Você está na página 1de 8

INCITANDO OS ALUNOS A ARGUMENTAREM E ANALISAREM ATRAVÉS DE FERRAMENTAS

DE METODOLOGIAS ATIVAS: O JURI SIMULADO.

Wanderson Diego Gomes Ferreira ¹


Ms. Giordan Silva de Oliveira ²

RESUMO

Artigos que não estiverem de acordo com as diretrizes presentes neste modelo, não serão
encaminhados para avaliação. Para otimizar o tempo e adequar-se melhor as normas,
sempre que possível redija o seu trabalho neste documento. Os trabalhos podem conter até
6 autores. O resumo deverá ser justificado, sem deslocamento, com espaçamento simples.
Devem ter entre 800 de 1500 caracteres (com espaços).
Pular uma linha
Palavras-chave: No máximo. Cinco. Separadas por. Ponto.
Pular uma linha

INTRODUÇÃO

Entre os desafios enfrentados pelos docentes é o de envolver os alunos nas


atividades de sala de aula, fazendo com estes saiam de uma postura apenas de expectador
durante a aula e passem a construir junto com o professor. Nessa acepção, muitos
pesquisadores da área de educação defendem como solução o uso de metodologias ativas.
As prestezas lúdicas ajudam a despertar interesse no assunto, a curiosidade em relação a
atividades dinâmicas é própria do ser humano e apenas as aulas expositivas podem tornar
esta curiosidade latente. Essa estratégia pode ajudar a diminuir o distanciamento entre
professor e aluno, que é resultado do caráter formal da sala de aula convencional. (BERBEL,
2011)
Consequentemente, o objetivo desta discussão é apresentar resultados da conexão do
Júri simulado, que está presente como um gênero de ensino da modalidade oral, em
associação as metodologias ativas, como falada anteriormente, tem por finalidade incentivar
aos alunos a terem autonomia em seu aprendizado e atuarem de maneira participativa,
utilizando a experiência de discutir e vivenciar problemas e situações reais. Aqui neste
modelo também se espera que o estudante esteja no cerne do método de aprendizagem,
tomando parte ativamente e estando incluído no processo de construção de conhecimento.
¹ Graduado Graduado em Letras – Habilitação português, 2017 pela UFPB. E-mail para contato:
wanderdiego@gmail.com
² Mestre em História pela UFPB 2013. E-mail para contato: gio.b166er@gmail.com
Metodologicamente partimos de uma pesquisa teórica sobre as principais pesquisas e
abordagens sobre as metodologias ativas e como poderíamos realizar essa junção citada no
objetivo principal. Deste modo, notamos que ao utilizando jogos é possível ensinar uma
gama de conteúdos, podendo aperfeiçoar o indivíduo em seu saber, aprimorando seus
conhecimentos e alargando a sua visão de mundo de maneira prazerosa. No entanto, no
momento em que se utiliza este tipo de metodologia na educação, é preciso atentar-se para
um bom o equilíbrio entre as funções lúdica e educativa. Ou seja, se acabar existindo uma
evidência maior da função lúdica, o propósito de ensinar se perde, sobrando apenas
somente a diversão; e se existir a proeminência da função educativa, não há a boa utilização
da ferramenta, e esta, se tornará apenas material didático, e voltaremos a aula do tipo
tradicional. (BERBEL, 2011)
Eventualmente, como docentes do fundamental II, uma turma do nono ano,
precisávamos, desenvolver meios de incentivo, para a execução do júri simulado, pois esse
tipo de gênero oral acarreta um aprofundamento em temas específicos e uma participação
dos alunos de uma forma mais direta, desta forma, precisa-se de estimular os alunos à
pesquisa, onde este estabelece relações entre temas e conjunturas para desenvolver
argumentos cultores ou contrários a discussão gerada. Com isso é desenvolvida a habilidade
argumentativa, pois a discussão demanda aos estudantes a exposição de seus argumentos
ou refutar os argumentos dos seus colegas (VIEIRA et. al., 2014).
Vemos que;

[...] em atividades de júri simulado, os estudantes podem assumir dife-


rentes papéis enunciativos, tais como defensor, oponente ou juiz dos
argumentos produzidos – para uma discussão teórica sobre esses papéis
argumentativos [...]. Além disso, os estudantes podem permutar os seus
papéis, experimentando posições com as quais eles não necessariamente
concordam. (VIEIRA et. al., p. 22, 2014).

A infinidade de questões que podem ser abordadas com o júri simulado serve como
apoio ou ponto de inicio para o uso desta forma de pensar a execução metodológica. Pode-
se discutir desde questões que causam conflitos na atualidade, como acontecimentos
históricos ocorridos no nosso país e no mundo, questões que demandam conhecimento
científico em sua aplicação social, entre outros fatos. Isto incita a busca por conhecimento, a
tentar transpor certos obstáculos argumentativos utilizando a criatividade, mantendo a
segurança de ter o professor como mediador.

Ao praticar a defesa de argumentos contrários à sua opinião, o professor


pode oferecê-los como suporte para o desenvolvimento de argumentos
embrionários ou incompletos dos estudantes, tanto do senso comum
quanto científicos. Os júris simulados são atividades que favorecem a argu-
mentação em salas de aula, ou seja, são recursos didáticos para promover
argumentações e desenvolver as habilidades argumentativas dos
estudantes. Nesses júris, espera-se que os estudantes tenham participação
ativa na produção de conhecimento, gerando-se impacto positivo no seu
aprendizado e em suas identidades como futuros professores. (VIEIRA et.
al., p. 222, 2014).

Para que seja bem executada a atividade é necessária uma preparação. O professor
deve organizar a turma em pelo menos dois grupos: acusação e defesa. No entanto, o
professor pode escolher alunos para atuarem como juízes. Caso utilize esta versão, é
importante que o professor auxilie e instrua o ato de julgar os argumentos dos grupos. Os
alunos precisam partir das pesquisas temáticas e o levantamento de argumentos, para isso o
educador pode e deve orientar essa etapa, recomendando textos, sites e demais fontes que
julgar pertinentes, e como uma forma de agilizar o tempo dos alunos. (OLIVEIRA e SOARES,
2005).
No momento em que o processo esteja ocorrendo, é importante que o professor seja
um mediador e instigador, incitando a elaboração dos argumentos para que os alunos
reflitam acerca do que está sendo argumentado. A utilização de um mapa mental sobre o
tema pode facilitar a sintetize dos argumentos. Vale lembrar que, aulas do tipo júri simulado
leva um tempo considerável de aula. O planejamento e a clareza da atividade são
importantes.
Envolver os alunos na aprendizagem necessita de interatividade e para isso encontrar
ferramentas que façam o aluno imergir de alguma forma no conteúdo é essencial. É preciso
ter um novo olhar metodológico para aprimorar os procedimentos utilizados para envolver
os alunos no ensino e na aprendizagem. A utilização das metodologias ativas precisa sempre
acompanhar os objetivos pretendidos. Para tornarmos os alunos em sujeitos proativos,
precisamos que eles se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que precisem
tomar decisões importantes sem deixar avaliar os seus próprios resultados, e para isso,
precisam de um material que seja relevante. Se quisermos que sejam criativos, eles precisam
experimentar inúmeras possibilidades de mostrar sua iniciativa. (MORAN, 2018).

1.1 Pondo em prática: Júri simulado x metodologia ativa.

Mediante o exposto, relataremos a partir de agora a utilização desses procedimentos


metodológicos, na construção e execução do júri simulado, partindo sempre da ideia do
aluno autônomo na construção da sua aprendizagem. Para que isso aconteça de forma mais
fiel à metodologia ativa e contribuir no desenvolvimento letivo da turma, abrimos um
primeiro momento de modo experimental, com espaços para que os alunos pudessem expor
alguns temas que poderíamos utilizar na discursão.
A princípio os alunos relutaram em falar os temas, porque para eles era tudo
novo, não tinham o costume de ser autônomo nas escolhas dos temas, a serem abordados
nas discursões e seminários em uma sala tradicional, então partimos de uma explicação
sobre a estrutura do júri simulado de forma adaptada, como segue na tabela 1.

Tabela 1: Integrantes que participa do júri simulado adaptado.


Juiz (professor) Dirige e coordena o andamento das discursões
Acusação Formula os pontos contra o tema que esta sendo
(O grupo contra) abordado.
Defesa Formula os pontos de defesa e responde às
(O grupo a favor) acusações formuladas pelo grupo de acusação.
Júri popular Ouve todas as falas da discursão e a seguir vota, a
(Este grupo de favor ou contra, citando argumentos que foram
aluno precisa ser impar, abordados durante as falas.
para a votação final).

Esta estrutura foi adaptada para se enquadrar na quantidade de alunos que tínhamos
em sala, sendo dezoito alunos presentes e participantes, em vista disso, não colocamos
testemunhas, nem público e os acusados estavam presentes nas falas da defesa e da
acusação, isso dependendo do tema que os alunos poderiam escolher. Neste momento nós
docentes estávamos colocando as orientações, estimulando os alunos na construção do Júri.
Em seguida na tabela 2, mostraremos a dinâmica de excursão do júri, que o juiz
(professor) pode fazer as mudanças junto com os alunos, e ir adaptando no que achar
necessário sem perder também as características do gênero oral que esta sendo trabalhado,
até em relação do tempo de fala de cada grupo, o professor nesse processo de
aprendizagem vai está apenas como condutor orientando as partes durante as falas,
também estimulando os grupos que estiverem mais tímidos em suas abordagens.

Tabela 2: Mostraremos a dinâmica de excursão do júri.


I. Juiz (professor) abre a sessão, apresentando as partes de acusação e
defesa. Também a temática que vai está sendo falada.
II. A acusação apresenta seus primeiros argumentos.
III. A defesa apresenta seus argumentos de defesa.
IV. O júri popular avalia a fala os advogados, pontuando o que foi bom e o
foi ruim nas falas, finalizando com os pontos que achou necessário ser falado,
porém faltou.
V. O juiz e o júri popular decidem a sentença.
Observação: Se durante as falas da defesa ou acusação, o grupo que se sentir
afetado, desejarem apresentar alguma justificativa, o juiz pode abrir um tempo, para
essa fala acontecer, está regra serve para as duas partes.

Quando falamos as características dos grupos e mostramos as dinâmicas os alunos


ficaram de pensar um tema que force comum para a turma, porém precisava apresentar
dois grupos com posições diferentes. No retorno da aula, na aula seguinte, a turma já tinha
decidido o tema, queriam falar sobre o Consumismo, que foi escolhido por toda a turma, no
qual eles identificaram que diante das discussões tinha alunos que defendia e outros que era
contra o consumismo. Logo, os grupos de defesa e acusação já estavam pré-montados, ou
seja, cinco alunos se colocaram contra, queria ser acusadores, cinco se colocaram em defesa.
Além disso, tinha os alunos que não estavam querendo estar nesses grupos, então
optaram a ficar como júri popular, que precisa ser convencidos pelos grupos.
Em vista do que estava acontecendo ficamos mesmo com Juízes, coordenando e
orientando os grupos, também analisando o quanto de autonomia e empolgação estava
acontecendo, em meio às ideias e iniciativas dos alunos. Uma vez que, o tema escolhido é
abstrato, estando apenas presente no cotidiano social, não necessitava da presença fixa de
algo para representar esse tema.
Em síntese, no dia do júri simulado, aconteceu como foi planejado e os alunos tinham
se preparado com argumentos, referencias cientificas e dados jornalísticos, estavam
realmente preparados na construção teórica em suas falas.
Diante, de tudo o que presenciamos no simulado, sentimos a necessidade de recolher
as falas dos alunos perante o que eles sentiram e o que acharam da metodologia usada
nessas aulas. Nisso apresentamos para os mesmos, cinco questões, sendo: 1. Relatem como
vocês se sentiram quando a ideia do júri simulado foi apresentada pelo professor. 2. Qual a
sua opinião sobre a metodologia usada no planejamento e na prática do júri simulado? 3.
Como se sentiram na escolha do tema e nas discussões que ocorreu durante as falas? 4. Essa
forma de abordar um tema é mais fácil ou difícil aprendizagem? e a 5. Apresentem pontos
positivos e negativos sobre essa forma de abordar um tema.
Com esses questionamentos os alunos poderia produzir um texto curto respondendo
essas questões, no final, recolhemos os textos e decidimos apresentar algumas falas dos
alunos que estar exposto na tabela 3.
Precisamos salientar que escolhemos comentários de alguns alunos, que estar
diretamente ligadas as discursões apresentadas pelo artigo, também não iremos citar nomes
dos alunos, mediante a preservação de sua identidade.

Tabela 3: Resultado do questionário respondido pelos alunos.


Aluno 1 Sentir um pouco nervoso por estar fazendo algo diferente ao dar
minha opinião, seja para defender ou criticar um determinado assunto e
debater sobre ele com os demais colegas da sala. A metodologia utilizada
foi bem básica, possuindo apenas o júri, aqueles responsáveis pela defesa
e os que criticam o tema, o único objetivo era convencer o júri de qual lado
estaria mais correto, o que acaba sendo bem divertido. Senti-me bem à
vontade por conseguir dar minha opinião sobre o assunto abordado sem
ser interrompido, e fiquei bastante surpreso com a disposição dos colegas
de ouvir a minha opinião e tentar compreende-la para depois critica-la. Eu
acho mais fácil, pois você consegue interagir mais, além de aprender sobre
ambos os pontos negativos e positivos do tema escolhido. Os pontos
positivos: fácil aprendizado através da interação entre os colegas. Os
Negativos: Competitividade e disputa entre os colegas.
Aluno 2 No meu ver essa ideia de júri simulado é muito importante para a
sala de aula, eu fiquei bastante feliz por ter essa oportunidade de
aprendizado. É uma forma de aprendizado para trabalhar diversos temas
de um jeito diferente, com a simulação de um tribunal judiciário. É uma
responsabilidade muito grande a escolha do tema, temos que estudar
bastante para que na hora do júri dê tudo certo. Nas discussões durante a
sala ocorre a competitividade para ganhar, mas temos que ter todos os
pontos na palma da mão. É bem mais fácil de aprender, pois estamos
fazendo diálogo com a nossa sala, possibilita o aprofundamento em
diversos temas e desenvolve a argumentação. O júri simulado é uma
atividade lúdica que busca o aprendizado do aluno. Existem muitos pontos
positivos do júri simulado, a sala toda se diverte com essa forma de
aprendizado, atinge a nossa produtividade. Faz com que os alunos
interajam com o professor sobre a metodologia, o que é bastante
importante. Um ponto negativo no júri simulado é que se você não prestar
atenção nas falas do outro grupo você pode se perder e não ter
argumentos sobre ele.

Aluna 3 Achei algo, superinteressante e que poderia ajudar bastante os


alunos, na questão de defender algo, seja uma ideia um a ideologia, e
também ajuda na oralidade. A metodologia foi boa, bem planejada e
colocada em pratica com bastante eficácia. Eu fiquei surpreso porque não
achava que iria ser esse tema de primeira eu fiquei surpreso. Na hora das
falas fiquei bastante tranquilo e calmo tentei ser o mais racional possível
para poder debater com eficiência. Mais fácil porque se tornar mais um
pouco competitivo e dar mais vontade de aprender e pesquisar sobre o
assunto. Pontos positivos: Oralidade, autocontrole, ajuda o aluno em
desenvolver habilidades para pesquisar, e a ser autodidata. Pontos
negativos: Dependendo da turma pode haver um determinado confronto
que pode acabar a ser levado a sério demais, mas isso é algo que pode ser
controlado e resolvido com facilidade pelos professores.
Fonte dos pesquisadores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre os desafios enfrentados no cotidiano docente, precisamos permitir que os


alunos participem ativamente das diversas atividades em sala de aula, para que saiam da
postura do espectador, e comecem a construir os seus conhecimentos com o professor.
Portanto, obtivemos uma boa resposta ao nosso plano de aula, e os resultados como pode
ser verificados nos discursos expostos anteriores deste artigo. O júri simulado é um gênero
oral, presente em sala de aula, como objetivo de incentivar os alunos a aproveitarem a
experiência de discutir e vivenciar problemas e situações práticas, gozar de autonomia na
aprendizagem e agir de forma participativa.
Como professores do ensino fundamental que se preocupam com a aprendizagem
dos alunos, precisamos desenvolver incentivos para a prática do melhor método ou técnica
de ensino, pensando desta forma o júri simulado, levar ao aprofundamento de temas
específicos e à participação mais direta dos alunos. Contudo, sentimos que os alunos são
estimulados pela pesquisa e e no desenvolvimento do tema.

REFERÊNCIAS

BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina:


Ciências Sociais e Humanas, 32 (1), 25-40. 2011.

MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH,
Lilian; MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.

OLIVEIRA A. S.; SOARES M. H. S. B. Júri químico: uma atividade lúdica para discutir
conceitos químicos. Química Nova na Escola, 2005.

VIEIRA, R. D.; MELO, V. F.; BERNARDO, J. R. R. O júri simulado como recurso didático para
promover argumentações na formação de professores de física: o problema do 'gato'.
Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (Online). v.16, p.203 - 226, 2014.

O arquivo deverá ser enviado no formato Word, com tamanho máximo de 2MB para
o e-mail: contato@ampllaeditora.com.br. Inserir “Submissão - nome da chamada” como
assunto. Exemplo: Submissão – Pesquisa em Educação no Brasil. O prazo para avaliação do
trabalho é de 15 dias úteis após a data de submissão.

Você também pode gostar