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ETEC DE PRAIA GRANDE


ENSINO MÉDIO INTEGRADO EM QUÍMICA
GEOGRAFIA

ANA JÚLIA RIOS DOS SANTOS


ANNA JÚLIA DE SOUZA FERREIRA
ERIC CARVALHO SALIM
GUILHERME FRANCO SILVA
JÚLIA CLARICE RODRIGUES DE LIMA
MATEUS XAVIER ALENCAR RIBEIRO

DEGRADAÇÃO DOS SOLOS: DESERTIFICAÇÃO, ARENIZAÇÃO,


SALINIZAÇÃO, MINERALIZAÇÃO.

2º ANO DE QUÍMICA

PRAIA GRANDE
AGOSTO/2022
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ANA JÚLIA RIOS DOS SANTOS


ANNA JULIA DE SOUZA FERREIRA
ERIC CARVALHO SALIM
GUILHERME FRANCO SILVA
JÚLIA CLARICE RODRIGUES DE LIMA
MATEUS XAVIER ALENCAR RIBEIRO

DEGRADAÇÃO DOS SOLOS: DESERTIFICAÇÃO, ARENIZAÇÃO,


SALINIZAÇÃO, MINERALIZAÇÃO.

Trabalho apresentado como requisito parcial para


obtenção de nota do 3° Bimestre na disciplina de
Geografia sob a orientação do professor Rodrigo
Vitor Barbosa Souza no 2° Ano do Ensino Médio
integrado em Química, ETEC de Praia Grande.

PRAIA GRANDE
AGOSTO/2022
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................Erro! Indicador não definido.


2. DISCUSSÃO.........................................................Erro! Indicador não definido.
3. CONCLUSÃO.......................................................Erro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................Erro! Indicador não definido.
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1. INTRODUÇÃO

Segundo Fullen e Catt (2004), é imperativo que os solos sejam


conservados tanto no presente quanto para futuras gerações. Como uma
comunidade global, é de suma importância as lições que ocorreram no
passado em relação às mudanças climáticas, pois o rápido crescimento
populacional e o decréscimo em área e em qualidade dos solos têm impactado
a vida humana em função dos recursos naturais básicos. Para Guerra e Jorge
(2013), o conhecimento sobre erosão e conservação dos solos tem crescido
exponencialmente nos últimos anos, no entanto, a adoção de práticas
conservacionistas acerca dos casos de erosão continua limitada em grande
parte do planeta. Embora ocorra uma série de problemas em parte da
degradação de terras de cultivo, a agricultura tem mostrado buscar medidas de
desenvolvimento sustentável e as instituições continuam a desenvolver e se
adaptar ao estresse ambiental vivenciado na agricultura.
Ainda para Guerra e Jorge (2013), há evidências mundiais que a
agricultura e agropecuária estão conscientes das causas e consequências da
degradação dos recursos naturais do planeta. A literatura nacional e
internacional tem mostrado, através de vários exemplos, que muitos países têm
conseguido solucionar problemas relacionados à degradação das terras com
práticas de conservação dos solos e recuperação de áreas degradadas (Gill,
1999; Cleaver e Schreiber, 1994; Reij et al., 1996; Kerr, 1998; Fullen e Catt,
2004; Morgan, 2005; Guerra e Jorge, 2013).
Diversos são os fatores causadores da degradação do solo, atuando de
forma indireta ou direta, mas quase sempre a grande maioria das terras
degradadas inicia esse processo com o desmatamento, que pode ser seguido
por diversas formas de ocupação desordenada, como: construção de casas,
ferrovias, rodovias, agricultura, com o uso da queimada, vários tipos de
mineração, irrigação excessiva, crescimento desordenado das cidades, uso do
solo para diversos tipos de despejos industriais e domésticos (Fullen e Catt,
2004; Araújo et al., 2009; Guerra e Jorge, 2013).
Uma vez que a degradação do solo também pode ocorrer devido a
influências naturais, pode-se destacar os agentes externos do relevo, sendo
classificados em erosão e intemperismo. Entretanto, embora a sedimentação e
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a erosão sejam processos naturais que acontecem em escala de tempo


geológica, eles são acelerados devido as interferências humanas, como
desmatamento, exploração dos solos e alterações climáticas (Filho et al.,
2001).
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2. DISCUSSÃO

O solo é um recurso natural e multifuncional. É um sistema muito


dinâmico que presta serviços vitais para as atividades humanas e a
sobrevivência dos ecossistemas, alojando a quarta parte da biodiversidade do
planeta (Martins e Fernandes, 2017). É de suma importância o conhecimento
que são precisos séculos para que se forme o solo, no entanto, sua destruição
pode ocorrer em meses através de práticas no seu uso que não atendem às
características específicas da sua constituição.
Ainda para Martins e Fernandes (2017), os solos variam na forma como
resistem à alteração das suas propriedades, que podem levar à sua
degradação. Designa-se, portanto, a capacidade de resistir e recuperar a forma
anterior como resiliência do solo; havendo, assim, solos que são mais
resilientes quanto mais fáceis de recuperar-se dos efeitos provocados pelos
fatores de deterioração. É visto, então, que essa característica está associada
direta e principalmente ao teor de matéria orgânica, elemento-chave que
corresponde às alterações a que se encontra sujeito e, ainda sim, à existência
de elementos naturais de menor dimensão, como limo e argila.

2.1 DESERTIFICAÇÃO

A desertificação deve ser entendida como a degradação da terra nas


zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultante de vários fatores,
incluindo as variações climáticas e as atividades humanas (MMA, s.d).
A Convenção (MMA, s.d) trouxe à tona uma série de explicações sobre
os conceitos adotados para caracterizar a desertificação. É relevante a
importância pois a definição foi gerada por meios diplomáticos que formularam
o texto da Convenção, no entanto, o sentido imediato que a palavra refere é de
formação de deserto e que tem sido mais divulgado midiaticamente no Brasil.
Entretanto, contrariando o conhecimento científico acerca da desertificação no
Brasil, a qual é pouco provável em seu sentido literal, refere-se à definição em
duas partes, sendo
1. As zonas climáticas onde ela pode ocorrer;
2. A degradação da terra e os fatores dos quais ela resulta.
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Para a descrição presente no texto da Convenção, a ocorrência limitada


da desertificação às áreas que se situam nas zonas áridas, semiáridas e sub-
úmidas secas. Mas, no Brasil, esta definição está restringida a uma parte da
região Nordeste e do norte de Minas Gerais; existem processos de degradação
de terra semelhantes aos desta parte do NE e de Minas Gerais, entretanto não
podem ser denominados como processos de desertificação e que não se
enquadram no prescrito na Convenção (SAMPAIO, V.; ARAÚJO, M.;
SAMPAIO, Y., 2005).
Segundo estudos do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), há aproximadamente 33 milhões de km² da superfície da
Terra sob o risco de desertificação. No Brasil, como citado anteriormente, esse
fenômeno restringe-se somente ao semiárido brasileiro.

Tabela 1: Causas principais da desertificação, em tapas sucessivas.

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3

Aridez e semiaridez Desmatamento Erosão

Baixa produtividade Práticas agrícolas Rebaixamento do lençol

Baixa renda Mau uso dos recursos Contaminação da água

Pouco capital Irrigação inadequada Poluição

Solos rasos Extrativismo predatório Redução da fertilidade

Variabilidade Queimadas Perda de matéria

Fonte: Adaptado de Sampaio, V.; Araújo, M.; Sampaio, Y., 2005.

No presente título da Convenção (MMA, s.d), há uma menção específica


a respeito de “secas graves”, porém não é explicado o conceito do que seria
considerado grave, todavia seca está definida como “o fenômeno que ocorre
naturalmente quando a precipitação registrada é significativamente inferior aos
valores normais, provocando um sério desequilíbrio hídrico que afeta
negativamente os sistemas de produção dependentes dos recursos da terra”.
(SAMPAIO, V.; ARAÚJO, M.; SAMPAIO, Y., 2005).
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No presente texto da Convenção (MMA, s.d) detalha-se a nomeação das


causas de desertificação na definição da degradação da terra, estabelecida
como
a redução ou perda da produtividade biológica ou econômica e da
complexidade das terras agrícolas de sequeiro, das terras agrícolas
irrigadas, das pastagens naturais, das pastagens semeadas, das
florestas e das matas nativas devido aos sistemas de utilização da
terra ou a um processo ou combinação de processos, incluindo os
que resultam da atividade do homem e das suas formas de ocupação
de território, tais como: I) a erosão do solo causada pelo vento e/ou
pela água; II) a deterioração das propriedades físicas, químicas e
biológicas ou econômicas do solo, e III) a destruição da vegetação
por períodos prolongados.

Nesta definição, entende-se que as ações humanas ainda estão


potencialmente incluídas, mas existe ênfase na ocupação de território e,
especificamente nas que causam degradação do solo e desmatamento
prolongado (SAMPAIO, V.; ARAÚJO, M.; SAMPAIO, Y., 2005).
Em relação às reduções de produtividade, quando se diz a respeito das
medidas ou avaliações da desertificação, aumentos e reduções são frequentes
dentro da variabilidade natural das áreas áridas e sub-úmidas. Deve-se
salientar que tais definições não estabelecem escalas de tempo para essas
reduções. Todavia, está definido que
por combate à desertificação entendem-se as atividades que fazem
parte do aproveitamento integrado da terra com vistas ao seu
desenvolvimento sustentável, e que tem por objetivo: I) a prevenção
e/ou redução da degradação das terras; II) a reabilitação de terras
parcialmente degradadas; e III) a recuperação de terras degradadas”.
Esta definição introduz o conceito de produção sustentável e com ele
tem sido colocado o problema de redução reversível e irreversível de
produção (SAMPAIO, V.; ARAÚJO, M.; SAMPAIO, Y., 2005; MMA,
s.d).

Como visto na Tabela 1, evidenciam as etapas sucessivas quanto à


degradação ambiental ao tratar-se da desertificação. Há pouca menção à
circularidade de causas e efeitos presentes na Convenção, entretanto, há uma
ampla discussão sobre o assunto. Nas etapas descritas na Tabela 1, a qual
também podemos chamar de fases, existe uma grande discussão acerca, tanto
pelos fatores limitantes quanto aqueles que não necessariamente levam a uma
exploração com maior degradação do solo.
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Figura 1: Consequências principais da desertificação, a partir da degradação do solo, em


etapas progressivas.

Fonte: Sampaio, V.; Araújo, M.; Sampaio, Y., 2005.

No que se refere a causa inicial da desertificação, pode-se considerar


até mesmo a deterioração social. Como exemplo, o assentamento de grande
número de sem terras em áreas de pequena dimensão e de baixa capacidade
produtiva para cada família pode levar à exploração inadequada do solo e à
sua degradação das condições sociais vem de problemas econômicos, em um
processo interativo a qual é difícil separar causa e efeito. Afinal, ambos podem
ser resultado e gerar desertificação no ambiente. Baixo nível tecnológico,
pobreza e exploração inadequada dos recursos naturais ou alta relação homem
terra, baixa renda per capita e cultivo de áreas inapropriadas compõem
cenários comuns que podem ser suscetíveis. A complexidade da sequência de
eventos no processo de desertificação é ilustrada nas Tabela 1 e Figura 1,
onde são apresentadas causas e consequências do processo de
desertificação.

2.2 ARENIZAÇÃO
De acordo com Verdum (2017) para definirmos os critérios utilizados
para a aridez é preciso compreender que a aridez é um estado que resulta a
partir de uma deficiência hídrica. Todavia, a pluviometria total anual não é
suficiente para definir a aridez, pois é necessário um déficit pluviométrico
permanente, capaz de ser identificado e quantificado em diferentes escalas de
tempo: horária, diária, mensal e anual, sendo fundamental a compreensão de
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outros parâmetros climáticos, por isso o total anual das precipitações não é
satisfatório para definir a aridez.

De forma exemplificada, a questão referente a seca pode ser entendida


como um déficit pluviométrico temporário, no qual existe um déficit em relação
à média pluviométrica anual, nas zonas climáticas. Na visão de Cerqueira
(1990), a seca não se relaciona somente a falta de chuva, mas a sua
irregularidade. Assim, Verdum (2017), enfatiza que a insolação, evaporação, a
dinâmica dos ventos, a cobertura da terra, evapotranspiração, o contexto
pedológico e litológico e as reservas hídricas são critérios importantes que
podem ser considerados ao analisar a aridez, que necessita, sobretudo, de um
índice de aridez, para que então seja possível definir espacialmente as regiões
afetadas pela arenização.

A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos


países afetados por seca grave e/ou desertificação, particularmente na África
(UNCCD), destaca que a desertificação é consequência da interação completa
de aspectos físicos, biológicos, políticos, culturais, sociais e econômicos,
principalmente quando se diz respeito a África, pelo fato do continente ser o
mais afetado pela seca.

No Brasil, as áreas consideradas em processo de desertificação, de


acordo com o conceito aceito pelas Nações Unidas são aquelas englobadas
pelo trópico semiárido, ou seja, oito estados do Nordeste e no norte de Minas
Gerais. Assim, outras áreas do Brasil, como a região de Alegrete, no Rio
Grande do Sul, não se enquadram na denominação de áreas em
desertificação, no entanto estão submetidas a fortes processos erosivos e
apresentam um contexto grave de deterioração ambiental (BRASIL, 2017).
Dessa forma, o processo de arenização para Verdum e Suertegaray (2008)
refere-se ao

retrabalhamento de depósitos areníticos (pouco consolidados) ou


arenosos (não consolidados) que promove nessas áreas dificuldade
de fixar a vegetação, devido à constante mobilidade dos sedimentos.
O retrabalhamento desses depósitos, no caso de formações
superficiais, provavelmente quaternárias, resultou de uma dinâmica
morfogenética onde os processos hídricos superficiais,
particularmente o escoamento concentrado do tipo ravina ou
voçoroca, associados a chuvas torrenciais, expõe, transporta e
deposita areia, dando origem à formação de areais que, em contato
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com o vento, tendem a uma constante remoção (VERDUM e


SUERTEGARAY, 2008, SUERTEGARAY 2011).

Parte-se do princípio, como hipótese, que os areais possuem origem


associada às dinâmicas naturais e que foram ou podem ser originados,
também, a partir das intervenções humanas. O termo arenização é uma
derivação de areal, o processo de arenização é entendido como o
retrabalhamento de depósitos poucos ou não consolidados, onde os processos
hídricos superficiais como ravinas ou voçorocas contribuem para a origem dos
areais, que quando entram em contato com o vento transportam e depositam a
areia. (SUERTEGARAY, et. al 2005).
As espécies vegetacionais existentes na região são adaptadas as
condições ambientais locais, e existe um mito bastante propagado, no qual
afirma que o reflorestamento, principalmente com bosques de eucaliptos,
contribuiria para reduzir os processos erosivos e que corroboraria com a
recuperação dos areais, fato este que desconsidera as pesquisas realizadas ao
longo das décadas nesta região (MENEZES e DUTRA, 2018).
Os areais são considerados decorrentes da natureza em sua origem,
mas a intervenção humana pode intensificar este processo. Deste modo, a
arenização refere-se a uma área de degradação de clima úmido, a dinâmica
dos processos implicados decorre da abundância de água no solo. Assim, a
explicação desta dinâmica interpreta a dinâmica natural dos areais, no qual os
estudos históricos e arqueológicos relatam a antiguidade do processo,
relaciona o clima com os processos hídricos em relação com o uso da terra e a
dinâmica geomorfológica local com a morfoestrutura, que desencadeia o início
da dinâmica da arenização. (SUERTEGARAY, et. al 2005).

2.3 SALINIZAÇÃO
Em suma, o processo de salinização ocorre basicamente pelo acúmulo
de sais solúveis e sódio trocável no complexo de troca do solo. A salinização é
mais susceptível de ocorrer em regiões áridas e semiáridas, com pouca
precipitação pluviométrica e intensa evapotranspiração, sendo esta natural,
chamada de salinização primária, quando os sais são provenientes das rochas
matrizes pelo processo de intemperismo e/ou deposição de sais dos oceanos
por conta das chuvas e ventos (Richards, 1954; Neumann, 1997; Ribeiro et al.,
1

2009; Munns, 2012). Entretanto, quando a elevação na concentração de sais


no solo é resultante de uma atividade antrópica, denomina-se como salinização
secundária, geralmente associada ao desmatamento, uso de adubos químicos,
sistemas de drenagem ineficientes, dentre outros (Williams, 1987; Neumann,
1997; Ribeiro et al., 2009, Munns, 2012).
Em relação a ocorrência do processo de salinização, entende-se que o
processo se dá pela evaporação da água (principal agente transportador) onde
sais resultantes dos minerais primários, encontrados nos solos e rochas, são
transportados e armazenados na superfície, acumulando-se na forma de
cristais à medida que essa água é evaporada ou consumida pelas culturas.
Devemos salientar que esses solos geralmente têm um menor grau de
intemperismo. Todavia, a ação antrópica intensifica esse efeito, principalmente
pelo padrão de qualidade da água de irrigação abaixo do recomendado ou
pelas práticas de manejo que não visam a conservação da capacidade
produtiva dos solos, como sistema de drenagem ineficiente, quantidade
inadequada de água e uso excessivos de fertilizantes com alto índice salino,
tais como cloreto de potássio, nitrato de amônia e formulações comerciais.
Outra consequência é a alta condutividade elétrica no solo (parâmetro
que serve para medir a quantidade de sal nas soluções), que aumenta seu
potencial osmótico e prejudica diretamente a vegetação, pois quanto mais
salino for o solo, maior será a energia gasta pela planta para absorver água e
com ela os demais elementos vitais, ou seja, quando a concentração de sais no
solo é superior ao da planta, a água proveniente dela se desloca para o local
mais concentrado ocasionando na sua desidratação.
O processo de intemperismo, anteriormente citado, é a fonte principal e
direta de todos os sais solúveis no solo, mas raramente tem-se verificado
acúmulo de quantidades suficientes através deste processo de salinização
primária (Gheyi 2000). Em sua maioria, a salinização ocorre de forma
secundária, devido à irrigação e ou à presença de lençol freático próximo à
superfície (Averys e Westcot, 1991). Irrigação é uma prática muito utilizada no
semiárido para manter as produções agrícolas, embora atinja uma proporção
pequena da região (Sampaio e Sampaio, 2004). Fazendo uma estimativa das
áreas irrigadas no nordeste, Sampaio e Sampaio (2004) concluíram que
1

1) no semi-árido, em 1991, eram irrigados 300x10³ ha; 2) na bacia


do São Francisco poderiam ser irrigados mais 600x10³ ha; 3) nas
outras bacias do semi-árido, com a disponibilidade atual, mais
254x10³ ha e com o potencial máximo, mais 1673x10³ ha; 4) com
o potencial total das águas subterrâneas mais 926x10³ ha; e 5) o
total mais disponível seriam 1154x10³ ha e o potencial máximo
3499x10³ ha. Concluíram também que esse total e o potencial
correspondem a 1,5 e 4,4% do semiárido, na delimitação de
Souza et al. (1994) e a proporções menores nas delimitações
anteriores mais usuais (SUDENE 1997).

Ademais, a salinização dos solos apresenta impactos ambientais e


econômicos, visto que reduz a produção agrícola, causa abandono da área
afetada, trazendo consequentemente prejuízos à economia regional. A FAO
estima que, globalmente, a área de solos salinos foi de 397 milhões de
hectares para 434 milhões de hectares. De 230 milhões de hectares de terras
irrigadas, 45 milhões (19,5%) são de solos afetados por sais.

Figura 2: Distribuição de solos salinos em várias partes do mundo.

Fonte: Lal et al. (1989)

Ao que diz respeito das taxas de salinização presentes no Brasil,


aproximadamente 25% das áreas irrigadas foram salinizadas e ocorrem no Rio
Grande do Sul, na região do Pantanal mato-grossense e principalmente na
região semiárida do nordeste (Ribeiro et al., 2003), devido à natureza dos
solos, ao déficit de água e a elevada taxa de evaporação, segundo o G1 2013,
cerca de 30% dessa área foi afetada por esse fenômeno. No estado do Paraná,
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a presença de salinidade é pouco expressiva, sendo que sua maior ocorrência


é nas regiões de manguezais.

2.5 MINERALIZAÇÃO
A respeito da mineralização, podemos esclarecer que existe uma grande
carência de informações sobre a taxa de mineralização de resíduos orgânicos
aplicados no solo, em campo, notadamente no que se refere às condições
edafoclimáticas brasileiras. Dessa forma, estudos relacionados ao assunto
assumem grande importância, visando-se estabelecer critérios e práticas
tecnicamente adequados para se resguardar, além do atendimento das
necessidades nutricionais das culturas, da qualidade do solo e dos mananciais
de água superficial e subterrânea, em áreas de disposição final desses
resíduos (Paula et al., 2013).
A degradação biológica consiste no processo final no qual há uma
intensa diminuição da capacidade de produção de biomassa vegetal e é
provocada, primariamente, pela degradação dos solos, ocasionada por
diferentes processos que conduzem à perda de nutrientes e de matéria
orgânica, e ao aumento da acidez ou da compactação. É nessa fase que os
processos erosivos se tornam evidentes (Wadt et al., 2003).
Há evidências de que os processos erosivos sejam fortes mesmo em
áreas de pastagens, o que pode ser constatado pela formação de sulcos e,
principalmente, pela alteração da textura do solo nas camadas mais
superficiais, em relação às áreas próximas cobertas com vegetação natural
(Salimon, 2003).
A erosão é o principal processo que remove os nutrientes depositados
no solo logo após a queima da floresta, conduzindo-o à degradação biológica
em poucos anos. As perdas de solo e água pela erosão são especialmente
intensas nas condições de alta pluviosidade que predomina em toda a Região
Amazônica Os processos erosivos são intensificados pela exposição direta do
solo ao contato com a água da chuva e pela mineralização da biomassa
vegetal logo após o uso do fogo para a limpeza das áreas. Por esse motivo,
evitar o uso do fogo no manejo de pastagens e áreas cultivadas é fundamental
para diminuir a intensidade dos processos erosivos (Paula et al., 2013).
1

A perda de nutrientes é especialmente crítica para o fósforo, um


elemento importante para as plantas e que se encontra em baixas reservas nos
solos. Nos sistemas naturais, a maior parte do fósforo mais rapidamente
disponível para as plantas está retirada na biomassa vegetal e, no processo de
derrubada e queima, esse nutriente é incorporado às cinzas, atuando como
principal responsável pelos melhores índices de produtividade nos primeiros
anos após a derrubada (ibidem).
As perdas provocadas pela erosão dependem de dois processos
principais:
a) Exposição ao solo ao contato direto com as gotas de chuva;
b) enxurrada.
Por esse motivo, as práticas conservacionistas, que visam diminuir a
intensidade dos processos de erosão, fundamentam-se na manutenção da
cobertura do solo e na construção de terraços. É de suma importância ressaltar
que essas práticas não eliminam a necessidade de adubação, já que as perdas
de nutrientes não cessam completamente, ocorrendo também por meio dos
produtos agrícolas ou animais (Paula et al., 2013).
Vários são os prejuízos causados pela erosão, tanto para o homem
quanto para o meio ambiente. Juntamente com o arraste das partículas
minerais e orgânicas do solo há o transporte, para fora da área de cultivo, de
nutrientes, sementes, defensivos agrícolas, entre outros, os quais, além de
representarem um prejuízo à produção agropecuária, podem causar também a
contaminação dos recursos hídricos. Com isso, os custos de produção são
aumentados, devido à maior necessidade de fertilizantes e corretivos, além de
reduzir o rendimento operacional das máquinas. Não obstante, a qualidade e
disponibilidade de água para o consumo humano e animal também podem ser
afetadas pela erosão do solo. Isso se deve à poluição e assoreamento dos
mananciais, o que pode provocar enchentes nos períodos mais chuvosos e
escassez de água nos períodos mais secos (Universidade Federal de Santa
Maria, 2010).
1

3. CONCLUSÃO
De acordo com o observado no presente trabalho, é notável observamos
as características acerca dos tipos de degradação do solo, no qual foram
citados em subtópicos. Ademais, é notória a conscientização no que se diz
respeito às práticas que evitem a degradação no meio e a preocupação real
com os impactos adversos da degradação dos solos, relacionando diretamente
a fonte de sustento de parte da população mundial, a qual inicia-se pelo
desmatamento e pela substituição da vegetação nativa por outra cultivada e de
porte diferente, acarretando mudanças biológicas e estruturais a natureza.
Medidas como terraceamento, adubação verde e manutenção da atividade
microbiana do solo são tópicos a serem discutidos sobre técnicas de
conservação do solo.
1

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Maria do Carmo Oliveira Jorge) – ACHEI NO GOOGLE ACADEMICO
(Copyright consta como de 2013, RJ)
https://www.vidarural.pt/wp-content/uploads/sites/5/2017/07/aqui-1.pdf
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