um valor próximo do
ENa, que é maior do que 0 mV.

Fase descendente: O comportamento de dois tipos de canais colabora para a


fase descendente de repolarização. Primeiro, os canais de sódio dependentes
de voltagem são inativados. Segundo os canais de potássio dependentes de
voltagem finalmente terminam de se abrir (o mecanismo para isso é disparado 1
ms antes pela despolarização da membrana). Existe uma grande força motriz
para o K+ quando a membrana é fortemente despolarizada. Assim, o K+ se
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difunde rapidamente para fora da célula através dos canais de potássio


dependentes de voltagem abertos, fazendo o potencial de membrana se tornar
negativo novamente.

Hiperpolarização pós-potencial: Os canais de potássio dependentes de


voltagem que estão abertos aumentam ainda mais a permeabilidade ao potássio
em relação ao que era quando a membrana estava em repouso. Uma vez que
há pouca permeabilidade ao sódio, o potencial de membrana muda em direção
ao EK, causando uma hiperpolarização em relação ao potencial de repouso da
membrana até que os canais de potássio dependentes de voltagem completem
seu fechamento.

Período refratário absoluto: Os canais de sódio são inativados quando a


membrana se torna fortemente despolarizada. Esses canais não podem se abrir
novamente, e outro potencial de ação não pode ser gerado até que o potencial
de membrana esteja suficientemente negativo para fechar os canais e torna-los
aptos a serem ativados novamente.

Para transferir informação de um ponto a outro no sistema nervoso, é necessário


que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio.

3.Sinapses
É o processo de transferência de informações ne um neurônio para os demais
que compõem um sistema.

A sinapse é uma junção especializada onde uma parte do neurônio faz contato
e se comunica com outro neurônio ou tipo celular (p. ex., uma célula muscular
ou glandular). A informação geralmente flui em uma única direção, de um
neurônio para sua célula-alvo. O primeiro neurônio é denominado pré-sináptico,
e a célula-alvo é denominada pós--sináptica. Analisaremos mais de perto os
diferentes tipos de sinapse.

3.1 Sinapses Elétricas

As sinapses elétricas são relativamente simples em estrutura e função e


permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra. As
sinapses elétricas ocorrem em sítios especializados, denominados junções

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comunicantes. As junções comunicantes ocorrem em quase todas as partes do


corpo e interconectam muitas células não neurais, como células epiteliais,
musculares lisas e cardíacas, hepáticas, algumas células glandulares e células
gliais.

3.2 Sinapses Químicas


A maioria da transmissão sináptica no sistema nervoso humano maduro é
química. As membranas pré e pós-sinápticas nas sinapses químicas são
separadas por uma fenda – a fenda sináptica – com largura de 20 a 50 nm, cerca
de 10 vezes mais larga do que a fenda de separação nas junções comunicantes.
A fenda é preenchida com uma matriz extracelular de proteínas fibrosas. Uma
das funções dessa matriz é manter a adesão entre as membranas pré e pós-
sinápticas.

O lado pré-sináptico de uma sinapse, também chamado de elemento pré-


sináptico, normalmente é um terminal axonal. Em geral, um terminal contém
dúzias de pequenas esferas envoltas por membrana, cada uma com cerca de 50
nm de diâmetro, chamadas de vesículas sinápticas. Essas vesículas armazenam
neurotransmissores, substâncias químicas utilizadas na comunicação com
neurônios pós-sinápticos.

Acumulações densas de proteínas na e adjacentes à membrana plasmática, de


ambos os lados da fenda sináptica, são coletivamente denominadas
diferenciações da membrana.

No lado pré-sináptico, proteínas projetam-se para citoplasma ao longo da face


intracelular da membrana, parecendo um campo de pequenas pirâmides. As
pirâmides e a membrana de onde se projetam são, de fato, os sítios de liberação
de neurotransmissores, denominados zonas ativas. As vesículas sinápticas são
agrupadas no citoplasma adjacente às zonas ativas.

O acúmulo denso de proteínas dentro e logo abaixo da membrana pós-sináptica


é denominado densidade pós-sináptica (DPS). A densidade pós-sináptica
contém os receptores pós-sinápticos, que convertem os sinais químicos
intercelulares em sinais intracelulares na célula pós-sináptica. A natureza da

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resposta pós-sináptica pode ser bastante variada, dependendo do tipo de


receptor proteico que é ativado pelo neurotransmissor.

Figura 3a: Componentes neuronais da sinapse. Fonte: Desvendando o Sistema Nervoso.

4. Neurotransmissores
Há um mecanismo para a síntese dos neurotransmissores e seu consequente
“empacotamento” dentro das vesículas sinápticas, um mecanismo que cause o
derramamento de neurotransmissores das vesículas na fenda sináptica em
resposta a um potencial de ação pré-sináptico, um mecanismo para produzir uma
resposta elétrica ou bioquímica ao neurotransmissor no neurônio pós-sináptico,
e um mecanismo para remoção dos neurotransmissores da fenda sináptica.

E, para serem úteis à sensação, à percepção e ao controle do movimento, todos


esses eventos devem ocorrer de maneira muito rápida, dentro de milissegundos.

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Não é de se admirar que os fisiologistas tenham sido inicialmente céticos sobre


a existência de sinapses químicas no sistema nervoso!

Desde a descoberta da transmissão sináptica química, pesquisadores têm


identificado neurotransmissores no SNC. Nossa atual compreensão é de que os
principais neurotransmissores estão dentro de uma de três categorias químicas:
(1) aminoácidos, (2) aminas e (3) peptídeos.

Os neurotransmissores aminoácidos e aminas são pequenas moléculas


orgânicas contendo pelo menos um átomo de nitrogênio, os quais são
armazenados em vesículas sinápticas e delas liberados.

4.1 Liberação de Neurotransmissores


A liberação de neurotransmissores é desencadeada pela chegada de um
potencial de ação ao terminal axonal. A despolarização da membrana do terminal
causa a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem nas zonas ativas.

A elevação resultante na [Ca2+]i é o sinal que causa a liberação dos


neurotransmissores da vesícula sináptica. As vesículas liberam seus conteúdos
por um processo denominado exocitose. A membrana da vesícula sináptica
funde-se com a membrana pré-sináptica nas zonas ativas, permitindo que o
conteúdo da vesícula seja derramado na fenda sináptica.

A exocitose é rápida porque o Ca2+ entra precisamente nas zonas ativas, onde
as sinapses estão prontas e esperando para liberar seus conteúdos. Neste
“micro-domínio” local que cerca a zona ativa, o cálcio pode alcançar
concentrações relativamente altas (maiores que 0,01 mM).

Na presença de aumento da [Ca2+]i, essas proteínas alteram suas


conformações, de modo que as bicamadas lipídicas das membranas vesicular e
pré-sináptica se fundam, formando um poro que permite que o neurotransmissor
escape para a fenda sináptica.

A abertura desse poro de fusão exocítica continua a se expandir até que a


membrana vesicular esteja completamente incorporada à membrana pré-
sináptica. A membrana vesicular é posteriormente recuperada por um processo
de endocitose, e a vesícula reciclada é recarregada com neurotransmissor.

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Os grânulos secretores também liberam neurotransmissores peptídicos por


exocitose, de uma maneira dependente de cálcio, mas comumente fora das
zonas ativas. Como os sítios de exocitose dos grânulos localizam-se à distância
dos sítios de influxo de Ca2+, os neurotransmissores peptídicos normalmente
não são liberados em resposta a cada potencial de ação que chega ao terminal.
Em vez disso, a liberação de peptídeos geralmente requer uma série de alta
frequência de potenciais de ação, de forma que a [Ca2+]i através do terminal
possa atingir os níveis exigidos para a liberação longe das zonas ativas.

Diferentemente da liberação rápida de neurotransmissores como os


aminoácidos e as aminas, a liberação dos peptídeos é um processo vagaroso,
levando 50 ms ou mais.

Figura 4a: Os quatro principais neurotransmissores e suas vias para diferentes áreas do cérebro.
Fonte: Neurociências: Fundamentos para a Reabilitação 2014.

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4.2 Reciclagem e Degradação de Neurotransmissores


Uma vez que os neurotransmissores liberados tenham interagido com
receptores pós-sinápticos, eles devem ser removidos da fenda sináptica para
permitir um novo ciclo de transmissão sináptica.

Entretanto, para a maioria dos neurotransmissores dos tipos aminoácidos e


aminas, a difusão é auxiliada por sua recaptação para dentro do terminal pré-
sináptico. A recaptação ocorre por ação de transportadores proteicos específicos
para neurotransmissores presentes na membrana pré-sináptica.

Uma vez dentro do citosol do terminal, os neurotransmissores podem ser


recarregados nas vesículas sinápticas ou degradados por enzimas, sendo seus
produtos reciclados. Transportadores de neurotransmissores também existem
nas membranas da glia, que envolvem a sinapse e auxiliam na remoção de
neurotransmissores da fenda sináptica.

As funções normais do encéfalo humano exigem um conjunto ordenado de


reações químicas. Conforme vimos anteriormente, algumas das reações
químicas mais importantes do encéfalo são aquelas associadas à transmissão
sináptica.

5. As ondas cerebrais
Onda cerebral ou oscilação neuronal é a atividade rítmica ou repetitiva no
sistema nervoso central. O tecido neuronal pode gerar atividades oscilatórias de
diferentes maneiras, cada uma delas é conduzida por mecanismos de neurônios
individuais ou por meio da inteiração entre neurônios.

Em neurônios individuais, oscilações podem aparecer também como oscilação


na membrana potencial ou como padrões rítmicos, os quais produzem ativação
oscilatória de neurônios pós-sinápticos. No nível do reagrupamento neuronal, a
atividade de sincronização de um largo número de neurônios pode dar lugar a
oscilações macroscópicas, que podem ser observadas por meio de
eletroencefalograma.

Ondas cerebrais ocorrem no sistema nervoso central em todos os níveis. Em


geral, essas ondas podem ser caracterizadas pela sua frequência, amplitude e
fase.
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As propriedades desses sinais, podem ser obtidas usando Análise tempo-


frequência. Em oscilações de larga escala, alterações de amplitude são
consideradas resultado de alterações de sincronização nas células do sistema
nervoso central, também conhecido como sincronização local.

Além desta, atividades oscilatórias envolvendo estruturas neurais distantes


(neurônios simples ou estruturas de neurônios), podem entrar em sincronia.
Oscilações e sincronizações neurais foram associadas a várias funções
cognitivas, tais como: transferência de informação, percepção, controle motor e
memória.

Distinguem-se basicamente quatro tipos de onda mental:

 Ondas Beta de 14 a 30 oscilações por segundo: ocorrem no estado


normal de vigília.
 Ondas Alfa de 08 a 13 oscilações por segundo: ocorrem em
estados mentais relaxados e no sono.
 Ondas Teta de 04 a 07 oscilações por segundo: ocorrem em
meditação e relaxamento profundo.
 Ondas Delta de 0,5 a 03 oscilações por segundo: ocorrem em
momentos de sono profundo.

Ondas mentais de maior frequência, como as ondas betas, estão associadas a


atividades que exigem concentração e atenção, como dirigir veículos. Já as
ondas de menor frequência, como as alfas, tetas e deltas, estão associadas a
criatividade, relaxamento, bem-estar e experiências místicas.

6. Neuroplasticidade
Também conhecida como plasticidade neuronal, refere-se à capacidade do
sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional
ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a novas experiências.
Esta característica única faz com que os circuitos neuronais sejam maleáveis e
está na base da formação de memórias e da aprendizagem.

A neuroplasticidade é um processo coordenado, dinâmico e contínuo que


promove a remodelação dos mapas neurosinápticos a pequena, média e longa

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duração para otimizar e/ou adaptar a função dos circuitos neuronais. Esta
remodelação compromete o estado de base da atividade neuronal e promove
uma ruptura no balanço da atividade normal do cérebro, nomeadamente ao nível
da libertação de neurotransmissores, morfogénese neural e mudanças na
formação das redes neuronais.

Esta plasticidade ocorre em variados níveis e inclui numerosos eventos, desde


a abertura de certos canais íonicos que promovem despolarização das
membranas dos neurônios, formação de potenciais de ação e a remodelação
das estruturas sinápticas (nível celular/molecular) até à reorganização dos
circuitos neuronais e mapas sinápticos a eles associados (nível de circuitos),
criando conexões neuronais mais duradouras.

É na mudança da força de transmissão sináptica modelada pelo ritmo a que


neurotransmissores são liberados e capturados que reside a base para o
fenômeno de plasticidade.

Esta dita as mudanças molecularmente complexas estruturais e funcionais ao


nível sináptico que se reflete na dinâmica das redes neuronais. A
neuroplasticidade está, portanto, intimamente relacionada com a reestruturação
cerebral promovida por mudanças coordenadas nas estruturas sinápticas e
proteínas associadas que levam ao remapeamento dos circuitos neuronais e,
por conseguinte, ao processamento de informação e formação de memórias.

Além disso, a neuroplasticidade e neuromodelação têm um papel importante na


alteração do estado de excitabilidade do cérebro e na regulação de estados
comportamentais, assim como na adaptação a lesões ou eventos traumáticos.

6.1 Neuroplasticidade e memória/aprendizagem


O ambiente que nos rodeia está normalmente ligado à neuroplasticidade porque
nos apresenta, a cada dia, novas experiências e, portanto, é necessária
adaptação na resposta.

A capacidade do cérebro sofrer alterações sinápticas faz com que os circuitos


neuronais sejam capazes de se transformarem e é esta característica única que
está na base da aprendizagem e da memória. Este é um processo constante e

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contínuo visto que está impreterivelmente ligado a uma adaptação ao ambiente


circundante e às novas experiências que vão surgindo.

Esta mudança ao nível sináptico pode ocorrer em ambos os lados (pré- e pós-
sináptico) e é o principal suporte para que ocorram mudanças nos circuitos que
levem ao armazenamento de vários tipos de memória (memória de
procedimentos, declarativa, a curto prazo e a médio-longo prazo).

É a mudança eficaz na força sináptica de um conjunto de neurônios de um


determinado circuito que produz uma alteração no ritmo da transmissão da
informação e leva à produção de memórias.

Este processo contínuo de flexibilidade cerebral está sujeito constantemente à


influência de múltiplos fatores intrínsecos e extrínsecos e proporciona a
remodelação, readaptação e neuro adaptação dos circuitos neuronais em
resposta ao ambiente.

6.2 Idade e plasticidade neuronal


A idade do cérebro é um processo biológico muito complexo associado com a
diminuição das funções sensoriais, motoras e cognitivas. A idade em si trata-se
de um processo fisiológico normal que pode desenvolver-se sem o aparecimento
de doenças.

Durante a idade, o cérebro altera a sua estrutura e função. Hoje em dia sabe-se
que estas alterações plásticas não são homogêneas e dependem da interação
dos indivíduos com o ambiente. Pensa-se que a heterogeneidade das alterações
encontradas nas diferentes áreas cerebrais está relacionada com os substratos
neuronais aí existentes.

6.3 Influência do stress e depressão na plasticidade neuronal


A depressão é uma doença do foro neuropsicológico que se caracteriza por
afetar o humor, cognição e ansiedade. São manifestadas mudanças que estão
na base da formação desta neuropatologia ao nível corporal e, especialmente,
ao nível dos circuitos neuronais, como redução do volume do hipocampo, na
neurogênese adulta e na neuroplasticidade.

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São diversificados os fatores que originam a depressão, desde fatores genéticos,


epigenéticos e ambientais. O stress é a principal causa de estados depressivos.
Stress crônico pode levar à disrupção no balanço das funções e características
dos circuitos neuronais principalmente por provocar produção exageerada de
glucocorticoides.

É por atuar ao nível dos circuitos límbico-corticais que o stress induz respostas
endócrinas e comportamentais. Esta atuação interfere com a dinâmica e a
conectividade dos circuitos atingidos, designadamente no hipocampo, núcleos
do tronco cerebral, hipotálamo, amígdala, estriado dorsal e ventral, córtex médio-
frontal e orbito-frontal e provoca alterações na neuroplasticidade desses
mesmos circuitos.

Mais especificamente, no hipocampo e no córtex médio-frontal ocorrem


mudanças drásticas causadas pela redução na expressão dos receptores para
glucocorticoides, influenciando os níveis de glucocorticoides no sistema. Isto tem
repercussões ao nível da plasticidade molecular e celular – menor neurogênese
adulta, menor expressão de proteínas importantes na sinaptogênese e
diferenciação sináptica e menor complexidade dendrítica – que, ao nível dos
circuitos, caracteriza-se por atrofia de certas conexões, reorganização funcional
de circuitos específicos (por exemplo, redução no número de interações
neurônios-glia), menor interconectividade geral e diminuição da capacidade
plástica cerebral.

7. Divisão Estrutural do Sistema Nervoso


O sistema nervoso central (SNC) consiste em partes do sistema nervoso que
estão envolvidas pelos ossos: o encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo
localiza-se inteiramente no crânio. Há três partes que são comuns a todos os
mamíferos: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.

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Figura 7a: Divisão macroscópica do sistema nervos. Fonte: Anatomia


Humana 2014.

O Cérebro. A porção mais rostral e maior do encéfalo é o cérebro. Em geral, o


hemisfério cerebral direito recebe sensações e controla o movimento do lado
esquerdo do corpo. De forma similar, o hemisfério cerebral esquerdo está
envolvido com as sensações e os movimentos do lado direito do corpo.

O Cerebelo. Situado posterior ao cérebro está o cerebelo (do latim para “cérebro
pequeno”). Apesar de o cerebelo ser, de fato, bem menor que o cérebro, ele
contém, na verdade, tantos neurônios quanto os dois hemisférios cerebrais
juntos. O cerebelo é basicamente um centro para o controle do movimento e
possui extensas conexões com o cérebro e a medula espinhal. Ao contrário dos
hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os
movimentos do lado esquerdo do corpo, e o lado direito do cerebelo, com os
movimentos do lado direito do corpo.

O Tronco Encefálico. A parte restante do encéfalo é o tronco encefálico, que é


melhor observado em uma visão mediana do encéfalo. O tronco encefálico forma
o pedúnculo, do qual os hemisférios cerebrais e o cerebelo destacam-se. O

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tronco encefálico é um conjunto complexo de fibras e de neurônios, que serve,


em parte, para retransmitir informação do cérebro à medula espinhal e ao
cerebelo, e vice-versa. No entanto, ele também é uma região que regula funções
vitais, como a respiração, a consciência e o controle da temperatura corporal. De
fato, ainda que o tronco encefálico seja considerado a porção mais primitiva do
encéfalo dos mamíferos, é também a mais importante para a manutenção da
vida. Pode-se sobreviver à lesão do cérebro ou do cerebelo, porém lesões do
tronco encefálico são normalmente fatais.

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Figura 7a: Divisões do encéfalo (córtex) em lobos e sua relação com o cerebelo e tronco
encefálico. Fonte: Anatomia Humana 2014.

A Medula Espinhal. A medula espinhal é envolta pela coluna vertebral óssea e


está ligada ao tronco encefálico. Ela é o maior condutor de informação da pele,
das articulações e dos músculos ao cérebro, e vice-versa

A medula espinhal comunica-se com o corpo por meio dos nervos espinhais que
formam parte do sistema nervoso periférico. Os nervos espinhais emergem da
medula espinhal através de espaços existentes entre cada vértebra da coluna
vertebral. Cada nervo espinhal associa-se à medula espinhal através da raiz
dorsal e da raiz ventral.

Figura 7b: A medula espinhal e suas divisões macroscópicas, bem como o inicio do
sistema nervoso periférico. Fonte: Anatomia Humana 2014.

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7.1 O Sistema Nervoso Periférico

Todas as partes do sistema nervoso que não estão no encéfalo e na


medula espinhal constituem o sistema nervoso periférico (SNP). O SNP pode ser
dividido em duas partes: o Sistema Nervoso Periférico somático e o Sistema
Nervoso Periférico visceral.

7.2 O Sistema Nervoso Periférico Somático.


Todos os nervos espinhais que inervam a pele, as articulações e os músculos
que estão sob o controle voluntário são parte do SNP somático. Os axônios
motores somáticos, que comandam a contração muscular, originam-se de
neurônios motores da medula espinhal ventral. Os corpos celulares dos
neurônios motores situam-se dentro do SNC, porém seus axônios estão, em sua
maior parte, no SNP.

Os axônios somatossensoriais que inervam e coletam informação da pele, dos


músculos e das articulações entram na medula espinhal pelas raízes dorsais.

Os corpos celulares desses neurônios estão localizados fora da medula espinhal


em agrupamentos, chamados de gânglios da raiz dorsal. Existe um gânglio da
raiz dorsal para cada nervo espinhal.

7.3 O Sistema Nervoso Periférico Visceral.


O Sistema Nervoso Periférico visceral ou apenas SNV, também chamado de
involuntário, vegetativo, autônomo ou sistema nervoso
simpático/parassimpático/entérico, consiste em neurônios que inervam órgãos
internos, vasos sanguíneos e glândulas. Os axônios sensoriais viscerais
transmitem informação sobre funções viscerais ao SNC, como pressão e
conteúdo de oxigênio do sangue arterial.

As fibras viscerais motoras comandam a contração e o relaxamento dos


músculos que formam a parede intestinal e dos vasos sanguíneos (chamados
de músculos lisos), a frequência de contração do músculo cardíaco e a função
secretora de várias glândulas. Por exemplo, o SNV controla a pressão arterial
por meio da regulação da frequência cardíaca e do diâmetro dos vasos
sanguíneos.

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7.4 Os Nervos Cranianos


Além dos nervos que se originam da medula espinhal e inervam o corpo, existem
12 pares de nervos cranianos que se originam do tronco encefálico e inervam
principalmente a cabeça. Cada nervo craniano possui um nome e um número
associado a ele. Alguns dos nervos cranianos fazem parte do SNC, outros fazem
parte do SNP somático e outros, ainda, são do SNP visceral. Muitos nervos
cranianos contêm uma mistura complexa de axônios que realizam diferentes
funções.

Figura 7c: Origem dos nervos cranianos no tronco encefálico. Fonte: Netter 2015

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Figura 7d: Projeção dos nervos cranianos e suas funções em determinados órgãos
periféricos, agindo como parte do sistema nervoso periférico visceral. Fonte Netter 2015

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8. Áreas encefálicas das emoções: O Sistema Límbico


Alegria, tristeza, medo, prazer e raiva são exemplos do fenômeno da emoção.
Para seu estudo, costuma-se distinguir um componente central, subjetivo, o
comportamento emocional. O componente periférico é a maneira como a
emoção de expressa e envolve padrões de atividade motora, somática e visceral,
que são característicos de cada tipo de emoção e de cada espécie.

Assim, por exemplo, a raiva manifesta-se de maneira muito diferente no homem,


no gato. A alegria no homem se expressa pelo riso, no cachorro pelo abanar da
cauda. O choro é uma expressão da tristeza, característica do homem.

A distinção entre o componente interno, subjetivo, e o componente externo,


expressivo da emoção, é, pois, importante para seu estudo. Ela fica mais clara
de lembrarmos que um bom ator pode simular perfeitamente todos os padrões
motores ligados à expressão de determinada emoção, sem que sinta emoção
nenhuma.

Durante muito tempo acreditou-se que os fenômenos emocionais estariam na


dependência de todo o cérebro. Hoje, conclui-se que esses fenômenos estão
relacionados com áreas específicas do cérebro. Sabe-se hoje que as áreas
relacionadas com os processos emocionais ocupam territórios bastante grandes
do encéfalo, destacando-se entre elas o hipotálamo, a área pré-frontal e o
sistema límbico.

A maioria dessas áreas está relacionada também com a motivação, em especial


com os processos motivacionais primários, ou seja. aqueles estados de
necessidade ou de desejo essenciais à sobrevivência da espécie ou do
indivíduo, tais como fome, sede e sexo. Por outro lado, as áreas encefálicas
ligadas ao comportamento emocional também controlam o sistema nervoso
autônomo, o que é fácil de entender, tendo em vista a importância da
participação desse sistema na expressão das emoções. As principais estruturas
são apresentadas a seguir.

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8.1 Tronco Encefálico


No tronco encefálico estão localizados vários núcleos de nervos cranianos,
viscerais ou somáticos, além de centros viscerais como o centro respiratório e o
vasomotor.

A ativação destas estruturas por impulsos nervosos de origem telencefálica,


diencefálica ocorre nos estados emocionais, resultando nas diversas
manifestações que acompanham a emoção, tais como o choro, as alterações
fisionômicas, a sudorese, a salivação, o aumento do ritmo cardíaco etc. Além
disto, as diversas vias descendentes que atravessam ou se originam no tronco
encefálico vão ativar os neurônios medulares, permitindo aquelas manifestações
periféricas dos fenômenos emocionais que se fazem por nervos espinhais ou
pelos sistemas simpático e parassimpático sacral.

Deste modo, o papel do tronco encefálico é principalmente efetuador, agindo


basicamente na expressão das emoções. Entretanto, há dados que sugerem que
a substância cinzenta central do mesencéfalo e a formação reticular podem ter,
também, um papel regulador de certas formas de comportamento agressivo.

No tronco encefálico origina-se também a maioria das fibras nervosas do sistema


nervoso central, destacando-se aquelas que constituem as vias
serotoninérgicas, noradrenérgicas as e dopaminérgicas.

Estas vias projetam-se para o diencéfalo e telencéfalo e, deste modo, exercem


ação moduladora sobre os neurônios e circuitos nervosos existentes nas
principais áreas encefálicas relacionadas com o comportamento emocional e
especialmente importante a via dopaminérgica mesolímbica, que se projeta
especificamente para áreas altamente relevantes à regulação dos fenômenos
emocionais, como o sistema límbico e a área pré-frontal.

Concluindo, mesmo que os centros encefálicos mais importantes para a


regulação das emoções não estejam no tronco encefálico, estes centros sofrem
influência de neurônios nele localizados, através das vias que aí se originam.

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8.2 Hipotálamo
O hipotálamo tem um papel de coordenador das manifestações periféricas das
emoções. Sabe-se, entretanto, que a estimulação de certas áreas do hipotálamo
do homem desperta uma sensação de prazer, o que sugere sua participação
também no componente central, subjetivo, da emoção.

A maioria das modificações do comportamento observadas em experiências com


o hipotálamo em animais já foi também observada no homem, em experiências
realizadas durante o ato operatório ou como consequência de traumatismos,
tumores, lesões vasculares ou infecções desta região. Não resta, pois, dúvidas
de que o hipotálamo exerce um importante papel na coordenação e integração
dos processos emocionais.

8.3 Tálamo
O núcleo dorsomedial do tálamo, liga-se ao córtex da área pré-frontal ao
hipotálamo e ao sistema límbico.

Os núcleos anteriores ligam-se ao corpo mamilar e ao córtex do giro do cíngulo,


fazendo parte de circuitos do sistema límbico.

8.4 Área Pré Frontal


A área pré-frontal corresponde à parte não motora do lobo frontal,
caracterizando-se como córtex de associação supramodal.

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Referências Bibliografia
MARK F. BEAR, BARRY W. CONNORS, MICHAEL A. Neurociências:
desvendando o sistema nervoso Porto Alegre: Artmed, 4a Edição 2017.

ELAINE MARIEB, PATRICIA WILHELM, JON MALLATT; Anatomia humana–


São Paulo: Pearson Education do Brasil, 7a Edição 2014.

Machado B. Angelo, Neuroanatomia Funcional, São Paulo: 4ª Edição Atheneu


2007.

Sadock Benjamin J, Compêndio de Psiquiatria: Ciência do Comportamentoe


psiquiatria clínica Porto Alegre Artmed 11ª Edição 2017.

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