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Resumo das apostilas de Direito

Apost. 14
Direito Civil - obrigações

Direitos das obrigações é conjunto de normas que disciplina as relações jurídicas patrimoniais e
que tem por objeto prestação de um sujeito em favor de outro. Tem como características um
Sujeito, que pode ser qualquer pessoa física ou jurídica, apresentando como ativa ou
passivamente. Ativa é o credor, e passiva o devedor, temos também o Objeto, que é a prestação
ou obrigação que consiste num dar, fazer ou não fazer e ainda o Vinculo Jurídico que é o elo de
ligação entre o devedor e o credor.

Classificação das obrigações:


1º Considerada em si mesmo, abrangendo cinco tópicos:
A- Em relação ao seu vínculo.
I -OBRIGAÇÃO MORAL, onde seu principal fundamento consiste nas normas morais, ou seja
vai da consciência de cada individuo não cabendo sanção no caso de descumprimento.
II - A NATURAL, onde existe um vinculo entre credor e devedor, mas não juridicamente, onde o
devedor perante a lei não tem a obrigação de sanar o debito, em contra partida não lhe cabe o
direito de pleitear a devolução do que já pagou.
III - A CIVIL, consiste no reconhecimento do vinculo entre credor e devedor, cabendo a cada
uma das partes cumprir com suas obrigações.
B- Em relação à liquidez do objeto.
I – OBRIGAÇÃO LIQUIDA, é existente e tem valor preciso.
II - ILIQUIDA é a que não tem valor determinado, necessita de uma previa apuração.
C- Quanto ao modo de execução.
I – OBIGAÇÃO SIMPLES, quando há um credor um devedor e um objeto. Ex: “A” deve pagar
$100 a “B”.
II - COMPLEXAS, quando há mais de um credor ou devedor ou objeto. Ex: “A” e “B” devem
pagar $ 100 a “C” e dar um fogão para “D”.
III - CUMULATIVAS, quando há mais de uma obrigação e devedor se exonera cumprindo todas.
Ex: “A” vende seu comercio a “B” e assume a obrigação de não montar outro no local.
IV - ALTERNATIVAS, é aquela que existe duas ou mais ofertas do mesmo produto,
caracterizando o vinculo obrigacional somente ao bem escolhido junto ao credor.
V - FACULTATIVAS, há uma obrigação estipulada ao devedor, mas há também uma
secundaria, que na impossibilidade de a principal não poder ser cumprida utiliza desse acessório
prevista em contrato. Ex: “A” deve uma geladeira a “B” mas , diante da impossibilidade, paga
$100 e se exonera.
D- Em relação ao tempo de adimplemento.
I - OBIGAÇÃO MOMENTANEA (ou instantânea), é a que se consuma num só ato em certo
momento. Ex: compra a vista.
II – DE EXECUÇÃO CONTINUA (ou periódica), caracteriza-se pelos contratos de mais ou
menos tempo. Ex: contrato de aluguel de um imóvel.
E- Em relação ha pluralidade dos sujeitos.
I – OBRIGAÇÃO DIVISIVEL: é aquela, onde um bem adquirido possa ser divido
economicamente e não material ou técnica. Ex: a compra de uma geladeira em 10 prestações
iguais.
II - INDIVISIVEL, é aquela cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro, pois se houver a
divisão em parcelas não levara nenhuma vantagem ao credor.
III – OBRIGAÇÃO SOLIDARIA, é aquela onde, havendo dois ou mais credores ou devedores, ou
uns e outros, caberá a cada um sem distinção cumprir com as obrigações de credor ou devedor.

2º Reciprocamente consideradas:
A- OBRIGAÇÃO PRINCIPAL: é a obrigação existente por si, sem qualquer sujeição a outras
relações jurídicas, a locação é um exemplo de contrato que gera obrigações próprias.
B- OBRIGAÇÃO ACESSORIA: vem completar a principal, cuja sua existência produz
obrigações acessóriais como exemplo a fiança de uma locação.

ESPEDCIES DE OBRIGAÇÕES. Temos a obrigação de DAR, que pode ser dar coisa certa ou
incerta, no caso da certa o devedor se compromete a devolver um bem emprestado com as
mesmas características no sofrimento de algum dano, já na incerta o comprometimento esta em
devolver um bem no mesmo valor cabendo ao devedor a escolha desse bem. Na obrigação de
FAZER, o devedor se obriga a prestar um serviço ao credor, essa obrigação pode ser
FUNGIVEL ou INFUNGIVEL. No caso da fungível se o devedor não cumprir o acordado o credor
pode preitear uma indenização por perdas e danos ou ainda contratar um 3º e cobrar do
devedor originário os custo do serviço, já no infungível, não pode haver substituição do devedor,
somente o pleitear a indenização por perdas e danos ou ainda exigir o astreintes ou seja multa
diária por atraso. Na obrigação de NÃO FAZER, é quando o devedor se obriga a não fazer
determinado ato no qual estaria livre se não tivesse se comprometido. Ex: abrir um comércio
concorrente no local.

EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES: é seu fim natural, mas a também outros atos jurídicos
voluntários que acarretam na extinção da obrigação e são eles: a COMPENSAÇÃO, a
NOVAÇÃO, e por COMUM ACORDO, todos estes meios de extinção dependem da vontade das
partes. Independentemente dessa vontade, outros fatos produzem os mesmo resultados,
quando impossível por parte do devedor o seu cumprimento ate mesmo imputável; em caso de
morte das partes; pela confusão, onde credor e devedor, é a mesma pessoa; pelo vencimento
do prazo de vigência, estabelecidas pelas partes em lei e pela extinção da obrigação principal,
no caso da obrigação acessória.

Apost. 15
Direito Civil – Contratos.

CONTRATO é o acordo entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas) com a finalidade de
adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos de natureza patrimonial.

Princípios fundamentais do direito contratual.


1º PRINCIPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE, neste caso fica a critério das partes envolvidas,
o que melhor lhes convier, havendo restrição somente quando uma das partes, não aceite as
clausulas definidas pela outra.
2º PRINCIPIO DA OBRIGATORIEDADE DA CONVENÇÃO, uma vez acordado entre as partes
faz se lei, onde o contrato deve ser fielmente cumprido, sob execução patrimonial no caso de
inadimplência.
3º PRINCIPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO NEGOCIO JURIDICO CONTRATUAL,
esta vinculado exclusivamente as partes que nele intervirem, não prejudicando nem levando
prejuízo a terceiros.
4º PRINCIPIO DA BOA FE, sugere uma interpretação dos contratos entre os contratantes, mas
não devera prevalecer sobre a vontade declarada pela partes em lei.

Classificação dos contratos.


I - CONTRATOS BILATERAIS (SINALOGMATICOS) E UNILATERAIS: bilateral é aquele que
cria obrigações para ambas às partes como num contrato de compra e venda, essas obrigações
recaem sobre ambos os contratantes, onde se torna devedor e credor da coisa adquirida.
Unilaterais são aquelas em que somente uma das partes se obriga em relação a outra, e o caso
de doação onde o donatário não tem nenhuma obrigação, salvo o dever moral de gratidão.
II -ONEROSOS E GRATUITOS: onerosos, é quando ambas as partes levam vantagens, como
ex: alugar uma casa, e nos contratos gratuitos somente uma parte leva vantagem, como na
doação pura.
III -COMUTATIVOS E ALEATORIOS: comutativos, é quando uma das partes, alem de receber a
prestação equivalente a sua, pode avaliar essa equivalência como na compra e venda, e
aleatórios as prestações são inexistente ou desproporcional para ambas as partes, ex: contrato
de seguro, onde as decisões são futuras, ficando uma parte responsável por elas acontecerem
ou não.
IV -CONSENSUAIS OU REAIS: consensuais, é a simples proposta e aceitação. Os contratos
reais, depende da efetiva realização da entrega de certo objeto, ex: a compra de um picolé .
V - NOMINADOS E INOMINADOS: nominados, regulamentadas por lei, ex: compra e venda,
troca e doação e inominados, são os contrários aos nominados, não precisam estar definidos
em lei, entendo-se que as partes interessadas sejam livres e capazes e os produtos lícitos.
VI - SOLENES E NÃO SOLENES: solenes, contratos que necessitam de formalidades na sua
execução e os não solenes, não necessitam dessas formalidades, somente aceitação de ambas
as partes.
VII - PRINCIPAIS E ACESSORIOS: os principais são aqueles que existem por si só, os
acessórios dependem do contrato principal para existir.
VIII - PARITARIOS OU POR ADESÃO: paritários são os que realmente são negociados pelas
partes conforme as formalidades da lei, e adesão caracteriza por ser elaborado por uma das
partes e aceitas pela outra.
Contratos mais comuns.
1º CONTRATO DE COMPRA E VENDA: é o mais comum, caracteriza pela transferência de um
imóvel ou móvel.Características: bilateral; oneroso; execução instantânea; diferida ou trato
sucessivo e não solene.
2º CONTRATO DE COMPRA OU VENDA ENTRE ASCENDENTE E DESCENDENTE: é o
mesmo caso do anterior, salvo o consentimento dos demais descendentes. Características: ha
mesma, substituindo o não solene por solene.
3º CONTRATO DE DOAÇÃO: é a liberalidade de uma das partes de seu patrimônio e aceitação
da outra parte que tem um ingresso em seu patrimônio. Características: bilateral; gratuita
(regra); execução instantânea, não solene (em regra).
4º CONTRATO DE LOCAÇÃO: quando uma das partes transfere provisoriamente a posse de
um imóvel ou móvel, que em contrapartida, recebe da outra parte alugueis enquanto estiver de
pose do bem. Características: bilateral; oneroso; trato sucessivo e não solene.
Apost. 16
Falência

CONCEITO.
Falência caracteriza-se como um fato jurídico, por passar por um processo de execução
coletiva, a fim de arrecadar meios de pagamentos devidos aos credores, haja-visto, a
impossibilidade material de fazê-lo, já que o patrimônio disponível é menor do que o devido.

AS PRINCIPAIS FINALIDADES DA FALENCIA.


1º A realização da par condicio creditorum, ou seja, fazer com que os credores fiquem, em
situação igual, de forma a satisfazer proporcionalmente seus créditos.
2º O saneamento do meio empresarial, pois uma empresa falida trás prejuízo a todo o meio
social e a circulação de riquezas.
3º E, por fim auxiliar e possibilitar o desenvolvimento e a proteção da economia nacional.
Falência constitui, portanto, no processo de execução coletiva, onde todos os credores,
ressalvados as exceções legais executam os bens do falido, diferente na execução individual,
em que são executados alguns bens do devedor.

Fases do processo falimentar.


Este processo comporta três fases, segundo o autor Maximilianus Führer.
A primeira fase, preliminar ou declaratória, poderá ser requerida pelo próprio devedor, ou
apresentado pelo credor, onde o juiz fará a citação para o devedor apresentar sua defesa. Na
sentença declaratória conterá os requisitos do artigo 14, parágrafo único da lei falimentar.
Inclusive poderá ser decretada a prisão preventiva do falido. Ainda o juiz escolhera um sindico
entre os maiores credores, em que suas principais atribuições estão expressas no artigo 63 da
lei de falências.
A segunda fase, a sindicância, é chamada também de informativa ou investigatória, vai ate a
realização do inicio ativo.
A terceira e ultima fase é a da liquidação, onde os bens arrecadados são vendidos e os credores
são pagos. Encerrando a falência, devolvem-se os livros ao falido, se não estiver respondendo
por crime falimentar e as sobras do ativo.

Falência do devedor empresário e do devedor civil.


Somente o devedor empresário esta submetido a lei nº 11.101/2005, o devedor civil é regido
pelo código civil e processo civil.

Sociedades empresariais não sujeitas ha falência.


A - Empresa publica e Sociedade de economia mista.
B - Instituições financeiras pública ou privadas, cooperativas de credito, consorcio, entidade de
previdência complementar, sociedade operadora de plano de saúde, seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas as anteriores.

Apost. 17
Recuperação de Empresas.

I – CONCEITO.
O instituto da recuperação de empresas ingressou no direito, via lei nº 11.101/2005, o objetivo é
viabilizar a superação de crise econômica - financeira do devedor, tal conceito e extraído do
art.47 da LFR, e deixa claro que não é para facilitar a vida do empresário e sim, para propiciar a
preservação da empresa como unidade produtiva, empregadora, produção de riquezas e
arrecadações de tributos.
II – ESPECIES DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
Judicial, quando decretada pelo judiciário, mediante plano de recuperação.
Extrajudicial, quando já existe acordo entre o devedor empresário e alguns credores, neste caso
o judiciário funciona como órgão homologador.
III – REQUESITOS PARA SE TER ACESSO A RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
Vale reiterar que somente o empresário (coletivo ou individual) pode ter acesso há, recuperação
judicial e o interessado ainda tem que atender requisitos impostos pela LFR.
Passado esta fase, poderá requerer a recuperação judicial quem atenda os seguintes (art. 48).
1º no momento pedido, estar exercendo suas atividades regularmente há mais de dois anos;
2º não ser falido, caso seja, estar em dia com responsabilidades daí decorrentes;
3º não ter há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial;
4º não ter há menos de oito anos, obtido concessão de recuperação judicial baseada no plano
das microempresas, e empresas de pequeno porte;
5º não ter sido condenado ou não ter sócio controlador, ou pessoa condenada por qualquer dos
crimes previsto na LFR, salvo as reabilitadas na forma da lei.
IV – MEIOS DE RECUPERAÇÃO.
A lei nº 11.101/2005, em seu art.50, menciona expressamente os meios de recuperação, são
elas:
1º concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou
vincendas;
2º cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiaria
integral, ou cessão de cotas, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da lei vigente;
3º alteração do controle societário;
4º substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação dos órgãos
administrativos;
5º concessão aos credores de diretos de eleição em separado de administradores e de poder
de veto em relação as matérias que o plano especificar;
6º aumento de capital social;
7º trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive a sociedade constituída pelos
próprios empregados;
8º redução salarial, compensação de horas e redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva;
9º dação em pagamento ou novação de dividas do passivo, com ou sem constituição de garantia
própria ou de terceiro;
10º constituição de sociedade de credores;
11º venda parcial dos bens;
12º equalização dos encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como
termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos
contratos de credito rural, sem prejuízo do disposto em legislação especifica;
13º usufruto da empresa;
14º administração compartilhada;
15º emissão de valores mobiliários;
16º Constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos
créditos, os ativos do devedor.
Nota-se que rol de medidas é bem extenso, mas apenas explicativo, podendo ser adotadas
outras medidas não enunciadas na LFR, assim devedores e credores, podem utilizar, da
criatividade a fim de encontrarem melhores meios de recuperar a empresa em dificuldades.
V – ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
O juiz decretara por sentença o encerramento da recuperação, caso o devedor tiver cumprido
com todas as suas obrigações no prazo de dois anos, nesta ocasião será determinada a
extinção do processo dos quais arrola a LFR (art. 63), e caberá ao devedor:
A - pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial;
B – apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas;
C – apresentar através do administrador judicial o plano de recuperação da empresa;
D – a dissolução do comitê de credores e a exoneração do administrador judicial;
E – a comunicação ao registro publico de empresas para as providencias cabíveis.

Regras gerais de recuperação judicial e da falência.

1º JUIZO COMPETENTE
Cabe ao juízo do local, onde situa, o principal estabelecimento do devedor, apreciar pedidos de
falência, recuperação judicial e extrajudicial, em caso do estabelecimento esteja fora do país,
será o juízo do local onde estiver a filial no Brasil.
2º O ADMINISTRADOR JUDICIAL.
Cabe ao juiz nomear um administrador judicial, diz a LFR, que esse administrado deve ser um
profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou
contador, ou pessoa jurídica especializada (art. 21). Este assumira atribuições administrativas,
na recuperação judicial seu papel e de fiscalizar as atividades do devedor, pois nesta situação
não há necessariamente o afastamento do devedor de suas atividades, já na falência a situação
e outra, o devedor é afastado cabendo ao administrador, administrar os bens e representar a
massa falida.
As atribuições gerais do administrador judicial estão elencadas no art.22, caput, e inciso I, da
LFR. As especificas a recuperação judicial no art. 22, II; e as relativas ha falência, no art. 22, III.
Esse profissional faz jus a uma remuneração a ser fixada pelo juiz, observando-se a capacidade
de pagamento do devedor, será estipulado o valor, tal remuneração, contudo não poderá
exceder a 5% do valor devido aos credores.

Convolação da recuperação judicial em falência.


Significa que o devedor durante sua recuperação judicial estará sempre sob ameaça de ser
decretada a qualquer momento sua falência, a fim de evitar que empresas que estão
enfrentando dificuldades momentâneas deixem de perseguir este beneficio, este beneficio é sim
para aquela que não tem mais como salvar seu empreendimento.

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