O documento discute o racismo no futebol brasileiro ao longo da história. Ele explica como os negros foram inicialmente excluídos do esporte e só começaram a jogar profissionalmente na década de 1920. Apesar disso, o racismo estrutural permaneceu no futebol e na sociedade brasileira como um todo, com negros enfrentando desigualdades raciais e sociais. O documento também analisa as leis contra o racismo no Brasil ao longo do tempo.
O documento discute o racismo no futebol brasileiro ao longo da história. Ele explica como os negros foram inicialmente excluídos do esporte e só começaram a jogar profissionalmente na década de 1920. Apesar disso, o racismo estrutural permaneceu no futebol e na sociedade brasileira como um todo, com negros enfrentando desigualdades raciais e sociais. O documento também analisa as leis contra o racismo no Brasil ao longo do tempo.
O documento discute o racismo no futebol brasileiro ao longo da história. Ele explica como os negros foram inicialmente excluídos do esporte e só começaram a jogar profissionalmente na década de 1920. Apesar disso, o racismo estrutural permaneceu no futebol e na sociedade brasileira como um todo, com negros enfrentando desigualdades raciais e sociais. O documento também analisa as leis contra o racismo no Brasil ao longo do tempo.
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO FUTEBOL DOCENTE: OSANÁ MACÊDO REIS; SEBASTIÃO CARLOS DOS SANTOS CARVALHO. DISCENTES: ÉRICA HELOÍSA PEREIRA SILVA; FERNANDA ALVES NONATO; JOÃO VICTOR BRAZ LÉLIS; LUCAS DA SILVA NEVES; MICAEL.
RACISMO NO FUTEBOL
• BREVE HISTÓRICO DO FUTEBOL
Na Inglaterra, o futebol era praticado na escola entre 1810 e 1840, mas só em 1863 o futebol foi reconhecido durante uma reunião na Freemason's Tavern na Great Queen Street. O início do futebol no Brasil, se caracteriza pelo protagonismo do jovem estudante Charles Miller, que vai a Europa estudar e volta com as novidades do esporte europeu. Em 1894, trouxe para este país, especialmente, duas bolas de futebol, dois uniformes completos, uma bomba de ar e um livro de regras do futebol. Conforme Witter (2003), para muitos outros, pode ter havido muitos jogos de futebol antes no Brasil, seja Norte, Nordeste ou Sudeste, onde tiveram partidas, entre brasileiros e marinheiros estrangeiros, que usam bandeiras diferentes, mais frequentemente com os ingleses. O primeiro jogo realizado no país, aconteceu na capital paulista em 14 de abril de 1895. As fábricas de São Paulo e do Rio passaram por mudanças fundamentais, e começaram a construir campos de futebol em suas propriedades ou próximo a suas sedes para atrair e reter trabalhadores. O campo de futebol era outra atração, além disso, não só jogadores de baixa renda, mas também negros e mulatos ingressaram no time de futebol. (Witter, 2003)
• OS NEGROS E A HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL
O jogo chegou ao Brasil apenas seis anos após o anúncio da república e sete anos após a assinatura da "Lei Áurea", portanto, o futebol só era praticado por brancos. Segundo Casas et al (2015), como os métodos sociais da época eram muito desfavoráveis e, em alguns casos, muito hostis, a implantação do futebol negro no futebol foi se concretizando e até mesmo sendo de maneira velada. Os negros só começaram a jogar profissionalmente em 1920, muitos deles eram obrigados a entrar no campo maquiados com pó de arroz, para "tornar os jogadores brancos". O Vasco foi o primeiro time a efetivamente ceder espaço para os negros nos esportes de elite. Um dos fatos icônicos, é que em 1923 um time do Rio de Janeiro atraiu muita atenção, pôr ter no campeonato um clube composto apenas por negros. Segundo Baltar (2014 apud Cunha 201-), na década de 1910, o melhor jogador do Brasil foi Arthur Friedenreich, apelidado de “El Eigre”, a primeira estrela do futebol brasileiro, mulato e o maior ídolo do Brasil no futebol amador. Alguns anos depois, os Camisas Negras mudaram a forma como as pessoas assistem ao futebol. O time composto por pessoas negras vencia de forma impressionante, por isso os torcedores que começaram a se interessar pelo esporte vieram das camadas mais pobres da sociedade. Porém, isso agitou uma divisão do Campeonato Carioca, o intuito dessa separação era para a camada mais pobre cedesse para que o futebol continuasse sendo um esporte de elite branca. Embora tudo tenha começado em 1933, foi só na Copa de 1950 que a Seleção Brasileira com jogadores negros internacionalmente reconhecidos mudou o futebol, levando a paixão a todos os níveis, assim todas as tramas se popularizaram.
• DESIGUALDADE RACIAL E SOCIAL: RACISMO ESTRUTURAL
A desigualdade racial e social é um fenômeno mundial na sociedade contemporânea e o reflexo entre muitas coisas da má distribuição de renda. O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão em 1888, mas mesmo livre um milhão e meio de pessoas negras foram colocadas na sociedade brasileira sem nenhum suporte, e, por conta dessa herança histórica vinda de centenas de anos de escravidão é que nasce o que chamamos de racismo estrutural. O racismo é uma forma de discriminação que tem raça como alvo, que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes, como um conjunto de hábitos, situações ou falas embutidas em nossos costumes que promovem direta ou indiretamente o preconceito e a segregação racial. Não dá pra saber exatamente quando o racismo começou, mas, essas ideias se espalharam entre os séculos 16 e 17 por conta da colonização do continente americano, os europeus consideravam em sua visão eurocêntrica que os povos de origem europeia seria os mais inteligentes e mais capazes de prosperar, enquanto os negros e indígenas eram considerados animais. Até 1888, os negros eram escravizados e com a abolição, sem ter para onde ir, começou o estigma de que negros são preguiçosos e não gostavam de trabalhar. Nesse momento a sociedade, os lugares e as oportunidades ainda preservavam pensamento escravocrata e calava as vozes dos negros. Não foram elaboradas leis que contribuíssem para combater esse abismo social, causado pelas décadas anteriores, inserindo os negros na sociedade. Os parâmetros para a criação de leis seguiam em um pensamento europeu, que defendia brancos, cristãos e homem recém libertos, os escravizados foram morar em locais onde ninguém queriam morar como nos morros, formando as favelas, sem emprego, sem moradia digna e sem condições básicas de sobrevivência. E mesmo depois de 130 anos de abolição ainda é muito difícil para a população negra acender economicamente no brasil e mesmo que acenda, infelizmente ainda vai ter uma experiência de racismo pra contar. Estudo sobre a desigualdade racial, mostram que existe um pensamento enraizado de medo do branco ser comparado a um negro, de ter as mesmas profissões que os negros, de frequentarem os mesmos lugares. O preconceito está na estrutura que formou esse pensamento, outra forma de racismo estrutural muito praticado mesmo sem intenção ofensiva, são as falas e hábitos de linguagem pejorativos incorporados ao nosso cotidiano. Quando usamos expressões racistas como a palavra denegrir que nada mais é do que tornar algo negro, ou, quando utilizamos nomenclaturas para negros ou pretos como as palavras: mulato e pessoa de cor. O Brasil é hoje um país que muitos têm pouco e poucos têm muito, estamos entre os dez países mais desiguais do mundo, metade da população é negra. Pensar historicamente, o que é a Constituição do estado brasileiro e como as instituições se organiza, no qual, é um sistema de opressão que nega oportunidade a determinados grupos por conta da cor de pele. Desde sempre em todas as pesquisas sociais e demográficas, os autodeclarados pretos ou pardos são maioria nos índices de analfabetismo, de desemprego e tem a menor renda mensal. As estatísticas de cor ou raça produzidas pelo IBGE, mostram que em média: brancos têm maiores salários, sofrem menos com desemprego e são a maioria entre os que frequentam o ensino superior. Isso poderia ser resolvido com a adoção de políticas públicas, que visam reparar aqueles que foram sistematicamente marginalizados e excluídos da sociedade durante tanto tempo como foi o caso da criação das cotas raciais, que abriram espaço para que a comunidade negra conseguisse ingressar nas universidades. Discutir o racismo estrutural é chegar em uma universidade e não ter alunos negros sendo que são a maioria na população. Nas mídias e nas redes sociais fica evidente que as cotas são alvo de crítica, realmente, não é que seja agradável para os jovens serem cotistas, mas, não há outro caminho, as políticas afirmativas, especialmente as cotas raciais estão dizendo por si só. • RACISMO NO FUTEBOL Independentemente de crença, raça ou ancestralidade, o futebol tem um estilo elegante de unir cultura e povos. A linguagem da bola é universal, no entanto, as recentes cenas de discriminação racial em jogos de futebol em território brasileiro ou mundial, sem dúvida, demonstraram que o preconceito é uma ferida que envergonha o mundo. Pode perceber que o preconceito racial nunca saiu do futebol. No início, o racismo era aberto, depois tentava-se promover o mito da igualdade racial, e os negros eram sinônimos de bons jogadores. Recentemente, no Brasil, casos de racismo foram apontados e severamente criticados, mas não deixaram de existir. Segundo dados do Observatório de Discriminação Racial no Futebol, entre 2014 e 2018, foram registradas 148 notificações de racismo em 23 estados e no Distrito Federal. O mais impressionante no combate ao racismo é nunca esquecer que a lesão racial é crime. O artigo 140 do Código Penal estipula que pode ser punido com pena de prisão até três anos - analisando esses números, não há sinal que indica que o problema foi controlado, muito pelo contrário. A primeira lei contra o preconceito racial só entrou em vigor na data da promulgação da Lei nº 1390/51 (Lei Afonso Arinos), em 1951, por se tratar da mudança do jurista mineiro Afonso Arinos de Mello Franco. Em termos de suas recomendações, para evitar a discriminação racial no território brasileiro, os mencionados diplomas legais têm grande importância histórica. No entanto, os atos representados na referida legislação não constituem crime, mas apenas uma pena muito leve para as infrações penais. Tendo em vista a redação do Art. 5º, Inciso XLII da Constituição da República Federativa do Brasil, o combate mais efetivo contra a discriminação racial só poderá ser fortalecido no centenário da "Lei Áurea", que indica que a composição costumeira do racismo é indescritível, segundo a lei o crime é punível com pena de prisão. A lei pertinente foi promulgada no segundo ano após a promulgação da Constituição Federal (Lei nº 7.716 / 89), e a Lei nº 9.459 / 97 foi parcialmente revisada para prever punições para crimes causados por discriminação ou preconceito de cor, etnia, religião ou nacionalidade. O crime de racismo é definido nesta doutrina como o ato em que um agente impede o exercício de quaisquer direitos líquidos e certos direitos em razão de preconceito de raça, cor, raça, religião ou nacionalidade. O artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal dispõe sobre o crime de dano racial (não se confundir com o crime de racismo). A Lei de Justiça Desportiva Brasileira prevê penas severas para tais crimes, incluindo a exclusão de clubes do jogo. Excluir as equipes envolvidas daquele torneio parece uma punição injusta e desproporcional, pois, afinal, apenas um grupo de pessoas (não evoluídas) cometeu esse crime. No entanto, a partir do momento em que punir a associação pelo comportamento criminoso de um grupo, você não cometerá mais crimes porque o diretor será extremamente cuidadoso ao verificar seus jogadores/torcida. Portanto, os operadores do Direito Desportivo têm a coragem de utilizar as penalidades previstas no artigo 11 dos arts. 170 CBJD, não toleram atitudes criminosas, portanto, no futebol brasileiro deve ser proibido. O que é absolutamente incompreensível é que, no século XXI, alguns torcedores e jogadores de clubes mostraram atitudes irracionais. O racismo é um crime e deve ser punido com as medidas mais rigorosas.
REFERÊNCIAS
CUNHA, FABIANO AUGUSTO BENAION. RACISMO NO FUTEBOL:
REPERCUSSÕES JURÍDICAS DESPORTIVAS E PENAIS. DO CONSUMIDOR, VULNERABILIDADE E. DIREITO.
DA SILVA, Mariana Schade. Racismo no futebol: um estudo antropológico da trajetória
e identidade de atletas negros do futebol brasileiro. Anais do Seminário de Ciências Sociais, v. 1, 2016.
DOS SANTOS, Rafael Cícero Cyrillo. O RACISMO NO FUTEBOL. Revista Ciências
Jurídicas e Sociais-UNG-Ser, v. 7, n. 1, p. 62-76, 2019.
SILVA, José Ricardo. ARRUDA, Eduardo Okuhara (Orientador). RACISMO NO FUTEBOL: UMA ANÁLISE CRÍTICA E SOCIAL. p. 92. Revista ENAF Science Volume 10, número 1 - 2015 - ISSN: 1809-2926; Órgão de divulgação científica do 4º ENAF Ribeirão Preto / 59º ENAF Poços / Pós-Graduação Desenvolvimento. ESPECÍFICA, DOR LOMBAR NÃO. INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO AERÓBIO SOBRE OS LIMIARES DE DOR EM., p. 5.
WITTER, José Sebastião. O que é futebol. São Paulo: Brasiliense, 1990.