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6.3.

Salário de benefício
1. Conforme dispõe o artigo 31, do Decreto n. 3.048, de 1999, o salário de benefício é o valor básico utilizado
para cálculo da renda mensal de alguns dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social, inclusive os
regidos por normas especiais.
O salário de benefício é, assim, a base de cálculo utilizada para se apurar o valor dos benefícios previden-
ciários, à exceção do salário-família, do salário-mater-nidade, do auxílio-reclusão e da pensão por morte.
Conforme prevê o parágrafo 3º, do artigo 29, do Pla- no de Benefícios, serão considerados para cálculo do sa- lário de
benefício, os ganhos habituais do segurado em- pregado, a qualquer título, sob a forma de moeda correnteou de
utilidades, sobre os quais tenha incidido contribui- ções previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário (gratificação
natalina). Ou seja, há contribuição incidente sobre o décimo terceiro salário, mas o mesmo não é considerado para o
cálculo do salário de benefício.
Ainda, não será considerado, para o cálculo do sa- lário de benefício, o aumento dos salários de contribuição que
exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente an-teriores
ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas
gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido
pela categoria respectiva.
Também, é importante mencionar que, se no pe- ríodo básico de cálculo, o segurado tiver recebido bene- fícios
por incapacidade, sua duração será contada, con- siderando-se como salário de contribuição, no período, o salário
de benefício que serviu de base para o cálculoda renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios
em geral, não podendo ser inferior ao valorde 1 (um) salário mínimo.

2. Para a aposentadoria por idade e da aposentado- ria por tempo de contribuição, o salário de benefício con- siste
na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição (exceto o décimo terceiro salário ou gra- tificação
natalina) do segurado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo, multi-plicado pelo
fator previdenciário (art. 29, inciso I, do PB).
Para a aposentadoria por idade a multiplicação pelo fator previdenciário é, contudo, facultativa (art. 7º, da Lei n.
9.876, de 1999).
2.1 O fator previdenciário consiste em um índice que será usado para descobrir o salário de benefício da
aposentadoria por tempo de contribuição e da aposenta- doria por idade.
Na sua apuração levam-se em consideração os fa- tores idade, expectativa de sobrevida e o tempo de con-
tribuição do segurado ao se aposentar (art. 29, parágrafo 7º, do PB).
Para efeito de cálculo do fator previdenciário, ao tempo de contribuição do segurado devem ser adiciona- dos,
ainda (a) 5 (cinco) anos, quando se tratar de mulher ou, (b) 5 (cinco) ou 10 (dez) anos, quando se tratar, respec-
tivamente, de professor ou professora, que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil, no ensino funda- mental e médio (art. 29, parágrafo 9º, do PB).
O artigo 29-C, da Lei n. 8.213, de 1991 prevê, no en-tanto, que o segurado que preencher o requisito para a
aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculode
sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as
frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:
a) igual ou superior a 95 (noventa e cinco) pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de
35 (trinta e cinco) anos;
b) igual ou superior a 85 (oitenta e cinco) pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de 30
(trinta) anos.
Observe que, as somas de idade e de tempo de con-tribuição acima serão majoradas em um ponto nas se-
guintes datas: 31 de dezembro de 2018; 31 de dezembro de 2020; 31 de dezembro de 2022; 31 de dezembro de 2024; 31de
dezembro de 2026.
Assim, por exemplo, a partir de 31 de dezembro de 2018, o segurado homem poderá optar pela não incidên- cia
do fator previdenciário no cálculo de sua aposenta- doria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu
tempo de contribuição for igual ou superior a 96 (noventa e seis) pontos.
Para efeito de aplicação do que prevê o artigo 29- C, caput, da Lei n. 8.213, de 1991, o tempo mínimo de con-
tribuição do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magisté- rio
na educação infantil e no ensino fundamental e médio será de, respectivamente, 30 (trinta) e 25 (vinte e cinco) anos, e
serão acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição.

3. Para o cálculo da aposentadoria por invalidez,da aposentadoria especial, do auxílio-doença e do au- xílio-
acidente, o salário de benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição (exceto o
décimo terceiro salário ou gratificação nata- lina), correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período
contributivo. Aqui não há a aplicação do fator previdenciário (art. 29, inciso II, do PB).
4. O salário de benefício do segurado especial que não contribuiu de forma facultativa (art. 25, parágrafo 1º, da
Lei n. 8.212, de 1991), consiste no valor equivalente ao salário-mínimo (art. 29, parágrafo 6º, do PB).
5. Todos os salários de contribuição utilizados no cálculo do salário de benefício serão corrigidos mês a mês,
de acordo com a variação integral do Índice Nacio- nal de Preço ao Consumidor (INPC) apurado pela Funda- ção
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao período decorrido a partir da primeira com-
petência do salário de contribuição que compõe o perí- odo básico de cálculo até o mês anterior ao do início do
benefício, de modo a preservar o seu valor real, conformepreveem os artigos 29-B, da Lei n. 8.213, de 1991 e 33, do
Decreto n. 3.048, de 1999.
Para fins de apuração do salário de benefício de qualquer aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o valor
mensal deste benefício será somado ao salário de contribuição do segurado antes da aplicação da correção monetária
prevista em lei, não podendo o total apuradoser superior ao limite máximo do salário de contribuição (art. 31, do PB).
Em qualquer hipótese o valor do salário de benefí- cio não será inferior ao de um salário mínimo, nem supe- rior
ao limite máximo do salário de contribuição na data de início do benefício (art. 29, parágrafo 2º, da Lei n. 8.213, de
1991).

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