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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
FISIOTERAPIA DO TRABALHO

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
FISIOTERAPIA DO TRABALHO

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências
Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 O QUE É SAÚDE?
1.1 O QUE É DOENÇA?
1.2 O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
1.2.1 Histórico
1.2.2 Diretrizes
1.2.3 Principais Desafios
1.3 NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
1.4 O QUE É GESTÃO EM SAÚDE
1.5 POLITÍCAS DO GOVERNO BRASILEIRO PARA SAÚDE DO
TRABALHADOR
1.6 LEGISLAÇÃO – PRINCIPAIS NORMAS REGULAMENTADORAS
1.6.1 O que são as NRs?

MÓDULO II
2. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
2.1 PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
2.1.1 A Revolução Industrial
2.2 O CORPO E O TRABALHO
2.3 A RELAÇÃO ENTRE SAÚDE E ESTILO DE VIDA
2.4 A SAÚDE DO TRABALHADOR
2.4.1 As doenças ocupacionais
2.4.2 O Brasil e as doenças ocupacionais
2.4.3 Prevenção de doenças ocupacionais

2.4.4 Protocolo de tratamento fisioterapêutico para as principais doenças


ocupacionais
2.5 ACIDENTES DE TRABALHO
2.6 EPI – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

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MÓDULO III
3 COMO TER MOTIVAÇÃO NO TRABALHO
3.1 EXEMPLOS DE PROGRAMAS QUE MELHORAM A QUALIDADE DE
VIDA DO TRABALHADOR
3.2 GINÁSTICA LABORAL
3.2.1 Conceitos, definições e objetivos
3.2.2 Resultados
3.3 FISIOTERAPIA APLICADA À SAÚDE DO TRABALHADOR
3.4 INTRODUÇÃO À FISIOTERAPIA DO TRABALHO
3.4.1 Atuação do fisioterapeuta na prevenção de lesões ocupacionais
3.4.2 Fisioterapia do Trabalho
3.5 PERÍCIA E ASSISTÊNCIA TRABALHISTA: ABORDAGEM
FISIOTERAPEUTICA
3.6 ANTROPOMETRIA E BIOMECÂNICA
3.6.1 Biomecânica
3.6.2 Antropometria
3.7 FERRAMENTAS E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ERGONÔMICA
3.7.1 O método RULA
3.7.2 O método OWAS
3.7.3 O método REBA
3.7.4 O método Strain Index

MÓDULO IV
4 O QUE É ERGONOMIA
4.1 ERGONOMIA NO TRABALHO
4.1.1 Macroergonomia
4.1.2 O que é NR17
4.2 O QUE É BIOSSEGURANÇA?

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4.3 ÉTICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR
4.4 PROMOÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR
4.5 PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHOR

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 O QUE É SAÚDE

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como uma


situação de perfeito bem-estar físico, mental e social, e não apenas pela ausência
de doença. (SEGRE, 1997).
A saúde de uma pessoa pode ser determinada pela genética, ambiente
físico, econômico ou social, hábitos de alimentação (FIGURA 1) e outros
comportamentos realizados pelo indivíduo, que podem lhe trazer benefícios ou
prejudicá-lo. (SIGNIFICADOS, 2014).

FIGURA 1 – HÁBITOS ALIMENTARES

FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-


image.php?image=17402&picture=macas-verdes&large=1#>. Acesso em: 10 març.
2014.

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Ter uma boa saúde sempre está ligado com a qualidade de vida
das pessoas, como por exemplo, uma alimentação correta e balanceada, a
prática de exercícios físicos, estar bem emocionalmente etc. Sendo assim,
pode ser dizer que infelizmente pessoas que estão expostas às condições
precárias, como falta de saneamento básico, assistência médica,
alimentação de qualidade, água potável, entre outros, acabam tendo sua
saúde afetada.
As Ciências da Saúde tem o objetivo de formar profissionais que
pratiquem a prevenção de doenças e promovam o bem-estar da população.
Algumas profissões que se encaixam nesse quesito são: Fisioterapia,
Medicina, Enfermagem, Nutrição, Odontologia, Psicologia, entre outras.
(SIGNNIFICADOS, 2014)

1.1 O QUE É DOENÇA

Doença são sinais e sintomas que afetam um indivíduo alterando


seu estado de saúde (FIGURA 2). Pode caracterizar-se como ausência de
saúde, provocando distúrbios das funções físicas e mentais e que podem ser
causados por fatores do ambiente onde a pessoa vive ou por fatores do
próprio organismo do individuo. (SIGNIFICADOS, 2014).

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FIGURA 2 – DOENÇA

FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-


image.php?image=24312&picture=comprimidos-medicos&large=1 >. Acesso em 10 març.
2014.

Na antiguidade acreditava-se que as doenças poderiam ser causadas por


elementos naturais e sobrenaturais, pois nessa época a compreensão das doenças
seguia uma filosofia religiosa (FIGURA 3). No entanto, com o início das epidemias,
passa-se a pensar na ideia de contágio entre os homens por conjugação dos astros,
envenenamento das águas pelos leprosos, judeus ou por bruxaria. No
Renascimento, com a origem das ciências básicas, surgia a necessidade de
descobrir o que realmente causava os contágios.
Na cultura ocidental, a saúde e a doença mostram diferentes realidades.
A doença compreende a análise estrutural do corpo, com fundamentos na
anatomopatologia. No século XX os fatores que causavam as doenças eram
relacionados ao agente etiológico, hospedeiro e ao meio ambiente, ainda nesse
século, os fatores psíquicos também foram considerados como fatores de doenças.
(BACKES, 2009).

FIGURA 3 – FILOSOFIA RELIGIOSA

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FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-
image.php?image=11754&picture=oracao&large=1>. Acesso em 02 abril. 2014.

1.2 O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

O Sistema único de Saúde (SUS) é um novo sistema de saúde,


estabelecido pela Constituição de 1988 e ainda encontra-se em construção. Ele
recebeu o nome de Sistema Único, pois segue a mesma doutrina e princípios
organizativos em todo território nacional, sendo responsabilidade das três esferas:
governo federal, estadual e municipal. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).

Segundo o Ministério da Saúde (1990), o SUS apresenta os seguintes


princípios doutrinários:

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 Universalidade: garantia de acesso à saúde por todos os cidadãos;
(FIGURA 4).

 Equidade: Assegurar ações a todos os níveis de acordo com a


complexidade que cada caso requeira;

 Integralidade: Atendimento integral de forma biopsicossocial de modo a


proteger, promover e recuperar a saúde.

FIGURA 4 – UNIVERSALIDADE

FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-


image.php?image=49090&picture=pessoas&large=1>. Acesso em 10 març. 2014.

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O SUS é regido pelos princípios da Regionalização e hierarquização, ou
seja, os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica
crescentes, o acesso da população deve ser através dos serviços de nível primário,
os demais deverão ser referenciados aos serviços de maior complexidade
tecnológica. A resolubilidade é a exigência de que quando um indivíduo busca o
atendimento ou quando ocorrer um problema coletivo, o serviço esteja capacitado
para enfrenta-lo, e a descentralização é uma redistribuição das responsabilidades
entre os vários níveis de governo.

A participação dos cidadãos é importante para que a população participe


das formulações das politicas de saúde, seu controle e execução, essa participação
se dá através dos Conselhos de Saúde. A complementariedade do setor privado
ocorre somente quando: o contrato seja de interesse público, a instituição privada
deve estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS e a
integração dos serviços privados deverão ser da mesma lógica organizativa do SUS,
tendo preferência os serviços não lucrativos, conforme determina a constituição.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).

1..2.1 Histórico

Apesar da instituição do SUS ter ocorrido na Constituição Federal de


1988, suas origens tem início com a crise do modelo médico assistencial privativista
hegemônico (FIGURA 5), na segunda metade do século XX. As mudanças politicas
que aconteceram entre os anos de 1970 e 1980 deram fim a este modelo.
(CONASS, 2009).

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FIGURA 5 – MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL

FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-


image.php?image=57394&picture=mao-que-prende-um-estetoscopio&large=1>. Acesso em:
10 març. 2014.

Nos anos 1970 apareceram os primeiros projetos de medicina comunitária


e desenvolveram-se as primeiras experiências de municipalização da saúde. Nesse
tempo, foi gestado o Movimento da Reforma Sanitária. Ainda nos anos 1970
surgiram o Cebes (Centro Brasileiro de Estudos em Saúde) e a Abrasco (Associação
Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva). Em 1971, foi criado o Funrufal
(Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural), incorporando o
trabalhador rural no sistema de prestação de serviços. Em 1972 é iniciado um
projeto na cidade de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais com o objetivo de
buscar modelos de extensão de cobertura. (CONASS, 2009)

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Com o sucesso e aprendizado adquiridos nesse projeto piloto, fez-se em
1979 um programa nacional de atenção primária -Programa de Interiorização das
Ações de Saúde e Saneamento (Piass). (CONASS, 2009).

Em setembro de 1978, foi realizada em Alma-Ata a Conferência


Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde. No Brasil, com a crise da
Previdência Social no início dos anos 1980, surgiu o Conselho Consultivo da
administração de Saúde Previdenciária (Conasp). Em fevereiro de 1982, os
secretários estaduais de saúde criaram o Conselho Nacional de Secretários de
Saúde (CONASS), onde sua trajetória confunde-se com a do SUS, pois tem sido ato
importante na consolidação das políticas públicas em nosso país.

Em março de 1986 ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde. Nessa


conferência ocorreu um conjunto de trabalhos técnicos que ajudaram na elaboração
da Seção da Saúde da Constituição Federal de 1988.

Em 1987 foi implantado pelo Executivo Federal o Sistema Unificado e


Descentralizado de Saúde (Suds) que tentou incorporar em seu desenho a
universalidades, descentralização aos estados e a democratização das instâncias
gestoras. (CONASS, 2009).

No ano de 1988, surgiu o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de


Saúde (Conasems) que junto com o Ministério da Saúde o CONASS compõe a
Comissão Intergestores Tripartite (CIT), responsável pela gestão do SUS (CONASS,
2009).

1.2.2 Diretrizes

O SUS além de seus princípios, também apresenta suas diretrizes


organizativas, que tem como objetivo melhorar o funcionamento do sistema. São
elas: (RIBEIRO, 2014).

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 Descentralização;
 Regionalização;
 Hierarquização dos serviços;
 Participação comunitária.

A descentralização tinha como objetivo a municipalização dos serviços.


Assim para cada poder regional, haveria um responsável local, portanto sempre
quando falamos em descentralização é necessário pensar em regionalização. O
objetivo da regionalização é ajudar na distribuição dos recursos entre as regiões. A
hierarquização tem o objetivo de ordenar o sistema por níveis de atenção, sendo
que os serviços básicos são de uso mais frequente e onde a população tem mais
contato. A participação comunitária (FIGURA 6) bem como a criação dos conselhos
valoriza a ideia de democracia participativa, pensando no SUS como patrimônio e
responsabilidade de todos. (RIBEIRO, 2014).

FIGURA 6 – PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

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FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-
image.php?image=45018&picture=maos-levantadas>. Acesso em: 10 març. 2014.

Segundo Ribeiro (2014), em 2006 foram criados três pactos:


 Pacto pela vida;
 Pacto em defesa do SUS
 Pacto de Gestão do SUS

1.2.3 Principais Desafios

Com a inclusão de muitas camadas da população


anteriormente excluídas, não somente dos serviços básicos, mas também de média
e alta complexidade e o sucesso de alguns programas como no caso do combate a
Aids, podemos observar que o SUS conquistou alguns avanços. Porém, ainda temos
desigualdades no acesso, mau atendimento, falta de recursos nas unidades de
saúde, falta de leitos hospitalares (FIGURA 7), superlotação nas emergências, entre
outros. (CEBES, 2010).

FIGURA 7 – FALTA DE LEITOS HOSPITALARES

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FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-
image.php?image=73471&picture=hospital-velho-bed&large=1>. Acesso em: 11
març. 2014.

No papel o SUS é um sistema que traz a integralidade, mas na realidade


dos serviços apresenta pouca ênfase na promoção da saúde. Alguns desafios no
atual contexto do SUS precisam de alguma forma ser superados. O SUS não
conseguirá melhorar os problemas de saúde da população sem superar os grandes
limites do seu financiamento, pois o Brasil é o único país com sistema público de
saúde universal onde os gastos públicos em saúde são muito menores do que os
privados.

Existem também problemas na utilização e gerenciamento do SUS, tendo


assim a necessidade de reformulação do modelo de repasse de recursos aos
estados, municípios e serviços, com o intuito de reverter às iniquidades. O modelo
de atenção brasileiro é predominantemente centrado em hospitais,

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Sendo isto um obstáculo ao desenvolvimento do SUS, pois impõe um
padrão de gastos inadequados. Melhorias consistentes nos níveis de saúde e
redução das iniquidades exigem iniciativas que impactem os determinantes sociais.
(CEBES, 2010).

1.3 NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE

O Sistema Único de Saúde divide o cuidado com a Saúde em níveis de


atenção (FIGURA 8), são elas: básica, média e alta complexidade. Essa divisão é
feita para melhorar o planejamento das ações e dos serviços de saúde, porém,
nenhum desses níveis de atenção deve ser desconsiderado, pois a atenção à saúde
deve ser integral. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

FIGURA 8 – NÍVEIS DE ATENÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-


image.php?image=55538&picture=estetoscopio&large=1>. Acesso em 11 març. 2014.

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Neste capitulo, daremos maiores explicações sobre a atenção básica. A
atenção básica a saúde é o primeiro nível adotado pelo SUS, pois engloba um
conjunto de ações que visa promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e
reabilitação. Desenvolve-se por práticas sanitárias, democráticas e participativas,
visando o trabalho em equipe e dirigida a populações de territórios delimitados.
Utiliza tecnologia avançada e de alta complexidade, com o objetivo de solucionar
problemas de maior frequência nas populações.

Deve sempre considerar cada individuo em sua singularidade,


complexidade, inserção sociocultural, buscando promoção e prevenção da saúde,
tratamento de doenças e redução dos danos que possa comprometer o indivíduo de
viver de maneira saudável. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

É de responsabilidade de cada município a saúde integral de sua


população, devendo garantir a mesma acesso à atenção básica e também aos
serviços especializados, ou seja, de média e alta complexidade, mesmo quando
localizados fora de seu território, promovendo a saúde integral, como determinado
na legislação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

1.4 O QUE É GESTÃO EM SAÚDE

Gestão é a atividade de comandar um sistema de saúde seja ele,


municipal estadual ou nacional, sendo que suas principais funções são de
coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle,
avaliação e auditoria (FIGURA 9). (CONASS, 2009).

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FIGURA 9 – GESTÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-


image.php?image=1820&picture=mao-segurando-laptop&large=1>. Acesso em: 09març.
2014.

Cabe ao gestor escolhas estratégicas, como a adoção de seus princípios,


pode-se assim dizer que o gestor é responsável pelo comando de estratégias da
organização e cabe a ele estabelecer políticas e metas para chegar ao alcance dos
objetivos institucionais desejados. (CONASS, 2009).

Em relação ao SUS, nos municípios, os gestores são as secretarias


municipais de saúde, nos estados, as secretarias estaduais de saúde e a nível
federal, o Ministério da Saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990).

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1.5 POLITICAS DE GOVERNO BRASILEIRO PARA A SAÚDE DO
TRABALHADOR

A Politica Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) tem


como objetivos promover a saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador,
prevenir acidentes e danos à saúde relacionados ao trabalho, ou que ocorram
durante o trabalho, eliminando ou diminuindo os riscos nos ambientes de trabalho
(FIGURA 10). (CT-SST, 2012).

FIGURA 10 – TRABALHADOR

FONTE: Disponível em: <http://www.publicdomainpictures.net/view-


image.php?image=16909&picture=noodles-alongamento&large=1>. Acesso em: 09 març.
2014.

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A PNSST apresenta como princípios a universalidade, prevenção, ações
de promoção, proteção e prevenção, diálogo social, integralidade. Suas diretrizes
são a inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de
promoção e proteção da saúde, harmonização da legislação, adoção de medidas
especiais para atividades laborais de alto risco, rede integrada de informações em
saúde do trabalhador, implantação de sistemas e programas de gestão da
segurança e saúde os locais de trabalho, reestruturação da formação em saúde do
trabalhador, promoção de estudos e pesquisa em segurança e saúde no trabalho. O
Ministério do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social são
responsáveis pela implementação e execução da PNSST. (CT-SST, 2012).

Segundo o CT-SST (2012), cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego:

 Formular e propor diretrizes da inspeção do trabalho;


 Supervisionar e coordenar a execução das atividades;
 Elaborar e revisar as Normas Regulamentadoras de Segurança e
Saúde no Trabalho.
 Participar da elaboração de programas especiais de proteção ao
trabalho;
 Promover estudos da legislação trabalhista;
 Acompanhar o cumprimento dos acordos feitos pelo governo brasileiro
junto a organismos internacionais;
 Planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de Alimentação
do Trabalhador.

Segundo o CT-SST (2012), cabe ao Ministério da Saúde:

 Fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos


trabalhadores;
 Definir normas, parâmetros e indicadores das ações de saúde do
trabalhador a serem desenvolvidas pelo SUS;

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 Rever periodicamente a listagem de doenças relacionadas ao trabalho;
 Contribuir para rede de informações em saúde do trabalhador;
 Apoiar pesquisas em saúde do trabalhador;

 Estimular processo de capacitação de recursos humanos em saúde do


trabalhador;
 Promover participação da comunidade na gestão em saúde do
trabalhador.

Segundo o CT-SST (2012), cabe à Previdência Social:

 Subsidiar diretrizes e normas relativas à interseção entre ações de


segurança e saúde no trabalho e fiscalização dos benefícios previdenciários
em decorrência dos riscos ambientais do trabalho;
 Acompanhar as ações do regime geral de Previdência Social e politicas
direcionadas aos regimes próprios de Previdência Social;
 Coordenar atualização e revisão dos Planos de Custeios e de
Benefícios;
 Realizar estudos e pesquisas visando a melhora da legislação e das
ações do Regime Geral de Previdência Social e dos Regimes Próprios de
Previdência Social;
 Pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizar ações de
reabilitação profissional; e avaliar a incapacidade laborativa para fins de
concessão de benefícios previdenciários.

1.6 LEGISLAÇÃO – PRINCIPAIS NORMAS REGULAMENTADORAS

1.6.1 O que são as NRs?

Normas Regulamentadoras são normas feitas pelo Ministério do Trabalho


que devem ser seguidas com o objetivo de promover saúde e segurança do trabalho
nas empresas, além detalhar e nos ensinar como cumprir a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT). (WALDHELM NETO, 2014)

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As NRs se aplicam a todas as empresas e instituições tanto públicas
como privadas, órgãos públicos da administração direta e indireta, órgãos dos
poderes legislativos e judiciários que tenham funcionários regidos pela CLT. As
Normas Regulamentadoras foram criadas a partir da Lei Nº 6.514 de 1977 para
finalizar as leis de Segurança do Trabalho e são alteradas por meio de Portarias
expedidas pelo MTE sempre que os formadores da Comissão Tripartite (Governo
Federal, empregadores e trabalhadores) julgam necessário. (WALDHELM NETO,
2014)
As NRs são criadas a partir da demanda da sociedade, bancadas de
empregadores e trabalhadores, órgãos governamentais, necessidades apontadas
pela inspeção do trabalho, compromissos internacionais e estatísticas de acidentes
e doenças. (WALDHELM NETO, 2014)
Neste curso de Saúde do Trabalhador, entre todas as NRs, daremos
ênfase nos próximos módulos especialmente à NR6 – Equipamento de Proteção
Individual e NR17 - Ergonomia.

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FIM DO MÓDULO I

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