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PROCESSO Nº 1001759-24.2016.5.02.0718
ATENTO BRASIL S.A., por seus advogados infra-assinados, nos autos da Reclamação Trabalhista
postulada por SIMONE TRISTAO DE OLIVEIRA, em face da vista que lhe foi concedida, vem, respeitosa e
tempestivamente, requerer a V.Exa. que se digne de autorizar a juntada das anexas CONTRARRAZÕES ao
Recurso Ordinário Adesivo interposto, requerendo sejam as mesmas juntadas ao processo, para que
produzam todos os seus jurídicos efeitos, como de direito.
PROCESSO Nº 1001759-24.2016.5.02.0718
RECORRENTE: ATENTO BRASIL S/A
RECORRIDO: SIMONE TRISTAO DE OLIVEIRA
Egrégia Turma,
Ínclitos Julgadores,
O recurso ordinário interposto pela recorrente tem como objeto pontos específicos:
indenização por danos morais.
Isto posto, em sede recursal, não deve sequer ser analisado o recurso ordinário e suas razões
além das matérias acima, sob pena de estar-se proferindo decisão extra petita bem como implicar em
ofensa direta aos artigos artigo 141 e 492, ambos do CPC.
PRELIMINARMENTE
DA TEMPESTIVIDADE
Próprio e tempestivo o apelo, tendo em vista que a intimação foi publicada no dia 20/11/2017
(segunda-feira). Iniciou-se a contagem do prazo para a interposição do presente Recurso Ordinário
Adesivo, no dia 21/11/2017 (terça-feira), findando-se, pois, o octídio legal, em 30/11/2016 (quinta-
feira).
Nos termos do art. 1.010, II e III, do CPC, aplicado subsidiariamente a esta Especializada, é
pacifico que todo recurso deve ser fundamentado com as razões pertinentes para a apreciação e possível
reforma da decisão proferida pelo douto Juízo a quo.
No caso em tela, verifica-se serem as mesmas inexistentes, haja vista que tese recursal apenas
reproduziu as alegações iniciais, não atacando os fundamentos da decisão recorrida, tampouco
apresentando fundamentação com base nas provas e na sentença as razões de recorrer!
A falta de fundamentação do recurso implica em não conhecimento do mesmo, haja vista que
ausentes os seus requisitos, quais sejam, fundamentação e pretensões recursais. Desta forma, a ausência
de tais pressupostos, prejudica a apresentação pela Recorrida, das devidas contra razões, impossibilitando
sua ampla defesa e, até mesmo, o reexame da matéria pelo Tribunal. A matéria encontra-se pacificada
pelo TST pela edição da a Súmula 422 do TST:
Súmula nº 422 do TST
RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO
(redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT
divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicado no DEJT divulgado
em 01.07.2015
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões
do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos
em que proferida.
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à
motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de
admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da
competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja
motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.
Como no caso em tela, não se encontra fundamentação específica contrária aos fundamentos
que motivaram o convencimento do Magistrado de 1ª Instância, forçoso decretar o não conhecimento do
apelo interposto pela obreira, posto que não há, em qualquer parte do presente recurso, qualquer
fundamentação que ampare ou aponte qualquer contrariedade aos termos da r. sentença, o que impede
o seu conhecimento.
Assim, sob pena de afronta ao princípio da ampla defesa, do contraditório (art. 5º, LIV e LV da
CR/88), da legalidade (art., 5º, II da CF/88), e da fundamentação das decisões (art. 93, IX da CF/88), o
presente Recurso Ordinário não pode ser conhecido, haja vista que carece de argumento específico de
contrariedade à r. sentença, nos termos em que fora proferida.
Por certo, nesta especializada, não se admite impugnação genérica, ante o princípio da
dialeticidade. No mesmo sentido é a conclusão de CLITO FORNACIARI JÚNIOR:
Todavia, o silêncio do autor sobre o fato extintivo deduzido pelo réu implica o
mesmo efeito que se tem a partir do silêncio do réu acerca do fato constitutivo
do direito do autor. O fato torna-se incontroverso e não precisa ser provado. A
previsão de direito de manifestação ao autor sobre o fato novo, não fora para
lhe trazer efeito negativo diante do silêncio, seria inócua e até quebraria o
princípio da igualdade, isso porque, até esse instante, as partes falaram nos
autos igual número de vezes, de modo que a nova oportunidade conferida ao
autor não é de ser vista como uma simples homenagem, mas um ônus
processual, que carrega efeitos, se não for atendido. (26)
A pretensão recursal fere, o que preceitua os artigos 322 e 492 do CPC, pois, o julgador não está
obrigado a suprir omissões das partes, constantes da inicial e defesa. Ora Exa., o Recorrente não debate
as questões abarcadas na r. sentença, não cabendo qualquer reforma neste sentido, sob pena de
vulneração aos artigos 322, 141 e 492 do CPC e art. 5º, LIV e LV da CF.
Ad cautelam, os artigos 818 da CLT e 373, I, do CPC, este aplicado subsidiariamente, assim
preceituam:
O ônus probatório é estabelecido para as partes, e, aquele que alega possuir um direito deve,
antes de mais nada, demonstrar a existência dos fatos em que tal direito se alicerça.
A palavra ônus, se origina do latim “ônus (carga, peso, obrigação), na significação técnico-
jurídica, entende-se todo encargo, dever, ou obrigação que pesa sobre uma coisa ou pessoa, em virtude
do que está obrigada a respeitá-los ou a cumpri-los”.
Ora e. Julgadores, o “ônus probandi”, é, pois, o encargo que têm os litigantes de provar, pelos
meios admissíveis, a veracidade dos fatos, conforme for a distribuição de tal imposição”.
Quando o legislador imputou ao autor o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito,
possibilitou que este estruturasse os fatos nos moldes da essência que visa demonstrar, fazendo, assim,
que a própria ligação direito-fato se constitua, nasça para o mundo jurídico.
Segundo Carnelutti, “O ônus de provar recai sobre quem tem o interesse em afirmar”.
Neste ponto, o ônus da prova competia a Autora, vez que não é possível imputar à Reclamada,
prova negativa. Ao contrário do que deseja fazer crer o Recorrente, não existem dúvidas que a finalidade
da prova é convencer o juiz da veracidade dos fatos; pode-se dizer então que ele é o destinatário da prova,
não se desincumbindo o mesmo do ônus que lhe foi imposto.
O que se verifica no caso em tela é que não foi o mesmo capaz de comprovar os fatos
constitutivos de seu direito, cujo ônus, conforme a distribuição prevista no art. 818 da CLT e at. 373, I, do
Código de Processo Civil, não se desincumbiu, se limitando a meras alegações desprovidas de elementos
de convicção.
Insta ainda ressaltar que, vigora no sistema processual brasileiro o Princípio do Livre
Convencimento Motivado, ou da Persuasão Racional, consubstanciados no art. 131, do CPC, de aplicação
subsidiária na esfera trabalhista, consoante o art. 769, da CLT, através do qual ao Julgador cabe valorar
livremente os elementos das partes, desde que suficientemente fundamentada a decisão, com ocorreu
na r. sentença recorrida.
Diante de todo exposto, deve ser mantida a r. sentença, haja vista que proferida de forma
coerente com as demais provas produzidas nos autos, e ainda por restar fundamentada nos arts. 131 e
436 do Código de Processo Civil.
Pretende a Recorrente, em seara recursal, reformar a r. sentença para que a Reclamada seja
condenada ao pagamento dos danos morais.
Mais a mais, não ocorreu qualquer ato ilícito ou dano, sendo que caberia a autora a prova de
suas alegações, a teor do que dispõe o artigo 818 da CLT c/c artigo 373, I do CPC, ônus que não se
desincumbiu.
Por óbvio, que a recorrida já se desincumbiu de comprovar a inexistência de qual dano moral à
Reclamante.
Ademais, o artigo 927 do Código Civil cumulado com o artigo 7º, XXVIII, da Constituição da
República, preconiza que a responsabilidade do empregador sobre suposto danos ao empregado é
subjetiva, ou seja, depende da existência de culpa ou dolo.
Com efeito, segundo lição de Maria Helena Diniz1 para que se configure o ato ilícito é
imprescindível que haja:
“a) fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência (RT, 443:143, 450:65, 494:35, 372:323,
440:74, 438:109, 440:95, 477:111 e 470:241);
b) ocorrência de um dano patrimonial ou moral, sendo que pela Súmula 37 do
Superior Tribunal de Justiça serão cumuláveis as indenizações por dano
material e moral decorrentes do mesmo (RT, 436:97 e 433:88);
c) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente (RT,
477:247, 463:244, 480:88, 481:211, 479:73 e 469:84)."
Mais uma vez, o recurso ordinário interposto pela recorrente deverá ser rejeitado.
1 DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado, 13ª ed., São Paulo, Saraiva, 2008, p. 207.
aborrecimentos decorrentes da ausência de homologação da rescisão.
Cumpre esclarecer que a reclamante sequer demonstrou a prática de ato ilícito por parte da
reclamada conforme preceitua o art. 186 do Código Civil, capaz de ser indenizável, não fez prova de que
teria sofrido qualquer dano à sua integridade moral, bem como sua honra, assim como não fez prova de
que teria sofrido dor ou sofrimento que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no
comportamento psicológico, nos termos do art. 818 da CLT e art. 373, I, do CPC, quedando-se,
novamente, na insuficiência de provas. Ao que tudo indica o pedido não passa de uma tentativa de
enriquecimento ilícito.
Por conseguinte, resta afastada a aplicação de indenização a título de danos morais, como bem
fez o julgador sentenciante.
Não houve por parte da Recorrida a prática de ato ilícito passível de indenização, inexistindo
qualquer ação ou omissão voluntária que viole norma jurídica protetora de interesses alheios.
Com efeito, reparação decorrente do dano moral encontra fundamento legal nas disposições
contidas no artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal de 1988, bem como no artigo 186 do Código
Civil, de aplicação subsidiária ao Direito do Trabalho, nos termos do parágrafo único do artigo 8º da CLT.
Todavia, é indispensável que reste efetivamente comprovada prática de ato doloso ou culposo
por parte do empregador com a intenção deliberada de macular a imagem, honra, intimidade ou vida
privada do trabalhador, bens protegidos pela Constituição Federal (art. 5º, inciso X), a ensejar a reparação
por danos morais, o que não ocorreu na hipótese presente.
De plano, cumpre ressaltar que o dano moral, essa misteriosa “dor” que se oculta no íntimo das
pessoas, deve vir à luz com um mínimo de força de convencimento, sob pena de estarmos apenas
encorpando a conta bancária de aventureiros que têm como objetivo único o enriquecimento ilícito,
desprovido de respaldo jurídico. E, no caso dos autos, certo é que não houve qualquer dano à intimidade,
vida privada, honra ou imagem da Autora.
Logo, tem-se, pois, que não agiu a Reclamada com desrespeito ao direito à sua dignidade, à sua
honra e à sua imagem previstos no art. 5º, inciso X, da CF/88.
A bem da verdade, o fato é que o dano moral tornou-se uma indústria em nosso País, bastando
meras conjecturas para que se alcance via do Poder Jurisdicional indenizações sem qualquer espeque
fático-jurídico. Sobre esta situação, que, infelizmente, aumenta assustadoramente no Brasil, o jurista Rui
Stocco comenta (Tratado de Responsabilidade Civil. 6a edição revista, atualizada e ampliada, Ed. Revista
dos Tribunais, pág. 1705):
Pelo exposto, não há nenhuma violação aos bens tutelados no inciso X, do artigo 5º, da Carta
Magna pelo trabalho prestado pelo Autor.
A Reclamada não cometeu qualquer ato que pudesse ferir os atributos de personalidade do
Reclamante, ou seja, não causou dano psicológico, à imagem, valores morais ou à honra da recorrente.
“Na mesma linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor,
vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira
intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe
aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem estar. Mero dissabor,
aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora de
órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do
nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre amigos e até no ambiente
familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o
equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por
banalizar o dano moral, ensejando ação judiciais em busca de indenizações pelos
mais triviais aborrecimentos.” (Apelação nº 8.218/95 – j. 2.2.1996, Rel. Des.
Sergio Cavalieri Filho).”.
Por outro lado, é sem dúvida alguma, ônus do Reclamante a prova dos fatos constitutivos de seu
direito, quais sejam, o dano, o ato ilícito, o nexo de causalidade e a culpa do Banco Reclamado, nos termos
do art. 818 da CLT e 333, I do Código de Processo Civil, sem o que inexiste suporte para a pleiteada
condenação ao pagamento de indenização correspondente.
E tal ônus era induvidosamente seu, conforme salientado no v. acórdão do E. STJ da lavra do
eminente Min. Carlos Alberto Menezes, in verbis,
“não há falar em prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou
a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam. Provado assim o fato,
impõe-se a condenação, sob pena de violação do artigo 334 do Código de
Processo Civil.” (AI nº 253.699/SC, DJ de 13.10.99 – grifos nossos).
Além disto, não subsiste responsabilidade de indenizar se não se configurar, de forma robusta e
insofismável, a existência de prejuízo. Sem este, não há dano, não havendo a obrigação de reparar. E a
Reclamante não demonstrou ou menos tentou indicar qual o prejuízo que teria sofrido, em relação direta,
com as alegações formuladas em sua inicial.
Ora, para que se configure o dano moral, o ato praticado deve atingir danosamente a moral
(tida como aquele prejuízo de natureza não – econômica) do Homem.
Outrossim, o fato deve revestir-se de tal gravidade e violação que reflita no aspecto mais íntimo
da personalidade humana ou da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua, o que não
ocorreu e tampouco restou demonstrado, nem se demonstrará, face a respectiva inexistência. Logo, por
certo o reclamante não sofreu qualquer dano moral.
Ainda que de ato ilícito se tratasse, e admitida a culpa do Contestante, apenas para argumentar,
inexistiria direito à indenização por dano, pois a compensação pela rescisão do contrato de trabalho já
está tarifada na legislação do trabalho, de modo a não admitir qualquer outra, de natureza complementar.
Em termos puramente abstratos, para que um trabalhador pudesse exigir a indenização civil por
dano material, necessária seria a prévia renúncia a todo o aparato de proteção derivado da legislação
trabalhista, que lhe é amplamente favorável, em confronto com o direito comum.
Assim sendo, não haveria que se falar em indenização por danos morais, pois esta E. Justiça do
Trabalho já possui mecanismos para compensar o trabalhador por eventuais lesões ao seu patrimônio
jurídico, a chamada indenização tarifada, como acima se mencionou.
Aliás, neste aspecto, há que se registrar que o autor, além de não ter demonstrado o dano
sofrido, também deixou de demonstrar, como lhe competia fazer, o nexo causal entre a atitude da
Reclamada - comissiva ou omissiva - e o pretenso dano ou prejuízo experimentado.
Do mesmo modo, também não há como prosperar a pretensão afeta ao dano moral, eis que a
Ré não praticou qualquer ato que tenha causado dano psicológico, à imagem, valores morais, honra etc.,
do autor.
De todo modo, o pedido de indenização pelo pretenso dano moral não merece acatamento, em
primeiro lugar, porque o Reclamado não praticou qualquer ato ilícito que abalasse a moral do reclamante.
Ademais, em que pese a reclamante formular pedido de dano moral, é certo que o mesmo não
chega a indicar qual o bem de seu patrimônio moral (intimidade, vida privada, honra ou imagem,
conforme hipóteses do artigo 5º, inciso X da Constituição Federal), que supostamente teria sido violado
pela Reclamada, de modo que a petição inicial não cumpre o disposto no artigo 286, caput, do Código de
Processo Civil, que determina que o pedido deverá ser certo ou determinado.
Por tais razões, não há que se falar em indenização no presente caso, quanto mais deste
Contestante que, como afirmado alhures, nenhum ato ilícito praticou que justificasse algum dever de
reparação, evitando-se, desta forma, o enriquecimento ilícito da autora por lhe faltar requisitos
probatórios capazes de determinar tal condenação. Restando, portanto, inviável o acolhimento da
descabida pretensão de condenação ao pagamento de danos morais
Ad cautellam, caso este não seja o entendimento do juízo e ainda diante de todo o exposto, a
fim de evitar o enriquecimento ilícito, a quantia relativa ao dano moral não pode ultrapassar a 1 (um)
salários mínimo, restando, pois, impugnado o valor pretendido na inicial!
Ainda, por extrema cautela, acaso haja condenação, o que não se espera e nem se admite por
amor ao debate, tratando-se de pedido de indenização por danos morais, os juros e a correção monetária
deverão incidir a partir da data da publicação da sentença ou do acórdão que a fixar, pois neste momento
surge a obrigação do ofensor e é conhecido o valor a ser pago. Inteligência Súmula 54 do STJ.
Também correto o entendimento do MM Julgador ao julgar improcedente referido pedido da
Autora, in verbis:
Desta feita, resta improcedente o pedido de indenização por danos morais, haja vista que a
Reclamada não deu causa a qualquer dano eventualmente sofrido pela Autora.
Nesse sentido, não concorreu a Empresa Ré com dolo ou culpa (negligência, imprudência ou
imperícia), inexistindo base legal que ampare o pedido de indenização por danos morais, cuja pretensão
Exordial esbarra no que dispõe o artigo 5º, inciso II, da CR/88.
Tampouco houve qualquer lesão à Autora por parte da Reclamada que o afetasse em sua
esfera moral. Inescusável ainda que, para surgir qualquer direito à indenização, ainda que por danos
morais, deve-se atentar ao que dispõe o art. 186 do Código Civil:
Reiteramos aqui, a necessidade da existência dos quatro são os elementos que devem ser
demonstrados pelo autor para que faça jus ao direito à reparação de danos, ainda que morais.
São eles:
No caso em tela, a Autora não comprovou ter a Reclamada praticado quaisquer atos ilícitos,
contrários ao direito, muito menos de ter agido com qualquer parcela de culpa ou dolo para os fatos
narrados na Inicial, como não demonstrou também o nexo de causalidade entre o ato que alega ter sido
praticado pela Reclamada e o dano por ela suportado, ou seja, até o presente momento, não houve
quaisquer danos que pudesse ser pleiteados nesta D. Especializada.
Por fim, ressalte-se que o ônus da prova relativa à suposta culpa Empresarial cabe,
exclusivamente, a Autora, com fincas nos artigos 818 da CLT e 333, I do CPC, ônus do qual os mesmos não
se desincumbiram, pelo que requer esta Defendente a improcedência da presente ação.
O Desembargador Ruy Trindade, aduz que dano moral "é a sensação de abalo a parte mais
sensível do indivíduo, o seu espírito" (RT 613/184).
Para Carlos Alberto Bittar, "são morais os danos e atributos valorativos (virtudes) da pessoa
como ente social, ou seja, integrada à sociedade (como, v.g., a honra, a reputação e as manifestações do
intelecto)" (Tutela dos Direitos da Personalidade e dos Direitos Autorais nas Atividades Empresariais,
Revista dos Tribunais, SP, 1993, p. 24).
Impende, ainda, suscitar que a indenização do dano, seja ela moral ou material, configura-se,
obrigatoriamente, através de três requisitos essenciais, quais sejam, ato ilícito, dano e nexo de
causalidade.
Pela simples análise da Exordial verifica-se que não restaram preenchidos os requisitos para a
configuração do ilícito civil, uma vez que a empresa Ré agiu com boa fé e nos limites de seu poder diretivo,
não existindo nexo de causalidade. Eis o entendimento pretoriano:
Assim, somente poderá ser deferido tal pleito acaso comprovado a culpabilidade da Empresa
Ré, ou melhor, dizendo, caracterizada a prática de ato ilícito por parte da mesma. Neste sentido, julgado
deste Egrégio Tribunal Regional do Trabalho, senão veja:
Sendo assim, uma vez ausente a comprovação dos três pressupostos especificados acima, e
conforme exposto, inverídicas as alegações da Autora em sua inicial, requer o indeferimento da
indenização por danos morais.
NO CASO EM TELA OS PRESSUPOSTOS NÃO FORAM ATENDIDOS, VEZ QUE NÃO HOUVE POR
PARTE DA DEFENDENTE A PRÁTICA DE QUALQUER ATO ILÍCITO PASSÍVEL DE INDENIZAÇÃO,
INEXISTINDO QUALQUER AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIA QUE VIOLE NORMA JURÍDICA PROTETORA
DE INTERESSES ALHEIOS.
Todavia, caso esse Egrégio Tribunal entenda pelo acolhimento do pedido, o que também apenas
se admite para argumentar, deve ser fixado no percentual de, no máximo, 01 salário mínimo, valor este
condizente com a situação da autora, devendo ser afastada a possibilidade de enriquecimento ilícito da
autora e afronta ao artigo 884 do Código Civil, restando, pois impugnado o absurdo valor declinado na
inicial.
CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA entende que no caso de indenização, a qualquer título que seja,
o Juiz deve arbitrá-la de forma moderada e equitativa, a fim de que "não se converta o sofrimento em
móvel de captação de lucro" (Responsabilidade Civil, 1ª ed., Ed. Forense, RJ, 1989, p. 339, nº 252).
Ademais, a indenização não pode guardar proporção com o poder econômico do empregador,
mas o tipo de lesão e suas consequências, consoante entendimento proferido pelo. E. Tribunal da 3ª
Região, verbis:
É o que se requer.
Acaso sobrevenha a condenação, o que não se espera por amor ao debate, requer esta
reclamada a aplicação da Súmula 439 do C. TST no que tange a atualização monetária.
CONCLUSÃO
Nestes termos,
Pede deferimento,