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ÉTICA PARA CONCURSOS

Prof. Marcos Freire

ESTUDO DA ÉTICA E MORAL

Ética e Moral apresentam conceitos diferentes, muito embora


constantemente os termos sejam confundidos.
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos
morais.
Ética corresponde ao estudo da moral.
Ética deriva do grego “ethos” e significa aquilo que pertence ao
caráter.
A ética fundamenta o modo de viver pelo pensamento humano
O estudo da ética é centrado na sociedade e no comportamento
humano.
A ética tem como objetivo fundamental levar a modificações na
moral, com aplicações universal, guiando e orientando racionalmente
e do melhor modo a vida humana.
A ética trata do comportamento individual em relação a sociedade
com fundamentos no caráter.

Ética Credibilidade

Trabalhar com ética é pensar no bem comum


A ética as vezes é confundida como lei (Código de Ética Profissional),
no entanto a lei tem como base princípios éticos.

Moral – termo latino “moris”, conjunto de normas e regras destinadas


a regular as relações dos indivíduos numa sociedade.
A moral tem fundamento na obediência a normas, costumes ou
mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos.
A moral corresponde a um conjunto de regras coletivas que facilitam
o convívio na sociedade.
A Moral define o que é permitido e proibido, justo e injusto, licito e
ilícito, certo e errado.

Ética
Conduta do ser humano
Moral

Ética – Filosófica e científica. A ética é ciência e o seu objeto de


estudo é a moral.
Moral – Normativa.
ÉTICA MORAL

- É a reflexão filosófica sobre - Tem caráter prático (força


a moral (caráter teórico) normativa.
- É permanente, pois é universal - É temporária, pois é cultural
- É princípio. - São aspectos de condutas
específicas;
- É a ciência que estuda a moral - Está relacionada com os
(diretamente relacionada à hábitos e costumes de
Política e à Filosofia) determinados povos (grupos
sociais)

VALORES E VIRTUDES

Os valores surgem na integração do ser humano em busca da perfeição. A


solidariedade, a honestidade, a verdade, a lealdade, entre outros, são de
comportamento ideal, e são adotados pelo homem como parte de um sistema de
orientação de conduta. As pessoas são orientadas para buscarem a perfeição, o
que sempre fazem ao longo da vida.
O caráter de uma pessoa normalmente é medido pelas ações que ela põe em
pratica.
A virtude é uma idéia que foi bastante discutida na antiguidade pelos filósofos
gregos.
A virtude corresponde ao conjunto de todas as qualidades essenciais que
constituem uma pessoa de bem.
Para Aristóteles a virtude é a disposição adquirida de fazer o bem, e que vai se
aperfeiçoando com o hábito.
Aristóteles distinguia dois tipos de virtude: intelectuais e as morais.
As virtudes morais, baseadas na vontade, consistiriam no controle das paixões,
características dos movimentos espontâneos do caráter humano.
Virtude não é uma atividade, mas sim uma maneira habitual de ser – coragem,
honra, justiça.
As virtudes intelectuais, fundamentadas na razão, seriam a sabedoria, a
temperança, a inteligência e a verdade.
Para Aristóteles as virtudes intelectuais são superiores às morais, pois mesmo
alguém virtuoso por natureza terá que saber como controlar tais virtudes por meio
da razão.

PROVA APLICADA – CESPE ( MPU/2018 )

Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões


e ações voluntárias que se dispensa louvor e censura, enquanto as
involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, é talvez
necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o
voluntário do involuntário. Tal distinção terá também utilidade para
o legislador no que tange à distribuição de honras e castigos. São,
pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob
compulsão ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo
princípio motor se encontra fora de nós e para o qual em nada
contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, se
tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que
dela se houvessem apoderado.
(...)
No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a
generosidade; o excesso é a prodigalidade, e a deficiência, a
mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são excessivos
e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar
e é deficiente em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e
é deficiente em dar.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M.
Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (com
adaptações).
A partir do fragmento de texto antecedente, julgue os itens a seguir.

22 - Segundo Aristóteles, é preciso identificar entre as ações e as


paixões as que sejam voluntárias, ou seja, aquelas que dependem da
vontade, a fim de se reconhecer seu aspecto ético.
23 - Segundo Aristóteles, a prodigalidade e a mesquinhez
correspondem a vícios, marcados pelo excesso e pela falta
respectivamente, ao passo que a generosidade corresponde a uma
virtude a ser buscada voluntariamente para se encontrar a mediania.
24 - Considerando-se as premissas de Aristóteles, é correto inferir
que o exercício ético de uma função pública exige que todas as ações
do agente público sejam guiadas pela razão, vinculada à vontade de
agir com virtude.
25 - O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de
modelo para a ação ética no serviço público, haja vista ser ele, ao
contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.
26 - Servidores públicos são orientados a agir de forma involuntária
no exercício de suas funções, porque estão subordinados ao conjunto
das leis e normas que regulam as funções públicas; portanto, suas
ações, especialmente as que sejam relativas ao uso de recursos
públicos, não podem ser pautadas nos princípios da ética aristotélica.

GABARITO: 22 – C; 23 – C; 24 – C; 25 – E; 26 – E.

CÓDIGO DE ÉTICA DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL


Decreto 1.171/1994

Das Comissões de Ética.

Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal


direta, indireta, autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou
entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá
ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar, e
aconselhar sobre a ética profissional do servidor no tratamento, com
as pessoas e com o patrimônio público, competido-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de
censura.
À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos da execução
do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos
os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.
SERVIDOR PÚBLICO – Qualquer pessoa legalmente autorizada por lei
que esteja exercendo uma atividade pública se qualifica pelo Código
de Ética como servidor público.
O servidor público não pode jamais desprezar o elemento ético de
sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o
ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o
oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto.
Inciso VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional
e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em sua
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida
funcional.

O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional,


respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos
pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade


deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já
que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho
pode ser considerado como seu maior patrimônio.

Inciso XXIV – Para fins de apuração do comprometimento [ético,


entende-se por servidor público todo aquele que por força de lei,
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão
do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as
entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do
Estado
O Decreto Lei 1.171/1994:

Pode Executivo Federal

Autarquia

Aplica-se Empresa Pública

Sociedade de Economia Mista

Fundações

Estados e DF

Municípios

Não se Poder Judiciário


aplica
Poder Legislativo

Forças Armadas

ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA

Nos últimos anos, a questão da moralidade tem sido bastante


discutida no Brasil.
Na realidade, essa discussão é fruto da conclusão de que as normas
jurídicas não são capazes de prever e regular todas as situações em
que as condutas podem ofender o sistema de valores, ou a moral
adotada em nossa sociedade.
Mais uma vez deixe-me dar um exemplo: imagine que um servidor
público, empenhado em seu dever de atender ao público, recebe um
presente de um cidadão. Esse presente poderia ser encarado como
um oferecimento de propina, a depender do seu valor e de outras
nuances da situação, não é mesmo? Só que não temos nenhuma
norma jurídica que proíba o servidor de receber presentes.
Você percebe que a norma jurídica nesse caso não resolve todos os
problemas?
É preciso uma dose de bom senso na discussão do sentido moral de
receber um presente num caso como esses. Para resolver situações
como essas hoje há diversos Códigos de Ética.
Essa mudança de comportamento ocorre em função do Estado
Democrático no qual vivemos, respaldado pela Constituição de 1988
A partir da chamada “Constituição Cidadã”, foram conferidas ao
cidadão diversas ferramentas para influenciar as decisões tomadas
pela Administração Pública. Por meio do voto, o povo determina as
pessoas que vão ocupar os cargos de direção do Estado, e
obrigatoriamente temos uma renovação periódica nesses quadros,
sempre dependendo do sufrágio popular cíclico.
Além disso, há as ferramentas de participação direta do cidadão,
como o orçamento participativo, os conselhos de políticas públicas, as
ouvidorias públicas, as conferências, as audiências e consultas
públicas, etc.
Essa ampliação da participação social traz uma consequência clara: o
empoderamento da população e o controle social das políticas
públicas. O cidadão pode, de forma direta, acompanhar as ações dos
gestores públicos e exigir dos governantes e agentes públicos o
comportamento adequado às funções que lhes foram confiadas
quando assumiram cargos públicos.
Esse fenômeno leva a uma elevação no grau de exigência acerca da
conduta de quem ocupa posições dentro do Estado. Um ocupante de
cargo político, ou mesmo um servidor público, não deve responder
apenas pelo desrespeito às normas jurídicas, mas também pela
prática de atos imorais e inidôneos. É necessário que sua reputação
seja ilibada e sua conduta irrepreensível.
Neste contexto podemos verificar a evolução da noção de cidadania.
Essa palavra em geral é usada para referir-se às relações de direitos
e deveres que envolvem o cidadão e o Estado, mas podemos dizer
que hoje a cidadania está relacionada também à capacidade de o
cidadão interferir nas políticas públicas.
Quem exerce a cidadania, portanto, não apenas vota a cada quatro
anos, mas acompanha e influencia os rumos do Estado, tomando
protagonismo nesse cenário e, consequentemente, exigindo dos
ocupantes de cargos públicos.

ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA. ÉTICA NO SETOR PÚBLICO

A noção de ética no setor público é caracterizada por alguns


elementos bastante específicos, relacionadas principalmente aos
princípios da Administração Pública trazidos pela Constituição de
1988, entre eles o princípio da moralidade.
O servidor público é remunerado com recursos advindos de toda a
população, e, além disso, é responsável pela prestação de serviços de
interesse coletivo, e por isso podemos dizer que ele tem um dever
ético para com a sociedade mais forte e sério do que outros
profissionais.
Podemos dizer que há alguns princípios e valores que são próprios do
serviço público, tais como probidade, lealdade, retidão, justiça,
impessoalidade, equidade, entre outros.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – CF/1988

São Princípios da Administração Pública

- Legalidade
- Impessoalidade
- Moralidade
- Publicidade
- Eficiência.

CONFLITOS DE INTERESSES

Conflito de interesses corresponde a situação gerada pelo confronto entre


interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse
coletivo ou influenciar, de maneira imprópria o desempenho da função
pública.

INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS

Diz respeito a assuntos sigilosos ou aquelas relevantes a processos


de decisão no âmbito do Poder Executivo Federal que tenha
repercussão econômica ou financeira e que não seja de amplo
conhecimento público.
O ocupante do cargo ou emprego no Poder Executivo Federal deve
agir de modo a prevenir ou a impedir possível conflito de interesses e
a resguardar informação privilegiada.
É vedado ao servidor público fazer uso de informações privilegiadas
obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
parentes, de amigos ou de terceiros (inciso XV, item L – Dec.
1.171/94)

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