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ae DE IERAL DE PLAN Euripedes Malavolta, ‘ Euripedes Malavolta Engenheiro Agrénomo Centro de Energia Nuclear na Agricultura Universidade de Sao Paula Piracicaba, SP G0: 90 Manual DE Nutricdo MINERAL DE PLANTAS A todos os meus estudantes de graduacdo e de pés graduacado desde 1949, até quando Deus quiser 201408 4253 68114 MAL/man IK IASI 4728519 wy Editora Agronomica Ceres Lida ‘Sao Paulo 2006 " CONTEUDO 0 SOLO COMO UM MEIO PARA O CRESCIMENTO DAS PLANTAS i Fase solida e labil 3 Minerais secundarios 8 Fase liquida ... 4 Fase gasosa .. 5 Textura e estrucura 16 Propriedades fistc 7 Propriedades fisico-quimicas .. 18 Solo como fornecedor de nutrientes _ 33 Solos brasileiros senninnnn 34 0S ELEMENTOS MINERAIS «0... 40 Exigencias minerais das culturas ‘Aequacdo geral da adubagio .. ABSORCAO, TRANSPORTE EREDISTRIBUIGAO .. Absorgdo radicular Absor¢ao foliar Transporte 107 Redistribuigao 112 FUNGOES DOS MACRO E MIGRONUTRIENTES .. 126 Nitrogénio Fosfor Potéssio CALCIO ae Magnésio Enxofre Boro loro Cobalt Cobre en Ferro ‘Manganés Molibdénio .... 77 Niquel - res 3B7 Selenio ZiMCO nn 7) ELEMENTOS BENEFICOS ETOXICOS ..... Elementos ben€ficos ... Elementos téxicos PRINCIPIOS GERAIS DE AVALIAGAO DA FERTILIDADE DO SOLO E DO ESTADO NUTRICIONAL ....- Principios requisitos Amostragem de solo e planta Depois da amostragem «nnn Respostas para outras perguntas Alei do minima de Liebig .. Alei dos retornos decrecentes ou lei de Mitscherlich SINTOMAS VISUAIS DE DEFICIENCIA E EXCESSO .. Relagao entre fungdes e sintomas Causas de deficiéncias ou excessos Bagora José? .... DIAGNOSE FOLIAR Nivel etitico Amosttagem e composigio mineral da folha Indices nutricionais de Kenworthy Registro agronomico (Crop log] Relagdo entre elementos DRIS .. Aplicacao a adubacao .. Teores totais e solivels «. TESTES pga EQUTROS ‘Técnica de ifltragio Determinagao indireta da clorofila «se a Teste no tecido e anatise de toque Bioavaliagao Refletancia .. Escala de cores aig . 418 443, . 512 514 518 . 522 534 540 550 . 568 370 574 590 592 592 601 . 605 613 623 626 628 629 629 UM O solo como um meio para crescimento das plantas “A terra € a mée de tados nds- plantas, animals eforo ¢0 odkio da tera constréein nostos esqueletose sistema nerveso, Tudo 0 que os nossos corpas necessitom, exceto are sol vem da terra’ (Henry Wallace, 1938} 1.1, InTRoDUGAO A Tabela 1-1 mostra andlise elementar da matéria seca de gros ou 66 sacos por hectare. A origem dos elementos € a seguinte C,H, O=are 4gua N até Co = solo (parte do N vem da fixagdo bioligica do nitrogénio do ar) ou do adubo. A ia coltura da soja produzindo 4 toneladas manéria seca total soma 8,8 toneladas ¢ a contribuigao dos trés meios, solo, agua e ar € a seguinte ar € égua - 93% solo - 7% eral o mais facilniente modificado pelo homem nas suas ts fertlidades - fisica, quimica e biol6gica. Da possibilidade prética e econdmica de modificar 0 solo tornando-o mais produtivo depende a sobrevivéncis da humanidade. O interesse, mais ainda. a necessidade de aumentar 2 fertilidade quimica € entendido através da seguinte equacao: M (adubo) = [ M(exigéneia) - M (fornecimento)}x £ onde M =m ou mais elementos da série N até Co, exigéncia = necessidack = o que @ solo pode contribuir; { = fulor maior que 1 destinado a compensar as perdas devidas & volatilizagao (N, 5, Se), lixiviagdo (N, K, S, B, Cl, Se), fixagdo (P, K, N, B, Co, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni Zp), erosio (todos). A participagao relativa do solo (e do adubo) depende do nivel de fertilidade quimica come mostra de modo aproximado a Tabela 1-2, A Figura 1-1 é uma simplificagao do sistema solo - planta - atmosfera. Nela se distinguem: (1) compartimentos: fase sélida = minerais primérios € matéria organica nfo humificada; fase lébil = argilas, sesquidxidos e matéria org ia = complexo de troca solugo = dgua, minerais isolados, minerais complexados com matéria orgénica solivel. Dos trés meios o solo é em da planta: fornecimento (2) 0 elemento M que passa por @) reagées de transferéncia G.A) M (s6lida) =e M (abil) = humificagao intemperizaczo Manual de Nutri¢go Mineral de Phaytas, ee = Tabela 1-1, Analise elementar da sojat, Tabela 1-2. Participacao relativa do salo e do ESC adubo em diferentes niveis de fertilidade(1), 2520 a es 7 fe ete — o 700 Mn 07. Muito Alto ~ 0 a 8 wom ae 7 P 3 ao, aco Ey X Bont oe a We ato Ba a TISDALE et at (93, 25) Me 0 Co a0 isu orn paramarutecde¢aferlidede ou pra “eraraue s 2 B.2) M (lébil) — -M (s6lida) imobilizacao na matéria orginica fixagdo, retrogradagio (quando M = P do adubo} 33) M (abil) —e-M (soing eguida de fluxo de massa ou difusio (3.4) M (solugao) eM (1abit) addsor (3.5) M (solugiio) me M (raiz) absorg: (3.6) M (raiz) = M (solugao) = excregdo, extrusio 7) M(raiz) — M (parte aérea) = transporte a longa distancia an (3.8) M (parte agrea) 2M (raiz) el Nh Tedistribuigao * . circulag ‘Manual de Nutricao Mineral de Plantas (3.9) M (solugio}. —> M (atmostera) = MEN, S, Se= volatilizagso (3.10) M (atmosfera) —* M (solugao} = precipitagdo com a chuva (3.11) Volatizagio e absoreio (N) (3.12) M (solugio) —* M (lixiviacdo) = deslocamento on lavagem (3.13) M (lixiviagio) = M (solugio) = ascensao capilar (B.1d) M (sblida), M (abil), M (soluglo) —* M (etosto) = a tnica reagao irreversivel = perda (3.15) M (s6lida) <> M (labil) —> M (solugdo) = diisponibilidade (3.16) M (adubo) => M {solugio) (3.17) M (corretivo da acidez) —* M (= Ca, Mg, SO, - 2) (solugéo) (3.18) M (cortetivo da acidez) “> M (Ca, Mg) (solugéo) + OH-, HCO,- 19) M solids) SV Mab) + M isolucio) = disponibilidade aumentada (3.20) M (solid) ——$—$ Mab) <—————_— M {solugao) = cisponibilidade diminuida 1.2, FASES SOLIDA E LABIL 1. © solo é definido de varias maneiras, como por ex (1) solo = litosfera x atmosfera x biosfera - resultado da interagio entre @ rocha, a atmosfera, far ¢ gua} ¢ os organismos vivos; 2) solo = €(P, Ch, O, R, L.) ~ Estd € a equacio clssica de JENNY (1941, p.15) a qual define o solo como uma funga0 dos fatores de formacao, em que P = rocha mae, Cl = clima, © = organismo, R = relevo e T = tempo: em seu livro JENNY (1941) quantificou os processos de formagao do solo; (3) solo = sistéma de trés fases em equilfbrio, isto €, ar = cerca de 25% do volume, agua = 3 Manual de Nutricao Mineral de Plantas 23%, slida = mineral 45% + organica 7% (ver SCHROEDER, 1984, p. 11, por exemplo) ‘ 1.2.2, Fases sélida e labil ‘ Na Figura 1-1 esto separadas fase sOlida e fase labil embora, na verdade, ambas estejam no estado sélido. Como j foi adiantado, a fase sélida propriamente dita € um compartimento composto de uma fragto mineral mais uma orgdnica, 1.2.2.1. Fragdo mineral ‘Compde-se principalmente de: silicatos = minerais primarios que, por intemperismo, produzem minerais secunddrios e liberam nutrientes das plantas. quartzo © minerais _acessérios hematitae magnetita .. 3% apatita Tabla 1-3. Principals silicatos © minerais acessoriog da fase solida(), Pane ond ieee) Ohne Ma, 2") SiMe, Fe rr SiC, Mee Formos iO: siFe eas Huasoe@ RAKAISL}D Anor® 5h i "a9 36, 3 “Teesf60 994 Fede A litosfera, excegao fcita para o N, conspicuamente ausente da mesma, € a fonte iltima dos elementos de interesse “agricola” que nela entram nas proporgdes que aparecem na Tabels 1+ 4; dela resplta uma outra definisa0 - 0 solo é um alumino - silicato metdlico + matéria argdnica, A Tabela por sua vez, dé a composiga elementar dos solos das regides tropicais e temperadas o que reflete emt Manual de Nucrigio Mineral de Plantas grande parte o contetido de minerais primérios, quartzo, acessérios € dos resultantes das transformagdes das mesmas, Ha diferengas acentuadas: 0 cardter “tropical” é evidente nos altos teozes de Sxidos de Al ¢ Fe (sesqui6xidos, R,O,) e baixa concentragdo de SiO, e de bases (K,O, CaO, MgO e Na,0). Tabela 1-4. Abundéncia de elementos “agricolas” na litostera (1). = ard fee ~-mg/ka-~ 5 ® 0 cr 600 8 x 3026 soo 7 = eer a 9 e000 nD 2330030 a 20.900 B i 3 as 0° 77.200 B a 28 2 & * 3 Ne 1 69 Tabela 1-5. Composic80 elementar de solas minerais(1). orgitnica pode se vista nas figuras I~ 2.2.2, Matéria organica ndo hum: £ 0 outro lado da medalha da fase s6lida yroduridas de SCROEDER (1984, p.35 e 3 ots-05 Ne Pid icada. opriamente oi ok dita. A (bio) diversidade dessa matéria Apart desses componentes na matéria organica (obviamente) nao humificada é vista na Tabela 1-8 Considerando-se © total de matéria organica do solo tem-se: Entre as bactérias hd algumas plantas (ver Tabela 1-7) (1) nitrificadoras (Nitrosomon: protefna —>.NHe = NO: humus nao humificada, particular interesse » Nitrobacter) — NOs 85% 13% no fomecimento de nutrientes para as Manual de Nutrigo Mineral ele Plat 9 ee (2) desnitrificantes - condigdes anaerdbicas 1 t NO: = NOr —= NreN:O (3) oxidantes do $, Fe* e Mn (4) fixadoras do nitrogénio do ar - de vida livre (Az. irobacter, Clostridium), simbisticas (Rhizo- bium, Bradirhizobium), endofiticas (Acetobacter diazotrophycts). Além dos decompositores da matéria organica, fungos, a n com as raizes da planta (micorrizas) contribuindo para @ aquisigao de nutrientes, que se associ particularmente P, Cu e Zn. ’inomicetos, entre os primeiros hd os Tabela 1-6, Clasificacéo dos organismos do solo (2). i Eucariotos grandes ones eliotn - Eucariotos pequance Prtooner cad Aas, Cr+ #0 + ins Fann Proce Futzifoos umatdleas eter Tebela Grupos especiais de organisms, Dridacto do eine lu Onidegae ae organo te ~ ovidac de oan bridge de nora Dridecee de orice | 0 Es Deciico559 VFunsio | Nitiicadoras| Nitrosomas Nitrobacter Fixadoras do nitrogenio: a Vida livre acobacer Beterncsa Rizostera feosprilom ty 3th + Energia = 21 Desniviticadoras Virios géneros Noy + C= NOs Outras bac jas S# 4200 Sa Oxidantes fe “Fungos: Decompositores Micorrzicos Algas Fotossintétieas Fixegdo do Ni (Nostac em Azolla) RS TeO rR cera fin 22+ Amen tense? a supe adel NA 1.80)—=NOs Hoo + 2H Enersia Disponidede do i eerama Nivogenode a Manual de Nutrigao Minera de Plantas Tabela 1-8, Matéria organica, nao humificada (parte da fase sélida) ©, Sr Per eo Rais 10 Flora e Faun 5 'ase Acinomicas 4 Fungos 2 algos a Minhecas @ utra maesfauna Insel, less 5 Meso micioaura Frotoasrios Nemattiges Atropotos 3 Figura be Representanies da flora do solo (sem escala). _Figura 13, Representantes da founa do slo (sm esc) MDT —- f ‘Manual de Nutrigdo Mineral de Plant) ‘As minhocas em solos nfo perturbados costumam constituir a maior proporydo da macrofauna, decompondo e revolvendo o material ndo humificado para produzir 0 chamado "humus de minhoca” de grande aceitagio na horticultura. Matéria orgnica humificada e nao humificads, a vida do solo, constituem a fertilidade biolSgica com influéncia nas outras duas, a fisica e a quimiea, das quais, na verdade, s6 se separa didaticamente ~ no na pratica agricola para Agricultura sustentavel. 1.3. MINERAIS SECUNDARIOS Observe-se a correspondéncia: minerais primérios 222 mminerais secundérios materia organica no humificads Soke NT humificada, Tem-se: minerais secundérios + matéria organica umificada = fase Iabil ou complexo de toca As argilas, minerais secundérios resultantes do intemperismo das rochas, tem efeito acentuado tanto nas propriedades fisicas como nas propriedades quimicas do solo. Suas principais caracteristicas so as seguintes (D sto filossilicatos, isto é, tem estrutura em camadas, (2) tem didmetro menor que 2 jum (2x 10 ? mm) o que lhes dé grande superficie de exposigin; esta frago granulométrica pode ineluir particulas de outros minerais: (3) argila, imo e areia definem classes texturais do solo; (4) em geral no existe no solo em forma isolada, estando unidas a coloides himicos ¢ a precipitados de dxidos e hidréxidos de Fe, Al e Mn; (5) 0 complexo coloidal argila - matéria orgénica humificada devido as cargas elétricas que possti, tem um papel maior no controle da concentragao de ions na solugo do solo de onde so absorvidos pelas rafzes. A Tabela 1-9 apresenta a classificagZio dos minerais da argila dé a formula das eélulas unitérias. [As canditas, representadas pela caclinita, predominam nos solos das regides tropicais enquanto as esmectitas, montmorilonita principalmente, fazem-no nas regides temperadas ¢ feas. ‘A caolinita tem uma camada de tetraedros de silica, Si-O e outra de octacdros de gibbsita, Al- (OH, o que dé uma relagao Si: Al de 1:1, isto ¢: Tabela 1-9. Classificagao dos minerais da arcita formula das cSlulas unitrias a ines Candas cata «SL a 7 Tineo rnclee dwnenet | HN 5 antron’s——Fee(Si a Om (+ Sepont (SA) Inf OH oA Me) Si) Oa Oe —______ Manual de Nutrigdo Mineral de Plantas | tetraedro de Si-O poate de O | octaedro de Al-OH outra camada 1:1 adjacente AAs esmectitas, exemplo montmorilonita, apresentam duas cam bbsita com uma relago St-AI de 2:1: 08 octaciros de Ai-OH estio "sanduichados" entre dois tetraedros de Si. OH: 1 tetraedro de Si-O | octaedro de AI-OH eine 1 tetraedro de Si-O al As cloritas, argilas do tipo tetramérfico, apresentart a seguinte unidade estrutural 2:1] 1 tetraedro de Si-O octaedro de Al-OH dro de Si-O taedro de Al-OH, Fe-OH ou Mg-OU (© Mg ¢ 0 Fe substituem parte do Al de uma camada de gibbsita, Al - OH. 4 € uma representagio muito esquemtica das cstruturas da caolinita e da tonorilonita apresenta superticies internas, 0 que no acontece Loc Figure 1-4. Estrutura esquematica da coolinita (1 : 1) e da montmorilonita (2 : 1) Ree Manual de Nutrigdo Mineral de Plata); === isomérfics re argilas do tipo 1:1 e2:1 €a chamada substitu € causada pela substituigdo do Si Mais uma distingo importante e que dé origem a cargas negativas na superficie do mineral. Ele retravalente pelo Al rivalente e pela substituieio do Al trivalente pelo Mz divalente, por exemplo, Temn- 0 balango de cargas da Tabela 1-10. \ Tabela I-11 dé um resumo da estrutura e propriedades das argilas Outros minerais secundétios sto (1) alofanas - argilas arnorfas ou paracristalinas dos solos v seen nico (2) 6sidos e hidréxides de Si, Al, Fe ¢ Mn - formam-se pelo intemperismo, juntamente a argilas, nos solos de clima temperado; Gxidos e hidréxidos de Al ¢ Fe predominam nos troprcos 205 para maior formagao de timidos onde 0 intemperismo € mais intenso, faltando constituintes bi mincrais da argila; os Gxidos e hidrSxicos ocorrem nos solos em formas amorfas, paracristalinas ou ‘ov concregdes, como cimento ou revestimento de outros minerais como a propria contribuem para & cor do solo; como seré viste mais tarde cristatinas, isolado 0 éxidos de ferro, principalme: penham papel na reagio de tansferéncia entre elementos da fase sélida, em particular 0 P,¢ 2 solugao do solo, Como foi indicado no inicio: minerais primérios tmgnsno__minerais secundarios, CO intemperismo se desdobra em vatios provessos a saber ¢ estes, por sa ver, esto condicionados 20 fator tempo da equagdo de JENNY (1941, p.15) transerita em LL (1) fisico - flutuagdes de temperatura, congelamento, penetagae © proliferagio das raizes desagregago da rocha mie: (2) quimico - dissolugdo ¢ hidrélise como, por exemplo, ortoclisio + K+ Al Si {délise da anortita — CaCO, +l Si coxidago da pirita - FeO, + H.SO, oxidago microbiana Ge Fe“, S? ¢ Mn% (3) neoformagio de minerals - por exemplo, formagio de a la mica =» mica hidratada ite =e minerais de transi¢a0 —- mormoriionita & vermniculita + K. 1.1, Matéria organica humificada duas fontes primérias para a matéris orgéaica do solo em sentido geral (1) 2 cotbeita do sol aa fotossfntese - wi CO,+HO+luz = carbohidrato —» outros compostos orginicos da fauna heterotrsfica Tora avio e hererotréfica, ( = necessita de C fixado para viver) e da 2} a quimiossintese microbiana - por exeraplo ; NH++150, Hseneue +H, + 2H+ + energia NO,- +050, Sizmonos. _NO,- + energia; energia ee sintese de trifosfato de adenosina (ATP) —» poder redutor == fixag enn — Aptis — Manual de Nutrigdo Mineral de Plantas Tahela 1-10. Balango de corgas nas argilas © en 3 aN +2 SF gtr +2 no” 2 751 18 804 6 mo 2 “0 SoH a stu Espessura céiula untiria® 78 wi Subsitugao somdctica Nos ietraeeras Expansse + Acesso &s supericisinteras = iad ce! Taw Pn = 1Bem do CO, < carbohidrato am outros compostos orgénicos. AS transformagdes da matéria orginica no hurnificads para produzir « humificada guerdam uma ccerta simetria com as dos minerais primarios para gerar os secundérios como mostra a Tabela 1-12. A Tabela 1-13 mostra a composi¢go aproximada dos restos vegetais adicionados a0 solo como ‘matéria orpanice nao humificada, Muitos desses composts - gua, minerais, carbohidratos, ntrogensdlos (Protéicos ¢ n3o protéicos), gorduras, encontram-se também nos restos antimais e de microorganismes. O que faz lembrar a fertitidade bioldgica mencionada no item |. Os dois processos se desdobram nos seguintes: (L) decomposiedo = hidrolise compostos de C de menor peso molecular (aminodcidos, carbohidratos) iberagio de P, K, $ e outros etementos, oxidagéo de compostos de C, Ne S hidrdlise (em parte} + oxidagio = mineralizagio Manual de Nutricdo Mineral de Plantas Simplificadamente pode se esezever: decomposicao moléeuias + fons Restos animais e ‘Wioxooraanismo vegetais humiditicagzo resem hs Tabela 1-12. Comparacée entre mineral organico & mineral das fases sélida e Iabll ©. a ee gia Roches com minerais Fates Desdobramenty, Sintese Decomoasicéo Humticagio Drodutes secondarios _Argias Svostdncia nimicas idos, nirénis Soc 84,9. Tabela 1-13. Composicao aproximada dos restos vegotats adicionados, Teor oan at, Fsca) 0 at Seca) Conpostesorgéneos Cathldratns acheares, anid, peti, lignina ey eas, resinas 10.eat. Seca} a (2) humificag3o ignina + proteinas + pigmentas + carbohicratos Se bumus © comago e o fim da mineralizagfo e da humificagéo esto representados na Figura 1-5 © humus, genericamente, on substincias himicas, € constituido por uma série de polieletrlitos deidos, de cor amarela 8 negra, de peso molecular moderadamenteslto (20,000 - 100,000), Formam: se por reagdes secundérias de sintese executadas por microorganismos aque thes confere caracteristicas totalmente diferentes das encontradas em quaisquer organisms vives ou nos seus restos. A patir dos, proditos de sua hidrélise ($ possfvel conhecer ima case a partir dos seus tijolos 2) so definidas como polimeros de compostos iso heterocicliens de 5 e 6 tomas de C, com eadeias laterais carboxficas ef ——- Manis de Nutricio Mineral de Plantes ¢ fendlicas - as responsaveis pelo cardter écido. Eo que mostra a Figura 1-6. Notar a presenga de N. ‘AS urés frages do humus reconhecidas sio: ) humina - insolivei em Aleali; adsorvida a parte mineral da fase Lébil; Q) cido hvimico - svldvel em dleali e insolivel em dcido; ) deido failvico - solivel em dlealie em éci¢o. A composigio elementar tipica do humus é: C - 44 a 53%, H - 3,6 a $,4%, N- 1,8.3,6%e 0 ~ 40,2.a 47%. A matéria orgénica, por sua vez tem 58 - 60% C e por isso, C% x 1,67 = % da matéria orginica, Solos minerais - 0,5 a 5% de matéria arganicay solos orginicos 5 a 10%. Figura 1-5, Humificagao ¢ mineralizacdo do material orgénico (p0uco modificado de SCHROEDER, 1984, pig. 41) CONTEODO MAT. ORG. | PRODUTOS ad Pate ued aunts when wei | $unneidoctas ines das substancias 2, a seston Fat. Manual de Nuzrigio Mineral de Piantas| eee = Os principais papeis da motéria orgdnica do solo assim se resumem, no que diz respeito @ fertilidade e & nutrigao das plantas; (1) composigao da fase labil em associagdo com os minerais de argita: (2) contribuigao para estrutura, cor e temperatura do solo; (G) alta densidade de cargas elétricas, ¢ por isso, a maior participagio na (roca catidnica (ver depois), (4) sequestro de aluminio e metais pesados t6xicos; (5) dimunuigio na fixagae do fosfato pelo bloqueio de sitios responsave (6) tormagio de quelados soldveis de Cu, Fe, Mn, Zn e outros da solugao do solo; @ wlimento para microorganismos. heterotssficos, 1.4. FASE LIQUIDA OU SOLUCAO DO SOLO. A gua do solo - € fonte direta para a planta mediante absorgfo pelas raizes; € vefculo obrigatério dos nutrientes da planta jé que nfo existe absorgdo a seco; ajuda para regular a temperatura do solo; fator de formagio do solo através de reagdes de hidslise; condigdes de oxidagio e redusio (solos arejacos e encharcados, espectivamente); feito na atividade de microorganismos: efeito na disponibilidade de nuientes que dependem da mineralizagdo da matéria organica (N, $, B principalmente) As plantas sfo grandes bebedouras de sigue: 90 - 95% da matétia fresca e H.O; 200 - 1.000 kg de HO so consumidos para fazer 1 kg de matéria seca. Mas nem toda a agua do solo - da chuva on da irtigacao ou de ambas - & aprovcitada pela planta, obedecendo a cla: a * gravitacional - nfo retida pelas particulas do solo, drenada pela gravidade; * capilar - retida por tensio superficial, movimentando-se em forma liquids, * higroseépica - fixada por adsor¢do aos coldides, movimento em forma de vapor, ahs A gua do solo € retida mais ou menos fortemente nos poros e pelas particulas e a tensdo a que ove est sujeita (a potencial matricial) significa que a raiz. tem que gaslar mais ou menos energia para ves absorvé-ia até 0 ponto em que nao € mais possivel, A Tabele 1-14 mostra as tenses da umidade do a solo. agua retida entre a capacidade de campo (CC) e 6 ponto de murcha permanente (PMP) & a consicierada disponivel para a planta, Os solos arenosos de um modo geral, retém pouca dgua na CC € tem um baixo PMP. Solos com mais limo seguram muita dgua na CC, pouca no PMP e tem alta ‘cepacidade de agua disponivel. Os solos argilosos, finalmente, tem bastante agua tanto na CC coma = no PMP sendo um pouco baixa a capacidade para gua disponivel A fase liquida ou solugde do solo é, como mostra a Figura 1-1 o lugar em que as ratzes “bebem" wr os nutrientes da planta os qual aparecem as concentragdes que se vé na Tabcla 1-15. - — Manual de Nutrigdo Mineral de Plantas Tabeia 1-14, Tensdes de umitiade no solo” " orm at = PU a ae 1a re oa abel 2-15, Concenragdo dos lametos Wa solicdo do solo em micromoles FETS ee 16) mvs ome ws O5 a 20 soe mn me ora 01 nega. 6)” pa aats L CRM crm oranton FASE GASOSA Embora boa parte de uma das definigBes tradicionsis do solo (item 2,1), a fase gasosa também chamada ar do solo ou atmosfera do solo, nio est representada ra Figura I-L A Tabela 1-16 dé a composigSo comparada do ar atmostéric € doar do solo nos seus principais componentes. Como se vé a diferenga acenniada estd no teor de gis carbénico, CO, que € quase 10 vezes maior ne segundo, © motivo ar do solo, xplicado em seguida, quando se considera uma das fanges do Sio as seguimtes as prineipais fungées exercidas pelo ar do sola : (1) fomecimentos de ©, para a respiragdo das raizes, dos microorgenismos aetébicas ¢ da fauna do solo (ver Tabelas L-6 € 1-7): (2) idem para a quimiossintese, isto é, oxidago de N - amonigeal, $ reduzido, Fe e Mn reduzidas (ver Tabela 1-6); (3) fomecimento de N, paraa fixagao biol ida livre, simbiGticas ¢ endofiticas maica por baccérias de Manual de Nutriggo Mineral de Plant —_—_—_—_———— arroladas 1a Tabela 1-6; (4) paricipagdo do O, em reagbes de oxi Jago do proceso de formacao do sola (ver 1.3) 1.6. TEXTURA & ESTRUTURA ‘A Tabele 1-17 mostra a classificagdo das particulas do solo, das pecras maiores até as argilas menores, passando pela areia e pelo limo. Como mostra a Tabela 1-18, por sua vez, & medida que imino 0 didmetro da particula cresce o mimero delas por grama a superticie especifica, Dentro das argilas hd grande variagdo na superficie especifica: 100 - 200m/g na caolinita. 700 - 800 nas esmectitas Tabela 1-16. Composiga0 ¢o ar atmostérico edo ar do solo, Tabeta 1-17. Classiticayao das particulas. coy Cie ene eS Grsn Teaira Wiis jae “ie 00 ones «7 Tabela 1-28. Tamanho, nimero e superficie especifica das partfeulast, Tamanho da] NP aprox. de | Superficie fracio | particulas por gramal esoecifica anrox in mera, 5x20" — = 5x20 = 5x20 5300 nN 16 en pes pau new — Manvial de Nurricao Mineral de Plants gue apresentam superficie interna entre as camadas (ver Figura 1-4) que slo fracamente unidas, A proporgiio de areia, limo ¢ azgila define a textura do solo, caracteristica de diffcil modificagio. Oarranjo dessas fragdes constitui a estrutura que pode ser modificada diminuindo-se por compactagio, por exemplo, a distincia entre uma partfcula e outra fzendo varias a porosiade. Na verdade as particulas primérias, minerais ou organicas constituem agregadas devido ao efeito cimentante dos hidréxidos de Fe ¢ de Al e da CaCO, Argila e matéria orginica so obrigatérias para a agregagio. A estrutura confere a porcsidade aos solos. Os poros podem ser grandes - didmetro F médio > 10 jut; quando sem agua, cheios de ar; médios - ¢ entre 10 € 0.2 pm; tem agua disponivels finas - © menor que 0,2 jum: possvem agua nao disponivel, Textura e estrutura fazem parte da fertlidade fisica. 1.7, PROPRIEDADES FISICAS A fenilidade fisiea, jd mencionada no inicio, apresenta varios componentes que influenciam 0 crescimento ¢ a produgio. 1.71. Densidade A densidade aparente (DA) é definida do seguinte modo: DA= M = massa a 110°C = giem*; v volume de perticulas + poros ‘os solos arenosos varia entte 1,25 € 1.40; nos argilosos vai de 1,00 a 1,25 e nos organicos & ‘menor ainda, entre 0,20 € 1,00. A densidade real (DR), por sua vez, corresponde a! DR= massa a Ul = 2,3-29 g/cm volume de particulas (© manejo inadequado do solo - excesso de aragao e gradagem. trahalho com o solo timido, uso de maquinas e emplementos muito pesados - destréi a estrutura favorave] do solo tornando-o compactado, com o que aumenta a densidade jd que hé um ntimero maior de particulas por unidade de volume (ver Figura 1-7). Com isso ar ¢ Agua ocupam menos volume 0 que dificulta a nutrigio € consequentemente @ produgao. E © que se pode ver na Tabela 1-19: a agricultura do indio ou do caboclo nio foi prejudicial, enguanto, a do “civilizado" o foi, por ter sido mal feita. Notar, entretanto que oso de adubo e conetive. neutralizou praticamente o efeito desfavorivel e ajudou a pratica do indio ou caboclo. Observar, no rodapé dz tabela, 0 efeito do bulldozer na velocidade de infiltagao da agua. Situagbes como esta diliciimente ocorrerdo nos 15 milhdes de ha de terra do Brasil onde se faz o plantio direto no qual nao se mexe no solo e acumuls-se matéria orpéstica das culturas de invemno ¢ veri. A compactagao € barreira para a raiz descer » profundidade é outra carscteristica de fertlidade fisica Um solo eapaz de garantir altas cotheitas deve ter quatro propriedades que comegem com “I”: Manual de Nutrigio Mineral de Plantas, Figura 1-7. Secio esquematica de um solo oroso (A) ¢ de outro compactado (8). ‘Tabela 1-19, Efeitos de sistemas de preparo do solo ¢ de adubagdo na praducao na Amazonia Peruana’, o rato i BOOM 0-0-8 ws 2 200 So-1-40 286 4s BoM ae 232 «RO? faker pms (6%) Ole 4 on fOfo, fresco, féril e fundo {Carlos Teixeira Mendes, Prof, Catedrético da “Luiz de Queiroz”. jé felecido) 1.7.2, Consisténcia a forga da coeréneia entre as particulas ¢ que as mantém unidas. E funcdo do tamanho delas, do teor de matéria orginica e de sua estabilidade diante de agentes do clima e do homem. Representa resisténcia a deformagio por préticas culturais inadequadas ¢ pelas raizes ao explorar 0 volume do solo. 17.3. Temperatura medida pelo contetido calorifico do solo. Influencia a germtinacdo das sementes, o enraizamento das estacas, o ctescimento das raizes, « alividade de microorganismos, a disponibilidade e absoréo de nutrientzs da solugfo do solo, 0 teor de igua e reagSes de formagao do solo. 1.8, PROPRIEDADES FISICO - QUIMICAS Os processos mais importantes que influenciam © comportamento ¢ biodisponibilidade dos M $9 Ka arial te Nitrigao Mineral de Plants dutrientes no solo so os da transferéncia dos mesmos da solugdo do solo para a fase Ishi) e para a s6lida (ver Figora 1-1), Tais processos controlam a concentragdo das fons isoladas ¢ de seus complexos com a matéria organica solivel e por isso tem influéneia na sua absorgiio pelas raizes, Varios mecanismos esti implicades: traca cat nica (adsorgdo no especifica), troca a cifica, complexacao com a matéria organica e coprecipitagao. adsorgio ¢ L8.1. Troca idnica (catiénica ¢ anidnica) Algumas definigoes trocadores - sio a fase I4bil com particulas menores de 2 um trocveis - sdo os fons deslocados ¢ substituides por diferentes solugdes. como, por exeraplo acetato de aménio N pH 7,0 - desloca cétions que sdo portanto “trocados” pelo NH,” ; resina trocadora de fons - R - He R - OH misturados onde R = matriz organica: H+ desloca ions (K. Ca, Mg, Na. micronutrientes) € OH € trocada por énions (H.PO, . SO,*) hndo trocdveis - ions no interior da rede cristalina da argila ou presos a compostos organicos, nao deslocados por extratores convenciona Os fons trociveis sao considerados disponiveis para a planta (ver o item 1.(3) ¢ Figura 1-1) © menos sujeitos & lixiviagdo do que aguel que esto na solugao do solo. Uma excelente revisio sobre troca idnica - conceitos, determinagdo, aplicagoe: MEHLICH (1981). dada por 1.8.1.1. Troca catidnica PEECH (1948, p. 4) no magistral resumo sobre métodos quimicos para avaliar a ferilidade do solo, anval depois de meio século, define as caracteristicas da troca cationica: rapida reversivel & estequiométrica ~a adsorgo de um cétion adicionado resulta na liberagSio de uma quantidade equivelente de algum outro cétion do so'o, Eo que se pode ver na Figura I-3 tirada de SCHROEDER (1984, p. 62) A toca catiGnica, evidentemente, pressupbe a ex: ia superficie dos coldides da fase 14bil 20 qual se ligam os eat ncia de cargas negativ. ns que possuem carga positiva, De onde vem essa car Una indicagéo jé foi dada em 2.3, particularmente na Tabela 1-11. Detalhando ¢ acrescentando, As cargas negativas permanentes resultam das substituigdes isomérticas nas argilas tri ¢ tetramérficas, como por exemplo: Six AIS =-1 = excesso de ca tivas, As cargas varldveis, que podem ser positivas (come se vera em 1.1.2) ou negativas dependentes do pH: (1) nas arestas quebradas das argilas Si-OH+OH =» Si-0'+H.O ou =Al-OH +H => = Al +O; (2) nas substancias Inimicas - RCOOH +OH = RCOO +H.0, QOH+OH = 90'+H0; 9 = (radical fenilo) nual de Nutrigio Mineral de Plants; 10s dxidos de Fe e Al - OH +OH = FeO: + H,0: =Al-OH+OH — AlO+HO. A capacidade de troca, como lembra PEECH (1948, p) foi definida por Hissink hé ues soma de todos 08 cations trocéveis, expressa em miliequivalentes por 100 ser expressa diferentemente: miliequivalentes por 100 cm? de solo ou, mais 5 de carga, mmole, por dm’, 0 que dé um valor dez vezes maior que . dé 0 mesma niimero que meq/100 cr. A eapacidade de troca eatiénica é representada por T segundo Hissink: é usada também a sigla CTC, que comresponde 4 Capacidade de Troca Catiénica. O total de bases trocdvels, (ou soma de bases), o valor § de Hissink, também expresso do mesmo modo que T, refere-se & soma de todos os fons metilicos ocaveis, geralmente Al, K, Ca, Mg, Na (8s vezes) mais NH,* (ou nfo). Assim a quantidade de H trocével é dada pela diferenga T - S. A porcentagem de saturagio por hases, V2, é definida como 100S/T e é uma medida da proporgdo em que o solo esta saturado pcles "bases", K, Cae M De um modo geral a fertilidade quimics dos solos cresce com o valor de V% a qual serve para classificago dos mesmos derieos - V% perto de zer0 subtréficos - V% menor de 35% distréficos - V% entre 30 ¢ 50 eutréficos - V% mai quartos 2 de solo. Pode, entietanto, corretamente, por milimol anterior; a expresso em cmole/dm’, ari ‘Valores baixos de V, comumente alts proporgdo de He de Al c baixa das bases K, Cae Mg, explicam a menor fertilidade, A afinidade dos cétions pelo complexo organo - mineral de troca é diretamente proporcional & valénicia ¢ inversamente ao raio idnico ou grau de hidratago, obedecendo & seguinte ordem decrescente Al> Ca> Mg> K > NHe> Na Os seguintes conceitos ndo s80 devidos a Hissink , adicionando-se. aos dele: CTC potencial (determinada no pH 7,0) = H + Al + K + Ca + Mg CTC efetiva = Al + K + Ca + Mg: observa-se que, no caso da primeira dois cétions “Acidos", H e Al participam enquanto na segunda somente 0 Al 0 faz, Nos dois casos as unidades so as mesmas jd vistas, isio é meq, mmole, ou cmole, A participagao balanceada dos eétions na CTC, mais adequada para a maioria das culturas € dada por: Ca- $0.a 60%; Mg- 10.a 15%; K- 25%; H = 20. 38%, Esses valores slo calculados dividindo- se 0 nmero de meg, mmole, ou emole do eétion pela CTC ou T expressa na mesma unidade Como se Tabela 1-20 a CTC da matéria orgiinica é maior que a dos minerais de argila, rlicularmente gue a da caolinita, Isto explica os resultados que constam da Figura 1-9 a qual mostra arelacdo direta entre a CTC. teor de matéria organica e argil ‘menores que as da argila é a principal responsivel pel: (dados nkio mostrados). embors a primeira aparega com teores cidade de troca tiOnica - entre 56 © 82% 18 Troca aniénica Para que haja troca aniénita é obviament Manual de Nutrigio Mineral de Plantas i res =i) zits tillon F de ime, a y eM ceil A stinie Figura 1-8, Troca catiGnica em solos com diferentes tipas de saturacéo: (A) troca de cétions por H+ de uma solucao acida ou da agua contendo H,C0,; (8) Desiocamento de cétionsdo solo pelo calcio (da calagem, por exemplo) Mh nt Wi tise Sab ——w eee co) ws( recade se net neue us . f a , @ Figura 1-9, Corrlagdes entre CTC tor de argjilae mattis orgnica em soles de Ss Paulo, # (aseseo em RAN 2967, pin 2 dos componentes da fase lébil, E a seguinte a origem dessas cargas: (1) argilas -Al- OH +H = AIP +H,0 Al OH = Ar +08 2) sesqui6xidos - Fe (Al) OH — Fe {Ai + OH Al (Fe)-OH +H" =~ Al (Fe) + OH, (3) substancias inimicas - NH +H? =» NH> NH,+H*= NH? ‘onde 0s paréuieses indicam o outro sesquidide. n Manual de Nutrigao Mineral de Plantas eee a Em consegiiéncia das condigé de reagio do soia, definidas pelo pH, portant vé-se que os Componentes da fase iébil podem apresentar cargas + ou cargas - predomina FP RE Few materpais en rt ze10", PCZ, Q PCZ, do hidras 6 de 8.3. Consequenremente esses estiver abaixo de 8. Ver na Fi ies. Ha, entretanto wu val a zero: € o chamado "ponta de carga ‘iene depositado esta em torna de 8,5 ¢ o dos dxidos de Al oxidos hidratades contribuem pouco para 2 CTC quando 0 pH 1-10 0 cor fre ortamento dos sesquiéxides em fungao do pH / ah enka \iguioa EGA DUR A energia com que 08 aniams ede ailéreyiidime € funcSir du waldncs obedecendo a seguinte ordem decrmieitie: ILI} » $0. ? ém dese a Mu). ¢ BOF), 0 pH. adsorvidos Anions orgénicos (mulato, citrato) e dos micronutrientes FEPOD, é ol fortemente adsorvido porque seu comportamento como trocivel € semelhante 40 de PO, . Eachamada “fixagio" do P fentmeno que deixa pare do fésforo aplicado como adato nels tenes temporariamente, nao disponivel para a plana. A pare superior da Figura Ill mestta serene dp teor de argil, grande proporgae de sesquiSxidos, ne verde, a adsoredo do P adicionade- A pare infor, por sua vez mostao outro tado do moeds a influéncia do tote tipo de argila no Pas eg em solugdo depois de adicionadas diversas doses do elemento isto solo" + nH.PO, solo” mH,PO, + 1-mH,PO, ; P adicionado Pfixado P solugio Pistod o P et al, 2000) © fica em solugGo tem sido chamado "fsforo remanescente” (ALVAREZ ral de Plantes Figura 1-11 cao" do Po sala « efeito teor argile oh asic A adsorgo do B e do Mo ern fungio do pFTeé ilu: fa na Figura 1-12: notar efeito inverso de . pH. A dispombiltdade do P € diminufda por reagdes de precipitagées, simplificadamente Si (1) pl baixo - Al (OH),* +H,PO, AI (OH), HPO, ov Ps Fe (OH), + H.PO, =» Fe (OH), HPO, (2) pHalto - 3c; +2P0,' — Ca3 (PO) Os fosfatos de Al ¢ Fe recém formados ainda permanecem disponiveis por algum tempo Entretanto quando “envelhecem" cai a disponibilidade devido a entrada do P para a estrutura do Sesquioxido, como estd representada na Figura 1-13, A fixagio pode ser parcialmente revertida eZ umentado-se o pH pela ealagem: Fe (OH), HPO, + OH => Fe (OH), +H.PO, 23 Manual de N igdo Mineral de Plats ee = Figura 1-12. AdsorgSo do boro em Latossolo (CATANI et al. 1971) ¢ do molibeénia, 8 aKOGYIOO IPeM MA Os solos das regides temperadas tem uma CTA, capacidade de troca aniGnica de 0,5 - 2 m 100g, enquanto os das regides tropicais apresentam até 20 vezes mais: a Tabela 1-5 apresenta indicagto para entender essa diferenga que tem implicacées préticas para a adubacio fosfatada, 1.8.1.3. Adsorcdo especifica A adsorgio especifica envolve a toca de cations, particularmente de metais pesados (densidade maior que 5 -6 g/cm") com ligantes ( = doadores de elésrons) para formar ligasées parcialmente covalentes ( = partilhamento de elgtrons entre dois étomos) com fons da tede. Como resultado os fons metdlicos so adsorvidos em proporgae muito maior que o esperado da CTC do solo, Assim. a: capacidade dos Gxidos amorfos de Fe 10 Zn eram 7 - 26 vezes maior que suas CTC no pH 7.6. A adsorgao especifiea ¢ fortemente dependente do pH ¢ ¢ relacionada com a hldrélise dos 24 Manual de Nutriczo Minera de Plantas fons metilicos (ALLOWAY, 1990, p. 15). Os metais adsorvidos especificamente so deslocados com muita dificuldade. A fixagdo de H:POs discutida anteriormente € deserita também como devida & adsorgao especifica. 18.1.4, Complexaciio orginica Os compostos hiimicos da fase Idbil, além de adsorver cétions, podem formar quelados. Ligantes orginicos de baixo peso molecular, nio relacionados obrigatoriamente ao humus, podem formar complexos metélicos sohiveis com o que s&o subtraides da adsoredo e precipitago. Os grupos carboxilicos dos écidos himicos ¢ filvico desempenharn papel importante na complexagao do metal. 1.8.2. Reagdo do solo Como lembra ALLOWAY (1990, p.8} a reagdo do solo € 6 fator maior que controla 0 comportamento dos elementos no soto e siia disponibilidade para as plantas. ‘Vérios trabalhos detalham o assunto, como por exeiplo: MALAVOLTA (1981), ADAMS (1984), MALAVOLTA & SANTOS (1996), QUAGGIO (2000). A reagao do solo é definida por varios indicadores: (D pH - € 0 logaritmo decimal do inverso da concentrago de fons hidrogénio, ista é pH =log _L. onde [H ] na solucio em equiltoric com os ttocaveis; quanto mais (Hy baixo 0 pH, maior a acidez e reciprocamente: pode ser determinado por métodos colorimétricos ou cletrométricos numa suspensio do solo em gua ou em solucao centimolar de CaCl, esta destinada a compensar eventual efeito de sais, do adubo, por exemplo, na determinagio: © chamado pH (CaCl) € em geral 0,5 - 0,6 unidades mais baixo que aquele medido em H,O, pH (H,0); recorde-se que o pH é uma série de ndimeros que vio de 0 a 14; 7 € neutralidade, < que 7 acidea e > que 7, alcalinidade; (2)-¥%e ~ a saturazio por bases varia inversamente com o pHi, visto que os fons Hr e At, esponséveis pela acide, (ver abaixo} substituem as bases K, Ca, Mg na fase lab: uma bela (e antiga) demonsiragio de tal relagao encontra-se na Figura 1-13; (3) m- € chamada saturagao por alumfnio, ou seja, meq, mmole, entole Al / CTC efetiva x 100, (lembrar que CTC efetiva = Al +K + Ca + Mg); as figuras 1-15 ¢ 1-16 mostram relagées entre 0s trés indicadores da reagio do solo, Varias so as causas da reagio do solo, a saber lavagem de bases (M) - CO, +1,0 = HCO, solo- M+H,CO, = X-H +MHCo} degradacio de argilas - Si, Al, 0,, (OH), +3 Al? +Si0, + HO 25 Manual de Nustrigio Mineral PL QM ee (caolinita) hidrétise do aluminio - Al? +3H,0 © AIO), + 3H" ‘absorciio de cétions pele ralz= raiz~H+ M* => raiz-M +H nitrificagio - NH,’ + 150, “> NO, +H,0 +2H: aplicacdo de cloreto de potissio - solo-Al+3K' == solo-3K +Al% ov efeito do KC! no aumento do tear de Al na solucto do solo (como também no de Mn) e sua conseqiiéncia prejudicial & nodulagao ¢ produgdo da soja foi demostrada conelusivamente por BORKERT (1973), exsudacdo de dciddos orgdnicos pelas rafzes = taiz~HCOO = ruiz +RCOOH RCOOH = RCOO + Ht fixacdo do N2 pelas leguminoses maior relagao absorgdo cétions/4nions (MARSCHNER & ROMHELD, 1983). (2) Alcalinidade calagem - CaCO, +2H.0—= Ca(OH), +H,CO, Ca(OH), =e Ca? + 208 Ca" + solo? ae solo Ca absorcdio de Anions - raiz- OH + Av— raiz A +OH adubacdo nitrogenada - raiz-OH +NO, - riz =» NO, + OH Figura 1-13, Efeite do tempo na fixacao do P da adubo — Maal de Nutricio Mineral de Plants jgura 1-14. Correlagdo entre pH (H;0) e saturacdo.em bases (V) em solos antes (0) e depots (#) da calagem Na figura aparece a equagio de regressao e 0 seu coe e por OFG ou Figura 1-15. Relacho entre pH, saturacdo em bases (Vi) eat. em Al (m) (Simplif. de RALJ, 1987, p. 85) 2 Manual de Nutrigd0 Mineral de Plants) Figura 1-16. Relagao entre saturago om Al, pH @ Al em solucéo. i oe SATMAGAD ab vr sesatumatio dt De am modo geral as condi colo mais adequadlas para maioria das culturas so pH (HO) entre 5,5 € 6,5; V% entre 40 e 70; m % de 10 a 20. A Figura 1-17 preparada com dados de cerca de duas centenas de ensaios de adubago do algodoeiro conduzidos pelo Instituro Agrondmico de Campinas na década de 50 (h4 meio século, portanto) mostram relagto direta entre Iuras com situte entre Banal ce Nutrigto Mineral de Planta V4 © produtividade e inversa entre produtividade e H+ Al, Nem sempre, porém, alta produtividade estd relacionada como W% alta. De fato é 0 que se pode ver na Tabela 1-21, a qual foi feita usando dados de antilise de solo - produtividade do cafeeiro em uma plantaglo de cerca de 1,300 hectares do Sul de MG. Figura 1 7. Relacao entre componentes da acide pradutividade do algodoeiro, Tabela 1- 20, Capacidade de troce catiénica dos componentes da fase tsbil(1). Ca Caolita 51 50-150 ‘on ita Minerva de = Monten ca sn-20__ 90-1200 Ven 150 100041500 Alooca mo¢100 axe 3000 Matera hmicos 200-5060 Tabela 1-21. Reagao do solo © pradutividade do ‘cafeetro em uma plantacéo do Sul de MG a 33 i i 0s ba 1 45 os = _ 389 nz Dependents Prosutdadesacasiha 28106840 Be on ~S sept h ! aes Manuial de Nutrigo Mineral de Planta) ee A produgao média corresponde a quase 6 vezes a média brasileira para cafezais tradicionais © nio irigados. V%, porém, esté muito abaixo da faixa de 60 - 70 % que se considera (considerava 7) melhor para o cafeeiro. E que nfo se pode olhar V% isoladamente, visto que ela pode ser baixa por -ausa dé muito H on muito Al. O excesso de H iem eleito detrimental muito menor que o de Al. No aso presente V% estd baixo devido ao H* ndo ao Al. No plantia direto no solo: aumenta H mas diminui Al devide a complexagio com os componentes do humus. A reagio do solo, medida pelo indice pH, tem efeito menor de dois tipos: wumula-se matéria organica {1) Efeito direto - é devido & alta concentrugdo de fons H* no lado dcido, ou de OH no alealino a permeabilidade ¢ 0 funcionamento das membranas so afetacas, podendo haver vazamento de elementos previamente absorvido, em pH muito baixo diminui a absorgio de cations ¢ no pH acima de 7,0 cai a dos Enions como 0 HPQs. A Figura 1-18, feita com os dados de AMORIM et al. (1968) mostra o efelto da concentrasdo hidrogenidnica da solugéo nutritiva no crescimento de mudas de cafeeiro e n0 contetido de macronutrientes. A estreita correlagao entre as duas varidveis € evidente Figura 1-18, Relagdo entre pH & absorcio de N, P, K, Ca, Ma eS por plantinhas de cafeeiro em solugao nutritiva, 160) f 5 2 5 if 2) Efeito indireto ito do pH sobre a disponibilidade dos elementos conforme se vé na Figura 1-19, a qual, em resumo mostra o seguinte: na faixa de pH (HO) entre 6.0 © 7,0, a disponibilidade dc todos os elementos ou maxima (N. P, K, Ca, Mg, S) ou néo € minima (B. Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn). As eurvas podem ser assim explicadas, resumidamente: std relacion: fo com oe () NS.B - efeito do pH na mineralizagao da matéria organica que € a fonte primaria desses elementos; (2)B- em condigtes de acidez hd formacii alto, 0 excesso de Ca leva a formagio de fosfatos de cAlcio menas aproveitaveis pela planta (ser 1.1.2) (3) K.Ca, Mg - na faixa de pH entre 6 ¢ 7 ha mais hases que nas condigoes de acide (4) Be. Cu, Mn, Zn - quando o pH sobe formam.se hidréxidos e carbonatos menos disponiveis, o de fosfatos de Fe e Al menos disponiveis e com pH ea) =u Al he —— = Manual de Nucricao Mineral dePlantas. entemente cai a concentragdo desses elementos na soiugo do solo; (5) Cle Mo - com a elevacao do pH, as OH- desiocam Cl- e MoO? dos sitios de troca de dos coloides da fase labil ‘A Figuca 1-20, cujos dados originais foram fomecidos peto Eng. Agr. Luiz M. M. de Freitas, mostra a relagio entre o pH (H,O) e produtividade do cafeeira no Norte do Parand’ é uma demonstracao ica de validade da Figura 1-19. conseq| super Figura 1-19, Relacdo entre pH e disponibilidade de elementos no sole, meat * Figura 1-20. Relagao entre pH e produtividade do cafeeiro. a Manual de Natric0 Mineral de Plame 1.8.3. Condigdes de éxido-redugao Os solos esto sujeitos a variag fe oxigenagdo ¢ redugao (redox) que afetam ‘a matéria orgénica (C, ) e os elementos N, S, Fe ¢ Mn principalmente, mas também outros, nutrientes (Cu) ou nfo (As, Cr, Hg, Pb) (ALLOWAY, 1990, p. 11-12). As seguintes reagbes sao alguns exemplos: nas condigd Oxidagio NHeme N=eNO: HS “5 80. Chet Redugio Mn*—» Mn” =» Mn~ = Fe’ A oxidacdo consiste na perda ou transferéncia de elétrons, e-, podendo implicar na absorgio di perda de H, havendo sempre um aumento na valéncia. Redueo € o inverso. :xemplo comum nos solos: ‘onde se vé que Fe" ‘que houve liberaco de protons, com consegiiente variacéo no pH. De um modo geral a chamada meia célula de um sistema qualquer de dxido - reduclio € expressa assim’ estado oxidado # € we estado reduzido © potencial de tedox (E) é definido como o trabalho elétrico executado quando hi transferéncia de € do doador pare 0 receptor, medido em milivolts. © potencial obedece a equagao de Nemst Eh=6o + RT log ax, nF aw onde Eh = potencial de redox em relago ao potencial padrio Eo: 4,, € ay, slo as atividades das formas oxidada ¢ reduzida, respectivamente (mol/L), R = constante dos gases, T = temperatura absoluta, n = niimero de elétrons tran onstante de Faraday; Eo = Eh quando a = aay aces = 1, log 1 = Eo +0,059 log. a, © potencial do sistema H, =» 2H + convencionalmente tem zero mV (milivolts)e serve de referéneia part Eo e, portanto para Eh. © potencial de redox pode ser expresso como pF de modo analogo a0 pH: enquanto este indica a intensidade de suprimento de prétons, o pB indica o de elétrons. Um sistema com baixo pE tende a doar elétrons e, outta com pE alto, a recebé-los (BARTLETT. 1981). : 2 oe if tees —— — Manial de Nutrigio Mineral ce Plants ‘Quanto mais alto o valor de Bh maior o poder de oxidaciio do sistema, No caso dos sistemas ccitados no infeio a facilidade com que 0 parceiro oxidado € reduzido obedece & seguinte ordem decrescente: Nitrato > 6xido de Mn > 6xido de Fe > sulfato > C orginico, ou seja, 0 potencial de redox do sistema NH, =» N, =® NO, € 0 mais alto € 0 CH, =» C =» CO, é 0 mais baixo. Em outras palavras: valores altos de Eh ou pE esto associados com espécies oxidadas. enquanto valores baixos esto associades com espécies reduzidas (detalhes em PONNAM-PERUMA, 1992). potencial de redox do solo resulta da soma dos poienciais de todos os sistemas presentes ¢ pode variar de - 300 mV (pE = - 5,0), fortemente reduzido a + 800 mV (pE = 13,5) fortemente oxidado. Solos inundados, condigdes anaerobicas, portanto, epresentamn valores de + 118 a 414 mV {pE2a-7), A medigao do potencial de redox pode ser feita usando-se um eletrodo de Pce um de calo- ‘melano ligados a um medidor de mitivots. Nos solos bem arejados, ha muito , dissolido na solugso e por isso ocorre uma alta proporg20 de compostos oxidados como dxidos de Fe", Mn™, NO? e SO, , apresentando ainda baixo teor de matéria orgénica facilmente oxidavel, Inversamente, nos solos hidromérficos, mal drenados ou inundados (selos arrozciros, solos de varzea), a baixa concentragdo de O, est associada a teores maiozes de compostos reduzidos (Fe”?, Mn, NH", $2, CH,) ¢ de matéria organica facilmente decomposta. © potencial de redox baixo €, em parte, conseqliénicia do consumo de O, por microrganismos acrobicos, mas, os maiores responséveis sdo anaerdbicos que usa compostos organicos como doadores de elétrons ¢ compostos minerais (NO;", SO, *)¢ orgénicos como aceitadores em lugar do O., As reagdes de redox no solo sto comumente lentas mas podei se tomar mais ripidas quando catalisadas por uma vatiedade de microrganismos. Bactérias especificas como Thiobacillus ferrooxidans e Metallogeneum spp estio envolvidas na precipitagao de Fe € Mn. respectivamente por promover sua oxidagio, o que diminui a disponibitidade para a planta. Diminuigao na disponibilidade pode ovorrer também quando o S*, getado em condigoes de privagio O,, precipita os sulfetos de Cu, Fe, Mn e Zn, bem como ode metais pesados (Cd. Hg). Diz-se que os solos esto balancesdos (poised), isto ¢, bem tamponados, quando tem muitas substiucias oxidadas e muitas zeduzidas, com 0 que oferecem resisténeia a mudangas do Eh ou pE em qualquer diregdo (TAN, 1982, p. 214). 1.9. 0 SOLO COMO FORNECEDOR DE NUTRIENTES ‘A Tabela 1-1 mostra que 05 componentes de matéria seca das plantas, representadas pela soja estfio presentes em proporgdes que diferem em ordens de grandeza C,H, - toneladas por hectare N,P, K, Ca, Mg, S- quilos por hectare B. Cl, Co, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn - gramas por hectare Os 3 primeiros so chamados "constituintes orginicos", os seguintes so "macronutrientes" & 68.8 \iltimos fazem pane da lista dos micronutrientes, Macro © micro constituem a contribuigao do mei E, se houver falta, 0 adubo deve “ajudar’. "solo para a vida © a composi¢ao da planta. © fomecimento ou disponibilidade dos nutrientes das plantas consiste numa série de reagaes de transferéncia enunciadas em 1,(3), a saber: ™M (s6tida) —* M (i4bil) —* M (solugao) Onde M_ = macro ou micrenutrientes. Manual de Nutticuo Mineral de Plants <= - Figura 1-21, 0 soa ton uma capacidae de lornecimento ou pode ramps maior que o slo B, isto 6 mate jaridade/inersitade; a absorgo ela planta abla menos > concentragie dfn na soko 0 solo do que no solo B (TISDALE eta, 1995, .95) souugho (1) Como foi visto nos itens pre relacionados com a fertilidade fisi raizes), da biolégica (adigdo c transformagoes d= lentes © fornecimento ov disponibilidade depende de fatores condigoes adequadas para a "metade escondida" da planta, as natéria organica). Essas duas fertilidades se completa com a terceira, a quimica, mais imediatamente celacionada com a nutri de planta. Pod enti classificar, em relagao a0 tempo, a fertilidade em Pronta ou imediata - elementos na solugdo do solo; Intermediria - 0s elementos ainds presos frotsamente a fase [abil Tardia - os elementos da fase s6lida que devem passar pelos processos de intemperismo ou humificagdo # mineralizayao A Tabela 1-22 resume as formas ¢ teores dos macro e micronutrientes nos solos brasileiros onde "total" significa aquela de disponibilidade tardis, enquanto "dispontvel" corresponde as duas primeiras, em conjunto, visto que a andlise de rotina dos laboratérios no as separa. A disponibilidade € afetada por diversos fatores os principais dos quais se encontram na Tabela 1 Bxiste um equilibrio entre M (labil)=> M (solugo): lembrar que na Figura 1-1 todas as te de transferéncia, excete a que leva a M (erosiin) so reversivels. Desse modo a absorgao de M pela planta faz com que o equilibrio se desloque para a direita pondo mais M na solugao do solo. O solo tem uma capacidade, C, também chemada poder tampao, para refazer a concentragio de M a solu se poder tzmpio, € dado pelo quociente da varlagao no tear de M trocavel, fator quantidade, Q, ¢ teor do meso na solugao do solo, o fator intensidade, T, AQ_ isto é AT A Figura 1-21 mostra a situagdo de dois solos, Ae B. com Cs diferentes, o que ¢ explicado na legenda, 1.10. SOLOS BRASIL EIROS A Tabela 1-24, baseada nas descrigbes de PRADO (1995) apresenta algumas caracteristicas para a identificaedo dos principais tipos de solos brasileiros. A Figura 1-22, reproduzida de ANDA (1971, p. 76) di a distribvigao aproximada des: Devido & mudangas na classificago, entretanto, 4s vezes no ha correspondéncia com a Tabela 1-24 A Tabela, uma tentativa de quantificar a distribuigdo desses solos nas diversas regides do pais podendo-se notar a dominancia dos virios latossolos. A Tabela 1-26. finalmente dé algumas caracteristicas fisico-mecdrficas e quimicas desses solos, aul pied pa anal de Nucricio Mineral de Plantes Tabela 1-22. Formas ¢ teores de macro € micronuttientes nos selos do Brasil®) x 02 -a8G/em Too ‘ana “pri e. Tote Degerie ‘am fede sna roa fre oc Sousiosoe Ca taronane sae Teco Sila ave S Grins harus Seta, sonedo __ Smgiane Matera orn, Tuma Aasorvide, soko ‘oreo Siteatee, 3 maior? rave Tova Cu? Sulctos, tas, 200, al Froctvel Soil Ling/e? Dispel FeO Gyidas, naraecos, ets, esate, Siicatos, MO, 40-400 of Ads, sol 2D evan Cisoonivel Mini? carsonatos ik rides (+8) Tota Aesorviae, 2 spaniel Mol Acsorvido a sesaudnicos 251 Total Bisponve_ ze ae 10-300 mg/ém? Tort Adsorvico, soled DS mus” sported Tabels 1-23. Fatores que afetam a disporibilidade, Teor Total Motor (Siliés) > maior M (bi) maior M (Sol) Relarso 4 pre tao _ “racaveiSoh io wor Focal ge too slivel Mat Ov. ibuicgo maior pare CTE quae wemoeratiraWinaralzatze mat 0°, Pete ~Concigbesacrébidas: maior panibldade Redox $ Coneigtes anzercbicas: maior dsponbalisate Nn menor HS oH 80H 65: ma ia esporibliced NP K CaM; ndo minima des autres elementos 35 Manual de Nutriggo Mineral de Plantas) == Tabela 1-24. Caracteris principais tipos de solos brat para a identificacao dos Latossolo Roxo (LR) Latossolo Vermelho Escuro Relevo plano ou suavemente undu (lve) Cor veranalna unforme em profundicade. Textura méeti,argilocs ou muito argilosa Latossolo Vermeino Amarelo eleva plano au suave onculado (vay Amarelado em arofundidade Temura mca, araiiasa cu muito argiiosa Eatossolo Amarelo (LA) Plano ou suaverente andvlac, Cor amare la e teor de argila unformes no pert Testura argisa ou muito art Agregados estruturais oe alte Latossolo Bruno (LB) Areas em mais de 800m de altitude, frias e cmides, slarato do Sul Textura argiasa ou multe argilosa, eem horizonte A relativamente escura Terra Roxa Estruturada (TE) Predominantemente releve ondulade avermelhada unifrre ao lange do perfil i Testura argiiasa ou muito silos Podzolico Vermelho Escuro Releve andulado (PVE) Toor de araila no horizonteB (vermelhc) maior que no erizonts A Podzélico Vermelho Amarelo Cndulado ou forts ondalado (PVA) Cor amarela oy vermeliig amarela no Horizonte 8, mais Bruno nao cdicico (BNC) elev suave ondulado Raso com mudanga textural abrupta,horizonte B vermela-amareiada Brunizem Avermelhado(Br) Reteve cndulado au fortemente ond aso, Horiznte A escura mais espes50. Planossolo (Pla) Terracos 02 nose riachos (hidromorfismo) cu terco superior de encosta Mudanga textural abropta entre horizantes superficial @ © _subesun Cambissoio Relevo pracomninantemente ondulado ov montanh geraimente pouco profundo Pade ocorrer com terraces de rio e iach Teor de arila semeltante nos horizontes A e & Testura argilasa, multe arailosa ou mi Presenta te mica Aria quartzosa (AQ) Relevo piano ou suave ondulado Textura arenosa na perfil Manat de Nucricao Mineral de Plants Figura 1-22. Represectagdo esquemstica dos agrupamentes de solos dominentes no Brasil ER esciecard Latassle amaralo wo «mo Latossolofrunedstsico == «0 mo 7 a Rave oe simico 0 a5 Terra Rava Fsrturaea i Brunas no cles Boo Prana < 3 Sones = sobdeados o 4 3 Canbseaas| 305 Areas Quartosas iene 5 oo arora hiromdteas & intossols wo3 verse o 1 salincs ‘ Cone t Brunzene Total a7 Manual de Nutrigao Mineral de Plantas Tabela 1-26, Algumas Caracterstc 08 principais solos brasileiro L1. LITERATURA CITADA ADAMS, F. (Editor) 1984 Soit Acidity and Liming. 2*ed, American Soc. of Agronomy, Inc, Crop Sci. Soe. of America, Inc. Soil Sct, Soe. America, ine. Madi ALLOWAY, B.J, 1990. Soil processes and the behaviour of metals. Em: Heavy metalsin soils. p. 7-28. BJ Alloway. ed, Blackie, John Wiley & Sons, Ine, Ipswich. 339 p ALVAREZ, V.H;RF NOVAIS, LE. DIAS & JA. OLIVEIRA. 2000 Determinasio Boi, info. SBCS (Vigosa) 25(1):27-32 AMORIMILY;L.C. SCOTTON, HP HAAG & BE, MALAVK cateewre. XX. Efeito da variagéo do pH ne desenvolvin cultivado em solugdo nuuntiva, An. E.S.A. "Luiz ANDA (Coord,). 1971. Manual de Adubagao. r ASHER. CJ. & D.G. EDWARDS. I lie Suailien: sea, p son, 380, 1s0 do fosfora remanescente (A. 1968. Estudos sobre aslimentacao mineral do ento e composigao quimica do eafeeira no de Queiroz", USP Piracicaba)25: 121-136. Associagdo Nacional para Difusa de Adubos. $0 Paulo, 265 8, Critical extemal conce: teations for nutrient deficiency and 3-28. Dep. Sei Indus, Res. New Zealand, Info Series 134. 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Elementos encontrados nas plantas, de atordo com varias fontes, CE or O-C-H Kao vin=z0—S- Rb 80-8 40 nilises ica dos sradtov —_—_— = Manual de Nutvigdo Minerale Plancas C, He Osis chen SaLa.CaaRa, Ka Ag, sto elementos minerals. Quais hime Todos os demais, cles so necessirios a vida da planta? Ampllite das plantas aie responde a essa ps uita: Aristételes, o maior fil6sofo e bidlogo antes da era de Cristo, ja ensinava gu “as plantas no tém alma para pensar" O que se traduz do seguinte modo. as plantas absorvem, do meio em que vive, os alimentos (Jeia-se elementos} de que necesstam © fazem ¢ orens-ititita ie podem envenend-las, DiI Arnon (entre 195? e 1953 Postulou: “Todos os elementos essenciais (necessérics) esto presentes na planta, mes nem todos os elementos enconirados na planta reagdes de (rin essenciais”. Por esse motivo o element M que passa p ey da Figura WT, da tase sélida até ayiirie Categorias sept (1) Essenelal: set elt 1 pina ie 11 fi ssifcah-se como mAcyimalLrieTges: (it militia ju 1 ego de um plants ake § componrgin ek 30 refs iran Hn Tatil 22 Tabela 2-2. Cone J ua =i5 ——— 95% oon au 1 a asa a6 ‘ 100 Zino in 6538 30 Margenés saa Me Faro 5565 2a be 8 108 a 35a 30 5 0 aa aco P 6 a a Ms 0 a2 anon cs Ds 0, 125,000 Ian K 20 19 250.000 Mtrogtne——N xs as ongéne 0 3000 6 Carbone ___€ 00 fs (2) Benéfico: sem e vive mas. em dadas condigdes a sua presenga pode aiudar o ‘wscimento ¢ aumentar 8 produeao, © Na é muito parecido com o K (valencia, raio idnico, grau de Manual de Nucrigdo Mineral de Plantas = — - hidratago) podendo substitu(-io em fungdes no especificas como o equilibrio osmético: assim, num solo pobre em potdssio, dependendo da cultura, o Na contido no salizre do Chile, NaNO,, seré capaz de substituigao parcial. © fon silicato é semelhanie ao fon fosfato: pode deslocé-lo de sitios de trace na fax promovendo seu fornecimento & planta; além disso, como se verd mais tarde, o sii diminui a toxidez de Mn que pode se apresentar em solos dcidos (ver Figura 1-14). (4) Téxico: ensinava o alquimista Paracelsa que “a dose faz 0 veneno”. Assim, elementos cnciais ou benéticos podem se tomar t6xicos quando presentes em concentragéo muito altas no ; meio. Como distinguir? © elemento tdxico mo deve pertencer a nenhuma das por definigao. F aqucle que diminui o crescimento ¢ a produgdo. Pode ser natural, como o Al dos solos deidos ou antropogénico quando o homern o adiciona ao solo através de atividades agricolas ou nao, geralmente as thimas, adicionando res{duos prejudiciais. E muito grande a lista dos elementos \exicos: As, Cd, Br, Pb, Hg, Sb, Th, U e outros. a HEWITT & SMITE (1975, p. 4) apresentam uma Tabela, a 2 o seino vegetal como um todo em vez. de cons \egorias anteriores t 2.3, diferente da jerar somente as plantas superiores. Deve-se notar que . desde a publicacdo do livro, Ni passou para o rol dos essenciais o mesmo acontecendo com a Se. Pc outro lado, o caréter benéfico dado ao Al parece dificil de justificar. A essencialidade do Si ainda nao 1 foi demonstrada nem direta e nem indiretamente, Tabela 2-2. O estado dos elementos na nutri¢to dos vegetais Eat metals - ots Fero Aunine caieom be strane Moantsio Rubin Niue oie Nao Metais Carsane Bore le Hirogenio 0 Bare sore tooo Natio Enire a Maniial ee Nucrigdo Mineral de Plants As informagdes de Arist6teles e de D.{, Amnon levantam a questio: como saber que um elemento ssencial? Ha dois critérios estabelecidos por ARNON & STOUT (1939) que devem scr satisfeitos amemte on no, a saber: conyy (Z) Direto —o elemento deve fazer parte de um composto ov de uma reagao crucial (enzimética ou no) para o metabolismo, isto ¢, para a vida da planta, Exempios: N — faz parte de todas as proteinas, a chamada “base fisica da vida”. O Fe faz parte de citoeromos da cadeia respiratdria, (Dei sobre 0 que fazem os elementos essenciais sero vistos oportunamente) (2) Indireto — desdobra-se nas scguintes fases: (a) na auséncia do elemento a planta morre antes de completar 0 seu ciclo; (2) 0 elemento no pode ser substituido por nenhum outro; (3) 0 efeito do elemento no deve estar relacronado com o melhoramento de condi Ges flsicas, quimicas ov biolégicas (doengas) desfavoraveis do meio. Para verificar a obediéncia ao critério indireto: (1) plantas cultivadas em solugao nutritiva nga € auséncia do elemento em estudo; (2) tentativa de substinui-lo por . pe ‘outros semelhant mento as folhas em lugar de o fazer as rafzes, Considerando-se apenas as plantas superiores a lista dos elementos esseniciais, que salisfazem 0 eniteno dizeto ¢ 0 indireto ou somente ao segundo € a seguinte (EPSTEIN, 1975, modificadoy Macronutrientes — N, P, K, Ca, Mg, 5 Micronutrientes — B, Cl, Co, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni, Se, Zn Nao se pode dizer se a lista est encerrada: “Se houver algum outto elemento essencial seré obigatonamente um cnicronutriente™ (D1. Amon, 1952 au $3), WELCH (1995) afirma de modo brirdo outros elementos essenciais devido a avangos recentes Gisponibilidade no comercio de instrumentos analitieos altamente nentos” [no meio, na planta), ais elaborado; “Possivelmente se des nas téenicas de cultive em solu sensfveis para a determinagio de e! 2.2, EXIGENCIAS MINERAIS DAS CULTURAS Ha varios ais das culluras, as quais em geral se aplicam a todos as espécies: ectos a considerar quanto as extgencias min (2) exigéncias totais ~ dependem da espécie, as vezes da variedade, do tamanho da colheita admitindo-se igualdade na fertilidade do solo, aduba 0. calagera © manejo, swantidades no produto colhido - evidentemente menores que as anteriores, porém fun¢ao dos mesmos fatores (3) quantidades para a produeio unitéria - € 0 quociente da exigéncia cotal pela no produto colhidos (@) exigéncias no cielo ~ acumulagdo de nuttiente no total de dias, mneses ou anos do ciclo; (S).necessidades no ano agrieala - repartigdo denteo do ano em fungdo da fenlogia ou faces de vida da planta (6) mobilizacio de reservas ~ proporedo das necessidades para vegetagéo e prodng pela mobilizagao das reservas de diversos drgaos da planta (das caizes, lenho, falhas); (7) acumulacdo no fruto ~ marcha da acumulaga duraate o crescimento da finite até a mecuragio ecolheita; (8) ciclagem ~ retomo de nutrier material podado As Tabelas 2-4 2-5 mostram, respectivamente as exigénc Principais culturas brasileiras. De um modo geral as necessidades de macronutrientes seguem a ‘quantidade 0 satisfeitas vos mais velhios, em restos de calheite, orgdos veg: s de macro e micronusrientes das ‘Manual de Nutrigao Mineral de Plants, ordem decrescente: N>K>Ca>P = Mg = S$: No caso dos micronutrientes tem-se Fe > Mn > B > Cu> Zn > Mo > Co> Ni> Se. Aparecem quantidades altas de Cl que representam algumnas ordens de grandeza maiores que as demais, kg em vez de g. Isto, entretanto no deve significar exigéncia: possivelmente plantas recebem clorete de potdssio (KCI na sua adubagio, tendo absorvido mais clora que o realmente necessirio ~ é 8 chamada “alimentagao de luxo"” A Tabela 2-6 mostra as quantidades de macro ¢ micronutrientes que 0 algodoeita consome Pata a producao de 300@ de algodio em carogo (1@ = 15 kg) dé a porcentagem do total contido na cultura que € exportada como produto colhido. Parte do contido nas plantas colhidas € reciclada. Para dar um exemplo dos demais espectos das exigénclas minerais que foram mencionados apresenia-se em seguica um estudo de caso - 0 do cafeeiro, cultura de que se sabe muita coisa, embora no tudo, ainda, (2) Exigéncias totais no ciclo e para a cotheita AAs Figuras 2-1 a 2-3 contém dados recalculados ta trabalho de CORREA et al, (1986), Eles anaiisaram plantas inteiras (raiz, caule, galhos, folhas ¢ trutos) de mudas de meio e de um ano de ‘dade até 7,5 anos, determinando todos os mactos © mais B, Cu, Fe, Mn e Zn. As covas cinham dues plantas havendo 2.500 coves por hectare. Os dades originais, g de macronutrientes por 2 plantas foram multiplicados por 2,5 para obter kg/ha. A produedo média das duas cultivares, Mundo Novo Catuai, variou entee 5 © 50 sacas de 60 kg de café beneficiado por hectare, Hé ensinamentos préticos imponantes para a cafeicultura nas Figuras: 2-1 a 2-3. (1.1,) no periodo considerado a exigéncia total cresceu sempre embora a colheita tivesse sofrido uma variagao de 10 vezes; (1.2,) segue-se dai que nos anos de “baixa” o cafeeiro consome mais nutrientes para fazer a vegelagao responsivel pela produgiio. do ano seguinte, em ano de “alta produpdo os nutrientes s80 mais consumidos para fazer frato; (1.3) entre 6,5 € 7.5 anos parece haver o inicio de uma tendéncia assintética; em outras Palavias a curva acumulagio x tempo é uma sigmbide tipica, ou seja, um “S” deitado; no inicio ¢ no fim dos tempos hé menor absorgo diria on mensal; Hé um periodo imermedisrio de absorgto mais répida; a sigmdide é enconteada também em estudos com cultures temporérias; 1.4.) depois de 7,5 anos 6 posstvel que a acumulagdo total tenha altos e baixos, correspondentes a altas ¢ baixas produgdes. Os datos completos de CORREA et al. (1986) permitem calcular as quantidades de macro e ‘micronutrientes que o cafeeiro utiliza para.a produgio unitéria de uma saca, o que evolve o consumo para ‘vegetar mais o constimo para frtificar, Os resultados estio na Tabela 2-7. A tabela nio significa que 0 Uso dessas quantidades leva 2 produgdo de 1 saca, de café visto que as perdas diversas (Fixaglo, imobilizagao, lixiviagio, volatilizagio, er0s80) ndo permutem que o adubo tenha um aproveitamento de 100%, As quantidades contidas em uma saca de café beneficiado e nas cascas correspondents esto nna Tabela 2-8. trata-se das médias de 3 variedades de “Bourbon amarelo”, “Caturra amareio” e "Mundo Novo", cultivadas em tés tipos de solos, Areia Quartzosa, Latossolo Vermelho Amarelo textura média ¢ Tera Roxa estruturada (MALAVOLTA et al., 1963). Os seguintes pontos devem ser enfatizados: neat Manual de Nutrigao Mineral de Plantes Tabela 2-4. Exigéncia de matronutrientes das principals culturas Agedoeiral pai 35ins} paretet7m rot “Rates ‘Amendoim cate = Essenear < : Florestasc? x a le fi pitas: 4 sania z borne a8 atti = Hortsligas— = pine iat i ema # 3 toranjat® a2 ‘Mandioca™ 4 inom yeti Pastagens™ Soja Tigo (C1) as grandes quantidades de N P Ke a pequena de Mo; (2) a alta paricipagdo das eascas no total ~ dat o interesse pritico e econdmico em devolver. rociclar, as cascas ao cafezal, o que significa economia de adubos visto que a mineralizagao liberaré os 45 Manual de Nutrigo Mineral de Plantas Tabela 2+5. Exigéncia de micronutrientes das principals culturas. elemento poderd faze-lo, , sendo que, no caso do K, a lixiviagdo pela agua da chuva ou de ieriga mento se encontra quase totalmente em forma iénica, (2) Bxigéncia durante o ano agricola CARVAIAL (1984) cultivou iro novo, no inicio da fase de produgfo, 2~3 anos de i tem solugio nutritiva completa a qual era analisada periodicamente. Por diferenga obtinha assim, a guantidade absorvida. A Figura 2-4, tirada de MALAVOLTA (1993, p. 17), € feita recaleulando os adios originais, mostra os resultados obtidos. Chamam a atengdo: a alta absorgdio de P, quase $0% do total no perfodo de pré-floracdo, 1/3 do N ¢ absorvido juntamente: durante © creseimento do fruto 46 —————— ama de Nuttigdo Mineral de Plantas Figura 2-1. tar 1 de absorsdo do nitrogénio. Figura 2-2, Marcha de absorgao do fésforo (P) do Ne quase 1/3 do Pe do K sfo acumulados. Tais dados so uma sinaliza fomecimento de N P K para o cafeeiro. para a época (3) Acumulagao no fruto CHAVE! acompanhou a evolugdo da matéria seca e de nptrientes © crescimento do frato do Catuai amarelo obtendo os dados que esto na Figura 2-5. Vi acumulagio do K continua até praticamente a colheita ou quase. lurante se que a (4) Mobilizacao de reservas Manual de Nutrigio Mineral de Plan: la 2-6, Necessidades minerais do algosoeiro, Zn i O cafeeie sino acontece com citrus e, talvez. com autras perenes, dispiem de duas fontes de elementos, de alguns pelo menos, para atender as necessidades da vegetasao nova e da truuficagao, uma extema, o solo ou o ferilizante, ea outra interna, a mobilizacio de reservas, © assunto jo} estudado por O.F de Lima Filho e E. Malavolta usando os isdtopos estiveis de N,N, e de Rb, "Rb, © ijumo como tra: lor do K, dada a semelhanga quimics entre ambos. Os elementos foram fornecicos em solugéo nutrtiva durante | ano e depois deixou de faze-lo, As diversas pares foram analisadas ¢ caleulou-se a contribuigo de Orgios de reserva pura a suprimento de Ne de K para a vegetagao e frutificagéo. Os dados das figuras 2-6 e 2-7 mostram que: (4L)IN. + quase % db N dos frutos nas plantas para as quais 0 memo continuou a sez 48 aac Mania de Nutrigao Mineral de Plancas Tabela 2-7. Exigéncias minerais para a producae de uma saca de cofé beneticiado. a Sn N 1250 B 2.500 PB 6 cu 1.250 K 155 Fe 40.000 Ca 825 Mn 1286 Mg a0 Zn 7.500 s 25 ‘Tabela 2-8. Macro e micronutrientes no café média de 3 (irs) veriedades. oars lala rec Cort N iss 2008 P a ua K usd es ce 26 ag Mg a 168 s Zz * w 8 age 104 30 cu ag 1ge ap Fe ae 3a 1260 Mn a 130 30 Mo 0008 agoe our in 072 420 472 fomecido, em forma de '*N, a predominante na natureza, veio das reservas, nas plantas deficientes a ‘ajuda da reserva foi maior, chegando a quase 50%. (4.2.).K ~ quase 50% e 75%, respectivamente, plantas ndo deficientes e deficientes, vieram de rgkos de reserva. (5) Cictagem Durante 0 ano hi queda de folhas vethas 0 que aumenta na colheita manual ow mecénica, A uantidade de folhas por ha deve ser ainda maior nos eafezais semi-adensados (5000 cavashha) até os superadensados (20,000 covas/ha), Tais folhas séo fontes de nutrientes, como as cascas ja mencionadas ‘© material podado & outra fonte importante. particularmente nas plantagdes mecanizadas onde € possivel :ritura-lo mecanicamente, facilitanda humificagao e mineralizagdo. As Tabelas 2-9 € 2-10, tiradas de GARCIA ct al, (1986) mostram a contribuigdo de vérios tipos de poda a qual eresce com a severidade das mesmas. No caso do Coffea canephora, multicaule, hé obrigatoriedade de poda mais, 49 Manual de Nurrigo Mineral de Plantes == Figura 2-4, Absorgao de N, P e K no ano agricola (os riimeras sao porcentagen do total) por plantas de café de 3-4 anos de idade, (Crescimento do fruto: nov. aFev-) N 20% 20% 26% P u 2 32 K 25 19 31 SERS OE 0 ee Maturagao Pré | Crescimente ns | e Repouso | Floragao | Fertiesee ( Colheita eFloracao] 2° 5. Acumulacao de matéria seca, nitrogénio, fésfora e potdssio nos frutes do Catuai amarelo. DIAS APOS FORMAGAO OO FRUTO freqbente, as yezes anual, 0 que aumenta a reciclagem. Com isso hd uma tendéncia para que a erlilidade no diminua acentuadamente Um aspecto interessante de reciclagem e que, 20 que parece, nao havia sido avaliado ainda, € 0 dos nutrientes contidos nas flores. MALAVOLTA ct al. (201 flores de Catuaf e Mundo Novo, separaram as folhas, ramos e flores, analisando macro ¢ micronutrientes. Recalcularam os dados para 1 hectare, considerando apenas os ramos produtivos. Obtiveram os miimeros que se enconte ontidas nas mobilizadas para as fl ) colheram ramos com café com jam na Tabela 2-11. Como se vé, a5 quantidades absolutas 6 apreciavel, chamando a ateng , Particularmente 0 Mg, Magnésio como vetor do P & expressfio que tem quase 100 anos: como se vin na Figura 2-4, alta proporgio de f6sforo € observada na pré-floragii e florago. Haverd alguma relagio? A reciclagem tem grande importancia prética, permitindo que se faga economia de adubo em culluras conwo a bananeira e particularmente no caso da pupunha (ver Figura 2-8) cultivada para palmito: na colheita so exportadas quase que s6 C, H e O; 05 minerais absorvidos do solo ou do adubo permanecem no campo, como folhas, parte do estipe e cascas que envalvetn 0 citacdo palmito. Eo que se pode ver na diltima coluna da Tabela 2-13 em que a proporgio dos macro e micronutrientes ————— mamial de Nutvicio Mineral de Plantas contida no produto é muito pequena, Os restos que permanecem na plantagiio decompbern-se & fornecem nutrientes que sdo absorvidos pelos perfilhos Figura 2-6. UtilizagSo (%) de N, proveniente dos dragos dle reserva. Por folhas, ramos, Faizes ¢ frutos do cafeeiro joes te Figura 2-7. Utilizacao (%) de K, proveniente dos érgaos de reserva. Por folhas, ramos, raizes e frutos do cafeeiro. erry ae 2.3,A EQUACAO GERAL DA ADUBACAO. Jé foi visto em 1.1. que 0 adubo se destina a cobrir diferenga entre exigéncia da cultura e forne- ccimento pelo solo, levando em conta ¢ compensando as perdas de diversos tipos: volatilizacao. lixiviagéo, imobilizagao e fixagio, erosao, E intuitive, para ndo dizer, o “Obvio ululante” de Nelson Rodrigues. que quanto mais pobre o solo, mais adubo é necessério adicionat. Ver Tabela 1-2. Na prética da adubago procura-se introduzir o fertilizante no sistema solo-planta-atmosfcra (ver Figura 1-1), aumentando @ concentragao do elemento M na solugdo do solo, obedecendo aos principios da nutrigdo de plantas, da fertilidade da solo, ds adubagdo propriamente dite e da economia, sem que 0 nao se tem Agricultura {com A grande) sustentével. A evolugio do consumo de fertilizantes minerais no Brasil improprlamente chamados “quimic pode ser vista na Tabela 2-13, © aumento real observado em meio século certamente contribiu para o abastecimento de fibra, alimento e energia renovavel e excedentes exportdveis, De acordo com os dados levantados pela ANDA (2003) 0 cafeeiro acupou em 2001/02 uma 61.000 ha € recebeu 1,241,000 toneladas de adubos (produtos, nao nutrientes) 0 que corresponde a 10% do consumo total. A producdo foi da ordem de 40 milhdes de sacas de 60 Pode-se admitic que a formulagdo mais usada pelos cafeicultores 2 20 - $ - 20, isto é, 20% de N, de P.O, © 20% de K,O. Quer isto dizer que as 1.241.000 de produtos correspondem a 1,241,000 t x 0,45 (soma de 20,5 ¢20%) = 558.450 t de mutrientes; o consumo por ha, foi, pois, 558.450.000 ke/ frea de Manual de Nutricdo Mineral de Phat) === ‘Tabele 2-9. Estimativa de extracéo de macronuitientes nas partes nodadas em 1904 covas/ha Recep Am re Desme® 19.) ee 136937 87 2,361,000 tem-se: 45% (soma N + P,O, + KO de formulagao) 236 ke portant 1%= 236 = 5,2 kg; entio o consumo foi de 45 20x52 = 104kgN 5x52 =26 kg PO, 20x 5,2 = 104 kg KO Colheram-se 40,000,000/2.361.000 = 17 sacas/ha em média. De acordo com a Tabela 8, uma saca de café benefic 1,026 kg de N 0,138 kg de P.O, 1,113 kg de K,0 ( Nas 17 savas de produgao média tem-se, pois, em nlimeros aproximados 17 ke N, 2.3 ke de P.O, € 19 ke de KO. Conclui-se dai que a cafeicultura, de modo geral, contribun para aumentar a fertilidade do solo. Chega-se i mesma conclusdo se 0s dados da Tabela 2-7, os quats do as quantid de N PK necessirias pata a produgde, sto considerados. — a Manual de Nutrigao Mineral de Plantes cotati tales 8 2 fms 1 ® Tres aah Tefal 351232 v4 fata fone a ‘ones ss rr “yee 77 a8 Tota 339.219 3378 778 151 dewealin fons 7 yn m9 m6 1368268 Deeotes 2070 Decoiaa 1m Faas esqektimenio Ramos 10 249192 2088 441 Tabela 2-11. Macro e micronutriente nos ramos produtivos do cafeeiro. a co rere catuat_| tn 3 kg. ‘Manual dle Nutrigto Minerale Plan = Tabela ventas removides pela pupurheira para palmito baseados em $3200 cepas/ha e uma produce de 9.600 palmitos por ha por anc” cg od erecta Co ee ee S00 280) ou Fe on “an Figura 2-8. 0 sistema ofo-pupunha-atmosfera-adubo & corretivo ‘{baseado em Herrera, 1989). Manat de Nutrigao Mineral de Plants Tabela 2-13. Evalugio doconsume de adubos no Brasil (mit) irr 1816 2807 3059 Kg NP hectare kg NPi/capta 5 2.4. LITERATURA CITADA ANDA 2003, Anuario Estatistico Setor de Fertilizantes, Associacio Nacional para Difuus4o de Adubos. So Paulo, 158 p ARNON, D.J.& PR, STOUT, 1939. Molybdenum an essential elemnent for higher plants. Plant Physiol. 14: 59-602. BATAGLIA,OC.,H.A.A. MASCARENHAS. 1982. Nutrigio mineral da soja. Ex: Soja No Brasil Central ed, Fundagdo Cargill. Campinas. 444. BATAGLIA, 0.C.,.0. RODRIGUEZ, R, HIROCE, J.R. GALLO, P.R. FURLANI& A, M.C, FURLANL 1977. Composicao mineral de frutos citricos:na colheita. Bragantia36(21):215~221. BELLOTE. APJ... SARRUGE, HPHAAG,G D. OLIVEIRA. 1980-2, Extrayoe exportagdo de nutientes pelo Eucatiptus grandis Hillex Marden em funcde da dade: I-macronatrientes. IPEF (Pitacicaba). 201-23, BELLOTE, A.J... SARRUGE, H PHAAG G D. OLIVEIRA. 1980-b. Extracio e exportagio de nutrientes pelo Zucaliprus grandis Hill ex Marden em fanga0 da idade:2- micronnurientes, IPEF (Paracicaba 2:27.45, CARVAJAL, LF. 1984. Cafeto—Cultivo y Fenilizact6a, 2” ed, Inst. 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(ihe bung, sabarwy TRES Absorcao, transporte e redistribuigao “Verdadeiramente este assunto (0 dos elementos quimicos indispensiveis para o crescimento da planta) constitui um aspecto “fundamental da nutrigao das plantas, mas nao menos fundamental sao ‘05 problemas da entrada desses elementos essenciais nas raizes, do seu movimento para cima e sua distribuigdo na planta”. (DR. Hoagland, 1944) 3.1. INTRODUGAO Convém, para evitar confusao, definir os termos que do nome a este Capitulo 3: (1) Absorgiio - é a entrada do elemento M (essencial, benéfico, t6xico) no espago intercelular (da raiz ou de folhas) ou de qualquer parte da célula; (2) Transporte - é 0 movimento de M do éredo de absorcdo para outra parte do mesmo ou para outro érgio da planta, como, por exemplo, da raiz para a folha ou desta para a raiz caso 0 drgio de absorgiio tenha sido a folha; (3) Redistribuigdo - é 0 caminhamento do elemento absorvido de um local de residéncia para outro qualquer; a Figura 2-7 mostrou que parte do N e do Ke provavelmente de outros nutrientes) necessarios para o crescimento do fruto do cafeeiro vem de drgios de reserva, leia-se de residéncia, como lenho dos ramos e folhas. ‘A Figura |-1 ilustra essas reagdes de transferéncia que so arroladas no item 1.1. 3.2. ABSORGAO RADICULAR Corresponde reagio (3.5.) do item 1.1. 3.2.1. Contacto do Elemento com a Raiz ‘Trata-se do primeiro passo, e passo indispensivel para que o elemento da solugio do solo, nativo ou proveniente do adubo, seja absorvido. Ha trés processos de contacto, a saber: (1) Intercepgdo radicular - a raiz, ao se desenvolver encontra o elemento; a quantidade de M que & contactada desse modo é proporcional a relagao entre superficie da raiz e a superficie muito maior do solo (ver 1.5) sendo da ordem de grandeza de 2 x 10°; (2) Fluxo de massa - 0 contacto se estabelece em consequéncia do movimento de M numa fase aquosa mével, a favor do gradiente de umidade, isto é, de uma regidio umedecida, a distancia da raiz, 39 Manual de Nutrigio Mineral de Plantas — —— a stema radicular; a quantidade do elemento que pode en [MJ onde V = volume de Para outta mais seca na superficie do contacto dessa mancira, é dada pela expressio Qfm A) onde € concentragio do elemento na solugiio do solo (0 fator intensidade, I, de ily, de milho absorve no ciclo 3 x 10° litros de gua por hectare; a soja, no periodo que vai do enchimeny, 4 maturagiio das vagens, absorve 5 mm de gua por dia; a solugo do solo pode conter 0,91 Ph de P, enquanto um bem provido ter 0.2 ppm; com esses dados pode-se ealeular a quantidade de p qi entraria em contacto com as raizes pelo fluxo de massa ento do elemento a curta distincia dentro de uma fa (3) Difusio - trata-se do mo} © Aquos a solugao do solo, estacionaria, a favor do gradiente de concentragio, isto é, de uma regiao de maigy concentragio para outra de concentragio menor, a superficie da raiz. em que a absoreao Fez com qu ela diminuisse; a difusio é governada pela equagao. dq/dt = DAP (C, — C,) L naq dg/dt = velocidade de difusio; D = coeficiente de difusio do ion ou molécula em agua; A = firea de absorcio; P = fragao do volume do solo ocupado pela digua (incl concentragiio do nutriente na distincia Lda superficie da raiz; concentragio na superficie da raiz. um fator de tortuosidade). A equagiio indica que: (1) A velocidade de difusto depende da gua do solo (P): solos arenoso: de armazenamento, mostrarao velocidade maior de difusdo; ‘com maior capacidade (2) Plantas com capacidade de absorver M em baixas concentragdes promovem um aumento na C, - C, ¢, portanto, cresce a difusio; (3) Um sistema radicular bem desenvolvido, na superficie e na subsuperficie (fator A), auments a velocidade de difustio, podendo compensar, num ano de seca, a falta de agua. Os coeficientes de difusdo, em m*.s! em agua ¢ no solo si, respectivamente: NO, = 1,9 x 10" 10-10" K*=2,0x 10? & 10" - 10°? H,PO, = 0,9 x 10? e 10"? 10's Calcula-se que, no solo, o nitrato se difunde apenas 3 mm por dia; o K* caminharia 0,9 mme 0 H,PO, alcangaria 0,13 mm, As Tabelas 3-1 ¢ 3-2, a primeira com dados norte-americanos ¢ a segunda com resultados brasileiros, mostra a participagao relativa dos trés processos para o contacto, Vé-se que: (1) A intercepgao radicular nao desempenha um papel relevante, menos no caso do Mn” (2) 0 fluxo de massa tem a maior participagdo nos casos do N, Ca, Mg, S e dos micros, excelo Mn; (3) A difusio contribui de modo quase exclusivo para P e em grande parte no caso do K. 60 —_ Manual de Nuttigdio Mineral de Plantas Esta informagao tem a sua importincia pritica na localizagaio dos adubos. Quando se usa uma formulagdo N P K 0 elemento limitante para a localizagio é o P que caminha menos. Segue-se dai que se o fertilizante for colocado de modo a assegurar contacto (e a absorgiio) do fésforo, o N ¢ 0 K também serio aproveitados. Com um porém: os adubos soltiveis portadores de N e de K no podem estar encostados na semente ou na raiz devido ao efeito salino que causa a “queima” (perda de égua). 3.2.2. Mecanismos Aristételes tinha uma idéia do processo de absorgao dos elementos do solo: ele via a planta como um aninval invertido que tinha a boca (as raizes) enfiadas no solo. Contornou a dificuldade apre- sentada pela auséncia de dejegdes: a planta comeria o alimento previamente digerido no préprio solo, 'A historia das teorias destinadas a explicar como os elementos sdo absorvidos ou entram nas células de raiz foi contada, entre outros, por Malavolta (1999) onde poder ser lida, Quando se analisa a solugdo de um solo pode-se encontrar uma eoncentragio de fésforo, P, igual a 0-1 mg/L; 0 suco celular do milho ai cultivado tera, por exemplo, 100 mg/L, ou seja, ha um fator de concentragio igual a 100/0,1 = 1.000 vezes. Deduz-se dai que 0 P foi absorvido contra um. sradiente de concentragao, acumulando-se de uma regido de baixa, a solugz0 do solo, para outra de alta concentrago, 0 citoplasma ou o vactiolo. A variagio da energia livre no processo de absorgio ¢ calculada pela equagao: ac=rtTL & onde Ce R=constante dos gases ~ 1,98, T= temperatura absoluta (273 *C), L = logaritmo neperiano, base e, Ci ~ concentragio interna, e Ce = concentragao externa. e usando log base 10, tem-se: AG = 1,98 + 293 log 100/0,1 = + 3.990 A20°C mol O sinal positivo da variagdo de energia livre quer dizer que 0 processo de absorgdo (ou acu- ula) é endergénico, termodinamicamente “morro acima”: € como a situago encontrada quando se tem um peso na base de um plano inclinado; para fazé-1o subir no plano é necessério empurri-lo, termodinamicamente introduzir energia no sistema, Quer dizer ento que a absorgo do P no caso pre- sente exige um gasto de energia da parte das células da raiz, Como isto se dé, seri visto mais tarde, Se © corpo estivesse no topo do plano inclinado, abandonado a si mesmo ¢, vencidas as forgas do atrito, ‘o de energia livre seria negativa, e 0 processo “morro abaixo” seria exergénico -eitos so explicados, por exemplo, no ele desceri sem a necessidade de introduzir energia no sistema, Estes con classico de Baldwin (1957). ho percorrido por M esta esquematizado na Figura 3-1, ocorrendo em dois passos O cam sucessivos: (1) Do exterior para a superficie externa da membrana citoplasmiatica ou plasmalema: esta parte inicial do processo de absorgao se di a favor do gradiente de concentragio do elemento, visto {que sta concentragdo na solugdo do solo é mais alta que nos espagos intercelulares e na parede celular, ‘0 ha, portanto, gasto de energia, os processos responsiiveis sio chamados passivos, (2) Da superficie externa do plasmalem ‘outra organela celular): d-se contra o gradiente de concentraga metabélica, para o interior do citoplasma ou vactiolo (ou 10, dependendo do consumo de energia 61 Manual de Nuttigio Mineral dle Plantas Tabeln 3-1. Contliuighn ralativa das prneestas dle cantar no fornecimento de nutyiontes para o miitho num solo barre limoso” TMC a CMa en Ae (ott Hp bate ca ene ae ea) R-M+OH. No primeiro caso, tem-se troca catiénica e, no segundo, aniénica. Esta restrita a componentes da parede celular ¢ tem um papel menor na absorgao total. A capacidade de troca catidnica (CTC) das raizes das monocotiledéneas varia entre 50 e300 mmol_/kg de matéria seca ¢ a das dicotiledénias entre 200 ¢ 900 Figura 3-1. Caminho percorrido pelo fon do meio externo ao vactiolo. voc (ra) pared cebar (pa) ctansens | © olsen) sn tonoplasta tn) ioc (it) ar va : | pla ei ton ton pa Figura 3-2. Curva de absorcao de calcio e fésforo radioativos por raizes destacadas de arroz ¢ de feijociro. 00 RRO 200 Feluoaro \ c.p.m.x10°/ 9 matéria seca om Wm i 1 m0 AO 63

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