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Resenha – Filme Alexandria de 2009

O enredo se passa no Egito entre 351 e 415 d.c tendo como


protagonista a filosofa, matemática, astróloga, professora da Escola de
Alexandria Hipádia. Em recorrência de uma cultura provida de Alexandre
Magno, passando pelo império romano, a cidade de Alexandria é um caldeirão
religioso. Contudo, a relação é tensa entre os grupos religiosos: cristões,
judeus e cultura grego-romana (que são chamados de pagão).
A intolerância religiosa é clara, e esse aspecto impacta nas relações
sociais, na ciência, e em qual papel a mulher deve assumir nesta sociedade. A
protagonista, Hipádia é uma mulher à frente a sua época, ela não deseja se
casar, mas sim viver para a ciência e sua pesquisa, algo que não é bem visto
na sociedade. A biblioteca de Alexandria é uma paixão de Hipádia, pois todo o
conhecimento da humanidade encontrasse naquele local.
Como professora na Escola de Alexandria, cargo esse por influência do
seu pai Théon de Alexandria um importante filosofo e astrônomo da época,
apaixonado por comentar e estudar as obras de Euclides, incentivando e
envolvendo a filha em seus trabalhos e apresentações. Hipádia é
extremamente talentosa, mas uma mulher receber instrução e ter um cargo de
importância na sociedade como professora é algo raro, assim mesmo provinda
de uma família respeitável ela sobre preconceito.
Neste ponto da história introduzimos os personagens Orestes aluno de
Hipádia e apaixonado por ela que não é correspondido, mas a frente na história
se torna o representante de Roma na cidade de Alexandria. Sinésio também foi
aluno de Hipádia que se torna um representante cristão influente. Ainda
quando eram alunos Orestes e Sinésio divergiam em diversos aspectos, mas
Hipádia sempre intervia dizendo que, “temos, mas coisas que nos une do que
nos afasta” ela sempre pontuava que mesmo com as diferenças deveriam
manter a harmonia, e sentar e conversar, evitar a guerra e a matança
desnecessária. Causada muito pela discórdia religiosa e pela ganância por
poder.
Outro personagem tem um forte destaque na trama, é o jovem escravo
Davus, ele serve a família de Hipádia. Ele é apaixonado por ela, mas não é
correspondido, ele também é encantado pelas ideias dela. Davus deseja ter
Hipádia e termina se aproximando de alguns dos ideais do cristianismo, como
poder um dia ser livre do status de escravo. Hipádia o vê com caminho e
admira sua inteligência, mas deixa claro que ele é um escravo e que está ali
para servir ao seu mestre.
A partir de um acontecimento na praça central entre cristões e pagãos a
situação religiosa se agrava e alguns dos alunos da Escola de Alexandria se
armam com espadas e atacam alguns cristões, Orestes está entre eles. Até
aquele momento os pagãos não tinham ideia do real quantitativo de cristões
que havia na cidade, os ideais do cristianismo eram disseminados entre os
escravos que eram, mas oprimidos na divisão social.
No confronto o pais de Hipádia, Théon é ferido gravemente na cabeça
por um dos seus escravos, pouco tempo depois Théon vem a falecer. Os
alunos da Escola de Alexandria por vê que estão em menor número se
refugiam na escola, Hipádia é contra tudo isso, inclusive a tentarem matar os
alunos cristões da escola.
Assim, todos ficam presos na escola que está cercada por cristões
furiosos, os alunos cristões, incluindo Sinésio durante a noite fogem. Foi
cobrada um posicionamento do representante Romano acerca do confronto e a
decisão chega pela manhã. Os pagãos terão um tempo para fugir pelo portão
dos fundos, os soldados romanos no local escoltaram, mas não podem com
tantos cristões. Quando saírem os cristões poderão entrar na biblioteca de
Alexandria e fazer o que quiserem. Como eles acreditam que a ciência é algo
pagão quando eles invadem destroem tudo pela frente.
Hipádia fica desesperada, tenta salva tudo que pode antes de fugir,
neste ponto a uma discussão com Davus. Ela deixa claro que ele é um
escravo, ele se resolva e se junta aos cristões revoltosos. Mas tarde, ele
retorna a casa de Hipádia e tenta violenta-la, vendo o espanto dela com sua
atitude desiste, daí ela o liberta da escravidão. Isso para ele é uma punição
porque não poderá mas ficar perto de sua amada.
Anos se passam, a biblioteca foi totalmente destruída. Orestes e Hipádia
são bons amigos ele ainda é apaixonado por ela, e agora é o representante de
Roma na cidade. Ela tem muita influência sobre as decisões dele na política,
isso não é bem visto principalmente pelo líder cristão Cirilo de Alexandria. Os
cristões são maioria e muitos pagãos tiveram mesmo contra a vontade se
converter ao cristianismo, Orestes foi um deles. Os cristões neste momento
estão em rotineiros confrontos com os judeus.
Cirilo chama a cidade Sinésio que ocupa um cargo importante na igreja
para conversar com Orestes, sobre a relação e influência de Hipádia. Orestes é
avisado que terá que se afasta de Hipádia, a princípio resiste, mas Sinésio o
converse. Hipádia fica revoltada com a interferência de Cirilo na amizade dela
com Orestes e avisa a ambos, Orestes e Sinésio que ele é um homem
ambicioso e perigoso. Davus em contrapartida faz parte de um grupo mais
radical dos cristões que mata sem pensar e tem Cirilo como o maior e
respeitoso representante, mas já começa a questionar se tudo aquilo é valido.
Como Cirilo sabe da influência de Hipátia começa a trazer nas
celebrações passagens da bíblia, onde a mulher deve ser submissa ao homem
e a Deus, que deve se casar e ter filhos, que não deve pensar. Hipátia é
totalmente aversa a isso, inclusive esta, mas do que nunca dedica a sua
pesquisa sobre o movimento da terra em torno do sol. Cirilo assim, manda uma
mensagem por Orestes e Sinésio que Hipátia deve se converter ao
cristianismo, ela logicamente se recusa, pois não acredita que a religião torna
as pessoas melhores e que isso deve ser uma escolha e não algo imposto.
Aqui chegamos ao desfecho da história, o grupo mais radical dos
cristões, no qual Davus faz parte é incumbido de capturar e matar Hipátia.
Davus ao saber da situação vai à casa de Hipátia para alerta-la do perigo, mas
sem sucesso. Em sua busca pela cidade encontra seus companheiros do
grupo que já estão com Hipátia, eles planejam matá-la de forma brutal, a
chamam de bruxa, arrancaram suas roupas, Davus só escuta e sugere que a
matem com pedradas. Quando eles saem para pegar as pedras, Davus sinaliza
para Hipátia que sabe que irá morrer de qualquer forma. Ela o deixa de
aproximar e ele a mata sem resistência e sem dor. Enquanto ela morre em
seus braços ele pensa nos momentos bons que passaram juntos, quando seus
companheiros retornam ele diz que ela desmaia e vai embora, e eles
apedrejam o seu corpo nu.
Aluno: Marco Antônio Pereira da Silva

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