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O futuro da inteligência artificial

Ana Paula Porto, Adriana Magnus, Claiton Andrade, Douglas Waltricke, Felipe Zago, Karen
Denoni

Os avanços da inteligência artificial (IA) têm sido espetaculares na última década,


devido à imensa quantidade de dados e o acesso a hardwares com alto poder de análise, e
isso tem tido impactos em diversas e notórias áreas, como veículos autônomos e
diagnósticos por imagem [López, 2017].

Outro ponto interessante de se destacar é que a IA vem evoluindo tão rápido que
desafios da década passada, como simular um jogador de xadrez ou Go de altíssima
performance já são simples de se resolver com o conhecimento e tecnologia atual.

A modelagem matemática e aprendizado de relações causa-efeito também já vem


sendo empregada em larga escala, utilizando deep learning, permitindo que problemas
matemáticos simétricos sejam resolvidos (Pearl and Mackenzie, 2018; Lake et al., 2016)., e
isso impacta largamente no desenvolvimento de softwares para resolução de diversos tipos
de problema, desde cálculos complexos e simulações, até sistemas de recomendação.

Com essa constante e rápida evolução na área, a preocupação de muitos é


despertada em relação à aplicação de IA em tarefas que atualmente são executadas por
humanos e, possivelmente, substituindo ou acabando com o emprego de muitas pessoas. A
partir disso, segundo Mántaras (2019), mesmo desenvolvendo um software confiável, os
desenvolvedores precisam utilizar da ética nessa construção.

As empresas sendo equipadas com sistemas eficientes de IA, como consequência,


não terão necessidade de tantos funcionários, gerando o desemprego. Em contrapartida,
precisar-se-á de profissionais capacitados com conhecimento técnico e ética, para
potencializar essa tecnologia de maneira inteligente, minimizando os possíveis riscos.

Segundo Searle, às AIs onde se concentram a maioria dos estudos e investimentos


são de características específicas, criadas para executar uma determinada função, sendo
assim fica evidente que os seres-humanos precisam se tornarem cada vez mais
interdisciplinares e acompanhem às tecnologias para que não sejam considerados
profissionais "inúteis" para as instituições. Profissionais com habilidades interdisciplinares
serão cada vez mais necessários para as estratégias de modo geral.
A Inteligência Artificial possui grande potencial, desde que usada para o bem
comum, de maneira confiável, segura, descreve Mántaras (2019).

Apesar de estar evoluindo muito rapidamente, não importa o quanto a inteligência


artificial avance, é impossível que ela tenha a mesma inteligência humana (López, 2017). O
desenvolvimento da inteligência humana requer interações com o ambiente e com o próprio
corpo e suas diversas formas de captar informação, e sensações motoras. Ainda
considerando que as máquinas não terão o mesmo ambiente e não passarão pelo mesmo
processo de socialização e adesão cultural, é improvável que a inteligência artificial venha a
substituir a humana.

Ainda é importante citar, que este nem deveria ser o objetivo da IA. Segundo
(Weizenbaum, 1976), nenhuma máquina deveria tomar uma decisão autônoma inteiramente
sozinha, afinal o conhecimento nasce das experiências e reconhecimento dos valores
humanos.

Mesmo que já tenha sido possível alcançar feitos uma vez inimagináveis com a IA,
ainda existem algumas barreiras no desenvolvimento de algoritmos e produtos desse tipo. A
falta de informação e conhecimento sobre IA é uma dessas limitações, bem como o
monopólio de informações por parte de empresas e governos. Um dos grandes problemas é
a falta de políticas públicas que regulamentem as tecnologias “perigosas”, o sistema de
segurança e de vigilância. Além disso, as IAs existentes atualmente são extremamente
limitadas a uma determinada tarefa, por exemplo, distinguir cães e gatos em uma imagem.
A partir do momento que essa IA for treinada para realizar outra tarefa, ela esquece
totalmente como distinguir cães e gatos.

Assim, o grande desafio da IA atualmente é alcançar um nível de inteligência mais


similar com a humana, sendo capaz de realmente aprender e manter o conhecimento sobre
múltiplas tarefas.

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