O diferencial dessa trama estava no conjunto de mercadorias que eram trocadas por
escravos africanos, como a cachaça, a mandioca e o tabaco, amplamente apreciados
pelos comerciantes africanos, sendo que 48% dos 2.027.000 escravos entrados na América portuguesa entre 1701 e 1810 foram obtidos na troca por tabaco ou cachaça (ALENCASTRO, 2000, p. 323-324). Assim, enquanto a aguardente foi o grande produto das trocas entre Brasil e Angola, o tabaco teve prioridade no comércio com a África Ocidental, sobretudo a Costa da Mina, no Golfo da Guiné. No entanto, o tabaco já era cultivado e consumido pelos nativos americanos, sobretudo relacionado a aspectos míticos e medicinais. No início, os europeus interpretavam a utilização do tabaco como uma espécie de “erva do demônio” (ORTIZ, 1940, apud por MARCUSSI, 2010, p. 166), uma vez que a mesma era utilizada em rituais de magia, além de curandeira. Com o passar do tempo acabou sendo utilizado pelos colonos europeus, ainda que restrito à propriedades medicinais, não demorando muito para esta planta ser inserida no conjunto de