Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

Lua De Oliveira Monteiro

A CHINA AVANÇA NA ELIMINAÇÃO DO CONTROLE TOTAL DE NATALIDADE.


ATIVIDADE FINAL- PPCC

FLORIANÓPOLIS,SC
2022
Neste trabalho procuro responder e indagar o leitor a pensar sobre a China após a sua famosa
"política do filho único" através de conhecimentos adquiridos a partir do estudo sobre
demografia com a ajuda da reportagem postada no El País Brasil no dia 24 de janeiro de 2019
, "China avança na eliminação do controle total de natalidade”.
No fim dos anos 1970, à medida que a população chinesa se aproximava de 1 bilhão de
habitantes, o governo começou a se preocupar com o impacto que esse crescimento
demográfico teria sobre os seus planos de crescimento econômicos. Então em 1979, a China
introduziu uma controversa política de natalidade para conter o avanço populacional, o país
proibiu que as famílias tivessem mais de um filho e quem descomprisse essa severa regra
poderia sofrer com consequências como: perder o emprego ou ser multado. Alem disso essa
politica instaurou um crescente aumento de abortos e esterilizacoes forcadas.
Culturalmente desde os tempos feudais existe na China, uma valorização na preferência
homens pela tradição confuciana são eles os responsáveis por cuidar dos pais quando
estiverem idosos, de possibilitar um enterro digno e de sobre seus túmulos fazer as oferendas
para a vida após a morte. Também apenas o filho homem é o herdeiro de todos os bens
familiares. A menina pelo outro lado é destinada a se casar e pouco importa, com quem ela se
casa e como será o tratamento. Em um tradicional adágio chinês se exemplifica o que deveria
ser o comportamento ideal de uma mulher chinesa: “quando criança, a menina deve obedecer
aos pais; quando jovem, a mulher ao seu marido; quando anciã, aos seus filhos”. Embora esse
fragmento fosse antiqüíssimo, ele ainda ressoava na mentalidade chinesa."Na China os
homens têm mais foco nos seus trabalhos e as mulheres na família. É uma tradição cultural e é
preciso muito tempo para formar uma mentalidade nova", reconheceu Wen Wen Lei,
vice-presidente da Federação de Mulheres de Xangai.
Historicamente, essa valorização de homens fez com que diversas bebês fossem abandonadas
ou deixadas em orfanatos, isso sem falar nos abortos seletivos e até nos infanticidios,inclusive
o que levou o governo chinês a proibir, em 1986, que os médicos revelassem o sexo dos bebês
aos pais após os exames pré-natais. Assim foi se criando um desequilíbrio de gênero no país
como resultado, a proporção de sexos ao nascer aumentou de forma constante, chegando a
cerca de 121 meninos para 100 meninas em 2009. De acordo com o recente censo
populacional, essa proporção caiu para 111,3 meninos para cada 100 meninas — mais
equilibrado do que antes, mas mesmo assim significativamente maior do que seria na ausência
de abortos seletivos.
Com a política do filho único se buscava reduzir a velocidade do crescimento demográfico, e
foi um sucesso pelo menos nos primeiros anos, mas após alguns estudos se sugere que a
manutenção de uma taxa de natalidade baixa ao longo prazo tem mais a ver com o
desenvolvimento econômico e social. Um exemplo que pode ser citado é o crescente avanço
das mulheres no mercado de trabalho, se antes a China tinha um cenário de crescimento
radical da população, agora pode estar diante de um fenômeno oposto, mais acelerado do que
se esperava . Segundo estimativas, ¼ da população chinesa vai ter mais de 65 anos em 2050.

Isso torna-se um problema já que a taxa de fecundidade do país é uma das mais baixas do
mundo com o índice de 1,3 filhos por mulher em idade reprodutiva. Abaixo da taxa ideal de
2,1 filhos por mulher.

Os números do censo de 2020 confirmam a tendência que já se observava há anos, tanto que
em 2016 o governo chines anunciou o fim da política do filho único.
O problema é que essa mudança radical não teve o efeito que se buscava, ainda que os
nascimentos tenham de fato aumentado nos primeiros anos após a abolição da política, o
crescimento não se sustentou depois.
É por isso que o presidente anunciou uma flexibilidade, onde as famílias poderão ter até três
filhos. Essa flexibilização gerou certo alvoroço tendo em vista que com a reforma recente de
dois filhos não gerou nenhum impacto porque a com a flexibilização teria? Quem na China
teria três filhos?
Discussões sobre por que a taxa de fecundidade chinesa não aumenta podem se levantar
pontos como a falta de medidas de apoio às famílias "A relutância das pessoas não está no
processo de ter os filhos em si, mas no que vem depois", diz Mu.
Segundo ela, para as pessoas que moram na cidade a valorização do crescimento pessoal está
cada vez maior, não é mais aquele conceito velho de casar e ter filhos.
Seguindo ainda a convenção de gênero do país, espera-se que a mulher tenha um papel
predominante na criação de filhos. Com cada vez mais a inserção da mulher no mercado de
trabalho a vontade de ser bem sucedidas ,pode cada vez mais distanciar essa mulheres da
maternidade.
Segundo pesquisadores e em entrevistas com jovens casais chineses, relata que é difícil
encontrar quem queira formar familiares maiores, com várias gerações de chineses que já
vivem sem irmãos e que estão acostumados a ter famílias pequenas. Outros argumento que é
utlizado é que é preferível utilizar todos seus esforços para a criação de um filho único do que
dividir sua renda entre vários. Já que o custo de vida para a sociedade chinesa está caro.
E isso causa alguns problemas, além do desequilíbrio de gênero comentado acima, causando
problemas no mundo dos casamentos o outro fator que podemos citar como um problema é a
mudança de atitude nas zonas urbanas, já que nas áreas rurais a tradição e o desejo de possuir
famílias maiores continua, mas o mesmo não acontece nas grandes cidades.
O que o censo de 2020, deixa claro que embora em geral a população tenha crescido, o ritmo
dessa aumento foi o mais lento em décadas assim as autoridades chinesas temem que o país
tenha de enfrentar uma diminuição da população antes do que se espera .

A política do filho único pode ser entendida, até certo ponto, como um sucesso do governo
chinês no planejamento. Por duas décadas, representou ganhos econômicos reais,
transformando a qualidade de vida geral de todos os chineses.
Mas o problema que a China está passando é relacionado com o índice de crescimento
populacional no qual, estes chineses apresentam um grande nível de envelhecimento, assim o
governo sofre diretamente com os gastos da previdência social e saúde. Como resultado, a
pirâmide social sofre com uma lacuna entre as populações atendidas pelo sistema
previdenciário e as forças positivas que sustentam as contribuições previdenciárias. Uma
solução para reequilibrar o sistema mais uma vez é restaurar os antigos costumes chineses. A
tradição pré-comunista sustentava que era dever de seus filhos sustentar os pais.
A responsabilidade recairia totalmente ao filho único de cuidar e manter o seus pais,
desvinculado o estado dessa obrigação. Como se pode imaginar esta situação se agrava em
uma problemática: como os filhos poderiam apoiar seus pais, já que sendo filho único e tendo
sua própria família para cuidar?
A resposta é complicada, já que se for pensar, a maioria dos trabalhadores é formada por
filhos únicos. Esses filhos teriam obrigação de auxiliar financeiramente seus pais.
Além da situação ser completamente injusta, o problema maior encontra-se quando esse filho
é homem ele torna-se responsável por seus pais e por seu filho. No entanto, se a esposa não
trabalhar, o fardo se torna maior, pois ela terá que sustentar os sogros. O sistema público de
abrigo, embora considerado eficiente, é escasso e cobra taxas diferenciadas para o cuidado do
idoso, o que pode representar um grande ônus na renda familiar.
Como citado, com a estrutura de idades invertida, com mais idosos do que jovens, diminuirá o
equilíbrio de mais contribuintes do que pensionistas. Assim como consequência, poderia
desacelerar a crescente economia do gigante asiatico e indiretamente afetar o resto do mundo.
Com o estudo da geografia da população, pude estabelecer melhores conjunturas para discutir
esse tema tão importante na sociedade atual, onde no aprofundamento do estudo da
demografia e das relações internas do país, se desenvolve esse texto.

Referências:
BUENO, André. O futuro pertencerá às crianças?
BBC. China: por que as chinesas não querem engravidar apesar do fim da política do
filho único. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-
57246154#:~text=Especialistas%20 afirmam%20que%20 tamb%C3%A9m%20 faltam.
aumento%20do%20custo%20de%20vida… Acesso em: 19 jul. 2022.

EXAME.COM. A China tem muito mais homens que mulheres. Qual o efeito
econômicodisso?Disponívelem:https://exame.com/revista-exame/genero-e-economia-na-chin
a/. Acesso em: 19 jul. 2022.

MUNDO VESTIBULAR. China e a Política do Filho Único


Fonte:https://www.mundovestibular.com.br/articles/9333/1/china-e-a-politica-do-filho-unico/.
Disponívelem:https://www.mundovestibular.com.br/articles/9333/1/china-e-a-politica-do-filh
o-unico/. Acesso em: 19 jul. 2022.

Você também pode gostar