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Eugénio Eduardo Matavel

Antropologia Cultural
Licenciatura em Ensino de Francês
2º Ano

Universidade Licungo
Beira
2019
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Eugénio Eduardo Matavel

Antropologia Cultural
Licenciatura em Ensino de Francês
2º Ano

Trabalho avaliativo a ser entregue na


cadeira de Antropologia Cultural, no
Departamento de Ciências de
Linguagem, Comunicação e Arte.

Msc. Horácio Vasco Manuel

Universidade Licungo
Beira
2019
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Índice
I

.Introdução.........................................................................................................................4
1. A ANTROPOLOGIA CULTURAL......................................................................5
1.1.Etimologia................................................................................................................5
1.2.Definição..................................................................................................................5
1.3.Objecto do estudo....................................................................................................5
1.4. Objectivo.................................................................................................................5
2.DIVISÃO DAS CIÊNCIAS ANTROPOLÓGICAS......................................................5
3. CULTURA....................................................................................................................6
3.1.Características da Cultura........................................................................................6
3.2. Componentes da cultura..........................................................................................7
3.3. Ramos da Antropologia cultural.............................................................................7
3.3.1. Arqueologia.........................................................................................................7
3.3.2. Etnografia.............................................................................................................7
3.3.3. Etnologia..............................................................................................................7
4. DINAMISMO CULTURAL.........................................................................................7
5. HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA.............................................................................8
6. ESCOLAS DE PENSAMENTO...................................................................................9
6.1. Evolucionismo cultural...........................................................................................9
6.2. Difusionismo.........................................................................................................10
6.3. Funcionalismo.......................................................................................................10
6.4. Estruturalismo.......................................................................................................11
7. CORPO SOCIAL: o casamento, a família e o parentesco..........................................12
7.1. O Casamento.........................................................................................................12
7.2. A Família..............................................................................................................12
7.3. O Parentesco.........................................................................................................13
7.3.1. Laços de parentesco...........................................................................................13
8. DIMENSÃO RELIGIOSA..........................................................................................13
8.1. Elementos da Religião..........................................................................................14
II. Conclusão....................................................................................................................15
III. Referências Bibliográficas.........................................................................................16
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I. Introdução

O presente trabalho tem como objectivo principal estudar a antropologia cultural. Nisto,
podemos saber que a antropologia cultural é o ramo da antropologia que tem como
objectivo o estudo da humanidade como um todo, visando ao homem como expressão
global e ser biologicamente pensante, produtor de culturas e participante da sociedade,
tentando chegar á compreensão da existência da humanidade.

No que concerne à estrutura do trabalho, ele (trabalho) é composto de uma introdução,


que de forma sintética espelha o que será abordado no desenvolvimento; de seguida
apresenta o desenvolvimento, onde explana-se de maneira detalhada os seguintes
conteúdos: definição da própria antropologia cultural, o seu objecto de estudo e
objectivo, divisão das ciências antropológicas, suas características, componentes, ramos,
história da antropologia, escolas de pensamento, casamento, família, parentesco e por
fim a dimensão religiosa.

A penúltima parte do trabalho traz uma conclusão que expressa os aspectos finais e a
última parte as referências bibliográficas.

Para a concretização deste trabalho, optou-se em usar os livros que abordam o mesmo
tema incluindo o do Professor.
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1. A ANTROPOLOGIA CULTURAL

1.1. Etimologia

Etimologicamente a palavra antropologia provem do grego Anthropos, que significa


homem, logo/logia que significa estudo/ciência, o que pode ser considerada como
estudo do homem.

1.2. Definição

A antropologia cultural é o estudo sistemático do homem e de suas actividades e


comportamento.

Este campo da antropologia é o mais amplo que estuda o homem como ser cultural, ela
focaliza no conhecimento do comportamento cultural humano adquirido por
aprendizagem analisado em todas dimensões.

Segundo MARCONI e PRESOTTO (2010), consideram que antropologia visa ao


conhecimento completo do homem, o que torna sua expectativa muito vulgar, este
conceito, revela os factos da natureza e cultural, compreendendo a existência humana
em todas os seus aspectos no espaço e no tempo, partindo do princípio da estrutura
biopsíquica.

1.3. Objecto do estudo

Objecto material: o objecto material da antropologia cultural é o estudo do Homem.

Objecto formal: a antropologia cultural trata do homem e do seu comportamento como


um todo, leva em conta todos os aspectos da existência humana biológica e cultural.

1.4. Objectivo

Segundo LAPLANTINE (1976), a antropologia fixa como seu objectivo estudo da


humanidade como um todo, visando ao homem como expressão global e
biopsicocultural, isto é, ser um biologicamente pensante, produtor de culturas e
participante da sociedade, tentando chegar á compreensão da existência da humanidade.

2. DIVISÃO DAS CIÊNCIAS ANTROPOLÓGICAS


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O homem em quanto ser biológico: estuda o homem em relação a sua origem, ao seu
desenvolvimento somático, à sua adaptação a terra e a sua divisão em diversos grupos.
Trata dos seres humanos como organismos biológicos

O homem em quanto ser cultural: descreve, analisa e confronta os elementos humanos


distintivos dos povos, modos de vida e mentalidade das sociedades humanas viventes.
Como escreve B. Bernardi: a antropologia cultural indaga o significado o significado as
estruturas da vida do homem como a expressão da sua actividade mental.

O homem em quanto ser social: também chamada sociologia comparada: estudo


comparado dos sistemas sociais; estuda os valores, instituições e as actividades das
sociedades.

3. CULTURA

Segundo MASSENZIO (2005), considera que etimologicamente a palavra cultura é de


origem latina. Este termo, deriva do verbo colere (cultivar ou instruir) e do substantivo
cultus (cultivo, instrução).

Em 1869, Matthew Arnold definiu a cultura como o conseguimento da perfeição, que


implica uma condição interna da mente e do espírito (doçura e luz), através do bom e do
melhor que se pensou e se diz na história.

Em 1871, Edward Taylor, o pai da antropologia moderna, formula a sua definição,


dizendo que é o conjunto complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis,
costumes e várias outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro de
uma sociedade.

A UNESCO define a cultura como um conjunto de traços distintivos, espirituais e


materiais, intelectuais e afectivos, que caracterizam uma sociedade ou um grupo social.

Na minha óptica, a cultura é a maneira de viver de um grupo social, com os seus


valores e comportamentos.

3.1. Características da Cultura

Para MARTINEZ (2009) a cultura possui as seguintes características fundamentais:


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a) A cultura é simbólica: porque é um conjunto de significados e valores


transmitidos necessariamente através dos símbolos e sinais.
b) A cultura é social: a cultura pertence à sociedade, pois ela representa uma
conquista e um cúmulo de conhecimentos, valores e comportamentos.
c) A cultura é estável e dinâmica
d) A cultura é selectiva: ela é um contínuo processo que implica sempre
reformulações.
e) A cultura é universal e regional
f) A cultura é determinante e determinada:

3.2. Componentes da cultura

Na perspectiva de MARCONI e PRESOTTO (2010), afirma que cultura é constituída


por seguintes elementos: conhecimento, crenças, valores, normas e símbolos.

3.3. Ramos da Antropologia cultural

3.3.1. Arqueologia

A arqueologia é o estudo das realidades antigas desde o ponto de vista histórico e


artístico, descreve, analisa e interpreta as sociedades antigas já desaparecidas.

3.3.2. Etnografia

O termo Etnografia foi criado em 1826 pelo italiano Balbi para classificar os grupos
humanos segundo as suas características linguísticas. Modernamente, o conceito aplica-
se à observação no "terreno", descrição e análise de grupos humanos que aí vivam.

3.3.3. Etnologia

A Etnologia é a descrição de usos costumes, crenças, hábitos, tradições, duma


determinada unidade social, como, por exemplo, a sua própria comunidade.

4. DINAMISMO CULTURAL

Enculturação: define-se como Enculturação, o processo educativo pelo qual os


membros duma cultura se tornam conscientes e comparticipantes da própria cultura
(BERNARDI, 1978, p. 92). Ela pressupõe a transmissão da cultura já estabelecida.
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Aculturação: a aculturação é uma transformação cultural em curso, dos etnemas de um


determinado grupo sob a influência de um outro. Quando os contactos entre dois grupos
ocorrem entre povos que partilham a mesma fronteira resulta uma osmose cultural, com
o entrelaçamento de certos etnemas das duas áreas culturais marginais.

Desculturação: é o processo da subtracção e da destruição do património cultural.

Globalização: pode-se definir como a tendencia de fenómenos económicos, culturais e


mais outros a assumir uma dimensão mundial, superando os confins nacionais e
continentais.

5. HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

A emergência da Antropologia coincide com as primeiras reflexões do Homem sobre si


e sobre a natureza, o cosmos ou o universo. Uma parte desse conjunto de reflexões
chegou aos nossos dias por via de lendas e mitos. É o período que Paul MERCIER
indica como sendo de “Antropologia Espontânea” ou o período da Pré-História da
Antropologia.

Segundo Mello (2005, p. 180-185), a contribuição greco-romana na formação da


Antropologia foi enorme, com os trabalhos de Heródoto, um dos notáveis viajantes e
narradores das terras visitadas; Platão, (a cidade ideal); Aristóteles, (concepções teóricas
acerca do Estado); Sócrates (com a crítica à sociedade) (Grécia) e Lucrécio (que fala do
Homem Primitivo, César, Tácito, Galeno, Marco Aurélio (Roma). As tais contribuições
continuaram na Idade Média com St. Agostinho (a Cidade de Deus), Avicena (que
defende a invariabilidade das formas), Averrois (com o evolucionismo) e Bacon (uso do
método experimental). As contribuições circunscreveram-se mais na conservação dos
escritos, tradução dos sistemas de pensamento de outros povos e na preparação da
universidade. Viagens e descrições foram também feitas pelo árabe Ibn Khaldun (séc.
XIV).

No conjunto dessas contribuições, MARTINEZ (2004), aponta que, com o


Renascimento Europeu e com as viagens de exploração, houve grandes contactos, que
deram origem a Tratados. Surgiram Tratados acerca das afinidades e diferenças entre os
homens e seus mundos sociais e culturais. Por exemplo, MONTAIGNE, um francês
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publica os seus Ensaios (1580), que nos transmitem contactos entre os povos, onde
questiona o etnocentrismo e faz a análise comparativa das sociedades.

Ainda segundo Martinez, o Tempo Moderno, dominado pelo iluminismo ou o culto à


razão, empresta um antropocentrismo, base para o estudo dos factos tipicamente
humanos. As maiores contribuições ocorrem no Século XVIII, com Emmanuel Kant
(1724-1804) que, com o seu pensamento, influenciou os vários ramos da ciência do
tempo. Ele ensina que o entendimento constrói o seu objecto, pelo que os fenómenos
giram em torno da razão”. Contudo a antropologia forma-se como ciência como tal no
séc. XIX

6. ESCOLAS DE PENSAMENTO

6.1. Evolucionismo cultural

Evolucionismo deriva do termo “Evolução”. O evolucionismo Cultural surgiu com a


emergência da própria Antropologia Cultural no século XIX. Contudo, a ideia da
evolução surgiu já na antiguidade clássica, quando os pensadores se preocuparam com o
problema da origem do Homem e do Universo, como no Génesis, nos textos das
cilivizações mesopotâmicas, nos poemas épicos da Ìndia, entre outras narrações.

Como defende MARTINEZ (2004), o gérmen das teorias evolucionistas alcançou o seu
auge no séc XIX em virtude de haver manifestação de confiança dos estudiosos na
capacidade do homem de fazer uma história cada vez mais grandiosa.

Entre os iniciadores desta corrente de pensamento se encontra Jean Baptiste Pierre de


Monet Lamarck (1744-1829), naturalista francês. É tido como fundador da teoria da
evolução, baseada na herança dos caracteres adquiridos, a lei do uso e desuso e a
tendência ao progresso da matéria viva. A sua obra Filosofia zoológica (1809), enuncia
o principio de que a produção de novos órgãos se deve ao surgir e à persistência de
novas necessidades: “a função cria o órgão”

Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês, é o máximo representante do


evolucionismo, com a sua obra “A origem das Espécies”, onde expôs o conjunto das
suas ideias a respeito da evolução de todas as espécies e tratou da evolução da
sobrevivência e da função.
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A teoria evolucionista apoiar-se-ia no transformismo de Monet Lamarck (1744-1829),


identificado como fundador da teoria da evolução e nas ideias de Charles DARWIN
sistematizadas na “A Origem das Espécies”. Edward TYLOR ao sistematizar o estudo
da cultura seria considerado o pai da Antropologia. Em 1871 publica o seu livro
“Primitive Culture”, (Cultura Primitiva), onde propôs outra sequência para o
desenvolvimento religioso no Homem: Animismo, que segundo ele teria sido o primeiro
estágio; o Feiticismo, a Idolatria, o Politeísmo e o Monoteísmo, como a última fase e a
mais evoluida da manifestação religiosa.

6.2. Difusionismo

O difusionismo conhecido também por historcismo, engloba várias tendências da


antropologia cultural: difusionismo inglês, difusionismo alemão e difusionismo
americano. O difusionismo vem buscar uma explicação histórica para explicar as
semelhanças existentes entre culturas particulares.

6.2.1. Difusionismo Inglês

O difusionismo inglês surgiu na segunda década do séc. XX. O seu representante mais
importante foi Grafton Elliot Smith (1871-1937). Esta escola, defendeu a difusão como
principal motor da dinâmica cultural. Onde, a cultura de todo o mundo moderno era
basicamente a mesma por conta da difusão (teoria pan-egípcia), e ficou conhecida por
seu método pouco científico e por sua especulação fantasiosa.

6.2.2. Difusionismo Alemão

O principal exponente do difusionismo alemão, também conhecido por “Escola


histórica-cultural de Viena”, é Fr. Ratzel (1844-1904), antropológico e geógrafo alemão,
iniciador do estudo da distribuição mundial dos elementos culturais individuais, que
realçou a importância da difusão dos empréstimos culturais no desenvolvimento.

6.2.3. Difusionismo Americano

O estudioso mais representativo do difusionismo América é Franz BOAS (1858-1942),


antropólogo e linguista norte-americano de origem alemão, especialista nos estudos
sobre usos e costumes dos povos indígenas de América do Norte. Criticou as teorias
apriorísticas do evolucionismo e do difusionismo, sublinhando que toda hipótese deve-
se verificar com dados etnográficos certos.
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6.3. Funcionalismo

O funcionalismo é uma corrente fundada por Bronislaw MALINOWSKI, a partir de


1914. Esta corrente teve a sua maior influência entre 1930- 1940. Querendo ultrapassar
as tendências dominantes na época (preocupações pela origem e pelos problemas das
transformações sócioculturais), o funcionalismo tenta explicar o funcionamento de uma
cultura num determinado momento. As noções de utilidade (para que serve?), de
causalidade (qual é a razão?) e de sistema (conhecimento da interdependência dos
elementos num conjunto coerente) determinaram a emergência desta corrente.

Foi MALINOWISKI quem revolucionou a investigação, com o privilegiamento do


inquérito de campo e a elaboração do método de observação-participante. Ele definiu a
cultura como “aparelho instrumental que permite ao homem resolver da melhor maneira
os problemas concretos e específicos que deve enfrentar no seu meio, quando tem de
satisfazer às suas necessidades”. Segundo ele, se a cultura é um mundo artificial criado
pelo homem, é também uma extensão do mundo natural, dado que a satisfação das
necessidades orgânicas ou básicas do homem resulta das condições impostas a cada
cultura. (MARTINEZ, 2004, p. 65).

6.4. Estruturalismo

O estruturalismo como corrente de pensamento pertence à década dos anos sessenta do


séc. XX. O estudioso mais representativo é Claude Lévi-Strauss, antropólogo de origem
belga. Estudou as relações sociais e de parentesco, partindo dos métodos do
estruturalismo linguístico.

Claude LÉVI-STRAUSS acentua o valor de sinal e de símbolo dos elementos singulares


e a constância das suas relações mútuas. A estrutura torn-se assim o todo, a cultura e a
sociedade. Lévi-Strauss afirma ainda que uma estrutura oferece um carácter de sistema.
Ela consiste em elementos tais que uma modificação qualquer de um deles acarreta uma
modificação de todos os outros.

Em segundo lugar, todo modelo pertence a um grupo de transformações, cada uma das
quais corresponde a um modelo da mesma família, de modo que o conjunto destas
transformações constitui um grupo de modelos.
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Em terceiro lugar, as propriedades indicadas acima permitem prever de que modo


reagirá o modelo, em caso de modificação de um de seus elementos. Enfim, o modelo
deve ser construído de tal modo que seu funcionamento possa explicar todos os factos
observados. Assim, segundo C. Lévi-Strauss, a estrutura é um tipo de formalização que
se adapta a um conteúdo variado. (LÉVI-STRAUSS, 1991)

7. CORPO SOCIAL: o casamento, a família e o parentesco

7.1. O Casamento

O casamento é uma instituição social que visa estabelecer vínculos de união estáveis
entre o homem e a mulher baseados no reconhecimento do direito de prestações
recíprocas de comunhão de vida e de interesses, segundo as normas das respectivas
sociedades.

No sentido mais legal, o casamento é a união voluntária e singular entre um homem e


uma mulher, com o propósito de constituir família, mediante comunhão plena de vida.
(Lei da Família, artigo 7º)

7.1.1. Tipos de Casamento

O casamento é civil, religioso ou tradicional. Ao casamento monogâmico, religioso e


tradicional é reconhecido valor e eficácia igual à do casamento civil, quando tenham
sido observados os requisitos que a lei estabelece para o casamento.

7.2. A Família

A família é tida como um grupo social cujos membros estão unidos por laços de
parentesco ou ainda um grupo de parentes e seus descendentes que vivem juntos. A
família é a comunidade de membros ligados entre si pelo parentesco, casamento,
afinidade e adopção. E ainda reconhecida como entidade familiar, para efeitos
patrimoniais, a união singular, estável, livre e notória entre um homem e uma mulher.

O estudioso G.P. Murdock, falando da família, considera fundamental o grupo


composto por pai, mãe e filhos (nuclear, ou como se fosse um átomo); e mais outros
agrupamentos maiores, da mesma índole (como se fossem moléculas).
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7.2.1. Classificação das famílias

Considerando o número de membros:

a) Família Nuclear: a menor unidade social ligada por laços de consanguinidade, de


afinidade e de adopção;
b) Família Extensa: congrega várias famílias nucleares, agrega vários casais.

Considerando a descendência:

a) Patrilinear
b) Matrilinear
c) Bilaterais

7.3. O Parentesco

O parentesco é o vínculo que une duas pessoas, em consequência de uma delas


descender de outra ou de ambas procederem de um progenitor comum.

7.3.1. Laços de parentesco

Deu-se três tipos de laços de parentesco:

a) Laços de sangue: descendência, consanguinidade; a relação entre estes parentes


se deve a vínculos de descendência ou fraternidade, tais como entre pais e filhos,
entre irmãos, etc.
b) Laços de afinidade: casamento; parentes afins originados pelo matrimónio, isto
é, entre esposos e suas respectivas famílias.
c) Laços fictícios, adopção; parentes fictícios, originados pela adopção, isto é,
filhos adoptivos.

8. DIMENSÃO RELIGIOSA

Desde o inicio da Antropologia moderna, nos meados do século XIX, os antropólogos


sempre se interessaram pelo fenómeno religioso dos povos que estudavam. O fenómeno
religioso é algo profundamente humano, pois radica na própria natureza do homem.
Entre todas as criaturas só o homem é que manifesta o sentimento religioso. A
antropologia afirma que não há povo sem religião.
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A religião, como as demais manifestações da espiritualidade humana, é um fenómeno


comum a todos os grupos culturais, estando presente ao longo de toda história da
humanidade, embora nem todos os homens se considerem religiosos e nem sempre ela
apresente a mesma forma exterior nem o mesmo sistema doutrinário.

Émile Durkheim apresenta uma definição funcional: “Um sistema solidário de crenças e
de práticas relativas a coisas sagradas, quer dizer, separadas, interditas; crenças e
práticas que unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, todos os fiéis
aderentes. Segundo este autor a religião tem uma função social integral na origem, no
conteúdo e na finalidade.

8.1. Elementos da Religião

A religião se compõe fundamentalmente de dois elementos:

a) O elemento teórico: a visão global que o povo tem toda a existência visível,
isto é, a sua cosmo visão. A isto podemos chamar as crenças de um povo, o
seu dogma, pois toda a sociedade tem a sua própria visão do mundo, que
forma um sistema de pensamento.
b) O elemento prático: um conjunto de comportamentos padronizados,
relacionados intimamente com a cosmo visão e que formam de facto o
comportamento moral

8.2. Classificação

a) Religiões culturais: baseadas na natural inclinação e abertura da pessoa humana


ao transcendente; se cada cultura se expressa com formas próprias
b) Religiões históricas: fundamentadas num acontecimento inédito e instaurador
(Judaísmo, o Budismo, o Islão, o Cristianismo, etc.)
c) Religiões sem fundador: religiões que não têm um fundador identificado.
d) Religiões com um fundador claramente conhecido: Buda, Moisés, Jesus Cristo,
Mahomed…
e) Religiões da Proféticas: baseiam-se na intervenção extraordinária de Deus, na
manifestação da sua palavra.
f) Religiões Místicas: têm como fundamento a experiência íntima de uma
determinada pessoa ou de um grupo de pessoas.
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II. Conclusão

Ao fazer este trabalho, conclui-se que a antropologia cultural é o ramo das ciências
antropológicas que visa ao conhecimento completo do homem, que surgiu no século
XIX. A antropologia cultural numa sociedade, tem a missão de conhecer os factos
naturais ou seja conhecer o modo de vida, hábitos, costumes, cultura até mesmo a
existência daquela sociedade humana.

Concluiu-se também que Edward TYLOR ao sistematizar o estudo da cultura foi


considerado o pai da Antropologia, onde em 1871 publicou o seu livro Primitive
Culture, proposendo outra sequência para o desenvolvimento religioso no Homem:
Animismo, que segundo ele teria sido o primeiro estágio; o Feiticismo, a Idolatria, o
Politeísmo e o Monoteísmo, como a última fase e a mais evoluida da manifestação
religiosa.

Há que salientar que Malinowiski, foi quem revolucionou a investigação, com o


privilegiamento do inquérito de campo e a elaboração do método de observação-
participante, definindo a cultura como aparelho instrumental que permite ao homem
resolver da melhor maneira os problemas concretos e específicos que deve enfrentar no
seu meio, quando tem de satisfazer às suas necessidades.
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III. Referências Bibliográficas

BERNARDI, B. Introdução aos Estudos Etno-Antropológicos. Lisboa, Edições 70,


1974

MARTÍNEZ. Pe. Francisco Lerma. Antropologia Cultural. SMSto. Agostinho da


Matola: S/Ed, 2004

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia. Uma


introdução, São Paulo: Atlas. 2010, 7ª Edição.

MELLO, Luis Gonzaga de., Antropologia Cultural. Iniciação, Teorias e Temas.


Petrópolis, Editora Vozes, 2005

LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 1989.

LÉVI-STRAUSS, Antropologia Estrutural, Tempo Universitário, Rio de Janeiro 1991,


4ª edição

TITIEV, Mischa. Introdução à Antropologia Cultural 9ª edição. Lisboa, Fundação


Calouste Gulbenkian, 2002.

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