Você está na página 1de 16

medicina | PROCESSO SELETIVO 2022

002. prova II

  Confira seus dados impressos neste caderno.


  Assine com caneta de tinta preta a Folha de Respostas apenas no local indicado.
  Esta prova contém 40 questões objetivas e uma proposta de redação.
 Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta
imperfeições. Caso haja algum problema, informe ao fiscal da sala para a devida
substituição.
  Para cada questão, o candidato deverá assinalar apenas uma alternativa na Folha de
Respostas, utilizando caneta de tinta preta.
  As provas terão duração total de 5h e o candidato somente poderá sair do prédio depois
de transcorrida 1h, contada a partir do início da prova.
  Os últimos três candidatos deverão se retirar juntos da sala.
  Ao final da prova, antes de sair da sala, entregue ao fiscal a Folha de Respostas, a Folha
de Redação e os Cadernos de Questões.

Nome do candidato

RG Inscrição Prédio Sala Carteira

Confidencial até o momento da aplicação.


Leia o trecho da narrativa A confissão de Lúcio, de Mário de  01
Sá-Carneiro, para responder às questões de 01 a 05.
Ao refletir sobre os anos de prisão e, depois, sobre a conquista
Nunca tive que me queixar dos guardas, como alguns da liberdade, o narrador mostra-se
dos meus companheiros que, em voz baixa, me contavam os (A) aliviado.
maus-tratos de que eram vítimas.
E o certo é que, às vezes, se ouviam de súbito, ao longe, (B) conformado.
uns gritos estranhos — ora roucos, ora estridentes. E um dia (C) esperançoso.
um prisioneiro mulato — decerto um mistificador — disse-me
que o tinham vergastado sem dó nem piedade com umas (D) revoltado.
vergastas horríveis — frias como água gelada, acrescentara
(E) ressentido.
na sua língua de trapos…
Aliás, eu com raros dos outros prisioneiros me misturav­a.
Eram — via-se bem — criaturas pouco recomendáveis, sem  02
ilustração nem cultura, vindas por certo dos bas-fonds1 do
vício e do crime. A respeito da relação com outros detentos, afirma-se que
Apenas me aprazia durante as horas de passeio na gran- o narrador
de cerca, falando com um rapaz louro, muito distinto, alto e (A) aproxima-se apenas de alguns, os “companheiros”,
elançado. Confessou-me que expiava igualmente um crime apesar de pertencerem a estratos sociais inferiores.
de assassínio. Matara a sua amante: uma cantora francesa,
célebre, que trouxera para Lisboa. (B) esquiva-se indistintamente de todos, ainda que manifeste
Escutando-o, o novelista acordava dentro de mim. compaixão pelos que sofrem violência.
Enfim, mas não quero insistir mais sobre a minha vida no (C) identifica-se com poucos, sobretudo aqueles que, feito
cárcere, que nada tem de interessante para os outros, nem ele, provêm de estratos sociais inferiores.
mesmo para mim.
Os anos voaram. (D) afasta-se dos envolvidos em delitos graves, visto que
… Até que um dia chegou o termo da minha pena e as poderiam levá-lo de novo ao vício e ao crime.
portas do cárcere se me abriram… (E) evita a maioria, mas aproxima-se de alguém que, embora
Morto, sem olhar um instante em redor de mim, logo me seja homicida, parece-lhe extraordinário.
afastei para esta vivenda rural, isolada e perdida, donde nunca
mais arredarei pé.
Acho-me tranquilo — sem desejos, sem esperanças. Não  03
me preocupa o futuro. O meu passado, ao revê-lo, surge-me
Uma característica de A confissão de Lúcio marcante tanto
como o passado de um outro. Permaneci, mas já não me
no Modernismo Português quanto, particularmente, na obra
sou. E até à morte real, só me resta contemplar as horas
de Mário de Sá-Carneiro é
a esgueirar-se em minha face… A morte real — apenas um
sono mais denso… (A) a idealização do amor, sentimento que é, simulta­
Antes, não quis porém deixar de escrever sinceramente, neamente, puro e irrealizável, como em “Matara a sua
com a maior simplicidade, a minha estranha aventura. Ela amante: uma cantora francesa, célebre, que trouxera
prova como fatos que se nos afiguram bem claros são muitas para Lisboa.” (4o parágrafo)
vezes os mais emaranhados; ela prova como um inocente,
(B) a religiosidade, que faz o narrador celebrar a eterni-
muita vez, se não pode justificar, porque a sua justificação é
dade do espírito, como em “E até à morte real, só me
inverossímil — embora verdadeira.
resta contemplar as horas a esgueirar-se em minha
Assim eu, para que lograsse ser acreditado, tive primeiro
face.” (10o parágrafo)
que expiar, em silêncio, durante dez anos, um crime que não
cometi… (C) a reflexão sobre a crise de identidade do sujeito, cujos
A vida… limites não são nítidos, como em “O meu passado, ao
(Mário de Sá-Carneiro. A confissão de Lúcio, 1991. Adaptado.)
revê-lo, surge-me como o passado de um outro. Perma-
neci, mas já não me sou.” (10o parágrafo)
1 
bas-fonds: Camada degradada da sociedade; ralé.
(D) a busca do passado tranquilo, em que ficou a glória
perdida do Império, como em “Morto, sem olhar um
instante em redor de mim, logo me afastei para esta
vivenda rural, isolada e perdida, donde nunca mais
a­rredarei pé.” (9o parágrafo)

(E) o retrato do cotidiano da burguesia pela linguagem pouco


usual, como em “Apenas me aprazia durante as horas de
passeio na grande cerca, falando com um rapaz louro,
muito distinto, alto e elançado.” (4o parágrafo)

unis2102 | 002-Prova-II 2 Confidencial até o momento da aplicação.


 04  06

No trecho “E o certo é que, às vezes, se ouviam de súbito, ao No poema, o eu lírico expressa desejo
longe, uns gritos estranhos — ora roucos, ora estridentes.”
(2o parágrafo), a conjunção sublinhada expressa o sentido de (A) carnal por uma figura rebaixada.

(A) oposição. (B) casto por uma figura idealizada.


(B) conclusão.
(C) carnal por uma figura inocente.
(C) adição.
(D) casto por uma figura indigna.
(D) alternância.

(E) explicação. (E) carnal por uma figura majestosa.

 05
 07
Em “Morto, sem olhar um instante em redor de mim, logo
me afastei para esta vivenda rural, isolada e perdida, donde Uma característica do poema que exemplifica as diferenças
nunca mais arredarei pé.” (9o parágrafo), o termo sublinhado entre o simbolismo e o parnasianismo é
pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por
(A) o apreço ao cientificismo.
(A) de pronto.

(B) justamente. (B) a renúncia à objetividade.

(C) daqui a pouco. (C) a rejeição à pessoalidade.


(D) apenas.
(D) a clareza das descrições.
(E) portanto.
(E) a preferência pelo pessimismo.

Leia o poema, do simbolista João da Cruz e Sousa, para res-


ponder às questões de 06 a 08.
 08
Afra1
O verso “Votada cedo ao lânguido abandono,” (3a estrofe)
Ressurges dos mistérios da luxúria, tem a musicalidade garantida por figuras de linguagem valo-
rizadas pelos simbolistas. Trata-se de
Afra, tentada pelos verdes pomos2,
Entre os silfos3 magnéticos e os gnomos (A) metáfora e catacrese.
Maravilhosos da paixão purpúrea.
(B) onomatopeia e paronomásia.
Carne explosiva em pólvoras e fúria
De desejos pagãos, por entre assomos4 (C) sinestesia e onomatopeia.
Da virgindade — casquinantes5 momos6
Rindo da carne já votada à incúria7. (D) metonímia e sinestesia.

Votada cedo ao lânguido abandono, (E) assonância e aliteração.


Aos mórbidos delíquios8 como ao sono,
Do gozo haurindo9 os venenosos sucos.

Sonho-te a deusa das lascivas pompas10,


A proclamar, impávida, por trompas,
Amores mais estéreis que os eunucos11.
(Cruz e Sousa. Antologia poética, 2012.)
 1
 afros: antigo povo africano que inspirou o nome do continente.
 2
 pomo: porção comestível de frutos; seios de mulher.
 3
 silfo: gênio ou espírito do ar.
 4
 assomo: efeito de assomar (subir ao alto); indício; ímpeto; vontade forte.
 5
 casquinar: disparar risadas.
 6
 momo: ator de humor; zombaria.
 7
 incúria: desleixo.
 8
 delíquio: perda de sentidos, desmaio.
 9
 haurir: colher; consumir; sorver.
10
 pompa: [religião] vaidades, falsos prazeres do mundo.
11
 eunuco: homem castrado.
Confidencial até o momento da aplicação. 3 unis2102 | 002-Prova-II
Analise o cartum de Quino para responder às questões  11
09 e 10.
Os números 5 e 7 são termos de uma progressão aritmética (PA)
crescente e sabe-se que entre esses dois termos há exatamente
dois termos. O trigésimo termo após o termo 7 é o número

(A) 23.

(B) 21.

(C) 29.

(D) 27.

 09 (E) 25.

No cartum, a presença de intertextualidade se justifica


porque há
 12
(A) citação direta de uma expressão conhecida, citada pela A equação x3 – 27x2 + 242x – 720 = 0 possui, como raízes,
m­enina com a intenção descritiva de relatar à mãe a situação três números inteiros consecutivos. A menor dessas raízes é
das galinhas.
(A) 8.
(B) paráfrase de uma expressão conhecida, citada pela meni-
na com a intenção persuasiva de fazer a mãe reconhecer (B) –3.
a aflição dos animais.
(C) 0.
(C) alusão a uma expressão conhecida, citada pela menina
com a intenção argumentativa de convencer a mãe quanto (D) –9.
ao caráter indesejável da situação.
(E) 10.
(D) referência indireta a uma expressão conhecida, citada
pela menina com a intenção de confortar a mãe diante da
situação das galinhas.
 13
(E) recuperação indireta de uma expressão conhecida, citada André e Breno são irmãos e cada um tem 8 amigos. Carlos é o
pela menina com a intenção narrativa de expor à mãe a único amigo que André e Breno possuem em comum. Cada um
situação das galinhas. desses dois irmãos vai escolher um amigo para um passeio no
parque, de maneira que o passeio tenha 4 pessoas. O número
de maneiras diferentes de esses irmãos escolherem os amigos é

 10 (A) 56.

Em “Que mal fizeram as galinhas?”, o termo sublinhado é da (B) 63.


mesma classe de palavras daquele sublinhado em:
(C) 42.
(A) estão tingidas.
(D) 48.
(B) nenhum!
(E) 49.
(C) as galinhas são culpadas.

(D) estão tingidas.

(E) as galinhas são culpadas.

unis2102 | 002-Prova-II 4 Confidencial até o momento da aplicação.


 14  16

Em uma papelaria os pedidos de 2 clientes foram registrados Dada a função quadrática f(x) = ax2 + 3x + c, em que a e
tais como constam na tabela. c são constantes reais, sabe-se que a < 0 e que 4ac = 9.
Um esboço do gráfico da função f está corretamente repre-
Número de Número de sentado por:
Valor total
lápis canetas
Cliente 1 5 3 R$ 47,00
(A)
Cliente 2 4 2 R$ 36,00
Se o preço de cada lápis é o mesmo e o preço de cada caneta
é o mesmo, o valor total na compra de 9 lápis e 9 canetas é

(A) R$ 90,00.

(B) R$ 108,00.
(B)
(C) R$ 126,00.

(D) R$ 99,00.

(E) R$ 81,00.

 15 (C)

No plano cartesiano ortogonal, o centro da circunferência


(x – 5)2 + (y – 2)2 = 36 é o ponto A.

(D)

Sendo B um ponto de ordenada – 4 sobre a circunferência


e C um ponto sobre o eixo x, cuja abscissa é 8, a área do
triângulo ABC é
(E)
(A) 15.

(B) 12.

(C) 9.

(D) 18.

(E) 21.

Confidencial até o momento da aplicação. 5 unis2102 | 002-Prova-II


 17  18

Em um triângulo isósceles o lado AB é congruente ao lado AC, Um pentágono ABCDE foi desenhado sobre uma malha
conforme mostra a figura. quadriculada, cujas quadrículas têm 1 cm de lado, conforme
mostra a figura.

A área desse pentágono é

(A) 36 cm2.

(B) 24 cm2.
Dado que sen 2x = 2sen x ⋅ cos x, sen β = e considerando
(C) 32 cm2.
o ângulo α = BÂC, o valor de sen α é
(D) 28 cm2.
(A)
(E) 40 cm2.

(B)

 19
(C)
Em uma empresa 80% dos funcionários utilizam transporte
público, sendo que 30% deles utilizam metrô e os demais
(D) ônibus. Se 60 funcionários não utilizam transporte público, o
número dos que utilizam ônibus é

(E) (A) 168.

(B) 160.

(C) 154.

(D) 149.

(E) 175.

unis2102 | 002-Prova-II 6 Confidencial até o momento da aplicação.


 20  21

As alturas, em cm, de uma turma de 20 alunos estão repre- Lançado em 7 de dezembro de 2014 da base chinesa de
sentadas no histograma a seguir. Taiwan, o satélite CBERS-4 foi desenvolvido a partir de uma
parceria entre o Brasil e a China. O CBERS-4 continua em
operação e fornece diariamente imagens de sensoriamento
remoto do território brasileiro e de outras áreas do globo. O
CBERS-4 é um satélite de classe mundial, com uma mul-
tiplicidade de sensores que lhe permite produzir imagens
capazes de atender a diversas aplicações, como monitorar
desmatamentos, queimadas, o nível de reservatórios, de-
sastres naturais, a expansão agrícola e o desenvolvimento
das cidades.
(“Satélite sino-brasileiro CBERS-4 completa seis anos em órbita”.
www.inpe.gov.br, 08.12.2020. Adaptado.)

Partindo do excerto analisado e de outros conhecimentos sobre


as parcerias entre o Brasil e a China, é possível afirmar que
Essas alturas também foram registradas em uma tabela, está ocorrendo uma cooperação do tipo
porém 4 das alturas não foram registradas.
(A) informacional, estimulada pelas redes geográficas que
130 135 121 126 aproximam os territórios com diferentes níveis de desen-
135 140 123 133 volvimento.

133 127 134 138 (B) comercial, potencializada pela aproximação dos blocos
123 135 140 126 econômicos de que os dois países são integrantes: o
MERCOSUL e a ASEAN.
A alternativa que contém quatro alturas em centímetros que
(C) científica, definida pela globalização político-cultural que
permitem, juntamente com as alturas da tabela, a construção
diferencia os países de acordo com a forma como condu-
do histograma dado é
zem suas pesquisas.
(A) 123, 129, 130, 131.
(D) multilateral, marcada pela divisão internacional do tra-
(B) 120, 135, 139, 139. balho, que leva os dois países a se especializarem na
dependência externa.
(C) 129, 130, 133, 138.
(E) tecnológica, fomentada pelo interesse dos dois países
(D) 122, 127, 129, 137. em ingressarem em um mercado dominado pelos países
desenvolvidos.
(E) 126, 126, 137, 137.

Confidencial até o momento da aplicação. 7 unis2102 | 002-Prova-II


 22  23

Omolú mandou a bexiga negra para a cidade. Mas lá em


cima os homens ricos se vacinaram e Omolú era uma deusa
das florestas da África, não sabia destas coisas de vacina.
E a varíola desceu para a cidade dos pobres e botou gente
doente, botou negro cheio de chaga em cima da cama. Então
vinham os homens da saúde pública, metiam os doentes num
saco. As mulheres ficavam chorando porque sabiam que eles
nunca mais voltariam.
(Jorge Amado. Capitães da Areia, 1937. Adaptado.)

O excerto apresenta as contradições durante a epidemia


da v­aríola, que atingiu a população residente na cidade de
Salvador, BA. Do ponto de vista geográfico, em relação ao
processo de produção do espaço urbano de Salvador, pode-
-se afirmar que o trecho retrata o processo de
(g1.globo.com, 31.05.2021. Adaptado.)
(A) conurbação, que possibilita o adensamento urbano entre
os bairros com diferentes infraestruturas instaladas na A imagem corresponde a uma reportagem sobre a chuva de
cidade. granizo que atingiu a cidade de Jundiaí-SP. Esse tipo de pre-
cipitação é resultado da formação de um sistema de nuvens
(B) periferização urbana, que ocorre por meio da especula- caracterizado por
ção imobiliária nos bairros onde reside a população mais
carente. (A) grandes extensões horizontais, com presença interna de
correntes de ar descendentes, denominadas de altostratus.
(C) macrocefalia urbana, que integra diferentes condições
de moradia com acesso limitado aos serviços básicos na (B) pequenas extensões verticais, com presença interna de
cidade. correntes de ar descendentes, denominadas de altostratus.

(D) segregação socioespacial, que resulta da fragmentação (C) grandes extensões verticais, com presença interna de
de diferentes grupos sociais em diferentes espaços na correntes de ar ascendentes e descendentes, denomina-
cidade. das de cumulonimbus.

(E) metropolização, que associa o espraiamento do tecido (D) grandes extensões verticais, com presença interna de
urbano entre os diferentes centros econômicos e sociais correntes de ar ascendentes, denominadas de altostratus.
das cidades.
(E) pequenas extensões horizontais, com presença interna
de correntes de ar ascendentes e descendentes, deno-
minadas de altostratus.

unis2102 | 002-Prova-II 8 Confidencial até o momento da aplicação.


 24  25

Analise o gráfico. Examine a figura.

Fontes de energia utilizadas pelos países dos BRICS,


em 2019 (Em %)

(https://medium.com, 29.03.2017. Adaptado.)

A figura, que representa o mapa-múndi, traz como informação

(A) as zonas térmicas da Terra.

(B) o sistema de fusos horários.

(C) os biomas e os ecossistemas terrestres.

(www.iea.org, 2020. Adaptado.) (D) os espaços anecúmenos e ecúmenos.

A partir da análise do gráfico e de demais conhecimentos (E) as áreas com movimentações tectônicas.
sobre as fontes de energia, pode-se afirmar que as letras X
e Y correspondem a energias, respectivamente,

(A) renováveis e não renováveis, sendo que, no Brasil, a prin-  26


cipal fonte de energia renovável provém das hidrelétricas.
Os esforços de união entre Ocidente e Oriente não resis-
(B) renováveis e não renováveis, sendo que, na Índia, a tirão a uma evolução que passará a ser divergente. O cisma
principal fonte de energia não renovável decorre do gás está inscrito nas realidades do século IV. Bizâncio continua-
natural. rá Roma e, sob a aparência de prosperidade e de prestígio,
prosseguirá a agonia romana atrás de suas muralhas, até
(C) não renováveis e renováveis, sendo que, na África do 1453. O Ocidente, empobrecido, barbarizado, deverá refazer
Sul, a principal fonte de energia não renovável provém as etapas de um desenvolvimento que lhe abrirá, no final da
da biomassa. Idade Média, os caminhos do mundo inteiro.
(Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval, 2016. Adaptado.)
(D) não renováveis e renováveis, sendo que, na China, a
Na Alta Idade Média, a evolução divergente, mencionada no
principal fonte de energia renovável é a solar.
excerto, pode ser exemplificada
(E) renováveis e não renováveis, sendo que, na Rússia, a
(A) pela política expansionista no Ocidente para resgatar a
principal fonte de energia não renovável é de origem
glória do antigo Império Romano e pela conquista do
nuclear.
Império Bizantino pelos germânicos.

(B) pela transformação de Roma em importante eixo comer-


cial entre o Ocidente e o Oriente e pela manutenção da
autoridade papal sobre a Igreja bizantina.

(C) pela restauração da autoridade imperial no Ocidente e


pelo êxodo urbano ocorrido no Império Bizantino.

(D) pela consolidação do poder dos senadores na cidade


de Roma e pelo estabelecimento de um triunvirato em
Bizâncio.

(E) pela adoção de relações de produção feudais na Europa


ocidental e pela preservação do direito romano no Império
Bizantino.

Confidencial até o momento da aplicação. 9 unis2102 | 002-Prova-II


 27  29

No século XIX, a independência da América luso-espanhola Pode-se dizer que a República conseguiu quase literal-
mente eliminar o eleitor e, portanto, o direito de participação
(A) garantiu os interesses econômicos da elite colonial nos política através do voto. Uma comparação com Nova Iorque
territórios emancipados. deixa claro o contraste. Lá, em 1888, 88% da população adul-
ta masculina votou para presidente. O número equivalente
(B) favoreceu a formação de uma confederação de repúbli- para o Rio de Janeiro em 1896 foi 7,5%.
cas presidencialistas. (José Murilo de Carvalho. Os bestializados: o Rio de Janeiro e
a República que não foi, 1987. Adaptado.)
(C) consolidou a política brasileira de não-intervenção na
região do rio da Prata. Dentre as razões que explicam a pequena participação elei-
toral da população brasileira na Primeira República, pode
(D) forjou a doutrina latino-americana denominada “A ser citada
América para os americanos”.
(A) a divisão dos cidadãos em votantes e eleitores dentro
(E) resultou na fragmentação política dos antigos territórios de um sistema eleitoral indireto.
coloniais.
(B) a implementação do voto censitário pela Constituição
de 1891.

(C) a restrição do voto a homens maiores de 25 anos, cató-


 28 licos e grandes proprietários de terra.
Nas últimas décadas do século XIX, passou a haver uma
necessidade urgente de tornar a atividade europeia na África (D) a impossibilidade dos analfabetos se alistarem como
mais respeitável e organizada. Com o advento do domínio eleitores.
colonial formal, tornou-se imprescindível a transformação dos
(E) a adoção do voto obrigatório sem a aplicação de multas
brancos em membros de uma classe dominante convincente,
aos faltantes no pleito eleitoral.
com direito de defender sua soberania não só pela força das
armas e do capital.
(Terence Ranger. “A invenção da tradição na África colonial”.
In: Eric Hobsbawm e Terence Ranger (orgs.).
A invenção das tradições, 2018. Adaptado.)  30
As justificativas do domínio colonial, citado no excerto, Chamamos de transição democrática o período que se
fundamentavam-se inicia com a revogação das leis de exceção, os Atos Institu-
cionais, em 1979, e termina com a aprovação de uma nova
(A) na partilha consensual dos territórios conquistados e na Constituição em 1988. De transição, porque nele se fez um
valorização das tradições dos povos nativos. complicado e acidentado percurso que levou de um estado
de direito autoritário, ainda marcado pelas legislações edita-
(B) nas práticas metalistas dos reinos europeus e na cate- das pela ditadura, conhecidas como “entulho autoritário”, a
quese dos nativos pelos jesuítas. um estado de direito democrático, definido por uma Consti-
tuição aprovada por representantes eleitos pela sociedade.
(C) nas teorias de superioridade racial inspiradas na ciência
(Daniel Aarão Reis. Ditadura e democracia no Brasil, 2014.)
genética e na missão civilizatória dos europeus.
A respeito do período da história brasileira retratado no excerto,
(D) na expansão de regimes democráticos nas terras con- afirma-se que
quistadas e na fusão da cultura ocidental com as culturas
orientais. (A) a Lei de Anistia atendeu plenamente às demandas das
famílias de vítimas da ditadura.
(E) no direito divino dos reis sobre territórios fora da Europa
e nas premissas do capitalismo comercial. (B) a eleição direta para presidente da República foi adotada
após a aprovação da Emenda Dante de Oliveira em 1984.

(C) a liberdade de organização partidária foi amplamente


garantida pela Constituição de 1988.

(D) a Constituição de 1988 limitou os mecanismos de proteção


ambiental à região amazônica.

(E) a Lei de Sindicalização estabeleceu um único sindicato


por categoria profissional nos municípios.

unis2102 | 002-Prova-II 10 Confidencial até o momento da aplicação.


Leia o texto para responder às questões de 31 a 35.  32

The term “could”, used twice in the first paragraph, carries in


the context the idea of

(A) past probability.

(B) possibility.

(C) capacity.

(D) obligation.

(E) strong necessity.

 33
It could be a quick email to a colleague you dislike.
Perhaps it’s some boring paperwork; a small change to a In the excerpt from the second paragraph “You waste time
spreadsheet or an invoice that has to be filed. It could even thinking about how annoying it is; unsurprisingly, that does not
be a short phone call to your boss – something that will only make it go away.”, the underlined term refers to
take a minute and yet, somehow, for some reason, you keep
(A) the task you have not completed.
on putting it off.
If it only takes five minutes, you end up asking yourself, (B) your irritation or discontent.
then why on earth haven’t you done it? You waste time
thinking about how annoying it is; unsurprisingly, that does (C) some disturbing thought.
not make it go away. Instead, the task lingers, ballooning from (D) the time you have wasted.
a tiny checklist item into an ongoing irritant completely out of
proportion with the resources needed to actually polish it off. (E) the checklist you have fulfilled.
Tiny tasks have a way of taking up an abnormally large
amount of space in our minds. Yet, there are simple ways we
 34
can bring them back down to size, something that begins with
understanding how exactly we allow them to loom so large. No contexto do terceiro parágrafo, o trecho “Tiny tasks have
Then, by reframing our approach to the tasks, switching our a way of taking up an abnormally large amount of space in
emotional response and practicing some self-compassion we our minds. Yet, there are simple ways we can bring them back
can work towards conquering the small to-do list items that down to size” significa que
trip us up.
So, how do we motivate ourselves to tackle a task we’re (A) tarefas originalmente muito exigentes podem ser simpli-
dreading? Timothy Pychyl, a psychology professor at Carleton ficadas.
University in Ottawa, says motivation often follows action. (B) o nível de dificuldade de tarefas é proporcional à disponi-
If you just do something right away, without first stopping to bilidade para realizá-las.
think about why you don’t want to do it, you may be better off
in the long run. “Next time you feel that your whole body is (C) tarefas extensas não são necessariamente inviáveis.
screaming, ‘I don’t want to, I don’t feel like it’, ask yourself:
(D) uma única tarefa mais complexa pode ser desdobrada
what’s the next action I need to take on this task if I was going
em várias subtarefas menores.
to do it,” he explains. “What happens then is that you’re moving
your attention off your emotions and on to your action.” (E) a excessiva preocupação com tarefas menores não reali-
(Mark Johanson. www.bbc.com, 14.03.2021. Adaptado.) zadas pode ser redimensionada.

 35
 31
A resposta oferecida à pergunta que introduz o último pará-
The text is mainly about grafo pode ser assim resumida:

(A) É difícil sentirmo-nos motivados para uma tarefa que no


(A) catching up on late work.
íntimo rejeitamos.
(B) performing unpleasant minor tasks. (B) É essencial buscar a motivação, a qual é a origem para
qualquer tomada de ação.
(C) feeling unfit for hurried tasks.
(C) A melhor alternativa é buscar cumprir a tarefa imediata-
(D) wasting time with worthless work. mente.

(D) É importante dar atenção às próprias emoções antes de


(E) postponing small jobs.
partir para a ação.

(E) Deve-se executar a tarefa indesejada logo após vencer


outras mais agradáveis.

Confidencial até o momento da aplicação. 11 unis2102 | 002-Prova-II


 36  38

O virabrequim do motor de um carro é a peça fundamen- Três líquidos imiscíveis, X, Y e Z, estão em equilíbrio no inte-
tal para converter o movimento dos pistões em movimento rior de um recipiente tubular conforme representado na figura.

ircular. Em alguns veículos, quando o virabrequim atinge
2 400 rotações por minuto, torna-se adequada a realização
da troca de marchas, momento em que o virabrequim realiza
uma volta completa em torno de seu eixo no tempo de

(A) 0,100 s.

(B) 0,050 s.

(C) 0,025 s.

(D) 0,075 s. Observando a disposição das colunas de líquido nesse reci-


piente tubular, a relação correta entre as densidades desses
(E) 0,040 s. líquidos é

(A) dY > dZ > dX

(B) dX > dZ > dY


 37

Utilizando arames, uma pessoa construiu um trilho com várias (C) dX > dY > dZ
curvas e rampas em um circuito a ser percorrido por uma bolinha
de gude. Na figura está destacado um trecho do circuito onde a (D) dZ > dY > dX
bolinha, vindo de um trecho horizontal inferior, deve ser capaz
de subir pela rampa até atingir o trecho horizontal superior. (E) dY > dX > dZ

 39

Com o uso de uma lente biconvexa de vergência igual a 2 di


é obtida a imagem nítida de um objeto, projetada sobre um
anteparo colocado do outro lado da lente a uma distância de
1 m dela. A lente é então trocada por outra biconvexa de ver-
A diferença de altura entre o trecho superior e o inferior é gência igual a 3 di, sendo mantidas as posições, tanto da lente
de 0,1 m e a aceleração da gravidade local é de 10 m/s2. quanto do objeto. Para se obter uma imagem nítida, o ante-
A­dmitindo que todo o sistema é conservativo, para que o paro deve ser posicionado, em relação à lente, a uma nova
valor absoluto da velocidade da bolinha no trecho superior distância de
seja de 1 m/s, o valor absoluto da velocidade no trecho infe-
rior, ao chegar na base da rampa, deve ser (A) 0,5 m.

(A) (B) 0,8 m.

(B) (C) 1,0 m.

(D) 0,4 m.
(C)
(E) 0,2 m.
(D)

(E)

unis2102 | 002-Prova-II 12 Confidencial até o momento da aplicação.


 40

Em uma lâmpada LED de 9 W encontram-se 10 LEDs de


tensão de funcionamento igual a 9 V cada um, todos ligados
em série em um mesmo circuito. Suponha que um dos LEDs
tenha queimado e que, não havendo outro para substituir, um
jovem decidiu trocá-lo por um resistor. Ignorando perdas de
energia pelo circuito eletrônico que se encontra na lâmpada,
o valor do resistor que deve ser soldado nos terminais em
que estava soldado o LED danificado, para que a lâmpada
funcione com a mesma corrente elétrica de antes, é de

(A) 18 Ω.

(B) 100 Ω.

(C) 90 Ω.

(D) 80 Ω.

(E) 45 Ω.

Confidencial até o momento da aplicação. 13 unis2102 | 002-Prova-II


Redação

Texto 1

Pode parecer contraditório, mas o excesso de positividade pode ser tóxico. “Qualquer tentativa de escapar do negativo —
evitá-lo, sufocá-lo ou silenciá-lo — falha. Evitar o sofrimento é uma forma de sofrimento”, escreveu o escritor americano Mark
Manson. É precisamente nisso que consiste o excesso de otimismo: impor a nós mesmos — ou aos outros — uma atitude
falsamente positiva, generalizar um estado feliz e otimista seja qual for a situação, silenciar nossas emoções “negativas” ou as
dos outros. É comum, por exemplo, que, ao se contar algo negativo sobre a vida para alguém, essa pessoa, em vez de ouvir
e acolher, diga: “É só você pensar positivo”.
O psicólogo da saúde Antonio Rodellar, especialista em transtornos de ansiedade e hipnose clínica, prefere falar em
“emoções desreguladas” do que “negativas”. Rodellar explica que, “como seres humanos, temos aquela gama de diferentes
emoções que têm uma utilidade ao nos dar informações sobre o que acontece no nosso meio e no nosso corpo”. Bloquear ou
ignorar emoções “negativas” pode ter consequências para a saúde. “Todas as emoções que reprimimos são somatizadas, isto
é, são expressas por meio do corpo, muitas vezes na forma de doença”, completa o psicólogo.
Para a terapeuta britânica Sally Baker, “o problema do excesso de otimismo é que ele é uma negação de todos os
a­spectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação que nos represente um desafio”. Segundo ela, “é deso-
nesto em relação a quem somos permitir-nos apenas expressões positivas. Negar constantemente tudo de ‘negativo’ que
sentimos em situações difíceis é exaustivo e não nos permite construir resiliência, ou seja, a capacidade de nos adaptar-
mos a situações adversas. Isso nos isola de nossas verdadeiras emoções. Nós nos escondemos atrás da positividade para
manter outras pessoas longe de uma imagem que nos mostra imperfeitos”.
(Lucía Blasco. “O surpreendente efeito da positividade tóxica na saúde mental”. www.bbc.com, 14.12.2020. Adaptado.)

Texto 2

O pensamento e a visão mais otimistas proporcionam novas ideias e maior criatividade. Também tornam o dia a dia bem
mais leve. “A positividade é um exercício essencial para o bem-estar e para a saúde emocional porque requer e, ao mesmo
tempo, fomenta a autorresponsabilidade e o autoperdão”, argumenta Heloísa Capelas, especialista em autoconhecimento e
inteligência emocional e autora de “O Mapa da Felicidade” e “Perdão, a Revolução que Falta”.
De acordo com a especialista, para se ter uma visão positiva, é preciso compreender e aceitar que os acontecimentos nem
sempre tão agradáveis vão ocorrer, às vezes em decorrência de escolhas feitas pela própria pessoa, às vezes por fatos que
se desenrolaram sem qualquer participação desse alguém. A única parte que cabe ao envolvido é decidir a forma com que
vai lidar diante do fato. “Na positividade, é feita uma mudança de postura. Em vez de se perguntar ‘Por que eu?’ ou ‘Por que
comigo?’, se diz: ‘Para que isso me aconteceu?’. No lugar de se culpar e dizer ‘Olha o que eu causei’, se começa a perguntar:
‘Na próxima vez, o que eu posso fazer de diferente?’”, exemplifica a especialista, que também é Diretora Executiva do Centro
Hoffmam, que prove treinamentos de autoconhecimento e de desenvolvimento humano.
Erik Penna, palestrante motivacional, autor de seis livros e especialista em empreendedorismo e vendas, ressalta que
o otimismo é um aliado para superar momentos complicados. Além disso, esse sentimento positivo reflete na saúde de todo
indivíduo. “Estudo da Universidade de Boston mostrou que as pessoas otimistas costumam ter de 11% a 15% a mais de tem-
po de vida do que as pessimistas”, conta. Segundo Penna, pesquisas variadas também já mostraram que o simples fato de
alguém mentalizar algo positivo sobre determinada situação que poderá ocorrer no futuro aumenta em até 27% a liberação de
endorfina, o hormônio conhecido como analgésico natural.
(Claudia Dias. “Pensar positivo impacta de que forma no dia a dia?”. www.uol.com.br, 10.10.2020. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empre-
gando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

O excesso de otimismo pode prejudicar a saúde mental?

unis2102 | 002-Prova-II 14 Confidencial até o momento da aplicação.


Os rascunhos não serão considerados na correção.

H O
U N
S C
R A

NÃO ASSINE ESTA FOLHA


Confidencial até o momento da aplicação. 15 unis2102 | 002-Prova-II
Confidencial até o momento da aplicação.

Você também pode gostar