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Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

Poder Judiciário - Justiça do Trabalho

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 1001759-24.2016.5.02.0718


em 28/11/2017 17:31:06 - 11d7b22 e assinado eletronicamente por:
- DANIEL BATTIPAGLIA SGAI

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usando o código:17112817302401700000090041551
EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA 18ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP – ZONA SUL

PROCESSO Nº 1001759-24.2016.5.02.0718

ATENTO BRASIL S.A., por seus advogados infra-assinados, nos autos da Reclamação Trabalhista
postulada por SIMONE TRISTAO DE OLIVEIRA, em face da vista que lhe foi concedida, vem, respeitosa e
tempestivamente, requerer a V.Exa. que se digne de autorizar a juntada das anexas CONTRARRAZÕES ao
Recurso Ordinário Adesivo interposto, requerendo sejam as mesmas juntadas ao processo, para que
produzam todos os seus jurídicos efeitos, como de direito.

Desta forma, requer sejam inclusas as contrarrazões processadas e encaminhadas ao Tribunal


Regional do Trabalho da 2ª Região, para os fins e efeitos de direito, depois de cumpridas as formalidades
de estilo.

A reclamada requer que sejam as futuras publicações na Imprensa Oficial efetuadas


EXCLUSIVAMENTE em nome do advogado DR. DANIEL BATTIPAGLIA SGAI, inscrito na OAB/SP n. 214.918,
bem como todas as intimações referentes à presente ação, sejam enviadas para seu escritório, na Av.
Aggeo Pio Sobrinho, 84 - 3º andar - Buritis, Belo Horizonte - MG, 30575-834, sob pena de nulidade, nos
moldes da SÚMULA 427/TST.

Nestes termos, pede deferimento,

São Paulo, 27 de novembro de 2017.

DR. DANIEL BATTIPAGLIA SGAI


OAB/SP 214.918

PAMELA ANDRESSA CORREA


OAB/MG 146.689

JULIANO VIANA BAHIA


OAB/MG 119.303

São Paulo Belo Horizonte Rio De Janeiro


Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830 Av. Aggeo Pio Sobrinho, 84, 3º andar Av. Treze de Maio, 41, 11º andar
Bloco 2 - Itaim Bibi – São Paulo SP Buritis – Belo Horizonte – CEP 30575-834 Rio de Janeiro CEP 20031-007
CEP 04543-900 Tel. 55 11 - 3879-2777 Tel. 55 31 – 2515-4745
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO

PROCESSO Nº 1001759-24.2016.5.02.0718
RECORRENTE: ATENTO BRASIL S/A
RECORRIDO: SIMONE TRISTAO DE OLIVEIRA

Egrégia Turma,

Ínclitos Julgadores,

DOS LIMITES DO RECURSO

O recurso ordinário interposto pela recorrente tem como objeto pontos específicos:
indenização por danos morais.

Isto posto, em sede recursal, não deve sequer ser analisado o recurso ordinário e suas razões
além das matérias acima, sob pena de estar-se proferindo decisão extra petita bem como implicar em
ofensa direta aos artigos artigo 141 e 492, ambos do CPC.

PRELIMINARMENTE
DA TEMPESTIVIDADE

Próprio e tempestivo o apelo, tendo em vista que a intimação foi publicada no dia 20/11/2017
(segunda-feira). Iniciou-se a contagem do prazo para a interposição do presente Recurso Ordinário
Adesivo, no dia 21/11/2017 (terça-feira), findando-se, pois, o octídio legal, em 30/11/2016 (quinta-
feira).

Demonstrada, portanto, a tempestividade das contrarrazões aviadas.

DO NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO – AUSENCIA DE FUNDAMENTAÇÃO

Nos termos do art. 1.010, II e III, do CPC, aplicado subsidiariamente a esta Especializada, é
pacifico que todo recurso deve ser fundamentado com as razões pertinentes para a apreciação e possível
reforma da decisão proferida pelo douto Juízo a quo.

No caso em tela, verifica-se serem as mesmas inexistentes, haja vista que tese recursal apenas
reproduziu as alegações iniciais, não atacando os fundamentos da decisão recorrida, tampouco
apresentando fundamentação com base nas provas e na sentença as razões de recorrer!

A falta de fundamentação do recurso implica em não conhecimento do mesmo, haja vista que
ausentes os seus requisitos, quais sejam, fundamentação e pretensões recursais. Desta forma, a ausência
de tais pressupostos, prejudica a apresentação pela Recorrida, das devidas contra razões, impossibilitando
sua ampla defesa e, até mesmo, o reexame da matéria pelo Tribunal. A matéria encontra-se pacificada
pelo TST pela edição da a Súmula 422 do TST:
Súmula nº 422 do TST
RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO
(redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT
divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicado no DEJT divulgado
em 01.07.2015
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões
do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos
em que proferida.
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à
motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de
admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da
competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja
motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.

No mesmo sentido, cabe aqui mais uma jurisprudência, vejamos:

EMENTA: RECURSO INTERPOSTO DE MODO GENÉRICO, SEM ATACAR OS


FUNDAMENTOS DA SENTENÇA. DESATENDIMENTO AO ART. 514, INC. II, DO
CPC. NÃO-CONHECIMENTO - Nos termos do art. 514, inc. II, do CPC, para que o
recurso seja admitido, exige-se que ele seja devidamente fundamentado. A
previsão de que os apelos serão interpostos por simples petição (artigo 899 da
CLT) não revela isenção do dever que cabe à parte de expor as razões
justificadoras da sua pretensão, sendo indispensável que os pontos questionados
sejam indicados de forma clara e objetiva. Ao interpor o recurso, compete à
parte identificar precisamente os temas e os fundamentos respectivos de seu
inconformismo, pois, da mesma forma que não se admite a contestação por
negativa geral, não se pode conceber o recurso genérico, sendo esta, inclusive,
a orientação do C. TST (Súmula 422). Destarte, não merece ser conhecido o
recurso que não impugna os fundamentos da decisão recorrida. (TRT 3ª Região
- RO/ 00465-2007-031-03-00-7 – 2ª Turma -– Desembargadora Relatora Maria
Cecília Alves Pinto – Data de Publicação: 19/12/2007).

Como no caso em tela, não se encontra fundamentação específica contrária aos fundamentos
que motivaram o convencimento do Magistrado de 1ª Instância, forçoso decretar o não conhecimento do
apelo interposto pela obreira, posto que não há, em qualquer parte do presente recurso, qualquer
fundamentação que ampare ou aponte qualquer contrariedade aos termos da r. sentença, o que impede
o seu conhecimento.

Nesse sentido é a jurisprudência do E. Tribunal Regional da 3ª Região:

EMENTA: PEDIDO GENÉRICO. NÃO CONHECIMENTO. Não pode ser conhecido,


por falta de objeto, o pedido de reforma da decisão de primeiro grau, para a
condenação da ré ao pagamento de todas as verbas e parcelas solicitadas na
peça de ingresso. Isto, porque é inadmissível, na apelação, pedido genérico de
reforma do julgado recorrido, sem a existência de razões recursais, porquanto é
indispensável que a parte demonstre os motivos pelos quais não concorda com
a decisão recorrida. O fato do artigo 899 da CLT dispor que a apresentação do
recurso pode se dar por simples petição não autoriza a realização de pedido
genérico, eis que o mencionado dispositivo legal se refere, tão somente, à forma
de apresentação da peça, não afastando os requisitos mínimos em relação ao
seu conteúdo e a indicação, induvidosa, dos pontos que são objeto de
impugnação. (TRT 3ª Região – Processo: RO/00199-2006-044-03-00-8 – 3ª
Turma -– Desembargador Relator Bolívar Viégas Peixoto – Data de Publicação:
21/04/2007).

Assim, sob pena de afronta ao princípio da ampla defesa, do contraditório (art. 5º, LIV e LV da
CR/88), da legalidade (art., 5º, II da CF/88), e da fundamentação das decisões (art. 93, IX da CF/88), o
presente Recurso Ordinário não pode ser conhecido, haja vista que carece de argumento específico de
contrariedade à r. sentença, nos termos em que fora proferida.

DA IMPUGNAÇÃO GENÉRICA - DO ÔNUS DA PROVA - DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ

Conforme amplamente demonstrado, inexiste interesse recursal do Recorrente, haja vista a


impugnação genérica das contestações e dos documentos trazidos ao longo da instrução processual.

Por certo, nesta especializada, não se admite impugnação genérica, ante o princípio da
dialeticidade. No mesmo sentido é a conclusão de CLITO FORNACIARI JÚNIOR:

Todavia, o silêncio do autor sobre o fato extintivo deduzido pelo réu implica o
mesmo efeito que se tem a partir do silêncio do réu acerca do fato constitutivo
do direito do autor. O fato torna-se incontroverso e não precisa ser provado. A
previsão de direito de manifestação ao autor sobre o fato novo, não fora para
lhe trazer efeito negativo diante do silêncio, seria inócua e até quebraria o
princípio da igualdade, isso porque, até esse instante, as partes falaram nos
autos igual número de vezes, de modo que a nova oportunidade conferida ao
autor não é de ser vista como uma simples homenagem, mas um ônus
processual, que carrega efeitos, se não for atendido. (26)

A pretensão recursal fere, o que preceitua os artigos 322 e 492 do CPC, pois, o julgador não está
obrigado a suprir omissões das partes, constantes da inicial e defesa. Ora Exa., o Recorrente não debate
as questões abarcadas na r. sentença, não cabendo qualquer reforma neste sentido, sob pena de
vulneração aos artigos 322, 141 e 492 do CPC e art. 5º, LIV e LV da CF.

Impondo assim o não conhecimento do autor!

Ad cautelam, os artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC, este aplicado subsidiariamente, assim
preceituam:

“Art. 818. A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.”


“Art. 373 - O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;”

O ônus probatório é estabelecido para as partes, e, aquele que alega possuir um direito deve,
antes de mais nada, demonstrar a existência dos fatos em que tal direito se alicerça.

A palavra ônus, se origina do latim “ônus (carga, peso, obrigação), na significação técnico-
jurídica, entende-se todo encargo, dever, ou obrigação que pesa sobre uma coisa ou pessoa, em virtude
do que está obrigada a respeitá-los ou a cumpri-los”.

Ora e. Julgadores, o “ônus probandi”, é, pois, o encargo que têm os litigantes de provar, pelos
meios admissíveis, a veracidade dos fatos, conforme for a distribuição de tal imposição”.

Quando o legislador imputou ao autor o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito,
possibilitou que este estruturasse os fatos nos moldes da essência que visa demonstrar, fazendo, assim,
que a própria ligação direito-fato se constitua, nasça para o mundo jurídico.

Segundo Carnelutti, “O ônus de provar recai sobre quem tem o interesse em afirmar”.

No caso em tela, o Recorrente, sofrendo as consequências de sua inércia, e, em uma busca


desesperada por um direito inexistente, requer seja reformada a r. sentença.

Neste ponto, o ônus da prova competia a Autora, vez que não é possível imputar à Reclamada,
prova negativa. Ao contrário do que deseja fazer crer o Recorrente, não existem dúvidas que a finalidade
da prova é convencer o juiz da veracidade dos fatos; pode-se dizer então que ele é o destinatário da prova,
não se desincumbindo o mesmo do ônus que lhe foi imposto.

O que se verifica no caso em tela é que não foi o mesmo capaz de comprovar os fatos
constitutivos de seu direito, cujo ônus, conforme a distribuição prevista no art. 818 da CLT e at. 373, I, do
Código de Processo Civil, não se desincumbiu, se limitando a meras alegações desprovidas de elementos
de convicção.

Este é o entendimento jurisprudencial:

“INTEIRO TEOR: porque, em impugnação (id 02e4d7b), o autor nem sequer


alegou ausência de recibos. Da mesma forma, houve impugnação genérica dos
apontamentos, aliás
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011780-79.2014.5.03.0084 (ROPS); Disponibilização:
03/02/2015; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Paulo Chaves Correa Filho)
DOENÇA OCUPACIONAL. NEXO CAUSAL. AUSÊNCIA DE PROVA. LAUDO PERICIAL.
O Juiz não está adstrito ao laudo pericial, nos termos do artigo 436 do CPC.
Todavia, a decisão contrária à manifestação técnica do perito depende da
existência de outros elementos de prova que fundamentem tal entendimento,
sem os quais se deve prestigiar o conteúdo da prova técnica produzida. Não
havendo nos autos prova apta a ilidir a conclusão do laudo pericial no sentido de
que não há nexo causal entre o trabalho e as lesões auditivas sofridas pelo
reclamante, não restou caracterizada a responsabilidade civil da reclamada.
INTEIRO TEOR: faz impugnação genérica quanto ao referido documento trazido
pela ré, e não produz outra prova que invalide tal documento. Pelo exposto, dou
provimento.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010706-77.2013.5.03.0131 (RO); Disponibilização:
30/01/2015; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Convocado Vitor Salino de
Moura Eca)

INTEIRO TEOR: , "não há apontamento específico das diferenças em seu favor,


mas somente impugnação genérica dos controles de ponto naquilo em que lhe
era conveniente
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0011062-39.2013.5.03.0142 (RO); Disponibilização:
30/01/2015; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Convocada Maria Cecilia
Alves Pinto)

Insta ainda ressaltar que, vigora no sistema processual brasileiro o Princípio do Livre
Convencimento Motivado, ou da Persuasão Racional, consubstanciados no art. 131, do CPC, de aplicação
subsidiária na esfera trabalhista, consoante o art. 769, da CLT, através do qual ao Julgador cabe valorar
livremente os elementos das partes, desde que suficientemente fundamentada a decisão, com ocorreu
na r. sentença recorrida.

Os fatos alegados em juízo, em especial os controvertidos, necessitam de provas para serem


admitidos como verdadeiros. Com efeito, de acordo com os critérios estabelecidos na lei, a prova do fato
incumbirá a quem a ele aproveite e, segundo Manoel Antônio Teixeira Filho “A necessidade está em que
o Juiz não se pode deixar impressionar com meras alegações expendidas pelas partes”.

Conforme amplamente demonstrado, o Recorrente não produziu provas dos pleitos


vindicados, o que, por si só, já é mais do que suficiente para que não haja reforma da r. sentença com
a finalidade de majorar o valor arbitrado á título de danos morais. Ora e. Julgadores, entendimento
diverso, violaria o entendimento imposto nos artigos 5º, XXXVI da CR, 422 do CC, 818 da CLT, 373, I do
CPC.

Diante de todo exposto, deve ser mantida a r. sentença, haja vista que proferida de forma
coerente com as demais provas produzidas nos autos, e ainda por restar fundamentada nos arts. 131 e
436 do Código de Processo Civil.

DO MÉRITO DAS RAZÕES DE RECURSO


DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Pretende a Recorrente, em seara recursal, reformar a r. sentença para que a Reclamada seja
condenada ao pagamento dos danos morais.
Mais a mais, não ocorreu qualquer ato ilícito ou dano, sendo que caberia a autora a prova de
suas alegações, a teor do que dispõe o artigo 818 da CLT c/c artigo 373, I do CPC, ônus que não se
desincumbiu.

Por óbvio, que a recorrida já se desincumbiu de comprovar a inexistência de qual dano moral à
Reclamante.

Conforme brilhantemente decidiu o MM. Juiz:

Da indenização por danos morais. Ameaça.


A testemunha arrolada pela autora, apesar de alegar ter presenciado ameaça
proferida pelo superior da reclamante, não soube dizer quando esse fato
aconteceu, não sabendo precisar nem sequer o ano.
Dessa forma, a prova oral não apresentou ser clara e convincente neste ponto,
razão pela qual entendo que o fato alegado não restou suficientemente provado.
Sendo assim, não reputou demonstrada qualquer conduta ilícita da reclamada
(art.186 e art.187 do CPC), capaz de gerar a indenização pretendida (art.927 do
CC/02), razão pela qual julgo IMPROCEDENTE o pedido de indenização por danos
morais.

Ademais, o artigo 927 do Código Civil cumulado com o artigo 7º, XXVIII, da Constituição da
República, preconiza que a responsabilidade do empregador sobre suposto danos ao empregado é
subjetiva, ou seja, depende da existência de culpa ou dolo.

Com efeito, segundo lição de Maria Helena Diniz1 para que se configure o ato ilícito é
imprescindível que haja:

“a) fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência (RT, 443:143, 450:65, 494:35, 372:323,
440:74, 438:109, 440:95, 477:111 e 470:241);
b) ocorrência de um dano patrimonial ou moral, sendo que pela Súmula 37 do
Superior Tribunal de Justiça serão cumuláveis as indenizações por dano
material e moral decorrentes do mesmo (RT, 436:97 e 433:88);
c) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente (RT,
477:247, 463:244, 480:88, 481:211, 479:73 e 469:84)."

Mais uma vez, o recurso ordinário interposto pela recorrente deverá ser rejeitado.

A Recorrente demonstra seu inconformismo quanto a brilhante sentença que julgou


improcedentes os pedidos de danos morais.

Conforme brilhantemente decidiu o Douto magistrado, o não houve qualquer ofensa à


dignidade da autora, sendo que a reclamante sequer narrou em sua inicial quaisquer transtornos ou

1 DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado, 13ª ed., São Paulo, Saraiva, 2008, p. 207.
aborrecimentos decorrentes da ausência de homologação da rescisão.

Cumpre esclarecer que a reclamante sequer demonstrou a prática de ato ilícito por parte da
reclamada conforme preceitua o art. 186 do Código Civil, capaz de ser indenizável, não fez prova de que
teria sofrido qualquer dano à sua integridade moral, bem como sua honra, assim como não fez prova de
que teria sofrido dor ou sofrimento que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no
comportamento psicológico, nos termos do art. 818 da CLT e art. 373, I, do CPC, quedando-se,
novamente, na insuficiência de provas. Ao que tudo indica o pedido não passa de uma tentativa de
enriquecimento ilícito.

Por conseguinte, resta afastada a aplicação de indenização a título de danos morais, como bem
fez o julgador sentenciante.

Não houve por parte da Recorrida a prática de ato ilícito passível de indenização, inexistindo
qualquer ação ou omissão voluntária que viole norma jurídica protetora de interesses alheios.

Com efeito, reparação decorrente do dano moral encontra fundamento legal nas disposições
contidas no artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal de 1988, bem como no artigo 186 do Código
Civil, de aplicação subsidiária ao Direito do Trabalho, nos termos do parágrafo único do artigo 8º da CLT.

Todavia, é indispensável que reste efetivamente comprovada prática de ato doloso ou culposo
por parte do empregador com a intenção deliberada de macular a imagem, honra, intimidade ou vida
privada do trabalhador, bens protegidos pela Constituição Federal (art. 5º, inciso X), a ensejar a reparação
por danos morais, o que não ocorreu na hipótese presente.

De plano, cumpre ressaltar que o dano moral, essa misteriosa “dor” que se oculta no íntimo das
pessoas, deve vir à luz com um mínimo de força de convencimento, sob pena de estarmos apenas
encorpando a conta bancária de aventureiros que têm como objetivo único o enriquecimento ilícito,
desprovido de respaldo jurídico. E, no caso dos autos, certo é que não houve qualquer dano à intimidade,
vida privada, honra ou imagem da Autora.

Logo, tem-se, pois, que não agiu a Reclamada com desrespeito ao direito à sua dignidade, à sua
honra e à sua imagem previstos no art. 5º, inciso X, da CF/88.

A bem da verdade, o fato é que o dano moral tornou-se uma indústria em nosso País, bastando
meras conjecturas para que se alcance via do Poder Jurisdicional indenizações sem qualquer espeque
fático-jurídico. Sobre esta situação, que, infelizmente, aumenta assustadoramente no Brasil, o jurista Rui
Stocco comenta (Tratado de Responsabilidade Civil. 6a edição revista, atualizada e ampliada, Ed. Revista
dos Tribunais, pág. 1705):

“Em resumo, o Brasil corre o risco de o instituto da responsabilidade civil por


dano moral, tal como ocorre aliunde, banalizar-se e desmoralizar-se, por força
dos desvios de enfoque, da ganância, das pretensões exageradas ou descabidas,
do jogo da esperteza, do desregramento específico e do abandono dos princípios
e preceitos de superdireito, estabelecidos na nossa Carta Magna e na Lei de
Introdução ao Código Civil.”

Em suma, tais assertivas ficam veementemente impugnadas, por absurdas e inverídicas,


competindo a recorrente a prova de suas alegações, nos termos dos artigos 818, da CLT, e 333, I, do CP.

Pelo exposto, não há nenhuma violação aos bens tutelados no inciso X, do artigo 5º, da Carta
Magna pelo trabalho prestado pelo Autor.

Aliás, as infundadas alegações contidas na exordial, parecem não passar de meras


insatisfações pessoais da recorrente as quais não são indenizáveis.

A Reclamada não cometeu qualquer ato que pudesse ferir os atributos de personalidade do
Reclamante, ou seja, não causou dano psicológico, à imagem, valores morais ou à honra da recorrente.

Todavia, conforme parecer específico publicado em dezembro de 1996 no Boletim n. 49 da


Associação dos Advogados de São Paulo, foi destacado pelo i. Desembargador do Tribunal de Justiça de
São Paulo, José Osório de Azevedo Júnior, que determinados sentimentos íntimos, por serem
inexpressivos, não são passíveis de reparação. Veja-se:

“Convém lembrar que não é qualquer dano moral que é indenizável. Os


aborrecimentos, percalços, pequenas ofensas, não geram o dever de indenizar.
O nobre instituto não tem por objetivo amparar as suscetibilidades exageradas
e prestigiar os chatos.”

Assim também já se manifestou o E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em brilhante


acórdão da lavra do civilista Sérgio Cavalieri Filho, verbis:

“Na mesma linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor,
vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira
intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe
aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem estar. Mero dissabor,
aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora de
órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do
nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre amigos e até no ambiente
familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o
equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por
banalizar o dano moral, ensejando ação judiciais em busca de indenizações pelos
mais triviais aborrecimentos.” (Apelação nº 8.218/95 – j. 2.2.1996, Rel. Des.
Sergio Cavalieri Filho).”.

Como já mencionado, a questão relativa à responsabilidade do reclamado pela reparação dos


danos alegados na inicial deve ser analisada de acordo com o disposto nos artigos 927 e 186 do Código
Civil, segundo o qual só há responsabilidade pela reparação do dano quando este resulte diretamente do
comportamento culposo do agente. Vejamos:
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo."

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito."

Por outro lado, é sem dúvida alguma, ônus do Reclamante a prova dos fatos constitutivos de seu
direito, quais sejam, o dano, o ato ilícito, o nexo de causalidade e a culpa do Banco Reclamado, nos termos
do art. 818 da CLT e 333, I do Código de Processo Civil, sem o que inexiste suporte para a pleiteada
condenação ao pagamento de indenização correspondente.

E tal ônus era induvidosamente seu, conforme salientado no v. acórdão do E. STJ da lavra do
eminente Min. Carlos Alberto Menezes, in verbis,

“não há falar em prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou
a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam. Provado assim o fato,
impõe-se a condenação, sob pena de violação do artigo 334 do Código de
Processo Civil.” (AI nº 253.699/SC, DJ de 13.10.99 – grifos nossos).

De acordo com o ilustre juiz e professor Alexandre Agra Belmonte:

“A responsabilidade por dano moral trabalhista é, fundamentalmente, de natureza


subjetiva, fulcrada assim no ato ilícito, pelo que não costuma bastar a existência do
fato sem a perquirição de culpa (direta ou indireta) ou dolo” (Danos Morais no
Direito do Trabalho, Rio - São Paulo, Renovar, 2001, p. 183).

Além disto, não subsiste responsabilidade de indenizar se não se configurar, de forma robusta e
insofismável, a existência de prejuízo. Sem este, não há dano, não havendo a obrigação de reparar. E a
Reclamante não demonstrou ou menos tentou indicar qual o prejuízo que teria sofrido, em relação direta,
com as alegações formuladas em sua inicial.

Ora, para que se configure o dano moral, o ato praticado deve atingir danosamente a moral
(tida como aquele prejuízo de natureza não – econômica) do Homem.

Outrossim, o fato deve revestir-se de tal gravidade e violação que reflita no aspecto mais íntimo
da personalidade humana ou da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua, o que não
ocorreu e tampouco restou demonstrado, nem se demonstrará, face a respectiva inexistência. Logo, por
certo o reclamante não sofreu qualquer dano moral.

Ainda que de ato ilícito se tratasse, e admitida a culpa do Contestante, apenas para argumentar,
inexistiria direito à indenização por dano, pois a compensação pela rescisão do contrato de trabalho já
está tarifada na legislação do trabalho, de modo a não admitir qualquer outra, de natureza complementar.
Em termos puramente abstratos, para que um trabalhador pudesse exigir a indenização civil por
dano material, necessária seria a prévia renúncia a todo o aparato de proteção derivado da legislação
trabalhista, que lhe é amplamente favorável, em confronto com o direito comum.

O que não se admite é a acumulação de diferentes sistemas de proteção; o direito civil só é


aplicável no caso de lacuna no sistema de normas do trabalho, o que não se verifica no presente caso.

Assim sendo, não haveria que se falar em indenização por danos morais, pois esta E. Justiça do
Trabalho já possui mecanismos para compensar o trabalhador por eventuais lesões ao seu patrimônio
jurídico, a chamada indenização tarifada, como acima se mencionou.

Aliás, neste aspecto, há que se registrar que o autor, além de não ter demonstrado o dano
sofrido, também deixou de demonstrar, como lhe competia fazer, o nexo causal entre a atitude da
Reclamada - comissiva ou omissiva - e o pretenso dano ou prejuízo experimentado.

Cumpre ressaltar que somente se verifica a obrigação de indenizar se restar cabalmente


demonstrada a ocorrência de prejuízo, o que não se verificou no presente feito.

Do mesmo modo, também não há como prosperar a pretensão afeta ao dano moral, eis que a
Ré não praticou qualquer ato que tenha causado dano psicológico, à imagem, valores morais, honra etc.,
do autor.

De todo modo, o pedido de indenização pelo pretenso dano moral não merece acatamento, em
primeiro lugar, porque o Reclamado não praticou qualquer ato ilícito que abalasse a moral do reclamante.

Ademais, em que pese a reclamante formular pedido de dano moral, é certo que o mesmo não
chega a indicar qual o bem de seu patrimônio moral (intimidade, vida privada, honra ou imagem,
conforme hipóteses do artigo 5º, inciso X da Constituição Federal), que supostamente teria sido violado
pela Reclamada, de modo que a petição inicial não cumpre o disposto no artigo 286, caput, do Código de
Processo Civil, que determina que o pedido deverá ser certo ou determinado.

Por tais razões, não há que se falar em indenização no presente caso, quanto mais deste
Contestante que, como afirmado alhures, nenhum ato ilícito praticou que justificasse algum dever de
reparação, evitando-se, desta forma, o enriquecimento ilícito da autora por lhe faltar requisitos
probatórios capazes de determinar tal condenação. Restando, portanto, inviável o acolhimento da
descabida pretensão de condenação ao pagamento de danos morais

Ad cautellam, caso este não seja o entendimento do juízo e ainda diante de todo o exposto, a
fim de evitar o enriquecimento ilícito, a quantia relativa ao dano moral não pode ultrapassar a 1 (um)
salários mínimo, restando, pois, impugnado o valor pretendido na inicial!

Ainda, por extrema cautela, acaso haja condenação, o que não se espera e nem se admite por
amor ao debate, tratando-se de pedido de indenização por danos morais, os juros e a correção monetária
deverão incidir a partir da data da publicação da sentença ou do acórdão que a fixar, pois neste momento
surge a obrigação do ofensor e é conhecido o valor a ser pago. Inteligência Súmula 54 do STJ.
Também correto o entendimento do MM Julgador ao julgar improcedente referido pedido da
Autora, in verbis:

“A Constituição Federal assegura em seu art. 5º, inciso X, o direito à reparação


pelos danos morais sofridos, com fulcro no princípio da dignidade da pessoa
humana, elevado à condição de fundamento de nosso Estado Democrático de
Direito. Consiste o dano moral na violação de interesses não patrimoniais da
pessoa, causando dor íntima, sofrimento ou transgressão de seus atributos
morais, aptas a trazer um desequilíbrio de seu bem estar regular. A pretensão
reparatória fundamenta-se na responsabilidade civil, que possui seus requisitos
ensejadores expressos no art. 186 do CC, sendo eles: ação/omissão, dano, culpa
e nexo de causalidade entre o comportamento danoso e o dano. Na espécie, não
estão presentes esses requisitos. A ausência de quitação e homologação do
acerto rescisório no prazo legal, por si só, não é suficiente para transcender a
esfera patrimonial da reclamante e violar sua dignidade, sendo certo que a
reclamante sequer narrou em sua inicial quaisquer transtornos ou maiores
aborrecimentos consectários destes. A questão foi objeto de reparação
patrimonial, inclusive com aplicação de multa. Não constitui, no entanto, dano
moral. O pedido é improcedente.”.

Desta feita, resta improcedente o pedido de indenização por danos morais, haja vista que a
Reclamada não deu causa a qualquer dano eventualmente sofrido pela Autora.

Nesse sentido, não concorreu a Empresa Ré com dolo ou culpa (negligência, imprudência ou
imperícia), inexistindo base legal que ampare o pedido de indenização por danos morais, cuja pretensão
Exordial esbarra no que dispõe o artigo 5º, inciso II, da CR/88.

Tampouco houve qualquer lesão à Autora por parte da Reclamada que o afetasse em sua
esfera moral. Inescusável ainda que, para surgir qualquer direito à indenização, ainda que por danos
morais, deve-se atentar ao que dispõe o art. 186 do Código Civil:

Aquele que, por ação omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar


direito e causar danos à outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Reiteramos aqui, a necessidade da existência dos quatro são os elementos que devem ser
demonstrados pelo autor para que faça jus ao direito à reparação de danos, ainda que morais.

São eles:

1- a ação ou omissão do agente;


2- a existência do dano (prejuízo);
3- a relação de causalidade entre o primeiro e o segundo elemento;
4- e, ainda, o elemento subjetivo – dolo ou culpa.
A falta de qualquer desses pressupostos resulta, indubitavelmente, na improcedência do
pedido, como, a propósito, é o caso dos autos.

No caso em tela, a Autora não comprovou ter a Reclamada praticado quaisquer atos ilícitos,
contrários ao direito, muito menos de ter agido com qualquer parcela de culpa ou dolo para os fatos
narrados na Inicial, como não demonstrou também o nexo de causalidade entre o ato que alega ter sido
praticado pela Reclamada e o dano por ela suportado, ou seja, até o presente momento, não houve
quaisquer danos que pudesse ser pleiteados nesta D. Especializada.

Portanto, como é cediço, há necessidade da concorrência de alguns itens, para a caracterização


do dano moral, os quais, com a devida vênia, não ocorreram.

Por fim, ressalte-se que o ônus da prova relativa à suposta culpa Empresarial cabe,
exclusivamente, a Autora, com fincas nos artigos 818 da CLT e 333, I do CPC, ônus do qual os mesmos não
se desincumbiram, pelo que requer esta Defendente a improcedência da presente ação.

Desta feita, não se desincumbindo a Reclamante da plena demonstração de todos os


pressupostos exigidos pelo artigo 186, do código Civil, em especial pela existência do dano e pela conduta
culposa ou dolosa desta Reclamada, deverá este D. Juízo, julgar improcedente o pleito autoral, a fim de
evitar o enriquecimento sem causa do Obreiro à custa desta Justiça Especializada.

A culpa somente será caracterizada se ficar provado o descumprimento de qualquer normal


legal, convencional, contratual ou técnica, cuja violação acarretou o suposto dano narrado pelo Autor.

O Desembargador Ruy Trindade, aduz que dano moral "é a sensação de abalo a parte mais
sensível do indivíduo, o seu espírito" (RT 613/184).

Para Carlos Alberto Bittar, "são morais os danos e atributos valorativos (virtudes) da pessoa
como ente social, ou seja, integrada à sociedade (como, v.g., a honra, a reputação e as manifestações do
intelecto)" (Tutela dos Direitos da Personalidade e dos Direitos Autorais nas Atividades Empresariais,
Revista dos Tribunais, SP, 1993, p. 24).

Impende, ainda, suscitar que a indenização do dano, seja ela moral ou material, configura-se,
obrigatoriamente, através de três requisitos essenciais, quais sejam, ato ilícito, dano e nexo de
causalidade.

Pela simples análise da Exordial verifica-se que não restaram preenchidos os requisitos para a
configuração do ilícito civil, uma vez que a empresa Ré agiu com boa fé e nos limites de seu poder diretivo,
não existindo nexo de causalidade. Eis o entendimento pretoriano:

EMENTA: DANO MORAL. PRESSUPOSTOS DO DEVER DE REPARAR. O dano


moral contrapõe-se à reparabilidade material justamente por sua feição
incorpórea, normalmente sediado na alma sob a forma de sofrimento íntimo
ou psíquico. Conquanto seja impossível metrificá-lo, nem por isto deixa de ser
indenizável, conforme assegura o art. 5o., X da Constituição Federal. Desde
que presentes a ação ou omissão dolosa ou culposa por parte do agente,
efetivo prejuízo para a vítima e nexo causal entre o evento e o dano, impõe-se
a reparabilidade. Todavia, não basta que o agente tenha cometido um ato
ilícito; é imprescindível aferir se a conduta gerou conseqüências deletérias
para a vítima, com repercussões em sua vida emocional, causando-lhe
sofrimento, denegrindo- lhe a honra, boa fama ou reputação. Eventual
reprimenda à reclamante, sem divulgação no ambiente de trabalho ou na
coletividade, não impõe a obrigação de reparar. Órgão julgador: Sétima Turma.
Relator Ricardo Antônio Mohallem 00294-2007-077-03-00-3 RO Publicado no
DJMG de 26/07/2007, p.11. (g.n.).

Assim, somente poderá ser deferido tal pleito acaso comprovado a culpabilidade da Empresa
Ré, ou melhor, dizendo, caracterizada a prática de ato ilícito por parte da mesma. Neste sentido, julgado
deste Egrégio Tribunal Regional do Trabalho, senão veja:

EMENTA: DANO MORAL. IMPROCEDÊNCIA. Alguns ilícitos, por si só, fazem


presumir o prejuízo de ordem moral, como a inscrição indevida do nome de uma
pessoa em cadastros de proteção ao crédito. Outros não apresentam a mesma
característica e exigem que sejam demonstradas suas conseqüências
perniciosas. Esse o caso dos autos. Portanto, se não há prova dos prejuízos
efetivamente suportados, o dano não resta configurado. Recurso Ordinário ao
qual se nega provimento. (Turma Recursal de Juiz de Fora – TRT 00714-2009-
132-03-00-0 RO – Relator Heriberto de Castro – data da publicação 03/03/2010)

Sendo assim, uma vez ausente a comprovação dos três pressupostos especificados acima, e
conforme exposto, inverídicas as alegações da Autora em sua inicial, requer o indeferimento da
indenização por danos morais.

Na jurisprudência são encontrados acórdãos no sentido de que a prova é do Autor:

Dano moral – Ausência de prova – Improcedência do pedido. Ao pleitear


indenização por danos morais, deve o trabalhador, sob pena de improcedência
do pedido, demonstrar ter sofrido humilhação, constrangimento ou vergonha
de tal gravidade que lhe causaram abalo psicológico (TRT 12ª R., 3ª T., ROV
3494/2003.027.12.00-9, Ac. 6532/05, Rel. Gerson P. T. Conrado, DJ SC 9.6.05, p.
219).

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Para a configuração dos pressupostos


necessários à reparação do dano moral, necessária a concorrência de três
elementos, quais sejam, a existência de erro de conduta do agente, a ofensa a
um bem jurídico e a relação de causalidade entre a antijuridicidade da ação e o
dano causado. Não se desincumbindo a reclamante do ônus processual que lhe
competia, não restando demonstrada a presença dos três elementos essenciais
à caracterização da responsabilidade civil, improcede o pedido de condenação
ao pagamento de indenização por danos morais. (PJe/TRT 3ª R Quarta Turma
0011918-59.2013.5.03.0091 RO Relatora Desembargadora Maria Lúcia Cardoso
de Magalhães DEJT/Cad. Jud. 16/06/2014 P. 280).

DANO MORAL - CONFIGURAÇÃO. O dano moral tem previsão constitucional,


especificamente no artigo 5º, incisos V e X da Constituição, que assegura
reparação resultante de violação da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem das pessoas. Decorre o dano moral da ofensa a direitos da
personalidade. Trata-se de violação da cláusula geral de tutela da pessoa
humana, seja causando-lhe prejuízo material ou violando direito da
personalidade, seja, enfim, lesando a sua dignidade, com qualquer mal
evidente. Não caracterizados tais pressupostos, indefere-se o pedido de
indenização por dano moral. (PJe/TRT 3ª R Quinta Turma 0011199-
67.2013.5.03.0062 RO Relator Desembargador Márcio Flávio Salem Vidigal
DEJT/Cad. Jud. 13/06/2014 P. 152).

DANO MORAL - AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO À DIGNIDADE PESSOAL -


INDENIZAÇÃO INDEVIDA. A ocorrência do dano moral pressupõe violação à
Dignidade Pessoal da reclamante - Artigo 1º, III, da Constituição da República -,
mediante vulneração da sua integridade psíquica ou física, bem como aos
Direitos Fundamentais previstos na Constituição da República, o que não foi
comprovado nos autos. (PJe/TRT 3ª R Nona Turma 0010016-33.2013.5.03.0039
RO Relatora Desembargadora Maria Stela Álvares da Silva Campos DEJT/Cad.
Jud. 27/06/2014 P. 266)

NO CASO EM TELA OS PRESSUPOSTOS NÃO FORAM ATENDIDOS, VEZ QUE NÃO HOUVE POR
PARTE DA DEFENDENTE A PRÁTICA DE QUALQUER ATO ILÍCITO PASSÍVEL DE INDENIZAÇÃO,
INEXISTINDO QUALQUER AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIA QUE VIOLE NORMA JURÍDICA PROTETORA
DE INTERESSES ALHEIOS.

Excelência, a Reclamada é empresa conceituada no mercado de porte internacional, que prima


pela eficiência dos serviços prestados junto aos seus clientes não tendo como prosperar tais narrativas,
configurando verdadeiras falácias da Autora.

Portanto, improcede o pedido de dano moral, devendo ser mantida a r. sentença.

DO VALOR DA INDENIZAÇÃO DO DANO MORAL/ATUALIZAÇÃO

Todavia, caso esse Egrégio Tribunal entenda pelo acolhimento do pedido, o que também apenas
se admite para argumentar, deve ser fixado no percentual de, no máximo, 01 salário mínimo, valor este
condizente com a situação da autora, devendo ser afastada a possibilidade de enriquecimento ilícito da
autora e afronta ao artigo 884 do Código Civil, restando, pois impugnado o absurdo valor declinado na
inicial.

CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA entende que no caso de indenização, a qualquer título que seja,
o Juiz deve arbitrá-la de forma moderada e equitativa, a fim de que "não se converta o sofrimento em
móvel de captação de lucro" (Responsabilidade Civil, 1ª ed., Ed. Forense, RJ, 1989, p. 339, nº 252).

Ademais, a indenização não pode guardar proporção com o poder econômico do empregador,
mas o tipo de lesão e suas consequências, consoante entendimento proferido pelo. E. Tribunal da 3ª
Região, verbis:

“DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO. A fixação do


quantum que vai reparar danos morais decorrentes de acidente de trabalho
deve sopesar, segundo o consenso adotado em sede jurisprudencial
doutrinária, o grau de culpa do agente causador do dano e a intensidade do
ânimo de ofender e a extensão da lesão dobem jurídico tutelado, tudo isso em
conjunto com a condição econômica das partes, não sendo razoável considerar
que as Reclamadas, detendo algum "poderio econômico", estejam obrigadas a
pagar uma indenização condizente só com o seu capital social ou com o seu
patrimônio de modo a propiciar ao Reclamante, que sofreu pequena lesão que
não resultou em qualquer incapacidade para as atividades habituais ou
laborativas,um enriquecimento injustificado".
(Turma: 5ª Turma 01341 Feito:2002-077-03-00-1 RO Rel. Juiz João Bosco Pinto
Lara, Data de Publicação: 14/02/2004, Fonte:

É o que se requer.

Acaso sobrevenha a condenação, o que não se espera por amor ao debate, requer esta
reclamada a aplicação da Súmula 439 do C. TST no que tange a atualização monetária.

CONCLUSÃO

POR TODO O EXPOSTO, confia a recorrida em que, apreciando a espécie e, certamente,


trazendo à mesma doutos e jurídicos subsídios, esta Egrégia Turma Julgadora NEGARÁ PROVIMENTO ao
Recurso Ordinário ora contrarrazoado, e mantendo-se o julgado nos pontos defendidos nestas contra
razões recursais, com o que estará fazendo a costumeira JUSTIÇA.

Nestes termos,
Pede deferimento,

São Paulo, 27 de novembro de 2017.

DR. DANIEL BATTIPAGLIA SGAI


OAB/SP 214.918

PAMELA ANDRESSA CORREA


OAB/MG 146.689

JULIANO VIANA BAHIA


OAB/MG 119.303

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