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Na América Portuguesa, diferentemente do açúcar, que era produzido em larga escala, o

fumo era cultivado por colonos em pequenas propriedades, portugueses, sobretudo entre
os atuais estados da Bahia e Pernambuco, com destaque para o tabaco baiano, que era
considerado de melhor qualidade. Desse modo, toda a produção de qualidade superior era
exportada para a Europa, enquanto que a inferior era utilizada na troca por cativos
africanos.
Embora o tráfico negreiro já viesse ocorrendo desde o século XVI, é com a dominação
holandesa da região da Costa da Mina, mais precisamente no Castelo de São Jorge da
Mina, e o controle do comércio nessa região, que o tabaco ganha um maior destaque ao
tornar-se a principal moeda de troca com os cativos africanos da África Ocidental. De
acordo com Pierre Verger (1987), isso foi possível graças ao tabaco baiano utilizado
nessas permutas, que mesmo os exemplares inferiores em qualidade ainda assim
obtinham grande sucesso nessas permutas.
Assim, o comércio antes feito de forma triangular, onde as colônias não podiam
comercializar entre si, passando obrigatoriamente pela metrópole, no século XVII ganha
um novo cenário, com a autorização dada pela coroa portuguesa à comunicação entre as
colônias do Atlântico Sul. Segundo Alencastro:

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