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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A)
DE DIREITO DA ‘’...’’ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE
‘’...’’ DO ESTADO DE ‘’...’’
URGENTE/RÉU PRESO
Processo nº: ‘’...’’
Autor: Ministério Público do Estado de ‘’...’’
Denunciado: ‘’...’’(Nome do Cliente)
NOME DO CLIENTE, já devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe, através de seu procurador que a esta
subscreve, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos
termos dos artigos 57, caput, da Lei 11.343/06 c/c 403, §
3º do Código de Processo Penal, tempestivamente, no
quinquídio legal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB A
FORMA DE MEMORIAIS, pelas razões de fato e de Direito a
seguir apontadas;
SÍNTESE DOS FATOS
Obs:Aqui, deve-se expor de forma clara e objetiva todos os
pontos importantes do processo (dia dos fatos, manifestações
e decisões, etc).
Exemplo:
Narram os autos que na data de ‘’...’’, policiais militares
receberam a denúncia de que o ‘’...’’(Nome do Cliente) estaria
deslocando do bairro ‘’...’’ no intuito de realizar uma entrega de
entorpecentes.
A guarnição foi no encalço do denunciado que segundo os
policiais, tentou evadir, mas conseguiram abordá-lo na Rua.
‘’...’’, do Bairro ‘’...’’.
Receberam ainda, a informação de que na tentativa de fuga o
denunciado havia dispensado algo, mas nada foi encontrado.
Vale destacar que, na abordagem pessoal nada de ilícito foi
encontrado.
Deslocaram-se então para a residência do denunciado, e lá foi
encontrada uma porção de maconha em seu quarto.
Foi então o denunciado preso em flagrante sob a acusação de
estar praticando traficância de substância conhecida como
maconha, o que na verdade não merece prosperar.
A Denúncia foi recebida na data de ‘’...’’ em fls. ‘’...’’.
O denunciado apresentou resposta escrita em fls. ‘’...’’.
Na Audiência de Instrução e Julgamento foram ouvidas 4
testemunhas e ao final, o interrogatório do denunciado em fls.
‘’...’’.
O Ministério Público em suas Alegações Finais de fls. ‘’...’’
pede a condenação do denunciado, sob o argumento de que
existem provas suficientes para condená-lo pelo delito de
tráfico de drogas, previsto no artigo 33 da lei 11.343/06.
Autos à defesa, para apresentação de Alegações Finais.
Em síntese, são os fatos.
DO MÉRITO
Obs: Nesse momento, deve-se argumentar e expor teses e
provas que demonstrem a existência do seu direito e
consequentemente, sirvam de amparo para a concessão dos
pedidos. Acho sempre interessante ressaltar os efeitos
negativos gerados pela pena, a real necessidade de submeter
a pessoa ao cárcere, as condições dos presídios, etc.
Portanto, expor tudo o que for favorável e capaz de influenciar
no convencimento do julgador.
Exemplo:
Inicialmente, cumpre ressaltar que o denunciado é primário,
possui residência fixa e trabalho lícito, conforme documentos
acostado aos autos.
Cumpre esclarecer ainda, que o denunciado não exerce
comércio ilícito de entorpecentes conforme afirmado na
denúncia. A irrisória quantidade de drogas encontrada, seria
para o consumo pessoal, haja vista que se trata de usuário de
drogas.
Verifica-se que nos autos não há nenhuma prova capaz de
incriminar o denunciado de forma concreta e inequívoca ao
delito em que é acusado, pelo contrário, existem apenas
presunções de que a droga encontrada seria para a
comercialização.
Como sabemos, no processo penal vigora o princípio segundo
o qual a prova, para alicerçar um decreto condenatório, deve
ser indiscutível e cristalina.
Portanto, se o conjunto probatório não permitir precisar essa
conclusão em decorrência da dúvida, cumpre ao magistrado
optar pela absolvição com base no princípio do in dúbio pro
réu.
Importante destacar também, que segundo os relatos obtidos
nesse procedimento, seja pelas testemunhas ou interrogatório
do denunciado, não há qualquer elemento que evidencie a
prática do comércio de drogas, maiormente quando não
houvera flagrante de venda, detenção de usuários, apreensão
de objetos destinados à preparação, embalagem e pesagem
da droga.
Conforme se observa do exposto, resta comprovada a
situação do denunciado como usuário, conduta tipificada no
artigo 28 da Lei 11.343/06 e não a de traficante, conforme
aduzido na denúncia.
Não há prova nos autos, de acordo com a análise dos
depoimentos, do local do fato, das condições em que se
desenvolveu a ação, das circunstâncias sociais e pessoais,
bem como a conduta e os antecedentes do denunciado,
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cheguem à certeza de que a prática do fato era realmente
tráfico de drogas, razão pela qual, em caso de não absolvição,
mostra-se necessária a desclassificação.
Diante disso, verifica-se que não há nos autos qualquer prova
que o denunciado tinha a intenção de vender a droga
apreendida em sua residência. Em seu interrogatório, o
denunciado é categórico ao afirmar que é apenas usuário
habitual e jamais se envolveu na mercância de qualquer
entorpecente, fato este corroborado pelo depoimento das
testemunhas e demais provas trazidas ao processo.
Portanto Exa., não há nos autos prova inquestionável quanto
a ocorrência do delito em que está sendo acusado o
denunciado. Mostrando-se prudente a absolvição do mesmo,
e em última análise, caso não entenda dessa forma, a
desclassificação do delito para uso de drogas, para que assim
prevaleça a efetiva aplicação do direito e ditames da justiça.
DOS PEDIDOS
Obs: Muito importante essa parte, deve-se analisar as
possibilidades e proceder os pedidos principais e subsidiários,
ou seja, requerer absolvição, desclassificação do delito,
exclusão de qualificadoras, acatamento de causas de
diminuição, aplicação da pena no mínimo legal, conversão em
restritivas de direitos, possibilidade de suspensão do
processo, concessão de algum benefício, etc.
Exemplo:
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência;
a/ A ABSOLVIÇÃO do denunciado, nos termos do artigo 386,
inciso V, VI e VII do Código de Processo Penal, haja vista que
não há prova concreta e inquestionável para sustentar uma
condenação, prevalecendo o princípio do in dúbio pro réu.
b/ Caso não seja a absolvição o entendimento de V. Exa., pelo
princípio da eventualidade, que seja acolhida a tese
de DESCLASSIFICAÇÃO para o delito de Uso de Drogas
(artigo 28 da Lei 11.343/06), dando definição diversa do teor
da denúncia, nos termos do artigo 383 do Código de Processo
Penal, com a consequente remessa dos autos ao Juizado
Especial Criminal, nos termos do § 2º do artigo 383 c/c 394, §
1º, inciso III, do Código de Processo Penal.
c/ Por derradeiro, caso entenda pela condenação do
denunciado, o que não se espera, requer a APLICAÇÃO DA
PENA NO MÍNIMO LEGAL, com a devida aplicação do § 4º do
artigo 33 da Lei 11.343/06, analisando as circunstâncias
pessoais favoráveis do denunciado (artigo 59, inciso IV,
do Código Penal) e conversão em penas restritivas de direitos,
de acordo com o artigo 44 do Código Penal, posto que o
denunciado preenche todos os requisitos.
d/ Em caso de condenação, a aplicação do art. 59 da
Lei 11.343/06 c/c 283 do Código de Processo Penal, somado
aos princípios da presunção de inocência (art. 5º,
inciso LVII da Constituição Federal), entendimento da prisão
como última ratio, Lei 12.403/11 (medidas cautelares diversas
da prisão), pelos efeitos negativos do cárcere, requisitos
favoráveis do denunciado (primário, residência fixa, trabalho
lícito), para que possa RECORRER EM LIBERDADE, sendo
expedido o devido e competente alvará de soltura em favor do
denunciado, para que possa ser restabelecida imediatamente
sua liberdade.
Para a efetivação da justiça, direitos e garantias asseguradas
a todos os cidadãos, e por tudo evidenciado nos autos, revela-
se mais adequada, razoável e humana, o acatamento dos
argumentos e total procedência dos pedidos formulados pela
defesa.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local ‘’...’’ e data ‘’...’’
Advogado ‘’...’’
OAB ‘’...’’
__________________________________________________
______________
4
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________ –
ESTADO DO _____________
Autos nº: XXXXXXXXXXXXXXX
FULANA DE TAL, [nacionalidade], [estado civil], [profissão],
portadora do CIRG sob o nº xxxxxxx, e inscrita no CPF/MF sob
o nº xxxxxxxxxx, residente e domiciliada na [endereço
completo], por intermédio de seu defensor constituído,
conforme instrumento particular de procuração anexo, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro
nos artigos 396 e 396-A do Código Penal,
apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, pelos motivos de fato
e de direito a seguir expostos.
1. DA SÍNTESE PROCESSUAL:
O Ministério Público da Comarca de _______________, no dia
10 (dez) de outubro de 2020, ofereceu denúncia contra a
Acusada, por ter esta, em tese, cometido o crime descrito
no artigo 155, caput, do Código Penal.
Consta da denúncia que, no dia 06 (seis) de setembro de 2012,
por volta das 09h00min, com a intenção de furtar, subtraiu
de CICLANO DE TAL um celular, marca Samsung Galaxy
Note II, cor prata, avaliado em R$ - 1.500,00 (mil e quinhentos
reais), aproveitando-se de um momento de distração da
Vítima, ficando com o celular para si.
Por conta da denúncia oferecida, o MM. Juiz da Comarca
recebeu a exordial acusatória no dia 20 (vinte) de novembro
de 2020, determinando a citação da Acusada para apresentar
defesa da acusação que lhe fora imputada.
Na data de 12 (doze) de dezembro de 2020, a Acusada foi
regularmente citada da presente ação penal, e por meio deste
petitório, apresenta tempestivamente sua defesa.
É a síntese necessária.
2. DAS PRELIMINARES. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
PUNITIVA DO ESTADO.
No presente feito foi imputada a Acusada a prática do crime de
furto simples (artigo 155, “caput”, do Código Penal), com
pena máxima cominada ao delito de 04 (quatro) ano de
reclusão, o que nos remete ao prazo prescricional de 08
(quatro) anos (art. 109, inciso IV, do Código Penal).
A denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário no
dia 20/11/2020, última causa de interrupção prescricional, e o
fato criminoso ocorreu no dia 06/09/2012, tendo passado 08
(oito) anos, 02 (dois) meses e 14 (catorze) dias, ultrapassando
o prazo máximo de 08 (oito) anos, conforme prevê o art. 109,
inciso IV, do Código Penal.
Ante o exposto, com base no art. 107, inciso IV, 1.ª parte,
do Código Penal, ocorreu a prescrição da pretensão punitiva
do estado, devendo ser extinta a punibilidade da Acusada.
3. DO MÉRITO. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA.
Excelência, temos que a conduta narrada na exordial
acusatória é manifestamente atípica, isto porque, no dia dos
fatos, tanto a Acusada quanto a Vítima estavam com aparelhos
celulares iguais, e a Acusada acabou se confundindo e pegou
o celular da Vítima, pois saiu às pressas do local para socorrer
o seu pai que havia sofrido uma queda momentos antes.
A fim de comprovar a propriedade do celular da Acusada,
junta-se aos autos nota fiscal do celular anexa a esta defesa.
Ao perceber que havia pegado o celular por engano,
prontamente foi até Vítima para devolvê-lo, que confirmou os
fatos perante a Autoridade Policial.
Dessa forma, estando ausente a dolo de subtrair coisa alheia
móvel, é manifestamente atípica a conduta perpetrada pela
Acusada, devendo ser absolvida sumariamente.
4. DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, pede-se, encarecidamente, à Vossa
Excelência:
a) Que seja extinta a punibilidade da Acusada, face a
ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do Estado, nos
termos do art. 397, inciso IV, do CPP;
b) Que seja absolvida sumariamente a Acusada, face a
conduta manifestamente atípica, nos termos do artigo 397,
inciso III, do CPP.
c) Caso não acatada nenhuma das teses anteriores, requer-se
a designação de Audiência de Instrução e Julgamento, nos
termos dos artigos 399 e 400 do Código de Processo Penal,
para que se possa comprovar a inocência da Acusada.
d) No mais, requer-se a produção de todas as provas em
Direito admitidas e que se fizerem necessárias, bem como a
oitiva das testemunhas abaixo indicadas, requerendo sejam
intimadas para prestarem depoimento em Juízo.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
________________, ___ de __________ de 2020.
ADVOGADO
OAB/__ Nº______
__________________
ROL DE TESTEMUNHAS:
BELTRANA DE TAL, [nacionalidade], [estado civil],
[profissão], portadora do CIRG sob o nº xxxxxxx, e inscrita no
CPF/MF sob o nº xxxxxxxxxx, residente e domiciliada na
[endereço completo].
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DA Nº VARA DO JÚRI DA COMARCA DE ESPECIFICAR,
(espaço de 10 linhas)
Autos do processo nº
(espaço de 10 linhas)
Nome completo do recorrente, já qualificado nos autos de nº em
epígrafe, que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado
signatário, inconformado com a r. decisão, que o pronunciou,
vem, respeitosamente, dentro do prazo legal, perante Vossa
Excelência, interpor RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com
fulcro no art. 581, inciso IV, do CPP.
Requer seja recebido e processado o presente recurso e, caso
Vossa Excelência entenda que deva ser mantida a respeitável
decisão, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça
com as inclusas razões.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local, dia de mês de ano.
Assinatura do Advogado
Nome do Advogado
OAB/UF nº número da inscrição na OAB
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (impresso em
folha separada)
RECORRENTE: Nome do recorrente
RECORRIDA: Justiça Pública
Autos do processo nº
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Douto Procurador de Justiça,
Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. juiz "a quo",
impõe-se a reforma de respeitável sentença que pronunciou o
Recorrente, pelas seguintes razões de fato e fundamentos a
seguir expostas:
Dos Fatos
O Recorrente foi denunciado, processo e pronunciado como
incurso no art. 121, "caput", do CP.
Do Direito
Consta dos autos que o Recorrente foi abordado pela vítima,
possuidora de vasta folha de antecedentes criminais, que exigiu
do primeiro a entrega de dinheiro.
Segundo o depoimento das testemunhas "A" e "B", o Recorrente
se atracou com a vítima, oportunidade em que tomou a arma de
fogo desta.
Todavia, mesmo após ter sido desarmado, a vítima ainda sacou
um estilete que portava e atacou o Recorrente.
Assim, verifica-se que o Recorrente, em situação de iminente
perigo, agiu repelindo injusta e iminente agressão, tendo usado
moderadamente os meios próprios em reação imediata,
buscando defender e proteger seu patrimônio e sua própria vida.
As testemunhas dos fatos corroboram e não deixam dúvidas
sobre a veracidade da alegação de que o Recorrente agiu em
legítima defesa.
Dispõem os artigos 23 e 25, ambos do CP, respectivamente:
"Não há crime quando o agente pratica o fato:
(...)
II - em legítima defesa;".
"Entende-se legítima defesa, quem, usando moderadamente
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem".
Portanto, presentes os requisitos que autorizam a aplicação da
exclusão da ilicitude pela legítima defesa.
Nesse sentido, é o entendimento do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais:
EMENTA. APELAÇÃO CRIMINAL. TENTATIVA DE
HOMICÍDIO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. LEGÍTIMA DEFESA
CONFIGURADA. PLEITO MINISTERIAL. INVIABILIZADO.
RECURSO DESPROVIDO. - Se a legítima defesa fora
efetivamente comprovada nos autos, não tem lugar a edição do
decreto de pronúncia, configurando-se, in casu, a hipótese de
previsão do art. 415, IV, do CPP (APR 10301060212802001 -
MG - 2ª Câmara Criminal - Relator Matheus Chaves Jardim -
data da decisão 3/12/2015 e data da publicação 14/12/2015).
Do Pedido
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente
recurso, impronunciando-se o Recorrente, como medida de
Justiça.
Local, dia de mês de ano.
Assinatura do Advogado
Nome do Advogado
OAB/UF nº número da inscrição na OAB
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA
VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA ___
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR, DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DA 2º VARA DA COMARCAR DE MASSAPÊ/CE
PROCESSO N.º XXXXX
XXXXXXXX, já qualificado nos autos em epígrafe, vem,
respeitosamente, por intermédio de seu Procurador que esta
subscreve, à presença de Vossa Excelência, apresentar, vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência através de
sua procuradora signatária apresentar
Contrarrazões ao Recurso de Apelação
que seguem em anexo requerendo que após a juntada aos
autos sejam remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Nesses termos pede deferimento.
LOCAL, DATA.
ADVOGADO
OAB/CE XXXXX
ÉGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
NOBRE TURMA RECURSAL
Processo de Origem nº XXXXXXXX
Vara de Origem: Xº Vara da Comarcar de Massapê/CE
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
Apelado: XXXXXXXXXXXXXX
Egrégio Tribunal
Nobres Julgadores
XXXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos em epígrafe, vem,
respeitosamente, por intermédio de seu Procurador que esta
subscreve, à presença de Vossa Excelência, apresentar
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
1. Dos Fatos
O acusado foi preso, mediante flagrante, pela suposta prática,
conforme aduz a denúncia, do crime de latrocínio, capitulado
no art. 157, § 3º triplamente tentado e um consumado, ambos
do Código Penal.
Os fatos, seguramente, não se insurgiram na forma como se
descreveu na peça delatória, visto que o acusado nem se
encontrava na cidade que aconteceu o delito no dia do fato, e
sim na cidade de XXXXX, e acabou por ser confundido com
um homem cujo apelido seria “XXX”, apelido tal que não
pertence ao Sr. XXXXXXX, com dito pelo próprio em audiência
de custódia no processo de nº XXXXXXXXXXXX, o que,
consequentemente, será corroborado com minúcias no
decorrer da instrução processual.
Com tais relatos, a sentença de 1º Grau ABSORVEU o
réu XXXXX tendo em vista a falta de provas contra este e as
oitivas do próprio réu e das testemunhas oculares do crime.
Inclusive, familiares da vítima, presentes como testemunhas
em audiência de instrução e julgamento, afirmaram não
reconhecer no réu XXXXXXX como um dos autores do crime,
deixando ainda mais clara a inocência do mesmo.
Por fim, ao contrário do que afirma o membro do Ministério
Público, o réu é verdadeiramente inocente, e a produção de
provas (ou a não existência destas), provaram tal fato. Com
isso, nada faz sentido na apelação feita pelo MP, já que muito
mais que material e formal, os motivos se mostram ser
subjetivos e não jurídicos ao interpor esta apelação.
2. Dos Pedidos
Ante o exposto, REQUER:
2.1. O benefício da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98,
do CPC/15;
2.2. Sejam recebidos os presentes esclarecimentos e mantido
a decisão de 1º grau.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
LOCAL, DATA.
ADVOGADO
OAB/CE XXXXX
_______________________________________________
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR, DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DA 2º VARA DA COMARCAR DE MASSAPÊ/CE
PROCESSO N.º XXXXX
XXXXXXXX, já qualificado nos autos em epígrafe, vem,
respeitosamente, por intermédio de seu Procurador que esta
subscreve, à presença de Vossa Excelência, apresentar, vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência através de
sua procuradora signatária apresentar
Contrarrazões ao Recurso de Apelação
que seguem em anexo requerendo que após a juntada aos
autos sejam remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Nesses termos pede deferimento.
LOCAL, DATA.
ADVOGADO
OAB/CE XXXXX
ÉGREGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
NOBRE TURMA RECURSAL
Processo de Origem nº XXXXXXXX
Vara de Origem: Xº Vara da Comarcar de Massapê/CE
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ
Apelado: XXXXXXXXXXXXXX
Egrégio Tribunal
Nobres Julgadores
XXXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos em epígrafe, vem,
respeitosamente, por intermédio de seu Procurador que esta
subscreve, à presença de Vossa Excelência, apresentar
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
1. Dos Fatos
O acusado foi preso, mediante flagrante, pela suposta prática,
conforme aduz a denúncia, do crime de latrocínio, capitulado
no art. 157, § 3º triplamente tentado e um consumado, ambos
do Código Penal.
Os fatos, seguramente, não se insurgiram na forma como se
descreveu na peça delatória, visto que o acusado nem se
encontrava na cidade que aconteceu o delito no dia do fato, e
sim na cidade de XXXXX, e acabou por ser confundido com
um homem cujo apelido seria “XXX”, apelido tal que não
pertence ao Sr. XXXXXXX, com dito pelo próprio em audiência
de custódia no processo de nº XXXXXXXXXXXX, o que,
consequentemente, será corroborado com minúcias no
decorrer da instrução processual.
Com tais relatos, a sentença de 1º Grau ABSORVEU o
réu XXXXX tendo em vista a falta de provas contra este e as
oitivas do próprio réu e das testemunhas oculares do crime.
Inclusive, familiares da vítima, presentes como testemunhas
em audiência de instrução e julgamento, afirmaram não
reconhecer no réu XXXXXXX como um dos autores do crime,
deixando ainda mais clara a inocência do mesmo.
Por fim, ao contrário do que afirma o membro do Ministério
Público, o réu é verdadeiramente inocente, e a produção de
provas (ou a não existência destas), provaram tal fato. Com
isso, nada faz sentido na apelação feita pelo MP, já que muito
mais que material e formal, os motivos se mostram ser
subjetivos e não jurídicos ao interpor esta apelação.
2. Dos Pedidos
Ante o exposto, REQUER:
2.1. O benefício da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98,
do CPC/15;
2.2. Sejam recebidos os presentes esclarecimentos e mantido
a decisão de 1º grau.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
LOCAL, DATA.
ADVOGADO
OAB/CE XXXXX
9
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE NITERÓI/RJ
ENRICO..., nacionalidade..., engenheiro, inscrito no CPF nº...,
estado civil..., residente e domiciliado no endereço...,
endereço eletrônico..., vem, por intermédio de seu advogado
(procuração com poderes especiais nos termos do
art. 44 do CPP em anexo), oferecer
QUEIXA-CRIME, com base nos art. 100, § 2º do CP, c/c
art. 30 do CPP contra HELENA..., nacionalidade..., inscrita
no CPF nº..., estado civil..., residente e domiciliada no
endereço... na Praia de Icaraí, em Niterói/RJ , endereço
eletrônico..., pelas razões a seguir expostas:
I. DOS FATOS E DOS FUNDAMENTOS
A querelada usou de suas redes sociais para constranger e
denegrir a reputação do querelante, tendo feito o seguinte
comentário em uma publicação do mesmo: “não sei o motivo
da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota,
bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, “ele trabalha todo dia
embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava
bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no
horário do expediente que a empresa em que trabalha teve
que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.
O querelado tomou ciência das ofensas na mesma data, na
presença dos seus amigos Carlos, Miguel e Ramirez. A partir
do relato e da documentação entregue pelo querelante,
instaurou-se inquérito policial.
É certo que, a querelada agiu em concurso formal imperfeito,
tendo, através de uma rede social, abalado a honra e o
respeito do querelante, acusando-lhe de ter praticado atos que
desabonam sua própria imagem.
Portanto, resta evidente que a querelada praticou os crimes de
injúria (art. 140, CP), e de difamação (art. 139, CP), em
concurso formal (art. 70, CP). Ainda, deve ser considerado
que os crimes foram feitos por intermédio de rede social de
grande abrangência e que facilita a divulgação, razão pela qual
deve incidir a causa de aumento de pena do art. 141, III,
do CP.
II. DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer:
a) O recebimento da queixa;
b) A designação de audiência de conciliação prévia;
c) A citação da querelada;
d) A procedência do pedido, com a consequente condenação
da querelada nas penas dos arts. 139 e 140 c/c art. 141, III, n/f
com o art. 70, todos do CP;
e) A oitiva das testemunhas, cujo rol se segue:
1- Carlos, endereço...
2- Miguel, endereço...
3- Ramirez, endereço...
f) A condenação da querelada ao pagamento dos honorários
advocatícios, e demais custas e despesas processuais;
g) A fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do
artigo 387, IV, do CPP.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidas, especialmente pela juntada de documentos
e pela oitiva das testemunhas acima indicadas, devendo as
mesmas serem intimadas nos endereços informados, na forma
da lei.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado...
OAB...
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EXMO. SR.DR. JUIZ DE DIREITO DA …….ª VARA
CRIMINAL, COMARCA DE ……… ESTADO DE ………….
D.V.S, Brasileiro, eletricista, domiciliado na AV,…………….
Nº….., bairro,……. Nesta comarca de ………./….. vem mui
respeitosamente perante V Exa, por intermédio de seu
Advogado infra-assinado, instrumento de procuração anexo,
requerer o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE,
conforme as seguintes considerações fáticas e de direito:
I-DOS FATOS
Conforme se depreende no auto de prisão em flagrante nº
……………… presidido pela delegada de polícia O.J.N, na
data de 04 de Agosto de 2018, ocorreu a subtração de um
aparelho televisor 70 polegadas, da casa da vítima U.K.T.
Na data de 11 de Agosto de 2018, os policiais investigadores
C.M.A e o investigador, G.D.S. se deslocaram até a residência
do acusado D.V.S, na certeza que encontraria o bem acima
descrito. Nesta oportunidade lhe deram “voz de prisão” e
conduziram o peticionário para a …….º Delegacia de Polícia,
e autuando em flagrante pela prática do delito tipificado no
art 155, inciso I, CP, qual seja, furto qualificado.
II- DO DIREITO
Ora Excelência, conforme se depreende do artigo 302,
inciso IV, do Código de Processo Penal, “considera-se em
flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir
ser ele o autor da infração”.
Independentemente de discutirmos ou não a autoria do delito,
percebemos, a luz da verdade, que a situação fática descrita
não se subsume ao texto legal citado. Por tanto o fato não
configura estado de flagrância delitiva.
Desta monta, o advérbio de tempo “LOGO DEPOIS” que está
inserido no texto legal significa que o encontro do objeto do
furto, nos domínios do suposto autor do fato punível, tem que
se verificar imediatamente após a prática do delito, o que não
aconteceu com o caso fático descrito, uma vez que esse
encontro ocorreu 7 doas após a notitia criminis.
Dentre as valiosas e elucidativas lições do nobre FERNANDO
DA COSTA TOURINHO FILHO, destaca-se:
(..) logo após e logo depois, são expressões, de modo geral,
um tanto vagas, e , assim, ha possibilidade de se interpretar
com maior flexibilidade o elemento cronológico. Temos pra
nós, entretanto, que o legislador, com tais expressões, quis
estabelecer entre a prática da infração e a perseguição, ou
entre a prática da infração e a circunstância de ser o agente
encontrado com instrumentos, armas, ou papéis, em situação
que faça presumir ser ele o autor da infração, uma relação
de imediatidade. (Manual de Processo penal. São Paulo:
Saraiva, 2001. p. 442-3).
Afirma-se, mais uma vez, que podemos perceber com clareza
que a prisão em flagrante do requerente não se amolda ao
mandamento processual predito, o que torna a prisão
manifestamente ilegal e violadora do direito de liberdade
daquele que foi autuado.
III- REQUERIMENTO
Diante do exposto, requer o postulante seja relaxada sua
prisão em flagrante, expedindo-se o indeclinável alvará de
soltura.
Neste termos,
Pede e aguarda deferimento
(local e data)
………………………..
advogado (a)……….
OAB/……..- nº ………...
11
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO...
A, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e
domiciliado no endereço..., portador da cédula de identidade
RG nº... E inscrito no CPF/MF sob o nº..., atualmente recolhido
junto ao presídio estadual..., por seu advogado, que esta
subscreve, inconformado com a respeitável sentença
transitada em julgado da ação penal... Que o condenou pelo
crime de estupro (art. 213 do Código Penal), vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência
propor REVISÃO CRIMINAL com fulcro no
artigo 621, III do Código de Processo Penal, pelas razões de
fato e de direito a seguir expostas:
I – SÍNTESE DOS FATOS
A resta condenado definitivamente, com trânsito em julgado
pela prática do crime de estupro (art. 213 do CP), com uma
pena a cumprir de 06 anos de reclusão em regime fechado, eis
que teria constrangido a vítima B à conjunção carnal mediante
grave ameaça.
Ocorre que agora, decorrido um ano já do trânsito em julgado,
com o condenado cumprindo pena privativa de liberdade, a
vítima B confidenciou à sua amiga C, que antes dos fatos, já
namorava A e que com ele havia mantido relacionamento
sexual por diversas oportunidades e por sua própria vontade.
Ademais, relatou também, que o acusou de crime, porque A
rompera definitivamente com o namoro, e, não sabendo lidar
com o fim do relacionamento, desejou prejudicá-lo apenas por
vingança.
II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Como visto da narrativa, injustiça pura é o que ocorre com o
autor. Ele jamais cometeu o crime de estupro. Prevê o art. 213
da norma penal que só há o crime quando alguém, mediante
violência ou grave ameaça, constrange o outro a ter conjunção
carnal ou a praticar ato libidinoso. Por outro lado, se a relação
sexual é de livre e espontânea vontade, sendo o indivíduo
maior, capaz, e responsável pelos atos da vida civil que
pratica, não havendo violência nem ameaça pelo parceiro,
inexiste a figura do estupro.
Portanto, em razão da ação penal... Já ter transitado em
julgado, o art. 621, III do Código de Processo Penal autoriza a
revisão de processo findo, quando após a sentença, se
descobrirem novas provas de inocência do condenado, como
ocorrido no caso, visto que agora há a prova testemunhal da
amiga da vítima que ouviu a confissão desta, de que não
houver o crime.
Inexistindo o fato criminoso, é de rigor a absolvição do
acusado, conforme o art. 386, I do CPP c/c art. 626 do CPP.
III – PEDIDOS
Ante o exposto, requer que seja julgada procedente a presente
ação revisional, para que se absolva o revisionando, com
fulcro nos artigos 386, I, e 626, ambos do Código de Processo
Penal.
Ademais, requer a expedição do respectivo alvará de soltura
em seu favor, bem como seja reconhecido o seu direito à
indenização, a ser liquidada em momento posterior (art. 630 §
1º do Código de Processo Penal).
Nestes termos, pede deferimento.
Comarca..., data...
Advogado:...
OAB:...
12
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO
DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________________
– ESTADO DO __________.
Autuação por dependência
Autos sob nº: XXXXXXXXXXXXXXX
FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos em
epígrafe, atualmente recolhido no Setor de Carceragem
Temporária da Delegacia de Polícia Civil desta Cidade, por
intermédio de seu defensor constituído, conforme instrumento
particular de procuração anexo, vêm, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, apresentar
PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
Com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição
Federal, e no artigo 316 do Código de Processo Penal, pelos
motivos de fato e de direito a seguir expostos.
1. DA SÍNTESE FÁTICA:
O Requerente foi preso em flagrante no dia 20 de maio de
2018, por ter, em tese, praticado o crime descrito no
artigo 157 “caput”, c/c o seu § 2º, inciso II, do Código Penal.
Após ser realizada Audiência de Custódia, este Juízo decretou
a prisão preventiva do Requerente, embasando a sua decisão
para o fim de resguardar a ordem pública, a conveniência da
instrução criminal, e assegurar a aplicação lei penal, nos
termos do art. 312 do Código de Processo Penal.
Todavia, no presente momento processual não é mais cabida
a manutenção da prisão cautelar contra o Requerente, em
razão que se passa a expor.
2. DOS FUNDAMENTOS:
A Requerente pugna pela sua liberdade para que possa
responder adequadamente ao processo, pela aplicabilidade do
Princípio da Presunção de Inocência, até que se esgotem
todos os recursos da ampla defesa e contraditório, onde a
prisão cautelar é uma exceção.
Pela sistema implantado pela Lei nº 12.403/2011, as prisões
cautelares são a última ratio, ou seja, deve ser o ultimato final
de todas as medidas cautelares disponíveis em nosso
ordenamento jurídico.
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão
ser aplicadas observando-se a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais;
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias
do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.
(...)
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for
cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art.
319). (Grifo nosso)
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação
da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares
previstas no art. 319 deste Código e observados os
critérios constantes do art. 282 deste Código. (Grifo Nosso)
Vale ressaltar que o Requerente possui trabalho e residência
fixa (CTPS e comprovante de endereço anexo), e é réu
primário, não ostentando qualquer condenação criminal,
comprometendo-se a comparecer em todos os atos
processuais solicitados.
Apesar de o Requerente estar sendo investigado em inquéritos
policiais, isto não pode ser considerado como fato
desabonador de sua conduta, tendo em vista que
a Constituição Federal afirma que somente é considerado
culpado após condenação penal transitada em julgado:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
(...)
LVII. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado da sentença penal condenatória. (Grifo Nosso)
Referido dispositivo consolida o Princípio da Presunção de
Inocência, garantia constitucional que permite ao acusado de
uma infração penal não ser considerado culpado, até que
esgotadas todas as fases do processo, e ao final haja sentença
penal condenatória com trânsito em julgado. Diante disso, não
se pode considerar, por si só, inquéritos policiais em curso
como instrumento idôneo a justificar a manutenção da prisão
preventiva da Requerente. Segue jurisprudência neste
sentido:
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO
PREVENTIVA DECRETADA NA SENTENÇA DE PRIMEIRO
GRAU. RÉU QUE PERMANECERA SOLTO DURANTE A
INSTRUÇÃO CRIMINAL. EXISTÊNCIA DE INQUÉRITOS
POLICIAIS EM ANDAMENTO. FUNDAMENTO QUE, POR SI
SÓ, NÃO JUSTIFICA A PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM
CONCEDIDA. 1. A existência de inquéritos policiais em
andamento não justifica, por si só, a decretação da prisão
preventiva. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.
2. Ordem concedida. (TRF-3 – HC 2501 SP
13
2010.03.00.002501-2. Rel.: Nelton dos Santos. Data Julg.:
08/06/2010. Segunda turma).
Nesta linha de raciocínio, o Código de Processo
Penal estabelece medidas que assegurem o desenvolvimento
regular do processo com a presença do acusado sem sacrifício
de sua liberdade, deixando a prisão cautelar apenas para as
hipóteses de absoluta necessidade. Passa-se a analisar a
ausência do requisito ensejador da prisão cautelar, previsto no
artigo 312 do Código de Processo Penal.
O Requerente não apresenta nenhum risco para a ordem
pública, pelo qual entende-se pela expressão da necessidade
de se manter em ordem a sociedade, que, como regra, é
abalada pela prática de um delito[1]. Verifica-se que o
Requerente foi preso em flagrante em 20/05/18, e até a
presente data, passaram-se 10 (dez) meses e 08 (oito) dias de
prisão, restabelecendo a ordem pública, não existindo nenhum
fato que demonstre que a sociedade encontra-se abalada pelo
crime, razão pela qual não se pode cometer a injustiça de
presumir uma periculosidade inexistente.
Impor ao Requerente o cumprimento antecipado de uma pena
é fechar os olhos aos princípios que norteiam o ordenamento
jurídico, em especial, no que se refere a presunção de
inocência e a dignidade da pessoa humana.
Deve-se levar em consideração que outros acusados de
participação no crime estão em liberdade, não podendo o
Requerente, que teve uma menor participação no crime,
responder o processo custodiado.
No que tange a conveniência da instrução criminal, o
Requerente não pretende, e de nenhuma forma perturbará ou
dificultará a busca da verdade real, no desenvolvimento da
marcha processual, não podendo, também, presumir tal fato,
pois inexiste nos autos quaisquer elementos que indiquem um
entendimento em sentido contrário, como mesmo afirmado por
este Juízo em sua decisão.
Ademais, o Requerente tem consciência de que a instrução
criminal é o meio hábil de exercer o direito constitucional do
contraditório e da ampla defesa, e de provar sua inocência,
razão pela qual não se pode presumir que a mesma se voltará
contra o único meio que possibilitará o exercício de sua
defesa.
Por fim, quanto a aplicação da lei penal, que visa garantir a
finalidade útil do processo, qual seja, garantir ao Estado o seu
exercício do direito de punir, aplicando a sanção devida a
quem é considerado o autor de uma infração penal, também
não se encontra presente.
Dessa forma, é perfeitamente cabível que sejam impostas
medidas cautelares diversas da prisão, previstas no
artigo 319 do Código de Processo Penal:
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
atividades;
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
permanência seja conveniente ou necessária para a
investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
folga quando o investigado ou acusado tenha residência e
trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade
de natureza econômica ou financeira quando houver justo
receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável
(art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem
judicial;
IX - monitoração eletrônica.
Portanto, a liberdade poderá ser concedida ao Requerente,
decretando, subsidiariamente, as medidas cautelares diversas
da prisão, conforme preconiza os artigos 319 e 320 ambos
do Código de Processo Penal, isto porque, as suas
circunstâncias e condições pessoais dão ensejo a aplicação
de tais medidas.
3. DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, pede-se, encarecidamente a Vossa
Excelência, nos termos do artigo 316, ab initio, do Código de
Processo Penal, a revogação da prisão preventiva do
requerente FULANO DE TAL, com a expedição do competente
alvará de soltura, e a aplicação de medidas cautelares
previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal, as quais
Vossa Excelência entender ser justa e cabível ao presente
caso.
14
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ
(JUÍZA) DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA
DE .…
LUCIANA SANTOS, nacionalidade__, estado civil__,
profissão__, atualmente desempregada, residente e
domiciliada na Rua Pará, nº 20, bairro…, Município__,
Estado__, por seu advogado, que esta subscreve (procuração
anexa), com escritório profissional nesta comarca, no
endereço__, e-mail__, vem respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, opor:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fundamento no
artigo 619 do Código de Processo Penal, pelas razões de fato
e de direito a seguir expostas.
I - DOS FATOS
A recorrente foi denunciada pelo crime de roubo, pois teria
subtraído mediante violência uma bolsa de grife internacional
da vítima Joana Rocha no dia 22 de agosto de 2016 por volta
das 21h40min.
Consta da Denúncia que “No dia 22 de agosto de 2016, por
volta das 21:40 horas, na Avenida Amazonas, nas
proximidades do imóvel de número 100, nesta Comarca, a
denunciada subtraiu coisa alheia móvel da vítima Joana
Rocha, mediante violência. Isso porque, conforme consta dos
autos de investigação em anexo, na data e local dos fatos,
Luciana se aproximou da vítima, quando esta descia de um
ônibus e, simulando uma “trombada”, arrebatou a bolsa que
estava em seu ombro. Tamanha foi a violência empregada
pela denunciada que a vítima, que estava distraída fazendo
uso de seu aparelho celular, acabou se desequilibrando e
caindo sentada na calçada. Após a subtração, a acusada
evadiu o local, mas foi localizada por policiais militares com a
posse do objeto de crime, quando se aproximava da porta de
sua residência. Imediatamente foi autuada em flagrante. Deste
modo, constatada a presença de violência na prática da
subtração, não resta dúvida de que a denunciada praticou o
delito de roubo Ante o exposto, está a denunciada Luciana
incursa nas iras do artigo 157, “caput” do Código Penal, pelo
que requer o Ministério Público seja recebida a presente
denúncia, com a consequente citação da ré para apresentar
defesa no prazo legal, designando-se em seguida audiência
de instrução, para que ao final seja condenada pela prática do
crime de roubo”.
Na fase de instrução processual, foram ouvidas as
testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, bem
como a ré foi interrogada.
O Ministério Público, em sede de suas alegações finais, se
limitou a ratificar a denúncia, requerendo a condenação de
Luciana pela prática do delito de roubo.
Em seguida, foi aberta vista à Defesa para apresentar seus
memoriais, ocasião em que foram apresentadas as teses
defensivas em benefício da recorrente, postulando-se e,
síntese, pela anulação da fase de instrução processual, ante a
violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa,
bem como, de forma subsidiária, pela absolvição da recorrente
ante a patente ausência de provas para sua condenação da
forma pretendida pela acusação. Outrossim, na pior das
hipóteses, pediu-se pela desclassificação da imputação
formulada, imputando-se à recorrente a prática do delito de
furto simples com a aplicação da atenuante do artigo 155, §
2º do Código Penal.
Ocorre que, a sentença foi prolatada, condenando Luciana,
nos exatos termos da denúncia, a uma pena de 05 (cinco) anos
de reclusão, contudo, o D. Magistrado se limitou a demonstrar
a existência de prova de materialidade e autoria para justificar
o decreto condenatório, não se manifestando sobre os pedidos
apresentados por você, em sede de alegações finais
(preliminar de nulidade absoluta do processo por cerceamento
de defesa e desclassificação para o crime de furto por
ausência de lesão corporal da vítima).
Deste modo, constata-se que há omissão na r. sentença
condenatória, pois cabe ao Juiz apreciar todos os pedidos
presentados pela defesa em alegações finais.
II - DO CABIMENTO
Em um Estado Democrático de Direito, a garantia da jurisdição
e, principalmente, o princípio constitucional da fundamentação
das decisões (previsto no artigo 93, IX da CR/88), não
admitem a prolação de “qualquer” decisão. É fundamental que
o ato decisório possua requisitos mínimos (clareza, coerência,
lógica e exaustividade), sob pena de invalidade:
“A decisão deve ser passível de ser compreendida, por
elementar, sob pena de tornar-se um mero rebusqueio inútil de
teses jurídicas sem nenhum valor ou utilidade. Da mesma
forma que a acusação deve ser clara, coerente e lógica, sob
pena de inépcia e rejeição liminar, a decisão deve revestir-se
desses mesmos atributos (infelizmente, para o direito
processual, não existem sentenças ineptas). A exaustividade
da decisão significa que é dever do juiz analisar e decidir
acerca de todas as teses acusatórias e defensivas, acolhendo-
as ou não, mas sempre enfrentando e fundamentando cada
uma, sob pena de omissão e, dependendo da gravidade, gerar
um ato defeituoso insanável (nulo, portanto). ”
15
Assim, havendo qualquer uma dessas irregularidades em uma
determinada decisão, a parte deverá impugná-la através de
Embargos Declaratórios, permitindo que o magistrado
esclareça ou supra eventuais omissões.
Por este motivo, tais embargos, que possuem efeito
regressivo, permitindo uma nova análise do Juízo a quo
mesmo após esgotada sua jurisdição, se caracterizam
como “instrumentos a serviço da eficácia da garantia da
motivação das decisões judiciais, pois as partes têm o direito
fundamental de saber o que o juiz decidiu, como e por que”
Os embargos de declaração são previstos em primeira, quanto
em segunda instância, conforme os artigos 382 e 619, ambos
do Código de Processo Penal. Vejamos:
“Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois)
dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela
houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.”
“Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de
Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos
de declaração, no prazo de dois dias contados da sua
publicação, quando houver na sentença ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão.”
Desta forma, toda decisão judicial, ainda que irrecorrível, é
passível de embargos declaratórios (como ocorre, por
exemplo, com as decisões interlocutórias simples), bastando
que contenha uma obscuridade (decisão confusa),
ambiguidade (decisão com mais de uma interpretação,
imprecisa), contradição (decisão cujo conteúdo é
incompatível) ou omissão (decisão que não enfrenta todas as
teses e pedidos arguidos pelas partes), de modo que,
perfeitamente cabível o presente recurso.
III - DA TEMPESTIVIDADE
O prazo para interposição de embargos de declaração, em
regra é de 02 (dois) dias, independente da instância de
interposição, contado a partir da intimação da decisão em
primeira instância ou da publicação do Acórdão no âmbito dos
Tribunais.
Além disso, deve-se levar em conta que, no processo penal, a
contagem do prazo se inicia com o ato em si (seja ele de
citação, intimação ou publicação) e não com a juntada aos
autos do respectivo mandado, nos termos do art. 798, § 5º a
do CPP.
Assim, considerando que a intimação da recorrente se ocorreu
no dia 07 de fevereiro de 2017, tem-se por tempestivo o
presente recurso.
IV - DO MÉRITO
Trata-se de sentença omissa, eis que, conforme já exposto
anteriormente, não houve nenhuma manifestação a respeito
do pedido preliminar de nulidade absoluta do processo por
cerceamento de defesa, tampouco sobre o pedido de
desclassificação para o crime de furto por ausência de lesão
corporal da vítima.
Desse modo, tem-se que tais omissões devam ser supridas
neste momento, já que a sentença condenatória foi a última
etapa de atuação jurisdicional deste r. Juízo, pois mesmo que
interposto eventual Apelo pela Defesa da ré, a atuação
monocrática para decisões ligadas ao mérito já se exauriu.
V - DO PEDIDO
Isso posto, requer sejam conhecidos e providos os presentes
embargos, com a manifestação a respeito do tema objeto da
omissão alegada, bem como a modificação da sentença,
atendendo-se aos pedidos não apreciados, como medida de
inteira justiça.
Requer, outrossim, a fim de evitar ofensa ao contraditório, a
intimação do embargado para manifestação no prazo de dois
dias.
Termos em que, pede deferimento.
Local…, 08 de fevereiro de 2017.
Advogado
OAB/UF
16