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º 133
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 1.700,00
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ARTIGO 6.º c) Independência;
(Dever de colaboração)
d) Competência;
1. O Administrador da Recuperação ou de Insolvência e) Confidencialidade;
deve colaborar com a Entidade Competente na promoção f) Equidade;
das normas estatutárias e deontológicas. g) Lealdade;
2. O Administrador da Recuperação ou de Insolvência, h) Transparência;
nas suas relações com entidades públicas ou privadas e com
i) Economia.
a comunidade em geral, procede com a máxima correcção e
4. Os princípios e regras gerais constantes do presente
diligência, contribuindo desse modo para a dignificação do
Estatuto, aplicáveis ao Administrador da Recuperação ou
exercício da função.
da Insolvência, são aplicáveis, com as devidas adaptações,
ARTIGO 7.º
(Direito à informação)
aos técnicos e assessores contratados para os processos de
recuperação e insolvência.
1. O Administrador da Recuperação ou da Insolvência
ARTIGO 9.º
tem direito a obter das entidades em processo de recupe-
(Integridade)
ração ou de insolvência, e para as quais foi nomeado, toda
a informação e colaboração necessárias à prossecução das No exercício das suas funções o Administrador da
suas funções. Recuperação ou da Insolvência deve pautar por padrões de
2. A recusa das informações referidas no número ante- honestidade e de boa-fé.
rior ou de colaboração, pontual ou reiterada, isenta o ARTIGO 10.º
(Independência)
Administrador da Recuperação ou da Insolvência da res-
ponsabilidade pelas consequências que possam advir de tais No exercício das suas funções o Administrador da
factos. Recuperação ou da Insolvência deve manter-se equidistante
3. Para efeitos do número anterior, considera-se falta de qualquer pressão resultante dos seus próprios interesses
de colaboração a ocultação, omissão, viciação ou destrui- ou de influências externas.
ção de documentos de suporte contabilístico ou a sonegação ARTIGO 11.º
de informação que tenha influência directa na situação con- (Competências)
tabilístico e fiscal e a relação de credores da entidade em 1. O Administrador da Recuperação ou da Insolvência
processo de recuperação ou insolvência. deve exercer as suas funções de forma diligente e responsá-
4. A entrega tardia dos documentos de suporte contabilís- vel, utilizando os conhecimentos profissionais e as melhores
tico da prestação de contas, nos termos legalmente previstos, técnicas recomendadas, observando a lei e os critérios de
isenta o Administrador da Recuperação ou de Insolvência de ética aplicáveis.
qualquer responsabilidade pelo incumprimento dos prazos
2. Para garantir a sua competência profissional e o
legalmente estabelecidos.
exercício adequado das suas funções, o Administrador da
SECÇÃO II
Recuperação ou da Insolvência deve:
Princípios, Regras de Ética e Integridade
a) Desenvolver e incrementar de forma continuada os
ARTIGO 8.º
seus conhecimentos e qualificações técnicas e as
(Princípios e regras gerais)
dos seus colaboradores;
1. No exercício das suas funções, o Administrador
b) Planear e supervisionar a execução de qualquer
da Recuperação ou da Insolvência deve observar as nor-
serviço por que seja responsável, bem como
mas e os princípios estabelecidos no Regime Jurídico de
avaliar a qualidade do trabalho realizado;
Recuperação de Empresas e da Insolvência e no presente
c) Utilizar os meios técnicos adequados ao desempe-
Estatuto, aplicando-os à situação concreta das entidades a
nho cabal das suas funções; e
quem presta serviços.
2. O Administrador da Recuperação ou da Insolvência d) Recorrer ou propor o recurso a assessoria técnica
deve evitar qualquer diminuição da sua independência em adequada, sempre que se revele necessário.
razão de interesses pessoais ou de pressões externas. ARTIGO 12.º
(Confidencialidade)
3. Sem prejuízo do disposto no número anterior e no
Código de Ética e de Integridade, no exercício das suas fun- O Administrador da Recuperação ou da Insolvência deve
ções, o Administrador da Recuperação ou da Insolvência manter e fazer manter sigilo sobre os factos e os documen-
orienta-se ainda, nomeadamente, pelos seguintes princípios: tos de que tome conhecimento, directa ou indirectamente,
a) Integridade; no exercício das suas funções, sem prejuízo da transparência
b) Idoneidade; perante as partes interessadas no processo.
4416 DIÁRIO DA REPÚBLICA
ARTIGO 31.º ARTIGO 35.º
(Lista oficial) (Escusa e substituição)
1. A Entidade Competente deve criar, gerir e manter a 1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, o
lista de Administradores da Insolvência certificados ou Administrador da Recuperação ou da Insolvência pode, a
licenciados, que é válida para todo o território nacional, con- todo o tempo e independentemente da pendência de processo
tendo o nome ou denominação social, domicílio profissional para o qual tenha sido nomeado, pedir escusa e solicitar a sua
e contactos. substituição, no caso de qualquer situação de impedimento,
2. A actualização da lista oficial de Administradores da nos termos do artigo 38.º do presente Estatuto ou de grave
Insolvência efectua-se através da realização dos procedi- impossibilidade superveniente para o exercício de funções.
mentos previstos nos artigos anteriores. 2. O pedido de escusa e substituição deve ser dirigido à
ARTIGO 32.º Entidade Competente, para efeitos de registo.
(Disponibilização das listas)
3. O pedido de escusa e substituição dá lugar à realização
A lista dos Administradores da Recuperação e da
de outro procedimento para nomeação.
Insolvência deve ser disponibilizada no portal electrónico
ARTIGO 36.º
da Entidade Competente, sem prejuízo da comunicação em (Suspensão e cancelamento)
tempo real aos tribunais.
1. O Administrador da Recuperação ou da Insolvência
CAPÍTULO IV certificado ou licenciado pode, mediante requerimento diri-
Exercício de Funções e Impedimentos gido à Entidade Competente, com a antecedência mínima
ARTIGO 33.º de 30 dias, suspender a sua inscrição, por um prazo de dois
(Nomeação) anos renováveis 2 vezes.
1. Sem prejuízo do disposto no Regime Jurídico da 2. A suspensão referida no número anterior não é auto-
Recuperação de Empresas e da Insolvência é nomeado, por rizada, quando o Administrador da Recuperação ou da
sorteio, o Administrador Judicial ou da Insolvência que esti- Insolvência esteja no exercício das funções para as quais
ver efectivamente inscrito na lista oficial de Administradores tenha sido nomeado.
e que: 3. Findo o período de suspensão, referido no n.º 1 do
a) Tenha competência e experiência devidamente presente artigo, o Administrador da Recuperação ou da
correspondente ou adaptada a dimensão, com- Insolvência que não tenha requerido o levantamento da sus-
plexidade e outras particularidades do processo pensão é inibido definitivamente para o exercício da função.
de administração considerado;
4. A seu pedido, o Administrador da Recuperação ou
b) Não esteja a acompanhar um processo de recupe-
da Insolvência pode solicitar à Entidade Competente, com
ração ou insolvência ainda em curso, salvo se
antecedência mínima de 30 dias, a suspensão da inscri-
todos os Administradores estiverem a acompa-
ção e consequentemente, a sua exclusão da lista oficial dos
nhar processos em curso;
Administradores, desde que não esteja a exercer funções em
c) Não tenha sido nomeado noutro processo pelo
qualquer processo em curso.
mesmo juiz, nos últimos 5 anos;
ARTIGO 37.º
d) Não esteja a decorrer contra si um processo disci-
(Actos dos Administradores da Recuperação ou da Insolvência)
plinar, nos termos do presente Estatuto.
2. O sorteio é realizado pelo Tribunal da Causa e obe- 1. Os actos do Administrador da Recuperação ou da
dece, com as necessárias adaptações, ao disposto no Insolvência decorrem do Regime Jurídico da Recuperação
artigo 216.º do Código de Processo Civil. de Empresas e da Insolvência e do presente Estatuto.
3. Na recuperação extrajudicial, a escolha do Adminis 2. Só os Administradores da Recuperação ou da
trador da Recuperação é feita pelas partes, tendo por referência Insolvência formalmente inscritos podem praticar os actos
os profissionais inscritos na lista dos Administradores. inerentes ao exercício da função.
ARTIGO 34.º 3. Tratando-se de pessoas colectivas, só os respectivos tra-
(Exercício de funções) balhadores que estejam certificados como Administradores
O Administrador da Recuperação ou da Insolvência da Recuperação ou da Insolvência podem praticar os
exerce as suas funções enquanto estiver a decorrer o pro- actos próprios dos Administradores da Recuperação ou da
cesso de recuperação ou de insolvência. Insolvência.
4420 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. Sempre que existam dúvidas sobre a existência de um 1. Para além da remuneração fixada pelo Juiz, o devedor
conflito de interesses, compete ao Juiz decidir. e a massa insolvente devem igualmente suportar as despesas
4. Os conflitos de interesses são avaliados de acordo com que directa ou indirectamente estejam relacionadas com os
os princípios e regras de ética e integridade que regem a fun- serviços prestados pelo Administrador da Recuperação ou
ção de Administrador da Recuperação ou da Insolvência de Insolvência, quando forem necessárias, podendo o tribu-
constantes do presente Estatuto.
nal decidir pelo não pagamento.
5. O Administrador da Recuperação ou da Insolvência
2. Para efeitos do número anterior, o Administrador da
nomeado e que esteja numa das condições referidas nos
Recuperação ou da Insolvência deve manter o registo de
n.os 1 e 2 do presente artigo tem a obrigação de declarar
escusa nos termos do artigo 35.º do presente Estatuto. todas as despesas no âmbito do exercício das suas funções.
CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
Remuneração e Despesas Suplementares Regime Sancionatório
ARTIGO 39.º ARTIGO 41.º
(Remuneração) (Responsabilidade sancionatória)
ARTIGO 43.º ARTIGO 45.º
(Sanções) (Decisão)
1. As infracções cometidas pelo Administrador da 1. A decisão sobre a medida a aplicar cabe ao Conselho
Recuperação ou da Insolvência podem ser sancionadas, Nacional de Supervisão do Administrador da Recuperação
tendo em conta os antecedentes profissionais, o grau de cul- ou da Insolvência, no prazo de 15 dias, sem prejuízo da pro-
pabilidade, as consequências da infracção, a gravidade e as posta do instrutor do processo no relatório de instrução.
demais circunstâncias, com: 2. O Administrador pode recorrer da decisão para o tri-
a) Advertência registada; bunal, no prazo de 15 dias a contar da data da notificação da
b) Multa, cujo valor varia de 10% a 40% da remune- decisão.
ração determinada; ARTIGO 46.º
c) Suspensão do exercício da função de Administra- (Responsabilidade civil e criminal)
Província de Luanda, em instalações disponibilizadas pelo Considerando que a Agência de Protecção de Dados é
Órgão de Supervisão. uma pessoa colectiva de direito público, dotada de persona-
ARTIGO 50.º lidade jurídica, com autonomia administrativa, financeira e
(Funcionamento do Conselho) patrimonial que se rege pelos princípios e normas estabele-
1. As regras de funcionamento do Conselho Nacional de cidos pela Lei n.º 22/11, de 17 de Junho — Lei da Protecção
Supervisão do Administrador Judicial da Recuperação ou da de Dados Pessoais, bem como pelo Decreto Presidencial
Insolvência são estabelecidas por regulamento interno do n.º 214/16, de 10 de Outubro, que aprova o Estatuto Orgânico
respectivo órgão. da Agência Angolana de Protecção de Dados;