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MIGRAÇÕES

MIGRAÇÕES
GEOGRAFIA - SLIDE 033
PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO
MIGRAÇÕES

O fenômeno migratório, ou seja, o deslocamento de pessoas


entre países, cidades ou regiões é muito antigo e complexo, pois
envolve populações de diversos lugares, níveis sociais e culturais,
etc.
As migrações, ou movimentos horizontais da população, são
consideradas internacionais, quando grupos populacionais se
deslocam de um país para outro, e internas, quando ocorrem
dentro do próprio país. As migrações apresentam dois lados
complementares: a emigração (saída de pessoas de um país) e a
imigração (entrada de pessoas em um país).
MIGRAÇÕES

Assim, um brasileiro que migra para a Europa é considerado


emigrante para os brasileiros e um imigrante para os europeus.
Emigrantes, portanto, são as pessoas que saem de seu país para
tentar uma nova vida no exterior, e imigrantes são estrangeiros que
residem em outro país.
As migrações contemporâneas ocorrem devido a diversas causas,
muitas vezes complementares. Grupos humanos migram devido a
perseguições religiosas, étnicas ou político-ideológicas, a guerras,
a causas naturais, como a seca, etc. Entretanto, na atualidade,
predominam as causas econômicas, entre elas, a busca por
emprego, melhores salários e melhores condições de vida.
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS
A demanda por mão de obra sem qualificação fez com que até
a década de 1970 muitos países estimulassem a imigração. Mais
tarde, após a estabilização da economia no Pós-Guerra, na
década de 1990, muitos países, visando à restrição da entrada de
imigrantes, passaram a estabelecer regras rígidas para dificultar e
coibir a entrada de estrangeiros e, além disso, intensificaram a
vigilância nas fronteiras.Como forma de dificultar e até de impedir
a entrada de imigrantes, muitos países têm tornado as fronteiras
cada vez mais militarizadas, construindo muros e investindo na
instalação de dispositivos de segurança que contam com altíssima
tecnologia, campos minados, vigilância térmica, eletrônica e
policial.
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS

Foi justamente buscando solucionar o problema da entrada


ilegal de imigrantes que os EUA iniciaram a construção do muro de
Tijuana, que separa o México dos Estados Unidos, já que essa área
é considerada por analistas o maior corredor de imigração do
mundo. Um outro muro segregacional foi construído na região de
Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis situados no Marrocos,
buscando cessar a emigração de africanos em direção a Europa,
utilizando como rota de fuga o estreito de Gibraltar. É preciso
ressaltar que existem, também, muros flutantes, ou seja,
representados por unidades navais que patrulham o sul da Europa.
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS

Há ainda outros muros criados dentro de fronteiras nacionais que


buscam, muitas vezes, segregar ricos e pobres, como o muro de
San Isidro, na Argentina, ou mesmo o polêmico muro do Morro de
Santa Marta, no Rio de Janeiro, que embora o governo alegue se
tratar de uma barreira para conter a degradação ambiental,
“ecomuro”, é visto por muitos analistas como uma tentativa de
cercar a pobreza. Outra modalidade de migração que, embora
seja menos discutida na mídia e em outros veículos de
comunicação, ocorre com bastante frequência é a migração Sul-
Sul, ou seja, aquela que se refere ao deslocamento de pessoas
entre países em desenvolvimento.
MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS

De acordo com estimativas do Banco Mundial, dois em cada


cinco imigrantes vivem atualmente em uma nação em
desenvolvimento. Situações de conflitos, desastres étnicos,
proximidade geográfica, melhor situação financeira, entre outros,
são alguns dos fatores motivadores desse tipo de movimento
populacional.
OS REFUGIADOS E SEUS DRAMAS
De acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (ACNUR) de 2008, existem no mundo cerca de
42 milhões de refugiados que procuram por abrigo em outras
nações, devido a conflitos, guerras civis, perseguições políticas,
religiosas ou étnicas. Hoje, uma nova modalidade de refugiados
começa a se delinear, os denominados refugiados ambientais. Se
o aquecimento global e os impactos ambientais que ele gera
continuarem na velocidade atual, as catástrofes naturais, a
desertificação e o aumento do nível do mar serão responsáveis
por uma grande crise ambiental e climática, que tornará
inevitável o deslocamento de milhares de pessoas buscando a
sobrevivência.
OS REFUGIADOS E SEUS DRAMAS
Nesse contexto, Tuvalu e Kiribati (Pacífico Sul) encontram-se em
estado de alerta, pois correm o risco de desaparecer do mapa em
algumas décadas. As marés na região têm se tornado cada vez
mais altas, invadindo diversas casas e terrenos; muitas poças de
água têm surgido aleatoriamente; e os solos têm se tornado cada
vez mais salinos.
Por isso, durante a Conferência do Clima, em Copenhague
(2009), Kiribati e outros países insulares também ameaçados, como
Maldivas e Tuvalu, organizaram-se para pressionar os países
industrializados a diminuir suas emissões de CO2, porém não
tiveram êxito.
OS REFUGIADOS E SEUS DRAMAS

Vários governos possuem planos de emergência para o


deslocamento de pessoas das áreas comprometidas, entretanto,
países como Austrália e Nova Zelândia já deixaram claro que irão
restringir o ingresso.
MIGRAÇÕES INTERNAS
São aquelas realizadas dentro dos limites territoriais de um país.
Esse tipo de migração sempre ocorreu com grande intensidade no
Brasil e no mundo. Geralmente, é causada pelos desequilíbrios
regionais do país, tornando algumas áreas polos de atração e
outras polos de repulsão. As migrações internas podem ser de
diversos tipos:

1) Êxodo rural;
2) Transumância ou migração sazonal;
3) Migração pendular
MIGRAÇÕES INTERNAS
Êxodo rural: consiste na saída de pessoas do campo para morar
na cidade, onde supostamente encontrarão melhores
oportunidades. Esse deslocamento é causado por vários motivos,
entre eles: a concentração fundiária; a mecanização do campo;
os baixos salários; e o fascínio urbano, ou seja, a grande atração
que as cidades exercem sobre o homem do campo, que é iludido
pela mídia, a qual mostra a cidade como um local que pode
solucionar seus problemas econômicos e sociais. Esse tipo de
migração traz graves consequências para as regiões urbanas,
como o crescimento desordenado, o aumento dos índices de
desemprego e subemprego, a violência urbana, o favelamento,
entre outros.
MIGRAÇÕES INTERNAS
Transumância ou migração sazonal: são deslocamentos
temporários ou periódicos de uma determinada população de
uma região para outra. No Brasil, há duas migrações sazonais que
merecem destaque:
• a do sertanejo que, no auge da seca, migra para a Zona da Mata do
Nordeste brasileiro para trabalhar com a colheita da cana-de-açúcar,
ou com turismo, ou em alguma atividade informal, ou migra para a
Mata dos Cocais, onde trabalha na colheita da carnaúba,
retornando na época das chuvas para cultivar sua própria terra.
• a do pantaneiro, que na época da cheia do Pantanal Mato-
grossense leva seu gado para as regiões mais elevadas, retornando
após o período. 

MIGRAÇÕES INTERNAS

Migração pendular: corresponde aos movimentos diários que


ocorrem no sentido periferia-centro-periferia nas grandes cidades,
principalmente em volta das metrópoles, com inúmeras pessoas
que moram distante de seu trabalho, saindo de casa pela manhã
para trabalhar e / ou estudar e retornando à tarde ou à noite. Essa
migração envolve milhões de pessoas nos grandes centros
urbanos de todo o mundo. Esse tipo de deslocamento pode
resultar no desenvolvimento de cidades-dormitórios, que são locais
em que os habitantes saem cedo e retornam, quase sempre, para
dormir.
MIGRAÇÕES INTER-REGIONAIS
As migrações inter-regionais são aquelas realizadas de uma
região para outra. Normalmente, a região de origem é aquela em
que o desenvolvimento econômico é menor, sendo que as
migrações ocorrem com destino às regiões mais desenvolvidas,
pois oferecem maior oferta de empregos.
No cenário nacional, ao longo do tempo (veja os mapas a seguir),
podemos caracterizar três regiões quanto às migrações internas:
1) Nordeste
2) Sudeste
3) Centro-Oeste
MIGRAÇÕES INTER-REGIONAIS
Nordeste: região tipicamente emigratória devido à miséria
gerada pela seca, à má distribuição de renda e, também, ao
contexto histórico e político, pois no Nordeste estabeleceu-se um
contraste muito grande entre as classes sociais.
• Nordestinos e paulistas migraram para Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso, no século XVIII, devido à mineração.
• Nordestinos e mineiros migraram para São Paulo e Paraná, na
segunda metade do século XIX e início do século XX, devido à
cultura do café.
• Nordestinos migraram para a Amazônia, no final do século XIX e
início do século XX, no auge do ciclo da borracha. 

MIGRAÇÕES INTER-REGIONAIS

Sudeste: região imigratória. A cultura do café, a industrialização e


o rápido desenvolvimento, principalmente de São Paulo,
contribuíram decisivamente para essa condição.

• A partir de 1920 e intensificando a partir de 1940, São Paulo e Rio


de Janeiro atraíram nordestinos e mineiros devido ao surto de
industrialização e construção civil.

MIGRAÇÕES INTER-REGIONAIS

Centro-Oeste: a região Centro-Oeste passou a figurar como área


de imigração, a partir da construção de Brasília e do avanço da
fronteira agrícola.

• Projetos de colonização e de construção de rodovias atraíram


nordestinos para a região Centro-Oeste nas décadas de 1940 e 1950.
• Agricultores do Sul do país migraram para o Centro-Oeste,
modificando o espaço geográfico com a implantação de grandes
lavouras, a partir de 1970.

IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

Até 1808, a imigração para o Brasil era muito restrita, exceto para
cidadãos portugueses. Portanto, em linhas gerais, considera-se
que as pessoas que entraram no Brasil até esse ano, o mesmo da
chegada da Família Real, eram colonizadores. A partir de então,
as pessoas que entraram no Brasil foram consideradas imigrantes.
Com a independência, Brasil Império, a imigração para o Brasil foi
liberada e incentivada, tornando-se significativa. Visando a obter
mão de obra para as atividades econômicas, foram adotadas
algumas políticas de estímulo à imigração.
IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

A partir de 1850, alguns fatores contribuíram para a


intensificação da imigração:
• a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro a partir de
1850;
• a expansão da cafeicultura (trabalho assalariado);
• os incentivos governamentais (custeio das despesas como
transporte do imigrante) e particulares (os fazendeiros assumiam as
despesas do primeiro ano de trabalho do imigrante);
• implantação de diversas leis abolicionistas, culminando com a
abolição da escravidão. 

IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

A maior parte dos imigrantes chegou ao Brasil entre 1830 e 1934,


entrando no país cerca de 5 milhões de imigrantes, grande parte
italianos (a Itália vivia sob uma crise econômica e guerras internas
pela Unificação).
A crise cafeeira, a Crise de 1929, a Revolução de 1930 e a criação
das Leis de Cotas da Imigração contribuíram para o declínio
progressivo da imigração para o Brasil após 1934. Até 1980, o país
recebeu 5,5 milhões de imigrantes. Grande parte trabalhou na
agricultura nos estados do Sul e São Paulo.

IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

O Brasil possui, na atualidade, características que o tornam mais


emigratório do que imigratório, apesar de o saldo migratório do
país car muito próximo de zero. Como motivos principais para a
saída de brasileiros do país pode-se citar as questões econômicas,
relativas aos baixos salários pagos, em comparação aos salários
pagos no exterior, e a fuga da escalada de violência existente no
país.
O fato é que existem milhões de brasileiros vivendo no exterior,
conforme se pode perceber no mapa do próximo slide.


IMIGRAÇÃO PARA O BRASIL

Salienta-se a questão dos dekasseguis ( filhos e netos de


imigrantes japoneses), que nas décadas de 1980 e 1990 tentaram
um retorno ao Japão em busca de maior renda e novas
oportunidades, e dos brasiguaios (desde sem-terra a grandes
proprietários, principalmente paranaenses e catarinenses), que
vivem na área de fronteira com o Paraguai, ambos levados por
vantagens de custeio daquele país, o que provocou sentimentos
nacionalistas e xenófobos entre os paraguaios e os brasileiros.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

LUCCI, Elian Alabi [et.al]. Território e Sociedade no mundo globalizado.


Volume 1. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
MACEDO, Mara Rubinger [et.al] Geografia. Volume 1 e 2. São Paulo:
Editora Bernoulli

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