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BBRIEEN cepitulc 381 Fotons e Ondes de Matéria Céleulos: Esta tiltima grandeza é dada por Usando’i Eq. 38-1 (f= o/h) e substituindo as varidveis por valores numéricos, obtemos: poténciaemitida __P, st fala R energia porféton EF R= he Nesse caso, de acordo com a Eq. 38.2 (E = hf), temos (100. Wy(590 x 10-9 m) (6.63 X 10-5-s)(2,998 X 10" mis) 97 10 fétonsis, (Resposta) Foie R= Rag = 38-3 | O Efeito Fotelétrico ‘Quando ituminamos uma superficie de um metal com uum raio luminoso de compri- mento de onda suficientemente pequeno, a luz faz com que elétrons sejam emitidos pelo metal, Esse fendmeno, que tecebe o nome de efeito fotelétrico, é essencial para © funcionamento de equipamentos como cdmaras de TV e éculos de visio noturna. Einstein usou a idéia do {ton para explicar esse efeito, que simplesmente no pode ser compreendido A luz da fisica clissica, Vamos analisar dois experimentos basicos que envolvem o efeito fotelétrice. Ambos fazem uso da montagem da Fig, 38-1, na qual uma luz de frequéneia f incide em um alvo T, ejetando elétrons. Uma diferenca de potencial V é mantida entre 0 alvo Te 0 coletor C usado para recolher esses elétrons, que sao chamados de fotel trons. Os elétrons ejetados produzem uma corrente fotelétrica i que é medida pelo amperimetro A, Primeiro Experimento do Efeito Fotelétrico Ajustamos a diferenca de potencial V, usando 0 contato deslizante da Fig. 38-1, para que 0 coletor C fique ligeiramente negativo em relagao ao alvo'T.A diferenga de po- tencial reduz.a velocidade dos clétrons ejetados, Em seguida, aumentamos o valor dimclt | negativo de V até que o potencial atinja 0 valor Vays. chamado potencial de corte, “eae para o qual a corrente medida pelo amperimetro A € mula. Para V = Veou 08 elé- trons de maior energia ejetados pelo alvo so detidos pouco antes de chegar ao co: letor. Assim, Kinig. a energia cinética desses elétrons, é dada por: __incidente Kuss = €Veones 38-4) onde ¢ €a carga elementar. (Os experimentos mostram que para uma luz de uma dada freqléncia o valor de Kp io depende da intensidade da luz incidente no alvo. Quer © alvo seja iluminado por uma luz ofuscante, quer seja iluminado por uma vela,a energia cinética maxima dos elétrons ejetados tem sempre o mesmo valor, contanto que a freqléncia da luz petmanecaa mesma, —4t ~ Este resultado experimental ndo pode ser explicado pela fisica clissica. Clas- sicamente, a luz que incide no alvo é uma onda eletromagnética. O campo elétrico associado a essa onda exerce uma forga sobre os elétrons do alvo, fazendo com que FIG. 36-1 Montagemusada para gscilem com a mesma freqiiéncia que a onda. Quando a amplitude das oscilagdes sstudar o efeito fotelétrico.A luz de um elétron ultrapassa um certo valor, ele é ejetado da superficie do alvo. Assim, ince no atv Fostando ctetrons, quando aumentamos a intensidade (amplitude) da onda os elétrons deveriam ser queqMerecolhides pelo coletor | eietados com maior energia, Fniretanta, nio¢ isso que acontece. Para uma dad fre. sentido oposio sosentidecomencio- 4Wencia a energia maxima dos elétrons emitidos pelo alvo é sempre a mesma, qual- nal dacorrente létricn,indicado por qer que seja a intensidade da luz incidente. neocastna Hare, Aten Stpteae Este resultado € natural, se pensarmos em termos de fotons. Nesse caso, a ener torvarivel sio usados para produzir gia que pode ser transferida da luz incidente para um elétron do alvo é a energia de ‘eajustar uma diferenga de potencial um tnico féton, Aumentando a intensidade da luz, aumentamos 0 rimero de {6- entreTeC. tons que incidem no alvo, mas a energia de cada i6ton, dada pela Eq. 38-2 (E Af). permanece a mesma, jé que a freqléncia nao variou. Assim, a energia maxima transferida para os elétrons também permanece amesma. Segundo Experimento do Efeito Fotelétrico © segundo experimento consiste em medir o potencial de corte Veore para varias freqiiéncias fda luz incidente, A Fig. 38-2 mostra um grafico de Vays em funcao de fF Observe que o efeito fotelétrico nao € observado se a frequéncia da luz for menor que uma certa freqiiéncia de corte fi, ou seja, se o comprimento de onda for maior que um certo comprimento de onda de corte Ay = cif. O resultado ndo depende da intensidade da luz incidente. Este resultado constitui outro mistétio para a fisica cléssica. Se a luz se com- portasse apenas como uma onda eletromagnética teria energia suiiciente para ejetar elétrons, qualquer que fosse a freqiiéncia, contanto que fosse suficientemente in- tensa, Entretanto, ndo é isso que acontece, Quando a freqtiéncia da luz é menor que a freqiiéncia de corte f,.ndo sao ejetados elétrons, por mais intensa que seja a luz, A existéncia de uma freqiiéncia de corte, por outro lado, é explicada natural- ‘mente quando pensamos na luz em termos de ftons. Os elétrons so mantidos na superficie do alvo por forcas elétricas (se essas forgas no existissem, os elétrons cairiam do alvo por causa da forea gravitacional). Para escapar do alvo, um elétron necessita de uma certa energia minima, que depende do material de que é feito 0 alvo ¢ recebe o nome de fungao trabalho, Quando a energia kf cedida por um féton um elétron é maior que a fungdo trabalho do material (ou seja, quando hf >) 0 elétron pode escapar do alvo; quando a energia cedida é menor que a fungao tra- balho (ou seja, quando hf < ©), 0 clétron nao pode escapar. E exatamente isso que mostra a Fig. 38-2. A Equagdo do Efeito Fotelétrico Einstein resumiu os resultados dos experimentos do efeito fotelétrico na equagdo If = Kiet ® —_ (equagio do efeto fotelétrico. (385) A Eq, 38-5 nada mais ¢ que a aplicacao da lei de conservacio da energia & emissio fotelétrica de um elétron por um alvo cuja fungio de trabalho é &, Uma energia igual a energia do foton, hf, é transferida a um elétron do alvo. Para que o elétron escape do alvo deve possuir uma energia pelo menos igual a, Qualquer energia adicional (hf — @) recebida do fSton aparece na forma da energia einética K do elétron emitido, Nas circunstancias mais favoriveis o eléiron pode escapar do alvo sem perder energia cinética no processo; nesse caso, ele aparece fora do alvo com a maior energia cinética possivel, Kyi ae FIG. 38-2 Potencialde corte Freinds Ven €1 fungio da freqiéncia f de corte, fo daluzincidente para um alvo de sédio T na montagem da Fig 36-1 a a a (Osdados si0 08 obtidos por R. Freqjiéncia da tmz incidente, (101) A. Millikan em 1916.) 2821 oFttoretkico [ETE ZED Capitulo 38 | Fétons e Ondas de Matéria Substituindo Kag. na Eq. 38-5 por seu valor em fungiio de Vie dado pela Eq. 38-4 (Kase = €Venre) © explicitando Veo obtemOs: ; Vere = (4)¢-% Como as razées hie e Je so constantes, é de se esperar que o gréfico do potencial de corte Vege €m fungdo da frequéncia fda luz incidente seja uma linha reta, como na Fig. 38-2, Além disso, a inclinacao da linha reta deve ser igual a hle, Para verificar se isso é verdade medimos ab e be na Fig. 38-2, ¢ escrevemos (38-6) lab 23s e be (12x 1 = 41 < 10-8 Ves, Multiplicando esse resultado pela carga elementar e, obtemos: A= (41 X 10-8 V-s)(1.6 x 107” C) = 66 X 104s, oque est de acordo com o valor de kt medido por outros métodos. Observagao: A explicacio do efeito fotelétrico certamente requer o uso da fi sica quantica. Durante muitos anos a explicacdo de Einstein também foi conside- rada como um argumento decisivo para a existéncia dos fStons. Em 1969, porém, foi proposta uma explicagdo alternativa para o fenémeno que utiliza a fisica quantica mas dispensa a idéia de f6tons. Os f6tons realmente existem, mas hoje se sabe que a explicagao proposta por Einstein para 0 efeito fotoelétrico nao pode ser conside- rada uma prova da existéncia dos fotons, ni eee ee sacar 5 em Desk an ae nite oe ie gando pelo maior. (b) Coloque os graficos na ordem dos valores de h, comecando pelo maior. Exemplo Uma placa de potéssio est a uma distancia r = 3.5 m de ‘uma fonte luminosa isotrépica de poténcia P = 15 W.A fungio trabalho & do potéssio é 2,2 eV. Suponha que a energia contida na luz fosse transferida continuamente para 0 alvo (ou seja, que a luz se comportasse como uma onda cléssica ao transferir energia para a placa). Quanto tempo seria necessério para que a placa acumulasse ener- gia suficiente para ejetar um elétron? Suponha que a placa absorve toda a luz incidente ¢ que o elétron a ser ejetado recebe energia de uma regido circular da placa com um raio igual a 5,0 x 10"! m,o raio de um tomo tipico. x=z —ti‘(“#=i‘i‘O™O™SOSC~S 1. intervalo de tempo Arnecessério para que a placa ab- sorva uma energia AE depende da poténcia Py, absor- vida pela placa: AE Pats At a ne 5052 S458 -BB 8062 ovo!) 2, Para que um elétron seja ejetado da placa deve receber uma energia AE no minimo igual & funcao trabalho do potassio. Assim, ats Peas 3. Como a placa absorve toda a energia incidente,a potén- cia absorvida Py, é igual & poténcia recebida pela placa, Pa assimn, ® P. at 4. Usando a Eq, 33-23 [I = (poténeia/érea),nca], € possivel relacionar a poténcia recebida P,,.& intensidade J da luz eadrea A da regido considerada: © portanto 5. Como a fonte luminosa é isotrépica, a intensidade I da Juz a uma distancia rda fonte 6 dada pela Eq. 33-27: A fireaA daregido considerada 6 (5,0 x 10"! m)? =7.85 x 10-2! n, ea fungio trabalho é @ = 2,2 eV = 35 x 10-4 Substituindo esses e outros valores numéricos na equagao de Av, obtemos: Exemplo ERED Determine o valor da fungao trabalho do sédio a partir da Fig. 38.2. Eg £ possivel determinar a fungaio trabalho ® a partir da freqiléncia de corte fi, (que pode ser extraida do grafico). O raciocinio é o seguinte: na freqiiéncia de corte a energia cinética Kins, da Eq. 38-5 € nula, Assim, toda a 38-4 | Os FétonsPossuem Momento [EEE 4, = 475 myGS x 10-")) (15 W)7.85 10m = 45806 = 13h. (Resposta) Assim, de acordo com a fisica classica teriamos que acender a luz ¢ esperar mais de uma hora para que um elétron fosse ejetado. O tempo de espera observado na pritica € de menos de 10-? s. Os experimentos sugerem, portanto, que os elétrons nao recebem energia da luz de forma gradual. Existem apenas duas possibilidades para um elétron: nao receber nenhuma energia ou receber de uma s6 vez um quantum de energia, ou seja, a energia de uum foton, Calculos: Nesse caso a Eq. 38-5 nos dé,com f= fy hfy= 0+ @= 0, Na Fig, 38-2 a freqiéncia de corte f, para 0 s6dio € a fre- qléneia na qual a reta correspondente ao s6dio intercepta oeixo horizontal, 5.5 x 10" Hz. Assim, temos: ® = hf = (6,63 10-'T-s)(55 X10" Hz) energia hf transferida de um f6ion para um elétron é usada 6X 10-7 = 23ev. (Resposta) para ejetar o elétron,o que requer uma energia ®. 38-4 | Os Fétons Possuem Momento Em 1916 Einstein ampliou o conceito de quantum de luz (féton) a propor que um quantum de luz possui um momento linear. Para um f6ton de energia hf, 0 médulo do momento € dado por ny =e = Goomenodotson, (38-7) Detector em que, para obter a segunda razéo, foi usada a Eq. 38-1 (f A). Assim, quando um f6ton interage com a matéria ha uma transferéncia de energia e momento,como Raion X sea interacao entre 0 f6ton e uma particula de matéria pudesse ser considerada uma incidentes Ee. colisao classica (veja o Capitulo 9) D_Fa Af expainados Em 1923, Arthur Compton, da Washington University, em Saint Louis, execu- tou um experimento que confirmou a previsio de que os fétons possuem energiae ff momento. O cientista fez incidir um feixe de raios X de comprimento de onda A em Fendas um alvo de carbono, como mostra a Fig. 38-3. Os raios X so uma forma de radiagio “ladon eletromagnética de alta freqlléncia e pequeno comprimento de onda. Compton me- dia os comprimentos de onda e as intensidades dos raios X espalhados em diversas diregSes pelo alvo de carbono. A Fig. 38-4 mostra os resultados obtidos por Compton. Embora exista um tinico comprimento de onda (A = 71.1 pm) no feixe incidente, os raios X espalhados con- tém varios comprimentos de onda com dois picos de intensidade. Lim dos picos cor- responde ao comprimento de onda do feixe incidente, A; 6 outro, a um comprimento de onda A’ maior que A. A diferenca entre os comprimentos de onda dos dois picos, AA, conhecida como deslocamento de Compton, depende do angulo para o qual os raios X espalhados sto medidos. FIG. 38-3 Montagem usada para es- tudar o efeito Compton. Um feixe de raios X de comprimento de onda A= 71,1 pm incide em umalvo de carbonoT. Os raios X espalhados pelo alvo sao observados em varios Angulos ¢em relagao a diregso do feixe incidente. O detector mede tanto intensidade como 0 compri- mento de onda des raios X espalhia- dos. Capitulo 38 | Fétons e Ondas de Matéria Intensidade 0 Ts 7 % 7 B 0 Comprimento de onda (pin) Camprimentede onda (pm) Comiprimento deonda (pm) Comprimento de onda (pm) FIG. 224 Resultados obtidos por Compton para quatro valores da Angulo de espalhamento ‘Observe que o deslocamenta de Compton AA aumenta com o Angulo de espalhamento, (Os resultados mostrados na Fig. 38-4 constiluem mais um mistério para a fisica classica. Classicamente, 0 feixe incidente de raios X é uma onda eletromagnética se- noidal. A forga associaca ao campo elétrico da onda incidente deveria fazer os elétrons do alvo oscilarem de forma senoidal. Além disso, os elétrons deveriam oscilar com a mesma freqiiéncia que a onda e, portanto, produzir novas ondas com a mesma fregiién cia que a onda incidente, como se fossem pequenas antenas transmissoras, Assim, todos ‘0s raios X espalhados por elétrons deveriam ter a mesma freqiiéncia ¢ o mesmo com primento de onda que os raios X do feixe incidente.o que simplesmente ndo é verdade. Compton interpretou o espalhamento de raios X pelo alvo de carbono em ter- mos da transferéncia de energia e de momento, através de fétons, do feixe incidente para elétrons quase livres do alvo, Vamos examinar, primeiro conceitualmente ¢ de- pois de forma quantitativa, de que forma essa interpretagZo leva a uma explicagiio dos resultados em termos da fisica quantica. Considere a interagio de um f6ton do feixe de raios X incidente (de energia E = hf) com um elétron estacionério, No caso mais geral a diregiio de propagacao do foton € alterada (0s raios X sao espalhados) ¢ o elétron entra em movimento, o que ignifica que parte da energia do f6ton é transferida para 0 elétron, Como a energia deve ser conservada na interagao, a energia do féton espalhado (E’ = hf?) € menor que a energia do f6ton incidente. Os raios X espalhados tm, portanto, uma freqi- éncia f’ menor e um comprimento de onda A’ maior que 0 dos raios X incidentes, 0 que etd de acordo com os resultados obtidos por Compton, mostrados na Fig. 38-4 * Para analisar quantitativamente © problema aplicamos em primeiro lugar a lei da conservacao de energia. A Fig, 38-5 mostra uma “colisio” entre um {ton de raios X e um elétron livre do alvo, inicialmente estacionério, Apés a interacdo um f6ton Antes de raios X de comprimento de onda 4’ deixa o local da colisdo com sua diregao de propagagao fazendo um Angulo 4 com a direcdo do foton incidente,e o elétron passe ‘ase mover com velocidad v em uma diregio que fazum Angulo 0 com a direcao do foton incidente, De acordo com a lei de conservagao da energia, temos: Af = hf" + K, onde hf € a energia do féton incidente, hf’ & a energia do foton espalhado eK & energia cinética do elétron apés a interagdo. Como, apds a interacdo, 0 elétron pode estar se movendo com uma velocidade préxima da velocidade da luz, usamos a ex- presstio relativistiea da Eq. 37-52, tron FIG. 38-5 Interagdo entre um féton de taios X de comprimento de onda K eum elétron inicialmente estacio- nétio. Apés a interagio,oféton deixa Para a energia cinética do elétron, Nessa expresstio m é a massa do elétron ¢ y é 0 local dacolisio com um compri-_fator de Lorentz, dado por mento de onda maior)’, uma nova 1 diregao de propagagio, definida pelo ot ao giro eléiron pan uve mover Vi Wie? vom velocidad yemuma eso Substituindo K por seu valor na equagio de conservagio da energa, obtemos: que faz um angulo dcom adiregio do foton incidente, Af = hf! + meXy~ 1). meXy~ 1), Sees EEE ie Fazendof= clef = cit’ obtemos a seguinte equacao: hh wget mely = 1). (38-8) ‘Vamos agora aplicara lei de conservacio do momento & interagdo foton-elétron da Fig. 38-5. De acordo com a Eq. 38-7 (p = hi/A),0 médulo do momento do féton in- cidente ¢ A e © médulo do momento do féton espalhado é k/A’. De acordo cam a Eq. 37-41, médulo do momento do elétron apés a interagio é p = ymv.Como se trata de uma situacdo bidimensional, escrevemos equagoes separadas para a conser- vagio do momento ao longo dos eixos xe y. obtendo hk TT FeO G+ mv cos 8 (xo) (38-9) h © O=spsend — ymvsen @ (exo), 38-10) Estamos interessados em determinar o valor de AA (= A’ — A),0 deslocamento de Compton dos fétons espalhados Das cinco variéveis da interagdo (A,4', v, 6 6) ‘que aparecem nas Eqs. 38-8, 38-9 ¢ 38-10, escolhemos eliminar v ¢ 8, que s¢ aplicam apenas ao elétron apés a colisio. O resultado, obtido apés algumas manipulagdes algébricas um tanto trabalhosas,é o seguinte: h MA=——(1 ~ cos lestocamento de Compton) : A= Tag (Leos d) (des de Compton). (38-11) Os resultados experimentais esto perfeitamente de acordo com a Eq. 38-11 A rario hime na Eq. 38-11 € uma constante, conhecida como comprimento de ‘onda de Compton, cujo valor depende da massa m da particula responsével pelo espalhamento dos f6tons. No caso que acabamos de examinar, a particula era um elétron quase livre e, portanto, podemos substituir m pela massa do elétron para cal- cular 0 comprimento de onda de Compton do elétron. O Outro Pico Resta explicar o pico da Fig. 38-4 que corresponde ao comprimento de onda da radiacao incidente, A (= 71,1 pm). Esse pico no esti associado a interagdes da radiagZo incidente com elétrons quase livres do alvo, ¢ sim a interagdes com elé- trons firmemente presos aos niicleos de carbono do alvo. Nesse caso tudo se passa como se a colistio ocorresse entre um foton do feixe incidente e um dtomo do alvo. Fazendo m na Eq. 38-11 igual & massa do dtomo de carbono (que é aproximada mente 22.000 vezes maior que a do elétron), vemos que AA se torna 22,000 vezes menor que 0 deslocamento de Compton para um elétron livre, ou seja, um deslo- camento (0 pequeno que nao pode ser medido. Assim, em colisdes desse tipo os Stons espalhados 1ém praticamente o mesmo comprimento de onda que os fétons ocidentes. "A TESTE 3 Compare o espalhamento de Compton de raios X (A ~ 20 pm) ¢ de Iuz vis vel (= 500:nm) para um mesmo angulo de espalhamento, Em qual dos dols casos (a) 0 éeslocamento de Compton € maior; (b) o deslocamento relative do comprimento de onda ¢ maior; (c) a variagio relativa da energia dos fotons maior; (d) a energia transferida Para os létrons maior? 3841 Os Fors osm Momento Capitulo 38 | Fétons e Ondas de Matéria Exemplo Um feixe de raios X de comprimento de onda 4 = 22 pm (energia dos {6tons = 56 keV) € espalhado por um alvo de carbono,¢ 0 feixe espalhado € detectado a 85° com o feixe incidente. (a) Qual 6 0 deslocamento de Compton do feixe espalhado? WEIR 6 cslccamento de Compton éa mudanga do comprimento de onda dos raios X espalhados por elé- trons quase livres do alvo. De acordo com a Eq. 38-11, esse deslocamento depende do angulo de espalhamento, Céleulo: Fazendo = 85° ¢ m = 9,11 x 10° kg (id que perda de energia rel= ‘energia inidial Céleulos: Usando a Eq, 38-2 (E = hf) podemos expressar a energia inicial do féton, E, ¢ a energia final, E’, em ter- ‘mos das respectivas freqiiéncias, fe /’. Em seguida, usando a Eq, 38-1 (f = cfd) podemos expressar as freqiiéncias em termos dos respectivos comprimentos de onda, A € \'.O resultado € oseguinte: fod ent Z pep WPaWE _ dei NA if ok x AA as particulas responsdveis pelo espalhamento sio elétrons) na Eq. 38-11, obtemos a=ta = cos $) (6,63 x 10 Fs) 38-12) A+ AA ¢ ? ‘Substituindo AA e A por valores numéricos, obtemos: wa 2,21 pm °) Doms dare ~ 00 0 91% n (Respesta) © @ALX 10g) (3,00 % 10% mis) = 2,21 x 10-? m = 2,2 pm. (b) Que porcentagem da energia dos f6tons incidentes transferida para os elétrons espalhados a 85°? Diferentemente do que acontece com o desiocamento de Compton AA, que nao depende do comprimento de onda A da radiacdo incidente (veja a Eq. 38-11), a perda relativa de energia dos {tons é inversamente proporcional a A, como mostra a Eq.38-12. (Resposta) MEISE cisamos dotorminar a perda relatva de energia (vamos chamé-la de rel) do féton espalhado: Franjasde interferéncia be i incidente \\R FIG. 38-6 Um feixe ilumina oan- teparo B.que contém duas fendas paralelas. As ondas luminosas que atravessam as fendas se combinam na tela C,onde produzem uma figura de interferéncia, Um pequeno de- tector de fotons D colocado em um pontoda tela C produz.um estalido cada ver. que absorve um féton, 38-5 | A Luz como uma Onda de Probabilidade Um dos grandes mistérios da fisica é 0 fato de a luz se comportar como uma onda (ouseja, como um fendmeno nao localizado) na fisica classica e, ao mesmo tempo, set cemitida e absorvida através de entidades discretas chamadas ftons (ou seja, como um fendmeno localizado) na fisica quantica. Para compreender melhor esse dualismo va- ‘mos discutir trés versdes do experimento de dupla fenda, apresentado na Secto 35-4. A Versio Original A Fig. 38-6 mostra, de forma esquematica, 0 experimento original realizado por ‘Thomas Young em 1801 (veja também a Fig, 35-8). Um feixe ilumina o anteparo B. ‘que contém duas fendas estreitas paralelas. As ondas luminosas que atravessam as fendas se espalham por diftacio e se combinam na tela C onde, ao interferirem, pro- duzem uma figura que contém maximos e minimos de intensidade, Na Seco 35-4 consideramos a existéncia dessas franjas de interferéncia como uma prova incontes tavel da natureza ondulatoria da luz. ‘Vamos colacar um pequeno detector de fotons D em um ponto da tela C. Supo- nha que o detector é tum dispositivo fotelétrico que produz um estalido cada vez que absorve um fton. Experimentalmente observa-se que o detector emite uma série de estalidos espagados aleatoriamente no tempo, cada estalido sinalizando a che ‘gada de um foton a tela de observacio. Quando deslocamos o detector lentamente para cima € para baixo ao longo da {cla, como indica a seta de duas cabecas da Fig. 38-6, observamos que o niimero de 265 | Au comouma Ons dl Pebabilade estalidos por unidade de tempo aumenta ¢ diminui, pasando por méximos ¢ mini- ‘mos que correspondem exatamente aosmiximos e mfnimos da figura de difracio. O que este experimento revela € 0 seguinte: nfo podemos prever em que ins- fante um féton serd detectado em um determinado ponto da tela C.Em cada ponto da tela 0s ftons so detectados @ intervalos irregulares. Entretanto, podemos cal- cular a probabilidade relativa de que um f6ton seja detectado em um certo ponto da tela durante um intervalo de tempo especificado: ela € proporcional & intensidade da luz incidente nesse ponto. De acordo com a Eq. 33-26 (I = Efay/cuy) da Seco 33-5, a intensidade /de uma onda Iuminosa em qualquer ponto do espaco € proporcional a0 quadrado de E, amplitude do campo elétrico associado & onda no mesmo ponto. Assim, @ A probabilidade {oor deen i Ren ssejadetectado em um pe-_ queno volume como centroem um dado ponto de uma onds Iuminosaé proporcional 20 quadrado da amplitude do campo elétrico adoaondanomesmoponto. Esta é uma descrigio probabilistica de uma onda luminosa ¢, portanto, outra forma de encarar a luz, Ela mostra que a luz pode ser vista nao s6 como uma onda eletromagnética, mas também como uma onda de probabilidade. Em outras pala- vras, a cada ponto de uma onda luminosa é possfvel atribuir uma probabilidade nu- mérica (por unidade de tempo) de que um féton seja detectado em um pequeno volume com o centro nesse ponto. A Vers&o para Fétons Isolados Uma versio pata fotons isolados do experimento de Young foi executada por G.I Taylor em 1909 e repetida muitas veres nos anos seguintes. A diferenca em relacio 4 verso original é que a fonte luminosa é tao fraca que emite apenas um fton de cada ve7, a intervalos aleat6rios, Surpreendentemente,franjas de interferéncia apa- recem na tela Cse 0 experimento ¢ executado por um tempo suficientemente longo (varios meses, no primeiro experimento de Taylor), Que explicacdo podemos apresentar para o resultado desse experimento? An- tes mesmo de comecarmos a pensar em uma explicagio temas vontade de fazer per- guntas como as seguintes:se os elétrons passam pelo equipamento um de cada vez, por qual das fendas do anteparo B passa um dado f6ton? Como um féton pode “sa- ber" que existe outra fenda além daquela pela qual passou, uma condicao necessiria Para que a interferéncia exista? Sera que um fton pode passar pelas duas fendas 40 mesmo tempo ¢ interferir com ele mesmo? E preciso ter em mente que sé conhecemos a existéncia de um foton através de sua interagio com a matéria: sé podemos observé-lo quando provoca um estalido ou ‘lumina uma tela. Assim, no experimento da Fig, 38-6 sabemos apenas que um foton {oi emitido pela fonte e chegow a tela; nao temos nenhuma informacao a respeito do que aconteceu durante o percurso. Entretanto, como uma figura de interferéncia aparece na tela podemos especular que cada féton se propaga da fonte até a tela como uma onda, que preenche todo 0 espaco entre a fonte e a tela e depois desa- Parece quando o foton é absorvido em algum ponto da tela, transferindo energia e é ‘momento para a tela nesse ponto, : E impossivel prever onde ocorrers essa absorcio (onde seré detectado 0 f6ton) para um certo féton emitido pela fonte, Entretanto, é possivel calcular a probabil dade de que a deteceéo ocorra em um determinado ponto da tela. As deteccdes ten- ; dem a ocorrer nas franjas claras que aparecem na tela, ¢ sfo mais raras nas franjas escuras. Assim, podemos dizer que a onda que se propaga da fonte até a tela é uma onda de probabilidade, que produy. na tela uma figura constitufda por “franjas de probabilidad BREDA Copituio 38 | rotons © Ondas de Maria Motéeula Tessin FIG.987 Aluz associnda a um tinico f6ton emitide pela fonte $ ppercorre duas trajet6rias distintas e interfere com ela mesma no detector D depois de ser recombinada no es- pelbo semitransparente B.(Extratda de Ming Lai e Jean-Claude Diels, Journal of the Optical Society of ‘America B,9,2290-2294, December 1992.) A Nova Verséo para Fétons Isolados No passado 0s fisicos tentaram explicar o resultado do experimento com f6tons iso: Jados em termos de pequenos pacotes de ondas classicas que passariam simultanea mente pelas duas fendas. Esses pequenos pacotes eram identificados com os ftons Experimentos mais recentes, porém, revelaram que o fendmeno da interferéncia nfo pode ser explicado dessa forma. A Fig, 38-7 mostra 0 arranjo usado em um des- ses experimentos, realizado em 1992 por Ming Lai ¢ Jean-Claude Diels, da Universi- dade do Novo México. A fonte S contém moléculas que emitem fétons a intervalos bem espacados. Os espethos M, e M2 so posicionados de modo a refletir a luz da fonte segundo duas trajetérias distintas, | ¢ 2, que estdo separadas por um Angulo @ préximo de 180°. Esse arranjo é bem diferente do que é usado no experimento ori- ginal de Young, em que o Angulo entre as trajetérias dos ftons que chegam as duas fendas € muito pequeno. Depois de serem refletidas nos espellios M, € My as ondas luminosas que se pro: pagam ao longo das trajet6rias 1 e 2 se encontram no espelho semitransparente B. (Espelho semitransparente ¢ um espelho que reftete metade da luz incidente e deixa passar a outra metade,) Do lado direito do espelho semitransparente da Fig. 38-7 a fonda luminosa que se propagava ao longo da trajel6ria 2 e foi refletida pelo espe- Iho B se combina com a onda luminosa que se propagava ao longo da trajetéria 1 € atravessou o espelho B.As duas ondas interferem ao chegarem ao detector D (uma vélvula fotomultiplicadora capaz de detectar fétons individuais). O sinal de saida do detector é uma série de pulsos eletronicos aleatoriamente es pacados, um para cada foton detectado. No experimento o espelho, B € deslocado len: tamente na direcdo horizontal (no experimento publicado a distancia maxima percor rida foi de apenas 50 jum), 0 sinal de saféa do detector é registrado. O deslocamento do espelho modifica as disténcias percorridas pelos f6tons ao longo das trajetsrias 1 € 2,0 que muda a diferenga de fase entre as ondas que chegam ao detector D,fazendo com que maximos e minimos de interferéncia aparegam no sinal de saida do detector. O resultado do experimento é dificil de explicar em termos convencionais, ji que, nas condigdes em que é executado, nilo existe nenhuma correlagio entre o per curso seguido por um foton € o percurso seguido pelo féton seguinte. Como pode uum fton se propagar ao longo de dois percursos quase diametralmente opostos, de modo a interferir com cle mesmo? A explicagdo esté no fato de que quando uma molécula emite um f6ton uma onda de probabilidade se propaga em todas as dire Oes; © que o experimento faz € simplesmente colher amostras dessa onda em duas dessas diregdes e combind-las na posigao do detector Os resultados das trés versoes do experimento de dupla fenda podem ser ex plicados se supusermos (1) que a luz € gerada na forma de fotons, (2) que a luz & detectada na forma de fétons, (3) que a luz se propaga na forma de uma onda de probabilidade. 38-6 | Elétrons e Ondas de Matéria Em 1924 0 fisico francés Louis de Broglie propés a seguinte linha de raciocinio: um feixe luminoso é uma onda, mas transfere energia e momento & matéria através de “pacotes” chamados fotons. Por que um feixe de partfculas nao pode ter as mesma: propriedades? Em outras palavras, por que ndo podemos pensar em um elétron, ov qualquer outra particula, como uma onda de matéria’? Em particular, de Broglie sugeriu que a Eq. 38-7 (p = hia) fosse aplicada nao 86 aos f6tons, mas também aos elétrons. Essa equaglo foi usada na Seco 38-4 pars atribuir um momento p a um féton de luz de comprimento de onda A.A idéia de d= Broglie era usé-la,na forma 4 (comprimento de onda de de Broglie), (38-13) 3846 | Elétrons @ Ondas de Matéia para atribuir um comprimento de onda A.a uma particula de momento p.O com- primento de onda calculado com o auxilio da Eq. 38-13 recebe 0 nome de com- Primento de onda de de Broglie da particula. A previsiio de de Broglie de que as Particulas de matéria se comportam como ondas em certas circunstancias foi con- firmada em 1927 através dos experimentos de C, J. Davisson e L. H. Germer, dos Bell Telephone Laboratories, e George P-Thomson, da Universidade de Aberdeen, nna Escécia, Os resultados de um experimento mais recente, envolvendo ondas de matéria, aparecem na Fig, 38-8, Nesse experimento uma figura de interferéncia foi obtida fa- zendo incidir elétrons, wm a um, em um anteparo com duas fendas estreitas. O ar- ranjo experimental era o mesmo que tinha sido usado para demonstrar a interferén- cia de ondas luminosas, exceto pelo fato de que a tela de observacio era semelhante a de um receptor de televiso convencional. Quando um elétron atingia a tela pro- duzia um ponto luminoso cuja posigao era registrada. Os primeios elétrons [Figs. 38-80 e 38-85)] nao revelaram nada de interessante, © pareciam chegar a tela em pontos aleatérios, Entretanto, depois que alguns milha- res de elétrons atravessaram as fendas comecon a aparecer um padrao de faixas cla- ras ¢ escuras na tela, Esse padrao é semelhante & figura de interferéncia observada no experimento de Young, Isso significa que cada elétron passou pelas fendas como uma onda de matéria: a parte que passou por uma fenda interferiu com a parte que passou pela outra, Essa interferéncia, por sua vez, determinou a probabilidade de que o elétron se materializasse em um dado ponto da tela. Muitos elétrons atingiram a tela nas regides em que a probabilidade era elevada, produzindo as faixas claras; oucos elétrons atingiram a tela nas regides em que a probabilidade era baixa,a que deu origem as faixas escuras. FIG. 38-8 Fotografias que mostram a formagio de uma figura de interferéncia por um feixe de elétrons em um cexperimento de dupla fenda como o da Fig.38-6.As ondas, de matéria, como as ondas luminosas, so ondas de proba bilidade. O nimero aproximado de elétrons envolvidos é (a) 7,(b) 100, (c) 3000, (d) 20 000 e (e) 70.000, (Cortesia de A. Tonomura,J. Endo, T. Matsuda eT: Kawasaki/Advanced Research Laboratory, Ltd., Kokubinju, Toquio,e H. Ezawa, Department of Physics, Gakushuin University, Mejiro, Toquio,) jes a ‘Capitulo 38 | Fétons e Ondas de Matéria Feixe incidente (caios mn eléerons) Alvo (cxisais de aluminio) @ FenOmenos de interferéncia também foram observados em feixes de prétons, néutrons e varios tipos de détomos. Em 1994 foi a vez das moléculas de iodo (Ia), que no s6 possuem uma massa 500 000 vezes maior que a dos elétrons, mas também tém uma estrutura muito mais complexa. Em 1999 0s pesquisadores observaram 0 efeito em moléculas ainda mais complexas, os fullerenos Cy Cz. (Os fullerenos sdo moléculas de forma parecida com a de uma bola de futebol, contend 60 dtomos de carbono no caso do Cua € 70 atomos de carbono no caso do Cry.) Aparentemente pequenos objetos como elétrons, protons, dtomos € moléculas se comportam como ondas de matéria, Entretanto, quando consideramos corpos cada vez maiores ¢ mais complexos chega um ponto em que os efeitos associados & natureza ondulatéria do corpo se tomam tZo pequenos que no podem ser observados. A essa altura estamos de volta a0 mundo classico do nosso dia-a-dia, ao qual se aplica a mecdnica que es tudamos em capitulos anteriores deste livro. Para resumir, um elétron se comporta como uma onda de matéria no sentido de que os efeitos de interferéncia de um elé- tron consigo mesmo podem ser observados com relativa facilidade, ao passo que um gato no se comporta como uma onda de matéria, jd que a interferéncia de um gato consigo mesmo é 140 pequena que nao pode ser observada (o que deve ser um alivio para os gatos!) A natureza ondulatéria das particulas subatmicas e dos étomos é hoje levada em conta de forma rotineira em muitos campos da ciéncia e da engenharia. Assim, por exemplo,a difracdo de elétrons e néutrons é usada para estudar a estrutura at mica dos slidos e iquidos, ¢ a difracao de elétrons ¢ usada para estudar a superti dos s6lidos com resolugao atémica, A Fig, 38-9a mostra um arranjo que pode ser usado para demonstrar 0 espa- thamento de raios X ou de elétrons por cristais. Um feixe de raios X ou de elétrons incide em um alvo feito de pequenos cristais de alumfnio. Os raios X tém um certo comprimento de onda A; 08 elétrons sao acelerados até que seu comprimento de FIG. 38-9 (a) Montagem experimental usada para demonstrar, por téenicas de difraga0,0 carater ondulat6rio do feixe inci- nel de dente. As fotografias mostram as figuras de difracdo obtidas (b) citzacéo com um feixe de raios X (ondas eletromagnéticas) ¢ (c) com um feixe de elétrons (ondas de matéria). Observe que as duas figuras sio muito parecidas (Foto (b) Cameca, Inc: Photo (c) extraida do filme da PSSC “Matter Waves", cortesia do Education Development Center, Newton, Massachusetts, EUA.] “racogritico onda de de Broglie tenha o mesmo valor A. O espalhamento dos raios X au elétrons pelos cristais de aluminio produz anéis de interferéncia em um filme fotografico. A Fig. 38-9 mostra a figura de interferéncia produzida por raios X, enquanto a Fig. 38-c mostra a figura de interferéncia produ ida por elétrons. As figuras siio muito parecidas, jé que nesse experimento tanto 0s taios X como os elétrons se comportam como ondas, Ondas e Particulas As Figs, 38-8 e 38-9 demonstram de forma incontestavel que a matéria se comporta como uma onda, mas existem muitos outros experimentos se- gundo os quais a matéria é feita de particulas. A Fig. 38-10, por exemplo, Mostra os rastros deixados por particulas em uma cdmara de bolhas, Quando uma particula carregada passa pelo hidrogénio liquido contido em uma cimara desse tipo, o liquido se transforma em vapor ao longo da traje- ‘ria da particula, Com isso, uma série de bolhas torna visivel a trajetdria, que nor- malmente tem forma curva por causa de um campo magnético aplicado perpendicu- larmente ao plano em que as particulas se mover. Na Fig. 38-10 um raio gama nao deixou nenhum rastro ao penetrar na camara, vindo de cima, porque os raios gama sao eletricamente neutros. Entretanto, 0 raio gama colidiu com um elétron de um stomo de hidrogénio, arrancando-o do étomo; este elétron & responsivel pelo rastro quase retilineo que vai até a parte inferior da figura. Ao colidir com 0 elétron o raio gama se transformou em um elétron ¢ um pé- sitron, que deixaram rastros em espiral (0 rastro verde foi deixado pelo clétron ¢ 0 astro vermelho pelo pésitron) ao perderem energia através de colis6es com étomos de hidrogénio, Esses rastros certamente podem ser interpretados como uma indi- cagio de que o elétron e o pésitron se comportam como particulas, mas sera que & possivel interpretar os rastros da Fig. 38-10 em termos de ondas? Para simplificar, vamos supor que 0 campo magnético esta desligado, caso em que os rastros deixados pelos elétrons sto linhas retas, Podemos encarar cada bolha como um ponto de detecgao do elétron. As ondas de matéria que se propagam entre dois pontos de detecedo, como Fe Frna Fig. 38-11, cobrem todas as trajet6rias possi- veis,algumas das quais esto mostradas na figura. Para cada trajetéria ligando / a F, exceto a trajetéria em linha reta, existe uma trajetéria vizinha em uma posigdo tal que as ondas de matéria que se propagam a0 longo das duas trajetérias se cancelam por interferéncia. O mesmo no acontece, Porém, com a trajetoria em linha reta que liga J a F;nesse caso as ondas de mat ria que se propagam ao longo de todas as trajet6rias vizinhas reforcam onda que se propaga em linha reta. Podemos pensar nas bolhas que formam o rastro como uma série de pontos de deteccfio nos quais a onda de matéria sofre interferéncia construtiva mexno moment () mesma vlad ean esr cso ea a as art Cale em omen somprinentodeonladede Bog? Exemplo Qual é o comprimento de onda de de Broglie de um elé- ‘tron com uma energia cinética de 120 eV? hip) se caleularmos primeiro 0 momento p do elétron. (2 Podemos caleular p a partir da energia cinética K do clé. 38.6 | Flétrons a Ondas de Matéra FIG. 38-10 Imagem obtida emuma ‘cAmara de bothas mostrando as tra jetdrias de dois eléirons (trajetérias verdes) e um positron (trajet6ria ver melha) depois que um raio gama en- trou na cdmara. (Lawrence Berkeley Laboratory/Science Photo Library/ Photo Researchers) FIG. 38-11 Algumas das muitas tra- jet6rias possiveis entre dois pontos de deteceilo, /e F. Apenas as ondas de matéria que seguem trajetérias proximas da linha reta entre os dois pontos interferem construtivamente, Para todas as outras trajet6rias as on- das que seguem trajetérias vizinhas interferem destrutivamente. E por isso que a onda de matéria deixa um rastro em linha reta tron, Como a energia cinética € muito menor que a energia WEEE (1) podemos determinar 0 comprimento de onda de de Broglie A do elétron usando a Eq. 38-13 (A= de repouso do elétron (0,511 MeV, de acordo com a Tabela, 37-3), podemos usar as apro’ ages chissicas para © mo- mento p (= mv) a energia cinética K (= mv"), Capitulo 38 | Fétons e Ondas de Matéria Célculos: Para usar a relagao de de Broglie explicitamos v na equacio da energia cinética e substituimos v pelo seu valor na equacao do momento, obtendo p= Mink i = V@)G.11 X 10 kg) (120 eV)L,60 X10" Fev) =11210- m= 112 pm. — (Resposta) = 591 X 10-™ kg-mis. ‘Trata-se de um comprimento de onda da mesma ordem de grandeza do didmetro de um atomo tipico. Se aumentar- Assim, de acordo com a Bg, 38-13, ‘mos a energia, o comprimento de onda sera ainda menor. 38-7 | A Equacao de Schrédinger ‘Uma onda progressiva de qualquer natureza, seja ela uma onda em uma corda, uma ‘onda sonora ou uma onda luminosa, representa a variacio no tempo ¢ no espaco de alguma grandeza. Em uma onda luminosa, por exemplo, essa grandeza é E(x,y,2,1),0 campo elétrico associado a onda. (A mesma onda também pode ser deserita através de um campo magnético.) O valor observado para a grandeza em um certo ponto do espaco depende da localizaciio do ponto ¢ do instante em que foi feita a observagio. Que grandeza devemos associar a uma onda de matéria? F natural esperar que essa grandeza, que & chamada de fungio de onda W(x, y, 2,1), seja mais complexa que 0 campo elétrico associado a uma onda luminosa, jé que uma onda de maté- ria, além de transportar energia e momento, também transporta massa ¢ (freqilen- temente) carga elétrica. Acontece que Va letra grega psi maitiscula, na maioria dos casos representa uma funcéo que também € complexa no sentido matemiitico da palavra, isto é, deve ser descrita por uma expressao da forma u + ib,onde ae b sao niimeros reais ei = Em todas as situagdes discutidas neste livro, as variveis espaciais e a variavel temporal podem ser separadas, ¢a funcao W pode ser escrita na forma HOY 2) = Woy dem, 8-414) onde @ (= 2nf) € a freqiiéncia angular da onda de matéria. Observe que 4, a le- tra grega psi mintiscula, é usada para tepresentar a parte da fungio de onda que nao depende do tempo. Vamos lidar quase exclusivamente com J. Surgem imediatamente duas perguntas: 0 que significa a fungao de onda? Como podemos determing-la? O que significa a funcao de onda? O significado da fungio de onda tem a vet com o fato de que uma onda de matéria, como uma onda luminosa, é uma onda de probabilidade, Suponha que uma onda de matéria chega a uma regiio do espago que contém um detector de pequenas dimensdes. A probabilidade de que o detec- tor indique a presenca de uma particula em um imtervalo de tempo especificado € proporcional a 1vi, onde 1y) é 0 valor absoluto da fungao de onda na posigao do detector. Embora /seja em geral uma grandeza complexa, li? € sempre uma gran- deza reale positiva, Assim, ¢ ii”, chamada densidade de probabilidade, que possui significado fisico, nao y. Esse significado 6 0 seguinte: Como sé em geral um niimero complexo, calculamos o quadrado do valor absoluto de multiplicando yf por #*, 0 complexo conjugado de W*. (Para obter *, basta substituir o mtimero imaginério # por — na fungao y.) Como determinar a funcao de onda? As ondas sonoras ¢ as ondas em cordas obedecem as equagdes da mecainica newtoniana. As ondas luminosas obedecem 2s ie equactes de Maxwell. As ondas de matéria obedecem & equagio de Schrédinger, Proposta em 1926 pelo fisico austriaco Erwin Schrédinger. ‘Muitas das situagées que vamos discutir envolvem 0 movimento de uma parti- cula ao longo do eixo x em uma regio na qual a forga a que a particula esté sujcita faz com que a particula possua uma energia potencial U(x). Nesse caso especial, a equagio de Schrodinger se reduz a etn orioia Stung, FE UC = 0 een diverse), (3815) onde E é a energia mecfnica total (soma da energia potencial e da energia ciné- tica) da particula. (Nessa equacéo nao-relativistica a energia associada & massa de repouso da particula no é considerada.) A equagio de Schrodinger nfo pode ser deduzida a partir de principios mais simples; ela é a expresso de uma lei natural. Se U(x) na Eq. 38-15 € zero, a equacto descreve uma particula livre, isto é, uma particula que nao estd sujeita a nenhuma forga, Nesse caso a energia total da par- cula € igual & energia cinética e, portanto, E = my"/2 na Eq. 38-15. A Eq. 38-15 se torna ey, xm ( dee V2 es % que pode ser escrita na forma BH (oq Ply a a+ nf)on Para obter essa equacio substituimos mv pelo momento p. De acordo com a Eq, 38-13 (A = hip),a razo pih na equago acima pode ser substituida por 1/A, onde A € 0 comprimento de onda de de Broglie da particula. Além disso, 2a/A € 0 nilmero de onda angular k, que foi definido na Eq. 16-5.Com essas substituigdes, a equagio se tora CW a FE + y= 0 cegusodesemcuinger pavitatie), (38-16) A solugdo mais geral da Eq.38-16é Va) = Ae + Bevis, (38.17) onde A ¢ B so constantes arbitrétias. Podemos verificar que essa equagio ¢ real- mente uma solugio da Eq, 38-16 substituindo (x) e sua derivada segunda na Eq. 38-16 e observando que o resultado é uma identidade. Combinando as Eqs. 38-14 ¢ 38-17 obtemos, para uma fungdo de onda ‘t depen- dente do tempo que se propaga ao longo do eixo x, W(x. t) = bie = (Aeltt + Bettye = Acthmw) 4 Benterun, (38-18) Determinagao da Densidade de Probabilidade jul? ‘Vimos na Segio 16-5 que qualquer funcdo F da forma F(kx * wt) representa uma onda progressiva, Isso se aplica tanto a fungdes exponenciais como as da Eq. 38-18 como as fungdes senoidais que usamos para descrever ondas em cordas, Na verdade, as duas representagbes estio relacionadas através das equagbes, cos@+isen@ e e’= cos @—isend, ‘onde 6é um Angulo qualquer. 38-7 | A Equacio de Schrédinger Capitulo 38 | Fétons e Ondas de Matéria Densidade de lidade lye 0 FIG.38-42 Gréfico da densidade de probabilidade iyi? para uma parti ‘cul livre se deslocando no sentido positivo do eixo.x.Como iyi? tem 0 ‘mesmo valor para qualquer valor de x.a particula pode ser detectada com ‘a mesma probabilidade em qualquer onto da trajetéria, O primeiro termo do lado direito da Eq. 38-18 representa uma onda que se pro- aga no sentido positive do eixo x; 0 segundo, uma onda que se propaga no sentido negativo do eixo x. Entretanto, supusemos que a particula livre que estamos con- siderando se movimentava no sentido positivo do eixo x. Para restringir a solugdo geral (Eq. 38-18) a esse caso de interesse tomamos a constante arbitréria B das Eqs 38-18 € 38-17 como sendo zero. Ao mesmo tempo, chamamos a constante A de ty, a Eq.38-17se torna W(x) = Une. (38-19) Para determinar a densidade de probabilidade devemos calcular 0 quadrado do va- lor absoluto de y(x).O resultado € 0 seguinte: IP = ly oP = (uae, ‘Como elkty(cltrye m eile grite = gikeity = go temos: ‘yl WAL A Fig. 38-12 é um grifico da densidade de probabilidade ly? em fungao de x para uma particula livre, Trata-se de uma linha reta, paralela ao eixo x, que vai de — a +~.A densidade de probabilidade |y? é a mesma para qualquer valor de x. Nao existe nada que nos permita identificar um determinado ponto sobre o eixo x como a posicdo mais provavel para a particula, ou seja, todas as posigdes sto igualmente provaveis. Na proxima seco vamos ver 0 que isso significa. WR (umaconstante). 38-8 | O Principio de Indeterminagao de Heisenberg A impossibilidade de prever a posigao de uma particula livre, indicada pela Fig. 38 12, € nosso primeiro exemplo do prineipio de indeterminagio de Heisenberg, pro- Posto em 1927 pelo fisico alemao Werner Heisenberg. Segundo esse principio, nao é possivel medir simultaneamente a posicio 7 eo momento f' de uma particula com precicdio ilimitada. Para as componentes de 7 € 7,0 principio de Heisenberg estabelece os seguin- tes limites em termos de fh = hi2z (uma constante conhecida como constante de Planck normalizada, ou simplesmente“h cortado”): Ax: Ap, = Ay-Apy =A (Principio de indeterminagéo de Heisenberg). (38-20) Az-Ap. = h Nas Eqs. 38-20 Ax e Ap,, por exemplo, representam as indeterminagdes nas medidas das componentes x de F ¢ 77. Mesmo com os melhores instrumentos de medida que a tecnologia 6 capaz de fornecer, o produto da indeterminagao da posicao pela inde- terminagéio do momento de uma particula ao longo de um eixo qualquer jamais sera menor que fi trata-se de uma impossibilidade formal, que nao depende da preciso dos instrumentos de medida. A particula cuja densidade de probabilidade est representada na Fig, 38-12 uma particula livre, ou seja, néo esta sujeita a nenhuma forca; por isso 0 momento B no varia, Ao afirmarmos que a particula podia ser descrita por uma fungio de onda com um valor particular de k = p/h supusemos que era possivel determinar o valor de fi com precisao absoluta, isto é, que Ap, = Ap, = Ap, = 0 na Eq. 38-20. Nesse caso devemos ter Ax >, Ay—> , Ar ~» 2, Com a indeterminagio tendendo para infinito a posigao da particula se torna totalmente indefinida, 3891 Octo Te O leitor nao deve imaginar que « particula na verdade possui uma posigdo defi- nida mas que essa posico, por algum motivo, no pode ser determinada pelo obser vador. Quando 0 momento de uma particula & especificado com precisfio absoluta a express ;posigio da particula” simplesmente perde o sentido. A particula da Fig. 38-12 pode ser detectada, com amesma probabilidade,em qualquer ponto do eixo x. Exemplo Um elétron esté se movendo ao longo do eixo x,¢ sua ve- locidade, medida com uma preciso de 0,50%, € 2,05 x 10° m/s. Qual € a menor indeterminagao (de acordo com © principio da indeterminacao da teoria quantica) com a qual pode ser medida simultaneamente a posigao do elé- tron no eixo x? BEI 4 enor indeterminagao permitida pela teoria quiintica é dada pelo principio de indeterminagao de Heisenberg (Eq. 38-20). Como a particula esta se movendo a0 longo do eixo x precisamos considerar apenas as com- ponentes do momento € da posicao ao longo deste eixo. Como estamos interessados na menor indeterminacao possivel, substituimos o sinal de desigualdade pelo sinal de igualdade na Bq. 38-20 e escrevemos Ax Ap, =f. Célculos: Para calcular a indeterminagio Ap, do mo- mento, precisamos determinar a componente do momento ao longo do eixo x, py. Como a velocidade v do elétron & muito menor que a velocidade da luz, podemos calculat py, usando a expressdo clissica para o momento em vez da ex pressdo relativistica. O resultado € o seguinte: Py = mid = (9.11 X 10-9! kg)(2,05 x 10% mis) 187 x 10 kg-mis. De acordo com o enunciado, a indeterminagaio da velo- lade € 0,50% da velocidade medida. Como p, € direta- mente proporcional & velocidade, a indeterminagao Ap, do ‘momento € igual a 0.50% do momento: Ap, = (0,0050)p, = (0,0050)(1,87 X 10 kg-mis) = 935 X 10 7 kg-més, Assim, de acordo com o prinefpio de indeterminagio, ay = A - (663 x 10 F-sy27 *= "Dp, 935 X10 = ke-mis 113 x10 Sm L1nm, — (Resposta) © que corresponde a cerca de 100 didmetros atémicos. Dada a preciso com a qual a velocidade do elétron foi medida, nao faz sentido tentar medir a posigao do elétron com uma precisdo maior que esse valor, 38-9 | O Efeito Tunel Suponha que um trend deslize sem atrito em um plano horizontal em diregao a uma colina coberta de gelo (Fig, 38-13). Quando o trend comega a subir a colina, parte da energia cinética K se transforma em energia potencial gravitacional U. Quando © tren6 chega ao alto da colina,a enesgia potencial é Ui, Isso significa que o tren6 s6 consegue chegar ao outro lado da colina se a energia mecanica inicial £ é maior que U,, Se E < U;,0 trend para de subir antes de chegar ao alto da colina, escorrega de volta para a esquerda, Assim, por exemplo, se Uy, = 20 Je E = 10J 0 trend nao con- segue passar para 0 outro lado da colina. Dizemos que a colina se comporta como uma barreira de energia potencial (ou, simplesmente, uma barreira de potencial) que, no caso, a barreira tem uma altura U, = 201 ‘A Fig. 38-14 mostra uma barreira de potencial para um elétron nao-relativistico que se move no interior de um fio ideal de espessura insignificante, O elétron, cuja energia mecénica ¢ E, se aproxima de uma regiao (a barreira) na qual o potencial létrico V, ¢ negative. Como possui carga negativa, o elétron tem uma energia po- tencial positiva Us (= qV)) nessa regio (Fig. 38-15). Se E > U,, esperamos que 0 elétron consiga passar pela regio da barreira e aparecer & direita do ponto x = L da Fig, 35-14, Nao hé nada de estranho nesse comportamento. Se B < U, esperamos que 0 elétron nao consiga passar pela barreira e que o sentido do seu movimento se inverta,como no caso do tren6 da Fig. 38-13 para E < Uj, Entretanto, algo estranho pode acontecer com o elétron se £ < U;,.Como se com- porta como uma onda de matéria, o elétron tem uma probabilidade finita de atravessar Capitulo 38 | Fétons e Ondas de Matéria Energia fo Hon ot FIG. 38-415. Diagrama de niveis de cenergia para a situagiio da Fig, 38-14, (1) A linha tracejada representa a energia mecanica F do elétron,que éamesma para qualquer valor de A linha cheia representa potencial elétriea U do clétron em fungdo de x,supondo que o cléiron pode estarem qualquer onto do cixox. A parte diferente de zero do grifico de energia potencial (barreira de potencial) tem altura Uy, elargura L. Densidad de probability (oI WK ” SE FIG. 38-16 Grifico da densidade de probabilidade |yi? da onda de mat ria associada ao elétron na situagio «da Fig. 38-15.0 valor de ip? &dife- rente de-zer0 8 direita da barreira de potencial uy = —_ FIG. 28-13 Um trend desliza no gelo sem atrito FIG. 38-14 _Oselementos de um fiodel- ‘em diregao a uma colina.A energia potencial gado ideal, no qual um elétron (0 ponto) Bravitacional do tren6 no alto da colina sera U,._ se aproxima de um potencial elétrico gativo V,na regido entre.x L a barreita e aparecer do outro lado, movendo-se para a direita com energia E comose nada tivesse acontecido na regido onde 0 = x = L. E ochamado efeito tine. A fungdo de onda x) que descreve 0 movimento do elétron pode ser obtida resolvendo separadamente a equaco de Schrodinger (Eq.38-15) nas trés resides da Fig, 38-14:(1) & esquerda da barreira; (2) no interior da barreira; (3) a direita da bar- reira. As constantes arbitrérias que aparecem nas solugdes dlevem ser escolhidas de tal forma que a fungao (x) ¢ sua derivada primeira em relagdo a x sejam continuas emx=0ex= L.A densidade de probabilidade pode ser determinada calculando 0 quadrado do valor absoluto de ¥(1. A Fig. 38-16 mostra um grifico do resultado. A curva periédica A esquerda da barreira (para x < 0) € uma combinacao da onda de matéria incidente e da onda re~ fletida (que tem uma amplitude menor que a onda incidente). As variag&es periddi- cas da densidade de probabilidade acontecem porque as duas ondas, propagando-se em sentidos opostos, interferem entre si, dando origem a uma onda estacionéi No interior da barreira (para 0 L),a densidade de probabilidade tem um valor pequeno mas constante. Isso si que um elétron pode ser detectado nessa re- giao, embora com baixa probabilidade. (Compare essa parte da figura com a Fig, 38- 12, que mostra a mesma situacdo para uma particula livre.) © coeficiente de transmissiio T de uma barreira como a da Fig, 38-15 6 definido como a fracdo de elétrons que conseguem atravessé-la. Assim, por exemplo, se T= 0,020 isso significa que para cada 1000 elétrons que colidem com a barrcira, 20 elé- trons (em média) a atravessam e 980 sio refletidos, O coeficiente de transmissio & dado aproximadamente por (38-21) onde b (38-22) Por causa da forma exponencial da Eq, 38-21, 0 valor de T’é muito sensivel as trés varidveis de que depende: a massa m da particula, a largura Lda barreira e a dife- renga de energia U, — F entre a energia maxima da barreira e a energia da parti- cula. (Como nao estamos considerando efeitos relativisticos,a energia E nao inclui a energia de repouso da particula.) O efeito tdinel tem muitas aplicacdes tecnolégicas, entre elas 0 diodo ttinel, no qual se faz variar uma corrente de elétrons controtando a altura de uma barreira ‘Como isso pode ser feito rapidamente (a intervalos de menos de 5 ps). 0 dispositive € ttilem aplicagdes que exigem uma respasta répida do circuito. O prémio Nobel de fisica de 1973 foi compartithado por trés “tuneladores”: Leo Esaki (por estudas do efeito tinel em semicondutores), Ivar Giaever (por estudos do efeito tiinel em su- percondutores) e Brian Josephson (pela invengao da jungéio de Josephson, um dis- positivo eletronico baseado no efeito ttinel em supercondutores). © prémio Nobel de fisica de 1986 foi concedido a Gerd Binnig e Heinrich Rohrer pela invengio de outro dispositive que se bascia no efeito tunel, o microseépio de tunelamento. Up as ta a lee arse ch O Microscépio de Tunelamento © tamanho dos detalhes que podem ser observados com o auxilio de um microsc6pio 6tico ¢ limitado pelo comprimento de onda da luz utilizada (cerca de 300 nm, no caso da luz ultravioleta). Os detalhes que podem ser vistos na imagem que abre este capt- tulo so muito menores.o que significa que o comprimento de onda utilizado foi muito menor. As ondas usadas para obter a imagem foram ondas de matéria associadas a elétrons, mas elas nao foram refletidas pela superficie da mostra, como acontece em um microscdpio 6tico. Em vez disso, as imagens foram criadas pelo tunelamento de elétrons por barreiras de potencial na agulha de um microscépio de tunelamento, O principio de operacdo do microscépio de tunelamento esta ilustrado na Fig, 38-17, Uma agutha metética, montada na intersecao de trés barras de quarizo mu- tuamente perpendiculares, é colocada nas proximidades da superficie a ser exami- nada. Uma pequena diferenga de potencial, da ordem de 10 mV. é aplicada entre a agulha ea superficie. (O quartzo é um material piezelétrico: quando uma diferenga de potencial é aplicada as extremidades de uma barra do material,as dimensdes da barra Variam ligeiramente. Essa propriedade ¢ sada para variar 0 comprimento das trés barras da Fig. 38-17 de modo a fazera agulha vatrer a superficie da amostra a ser examinada (movendo-se nas diregbes.x ey) ese aproximar e se afastar da superficie (movendo-se na diregio z) O espaco entre a agulha e a superficie constitui uma barreira de energia poten- cial semelhante a da Fig. 38-15. Quando a agulha esté suficientemente proxima da superficie, elétrons da amostra podem atravessar essa barreira, gracas ao efeito ti- nel, dando origem a uma corrente elétrica,a chamada corrente de tunelamento. Enquanto a agulha varre a superficie da amostra um sistema de realimentagao € usado para ajustar a posiedo vertical da agutha de modo a manter constante a cor- rente de tunelamento. Isso significa que a distancia entre a agulha e a superficie tam- ‘bém permanece constante durante a varredura. O sinal de saida do aparelho é um ‘mapa da altura da agulha em relacdo a um nivel de referéncia (e, portanto, um mapa do relevo da superficie da amostra) em funcao da posigao da agulha no plano xy. © microscdpio de tunelamento nao s6 permite obter uma imagem de alta resolu- do de uma superficie como também pode ser usado para manipular étomos ¢ molé- culas, como foi feito para fabricar 0 Homem de Monéxido de Carbono que aparece na fotografia de abertura deste capitulo, Em um processo conhecido como manipula- io lateral, a agulha do microseépio de tunelamento & aproximada de uma molécula de monéxido de carbono o suficiente para que a molécula seja atraida pela agulha sem tocé-la, Em soguida, a agulha é deslocada ao longo da superficie do material que serve de suporte (platina, por exemplo), arrastando a molécula com ele até que es- teja na posi¢ao desejada. Em seguida, a agulha € afastada da molécula, o que elimina a forga de atracao, O processo ¢ lento € exige um controle muito preciso, Exemplo O elétron da Fig. 38-15, com uma energia Ede 5,1 eV,incide ‘em uma barreira de altura U, = 6,8 eV e largura L = 750 pm, (a) Qual é a probabilidadé aproximada de que o elétron atravesse a barreira? onde b é dado por 389 | OFeto Tn! [EEE Barras de quart Agutha Supestic FIG. 38-17 Principio de operagao do mieroscopio de tunelamento, Trés barras de quarizo sao usadas para fazer uma agulha metélica varrer a superficie a ser examinada e,20 mesmo tempo,manter constante a distancia entre a ponta da agulha e a superficie. ponta se move para cima e para baixo para acompanhar orelevo da superficie, eo registro dese movimento é usado para ge- ‘ar imagens como a que aparece na abertura deste capitulo, Sa 2m(U, 6 B Céleulos: © numerador da fragao & ME 4 prctatitdnde peaiaa ¢ igual a0 coon ciente de transmissao T dado pela Eq. 38-21 (T ~ e-"), (8)(9.11 % 10 kg)(6.8 eV — 5.1 eV) X (1,60 x 10>” eV} 1,956 10 T+kg. SNES Ene BELLA Capitulo 38 | Fotons e Ondas de Matéria Assim, = 667 x 10° m=! A grandeza (adimensional) 2bL €, portanto, 2bL = (2)(6.67 X 10° m 1)(750 x 10! m) = 10,0 ede acordo com a Eq. 3821, 0 coeficiente de transmissio é Tm eth = oi = 45x 10-6. (Resposta) Assim, para cada milho de elétrons que incidem na bar- reira 45, em média, conseguem atravessé-la (b) Qual € a probabilidade aproximada de que um pré- ton com mesma energia de 5.1 eV consiga atravessar a barrcira? Raciocinio: O coeficiente de transmissao T (¢, portanto, a probabilidade de transmissaio) depende da massa da par- ticula. Na verdade, como a massa m & um dos fatores do expoente de ¢ na equagio de T, a probabilidade de tra missdo € muito sensivel & massa da particula. Dessa vez a massa € a massa de um proton (1,67 10 kg), que & muito maior que a massa do elétron do item (a), Refa- zendo os célculos do item (a) com a massa do elétron subs- tituida pela massa do proton, encontramos = 10~"°. Em- bora esse valor nao seja exatamente zero, € tao pequeno que podemos consideré-1o nulo para todos os efeitos pré- ticos. No caso de particulas com massas maiores que a do proton e com a mesma energia de 5,1 eV a probabilidade de transmissao é ainda menor. REVISAO E RESUMO Fétons As ondas eletromagnéticas (como a luz, por exem- plo) so quantizadas, e os quanta recebem 0 nome de fotons Para uma onda eletromagnética de frequéneia f ¢ compti mento de onda A a energia £ ¢ © momento p de um féton sio dados por F=hf — (onergindo ton) (58.2) e pe 4“ = 4 (momento do titon), (38-7) Efeito Fotelétrico Quando uma onda luminosa incide em uma superficie metilica a interagao entre os fétons ¢ os elé- trons do metal pode fazer com que clétrons sejam emitidos da superficie,de acordo com a equagao WE Koac + (385) onde Afé a energia dos f6tons, Ka & a energia cinética maxima dos elétrons emitidos ¢ & a fun¢io trabalho do material de que E feito 0 alvo, ou seja, a energia minima que um elétron deve ad- quirir para poder escapar do material. Quando hf < ® o efeito fotelétriconao é observada, Deslocamento de Compton Quando raios X sao espa Ihados por elétrons quase livres de um alvo, os raios X espa- Thados tém comprimentos de onda maiores que os raios X in- cidentes, Esse destocamento de Compton (do comprimento de onda) € dado por AA = Tol ~ cosa), = Gey conde ¢) 0 Angulo de espalhamento dos raios X. ‘Ondas Luminosas e Fétons- Quando a luz interage com a matéria, energia © momento sdo transfcridos através de {6- tons. Quando a luz no est4 interagindo com a matéria, porém, € interpretada como uma onda de probabilidade na qual a pr babilidade (por unidade de tempo) de que um f6ton seja de- tectado € proporcional a £3, onde B,, é & amplitude do campo elétrico associado a tuz, Ondas de Matéria Uma particula em movimento, como tum elétron ou. um proton, pode ser deserita por uma onda de matéria cujo comprimento de onda (conhecido como eompri mento de onda de de Broglie) é dado por 4 = hip. onde p é 0 momento da particula, Fungdo de Onda Uma onda de matéria € deserita por uma fungio de onda W(x, y. z,£) que pode ser separada em luma parte que depende apenas das coordenadas espaciais, (x, y,z),e uma parte que depende apenas da coordenada tempo- ral, e~™. Para uma particula de massa m que est se movendo sobre 0 eixo.x com energia total constante E em uma regio na qual a energia potencial & U(x) a fungo w(x) pode ser obtida resolvendo a equacao de Sehridinger simplificada: Ph. 8 de [e- vew=o. (38415) ‘Uma onda de matéria, como uma onda luminosa, é uma onda de probabilidade no sentido de que se um detector de particulas € posicionado em um certo local, a probabilidade de que o detector registre a presenca de uma particula em um intervalo de tempo especificado é proporcional a iyi?,uma grandeza conhecida como densidade de probabilidade. No caso de uma particula livre, isto é,uma particula que esté se movendo sobre o eixo x com U(x) = 0, 1? tem o mesmo valor para todos os pontos sobre 0 eixo x Principio de Indeterminacao de Heisenberg A no- tureza probabilistica da fisica qudntica esté associada uma im- portante limitagao para a medida da posicao e do momento de uma particula: € impossivel medir simultaneamente a posicic co momento 7 de uma particula com precisao ilimitada. As indeterminagGes das componentes dessas grandezas devem si- tisfazer as seguintes desigualdades: As-dp, = 4 Av-Ap, =f AzAp. = fi. 38-20 Efeito Tanel De acordo coma fisicaclassica, uma particu! no consegue transpor uma barreira de energia potencial cui=

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