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Raquel Raichelis Damares Vicente Valéria Albuquerque Organizadoras ANOVA MORFOLOGIA DO TRABALHO NO SERVICO SOCIAL 3 PROTECAO SOCIAL E CRISE NO BRASIL CONTEMPORANEO ava Carmelita Ynbeh Introduce [te tea abord otrabelo profsiona d/a asstene soc na contemporaneidae, enfaizando a relagio entre as mudencas ‘emandamento na ordem captalista © 2 politcas de protesso social Contemporiness, que a toam cada vee menos universe focalzadas e condicionadas Ouse tazem ica do wera ou a coneapards por pote donque ree sis Lei (© presnuposto & de que a8 transformagées em andamento, cespeciaimenteaqulas que caractrizam 8 estrada produgio © 0 ‘mundo do trabalho, associadas nova hegemonialiberal-fianceir, {ém profundosimpactos no sistema protetivoenaspoiticas socials fm gral por esa va aleangam 0 Servigo Sail. Asim Sendo, © ‘taba profissional se realia em um dificl content caracterizado |ANOVAMORFo\2IADO TRAIAN NOSED SOCAL * por ceniros etendéncas reeutantes de trasformagSes societi~ Fias, que earacterizam o capitalism na atvalidade, especaimente em ava peniferi podemos exquecer que estas mudangas resultantes de truturagéo dos mecanismos de acumolagio do capitalism lo- faze, ener a8 qual as inovagbes tecnol6gicase informacionss, ‘én um crater regressive contervador.Levaram a precarzagioe2 subelteizagéo do trabaho 8 ordem do mercado akeraram as bases fos sistemas de protege socal desmontando direitos soeals,cvise politicos, colocando em questo as palticas de Protegio Social neste Inilo de século XX, especialmente aque que desenvolvem agbes ‘oladas ao enfentamento da pobreza e da desigualdade. ‘Nessas condgbes hstércas, de reorgunizagdo econémica € politica da malora do paises capitalists, de emergéncia de novas ‘anifestagBese expresibes da "Questo Sol dealteracio des expe- ‘encias eontemporineas dos sistemas de protego social ressurgern processos de (re) mereatilzaco de direitos socials frtalece-se@ [efesa da ese de que cadaindlsduo €responsivel por seu bem-estar, pstando o Estado 4 defesa de alternatvas que envolvem fais, bs ongatizaghis sci ea comunidad em geal 1 Introd histricaeconetual sobre a Protec Soca Cébe iniialmentesssinalar que, de um modo geal, no encon- ramos cocdades humanas que nto tenham deservalvido algun forma de protegao aos seus membros mais vulnerives. Segundo {Giovanni (998, p. 9} sjade modo rico, stravés de nstitughes no cespeciizadase plurifelonas como a fun por exemplo, ou com aos lvls de sofsticacio ongarzacinaleespeckalizago, diferentes Tre ace a debe 0, © swosesvvcenteAuaURRCU formas de proteo social emergem e percorrem o tempo. 0 espago das sociedaes “como proceso recorrentee universal” aught 2autocconsituem sistem de protec socal as formas ssveoes mals as vezes menos insutucionalizadas~ que ta sciedadss ‘nae gra rteger pare oo connnta de seus eos Tae sistemas decomem de certas vicissitudes. vida nat {ais como. vthiee, a doenga,o infortini eas privages (Clove, 1808p. 1) ~ No conceito de Giovani (198) esto incuias, sind, formas seletvas mertocriticas de ditibulg e redistrbulgio ‘de bens ‘materials bens cuturais que permitirio a sobrevvéncia es inegracio 'navida sociales principosreuladores, que, com ajetvopretetv, ‘fazem parte da vida das coletvidades, ‘Apesar das varagdeshistricase cultural, ¢ preciso no perder evista que é nos primérdios da industrakzagio, quando a “questdo seca se expla pela primera vez, que se ransormam radiclmente 98 mecansmos de protego socal dos indviduos, desenvolvidos ate ato prncipalmente pela fafa, odens religioase comunidades, or meio de regimes de obrigagdes pessosis ‘Como sabemos, no inicio da Revolugio industrial, especialmente ‘a Inglaterra, mas eambém na Panga, vai ocorrer uma pauperieagao ‘massva ds primelros trabalhadores ds concentragdes industria ANOVA MORFOLOGA DO TRABANONO SERED SOCAL ” ‘Sem ivi, oempobrecimentn desse ascent proletariao, na Europa (Ocidnta, vai ser uma caractersticaimedita co iniiante processo de industriaizagio etraz consigo um enotine custo soca. Tata ‘de uma superpopulagio predominantemente urbana, fatuante, mi serivel,cortada de seus vneulos rural, que mora precarlamente em ‘ues mserveis enfrentando problemas de toda order, conforme & possvlconststar em estos sobre as primera cidades industriais do seulo XPC*Nesse context, de grandes problemas urbanos, emer gem novas formas de socabildade resutantes da expansio de relaes limpessoais, da exploragio intensiva da forga de trabalho, da acle~ ragio de seu tempo e ritmo, com a reducia do periodo de repouso ‘os poucos esse primiro proetariado vase organlzando como to pole apres bua leimaso pin att Joao demarréte,¢permeive sdenanas ds hase subaterm, {he podem fer incr nle sev interns e sue renee mele" Net, 2001, p25) © dea for gue a olan Po bcas vtam-s para a realzagio de diets e neers dos cidaon de um Estado. No século XX part crite econdica de 129, «sequin aside de Keynes que defend una mar tervengs de Eade Omen nyens cont desea Kees oi de “cone ened xn one pe rece ep Sanh ‘Selec pars eto de wm or mac debe we oat ‘oss Sapnas Caml Gur eens eau ee aa _ANOVAMORFOLOGADOTRABKHONOSER SOCAL 2 ra regula das relagesecondmicase soca, ampliam-se as pol- tices socials e tem inkl assim aexperiéelahietriee de um Estado lterveneionista que va efetivar um pacto entre nteresses do capt dos trabalhadores:ochamado consenso e-guera, [Nessa perspectiva, s polices keyneslanas buscam ger leno emprego,crlar politics e servigos socials tendo em vist a criagio {de demanda ee ampllagio do mereado de consmo, Nesse sentido, o Betado de Bom-Hstar Social, oo st polar apart inicio sua jrticagtestrios € ‘elon eeu scenotenico profs & parte integral do nen captalita so qor dt qe ee cn un comer moder ro ‘ep mci ancora nx conn de surdad e ital soci) tem ver com os rma aad pel sta epi, ue eon de server nos aos de 1, por um quero de ses, par er temporatameate eguidePere. 2008p )* Apts a Segunde Guerta Mundial Estado de Bem-Estar Social consolida-se no continenteeuropeu. © Plano Beveridge (1942) na Inglaterra servi de base para osetema de protego social briténico de virios pases da Europa. A base dese sistema fl a nocio de Seguridade Social entendlda como um conjunto de programas de prove contra a doenga, 0 desemprego, a morte do provedor da aml, a velice, a dependéncia por lgum tipo de defiiénca, 0: acidentes ou contingencas? Conforme Viana (1998), 0 conceito de Estado de Bes-Estar So- ‘lal tem incorporad a ieie de que e aociedade ae soli alo 0 indviduo nie consegve supir seu sustenta in G0 aro Were Sate nou edn ii pets io SeISS ec potatos un al se Kem Ono Yon Bana rs aa © Segre as pecmenteoracoaqueguluer ciao em roi. sti jto i redoconep power seupréprs seta eeiramseria~debade ‘2 prblewamerament nda dle dao «pas const uma ‘eeponsthace cia pea. Esado de Bereta sume protege toch com dito de todos oidado porque aclethidae eid pela Incompatible re eninge deseavolien Vann 98, Ph A partir ds anos 70 do séeulo XX, porém, surgem persistentes ividas quanto & viabiidade econbmica de um Estado de Bem~ “Estar universilita, com influéncla beveridgiana e keynestna. A crise econdmiea dos anos 170 a8 reestruturagées do processo de lacumulagdo do capital globalizado, entre as quais se destacam as inovagdes teenolgles €informacionls, que atearam as relagbes de trabalho, gerando desemprege, io implementadas ao longo das fcadas subsequentes, O aumento da inflagdo, a reducéo do cres ‘mento econémico,aelevadaintervenglo do Estadoma vida econtmica| caraceriam esse periodo. Nesses condigbes histories, de reorganizagdo econtmica € politica da matora'dos paises capitalists, de emergéncia de novas Inanifestagdese expresses da "Questio Soc alteramse a8 expe ‘enciascontemporineas dos sistemas de protgio social. O Estado, ‘como instituigso reguadora dessas relagdes, pasa também por ‘ransformagies importantes, entre elas a perspeciva de reducio de sa agio regladoranaesfera soci ‘esse contesto emergem, especialmente no mundo curopeu (Prange). asdenominades "paticas de inserg" que obedecem auma tbgiee de seed oeniande o programa socials nos segments ‘mals empobrecidos da populage. sas polities, slém de corigirem falas do mercado, contiuem instumentos estratégcos para o ‘nfrentamento da "Questo Soca, por diversas vias, comoa provisio ‘de bens e servios, de beneficies monetiros e cobertura de neces sidaes socials, entre outros. Desenvove-se 0“Terceira Setar o Estado passa & defesa de sltermatvas privatstas, ressurgindo argumentos de ordem mora Anovawons0t0aA D0 TRABALHO NOSERVGDSCCAL 1% contrapondo-te aos sistemas de "excessive" protegio social, que sgeraiam dependénecia e no resoleriam os problemas dos inadap- {ados soci, Nesse sentido, a8 ages do Estado estiovoltadas 20s ‘esrtamente pobres através de ume ago humanitiria clea e nao tomo uma politica dirigida& justia e& igualdade, Ou set: “6 una polltica social que pasa a ser pensada apenas pera complementar f que nio se consegul via mereado ou ald através de recursos familiares e/ou ds combnidade" Shons, 1995, p.2). Em contrapertida, sistema proteivo ques nstaanasotedade brasiir valorizao ideo da sociedade slidria” como alterati- a face & limita agGo social do Estado no neoberaismo. f bom Tembrar também que &flantropia nessecontestoapresenta-se com novas faces estratégias e com um discurso atalzado na defesa da ‘qualidade dos bens servis oferecide,parecendoganharatuaidade tia pespectva‘moderlzadoray sobretudo na dimensiogestonria de um nimero erecente de insituigdes do campo flantrpico. ‘Des forma, na contemporaneidade, com astransformagies nos processosde acumulagio eo avango do capital inanceir ed kerio neoliberal os paises tanto do expaco europeu como do eapitalismo tas periferias,enfentam, nfo sem resistincias, mudangas em seus sistemas prtetivos, em um contexto em que esses sistemas prote- tivs sofrem as consequéncias dos golpestrazidos pela hegemonia crescente do mercado e do capital finance 2. Pleo Soil 0 Basil ‘No caso brasileiro, a expericia colonial ea escrvio proton- sia colocaram historlcamente para os abalhadores a responsabi- Tad por sua propria sbresivéncl, Desse modo, até fins do séeulo XIX, ginharam corpo obras sola flantrpicas,agdes de ondens relgisase redes de sliaredade efarares (Fafa extensas de ” CHELS coe AsUE ‘ros pos) que deram ugar rica sociaisigadassobrevvénca sem o recurso a0 “mercado. Ena primeira metade dos anos 1980 que “questo soca” eins «revenopensimento dominant como legit, expessandoo proceso ‘de “formagio e desenvolvimento da classe opera ede seu ingreseo no cenio politico a sociedade exigindo seu reconhecimento como ‘ase por parte do empresariado e do Estado" (lamamato, 1995, p.7. De modo geral, © padrio de desenvolvimento do sistema de protegio socal brasileiro, asim como dos pases ltino-america- os, fi bem diverso daguelecbservado nos pases europeus, pois pecularidades da sociedade brasileira, de sua formagzohistérica fede suas ifieuidades em adiar permanentemente a moderniade democrtic, pesaram fortemente nesse proceso, Assim sendo, 0 scesso a bens e seriges socks caracterizou-s por ter desigal heterogneo fragmentado. A partir de 1930, obser-teo surgimento de um conjunta de Inia tanto no mbito da criacio de gos gestores de poltcas socials como na formulagio de uma leginagiotrablhsta. £ nesse Perfo que sitvamosa Conslidacio das Lei do Trabalho (CLT 1983), ‘Salirlo Minimo, avaloreago da ste do trabaladar e tras me- ‘ida de cunho social embora com carter controlador e paternal, (© emergente sistema de proteco esse periodo €sletivoe distante eum padrio universal, ara responder i preastes das novesforas soci uranas, 0 Estado desenvoiveesforgos reformadorese neste cendrio o sistema proteivo brasileiro se duaia: de um lado, desenvolve-se fortemente apelado na capacidade contribativa dos trebalhadores,parleuar- mente do mercado formalde trabalho; e de outro, val destinar 208 mais pobres, rebthadores de um mercado informa, un “modelo de eguacio pea benemeréncis”(Sposat, 1994, p. 2)? Trip rome 80, 8. eo gerne i A some prea eitca 2‘ endo pein at Tn ue +S eae ANOVAMOREOLOGA DO RARANO NO SERVIC CHL ° ‘Assim, pela legisla trabalhista, a cass trabalhadora tem ga- ‘anldos alguns direitos biscos como: a egulamentagio da jorada Ge trabalho, o repouso remunerado, a feria outros” Mas, para 0 trabalhador pobre, sem cartelra assinada ov desempregado, restam 25 obras soca e lantrépicas que se mantér através de uma rede bburocrtiea eeleneita,frtemente apoiads pela fllantropia © de- senvolide por meio deinilatvsinstivuionlizadasem organzagbes sem fins heratvos. Portanto,o que se observa que hstoricamente a ProtegSo So al no pals val se estruturando acoplada a0 conjunto de inlitivas ‘benemerentes de ordensreliglosaseentiades antrdpcas, -Adécada de 1950 veve como carateristicaoinvestimento estat cempolticas desemvohimentistaseabusca do crescimentoecondmic, -Aintervengio planeda do Estado nos processosvoltados 20 desen- ‘olvimento sociale econémic impulsionou a crag e @ expansio de novas empresas estaais. A Ideologia desenvohimentisa,nesse context, apoiava-se na tese de que o araso dos palses do Terceiro “Mundo era consequéncia de sev precinio sistema industrial ede suas insuficincis ecnol6geas. Cinilo da década de 1960 aciea a conradiges do capitalism perifcico trazendo consgo o golpe militar ea instaacio do Estado utoritrio,Aopeio pelo erescimento econbmlcoscelerado, a partic ‘rica Lene ¢ i ome saw pin cmt ‘ie comSenemti mien cis Eee nl ag tes sce tl ino eco ons ri samen nn as csc 6 p10 ae Bost ‘eigen efclace ahs nenuins ents paca ce he ‘cons ened as al camper ters bse dso ot ‘Satna wpe gis cesar ata eae ‘0 Ee 0 «7 Ho crates rsa Je ver wil come 2 eta eta Sl Eads Se SP ero eat ‘Roi Ng ere oon tran cx SiS he ‘Ses Serine eon ron Pron pas de fontes de ivesiento externas como base do desenvolvimento, bru o pals ao capital monopolist. O Estado amplia seu nivel de Intervengio,torrando-se 0 exo politico da recomposiio do poder bburgués, com a implantagio de nova estratiyias de desenvolvimen- to concentradoras de capital, inteniicando o nivel de exploragio a classe opera. A desigualdade socal se acentoa em wm cllma ‘repressive autoritrio, Nese contexto, a “questo soc, durante ‘regime militar, passa a ser trata através do binio Repressio/ Assiténcin, sbordnada aos precetos da seguranga nacional e das ‘exigencias da acumulagso monopolsa (amamoto, 1995, p. 85). ‘A partic de meados de 1970 bserva-se um avango organizatvo ‘a sociedade cv, expeciaimente dos moviments socal naluta pela ‘edemocratizacioe pea retomada do Estado Democriico de Direlto (movimento sindics crescentement se frtalecee 20s poucosre- rascem organizacGes populares e associagbes comunitras inculadas| a sctores progressstas da igre Catélica.Esses movimentos socials ‘demonstram um nivel de consciéncia e capacidade de onganizagio fem comunidades eclsiais de base (CEBS),sndlcatos, organizagbes| de profisonas liberals, meios universities, Irae imprensa. Ex- pressam-se em grves, reivindicagdes coletivas, movimentes contra ‘caret, movimento por elegio dreta para a Presidnciada Replica, pelo respeito a direitos humanos, entre virios outros ‘ocean agenda plc, cones cwckl de mudanges. a pine trae won ie inn conn em oh Felt Aorta de um feo Eto Socl rivera ee ine don cerer Sse po (ane 205, 8) ‘A assembieia Nacional Consttunte concentrou esforgosna d= reso de ampla a lntervencio social do Estado garatindoeeriando ‘mecaaismoe de vebiizagio de direitos es, polltcose soci. Asim eid, com a Consticuglo de 198, so colocadas novas bases para o atual Sistema de Protegio Social brasileiro, com o reconhecimento te direitos soclals das cases sbalternizadas em nossa sociedad Em seu artigo 104, a Seguridade Socal define-se como um ‘onjnto integrado de ages de inlciatva dos Poderes Piblicos © a sciedade, destinada a assegurar os direitos relatvos sae, & previdenca € & asisténea social -Alguns aspects, entre outros, devem ser destacados entre as inovagbesconstitucionals em rlagio ao sistema protetivo bras: ‘eentraldade da responsaiidade do Estado na regulacio,normati= ago, proposiga eimpementagio das poiteas pleas no abito ta protegdo social a proposta de descentralizagioe partclacio da sociedad no controle das politics socials. -Ennecesirorestalarofato de que a Constitugio Brasil sur ge em um momento histrico em que no capltaisme global correm profundas transformagSes com a restruturagio produtiva © nova hhegemonlsUberal financelra. Assim sendo, a Constituigio de 1988 & promulgaéa em uma conjncura dramitica, dominada pelo crese- Imento da pobreza eda desgualdade social no pas, que ve crescer ‘a sitagdo de endividamento, ( que se constata & que no pasa inseguranga ea precaredade do trabalho conviveram com a erosdo do sistema pblco de prote- ‘lo socal, caracterizada pela retracio dos investimentos piblicos fo campo socal e pela eescentesubordinagio das poitcas socials fs potas de aise da economia, e sua perspectva prvatizadors © reflantropizadora.(Yazbek, 1985.8) "Tata-se de um conterto em que a Seguridade Socal braslelra cenfrentou profundes paradoxos. De um lado, o Estado brasileiro faponta constitucionalmente para 0 reconhecimento de direitos, e, Dor outro, se insere ness contesto de ajustamento a nova order ‘spitaista internacional Tiamat ee a man agit | opin ss arcane roar pans acne itn ey longus ever -AlmugROUE Na rie dessas modificagées esti aindagagio sobre a compatl- bildede (ou no) entre Dieltos, Polis Sociis ea relagBes que se estabelecem entre Estado, sociedade © mercado nos novos marcos da scumulago capitals. ‘Com o primero governo Lula (2008 -2008), “questo soca” pastas avo de novas abordagens que embora se veliem a0 enfren- tamento de pobrecarazem as marcss da focaizacio eda seletividade, O novo governo herds uma conntura de estagnaglo econmi- «a, com elevados indices de desemprego, aumento da volncia mis srandes cidades, elevados indices de trabalho infantile aprofunda- ‘mento da pobreza e da desiqualdade,sendo a eranga © 08 jovens| (0 mals atngidos (Siva: Yaobeks Giovanni, 2072, p. 102}. Em 2003, a I Aiversidade de programas detansferécis de rendano pals, nos ts niveis de governo, evidenciou a necessidade de uificagio destes programas levando o governo Lula rar o Programa Bolsa Famla, ‘que signicou importance passo na busca de articuagio do sistema proteivo no pais. © programma expandiu-serepidamente e em 2006 registrou 0 atendimento de 1 milhées de fais. No primero ano do governo de Dima Rousse, em 201, observa-se um process de regio da pobreza eda extrema pobreza no pais Nese context, ¢ Inegive 0 significado da conguista de uma renda mental asegurada 4135 mi- Indes de brailirs,slém do Beneficio de Prestacio Continuada (8PC), aque garantiu 245 mihdes de braeirs um serio minimo mental Outro importante paseo na construgio do sstema protetivo brasileiro est vnculado a eriagio do SUAS ~ Sistema Unico de As- sisténia Social, em 2005, que estruturae organiza a Protecio Social brasileira em dos nivel: Proteglo Bisicae Protegio Especial, | SF petite mmr es | ~hESr rr”. : ed WS rqutn sg pun rete re rae os CESSES Son et peeid mecca ‘com o SUAS foram implantados 8288 Centros de Reeréncia de -ssstencia Social ~ CRAS alangando $0 mies de fafa refe- ‘encadas Atualmente mals de 9% dos Muncipiosoferecem Servigo ‘de Convivenci Falla e Frtalecimento de Vinculs. Os CREAS centro de ReferénciaEspecializades de Assisténcia Social estio ‘mplantacos em 95 6% dos municipios com mais de 20 mihabitantes, foram implantados 20 Centos Espectaizaes para Populagiode ua 18 Cents Dia para pestoas com Defcénca. Qutras importantes inovagies foram adotadasna Asisténca Socal como 1226 equipes olantese 23 lanchas para cobertura em ios do ps (ras, MDS, SNAS, 2016) (0 SUAS favoreceu a construgio de servigos intersetoriais no contesto de Programas nacionais como o Bra sem Misra, Vver Sem Limtes, Crack & Possvel Veneer, outros, Em seu imbito foi ‘mplantada a Polites Nacional de Bdveagio Permanente com cio da Rede Nacional de Capacitagio e do Capacita SUAS, Entre os indicadores ue melhoraram nos governes Lula eDilma, ‘bservamos 4 elevagio do valor real do slirio minimo edo nivel de femprego, a despite de seu carter precério, Tal contextosecaracte- ‘zou pla combinagio de medidas denatureza oposta ea presenga ‘edubiedades que permesram a politic social brasileira, Na Proteqo Social de um ad, observou-se ex tendéneia a focalizarepivatizar, cde outro a perspectiva de construgs de direitos garantdos cons- tituclonalmente, No Plano econémico as medidas enquacravan-se a agenda neleral. importante assnalar que esas mudangasalteraram asbases dos sistemas de protecio sociale vio se efetvarerescentemente no cot- iano de trabalho dos assstetes soci brasvevrs. Nainterocugo ‘com esse contexto, a profissdo€ interpelada por transformacSes ‘estrutrals, por ovat manifestagbeseexpressbes da “questo soca” ‘em decorréneia da grande crise global do capital em 2008." a ec nde gs reso utes apa de rai ee consumo, shear 00 etd ae eal a0 PS So es osu ere AuauENUE 3. Osams recente agrtanentd cise & reco decir qe nee nia de cre tl ¢ prc calarmte no ne ees, om wea gs er, trate pot a tacts de eon res pensaneta consaoremerea soca un police, po at resorts andar cere ae {En agin orem ecodnie, ar constven um conte oe ‘edngre proces nines esiguas qe ingen nt dimensdes da vida social, aha ae Slo proces ge ineerem exe da car wt dade ec comers, homagenctndeconortament hier conn preerin es For euro le, een poctos frum profi estes rooranageiones ean dese, Gulnios de poder Anos soabia cw mve potters 1 agenda relies vr proncandometanereesn ap ot Ste, expres no ncn compete een, press plo con, ue ses ges deiner ana 2 rive som precedente agents sets ett ‘ash erténcas cine sna qutomrem mando rooted cecais em ust Nejc Ambo, Poti Sova univer que Reran de date eo dro sais tain yrs 0st nical tense seme tendon, noun epee inner, = sabte por pls sneha peeing Se Srcton Mian coats cpr avn p Shrseandose saci desu ise coop, ‘ema oer nS cua mun tna ik emmtcepepesrencosoe Sempron ematical {Spe penne cnt its Se ng en ‘arose noni scan poner strane coco ‘Sewanee nnn ert song dean nt te cits oso ‘Sitio, qe sens oa onde sume sap em ees a tnattae Go worktre so € evan, nem de preserasto doe ‘oles moral obo con ger etree penser cone “oe senioavolocla ut tore compulriosetur quale mpegs nts que indigo, mal eounerad e precio ~ acer, poranto um ow pt labor! desavriel aoe tabakadores em ora do eto abrevitnla CObviamente, a cise de 2008 trouxe novo suport para tornar Inegemnlcas esas polities. Tata-se da gestio social dorsco pela provisio de epoo material paraaquees que, nessa conjntur, pssam iver as destiulgdes mais agudas, enfrentar 0s risos inerentes i flobalzagio as incertezs crescents dak derivadas. Trata-se de Emplareconsoldar meresdos 1 contra do principio Don de poe sol que &asciarre- ‘roc das conden de vide bem-star das cones de mero [Rint iterinente eer no mereagocomngetes ramen Imports de poplin lever avis 202, p37 _Anovidade preocupante, apis um longo perlodo de construgio se sistemas universais de protego social, como € 0 caso da Unio uropeia, que a Politica Socal pasa a operar junto (snus deer ener de eta pe eee Socmycge cs coayes ena Berton ne re {hoes amis sso cmt a ers ees de {Caden arta canopies) A Titanate crue ne aon re et provama ic tenompatcaneste orto ase capcom Uta tepn 08 So avn 202 9. eo ge ene endian pop ob canned etre non ee leo do ap Sn ear Sb alk 9 a Se A acres meee ALuQUEROUE ‘Como ssbemos, no pais, com oagravamento da crise econdimic, sola as bases da governabidade peisa, que vai speofunday 8 crise politica. Crise que ndo é apenas conjunturl, mas uma ert se estrutural do processo de acumulagio captalsta que, cada vee ‘mais, assume a forma de uma eis sistema (Méseires, 2009) que stiva os limites estruurals limos do capitalism e se expressa no Aesempreg, na destruigo do melo ambiente e nas gucras loi. Em resuo, os processes de globalizagio com a valorisacio do capital financelro, as grandes corporagies transnacionsis, (08 mereados, as midias eas estraturas mundiais de poder vem ‘riando um malestar generalizado em escala mundial, que leva os Estados nacionas s perderem autonomia. Iso em umn mundo ‘onde i mais de 200 miles de desempregados,slirios precios © Inseguranga socal Aaquestio social, consitutva da sociedade capitals, emplia seu fosso de desigualdadee inustiga Além dato, no podemos esquecer ue no caso bras, clentelismo, autoritarimo,parioniaimna € favor alo caractersticas que histricamente marcaram afermagio ‘social do pais emoldaram um perf para socedade brasileira, Soce. dade, ue mesmo nos anos recentes,pésconquistasconstitclonals, “quae tacos dessa longs historia que a condions: a colonizagi Imposta, 0 escravisme, as lites pela independéncia, modos de pro- gio, formas de dependéncist (Wanderley, 201, p. $5) Essasdimensbes so diversas, por ves contraditvaseantag- cas, port entrelagadas nterdependentes,Treta-se de um tempo caracterizado por uma nova agenda neoliberal e neoconservadora ‘us impactes ecorrem, como f afrmamo, no apenas em relago Sondeus economies, mas atingem milla dimensdes da vide socal Contesto complexo epleno de indeterminagies © opaciade no qual © stad pressionado pela gloalizagio neoliberal e pelo interesses do mersado enfrentaa cise do fan do consenso eo esgarcamento a articulagio entre trabao, direitos eproteg socal pales, qu configurou 0s padres de regulaio séco-estatal do Welfare State, uf lnstituclnalidade sequer aleancamos. ANOVAMONFOWOCA TABALAONOSERWGDSCEIL we ssa dindmica sciopoitic coloca ainda desafis para o pen samento critica’; sendo tm dees 0 de operat “no terreno daan- bigudade” enfentaro deafio de deavendar as conradigdes que rmarcam esse tempo da histria brasileira com suas consequéncias para democracla, par a politi, para os dieltos socials e para 2 sera pablia ‘A democraca ea ut ela construgo de direitos, nese sentido, so sempre questies em disput, B preisoultrapasar uma andlise ‘minimalists ov apenas dos procedimentos formals da democracia pura pensi-la em seu carter subversive, como disputa entre poje= tos no terreno de forgas em correlagio. Ess dsputapermeia todo nosso campo de agi sob mittplosaspectos,bastando lembrar 0 ‘modo come nas Gltimas décadas nos confrontamos com olegdo da subordinagéo do social ao econbmico. Gondsio ‘Tendo como refertnla as reflexes anteriores, é precio con- lui assinalando que 0 Servic Social come proisio& interpelado ‘desafado ness contexto societiio pela necessidade de constrlr rediagbes pollteas e Wdeologicas expresses, sobretud, por agBes de resistencia ede aliangasestratgieas no jogo da politica em suas Ilias dimensées, por dentro dos expagosinsttuionais © e== pecanente so conto dss soi im spect relate 0 subalterna e sua its em nossa soiedade ‘Assim, quando nos refrimos is relagbes de poder, ndo podemos ceacuir as Flagées dos profisionis com a populaio.f 0 poder das triagens das elegldades, das govemabildades, das concessGes dos lauds, das visitas controladores das defingGes de quem eae quem no fica, de quem pode pariipar de um Programa ete ara fnaizar importante destacar que dante das desigual

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