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Direção Geral
Silvio Nobuyuki Akiyoshi
Diretor Comercial
Vagner Cauneto
Diretor Financeiro
Wilson Hara
Coordenação do Curso
Neir Moreira da Silva
Revisão Editorial
Wanderlane Gurgel do Amaral
Jacqueline Morissugui Cardoso
Diagramação
Renata Ballarini Troiani Vicentini
Lucas Gomes
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
1) Apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem
para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio
do tema estudado.
1- Título da Disciplina
Geografia e Arqueologia Bíblica
2- Carga Horária
2.1 Carga horária total: 80 horas
2.2 Carga horária presencial: encontros obrigatórios realizados uma vez por mês
na instituição. Esse momento é destinado à interação com o tutor presencial e colegas
de turma para a discussão e socialização das temáticas estudadas. Para integração
dos conhecimentos, serão propostas atividades em equipe, como: apresentações,
pesquisas, discussões e outros.
2.3 Carga horária a distância: horas de estudos com orientação dos tutores
online. Esses estudos incluem videoaula, participação em fóruns, chats e outras
atividades no ambiente virtual de aprendizagem.
3- Ementa
Estudo do contexto geográfico a partir dos relatos bíblicos, bem como a realidade
histórico-político-econômica dos povos bíblicos, tanto do Antigo quanto do Novo
Testamento. Compreensão arqueológica dos fatos bíblicos e das implicações na história
da teologia e da igreja.
4- Objetivos Geral
Compreender o contexto geográfico e arqueologia bíblico, tanto no Antigo como do
Novo Testamento.
4.2 Objetivos Específicos:
Conhecer a geografia, arqueologia bíblica e a cosmovisão do povo bíblico, na
Mesopotâmia. A peregrinação de Abrão, Isaque e Jacó.
Entender a trajetória do povo de Israel do Egito a Canaã.
Compreender a Ascenção e queda do Reino de Israel e sua divisão reino do Norte e
reino do Sul. Conhecer os reis Saul, Davi e Salomão.
Compreender da restauração de Judá a expansão do cristianismo.
5- Programa
1. Das origens ao Egito
1.1. Geografia e Arqueologia Bíblica
2. Do Egito à Colonização de Canaã
6- Metodologia
Você estará em contato com os colegas e com os tutores por meio de uma sala
de aula virtual de aprendizagem – (AVA), exclusiva para esta disciplina, disponibilizada
na Plataforma Moodle, que é um programa computacional conectado à Internet.
No AVA a disciplina está organizada em rotas de aprendizagem. A rota de
aprendizagem é um aprofundamento detalhado desse plano de ensino da disciplina.
Cada etapa das rotas de aprendizagem tem duração semanal e iniciam com atividades
de sensibilização e contextualização sobre as temáticas a serem estudadas disciplina.
Após a semana destinada à sensibilização e contextualização da temática,
você inicia a leitura do material didático (livro) e assistirá as vídeoaulas. É importante
observar os horários dos chats para a discussão e interação com os colegas do curso e
com o tutor online.
Nas rotas de aprendizagem também estão previstas atividades online. Você
poderá realizar as atividades sugeridas e, dialogar com os seus colegas de estudo e
tutores. A organização das rotas de aprendizagem prevê, por módulo, dois encontros
presenciais obrigatórios no polo de apoio. Durante os encontros presenciais com sua
turma, serão propostas atividades para você resolver, seja individualmente ou em
grupo, com a supervisão do tutor do seu polo.
7- Avaliação
A avaliação da aprendizagem se efetiva no percurso da disciplina, a partir das
atividades realizadas no ambiente virtual de aprendizagem, por meio dos registros das
análises críticas das leituras, participação nos fóruns, desenvolvimento de pesquisa,
produção de textos e outros.
Nos encontros presenciais, a partir das atividades desenvolvidas.
Avaliação escrita ao término da disciplina, na modalidade presencial e sem
consulta.
A média para a aprovação em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 e
é composta da seguinte maneira:
Bons estudos!
1. Introdução.......................................................................................................11
1.1 Geografia e Arqueologia Bíblica.......................................................................11
1.2 A Importância da geografia bíblica..................................................................13
1.3 Cosmovisão do povo da Bíblia.........................................................................14
1.3.1 Planeta Terra: o berço da vida.........................................................................14
1.3.2 O mapa-múndi como casa dos povos..............................................................15
1.4 Mesopotâmia...................................................................................................15
1.4.1 O Crescente Fértil.............................................................................................17
1.4.2 Breve esboço do Crescente Fértil.....................................................................17
1.5 Origem da escrita.............................................................................................18
1.5.1 Abrão, o migrante.............................................................................................19
1.5.2 A peregrinação de Isaque.................................................................................21
1.5.3 Peregrinação de Jacó.......................................................................................21
2.1 O Egito.............................................................................................................24
2.1.1 A escravidão de Israel no Egito.........................................................................25
2.2 Midiã................................................................................................................27
2.2.1 A peregrinação no deserto - O Êxodo..............................................................28
2.3 Josué e a conquista da terra.............................................................................33
2.4 O período dos juízes de Israel..........................................................................38
[...] um fato que nunca deixa de ser motivo de admiração, que o Criador
do Universo viesse a se interessar numa parcela tão insignificante de sua
Criação, como nosso planeta, porém aumenta milhares de vezes o assombro
do estudante ao dar-se conta de que os sucessos relacionados com o Povo
Escolhido e o Salvador do Mundo se desenvolveram dentro de um pequeno
retângulo da Ásia Ocidental, que não representa mais que a 234ª. parte da
superfície terrestre. (MONEY, 2005, p. 11)
Glossário
Habitat: é um termo utilizado na ecologia, que compreende o espaço e o
ecossistema onde os animais se desenvolvem, dentro de uma comunidade.
No caso de espécies vegetais e animais, quando se descreve o habitat, é
importante mencionar outros animais ou plantas que pertencem a essa
comunidade.
Glossário
Sheol: Sheol, Xeol ou Seol, (pronunciado “Sheh-ol”), em Hebraico
(She’ol), é o “túmulo”, ou “cova” ou “a sepultura”. Segundo o Judaísmo
She’ol é o local de purificação espiritual ou punição para os mortos, um
local o mais distante possível do céu.
1.4 Mesopotâmia
A Mesopotâmia faz parte do continente asiático e, como o nome indica,
compreende toda a região entre os rios Tigre e Eufrates, porém se limita a designar a
parte desta região ao norte da Babilônia. Antigamente toda esta planície era de uma
fertilidade exuberante e sustentava uma vasta população (MONEY, 2005, p. 13).
Desde o ano 3500 a.C., a região Sul, conhecida como Suméria, era ocupada pelos
sumérios, que viveram nas montanhas do Norte e se estabeleceram na região,
próximo ao Golfo Pérsico. Ur era a cidade mais importante, por ser um grande centro
administrativo, religioso, político e econômico. Por volta do ano 1850 a.C., os sumérios
foram dominados pelos acádicos, povo de língua semita (AUTH, 2007, p. 21), que
mudaram da capital de Ur, ao sul, para Acad, no centro da Mesopotâmia.
Este povo dominou grande parte da região, contudo, por pouco tempo, até
cederem novamente ao domínio dos sumérios. Estes, por sua vez, fundaram um novo
império, chamado sumério-acádico. Durante o período em que exerceram esse domínio,
surgiram as construções em forma de torres, que tinham no topo um templo dedicado
a uma divindade. Essas construções se chamavam zigurat. Talvez uma referência à
narrativa da torre de Babel (BÍBLIA, A.T. Gênesis 11:1-9). (AUTH, 2007, p. 21).
Glossário
Camitas: Camitas é a denominação dada aos povos do norte da África que,
de acordo com o Gênesis, seriam descendentes de Cam, segundo filho de
Noé.
César (2001, p. 108) acrescenta que, um tempo depois, sendo José uma espécie
de governador no Egito, e havendo fome na terra de Canaã, Jacó (chamado de Israel),
a convite de José, migrou para o Egito, com toda a família. O faraó, amigo de José, deu-
lhes a terra de Gósen, no delta do Nilo (BÍBLIA, A.T. Gênesis 45:9-10).
Curiosidade
O anjo perguntou seu nome e ele disse: Jacó. O anjo disse: “Não te chamarás mais Jacó,
mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste”
(GÊNESIS 32:28). E o abençoou ali. Jacó chamou aquele lugar Peniel e disse: “Tenho
visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (GÊNESIS 32:30).
Resumo
Nesta aula explicamos que, nos dias atuais, a Geografia não se limita a
descrever. Na verdade, procura ainda explicar os fatos estudados e as suas diversas
relações. Vimos qual é a importância da Geografia Bíblica; a cosmovisão do povo da
Bíblia; a geografia da Mesopotâmica e as jornadas de Abraão e de sua descendência. Na
próxima aula, você acompanhará novamente a trajetória percorrida pelo povo de Deus
do Egito à Colonização de Canaã. Até lá!
Atividade de aprendizagem
1. Faça uma linha do tempo indicando a jornada de Abraão, desde
que saiu de sua terra até sua morte.
Concluímos a aula anterior falando sobre os filhos de Israel habitando a terra de Gósen
no delta do Nilo, no Egito. A partir daqui, daremos continuidade ao estudo da Geografia
e Arqueologia bíblica. Para isso, vamos acompanhar novamente a trajetória percorrida
pelo povo de Deus.
2.1 O Egito
A narrativa que tem início a partir do livro do Êxodo ocupa quatro quintos
do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia), ou mais de um sexto de todo o
Antigo Testamento. Excluindo-se os anos de escravidão dos hebreus no Egito, referidos
nos capítulos iniciais do Êxodo, os fatos narrados no restante deste livro e em Levítico,
Números e Deuteronômio ocorreram num período de aproximadamente cinquenta
anos. (CÉSAR, 2001, p. 129).
Glossário
Pentateuco: a coleção dos cinco primeiros livros do Velho Testamento
(Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
Palha e refugo eram usados para unir barro ao serem fabricados os tijolos. A
narrativa em Êxodo 5, que mostra preocupação em manter a quota de tijolos,
se compara à dos papiros Anastasi de Mênfis, datados do século XIII a.C., onde é
feita referência a homens “fazendo sua quota diária de tijolos” (ÊXODO 5:8, 13,
14, 18-19).
Saiba mais
Se você tiver curiosidade e quiser saber um pouco mais sobre a XIX Dinastia, acesse o site:
<http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/dossie_egito_o_berco_dos_faraos.
html> e leia o artigo Dossiê Egito: O Berço dos Faraós. Precedida por uma dinastia que os
arqueólogos convencionaram denominar “Zero”, a história do Egito faraônico começa por
volta de 3150 a.C. com o rei Menés.
Glossário
Betume: mistura escura e viscosa, de hidrocarbonetos pesados com
outros compostos oxigenados, nitrogenados e sulfurados; usado como
impermeabilizante, na pavimentação de estradas, na fabricação de
borrachas, tintas etc.; asfalto, pez mineral.
2.2 Midiã
Saiba mais
Para saber mais sobre a história de Moisés, leia Êxodo versículo 1:
1 a 6.
Sabemos que nos tempos de Moisés já havia uma estrada que ligava o Egito
a Palestina e a Mesopotâmia. Esta era a rota comum dos peregrinos, mercadores e
dos exércitos. Passava pela terra dos filisteus um povo guerreiro que habitava na parte
sudoeste da Palestina. Por este caminho, Israel chegaria a Canaã em menos de um mês.
Contudo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, pois disse: “Para que
porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tornem ao Egito. Porém, Deus
fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho” (BÍBLIA, A.T. Êxodo
13: 17-18). Os egípcios usavam esta rota com frequência. No reinado de Seti I (1313-
1301 a.C.), ela era conhecida como o caminho de Horus, mas as Escrituras, como vemos
acima, a chamam caminho dos filisteus ou caminho do mar. (DOCKERY, 2001, p. 201).
Mesmo pelo caminho do deserto, através do Sinai, acampando demoradamente
em vários lugares, Israel poderia ter chegado a Canaã em alguns meses ou, no máximo,
em dois anos. Todavia, suas peregrinações do Egito a Canaã levaram quarenta anos
(CÉSAR, 2001, p. 147).
Grande parte dos estudiosos concordam que é impossível fixar com precisão os
muitos lugares onde os israelitas fizeram paradas no deserto da Arábia Pétrea, apesar
de todas as investigações feitas para informar com precisão seu roteiro. Isso se deve, em
parte, ao fato de a Bíblia, que não pretende ser um repertório histórico e, muito menos
geográfico e arqueológico e ao fato de que as mudanças que se operam numa região
rodeada de mar, em um período de três mil anos, são inumeráveis (MONEY, 2005, p.
113).
Glossário
Arábia Pétrea: Província Arábia ou simplesmente Arábia) era
uma província fronteiriça do Império Romano, incorporada no
início do Século II.
Você sabia?
uma milha oriental é o equivalente a 1.466 metros.
Glossário
Lodacento: que tem lodo. 2 enlameado, sujo.
A oeste do Lago Amargo, existe uma elevação conhecida como Jebel Abu
Hasan, dando para as águas rasas que ligam o Lago Amargo ao Golfo de Suez. Nesta
elevação, se encontram as ruínas de uma torre quadrada, na qual foram encontradas
inscrições de Seti I e Ramessés II. Uma torre assim foi descrita pelas letras egípcias mktl,
que se comparam com o Migdol hebraico. O sítio de Baal-Zefom não pode ser localizado
com exatidão, mas é conhecido por várias fontes como um templo para marinheiros,
localizado no braço de terra que circunda o Golfo de Serbonite (Sabkhat Bardwil),
segundo Thompson, 2007, p. 87.
Conforme Money (2005, p. 114) a travessia do Mar Vermelho se deu na parte
setentrional do estreito de Suez, onde a distância entre suas margens media mais ou
menos 1 km naquele tempo.
Vocabulário
Setentrional: 1 que habita do lado do Norte. 2 situado no Norte. s m+f
Pessoa que nasceu ou habita nas regiões do Norte.
Você sabia?
Passagem bíblica conhecida como A serpente de bronze (Números.
21), quando o povo hebreu caminhava no deserto reclamando a
Moisés do alimento que Deus lhes enviava. Como punição, Deus
mandou cobras venenosas para atacar o povo. Moisés então faz
uma serpente de bronze para abrandar a ira de Deus e salvar seu
povo.
Saiba mais
Láquis: era uma cidade tão importante que, ao voltar para Nínive, Senaqueribe
mandou colocar na parede do salão principal de seu imenso palácio um grande
painel em alto relevo comemorando essa conquista. Esse painel foi descoberto
por arqueólogos, em meados do Século XIX, ao desenterrarem o fantástico
palácio de Senaqueribe, que tinha nada menos que 80 grandes cômodos,
ocupando uma área de 200 metros de largura por 210 metros de comprimento!
Hoje, esse painel está exposto no Museu Britânico, em Londres.
Para saber mais sobre esta cidade, acesse o site: http://www.arqueologia.
criacionismo.com.br/2007/07/laquis-segunda-mais-importante.html>.
Logo após o término das campanhas realizadas na Palestina Ocidental, foi a vez
das tribos de Judá e Efraim, além da meia tribo de Manassés, receberem sua herança.
Porém as tribos restantes demoraram muito em obter suas possessões. É interessante
destacar que, num dado momento da conquista, Josué manda três homens de cada uma
das tribos restantes para fazerem um gráfico do país. Ao retornarem, fazem a repartição
na sorte (BÍBLIA, A.T. JOSUÉ 18-19). Money (2005, p. 128-150) oferece a seguinte lista
de territórios e cidades para cada uma das tribos:
1. Tribos da Palestina Oriental:
Resumo
Atividade de aprendizagem
1. O povo de Israel passou por várias cidades, entre elas Edon,
habitada pelos descentes de Esaú, Ismael e os filhos de Abraão com
Quetura. Pesquise na Bíblia por que o Rei de Edon recusou que
o povo de Israel passasse por suas terras, mesmo Moisés tendo
apenas pedido passagem, sem molestar o povo e sem mesmo usar
das águas.
O livro de Juízes não registra a atuação do último juiz de Israel e não sabemos
quando ele começou seu juizado. Todavia, a partir da narrativa da história de uma
mulher agoniada (BÍBLIA, A.T. 1 Samuel 1:7), Ana, ficamos sabendo do nascimento de
Samuel. Ele basicamente entra em cena a partir da morte de Eli. Sendo Samuel, ainda
jovem, entrou no serviço do templo, como sacerdote e juiz. Mesquita (1995) menciona
um período de transição, a mais notável história dos juízes.
Samuel, “chamado de Deus”, estava capacitado para o serviço que o
destino e a providência lhe haviam imposto. Mal acabara de entrar no
seu ofício, voltaram os filisteus à carga contra Israel, justamente quando
o povo celebrava um grande culto a Deus, uma espécie de consagração
de Samuel como líder do povo. (MESQUISTA, 1995, p. 175)
Contudo, com Samuel, o período dos juízes estava chegando ao fim. Nos dias
de seu juizado, houve um acordo geral entre as tribos. A necessidade de um rei se
tornara clara na mente do povo e eles começaram a clamar por um rei “como o têm
todas as nações” (BÍBLIA, A.T. 1 Samuel 8:5). A princípio, Samuel não pareceu disposto
a concordar com o pedido deles, pois compreendia que o motivo do povo era errado.
Eles queriam um rei a todo custo. O que precisavam, na verdade, era um governante
que reconhecesse que Deus era seu Soberano e que qualquer outro seria apenas o vice-
regente (THOMPSON, 2007, p. 116).
Do ponto de vista puramente humano, um rei seria reconhecido como
necessidade nacional, devido a tantas batalhas perdidas, por causa de chefes
improvisados por causa das rivalidades, cada vez mais acentuadas entre as tribos, ou
porque a presença de um rei daria forma ao Estado (MESQUITA, 1995, p. 175).
Durante o longo período de lutas, por mais de três séculos, o povo de Israel tinha
um impressionante exército, tendo à frente um rei. Foi assim que o povo apresentou um
pedido a Samuel, solicitando unanimemente um rei, no qual foi eleito Saul (BÍBLIA, A.T.
1 Samuel 8:19-20).
Money (2005, p. 154) salienta que os sucessos do reinado de Saul são tão
entretecidos com seus tratos com Samuel e Davi que convém esboçar seu reinado da
seguinte forma:
1. Eleição de Saul como rei;
2. Suas campanhas;
3. Saul persegue a Davi;
4. Morte de Saul.
Relacionados com a sua eleição, os capítulo 9 a 12 de 1 Samuel menciona os
seguintes lugares: Ramá, Mispa, Gibeá, Gilgal, Salisa, Saalim e Zufe.
No que tange às suas campanhas, podemos dividi-las em campanhas internas
e campanhas externas:
Glossário
Ignomínia: Afronta pública, desonra, opróbrio, vergonha.
Após a morte de Saul, Davi foi aclamado pelo povo e foi naturalmente escolhido
como rei pelas tribos do sul. A forma com que ele dispusera os despojos tomados dos
amalequitas indica que, mesmo antes da morte de Saul, ele contava com a lealdade dos
seus irmãos sulinos. Por isso, Davi foi feito rei em Hebrom (BÍBLIA, A.T. 2 Samuel 2:1-4),
que era, na ocasião, a principal cidade de Judá e do sul do país (MESQUITA, 1995, p.
189).
É unânime a opinião dos estudiosos de que uma das maiores realizações de
Davi foi o estabelecimento de Jerusalém como capital da nação. Entretanto, ela teve
de ser tomada dos jebuseus (BÍBLIA, A.T. 1 Samuel 5). Perceba que certamente havia
um propósito estratégico na escolha desse local, pois ficava fora das fronteiras de Judá
e, portanto, um membro da tribo de Judá não podia ser acusado de parcialidade na
escolha de um lugar para sua capital. Jerusalém ainda estava localizada estratégicamente
na região montanhosa central, bastante inacessível a um invasor inimigo. Com toda
probabilidade, também um lugar que possuía associações honrosas com Abraão
(THOMPSON, 2007, p. 120).
Mesquita (1995, p. 193) acrescenta que Jerusalém estava situada a meio
caminho entre o norte e o sul, isto é, servia aos interesses das tribos, quer nortistas, quer
sulistas. Conforme mencionado acima, a cidade localizava-se na região montanhosa. Na
verdade, ela estava bem na lombada da cordilheira ou platô que corre do norte para o
sul, cercada de vales. Situada a 2.200 pés acima do Mediterrâneo e 3.500 acima do Mar
Morto, cercada a leste, pelo vale de Josafá e pelo vale de Hinom a oeste e sul, unida ao
norte por uma estreita garganta, facilmente defendida, oferecia as melhores condições
a uma capital oriental.
Glossário
Um pé = 33 cm (2.200 x 33cm = 72.600 cm ou 726 M)
Era natural que a morte próxima de Davi agitasse a corte e que, diversos
pretendentes ao trono surgissem. Davi, tendo casado com diversas mulheres, tinha
também diversos herdeiros. Mesmo o pessoal de Davi estava dividido, ficando uma
parte com Adonias e outra com Salomão. Todavia, a mãe de Adonias e a de Salomão
concordaram com que o profeta Natã e o sacerdote Zadoque levassem a cabo seu
intento e fosse ungido Salomão.
Nenhum rei de Israel iniciou seu reinado com maiores vantagens do que
Salomão, pois o reino estava no apogeu de sua extensão territorial, prosperidade
material, moral e religiosa e prestígio militar. Salomão encontrou uma maravilhosa
herança que lhe foi deixada por Davi, seu pai. De fato, Davi havia conquistado grande
parte do território que Deus, no princípio, havia prometido a Abraão. Além disso, todas as
riquezas que Davi havia acumulado, junto com as reunidas por Salomão, lhe permitiram
manter uma corte de explendor e magnificência. Money (2005, p. 164) recorda que
Salomão reteve em seu gabinete os sábios e aguerridos chefes que ajudaram a Davi na
expansão e consolidação do império (BÍBLIA, A. T. 1 Reis 10:27).
No que diz respeito à moral e à religião, a transladação da Arca da Aliança para
Jerusalém e as reformas levadas a cabo por Davi avivaram grandemente o espírito e a
vida religiosa do povo. Tudo isso estava unido à paz e à tranquilidade que reinavam
em todo o país, num povo vinculado pelos laços de um verdadeiro afeto ao jovem rei,
Entretanto, o então rei do Norte logo percebeu que além da sede do governo,
algo mais devia ser mudado. As tradições, mesmo que não fossem multisseculares,
deviam exercer certa influência entre o norte e o sul e, mesmo Jerusalém, a cidade
sagrada, seria um motivo de atração para as turbulentas tribos do norte. Havia latente
o perigo de uma nova união. Jeroboão compreendeu isso e tratou logo de, sem maiores
dificuldades, estabelecer outros dois lugares de culto, um em Betel, no extremo sul,
e outro em Dã, no extremo norte. Mesquita (1995, p. 208) diz que nestes centros de
culto, Jeroboão mandou erigir altares e, como elemento de adoração, mandou construir
bezerros de ouro e mandou que o povo adorasse a Jeová mediante os mesmos bezerros.
Além disso, o rei do norte criou o seu próprio sacerdócio e cercou o novo estado de
todos os meios de segurança e continuidade.
Glossário
Multissecular: que tem muitos séculos; muitas vezes secular;
plurissecular, polissecular.
3.5 Assíria
O ano 722 a.C. marca o fim do Reino do Norte e o começo do cativeiro israelita.
Também, conforme comentado, foi o auge do Império Assírio, que a este tempo
dominava grande parte do antigo Império Heteu, estendendo os seus domínios para
o sul, ameaçando a existência de Jerusalém, que mais tarde sucumbiu ao poder da
Babilônia (MESQUITA, 1995, p. 230).
O rei Oséias foi preso fora da cidade e deportado antes da queda de Samaria,
capital do reino do Norte (BÍBLIA, A.T. 2 Reis 17: 4). A cidade foi sitiada por um período
de quase três anos, mas em agosto ou setembro do ano de 722 a.C. a cidade caiu.
Salmaneser, monarca assírio, morreu em dezembro de 722 a.C., ou seja, depois da
queda de Samaria. Sargão I, seu filho e sucessor, reivindicou a captura final da cidade
e seus monumentos. Ele estava sem dúvidas, presente e no comando dos exércitos, de
modo que teve sua participação na queda. A Crônica Babilônica refere-se à destruição
de Samaria (Sa-ma-ra-‘i-in) como o evento mais destacado do reinado de Salmaneser.
É interessante notar que, em Esdras 4:10, Samaria, geralmente soletrada em hebraico
Uma grande parte do povo de Israel foi deixada nas suas cidades e vilas,
mas o fim da política assíria era destruir a unidade racial dos povos
conquistados, e por isso os reis da Assíria trouxeram colonos de outras
partes da Babilônia, de Cuta, que é, provavelmente, a Catu dos assírios,
um pouco do nordeste da Babilônia, de Sipar, ao norte, enquanto outros
eram trazidos de Hamate, a capital do reino vencido dos mitânios.
(MESQUITA, 1995, p. 230)
Glossário
Ratificar: fazer a ratificação, a validação de (ato, declaração,
promessa, situação); confirmar, validar.
Um grupo de óstracos valiosos veio à luz no sul de Judá. No sítio de Arade, ao sul de
Judá, foram encontrados mais de 200 óstracos. Cerca de metade deles estava em
aramaico (ca. 400 a.C.), mas o resto em hebraico dos dias da monarquia. Alguns deles
parecem pertencer ao período que antecedeu à primeira campanha de Nabucodonosor
em 600 – 598 a.C.
Glossário
Óstraco ou óstracon (em grego: όστρακον, ostrakon, plural
όστρακα, ostraka) é um fragmento de cerâmica (ou pedra),
normalmente quebrado de um vaso.
3.7 Babilônia
Atividade de aprendizagem
Faça uma linha do tempo dos reis de Israel.
Com aula chegamos ao final de nosso estudo sobre a geografia e a arqueologia bíblicas.
Aqui trataremos do período que vai da restauração até o advento e a expansão do
cristianismo. Começaremos falando do Período Persa, a volta dos cativos judaicos e a
reconstrução do templo.
Curiosidade
O Cilindro de Ciro descreve a conquista da Babilônia pelo rei persa Ciro. Sem
necessidade de travar uma batalha, devolve os prisioneiros (inclusive os judeus)
aos seus próprios países e a restauração dos tesouros do templo ao qual
pertenciam. O cilindro de barro cozido da Babilônia, com 23 cm, apresenta
escrita cuneiforme e é datado de 536 a.C (Museu Britânico). (THOMPSON, 2007,
p. 235).
A data que Esdras atuou não está claramente especificada na Bíblia, que diz
simplesmente que isso ocorreu no sétimo ano do rei Artaxerxes (BÍBLIA, A.T. Esdras 7:
7-8). Assim, surge imediatamente a questão quanto a ser ele o primeiro ou o segundo rei
com este nome. Se foi o primeiro, a data seria 458 a.C., mas se foi o segundo, seria 397
a.C. A Bíblia dá a impressão de que Esdras precedeu Neemias. Uma possível indicação
disso vem de um importante documento egípcio que fala a respeito de uma pesquisa
da condição religiosa dos judeus, perto do final do século V a.C. (THOMPSON, 2007, p.
254).
Com tão pouca terra disponível para a lavoura (80% é montanhosa), o mar
trouxe a solução, pois foi fonte de alimento e rota de comércio e imigração pois havia
muito que a Grécia não conseguia sustentar sua população com seu solo. Com exceção
das maiores elevações, o clima é ameno. As regiões no lado oeste do Pindo recebem
bem mais a chuva do que no leste. Dockery (2001, p. 115) acredita que esses aspectos
topográficos parecem ter prejudicado a unificação política da Grécia no passado. A
região ocupada por Atenas, nessa época, era denominada Ática. A tudo o que já foi dito,
Andrade acrescenta que:
Toda recortada pelo mar, a Grécia era cercada por muitas ilhas e ilhotas. A
natureza prodigalizara a Hélade com numerosas montanhas e abruptos
declives. Negara-lhe, porém, rios caudalosos e planícies extensas. Por
causa de sua paupérrima hidrografia, os gregos só cultivavam sementes
que resistiam aos longos estios e às altas temperaturas. (ANDRADE,
2006, p. 67)
4.6 Macabeus
Antípater, o filho mais velho que Herodes teve com Doris, foi executado, em
4 a.C., porém, antes de morrer, escreveu um testamento em favor de seus outros
filhos: Arquelau e Herodes Antipas, filhosde Maltace, e Filipe II, nascido de Cleópatra.
Herodes morreu na residência de Jericó, em fins de março ou começo de abril do ano
4 a.C. No fim deste mesmo ano Augusto confirmou o testamento de Herodes, mas não
deu a Arquelau o título de rei. Ele tornou-se etnarca, ou seja, governador da Judéia,
da Iduméia e da Samaria, de 4 a.C. a 6 d.C. Seu irmão Herodes Antipas foi nomeado
tetrarca – governador de uma quarte parte da província – da Galiléia e da Peréia, a leste
do Jordão (4 a.C. - 39 d.C.). Filipe II, por sua vez, foi tetrarca da Gaulanítide, Batanéia,
Traconítide e Auranítide, bem como do distrito de Panéias (Ituréia), de 4 a.C. a 34 d.C.
4.8.1 Judeia
4.8.2 Samaria
4.8.4 Pereia
4.8.5 Decápolis
A Galileia foi o lugar onde Jesus exerceu seu ministério público depois do
primeiro ano. Ele concentrou sua esfera de atividade nesta região por um período de
18 meses, onde trabalhou entre os simples galileus. O Messias visitava os povoados
que rodeavam o Mar da Galileia, que tinha a forma semelhante a uma pera, chamado
antigamente de Quinerete ou Quinerote, e posteriormente o Lago de Genesaré, Galileia
ou Tiberiades. Essa expansão de águas mede uns 21 km de comprimento por uns 13 de
largura em sua maior extremidade para o norte. Está encerrada por colinas escarpadas,
salvo no lado norte e noroeste e no ponto onde o Jordão sai do lago pelo sul.
Durante seu ministério, Jesus teve uma vida bem intensa: percorreu muitos
caminhos a fim de anunciar o Evangelho do Reino. Podemos mencionar:
Filipe era um dos sete gregos eleitos para a distribuição de socorros a viúvas.
Ele esteve em:
1.Samaria: onde teve um notável êxito entre os samaritanos;
1. Lida: onde curou o paralítico, situada num formoso terreno a umas poucas
milhas a sudeste de Jope;
2. Jope: onde ressuscitou Dorcas;
3. Desareia: pregando na casa de Cornélio, centurião romano.
3. Viagem à Europa via Ásia Menor (BÍBLIA, N. T. Atos 15: 36-18: 22);
a. Antioquia, Síria, Cilícia, Derbe e Listra;
b. Frígia: um giro pela região evangelizada em sua viagem anterior;
c. Galácia: Ásia Proconsular;
d. Trôade: cidade marítima da Mísia, na costa do mar Egeu, a curta distância da
antiga Tróia.
Atividade de aprendizagem
Pesquise quais os reis permitiram ao povo de Israel adorar Jeová
e os que não permitiram. Faça uma lista das atitudes de cada um
deles.
Currículo do professor-autor