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Segundo Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança tem de
comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento
A importancia do brincar na educação infantil
acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida.
Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes
como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à
criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade,
motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a vida,
pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo
físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as
coisas.” Assim, destacamos que quando a criança brinca, parece mais madura,
pois entra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre
para que ela lide com as diversas situações.
Para Vygotsky, citado por Baquero (1998), a brincadeira, o jogo são atividades
específicas da infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas
simbólicos. É uma atividade com contexto cultural e social. O autor relata sobre a
zona de desenvolvimento proximal que é a distância entre o nível atual de
desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver, independentemente,
um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da
resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um
companheiro mais capaz.
Santos (2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, também chamados
brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança
expressa capacidade de representar dramaticamente.” Assim, a criança
experimenta diferentes papéis e funções sociais generalizadas a partir da
observação do mundo dos adultos. Neste brincar a criança age em um mundo
imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a
submissão às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer que
ela experimenta no brincar.
Segundo Craidy & Kaercher (2001) Vygotsky relata novamente que quando uma
criança coloca várias cadeiras uma através da outra e diz que é um trem, percebe-
se que ela já é capaz de simbolizar, esta capacidade representa um passo
importante para o desenvolvimento do pensamento da criança. Brincando, a
criança exercita suas potencialidades e se desenvolve, pois há todo um desafio,
contido nas situações lúdicas, que provoca o pensamento e leva as crianças a
alcançarem níveis de desenvolvimento que só as ações por motivações essenciais
conseguem. Elas passam a agir e esforça-se sem sentir cansaço, não ficam
estressadas porque estão livres de cobranças, avançam, ousam, descobrem,
realizam com alegria, sentindo-se mais capazes e, portanto, mais confiantes em si
mesmas e predispostas a aprender. Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19):
Segundo Vygotsky, Luria & Leontiev (1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a
partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais amplo
dos adultos.”, entretanto, a ação passa a ser guiada pela maneira como a criança
observa os outros agirem ou de como lhe disseram, e assim por diante. À medida
que cresce, sustentada pelas imagens mentais que já se formou, a criança utiliza-
se do jogo simbólico para criar significados para objetos e espaços.
De acordo com Kishimoto (2002) o jogo é considerado uma atividade lúdica que
tem valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente escolar traz muitas
vantagens para o processo de ensino aprendizagem, o jogo é um impulso natural
da criança funcionando, como um grande motivador, é através do jogo obtém
prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, o
jogo mobiliza esquemas mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de tempo
e espaço, integra várias dimensões da personalidade, afetiva, social, motora e
cognitiva.
caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e
com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva,
segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998,
p. 30, v.01):
Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo professor
apenas para recrear as crianças, mas como atividade em si mesma, que faça parte
do plano de aula da escola. Pois, de acordo com Vygotsky (1998) é no brinquedo
que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Porque ela transfere para o
mesmo sua imaginação e, além disso, cria seu imaginário do mundo de faz de
conta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto brinca.
De alguma forma a brincadeira se faz presente e acrescenta elementos
indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Assim, a criança
estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural e consegue
extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e
agressividades, é por meio da brincadeira que a criança envolve-se no jogo e
partilha com o outro, se conhece e conhece o outro.
REFERÊNCIAS
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Trad. Ernani F. da
Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação
infantil/Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. - Brasília: MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.
CARVALHO, A.M.C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura:viajando pelo Brasil
que brinca.São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.
CRAIDY, Carmem Maria, org; KAERCHER, Gladis E., org. Educação
infantil:pra que te quero?. Porto Alegre: Artmed, 2001.
da época, cultura e classe social, o brincar faz parte da vida das crianças, pois
vivem em um mundo de fantasias, onde a realidade e o faz de conta se
confundem. De acordo com RCNEI, Brasil, (1998), brincar funciona como um
cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como
também de transformá-la. É através do brincar que a criança forma conceitos,
seleciona ideias, percepções e se socializa cada vez mais. O brincar é uma
atividade que auxilia na formação, socialização, desenvolvendo habilidades
psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais. Ao brincar as
crianças expõem seus sentimentos, aprendem, constroem, exploram, pensam,
sentem, reinventam e se movimentam. Fantasiando a criança revive angústias,
conflitos, alegrias, desiste e refaz, deixando de lado a sujeição às ordens e
exigências dos adultos, inserindo-se na sociedade onde assimilam valores,
crenças, leis, regras, hábitos, costumes, princípios e linguagens: As crianças são
capazes de lidar com complexas dificuldades psicológicas através do brincar.
Elas procuram integrar experiências de dor, medo e perda. Lutam com conceitos
de bem e mal. O lúdico é considerado prazeroso devido a sua capacidade de
absorver a criança de forma única, intensa e total possibilitando demonstrar sua
personalidade e conhecer melhor a si mesma. Segundo Kishimoto, (2001),
enquanto a criança brinca, sua atenção está concentrada na atividade em si e
não em seus resultados ou efeitos. “É no brincar, e somente no brincar, que o
indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade
integral; e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu
(WINNICOTT, 1975, p.80).” No ato de brincar a criança estabelece vínculos entre
as características do papel assumido,
suas competências e as relações que possuem com outros papéis, ou seja, no
lúdico a criança transforma os conhecimentos que já possuem anteriormente
em conceitos gerais com os quais brinca. O brincar é uma atividade natural,
espontânea e necessária; para brincar é preciso que as crianças tenham certa
independência para escolher seus companheiros, os papéis que assumirão no
decorrer da brincadeira, o tema, o enredo, todos dependendo unicamente da
vontade de quem brinca. Através do lúdico a criança constrói seu próprio
mundo, dá evolução aos pensamentos, colaborando sobremaneira no aspecto
social, integrando-se na sociedade. Não se deve esquecer que o brincar é uma
necessidade física e um direito de todos. O brincar é uma experiência humana,
rica e complexa. Portanto: Brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade
interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na
interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também tornam-se
autoras de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em práticas suas
fantasias e conhecimentos, sem a intervenção direta do adulto, podendo pensar
e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade
imediata, brincar é a fase mais importante do desenvolvimento humano. Por ser
a auto ativa representação do interno, ocorre a representação de necessidades
e impulsos internos. Fica claro então, que o brincar para a criança não é apenas
A importancia do brincar na educação infantil
RCNEI, Brasil (1998), o adulto pode auxiliar na distribuição das funções, mas o
interessante é que as crianças adquiram progressiva autonomia. Segundo Bom
tempo, (1999), o professor não deve tolher a imaginação da criança, mas
orientá-la, deixando que a brincadeira espontânea surja na situação de
aprendizagem, pois é através dela que a criança se prepara para a vida em seus
próprios termos. Os professores devem focar seus olhares nas crianças
enquanto elas brincam, ajudando-as a verem o mundo e a expressar-se através
das múltiplas linguagens. Na mesma direção Bom tempo, (1999), complementa
com a ideia de que se os professores acreditarem que brincando a criança está
aprendendo sobre o mundo que as cerca, eles poderão utilizar esse momento
para intervir e criar vários tipos de ações educativas que facilitarão a
aprendizagem.
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REFERÊNCIAS