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Revista de Obstetrícia e Ginecologia Psicossomática

ISSN: 0167-482X (Impresso) 1743-8942 (Online) Página inicial da revista: https://www.tandfonline.com/loi/ipob20

Explorando as experiências das mães de trauma

e terapia cognitivo-comportamental informada pela
violência após violência por parceiro íntimo: uma
análise qualitativa de caso

Kimberley T. Jackson, Tara Mantler, Brianna Jackson, Edmund J. Walsh, Jessi Baer & Sarah
Parkinson

Para citar este artigo: Kimberley T. Jackson, Tara Mantler, Brianna Jackson, Edmund J. Walsh, Jessi Baer
& Sarah Parkinson (2020): Explorando as experiências das mães de trauma e terapia cognitivo-
comportamental informada sobre violência após violência por parceiro íntimo: uma abordagem qualitativa
análise de caso, Journal of Psychosomatic Obstetrics & Gynecology, DOI: 10.1080/0167482X.2019.1707799

Para acessar este artigo: https://doi.org/10.1080/0167482X.2019.1707799

Publicado on-line: 06 de janeiro de 2020.

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REVISTA DE OBSTETRÍCIA PSICOSSOMÁTICA E GINECOLOGIA

https://doi.org/10.1080/0167482X.2019.1707799

ARTIGO

Explorando as experiências das mães de trauma e violência cognitiva informada

Terapia Comportamental após Violência por Parceiro Íntimo: Um Estudo Qualitativo
análise de caso

Kimberley T. Jacksona , Tara Mantlerb , Brian Jackson , Edmund J. Walsha , Jessi Baera e
Sarah Parkinsonc
b
Escola de Enfermagem da Família Arthur Labatt, Western University, Londres, Canadá; Escola de Estudos de Saúde, Western University, Londres,
uma

Canadá; c Centro de Ciências da Saúde de Londres, Londres, Canadá

ABSTRATO HISTORIA DO ARTIGO

Recebido em 14 de março de 2019
Objetivo: A violência por parceiro íntimo (VPI) é um problema generalizado de saúde pública que afeta uma em cada
três mulheres, em todo o mundo. Amplamente definido como qualquer ato de controle coercitivo dentro do contexto de Revisado em 24 de setembro de 2019
Aceito em 17 de dezembro de 2019
um relacionamento íntimo, a VPI muitas vezes resulta em resultados negativos significativos para a saúde. Cognitivo
A Terapia Comportamental (TCC), um tratamento básico para o trauma relacional, tem particular relevância
PALAVRAS-CHAVE
para as mulheres que passam pelas muitas transformações associadas ao período perinatal. Os achados desta análise de
Violência por parceiro íntimo;
caso baseiam-se na literatura existente que apoia o impacto positivo do Trauma saúde da mulher; cognitivo
e TCC Informada sobre Violência (TVICBT) para mulheres que sofreram VPI e estão vivendo com terapia comportamental; mental
desafios da saúde mental. saúde; perinatal
Métodos: Como parte de um estudo de métodos mistos maior, três mulheres que sofreram VPI e
receberam TVICBT durante a gravidez participaram de entrevistas semiestruturadas em profundidade para determinar o valor
percebido e a aceitabilidade desta intervenção.
Resultados: Os insights obtidos aqui servem para enriquecer as evidências atuais, sugerindo que a TVICBT fornecida durante
a gravidez pode ser promissora para o tratamento de transtornos de humor e ansiedade relacionados à VPI.

Conclusões: Dado que a melhoria da saúde mental perinatal tem sido associada a maior resiliência materna e qualidade de
vida, maior apego materno-infantil e saúde infantil positiva
resultados, esta pesquisa tem o potencial de preencher a lacuna crítica de conhecimento na interseção da maternidade, trauma
e saúde mental.

Fundo experiência IPV também enfrenta ramificações adversas para a

saúde física, incluindo ossos quebrados, doenças articulares e
A Violência por Parceiro Íntimo (VPI) é um
dor crônica [10,11]. Experimentando esses resultados,
problema de saúde que afeta uma em cada três mulheres em todo o mundo
entre outros, seria particularmente problemático durante o período
[1]. Amplamente definido como qualquer ato de controle coercitivo
no contexto de uma relação íntima atual ou anterior perinatal. Além disso, uma série de resultados perinatais negativos
foram observados no
[2], a VPI abrange, mas não se limita a,
literatura, como baixo peso ao nascer, parto prematuro,
comportamentos prejudiciais como abuso psicológico,
assédio, agressão física e exploração sexual [3,4]. Embora o alcance e morte neonatal [10]. Tais implicações adversas

e a gravidade desse fenômeno transcendam todos os aspectos apoiar a necessidade de examinar a viabilidade e eficácia dos

geográficos e sociais, serviços de saúde destinados a ajudar as grávidas

local, a VPI é normalmente considerada uma questão de gênero, mulheres que sofreram violência. De acordo com

com as mulheres contribuindo desproporcionalmente para a carga uma revisão sistemática de 2012 [12], mulheres que
global de doenças [5]. A VPI são significativamente mais propensas a experimentar transtornos mentais

A trajetória deletéria de tal subjugação crônica e maus-tratos
deixa as mulheres vulneráveis a
resultados negativos de saúde fisiológica e psicossocial — muitos
dos quais persistem por muito tempo após o término de um
relacionamento violento [6-9]. Mulheres que
doença, com transtornos depressivos, transtornos de ansiedade,
e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) mais comum nessa
população. Alguma literatura sugere
que tais manifestações clínicas da VPI são intensificadas
durante o período perinatal [13-15], correspondente

CONTATO Kimberley T. Jackson Ontário, kim.jackson@uwo.ca Arthur Labatt Family School of Nursing, Western University, 1151 Richmond Street, Londres,
N6A 5B9, Canadá
Todos os autores participaram da revisão do manuscrito e aprovaram este documento para publicação.

2020 Informa UK Limited, negociando como Taylor & Francis Group

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2 KT JACKSON ET AL.
com uma incidência aumentada de abuso, bem como resultados
pré-natais, intraparto e pós-parto negativos
[1,16,17]. Além disso, as evidências sugerem que a
impacto da VPI materna vai além da mulher,
com potencial para efeitos transgeracionais. Por
Por exemplo, estudos identificaram ligações entre a VPI dos
pais e o subsequente aumento do risco da criança para
exibindo atitudes e comportamentos de apoio à VPI [18].
Além disso, as crianças podem experimentar uma habituação a
violência em função da exposição, levando a déficits
em empatia que pode se estender até a idade adulta [19].
Caracterizada como uma experiência transformadora, a
gravidez está associada a rápidas mudanças fisiológicas,
como fluxo hormonal, irregularidades somatossensoriais,
e funcionamento neurocognitivo alterado [8]. Quando
consideradas em conjunto com estressores relacionais e
ambientais, tais complexidades podem levar à
esgotamento gradual dos recursos de enfrentamento intrínsecos
necessários para o bem-estar psicológico e emocional
[20-22]. Além disso, a distribuição desigual de
o poder inerente à relação paciente-profissional pode afetar
significativamente o controle percebido das gestantes sobre
suas circunstâncias [23]. Tal
vulnerabilidade é ainda mais exacerbada pela natureza intrusiva
dos cuidados obstétricos modernos, que
tem sido associada à revivência de traumas
eventos associados à VPI [24,25]. Para quem tem
transtorno psiquiátrico relacionado, como TEPT, interações
com profissionais e instituições de saúde durante
o período perinatal pode ser particularmente desencadeante
[6,14,26]. Em última análise, essas experiências podem
impactar o desenvolvimento fetal [25-27], mãe-bebê
apego [28,29] e resultados de saúde infantil em
a vida útil [29,30].
Apesar dos efeitos psicossociais adversos amplamente reconhecidos,
impactos na saúde associados à interseção de IPV
e maternidade [31], pouca evidência demonstrando
a eficácia de intervenções terapêuticas para promover
a saúde mental materna entre as mulheres que sofrem VPI
existe para orientar os protocolos de tratamento de reabilitação
para essas mulheres [32]. Mulheres que têm
IPV experiente pode ter problemas para acessar a saúde
serviços de cuidados; por exemplo, por não ter transporte ou
creche [33]. Enquanto isso, aqueles que são capazes
para acessar os serviços pode ficar insatisfeito porque
alguns prestadores de cuidados de saúde não possuem uma visão holística
compreensão de como cuidar e apoiar as mulheres
que sofreram VPI [34]. Tem sido relatado
que as mulheres podem atrasar a obtenção do pré-natal como
consequência de experimentar VPI [10]. Considerando
Nessas circunstâncias, é essencial trabalhar para oferecer
serviços para gestantes sensíveis
às suas necessidades no contexto da sua história de exposição
à violência. A falta de pesquisa e bolsa de estudos
para resolver esta questão serviu de impulso para a
Estudo Promovendo o Apego Através da Cura (PATH)
— um estudo de viabilidade de métodos mistos avaliando a
efeito da Cognitiva Informada sobre Trauma e Violência
Terapia Comportamental (TVICBT) para gestantes
com depressão, ansiedade e/ou sintomatologia de TEPT
resultante de VPI passada ou presente [35]. O rico
resultados de entrevistas individuais semiestruturadas
com mulheres que sofreram VPI descritas neste
papel ajudam a contextualizar e dar profundidade ao nosso
compreensão atual de como a experiência de
receber TVICBT durante a gravidez pode desempenhar um papel na
subsequente saúde mental intra e pós-parto, enfrentamento e
apego mãe-bebê.
Objetivos
Os três casos aqui apresentados servem para elucidar
algumas das experiências únicas de mulheres que participaram
do TVICBT para o manejo clínico de
Depressão, ansiedade e/ou TEPT relacionados à VPI durante
o período pré-natal. Nuances contextuais e complexidades
matemáticas adquiridas por meio de narrativas pessoais servem
para reforçar a evidência contemporânea
apoiando uma relação positiva entre o Atendimento Informado
ao Trauma e à Violência (TVIC) e
saúde materno-infantil e apego ideais para mulheres que
sofreram VPI [32,36].
Intervenção
Dada a conexão entre o IPV e o aumento das taxas
de depressão, ansiedade e TEPT, incorporando uma
lentes de trauma e violência para mulheres que
ter experimentado IPV tem o potencial de melhorar
a eficácia das terapias existentes [12]. Uma dessas lentes é
TVIC; uma abordagem que, pelo reconhecimento de
necessidades de segurança emocional e o risco de
trauma para aqueles que sofreram violência,
identifica e aborda a necessidade de criar um ambiente seguro
espaço para que os participantes se envolvam e compreendam o
efeitos do trauma e suas ligações com a saúde e o comportamento
ior [37]. Este estudo combinou a TCC, um método eficaz e
terapia padrão para o tratamento de condições mentais comuns
associadas ao trauma (ou seja, depressão, ansiedade,
e PTSD), e os princípios da TVIC para formar o
intervenção: TVICBT.
TVICBT é essencialmente um processo de resolução de problemas
entre o profissional de saúde e a mulher,
no contexto da TVIC, que gira em torno da
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reconhecimento e desafio da validade de comportamentos,
esquemas emocionais e cognitivos para identificar
e modificar padrões/respostas mal-adaptativas a estímulos.
Esse processo ocorreu dentro de uma estrutura usual de sessões de
TCC.
Métodos
Projeto
Entrevistas semiestruturadas, individuais, aproximadamente
com uma hora de duração com cada participante da amostra do
estudo de caso (n = 3). Entrevistas
explorou a saúde emocional das mulheres em todo o continuum
perinatal. Por meio de perguntas abertas,
as mulheres foram convidadas a recordar as principais lições de seus
envolvimento em TVICBT pré-natal e descreva seu impacto relativo
– seja positivo, negativo ou neutro
- durante este período. Por fim, buscou-se compreender a experiência
de mulheres com histórias de VPI
no contexto da maternidade, bem como
aceitabilidade do TVICBT para apoiar a saúde mental materna
saúde e vínculo materno-infantil. Entrevistas
foram facilitados por um assistente de pesquisa de pós-graduação (GRA)
– uma Enfermeira Registrada (RN) com experiência específica em
saúde mental - em um espaço de reunião privado ou
localização da comunidade pública, dependendo da preferência
pessoal de cada mulher. Todos os participantes
recebeu um vale-presente de varejo de US$ 25, além da compensação
por cuidados infantis e transporte (se necessário) para
minimizar a carga do participante e compensar qualquer
despesas incorridas como resultado da participação.
Elegibilidade
As mulheres foram consideradas elegíveis para participar de um
entrevista se eles preencheram os seguintes critérios: 1) falar inglês,
2) pós-parto, 3) experiência de VPI, 4) autoidentificado como tendo
sintomas consistentes com
depressão, ansiedade e/ou TEPT, e 5) receberam
TVICBT no local de recrutamento do hospital.
Recrutamento
As cartas de recrutamento do estudo foram enviadas para mulheres que,
no ano passado, havia frequentado um hospital em
Sudoeste de Ontário e completou um período de oito semanas
Intervenção TVICBT para o tratamento de
depressão, ansiedade e/ou sintomatologia de TEPT,
facilitado por um especialista em enfermagem clínica perinatal
(PCNS). Para manter a segurança, privacidade e confidencialidade
dos participantes do estudo, cartas de recrutamento
descreveram o estudo apenas em termos gerais. Nenhuma referência
foi feita a VPI ou doença mental através deste
método de comunicação; sim, as partes interessadas
REVISTA DE OBSTETRÍCIA PSICOSSOMÁTICA E GINECOLOGIA 3
foram convidados a contatar voluntariamente o GRA por e-mail
ou telefone para mais informações. Posteriormente, foi agendada
uma conversa telefônica, momento em que todos
procedimentos relacionados ao estudo foram descritos em detalhes, a
elegibilidade foi determinada e um protocolo de segurança foi colocado
no lugar [35]. Consentimento informal e verbal para participar
foi recebido por telefone, com consentimento por escrito
obtido após uma revisão completa do estudo
carta de informação imediatamente antes da entrevista pessoal.
Todos os três participantes expressaram
permissão para que a entrevista seja gravada em áudio e
para cotações diretas não identificadas a serem utilizadas para
propósitos de tradução do conhecimento.
Coleção de dados
As entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas literalmente
tim por um serviço de transcrição respeitável. Identificadores pessoais
nunca foram usados para se referir a mulheres enquanto
o diálogo da entrevista foi gravado. Este estudo faz parte
do maior programa de pesquisa PATH [35]. Para efeitos deste estudo
de caso, apenas as informações recolhidas
durante as entrevistas semiestruturadas contribuíram para os dados
avaliação e análise temática.
Análise qualitativa
A análise indutiva de conteúdo das transcrições das entrevistas foi
independente, mas simultaneamente, realizado por um
GRA e um dos investigadores co-principais com
experiência em saúde da mulher e VPI, usando o NVivo 12
software de gerenciamento de dados [38,39]. Para triangulação,
outro GRA – um RN preparado para mestrado com experiência
na liderança na prestação de serviços de saúde – mais tarde
engajados na análise. Dada a pequena amostra de estudo de caso
(n = 3), declarações fortes ou significativas exclusivas para
uma mulher individual foram considerados em conjunto
com padrões emergentes e semelhanças entre os participantes
durante a codificação aberta. As transcrições foram inicialmente
revisado linha por linha, com achados categorizados,
rotulados e definidos preliminarmente. Por meio de codificação axial,
os dados foram então recontextualizados para garantir
consistência interna dentro das categorias, minimizando assim vieses
e erros concomitantes com a codificação
processo. Finalmente, categorias, rótulos e definições de
temas foram solidificados por meio de codificação seletiva,
atribuir significado às perspectivas dos participantes dentro
o contexto dos objetivos do estudo. No evento de
desacordo entre os codificadores, o outro co-diretor
investigador teria sido invocado como um
terceiro imparcial na classificação dos temas;
Machine Translated by Google
4 KT JACKSON ET AL.
no entanto, o alinhamento entre os analistas foi mantido ao longo
da análise.
Considerações éticas
A aprovação deste estudo foi concedida pelo Conselho de Ética
em Pesquisa em Ciências da Saúde da Universidade.
Dada a natureza da VPI, um plano de segurança pessoal foi
criado para cada participante e foi priorizado em todos os
procedimentos relacionados ao estudo [35]. Um estudante de
nível de RN e mestrado com cuidados de saúde mental
conhecimento e experiência clínica foi propositadamente
selecionado como um GRA para este projeto, no caso improvável
de que um participante experimentasse grave sofrimento
emocional durante sua entrevista qualitativa.
Descobertas
Descrições dos participantes
Em maio de 2018, três puérperas caucasianas que sofreram VPI
foram entrevistadas sobre seu envolvimento em TVICBT facilitado
por PCNS durante a gravidez. Perguntas sobre as experiências
pré-natais, intraparto e pós-parto das mulheres foram colocadas
para avaliar a aceitabilidade desta intervenção para o tratamento
da depressão, ansiedade e/ou TEPT relacionados à VPI.
Pseudônimos são usados para relatar achados pertinentes sem
revelar a identidade de cada mulher.
Samantha
Samantha é uma jovem mãe de dois filhos e tem histórico de
VPI em um relacionamento anterior, além de abuso físico durante
a infância.
Além disso, ela experimentou a perda de seu primeiro filho aos
três anos. Antes da TVICBT, ela experimentou grave sofrimento
emocional na forma de
“ataques de pânico” desencadeados por estímulos ambientais,
bem como desesperança crônica e suicídio. Samantha vive com
sintomas concomitantes de depressão, ansiedade e TEPT e foi
diagnosticada clinicamente com transtorno bipolar. Ela está em
um novo relacionamento íntimo e recentemente voltou ao trabalho.
Clara
Na adolescência, Claire teve uma gravidez não planejada e foi
empurrada para o papel materno inesperadamente.
Ela agora é mãe solteira de dois filhos e está bem conectada aos
recursos da comunidade e apoio social. Após VPI e um parto
traumático
experiência com seu primogênito, Claire foi diagnosticada com
depressão clínica e experimentou vários sintomas de saúde
física associados.
Phoebe
Mãe de meia-idade de três filhos e esposa de um marido
amoroso, Phoebe é altamente educada, tem um emprego
remunerado e possui uma robusta rede de apoio social. Apesar
de muitos recursos de enfrentamento intrínsecos e externos, a
complexa história de trauma relacional de Phoebe, incluindo
abuso sexual crônico na infância, VPI como um adulto jovem e
um natimorto a termo, levou a graves sintomas de saúde mental
e física consistentes com TEPT.
Temas emergentes
Considerando as circunstâncias únicas e os fatores contextuais
que contribuem para a narrativa pessoal de cada mulher, os
seguintes temas abrangentes foram selecionados como
representativos das perspectivas das participantes sobre sua
experiência de tratamento de TVICBT facilitado por PCNS
durante a gravidez.
Navegação
As três mulheres discutiram o papel do PCNS na orientação
durante todo o período pré-natal.
Por meio da participação na TVICBT, as mulheres se sentiram
mais bem preparadas para navegar pelos meandros e
complexidades imprevistas associadas à gravidez, parto e
cuidados pós-parto. Ao destacar desafios comuns e estabelecer
metas e expectativas realistas, as mulheres se sentiram apoiadas
para prever e responder adequadamente a circunstâncias novas
e imprevistas:
Eu pensei que [TVICBT] foi muito útil porque, especialmente como
mãe de primeira viagem, eu tinha 16 anos, estava tão perdida …
Então [o PCNS] com quem conversei, ela realmente me ajudou a
saber o que esperar depois [porque]
Eu estava realmente confuso. Eu não sabia o que aconteceu após
o nascimento. (Claire)
Cada mulher relatou que tal previsão e clareza reduziram
significativamente sua ansiedade durante o período perinatal.
O Insight
TVICBT foi descrito por Phoebe como “mudança de vida” e
resultou em um “descoberta”. Cada mulher sentiu que a
participação neste tratamento contribuiu para uma maior
conscientização e compreensão de sua doença mental. Tal
percepção ajudou as mulheres a atribuir
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significado pessoal e ter uma compreensão mais profunda do
que eles experimentaram:
Normalmente, um gatilho saía do jeito que eu pensava que
era. Se eu estivesse sendo desencadeado... geralmente
saía com raiva ou medo. Então, meu PTSD é baseado em
abuso sexual na infância, então
Eu sempre tenho medo de qualquer criança ser machucada.
Então, se eu sei que uma criança no mundo que eu nunca
ouvi falar está machucado, eu – eu chamo isso de girar –
mas eu simplesmente começo a surtar porque eu preciso
salvar a criança e ter certeza de que ela está segura…
terapia percebi que era o medo de sua vulnerabilidade.
(Febe)
Além disso, o aumento do conhecimento dos processos
neurológicos, bem como das respostas físicas e emocionais ao
trauma, ajudou as mulheres a identificar os gatilhos ambientais
que podem levar à retraumatização:
[O PCNS] explicou que [um gatilho] pode ser tudo, desde
um cheiro até uma sensação e um local.
[O PCNS] explicou como o seu corpo pode sentir, a luta ou
a fuga... como se tivéssemos
algo nos
papel
desencadeou
e, se percebêssemos,
a escrevê-
lo para que tivéssemos mais consciência de quais eram os
gatilhos. (Samantha)
Apoio O
apoio psicossocial confidencial fornecido pelo PCNS foi muito
valorizado por todos os participantes. As mulheres apreciavam
poder revelar seus pensamentos, sentimentos e experiências
mais pessoais sem julgamento. Essa vulnerabilidade emocional
ajudou a promover um relacionamento terapêutico de confiança
em que as mulheres se sentiam ouvidas, validadas e cuidadas:
não era apenas como você está se sentindo, era ter certeza de
que meu aspecto de saúde mental também estava bem... ok,
que não havia nada que eu precisava...
… Sinto que tive um cuidado extra que não
tive com [meu primogênito]. (Samantha)
Enfrentamento Samantha e Phoebe compartilharam que as
estratégias de enfrentamento individualizadas aprendidas através
da TVICBT melhoraram significativamente sua saúde mental e bem-estar geral.
Medidas proativas para reduzir e gerenciar estressores ambientais,
bem como sintomas indesejados, ajudaram a aliviar a ansiedade
severa e o sofrimento emocional.
[O PCNS] me deu esses incríveis mecanismos de
enfrentamento e... em um ponto eu disse ao [PCNS] como
é que nós fizemos todo esse tratamento e minha ansiedade
e TEPT não desapareceram? Ela riu, ela disse “Oh meu
Deus, eles nunca vão embora” e eu fiquei tipo “O quê?!”
Então foi aí que realmente o CBT decolou e tivemos esses
grandes
REVISTA DE OBSTETRÍCIA PSICOSSOMÁTICA E GINECOLOGIA 5
momentos de ruptura porque eu percebi… Passei
tanto tempo tentando consertá-los e eles não foram embora.
Então, sim, eu não poderia ter feito isso sem [o PCNS].
(Febe)
Práticas versáteis, como atenção plena, conversa interna
positiva e exercícios de respiração profunda foram citadas como
técnicas auto-calmantes que podem ser utilizadas a qualquer
momento ou local para proporcionar alívio imediato de
pensamentos negativos persistentes ou medo e pânico repentinos:
O que mais chama a atenção é que aprendi mindfulness e
como controlar os ataques de ansiedade porque os estava
tendo com tanta regularidade e não queria tomar Ativan ou
medicação. Então o
mindfulness foi enorme para mim e como respirar e técnicas
como essa para que eu não ficasse preso à medicação.
(Samantha)
Vínculo
Todas as três mulheres endossaram vínculo materno-infantil
positivo quando perguntado. Samantha descreveu uma forte
conexão emocional e física com seu segundo filho, em comparação
com seu primogênito – uma diferença que ela atribuiu à sua
participação no tratamento da TVICBT durante sua segunda
gravidez:
[Meu filho] é um bebê mais feliz. Provavelmente tinha algo
a ver comigo. Na maioria das vezes ele está sorrindo, rindo
e se ele precisa se acalmar, geralmente é bem fácil para
mim fazer isso… Eu apenas sinto que amei
minha filha, mas é um vínculo completamente diferente com
ele porque estou mais feliz e mais confiante.
Com ela eu estava com medo o tempo todo e acho que
a afetou … Sou capaz de comparar duas gestações,
partos e paternidade diferentes e a diferença que vejo entre
como fui com minha filha e como sou capaz de ser para ele
é enorme. (Samantha)
Phoebe discutiu um desejo persistente de proteger seus filhos
de danos, que agora ela entende ser uma resposta compensatória
relacionada às suas experiências de abuso quando criança:
Eu disse: “Tenho esses pensamentos horríveis sempre que
vejo meus filhos em posições vulneráveis e não sei por que
os tenho”. Então [o PCNS] explicou que essa é a minha
maneira
de protegê-los, é ver todos os horrores do mundo
e isso é apenas ver a vulnerabilidade deles.
Então. Uma vez que ela me explicou como ver como
realmente era, eu poderia ser uma mãe tão melhor, porque
então eu não tinha medo do que eu via. eu entendi como
a beleza de protegê-los. (Febe)
Identidade
TVICBT foi descrita por todas as mulheres como tendo
influenciado sua autopercepção como mãe, como mulher e como
sobrevivente de trauma. Samantha discutiu maior
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6 KT JACKSON ET AL.
confiança e autoeficácia em sua parentalidade e se sentiu mais
capaz de identificar pontos fortes pessoais após a participação na
TVICBT:
Eu não me sinto um fracasso tanto. eu entendo o
aspecto bipolar ... Eu entendo o que é e que é
não é minha culpa e não há problema em ter bipolar e
PTSD. Isso não me torna menos mãe. (Samantha)
Claire falou sobre o valor da discussão liderada pelo PCNS
sobre desafios comuns enfrentados por novas e futuras mães de
formigas, o que ajudou a aliviar as pressões autoimpostas e sociais
dos pais:
Como uma nova mãe, ninguém sabe realmente o que esperar.
Havia um monte de coisas que eu realmente não sabia o
que fazer. [O PCNS] me ajudou com isso...
[Agora] mesmo que meus filhos estejam fazendo birras e
seja um daqueles dias… Acho que sou uma boa mãe.
(Claire)
Phoebe descreveu um senso renovado de si mesmo quando
ela foi ensinada pelo PCNS a desafiar pensamentos intrusivos e
abraçar as imperfeições associadas à maternidade:
Eu sou muito dura comigo mesma, então eu sempre acho
que sou uma mãe horrível. Então, [o PCNS] dizia “onde
está a evidência disso?”, e eu não podia dizer a ela. Agora
o que eu faço é, quando estou em um lugar escuro,
escuro... e acho que estou falhando, então penso “Bem,
onde está a evidência real” e sou capaz de encontrar o
positivo na [situação ] …que gastei tanto tempo tentando
Eu acho
consertar [tudo] e eu tinha que ser perfeito… uma mãe
melhor. (Febe)
Todas as três mulheres descobriram que a TVICBT ajudou a facilitar
Faça uma auto-reflexão e descoberta significativas.
Resolução
Todas as três mulheres descreveram a TVICBT como “útil” e,
quando perguntadas, afirmaram que a recomendariam a mulheres
como elas. Samantha ansiava por mais tempo durante cada sessão
da TVICBT para compartilhar sua narrativa pessoal e digerir
completamente os novos ensinamentos:
Ter mais tempo … Como eu sei que há assim
muitas mulheres que entram e eu entendo que não há
financiamento suficiente para coisas assim, mas não
sentindo que você precisa, eu não sei, tipo – cuspir tudo e
tentar lembrar de tudo bem rápido… demora um pouco
para processar tudo o que você aprendeu e então você
tem um monte de perguntas e talvez não tenha tempo
suficiente para colocar tudo para fora. (Samantha)
Cada participante teria apreciado o apoio contínuo e o
acompanhamento durante o período pós-parto,
além do que foi oferecido durante a gravidez:
Eu diria que minha terapia para mim foi perfeita. Lidamos
com questões muito profundas. Se eu pudesse ter [o
PCNS] hoje ainda, eu iria. Como eu gostaria que durasse
para sempre, porque há coisas que surgem agora, você
sabe, que eu não sabia. (Febe).
As mulheres expressaram decepção e frustração quando o
entrevistador compartilhou que a intervenção do TVICBT não
estava mais sendo oferecida através do
Clínica de Saúde Mental Perinatal:
Isso me deixa tão triste que foi cortado e acho que a
saúde mental só vai piorar... com nosso mundo tão ocupado
e desconectado, só vai piorar para as mães, eu acho...
continue lutando porque vale a pena. (Febe)
Discussão
Os resultados deste estudo, em combinação com a literatura
existente que apoia os benefícios da TCC para mulheres grávidas,
sugerem que a TCC combinada com uma abordagem TVIC pode
ser promissora como uma intervenção de saúde mental nova, mas
potencialmente eficaz, para mulheres grávidas com histórico de
VPI . As mulheres neste estudo descobriram que a assistência que
receberam ao navegar no período perinatal ajudou a aliviar sua
ansiedade e as ajudou a obter uma visão de 'mudança de vida'
para entender melhor seus desafios de saúde e identificar possíveis
gatilhos. Finalmente, as mulheres descobriram que a TVICBT era
um meio para elas
para divulgar suas experiências e lutas sem julgamento – levando
à promoção de relacionamentos terapêuticos positivos e resultados
parentais mais positivos. Uma revisão sistemática de intervenções
não farmacológicas para reduzir a ansiedade em mulheres grávidas
[40] ressoa com os achados deste estudo. A revisão descobriu
que, em geral, as mulheres consideraram a TCC valiosa, benéfica
e um ambiente de apoio.
Além disso, esta revisão descobriu que a TCC levou a sentimentos
de aceitação, menos isolamento e redução da ansiedade.
Com base nas melhores evidências disponíveis, a TCC é
atualmente considerada o 'padrão ouro' – o melhor padrão de
terapia disponível no campo – da psicoterapia [41]. Mais
recentemente, a TCC tornou-se mais personalizada, com o objetivo
de vincular a técnica e o processo da TCC ao cliente [42]. Os
participantes que receberam TVICBT neste estudo referiram a
importância de trabalhar com seus PCNS para desenvolver
estratégias de enfrentamento individualizadas e positivas que
melhorem a saúde mental geral e o bem-estar durante
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REVISTA DE OBSTETRÍCIA PSICOSSOMÁTICA E GINECOLOGIA 7

o período perinatal. Assim, integrando princípios de vida, maior apego materno-infantil e

TVIC, que incluem: 1) compreensão do trauma e da violência e resultados de saúde infantil [27–30,45–47], esta pesquisa
seus impactos na vida/comportamento das pessoas; 2) o potencial para preencher a lacuna crítica de conhecimento em
criar ambientes emocional e fisicamente seguros a intersecção da maternidade, trauma e saúde mental.
para clientes; 3) fomentar oportunidades de escolha, colaboração
e conexão; e 4) fornecer com base em pontos fortes
e abordagens de capacitação para apoiar o cliente
enfrentamento e resiliência [37] em abordagens de TCC para
gestantes que sofreram violência e/ou Implicações
ou trauma pode oferecer um tratamento mais seguro e inclusivo
Embora esta forma de entrega de TVICBT tenha sido considerada
alternativa para mulheres grávidas com histórias
valiosa por todos os participantes entrevistados, o estudo PATH relacionado
de violência.
componentes, incluindo quantitativos suplementares
análise avaliando a viabilidade deste tratamento
Limitações modalidade, ajudará a informar a ampliação de
Intervenções da TVICBT para ajudar mulheres que enfrentam
Entrevistas foram usadas como uma forma de dados retrospectivos
circunstâncias em diversos cenários. Tais implicações têm o
coleta, em vez de ocorrer simultaneamente com
potencial de promover uma ampla e abrangente
Participação da TVICBT. Assim, a natureza reflexiva
benefícios duradouros para indivíduos, famílias e sociedade
das entrevistas com os participantes aumentou a probabilidade de
[48,49]. Embora os resultados deste estudo de caso indiquem
viés de memória por parte das mulheres. Para dar conta dessa
resultados positivos de saúde e vínculo para as mulheres e,
possibilidade, o recrutamento de participantes foi restrito a
por inferência, seus filhos, uma investigação mais aprofundada é
aqueles que completaram a intervenção no
necessário para revelar o impacto potencial e subsequente
ano passado, reduzindo drasticamente o conjunto de mulheres
de utilização dos serviços de saúde. Além disso, melhorou
elegíveis. Além disso, previsivelmente, o pequeno tamanho da amostra
qualidade de vida materno-infantil pode, em última análise,
(n = 3) resultou em uma relativa falta de diversidade dentro
a amostra. contribuir para um envolvimento comunitário mais significativo,
incluindo a produtividade económica e a participação social [35].
Seguindo em frente, a equipe de pesquisa do PATH
Conclusões planeja envolver os principais usuários do conhecimento na
As mulheres que sofrem VPI sofrem resultados negativos divulgação dos resultados do estudo, incluindo prestadores de
significativos de saúde após exposição traumática aguda ou serviços de saúde internados e comunitários, serviços de apoio social,
prolongada [6-8]. Considerado um viável e formuladores de políticas centrais para a provisão clínica e
tratamento para os efeitos adversos do trauma relacional governança da atenção à saúde mental perinatal.
— incluindo depressão, ansiedade e atologia de sintomas de TEPT
— TVICBT tem particular relevância para as mulheres
passando por processos fisiológicos, sociais e emocionais
Declaração de divulgação
transformações associadas ao período perinatal.
As descobertas desta análise qualitativa de caso constroem Não há conflitos conhecidos, potenciais ou percebidos de
com base na literatura de saúde existente que apóia o positivo interesse a declarar.

impacto da TVICBT para mulheres que sofrem de VPI e

viver com doença mental [43,44], explorando a Financiamento
experiências diferenciadas e complexidades psicossociais únicas
Este trabalho foi apoiado por Womens Xchange 15K
enfrentadas por essas mulheres no contexto de Challenge e Gabinete do Vice-Presidente da Western University
gravidez, parto e maternidade. (Pesquisa).
Embora os resultados relatados representem apenas um
componente do estudo PATH maior e multifacetado, os insights
dos participantes sobre o valor percebido do TVICBT servem
ORCID
para informar e enriquecer a análise quantitativa contínua
que sugerem seu potencial para o tratamento de transtornos de Kimberley T. Jackson http://orcid.org/0000-0002-
6541-6213
humor e ansiedade relacionados à VPI durante a gravidez.
Tara Mantler http://orcid.org/0000-0003-0348-7726
Dado que a melhoria da saúde mental perinatal tem sido Brianna Jackson http://orcid.org/0000-0002-9143-5346
associada a maior resiliência materna e qualidade de Edmund J. Walsh http://orcid.org/0000-0002-6670-1454
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