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ESTUDANTE: Turma:
PROFESSOR(A):
DATA: / /2019
O texto argumentativo
Um texto argumentativo é aquele em que o autor assume uma postura crítica a respeito de um
assunto ou fato. O objetivo é defender uma ideia que julga ser a mais correta, utilizando argumentos
para fundamentar o seu posicionamento. Outros exemplos de texto argumentativo são o artigo de
opinião, a carta argumentativa e o editorial, os quais são divididos da seguinte forma:
Introdução: apresenta um parágrafo constituído por enunciado curto, no qual se expõe uma
ideia, geralmente uma afirmação ou uma questão que será desenvolvida nos parágrafos
seguintes. É nessa parte que se localiza o chamado tópico frasal, período que serve de base
para o texto.
O parágrafo argumentativo
No momento de produzir um texto, é comum que apareçam preocupações, como com o que
escrever, como escrever, de onde partir, como organizar o texto etc.
Assim como as palavras organizam-se em frases, e as frases em parágrafos, estes devem
ordenar-se entre si para formar um texto. Ao escrever, é necessário manter-se fiel ao tema, produzir
sentidos e mostrar sua relação com a realidade.
Ao construir um texto, deve-se observar o seguinte:
O parágrafo é um conjunto de enunciados que se unem em torno de um mesmo sentido.
Não se deve esgotar o tema no primeiro parágrafo. Este deve apenas apontar a questão que
será desenvolvida.
O parágrafo seguinte é, muitas vezes, uma retomada de algo que ficou inexplorado no
parágrafo anterior. Pode ser uma palavra ou uma ideia que mereça ser desenvolvida.
Um texto é constituído por parágrafos que dependem uns dos outros (são interdependentes),
sempre em torno de uma mesma ideia.
O parágrafo final deve retomar todo o texto para concluí-lo. Por isso, antes de escrevê-lo,
releia tudo o que foi escrito.
Todo texto argumentativo representa o ponto de vista de quem escreve, e que escreve tem
sempre uma proposta a ser discutida, para poder chegar a uma conclusão sobre o assunto.
O texto deve demonstrar coerência, que resulta de um bom domínio de sua estrutura e do
conhecimento da realidade. Deve-se levar em conta a unidade de ideias aliada ao uso
adequado das regras de coesão.
1
A construção de argumentos
A argumentação é um processo que exige ordem. Um argumento deve-se encadear ao outro
naturalmente, em busca de uma unidade de sentido. As melhores ideias se perdem quando
argumentos fracos são utilizados ou quando não são bem encadeados, organizados.
Uma argumentação sustenta-se basicamente nos seguintes pontos:
Argumentos de valor universal – aqueles que são irrefutáveis (que não se pode discordar),
com os quais se conquista a adesão dos leitores. Para que um argumento seja amplamente
aceito, EVITE afirmações baseadas em emoções, preconceitos, crenças, porque são
informações muito PESSOAIS. Podem convencer algumas pessoas, mas não a maior parte
delas. Use sempre argumentos importantes, adequados à defesa do ponto de vista.
Dados colhidos na realidade – as informações precisam ser REAIS, coerentes e de comum
conhecimento. Não é possível convencer ninguém com informações falsas, que não têm
respaldo na realidade.
Citações de autoridades – procure ler os principais autores que tratam sobre o assunto de
que você vai falar. Esse tipo de argumento traz a opinião de um especialista na área ou
algum documento ou estudo que comprove o que está sendo defendido.
Exemplos e ilustrações – para fortalecer sua argumentação, recorra a exemplos
conhecidos, a fatos que a ilustrem.
Qual é o ponto de vista (sua tese) que você pretende defender sobre a possibilidade o assunto
tratado?
Identifique, na coletânea (e nas informações que você adquiriu ao longo da sua vida),
argumentos que possam sustentar seu ponto de vista.
Identifique os argumentos contrários ao seu ponto de vista.
Crie um título que sintetize, para o leitor, não só o tema abordado, mas também o foco da análise
desenvolvida por você.
2
Agora vamos conferir uma Redação que foi Nota 1000 no ENEM:
Comentário: Aqui, já comprovando a sua tese, o autor começa a mostrar o poder, a força da publicidade no Brasil e no
mundo. Apresentando um desenvolvimento da imprensa ao longo da história, reforça a ideia de que a
propaganda sempre impactou o interlocutor, sempre buscou passar alguma informação e, em muitos momentos, mudar
opiniões.
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa
faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram
crianças, em grupo, utilizando o produto em questão. Tal manobra de “marketing” acaba
transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao fato
dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um
ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento infantil.
Comentário: Depois de provar a força das propagandas, o autor volta a discutir a publicidade infantil, mostrando
estratégias de vendas que alcançam seus objetivos. Além disso, destaca o quanto tais mecanismos afetam a mente das
crianças, atingindo, inclusive, a sua relação com grupos de amigos.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar,
como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público, visando à
proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na conscientização
dessa faixa etária em escolas, com professores que abordem esse assunto de forma compreensível
e responsável. Só assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus
produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade infantil.
Comentário: Mais uma vez, o autor traz comparações. Isso ajuda (e muito!) na hora de defender a tese, além de mostrar
que houve uma interpretação dos dados apresentados na coletânea de textos (havia um mapa com as principais formas
de regulação no mundo). Por fim, apresenta propostas detalhadas e aplicáveis aos argumentos utilizados, sem atingir os
direitos humanos – exigência da prova do ENEM.
Fonte do texto: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-e-vestibular/enem-2014-leia-exemplos-redacao-nota-1000-15050154
Fonte da análise: Adaptado de https://descomplica.com.br/blog/redacao/analise-de-redacao-do-enem/
3
Se liga na dica!
A proposta de intervenção no Enem 2018 mudou! (...) A banca responsável pela elaboração das provas
simplificou a cobrança e normatizou alguns aspectos para que fiquem mais claros ao aluno sobre o que deve
ser feito. (...) Confira:
Como você já deve saber, no Enem, a proposta de intervenção é obrigatória e tem até uma competência
específica para avaliar essa parte do texto, equivalente a 20% da nota total! (...) Mas pode ficar tranquilo
que não tem muito segredo, olha só:
PRIMEIRO PASSO: Identifique o que foi apresentado como problema em seu desenvolvimento para, a
partir de então, pensar em formas de resolver. Isso é necessário porque os avaliadores irão observar se sua
proposta está articulada à discussão.
TENHA EM MENTE OS DIREITOS HUMANOS: Uma coisa muito importante sobre a proposta de
intervenção é que ela precisa respeitar os Direitos Humanos. Qualquer proposta que desrespeite os direitos
básicos do cidadão será zerada! Atente-se a isso!
O QUE DEVE SER APRESENTADO?
Há 5 partes importantes da proposta. Anota aí:
ação interventiva: responde à pergunta: “O que é preciso fazer para resolver o problema?”
agente: responde à pergunta: “Quem pode fazer isso?”
modo/meio: responde à pergunta: “De que forma será feito, ou seja, por quais meios?”
efeito: responde à pergunta: “Qual é o propósito dessa intervenção, quais serão os efeitos dela?”
detalhamento: responde à pergunta: “Qual informação adicional foi acrescentada sobre um dos
elementos anteriores?”
Agora vamos identificar cada um desses elementos em uma proposta.
EXEMPLO:
“Considerando os aspectos mencionados, fica evidente a necessidade de medidas para reverter a situação.
O Estado {agente} deve investir na formação dos futuros docentes, {ação interventiva} criando novas
disciplinas curriculares que discutam a inclusão de surdos nas escolas e preparem de forma apropriada os
estudantes dos cursos de licenciatura. {modo/meio} Dessa forma, será possível garantir uma educação que,
de fato, integra indivíduos e promove a plena construção de conhecimentos. {efeito} Só então seremos uma
sociedade que promove a igualdade de direitos.{detalhamento do efeito}”
Lembre-se de ser específico, por exemplo: qual esfera governamental? Poder Executivo, Legislativo ou
Judiciário? Você pode citar algum Ministério em particular?
(...)
É importante esclarecer que a proposta de intervenção vem de forma mais coerente no parágrafo final,
mas não está proibida de aparecer no desenvolvimento, desde que depois da apresentação de um problema,
né?!
Lembre-se de fazer uma proposta completa e arrase na redação!
Fonte: Adaptado de https://www.imaginie.com.br/enem-2018-e-a-proposta-de-intervencao/
Referências
ABAURRE, Maria Luiza. Produção de Textos: interlocução e gêneros. Ed. Moderna. 2007.
NOGUEIRA, Everaldo. Português. Geração Alpha. Ed. SM. 2017.
Plataforma Redação Nota 1000 (www.redacaonota1000.com.br)
Sistema Ari de Sá – SAS. Língua Portuguesa. Coleção Integrada. 2018.