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ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR
2
COMANDANTE-GERAL DA PMPA
CEL QOPM JOSÉ DILSON MELO DE SOUZA JÚNIOR
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
Apresentação 12
Objetivo Geral 13
Ementa 14
Unidade I / SAPH - Considerações Gerais e atuação do Socorrista: Sistema de
Atendimento Pré-Hospitalar (APH); Atribuições e Responsabilidade do Socorrista;
Princípios de Biossegurança 15
Emergencista 17
Omissão de socorro 18
Ocorrência 18
Imprudência: 19
Negligência: 20
Atribuições e responsabilidades do emergencista 20
Saber lidar com o público: 20
Ser honesto e autêntico 20
Ser um profissional disciplinado . 20
Responsabilidades do emergencista: 21
Princípios de Biossegurança 22
Precauções Padrão (PP) 22
Higienização das mãos: 23
Uso adequado de EPI 25
Unidade II / Noções Básicas de Anatomia e Fisiologia; Biomecânica e Cenários de
Trauma; 27
Noções Básicas de Anatomia e Fisiologia: 27
Posição anatômica: 27
O corpo humano e seus sistemas: 29
Sistema tegumentar: 29
Sistema musculoesquelético 30
Sistema circulatório ou cardiovascular 33
Sistema respiratório: 37
Sangue: 39
Biomecânica e Cenários de Trauma 41
Princípios Gerais: 42
Pré-evento: 42
9
Evento: 42
Pós evento: 43
Energia: 44
Leis da energia e do movimento 44
Transferência de energia entre o corpo humano e o objeto sólido 47
Densidade 48
Área de contato 48
Cavitação 49
Trauma penetrante e contuso 52
Avaliação do cenário 52
Unidade III / Suporte Básico de Vida (SBV): Cadeia de Sobrevivência, Avaliação
Primária, Parada Cardiorrespiratória (PCR), Reanimação Cardiopulmonar (RCP),
Obstrução de Vias Aéreas Por Corpos Estranhos (OVACE); 55
Parada respiratória no adulto (PCR) 56
Iniciando a cadeia de sobrevivência 56
Cadeia de sobrevivência de adultos 56
RCP precoce, com ênfase na compressão torácica 59
Desfibrilação precoce 62
Figura 29: Manejo das vias aéreas 63
Abertura da Via Aérea: 63
OVACE – Obstrução de vias aéreas por corpos estranhos 66
Unidade IV / Manejo de Crise de Saúde Mental (Agitação, Violência, Autoagressão e
Risco de Suicídio); 69
Manejo de crises de saúde mental 69
Urgências psiquiátricas prioritárias 69
Unidade V / Metodologia e Fases do Atendimento Pré-Hospitalar Tático (APHT)
Parte I: Cuidados Sob Fogo (Zona Quente) 75
O Atendimento pré-hospitalar tático (APHT) 76
Atendimento sob confronto armado 78
Conduta de patrulha 78
Resposta à agressão armada: 78
Aplicação do torniquete tático 80
Torniquete tático: 80
Resgate no Atendimento Sob Confronto Armado: 87
10
Apresentação
O Atendimento pré-hospitalar (APH) é a modalidade de prestação de
assistência médica de urgência e emergência fora do âmbito hospitalar. Pacientes
com sangramento, alterações da respiração ou mesmo em parada cardíaca tem um
tempo limitado antes que esta condição leve à morte ou incapacidade graves. Um
socorrista deve possuir pensamento crítico e aplicar técnicas adequadas de socorro
para aumentar as chances de sobrevivência num evento como este. Desde os anos
1950, foram criados processos de capacitação e treinamento de profissionais
especializados no socorro das vítimas antes da chegada aos pronto atendimentos.
Este processo está em constante evolução, através de análise dos dados estatísticos
e revisão das práticas de APH, baseando-se em evidências científicas.
Os profissionais da área de segurança pública lidam constantemente com
situações onde necessitam, muitas vezes, realizar o atendimento pré-hospitalar. Este
atendimento necessita ser feito de forma adequada, pois caso contrário poderá haver
sequelas ou mesmo ocorrer o óbito daquele que está sendo socorrido. Por sua
característica ostensividade, a Polícia Militar mantém contato muito próximo à
população, nas ruas e estabelecimentos, sendo muitas vezes, o primeiro a chegar em
um cenário de ocorrência policial ou de emergência, necessitando de conhecimentos
específicos sobre APH.
O trauma, as emergências clínicas e psiquiátricas são responsáveis
anualmente por várias mortes e sequelas irreparáveis aos acidentados. O custo das
internações é muito alto para o Estado ou para a família dos doentes.
Estes fatos não podem ser desconsiderados e, não só o governo, mas todos
os cidadãos devem contribuir para melhorar este panorama tanto em relação à
prevenção de acidentes e doenças quanto no socorro aos acidentados.
Este manual tem como finalidade preparar o Policial Militar em formação para
fazer, dentro das limitações de sua atividade, o primeiro atendimento aos acidentados
ou doentes fora do ambiente hospitalar.
Essa missão nobre de salvar vidas necessita de conhecimentos técnicos
específicos. Por isso o socorrista é a pessoa mais valiosa no primeiro atendimento
fora do hospital, reduzindo as complicações que poderiam prolongar a recuperação
ou resultar na morte ou incapacidade definitiva do paciente.
Este Caderno de Estudos tem por objetivo criar condições para que os
participantes possam desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias
13
Objetivo Geral
Capacitar o policial militar, dotando-o de conhecimentos teóricos e domínio
básico de habilidades em medicina pré-hospitalar, para fins de atuação no
atendimento a vítimas em ambiente operacional, bem como ao atendimento de
suporte básico de vida em ocorrências clínicas de emergência (com risco à vida).
Dominar as técnicas para o atendimento pré-hospitalar mais relevantes para
a atividade Policial Militar, dentro das esferas de competências dos Praças e Oficiais
Combatentes, bem como, os aspectos jurídicos e operacionais das técnicas de APH,
a fim de que seja executado os processos do APH.
14
Ementa
Unidade I / SAPH - Considerações Gerais e atuação do Socorrista:
Sistema de Atendimento Pré-Hospitalar (APH); Atribuições e Responsabilidade
do Socorrista; Princípios de Biossegurança;
Unidade II / Noções Básicas de Anatomia e Fisiologia; Biomecânica e
Cenários de Trauma;
Unidade III / Suporte Básico de Vida (SBV): Cadeia de Sobrevivência,
Avaliação Primária, Parada Cardiorrespiratória (PCR), Reanimação
Cardiopulmonar (RCP), Obstrução de Vias Aéreas Por Corpos Estranhos
(OVACE);
Unidade IV / Manejo de Crise de Saúde Mental (Agitação, Violência,
Autoagressão e Risco de Suicídio);
Unidade V / Metodologia e Fases do Atendimento Pré-Hospitalar Tático
(APHT) Parte I: Cuidados Sob Fogo (Zona Quente)
Unidade V / Metodologia e Fases do Atendimento Pré-Hospitalar Tático
(APHT) Parte II: - Cuidados Em Campo Tático: (Zona Morna) e Cuidados De
Evacuação Tática (Zona Fria).
Prática de Resgate Tático ao PM Ferido. Técnicas de Arrasto.
15
SIM/SVS/MS, 2010.
Embora o setor saúde não represente a gênese da violência e dos acidentes
em geral, é exatamente neste setor que recai o maior ônus de toda a situação , já que
a ele compete a função de tratar os feridos e contabilizar os mortos.
O sistema de assistência médica de urgência é composto de diversos atores
que acompanham a trajetória da vítima da condição aguda de saúde, desde o local
da ocorrência até o atendimento no centro hospitalar de referência.
O atendimento Pré-Hospitalar ou APH, se refere ao atendimento realizado
fora do ambiente hospitalar, em geral em regime de urgência e constitui-se em um
importante componente da assistência à saúde. No caso de pacientes graves, este
atendimento pode ser o diferencial entre a vida e a morte.
De acordo com a Portaria Nº 2.048/2002 GM/MS, de 5 de novembro de 2002,
o sistema de atendimento pré-hospitalar é dividido em Fixo e Móvel. O atendimento
do tipo fixo pode ser realizado tanto pelas unidades básicas de saúde e das unidades
de saúde da família, realizando o primeiro atendimento em salas próprias dentro de
suas instalações, e também por unidades não hospitalares de urgência e emergência,
como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em que os pacientes são
observados por até 24 horas, sem internação.
Ainda de acordo com esta legislação, o atendimento pré-hospitalar móvel na
área de urgência, é o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após
ser ocorrido um agravo à sua saúde de natureza clínica, cirúrgica, traumática,
inclusive as psiquiátricas, que possa levar ao sofrimento, a sequelas ou mesmo a
morte, sendo necessário, portanto, prestar atendimento e transporte adequado a um
serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao sistema único de saúde.
Para o adequado funcionamento do sistema deve haver um centro de triagem
e controle onde é feita a análise inicial do caso. A partir das informações iniciais é
indicado o tipo de equipe que será deslocada para o atendimento (básica ou
avançada). As unidades móveis se deslocam até a área de socorro e prestam a
assistência, cuja complexidade depende da triagem realizada e do material e da
equipe disponíveis.
17
Emergencista
É a pessoa tecnicamente capacitada a, com segurança, avaliar e identificar
problemas que comprometam a vida. Cabe o emergencista prestar o adequado
socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já
existentes.
18
Omissão de socorro
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em
"deixar de prestar assistência a, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida, ou ferida em desamparo ou em
grave e iminente perigo; não pedir nesses casos o socorro da autoridade pública".
Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa.
Diz ainda aquele artigo, " a pena é aumentada de metade se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave e é triplicada se resulta de morte".
Vale ressaltar que, o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em
que a pessoa não possui treinamento específico ou não se sente confiante para
atuar, Jads caracteriza ocorrência de omissão de socorro.
Ocorrência
Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por
fenômenos naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de
pessoas ou bens e Recuperação imediata de suporte básico de vida, a fim de
proporcionar melhor qualidade de vida ou sobrevida dos pacientes, bem como evitar
maiores danos à propriedade ou ao ambiente.
19
Imprudência:
Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às consequências
de seu ato ou ação, quando devia ele podia prevê-las. Mostra-se falta involuntária,
ocorrida na prática de ação, o que a distingue da negligência (omissão faltosa) , que
se evidencia, precisamente, na imprevisão ou imprevidência relativa a precaução que
deveria ter na prática da mesma ação. Falta de atenção, imprevidência, descuido.
Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu o mal, que podia
e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente.
Em matéria penal, arguido também de culpado ou imprudente
responsabilizado pelo dano ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de
um crime culposo. Como por exemplo: é imprudente o motorista que dirige um veículo
de emergência excedendo o limite de velocidade permitido na via.
20
Negligência:
Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se
executam certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou
prejudicados, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução,
aliás, ordenada pela prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se
pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria. É
desprezar, desatender, não cuidar.
Nesta razão, a negligência implica na omissão ou inobservância de dever que
competia ao agente, objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou
aconselhadas pela prudência, e vistas como necessárias, para evitar males não
queridos ou evitáveis. Como exemplo: é negligente o emergencista que deixa de
utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), em um atendimento no qual seu
uso seja necessário.
cigarro no local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser
um emergencista.
A comunicação com o paciente pode ser benéfica e contribui para o seu
relaxamento, desde que seja honesto dizer ao paciente que você está treinando em
primeiros socorros que irá ajudá-lo pode diminuir ou mesmo estabelecer vínculos de
confiança. Avisar o paciente que o serviço de emergência médica está a caminho
pode ajudar a tranquilizá-lo
É essencial ao emergencista ter discernimento quanto aos limites do que
pode ser comunicado ao paciente. Avisar que a criança do paciente está morta ou um
ente querido está seriamente ferido não ajudará em nada. Quando a assistência de
emergência é prestada, o emergencista deve ter maior sensibilidade sobre o que dizer
ao paciente. Nessa situação, como uma tentativa de acalmar o paciente, o
emergencista pode avisar que outras pessoas estão cuidando de seus entes queridos.
É importante lembrar que um paciente vivendo o estresse da doença ou de um trauma
pode não tolerar uma pressão adicional.
Atuar como emergencista exige que você controle seus próprios sentimentos
no local da emergência. Se apresentará a envolver-se com assistência dos pacientes
enquanto ao mesmo tempo controla suas próprias reações emocionais ou enfrentar
uma situação de doença ou ferimentos graves os pacientes não necessitam
unicamente de simpatia ou lágrimas, mas exige um atendimento profissional.
Prestar assistência como emergencista requer que você admita que o local
do acidente ou os tipos de emergência podem afetá-lo. você deve conversar com os
outros trabalhadores do serviço de emergência ou especialistas do serviço de
emergência médica, para lidar com seus problemas emocionais e o estresse
ocasionado pelas situações de emergência.
No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado
e observar a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários
sobre os pacientes sobre a gravidade do acidente, concentre-se em auxiliar o paciente
evitando distrações desnecessárias.
Responsabilidades do emergencista:
As responsabilidades do emergencista no local da ocorrência incluem o
cumprimento das seguintes atividades:
● Utilizar equipamentos de proteção individual(EPIs)
22
PRINCÍPIOS DE BIOSSEGURANÇA
A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção
do trabalhador e\ou paciente, minimização de riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e operacional e amplia-se
para a proteção ambiental e a qualidade.
Profissionais que trabalham nesse tipo de atendimento estão constantemente
expostos a materiais biológicos das vítimas socorridas e, por tanto, são considerados
integrantes de grupo de risco ocupacional.
Em virtude do número elevado de ocorrências nessa área, a probabilidade de
exposição aos patógenos torna-se ainda maior. Torna-se necessário, portanto, que
os profissionais envolvidos reconheçam as situações de risco e adotem mecanismos
para redução da exposição e possível contaminação, além do uso adequado de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e do esquema vacinal para adultos e
profissionais da saúde atualizado.
Precauções Padrão (PP)
São ações adotadas pelos profissionais expostos a riscos biológicos no
atendimento a todo e qualquer paciente, independentemente de doença
infectocontagiosa diagnosticada. O profissional deve ter postura consciente na
utilização destas precauções como forma de não infectar-se ou servir de fonte de
23
contaminação. Embora estas práticas tenham sido criadas para o ambiente hospitalar
e ambulatorial, aplica-se bem ao APH, visto que não é possível saber previamente se
as vítimas são portadoras de doenças infectocontagiosas como a Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS), hepatites, meningites e outras. As Precauções
Padrão constituem na:
o Correta higienização das mãos;
o Uso adequado de equipamentos de proteção individual – EPI; e
o Descarte adequado de perfurocortantes
Higienização das mãos:
A higienização das mãos é medida simples, individual, consciente e
indiscutivelmente a mais eficiente e menos dispendiosa na prevenção de infecções.
No APH essa medida se torna indispensável devido às condições adversas em que
o serviço acontece, aumentando consideravelmente a exposição biológica. A
higienização simples é realizada com água e sabão e indicada nas seguintes
situações:
o Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com
sangue e outros fluidos corporais;
o Ao iniciar e terminar o plantão;
o Antes e após ir ao banheiro;
o Antes e depois das refeições;
o Após várias aplicações consecutivas de produto alcoólico; e
o Entre cada atendimento de APH.
24
para microrganismos.
Sistema tegumentar:
A pele é o órgão mais extenso do corpo humano, tendo como funções a
proteção e contenção das estruturas internas de nosso corpo, a regulação da
temperatura, a captação de informações externas como tato, temperatura, vibração
e pressão, a excreção do suor e a produção de vitamina D.
a pele é dividida em camadas, sendo a epiderme a mais superficial. A derme
30
Sistema musculoesquelético
É o conjunto de ossos, cartilagens, ligamentos e músculos que compõem a
estrutura rígida que dá forma ao corpo. O corpo humano é constituído por um total
de 206 ossos. Dentre as funções do sistema músculo-esquelético temos:
● Suporta e protege os órgãos e tecidos;
● Local de armazenamento de minerais essenciais como Ca (cálcio) e P
(fósforo);
● Sistema de alavanca que, movimentada pelos músculos, permitem o
deslocamento do corpo no todo em partes;
● Local de produção de células sangüíneas (na medula óssea);
Os ossos são tecidos mineralizados vivos, altamente vascularizados, e em
constante transformação. Os ossos podem ser classificados em:
● Ossos longos, como o fêmur e úmero;
31
realiza:
● Sístole - Movimento de contração do músculo cardíaco em que o
sangue é impulsionado para os vasos sanguíneos.
● Diástole – Movimento de relaxamento do músculo cardíaco em que o
coração se enche de sangue.
Sistema respiratório:
O sistema respiratório é o responsável pelo transporte do ar ambiente para os
38
alvéolos, onde ocorre a absorção do oxigênio (O2) e remoção do gás carbônico (CO2)
do sangue, conhecido como hematose. Os órgãos que compõem o sistema
respiratório são divididos em vias aéreas superiores e inferiores.
● vias aéreas superiores: nariz, faringe, laringe, traquéia, brônquios.
● vias aéreas inferiores: pulmões, pleura e músculos respiratórios.
No nariz interior do nariz (narinas) existem pêlos, denominados vibrissas ou
cílios que recolhem a maior parte do pó e partículas existentes no ar, realizando a
filtragem grosseira dessas impurezas. É revestido por uma camada de líquido (muco),
que retém outras partículas de pó. Mais profundamente as conchas nasais superiores,
médias e inferiores, têm a função de aumentar a superfície para umedecer e aquecer
o ar, condicionando-o para que seja melhor aproveitado na hematose que ocorre nos
pulmões.
A faringe é um tubo muscular membranoso associado a dois sistemas:
respiratório e digestivo, situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e laringe.
A laringe é um tubo muscular membranoso e cartilaginoso que além de via
aérea, serve como válvula que impede a passagem de alimentos para a traquéia e
pelo aparelho de fonação. Continua-se com a traquéia e é composta por cartilagens.
As principais cartilagens são a tireóide, constituída por duas lâminas, onde
observamos o "pomo de adão" nos homens, e a cartilagem cricóidea que é circular e
fica logo abaixo da cartilagem tireóide.
A traquéia é um canal com anéis cartilaginosos incompletos situado entre a
laringe e os bronquíolos. Os brônquios surgem logo abaixo da bifurcação da traquéia
e divide-se em ramos menores em direção aos lobos pulmonares.
Os pulmões se subdividem em lobos, três à direita e dois à esquerda. São os
principais órgãos da respiração, são órgãos moles, elásticos e dilatáveis. Estão
localizados à direita e à esquerda no tórax e entre eles há uma área chamada
mediastino, que contém o coração e os grandes vasos. As vias aéreas finalizam nos
alvéolos, que são estruturas saculares, próximas aos capilares pulmonares e que
realizam as trocas gasosas (hematose).
As pleuras são membranas que revestem a superfície interna da cavidade
torácica (pleura parietal) e a superfície externa dos pulmões (pleura visceral).
Alguns músculos que movimentam o tórax e o pulmão , como o diafragma, que
separa a cavidade abdominal da cavidade torácica, os músculos abdominais e os
músculos intercostais (localizados entre as costelas).
39
Sangue:
É o responsável em levar para todas as células do nosso organismo
substâncias nutritivas, hormônios, de que as células necessitam para viver e exercer
suas funções; corresponde ao volume aproximado de 5% peso corporal.
O sangue é composto por:
● Parte Líquida- Plasma (nutrição)
● Parte Sólida - Hemácias (células vermelhas) transporte de gases. - Leucócitos
(células brancas) defesa. - Plaquetas Coagulação.
É através do sangue que levamos a “energia da vida” para todas as células de
todos os tecidos do corpo, portanto, qualquer alteração no sistema circulatório,
acarretará uma dificuldade de nutrição, oxigenação, defesa e coagulação dos tecidos,
podendo levar ao sofrimento e morte celular.
40
colisão veicular como exemplo, ocorrem três impactos na maioria dos das colisões
veiculares:
1. O impacto dos dois objetos em movimento.
2. O impacto dos ocupantes dentro do veículo.
3. O impacto dos órgãos vitais dentro dos ocupantes.
Por exemplo, quando um veículo colide com uma árvore, primeiro Impacto é a
colisão do veículo com a árvore. o segundo Impacto é do corpo do ocupante do veículo
atingindo o volante ou o para-brisa. se ocupante está seguro pelo cinto de segurança
um impacto ocorre entre ocupante e este cinto. O terceiro Impacto ocorre entre os
órgãos internos do ocupante e sua parede abdominal, parede torácica e o crânio.
Em todas as colisões, a energia é transferência entre o objeto em
movimento e o corpo humano ou entre o corpo humano em movimento e objeto
estacionário a direção em qual a transferência de energia ocorre, a quantidade de
energia que é transferida, e os efeitos que estas forças têm sobre o paciente são todas
as considerações importantes assim que a avaliação começa.
Pós evento:
Durante a fase pós-evento, as informações colhidas sobre o a colisão e a fase
para eventos são usadas para avaliar e conduzir o paciente esta fase começa assim
que a energia da colisão é absorvida começo das complicações do trauma que
ameaça a vida podem ser lentas ou rápidas (ou estas complicações podem ser
evitadas ou reduzidas significativamente).
Dependendo, em parte, do atendimento oferecido na cena e no caminho para
o hospital durante a fase pós evento, a compreensão da biomecânica do trauma, o
índice de suspeição em relação às lesões, as habilidades de avaliação são todos
cruciais para o socorro a capacidade do socorrista de influenciar positivamente o
resultado do paciente.
Para compreender os efeitos das forças que produzem lesão no corpo, o
socorrista pré-hospitalar precisa compreender dois componentes - a transferência de
energia e anatomia do corpo humano. por exemplo, em uma colisão automobilística:
● Como se apresenta a cena do acidente?
● Quem acertou o quê?
● Em que velocidade?
● Qual foi o tempo de parada da colisão?
● Os ocupantes estavam usando cinto de segurança?
44
ENERGIA:
Os passos iniciais da obtenção da história incluem avaliação dos eventos
que ocorreram antes do momento da colisão, estimando a quantidade de energia
que foi passada para o corpo humano e fazendo uma aproximação grosseira das
lesões específicas que podem ter resultado.
Leis da energia e do movimento
Isaac Newton em sua primeira lei do movimento diz que um corpo em repouso
irá permanecer em repouso a menos que seja submetido à uma força externa. Um
corpo permanecerá em movimento até que outra força atue sobre ele. Na figura abaixo
o motociclista permanecia estacionário (em repouso) até que a energia da moto o
colocasse em movimento pela estrada. Uma vez em movimento contínuo, ao colidir
com outro veículo, o corpo do motociclista continua em movimento até que o corpo
atinja o solo ou outro objeto.
uma tonfa.
A fórmula cinética é uma função da massa do objeto e velocidade. Apesar de
eles não serem tecnicamente os mesmos, o peso da vítima pode ser usado para
representar sua massa. Desta forma, a velocidade é usada para representar a direção
e velocidade. A relação entre peso e velocidade é afetada afeta a energia cinética
desta forma:
2
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 × 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝐶𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 =
2
2
𝑚 × 𝑉
𝐸𝐶 =
2
Podemos demonstrar que uma pessoa de 70 kg viajando a 40 km por hora
(equivalente a 11,1111 m/s) carrega uma energia cinética de 4321 Joules (unidade
de energia) que deve ser convertida em outra forma quando o corpo pára. Isto
ocorre através da deformação do veículo ou do dano, à pessoa a menos que a
dissipação da energia ocorra de formas menos danosas, tais como utilizando o cinto
de segurança ou air bag.
Qual fator desta fórmula, no entanto, tem o maior efeito na quantidade de
energia cinética produzida: massa ou velocidade? Considere acrescentar 10 kg a
pessoa viajando a 40 km por hora no exemplo anterior fazendo a massa ficar em 80
kg.
2
80 × 11,1111
𝐸𝐶 = 𝐸𝐶 = 4938 𝐽
2
O aumento na massa de 10 kg resultou em um aumento de 617 Joules na
energia cinética. Tomando o exemplo inicial de uma pessoa de 70kg novamente
vejamos o que ocorre como o aumento na velocidade de 10 km/h afeta a energia
cinética:
2
70 × 13,8889
𝐸𝐶 = 𝐸𝐶 = 6751 𝐽
2
O aumento de velocidade em 10 km/h resultou no aumento de 2430 Joules na
energia cinética.
47
Densidade
Quanto mais denso tecido ( medido em partículas que o volume) volume,
maior o número de partículas que será impactada pelo objeto em movimento e, dessa
forma, maior a taxa e a quantidade total de energia transferida. Dar um soco em um
travesseiro e dar um soco na mesma velocidade em uma parede de tijolos irá produzir
diferentes efeitos na mão. O punho absorve mais energia colidindo com a parede de
tijolos do que o travesseiro menos denso, dessa forma levando a uma lesão mais
significativa da mão. Desta forma, o corpo tem três diferentes tipos de densidade:
Densidade aérea ( maior parte do pulmão e algumas porções do intestino), densidade
de água ( músculo e a maioria dos órgãos sólidos; por exemplo, fígado, baço) e
densidade sólida ( ossos). Desta forma, a quantidade de energia transferida ( com a
lesão resultante) irá depender de que tipo de tecido foi impactado.
Área de contato
O vento exerce pressão sobre a mão colocada do lado de fora da janela de
um veículo. Em movimento horizontal e paralelo à direção do vento, uma pressão leve
para trás é exercida na parte da frente da mão, já que menos partículas de ar atingem
a mão. Girando a mão em 90 graus para uma posição vertical posiciona uma porção
maior de superfície da mão, dessa forma mais partículas de ar entram em contato com
a mão, aumentando a quantidade de força aplicada nela.
Em eventos traumáticos, a energia transmitida e o dano resultante podem ser
modificados por mudanças na área de superfície. Exemplos dessa diferença no corpo
humano podem ser observadas em colisões com a frente de um automóvel, com uma
tonfa ou com um projétil de arma de fogo. A frente de um automóvel faz contato com
uma porção maior da vítima, uma tonfa um contato menor, e um projétil uma área de
contato muito pequena. A quantidade de transferência energia que irá causar dano ao
paciente depende da energia do objeto e da densidade do tecido no caminho desta
transferência.
Se toda energia do impacto está em uma pequena área e esta força excede
a resistência da pele, o objeto é forçado através da pele. Quando uma força é
dissipada sobre uma grande área e a pele não é penetrada, a lesão é definida como
trauma contuso. Se a força aplicada sobre uma área muito pequena (como a área
de um projétil) e objeto penetra a pele e os tecidos internos, chamamos de trauma
penetrante. Em cada situação, o objeto impactante forma uma cavidade dentro do
49
corpo do paciente.
Cavitação
A mecânica básica da transferência de energia é relativamente simples. O
impacto nas partículas do tecido acelera aquelas partículas para longe do ponto de
impacto. Estes tecidos quando entram em deslocamento colidem com outras
partículas de tecidos formando um efeito de "dominó". Assim, quando um objeto sólido
atinge o corpo humano ou quando o corpo humano está em movimento e atinge um
objeto estacionário, as partículas do tecido do corpo humano são afastadas da sua
posição normal, criando um buraco ou cavidade. Este processo é chamado cavitação.
Um exemplo comum que nos dá uma ilustração visual é a cavitação que ocorre em
um jogo de bilhar ou sinuca.
50
Por meio da regra dos três “S” (Scene, Security, Situation), buscaremos a
compreensão no quesito avaliação da cena de emergência
Cena do Acidente (Scene)
Nesta fase, o socorrista já começa a planejar mentalmente as ações antes
mesmo de chegar à cena da emergência. O despachante da ocorrência repassa as
primeiras informações do evento subsidiando a equipe de socorro com o máximo de
informações possíveis, colhidas junto ao solicitante da ocorrência.
No local o socorrista deve avaliar todo cenário. A maioria dos dados é obtida
somente com a observação do local e se completa com relatos das testemunhas e
vítimas, que contribuem para a tomada de decisão.
A equipe deve analisar a cena observando tudo à volta, os riscos potenciais
que o local oferece à operação e se irá necessitar de mais recursos no local.
A cena deve ser avaliada constantemente, visando eliminar as ameaças e
riscos que o evento oferece, para que não prejudique ainda mais os envolvidos no
atendimento às vítimas.
Segurança (Security)
Ao dirigir-se à cena da ocorrência, o principal fator a ser observado é a
segurança da equipe. Nenhuma tentativa de resgate deve ser efetuada se qualquer
segura do local do acidente. Nestes casos a equipe deverá observar a velocidade da
via para estabelecer a distância mais segura.
Aspectos como fios elétricos caídos, árvores ou pedaços de construções pelo
chão, presença de fogo, combustível ou água devem ser motivo de alerta para aquele
que socorre, devendo analisar atentamente o local
As condições climáticas e de luminosidade também interferem bastante na
segurança das equipes que estejam atuando, por isso devem ser redobrados os
cuidados sempre em condições climáticas ou de luminosidade adversas.
Na atividade policial o risco devido à agressores em potencial deve ser
constantemente minimizado.
Situação (Situation)
A situação é verificada após a análise da segurança da equipe e das vítimas
no cenário de emergência, onde se deve analisar o contexto e tentar descobrir o que
ocorreu na cena, os motivos que levaram à solicitação, entender ou procurar entender
a cinemática do trauma, buscar informações das vítimas (quantidade, idade, sexo), se
será necessário apoio de viaturas e equipamentos no local ou até mesmo apoio de
54
Condutas
● Obter todas as informações possíveis com o solicitante da ocorrência antes
de chegar ao local;
● Isolar corretamente o local;
● Buscar todas as informações possíveis no cenário da emergência;
● No cenário da emergência, todos os socorristas deverão estar providos de
EPI conforme o risco imposto pela ocorrência;
● Solicitar apoio de profissionais ou de mais viaturas, assim como o apoio de
outros órgãos caso necessário;
● Minimizar riscos aos socorristas;
● Só atue nas ocorrências se realmente for preparado e estiver utilizando
EPIs adequados.
55
SBV em crianças.
As emergências em crianças e bebês geralmente não são causadas pelo coração.
Crianças e bebês costumam ter mais problemas respiratórios que desencadeiam uma
parada cardíaca. A primeira e mais importante etapa da Cadeia de Sobrevivência
Pediátrica (Figura 25) é a prevenção.
Desfibrilação precoce
A desfibrilação precoce em tempo menor ou igual a três minutos do colapso
circulatório, é o tratamento de escolha na FV/TV sem pulso. Várias são as razões para
uma desfibrilação precoce: o ritmo cardíaco mais frequente em uma PCR súbita em
ambiente extra-hospitalar é o de FV/TV sem pulso, a única terapêutica eficaz é a
desfibrilação, a possibilidade de uma desfibrilação efetiva diminui com o tempo e
tende a se deteriorar em assistolia.
O retorno à circulação espontânea e a taxa de sobrevida é maior quando a
RCP é iniciada imediatamente e o choque é aplicado nos primeiros 5 minutos do
colapso. Todas as pessoas potencialmente envolvidas em prestar atendimento à PCR
com suporte básico de vida devem receber treinamento em desfibrilação. Alguns
modelos animais sugerem que, após 3 a 5 minutos de FV não tratada, um período de
MCE antes da desfibrilação pode ser benéfico.
Apesar disso, não há evidência suficiente para que se recomende, a favor ou
contra, o atraso na desfibrilação para a realização de um período de RCP em vítimas
de PCR em FV/TV sem pulso, não testemunhada e em ambiente extra-hospitalar.
A sequência de atendimento à vítima em PCR súbita consiste em primeiro
chamar o SME e após , se houver um desfibrilador alcançável, pegá-lo e retornar à
vítima para aplicar imediatamente o choque. A MCE de boa qualidade deve ser
iniciada logo após o primeiro choque. Quando houver mais de um reanimador, as
tarefas são divididas e enquanto um reanimador pede ajuda e obtém um desfibrilador
o outro inicia a MCE. Após a aplicação do choque os dois reanimadores se alternam
nas ventilações e compressões torácicas.
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO
A posição de recuperação (Figura 32) é usada em vítimas adultas que
apresentam padrão ventilatório nitidamente normal e circulação efetiva. O
posicionamento correto facilita a manutenção da via aérea e diminui o risco de
broncoaspiração. A vítima é posicionada em decúbito lateral, com o membro superior
de baixo à frente do corpo.
● Agitação e agressividade.
● Psicose aguda.
● Ansiedade aguda.
● Comportamento suicida.
● Emergência dos transtornos dissociativos.
● Emergência dos transtornos somatoformes.
● Efeitos colaterais dos psicotrópicos: Síndrome neuroléptica maligna,
Distonia aguda e Acatisia.
● Delirium.
● Emergências relacionadas ao uso e abuso de álcool e outras drogas.
PROTOCOLO DE REGULAÇÃO
O protocolo estabelece os questionamentos que deverão ser realizados pelos
médicos reguladores aos solicitantes, para estabelecer a gravidade presumida do
socorro:
- Idade do paciente, uso de medicação e especificação da mesma, associações
medicamentosas, se está se agredindo, se está agredindo outra pessoa, se está
ameaçando agredir-se, se está ameaçando agredir outras pessoas, se está agitado,
se está ouvindo vozes, o que dizem as vozes, se está falando sozinho, se está tendo
visões, se está ameaçando matar-se, se está ameaçando matar outra pessoa, se está
deprimido, se está maníaco.
Dentro desses questionamentos do médico regulador, têm-se as ações
73
PROTEÇÃO DA EQUIPE
- Saber história prévia antes de iniciar o atendimento.
- Nunca estar só com o paciente, manter-se em contato visual com demais
integrantes da equipe.
- Cuidado com seus pertences (colares, canetas) que possam oferecer riscos
à sua integridade (pacientes podem puxar, arrancar).
- Não desafiar pacientes psicóticos.
- Manter-se pelo menos um braço de distância de qualquer paciente violento.
- Estar alerta para sinais de violência iminente: atos violentos recentes contra
pessoas e objetos, dentes e punhos cerrados, ameaças verbais, armas e objetos
potencialmente utilizáveis como armas, intoxicação por droga ou álcool, delírios
paranóides e alucinações de comando.
- Certificar-se que exista um número adequado e qualificado para realizar a
contenção física.
- Isolar paciente.
- Evitar estímulos extras.
- Oferecer limites com opções: ou medicamentos ou contenção física.
-Tentar diagnóstico definitivo no local, se houver diagnóstico clínico, também
deve ser realizado.
74
CONTENÇÃO FÍSICA:
- Número adequado de pessoas: mínimo de 05.
- Determinar posições: uma pessoa comanda e assegura a contenção da
cabeça, uma pessoa para cada membro, e se necessário, uma pessoa para aplicar o
medicamento.
- Ter equipamento e medicações necessárias e disponíveis.
- Informar ao paciente sobre as opções de tratamento.
- Pedir ao paciente que se deite para aplicar a contenção.
- Jamais deixe o paciente sozinho.
75
Figura 37: Ocorrência de operador tático sendo alvejado durante resgate. Fotografia
em Fallujah (Iraque). . Fonte: TCCC, Instructor Guide, 2017.
Torniquete tático:
Figura 38: Torniquete tático C.A.T. ®(Combat Application Tourniquet) e suas partes.
1
CoTCCC: Comitê do Tactical Combat Casualty Care, tem a função de avaliar
continuamente os materiais e protocolos asso ciados ao TCCC.
82
Figura 41: aplicação torniquete com uma mão apenas, o mais alto no membro.
Caso seja possível utilizar as duas mão pode-se desfazer totalmente a alça do
aparelho, retirando a fita da fivela, e reposicionar a fita já com o membro dentro da
circunferência do torniquete (figura 42).
Figura 42: Passagem da fita pela fivela quando aplicar em membros inferiores.
85
3. Girar a haste de torção até que cesse o sangramento ou que não haja
mais possibilidade mecânica de continuidade da torção (Figura 44);
86
III- Atentar para a forma correta de levantar, utilizando como base de força os
membros inferiores e não as costas, iniciar o arrasto:
Arrasto carregado pelos ombros com dois (02) policiais ou amparado por
somente um (01) policial:
I- Dois policiais se aproximam do ferido, sendo que um manterá a segurança
reduzindo a silhueta, enquanto o segundo levanta o ferido pela farda ou colete, e com
a mão mais distante do ferido, pega a membro superior do ferido e o passa por trás
do seu pescoço; a mão mais próxima ao ferido deve segurar o cinto, tentando englobar
cinto de guarnição e cinto interno; se possível, e então deixar o braço do ferido sobre
seu pescoço e deixando a mão livre para assumir a posição de segurança (se for
necessário) (figura 50a):
93
II- Nesse momento, o policial que anteriormente estava na segurança, deverá retornar
a arma ao coldre, assumir o outro lado do ferido e repetir o mesmo processo do policial
que primeiramente se aproximou, e não soltará a braço está sobre seu pescoço,
atentando para ao levantar, utilizar a base de força dos membros inferiores e não das
costas, estando pronto para o arrasto. Para facilitar o arrasto deve-se agarrar com as
mãos o cinto de guarnição do ferido, tracionando-o na direção do arrasto (figura 50b):
94
III- Na ocasião do ferido estar consciente e colaborativo, todavia que não consiga
realizar a auto-extricação sozinho, um dos operadores de APHT pode auxiliá-lo a
levantar e auxiliar o deslocamento servindo de apoio, passando um dos braços do
ferido em volta de seu pescoço (figura 51):
95
Extremidades:
Torniquete deliberado:
Regiões juncionais:
Não pode ser aplicado em regiões que possuem cavidade natural, como tórax
e abdômen, por não atingir os vasos profundos lesionados, e no crânio, pelo risco de
danos à sua estrutura interna.
● Caso haja espaço pode-se enrolar a gaze entre os dedos de forma a criar uma
pequena “bola” que vai funcionar como uma “rolha” no ponto inicial de pressão
que deve ser o mais próximo possível de onde surge o sangramento (figura
60);
Posição de recuperação
Pacientes inconscientes ou com alteração do estado mental, ou ainda que
forem deixados sem supervisão devem ser colocados em posição de recuperação. O
paciente deve ser deitado de lado com a cabeça apoiada no membro superior que
estiver para baixo e o outro fletido a 90º. Deve-se fazer o mesmo com os membros
inferiores de forma a estabilizar o corpo do paciente.
Esta posição ajuda a prevenir a aspiração de sangue, muco ou vômitos e
manutenção das vias aéreas pérvias. Quando colocar o paciente nesta posição deve-
se estabilizar a cabeça do paciente e mover o corpo rápida e suavemente.
116
Alguns feridos com lesão maxilofacial ou outras lesões podem proteger melhor
as vias aéreas simplesmente permanecendo na posição sentada e inclinada para
frente, o que facilita com que fluidos sejam expelidos sem obstruir as vias aéreas.
MANUTENÇÃO DA RESPIRAÇÃO
respiração. Em feridas maiores pode haver um ruído audível (sibilo) quando o ar passa
pela parede torácica, sendo chamada de ferida torácica "aspirativa ou soprante”.
Avaliação da respiração
Os pacientes com ferimento no tórax geralmente se apresentam com
desconforto respiratório, estando tipicamente ansioso e taquipneico (respirando
rapidamente). Geralmente o pulso está fraco e a frequência elevada.
Todos os ferimentos torácicos abertos devem ser abordados, devendo o
operador de APHT levantar o colete balístico do ferido, expondo o tórax e buscando
visualmente e através do tato os orifícios de entrada e saída. Utilizar a mão em garra
facilita a identificação de orifícios, assim como o uso de luvas de cor clara para
identificar a presença de sangue na luva. Além disso, o ferimento pode, em algumas
situações, apresentar ruído audível (sopro ou sibilo).
Instalação de selo de tórax
A conduta inicial para o tratamento do pneumotórax aberto envolve a oclusão
do ferimento na parede torácica. A passagem de ar pelo ferimento pode ser evitada
pela aplicação de um selo de Tórax. Existem diversos modelos de dispositivos
oclusivos comerciais, valvulados ou não-valvulados. Recomenda-se a utilização de
selos valvulados devido ao menor risco de evolução para pneumotórax hipertensivo.
119
Figura 73: Modelos de selo de tórax com válvulas. À esquerda o Hyfin Chest Seal®;
a direita o SAM Chest Seal®
● Evite a limpeza da ferida propriamente dita para não aumentar a lesão. Faça
um curativo sobre a ferida com com gaze limpa, fixando-o com uma
bandagem tática ou atadura.
● Na ausência de soro ou água, somente cobrir a ferida conforme procedimento
descrito.
● Em ferimentos na cabeça, realizar apenas curativo oclusivo com a bandagem
e ou atadura sem realizar pressão excessiva.
Quando existe mais de um ferido pode ser necessária a classificação por nível
de gravidade dos ferimentos e do respectivo estado clínico de emergência. Este
procedimento é conhecido como triagem de feridos e serve para estabelecer
prioridades de atendimento e de evacuação, quando não for possível socorrer todos
simultaneamente.
● Perfusão capilar: serve para avaliar como a circulação está chegando aos
tecidos. Deve-se aplicar em mãos de membros superiores que não tenham
torniquete aplicado. Pressionar a unha com os dedos da outra mão. Ao soltar,
a cor debaixo da unha deve voltar ao normal em menos de dois segundos, caso
contrário pode ser sinal de alguma anormalidade.
123
Desta forma, a perfusão capilar de dedo (em mãos de membros superiores que
não tenham torniquete aplicado) que leve mais de 02 segundos para retorno à
coloração normal, pulsações radiais com frequência maiores que 100 vezes e ou
impercetíveis, e níveis de consciência comprometidos, quando identificados
conjuntamente são indicativos que o vitimado pode estar em estado de choque
hemorrágico e devem ter prioridade de atendimento e evacuação em relação àqueles
não apresentem estes sinais.
PREVENÇÃO DA HIPOTERMIA
A perda de calor pode se dar por convecção (troca com o ambiente), condução
(troca com materiais adjacentes ao corpo) ou por perdas pelo metabolismo interno.
A temperatura corporal do ferido deve ser mantida e para isso deve-se retirar
todo e qualquer material (vestes e equipamentos) que esteja molhados ou embebidos
em sangue, uma vez que líquidos são potencializadores da perda de calor corpóreo.
Outra atitude primordial é evitar o contato com objetos “frios”, como pisos cerâmicos
e metais. Dentro dos equipamentos, o colete balístico merece atenção especial no
julgamento sobre sua retirada ou não levando em consideração o contexto tático.
Outro ponto importante para evitar a perda de calor por convecção é minimizar
o esfriamento do ar, desligando aparelhos de ar condicionado, ventiladores e
fechando as janelas das viaturas, podendo inclusive utilizar o aquecimento do ar.
considerável relevância. Caso estas regiões estejam encobertas por luvas e calçados,
também é recomendado a retirada destas vestes e inspeção destas extremidades.
Estas regiões podem estar sujas de sangue pelo contato com outras áreas feridas ou
por escorrimento de sangue que se aloja nestas vestes (luvas e calçados). Neste caso
limpe-as para melhor identificação de reais ferimentos nestas áreas;
• Cabeça e face – A cabeça e a face são regiões muito irrigadas, por tanto,
qualquer ferimento nestas áreas, geralmente, oferecerão um sangramento de fácil
visualização, porém, via de regra, não são considerados sangramentos maciços por
serem provenientes de capilares. Os traumas na face são potenciais causadores de
problemas nas vias aéreas (consultar capítulo específico) e traumas na região da
cabeça são potenciais causadores de lesões cerebrais. Para identificação de
ferimentos nestas regiões utilize a técnica descrita anteriormente (tato com as mãos)
realizando o procedimento com cautela, pois objetos penetrantes que estejam
aparentes (com parte exposta) não devem ser mexidos (tocados) nem retirados;
Uma tesoura de ponta romba possui lâminas sem extremidades afiadas. Uma
das lâminas apresenta uma aba ou ponta romba com a função de proteger a pele do
ferido de um eventual corte. Esta lâmina protegida deve ser a utilizada pelo lado de
dentro da veste a ser cortada, evitando novos ferimentos.
Figura 82: Maca tática com alças aberta (à esquerda) e dobrada (à direita).
132
Figura 86: O socorrista deverá arrastar o ferido consigo para dentro da VTR.
EVACUAÇÃO EM AERONAVES
livre a provável área de toque. Após a estabilização do aparelho o fiel ou piloto sinaliza
e autoriza a aproximação da equipe.
Bibliografia