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AULA 111

11- REMUNERAÇÃO E SALÁRIO - CONTINUAÇÃO

Nesta parte do texto sobre remuneração e salário, vamos


abordar os seguintes temas: as parcelas não integrantes do salário;
as regras sobre pagamento do salário; os descontos salariais; a
equiparação salarial e o décimo terceiro salários.

11.1- Parcelas não integrantes do salário: existem parcelas,


entretanto, que, apesar de pagas regular e habitualmente pelo
empregador, não integram o salário do empregado para efeitos
trabalhistas e previdenciários (art. 457, § 2º, da CLT). São elas:

1ª) Ajuda de custo: são valores repassados ao


empregado e que se destinam estritamente ao custeio de despesas
que o empregado, normalmente trabalhador externo, tem de arcar
no seu dia a dia, tais como alimentação, combustível, pedágios etc.

2ª) Auxílio alimentação: consiste no pagamento de


determinado valor diário destinado a arcar com os gastos que o
empregado tem para se alimentar, em função de ter de ir
diariamente trabalhar ou como auxílio mensal para aquisição de
mantimentos do mês. Esse auxílio poderá ser dado por meio de
vale-refeição diário ou mensal.

O auxílio alimentação dado ao empregado, desde que não


seja em dinheiro, não integra o salário do empregado (art. 457, § 2º,
da CLT).

3ª) Diárias de viagem: são valores repassados ao


empregado como um incentivo por ter de executar suas tarefas fora

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Texto elaborado com base no livro: Direito do Trabalho para o Exame de Ordem, 2ª ed. Kindle. 2018,
de autoria do professor.
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do local onde reside, devendo o empregado, portanto, estar


disponível para viagens.

Há, contudo, quem não as distinga da ajuda de custa.


Nesse caso, seriam valores destinados ao pagamento das
despesas do empregado em viagens necessárias à efetiva
prestação de seus serviços.

De qualquer modo, independentemente do valor recebido


a título de diárias de viagem, esses valores não integram o salário
do empregado para efeitos trabalhista e previdenciário (art. 457, §
2º, da CLT), estando, assim, sem aplicabilidade as Súmulas 101 e
318, do TST2.

4ª) Prêmio: é o pagamento feito ao empregado ou a um


grupo de empregados de determinado valor ou percentual sobre
sua remuneração que se vincula a um fato ou circunstância
relevante para o empregador e atrelado à conduta pessoal do
empregado ou à conduta coletiva dos trabalhadores da empresa,
conforme Delgado (2007). Exemplos: prêmio por assiduidade;
prêmio por zelo; prêmio por produção ou produtividade.

Nesse sentido, dispõe o § 4º, do art. 457, da CLT, que


“consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo
empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a
empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas
atividades”.

O sindicato da categoria profissional poderá, por meio de


convenção ou acordo coletivo de trabalho, regulamentar sobre
prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente
concedidos em programas de incentivo (art. 611-A, XIV, da CLT).

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“Diárias para Viagem e Ajudas de Custo – As duas parcelas, em sua origem, não têm natureza salarial,
contraprestativa, remuneratória; são verbas indenizatórias, uma vez que traduzem, na essência,
ressarcimento de despesas feitas ou a se fazer em função do estrito cumprimento do contrato
empregatício”. (DELGADO, 2007, p. 697).
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5) Abono: com a alteração do § 2º, do art. 457, da CLT, o


abono atualmente passou a ter dupla finalidade:

1ª) é a antecipação salarial de aumento futuro a ser


concedido ao empregado por força de norma coletiva de trabalho ou
de gatilhos inflacionários. Nesse caso, o abono salarial é
compensado com o aumento salarial a que o empregado fizer jus.

Esse abono salarial não poderá ser confundido com outras


expressões que têm o mesmo nome, como o abono de férias, que é
o valor recebido pelo empregado pela vulgarmente conhecida
“venda das férias”, e o abono constitucional de férias, que é o
acréscimo de 1/3 incidente sobre o valor das férias.

Esse abono integra o salário do empregado para todos os


efeitos legais.

2ª) é a figura que parece ter substituído as gratificações


concedidas ao empregado por mera liberalidade do empregador.
Assim, atualmente, se o empregador concede valores a título de
“bonificações” ao empregado ou a um grupo de empregados ou a
todos os empregados da empresa, por mera liberalidade, em razão
de algo que ele, empregador, entende importante para sua
atividade, estaremos diante do abono, nesse segundo e atual
sentido.

Esse abono não integra o salário do empregado para


efeitos trabalhistas e previdenciários.

6) Vale-Transporte: o vale-transporte foi instituído pela Lei


nº 7.418/85 como uma obrigação imposta ao empregador
obrigando-o a participar das despesas que o empregado tem com o
transporte. Nesse sentido, dispõe o art. 1º, da Lei nº 7.418/85 que:

Art. 1º Fica instituído o vale-transporte, que o


empregador, pessoa física ou jurídica, antecipará ao
empregado para utilização efetiva em despesas de
deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através
do sistema de transporte coletivo público, urbano ou
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intermunicipal e/ou interestadual com características


semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou
mediante concessão ou permissão de linhas regulares e
com tarifas fixadas pela autoridade competente,
excluídos os serviços seletivos e os especiais.

A concessão do vale-transporte implica a aquisição pelo


empregador dos Vales-Transporte necessários aos deslocamentos
do trabalhador no percurso residência-trabalho e vice-versa, no
serviço de transporte que melhor se adequar (art. 4º, da Lei nº
7.418/85). A participação do empregador ocorrerá com o
complemento das despesas de transporte se estas ultrapassarem
6% do valor do salário básico do empregado (art. 4º, parágrafo
único, da Lei nº 7.418/85), sendo vedado, portanto, seu pagamento
em dinheiro.

O Vale-Transporte, desde que concedido com observação


das condições e limites legais, no que se refere à contribuição do
empregador: a) não tem natureza salarial, nem se incorpora à
remuneração para quaisquer efeitos; b) não constitui base de
incidência de contribuição previdenciária ou de Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço; c) não se configura como rendimento
tributável do trabalhador (art. 2º, da Lei nº 7.418/85).

7) Salário-Família: o salário-família é um benefício


previdenciário regulamentado pelos arts. 7º, XII e 201, IV, da CF/88;
65 a 70, da Lei nº 8.213, de 1991 e 81 a 92, do Decreto nº
3.038/1999. É devido, mensalmente, uma cota no valor de R$ 51,27
ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador
avulso com salário de contribuição inferior ou igual a R$ 1.503,25 –
valor de 2021, na proporção do respectivo número de filhos ou de
enteados e de menores tutelados, desde que comprovada a
dependência econômica dos dois últimos (art. 65, da Lei nº 8.213,
de 1991).

O salário-família é “pago” pelo empregador que poderá


compensar os valores pagos nos valores devidos a título de
contribuições previdenciárias (art. 68, da Lei nº 8.213, de 1991).
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A cota do salário-família não será incorporada, para


qualquer efeito, ao salário ou ao benefício (art. 68, da Lei nº 8.213,
de 1991).

8) Salário-Maternidade: o salário-maternidade também é


um benefício previdenciário regulamentado pelos arts. 71 a 73, da
Lei nº 8.213, de 1991 e 93 a 103, do Decreto nº 3.038/1999. É
devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e
vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes
do parto e a data de ocorrência deste (art. 70, da Lei nº 8.213, de
1991).

É devido também ao segurado ou segurada da


Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de
adoção de criança. No caso de adoção por casal, somente será
devido a um deles (art. 71-A e §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.213, de 1991).

No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer


jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício será pago,
por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao
cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de
segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu
abandono (art. 71-B, da Lei nº 8.213, de 1991).

O salário-maternidade para a segurada empregada ou


trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua
remuneração integral e caberá à empresa pagar o salário-
maternidade devido à respectiva empregada gestante, efetivando-
se a compensação (art. 72 e § 1º, da Lei nº 8.213, de 1991).

9) Participação nos lucros ou resultados (PLR) – Lei nº


10.101, de 2002 (LPLR): A participação nos lucros ou resultados da
empresa se dará por meio de negociação entre empregados e
empregador; por negociação da empresa com o sindicato dos
empregados ou por negociação intersindical. Nesse sentido, nos
termos do art. 2º, da LPLR, a participação nos lucros ou resultados
será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados,
mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos
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pelas partes de comum acordo: I - comissão paritária escolhida


pelas partes, integrada, também, por um representante indicado
pelo sindicato da respectiva categoria ou II - convenção ou acordo
coletivo.

Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão


constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos
substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive
mecanismos de aferição das informações pertinentes ao
cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de
vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser
considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I -
índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa e
II - programas de metas, resultados e prazos, pactuados
previamente. Na Consideração dos critérios e condições descritos: I
- a empresa deverá prestar aos representantes dos trabalhadores
na comissão paritária informações que colaborem para a
negociação e II - não se aplicam as metas referentes à saúde e
segurança no trabalho.

O instrumento de acordo celebrado será arquivado na


entidade sindical dos trabalhadores.

Não se equipara à empresa, para os fins de aplicação da


lei de participação nos lucros ou resultados: I - a pessoa física; II - a
entidade sem fins lucrativos que, cumulativamente: a) não distribua
resultados, a qualquer título, ainda que indiretamente, a dirigentes,
administradores ou empresas vinculadas; b) aplique integralmente
os seus recursos em sua atividade institucional e no País; c) destine
o seu patrimônio a entidade congênere ou ao poder público, em
caso de encerramento de suas atividades e d) mantenha
escrituração contábil capaz de comprovar a observância dos
demais requisitos arrolados nos itens anteriores, e das normas
fiscais, comerciais e de direito econômico que lhe sejam aplicáveis.

Nos termos do art. 3º e parágrafos, da LPLR combinado


com o § 2º, do art. 457, da CLT, a participação nos lucros ou
resultados da empresa não substitui ou complementa a
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remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de


incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário, não se
lhe aplicando o princípio da habitualidade. Contudo, a participação
nos lucros e resultados sofre incidência do imposto de renda retido
na fonte.

É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou


distribuição de valores a título de participação nos lucros ou
resultados da empresa em mais de 2 (duas) vezes no mesmo ano
civil e em periodicidade inferior a 1 (um) trimestre civil, conforme
preceitua o § 2º, do Art. 3º, da LPLR.

Em caso de rescisão contratual anterior à data da


distribuição dos lucros, tem direito o empregado ao recebimento
proporcional dos valores relativos à participação nos lucros ou
resultados.

SÚMULA 451, do TST - PARTICIPAÇÃO NOS


LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO
CONTRATUAL ANTERIOR À DATA DA
DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. PAGAMENTO
PROPORCIONAL AOS MESES
TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA
ISONOMIA.Fere o princípio da isonomia instituir
vantagem mediante acordo coletivo ou norma
regulamentar que condiciona a percepção da
parcela participação nos lucros e resultados ao
fato de estar o contrato de trabalho em vigor na
data prevista para a distribuição dos lucros.
Assim, inclusive na rescisão contratual
antecipada, é devido o pagamento da parcela de
forma proporcional aos meses trabalhados, pois o
ex-empregado concorreu para os resultados
positivos da empresa.

Por fim, nos termos do art. 611-A, XV, da CLT, as


convenções coletivas e os acordos coletivos de trabalho que tratam
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de participação nos lucros e resultados prevalecem sobre os


dispositivos acima estudados previstas na Lei n. 10.101/96.

11.2- Regras sobre pagamento do salário: a remuneração do


empregado deverá ser paga, em regra, mensalmente, até o 5º dia
útil do mês seguinte ao vencido (art. 459 da CLT). Há, contudo,
exceções a essa regra:

1ª) Há empregados que recebem por dia, semana ou


quinzena e

2ª) Há empregados pagos à base de comissão que


deverão aguardar a liquidação (o vencimento) das parcelas quando
a venda não tiver sido efetuada à vista (art. 466, §§ 1º e 2º, da CLT
c/c art. 7º, da Lei nº 3207, de 1957).

Se o salário não for pago na época própria, deverá sofrer a


incidência de correção monetária.

SÚMULA 381, do TST - CORREÇÃO


MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT. O
pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês
subseqüente ao vencido não está sujeito à correção
monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá
o índice da correção monetária do mês subseqüente ao
da prestação dos serviços, a partir do dia 1º.

Em caso de necessidade, em virtude de ajustes na


organização de sua atividade e desde que não haja norma coletiva
impeditiva, pode o empregador alterar a data de pagamento dos
salários (OJ 159, da SDI1, do TST).

O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo,


assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante
sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo (art.
464, da CLT). Além disso, o Precedente Normativo nº 58, do TST,
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entende que o pagamento de salário ao empregado analfabeto


deverá ser efetuado na presença de 2 (duas) testemunhas.

Nos termos do art. 464, parágrafo único, da CLT, terá força


de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta
para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento
deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho.

O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no


local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediatamente
após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em
conta bancária aberta a favor do empregado em agência ou posto
de atendimento de agência bancária no próprio local de trabalho ou
em local próximo a este (art. 465 da CLT).

O pagamento deverá ser feito em moeda corrente do País


(em dinheiro, que, no nosso caso, é o Real), considerando-se como
não feito se realizado de outra forma (art. 463 da CLT).

Por fim, nos termos do Precedente Normativo n.º 117, do


TST:

PAGAMENTO DO SALÁRIO COM CHEQUE. Se


o pagamento do salário for feito em cheque, a empresa
dará ao trabalhador o tempo necessário para descontá-
lo, no mesmo dia.

11.3- Descontos salariais (art. 462 da CLT): O empregador


somente poderá efetuar descontos no salário do empregado nas
seguintes situações:

• Adiantamentos, em especial em virtude de vales;

• Autorizado por dispositivo de lei, como ocorre com


as contribuições previdenciárias e descontos relativos ao imposto
de renda;
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• Estipulado em acordo individual entre empregado


e empregador;

• Decorrente de autorização prevista em convenção


ou acordo coletivo de trabalho, desde que aceito expressamente
pelo empregado;

• Previsão contratual, em caso de culpa e

• Em caso de dolo.

Sobre o tema, entende o TST que:

OJ 160, da SDI1 - DESCONTOS SALARIAIS.


AUTORIZAÇÃO NO ATO DA ADMISSÃO.
VALIDADE. É inválida a presunção de vício de
consentimento resultante do fato de ter o empregado
anuído expressamente com descontos salariais na
oportunidade da admissão. É de se exigir demonstração
concreta do vício de vontade.

OJ 18, da SDC - DESCONTOS AUTORIZADOS


NO SALÁRIO PELO TRABALHADOR.
LIMITAÇÃO MÁXIMA DE 70% DO SALÁRIO
BASE. Os descontos efetuados com base em cláusula
de acordo firmado entre as partes não podem ser
superiores a 70% do salário base percebido pelo
empregado, pois deve-se assegurar um mínimo de
salário em espécie ao trabalhador.

PN-14 - DESCONTO NO SALÁRIO. Proíbe-se o


desconto no salário do empregado dos valores de
cheques não compensados ou sem fundos, salvo se não
cumprir as resoluções da empresa.

11.4- Equiparação salarial (art. 461 da CLT): ocorre a


equiparação quando dois empregados, embora contratados pelo
mesmo empregador, executam trabalho de igual valor, no mesmo
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estabelecimento, com igual produtividade e com a mesma perfeição


técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o
mesmo empregador não seja superior a 4 (quatro) anos e a
diferença de tempo na função não seja superior a 2 (dois anos).

O empregado que pretende a equiparação salarial é


chamado de equiparando e aquele que serve de parâmetro para a
equiparação salarial é chamado de paradigma, não podendo o
empregado readaptado em nova função por motivo de deficiência
física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência
Social servir de paradigma para fins de equiparação salarial (art.
461, § 4º, da CLT), sendo que a equiparação salarial só será
possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função,
ficando vedada a indicação de paradigmas remotos (equiparação
salarial em cadeia), ainda que o paradigma contemporâneo tenha
obtido a vantagem em ação judicial própria (art. 461, § 5º, da CLT).

Se restar comprovado que a distinção de salários entre


equiparando e paradigma se deu por ato discriminatório do
empregador seja por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará,
além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em
favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social (art. 461, § 6º, da CLT).

A equiparação salarial não será possível quando o


empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou
adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação
coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
homologação ou registro em órgão público (art. 461, § 2º, da CLT).
Nesse caso, as promoções poderão ser feitas por merecimento e
por antiguidade, ou por apenas um desses critérios, dentro de cada
categoria profissional (art. 461, § 3º, da CLT).

Os sindicatos poderão atuar juntamente com a empresa ou


empresas ou o sindicato da categoria econômica na
regulamentação de planos de cargos, salários e funções
compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como
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identificação dos cargos que se enquadram como funções de


confiança (art. 611-A, V, da CLT).

11.5- Décimo terceiro salário: também denominado de gratificação


natalina, o décimo terceiro salário, regulamentado pelas leis n.
4.090/62 e 4.749/65, destina-se a ofertar ao empregado uma ajuda
anual, para possibilitar que sua renda seja maior à época das festas
natalinas.

O décimo terceiro salário incide sobre a remuneração do


empregado, devendo ser pago até 20 de dezembro de cada ano.
Contudo, entre os meses de fevereiro e novembro, a critério do
empregador, este deverá pagar ao empregado o adiantamento do
13º salário equivalente à metade do salário do mês anterior.

Se o empregado quiser, poderá receber o adiantamento do


13º em suas férias. Nesse caso, deve efetuar o requerimento em
janeiro do ano respectivo.

O valor da gratificação natalina corresponde a 1/12 (um


doze avos), por mês, da média da remuneração paga ao
empregado no ano do pagamento, considerando-se cada mês como
de pelo menos 15 dias trabalhados.

Exercício 66 - Procurador – Prefeitura de Várzea Paulista – SP – 2021


- Determinada empresa, objetivando estimular a produtividade, resolveu
instituir o pagamento mensal de duas parcelas, sendo uma intitulada
“participação nos lucros” e outra sob a denominação de “prêmios”. Diante
da situação mencionada, considerando os princípios que regem o direito do
trabalho e o fato de que referidas parcelas passaram a ser quitadas
mensalmente a todos os empregados, sem qualquer distinção ou exigência
de cumprimento de algum requisito, é correto afirmar que
A) apenas a participação nos lucros não terá natureza salarial.
B) não obstante a denominação adotada, a participação nos lucros e os
prêmios terão natureza salarial.
C) apenas os prêmios não terão natureza salarial.
D) os prêmios e a participação nos lucros não terão natureza salarial, tendo
em vista as disposições expressas da legislação trabalhista.
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E) apenas os prêmios terão natureza salarial.

Exercício 67 - Procurador do Estado – PGE – RS – 2021 - Considerando


as normas de Direito do Trabalho vigentes, é correto afirmar que:
A) Ao empregado contratado mediante empresa interposta, em caráter
temporário ou indeterminado, é assegurada a remuneração equivalente à
percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou
contratante.
B) Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será
computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal,
ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto na CLT, quando o
empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de
insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer, entre
outras razões, sua higiene pessoal.
C) Nos regimes de trabalhos remotos ou “teletrabalho”, a responsabilidade
pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos
tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do
trabalho é do empregador, mediante dispêndio direto ou reembolso ao
empregado.
D) Nos contratos individuais de trabalho poderá ser pactuada cláusula
compromissória de arbitragem, por iniciativa do empregado ou mediante a
sua concordância expressa, desde que o empregado seja portador de
diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a
duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
E) Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta ou uniforme no
ambiente laboral, que deverá ser observado pelo empregado, sob pena de
configurar ato faltoso, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas
da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de
identificação relacionados à atividade desempenhada; em havendo a
estipulação do padrão de vestimenta, ao empregador caberá o seu custeio,
manutenção e higienização.

Exercício 68 - Procurador – Câmara de Teresina - PI – 2021 - José


Brasil foi contratado pela empresa “QWE” na data de 01/01/2020 para
exercer a função de “segurança”. Ocorre que, em certa ocasião, José Brasil
tomou conhecimento de que seu colega de trabalho, Mario Portugal, que
trabalha na mesma empresa que ele desde a data de 01/01/2016, exercendo
também a função de “segurança”, recebe um salário superior ao
dele. Inconformado com a situação, José Brasil ajuizou reclamação
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trabalhista em face da empresa “QWE”, requerendo equiparação salarial


com o paradigma Mario Portugal, sustentando que ambos exercem idêntica
função e realizam trabalho de igual valor, com a mesma perfeição técnica e
de igual produtividade, mas recebem salários distintos.
Tendo em vista o caso narrado e as disposições da CLT, assinale a
alternativa correta.
A) José Brasil tem direito à equiparação salarial, pois, segundo o princípio
da isonomia, trabalho de igual valor não pode possuir distinção salarial.
B) José Brasil tem direito à equiparação salarial, visto que cumpre todos os
requisitos exigidos pela CLT.
C) José Brasil não tem direito à equiparação salarial, posto que a diferença
de tempo de serviço na mesma função entre ele e o paradigma é superior a
dois anos.
D) José Brasil não tem direito à equiparação salarial, pois, para requerer
esse direito, é necessário trabalhar na empresa por, pelo menos, um ano
completo.
E) José Brasil não tem direito à equiparação salarial, uma vez que, para
ingressar com a reclamação trabalhista, exigem-se, primeiramente,
documentos nos quais constem a recusa da equiparação salarial por parte da
empresa.

Exercício 69 - Procurador Autárquico – IPVV – ES – 2020 - De acordo


com a nova redação da Consolidação das Leis do Trabalho, promovida pela
Lei nº 13.467/17, entre as parcelas pagas pelo empregador que integram o
salário do empregado, temos:
A) as diárias para viagem.
B) as gratificações legais.
C) os abonos.
D) a ajuda de custo.
E) os prêmios.

Exercício 70 - Advogado Legislativo – Câmara de Salvador – BA –


2018 - Maria Rita foi contratada por uma indústria de panificação em 1º de
julho de 2017. Aproximando-se do fim do ano de 2017, a empresa
começou a realizar o pagamento do 13º salário.
Em relação a esse direito e diante do caso apresentado, é correto afirmar
que:
A) Maria Rita receberá 6/12 avos do 13º salário referente ao ano de 2017,
sendo metade do valor até o dia 30 de novembro e o restante até 20 de
dezembro;
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B) considerando que a empregada em questão ingressou nos quadros da


empresa no 2º semestre do ano, não terá direito ao 13º salário porque não
teve 1 ano de trabalho em 2017;
C) não pode haver discriminação entre empregados, que devem ter
tratamento isonômico, motivo pelo qual Maria Rita receberá o 13º salário
de forma integral no ano de 2017;
D) o pagamento da gratificação natalina devida no ano de 2017 deverá ser
feita até o dia 25 de dezembro do ano em questão;
E) desde que haja concordância da empregada, o 13º salário poderá ser
fracionado em 3 parcelas, sendo nenhuma delas inferior a 10 dias de
salário.

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