distribuída aos alunos do curso IMPLANTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS EXIGÊNCIAS DA NR-10/2004, a ser ministrado pelo NTT no período de 22 a 26 de MAIO de 2006, no Rio de Janeiro
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TREINAMENTO AVANÇADO
1.9 – APRESENTA UM NOVO CONCEITO DE INSTALAÇÕES
DESENERGIZADAS
A NR-10 estabelece agora todo um procedimento a ser executado para que
uma instalação possa ser considerada desenergizada. A norma, assim, diferencia a instalação desenergizada da instalação simplesmente desligada: a primeira deve apresentar um nível de segurança muito superior ao da instalação desligada, impedindo principalmente a energização acidental, que pode ser causada por: • Erros na manobra; • Fechamento de chave seccionadora; • Contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo do circuito; • Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede; • Fontes de alimentação de terceiros (geradores); • Linhas de distribuição para operações de manutenção e instalação e colocação de transformadores; • Torres e cabos de transmissão nas operações de constmção de linhas de transmissão; • Linhas de transmissão nas operações de substituição de torres; • Manutenção de componentes das linhas.
O item 10.5.4 da NR-10, ainda estabelece que os serviços executados em
instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização por qualquer meio ou razão, devem atender aos requisitos de segurança para instalações energizadas. Portan- to, para fins de segurança no trabalho, uma instalação simplesmente desligada, com possibilidade de energização acidental, deve ser considerada uma instalação energizada.
1.10 – PROÍBE O TRABALHO INDIVIDUAL NAS INSTALAÇÕES DE AT E NO
SEP
Um dos itens que mais causaram polêmica durante os trabalhos de revisão
da NR-10 foi o 10.7.3, que estabelece que os serviços em instalações elétricas energizadas em alta tensão, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência (SEP), não podem ser realizados individualmente. Esta determinação já está contida na norma técnica de instalações de média tensão, a NBR 14039/2003, que em 8.1.6 prescreve que qualquer manobra deve ser efetuada por, um mínimo, duas pessoas. Isto tem impacto direto nos custos das empresas concessionários de energia elétrica; dai a polêmica em torno do assunto. Nessa questão, é preciso considerar duas situações: • A primeira é a das instalações de AT (para o âmbito da NR-10, são aquelas com tensão superior a 1000 V em corrente alternada e 1500 V em corrente contínua), onde a tensão fase-terra é muito superior à tensão máxima de contato suportável pelo homem, e onde, portanto, qualquer descuido pode custar vidas. Nesse caso, apenas o uso de equipamento de proteção individual (EPI) não resolve, embora ele seja
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indispensável, posto que é obrigatório, qualquer que seja o número de
pessoas que executam um trabalha. Também não resolve o estabelecimento de procedimentos rigorosos, uma vez que o objetivo aqui é minimizar a possibilidade de erro humano durante a operação. • A segunda situação é a do SEP, definido na NR-10 como o conjunto das instalações e equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição, inclusive. Ou seja, o SEP abrange tanto as instalações de alta tensão quanto as de baixa tensão. Possivelmente, para as instalações de alta tensão, não haja dúvidas quanto à necessidade de haver no mínimo duas pessoas para realizar uma intervenção.
Com relação à baixa tensão, a tensão fase-terra não é muito superior à
máxima tensão de contato admissível ao homem, o que torna o perigo muito menor. Mas o grande problema reside na inexistência de proteção nas redes de baixa tensão. Na maioria absoluta das redes de distribuição pública de BT no Brasil, a primeira proteção a montante do ponto de intervenção é a chave fusível do transformador. Desta forma, qualquer erro que provoque um curto-circuito ou falta à terra, não será eliminado e poderá provocar um acidente, principalmente para a pessoa que se encontra no chão. Novamente, no que se refere à proibição de realização de trabalhos em instalações de AT e do SEP por um único trabalhador, a preocupação é reduzir a possibilidade de erro humano, porque reduzir os danos ou evitá-los são, respectivamente, funções dos EPI e dos EPC (equipamentos de proteção coletiva).
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