CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Fortaleza - Ceará
Julho de 2021
SUMÁRIO
1. Introdução ……………………………………………………………………………...02
2. Cadeia Produtiva do Setor de Economia do Mar
…………………………..........02
2.1. Visão Geral da Cadeia Produtiva
……………………………………...........02
2.2. Principais Elos do Setor
………………………………....…………………...05
2.3. Principais Agentes Privados do Setor no Brasil
…………………….……..10
2.4. Principais Agentes Privados do Setor no Ceará
…………………………..10
3. Economia do Setor …………………………………………………………………...
11
3.1. Faturamento Anual do Setor
……………………………………………........11
3.2. Principais mercados consumidores
…………………………………............11
3.2.1. No Ceará
………………………………………………………….........11
3.2.2. No Brasil
………………………………………………………………..12
3.2.3. No mundo
…………………………………………………………........12
3.3. Número de Empresas no Brasil
……………………………………….…….12
3.3.1. Sindicatos e Associações
………………………………………………....12
3.4. Mercado de Trabalho
……………………………………………………........12
4. Pesquisa e Desenvolvimento ……………………………………………………….14
4.1. Laboratórios de Pesquisa relacionados ao Setor
………………………....14
4.2. Cursos relacionados
………………………………………………………….16
5. O Futuro ………………………………………………………………………………...16
5.1. Desafios e perspectivas ……………………………………………………..16
6. Conclusão ……………….... …………………………………………………………..18
7. Referências Bibliográficas
…………………………………………………………..19
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1. Introdução
Desde o início da civilização, o mar tem grande relevância para o
desenvolvimento do ser humano. Podemos então classificar em no mínimo quatro
atributos que tornam o mar uma ferramenta importante para o nosso
desenvolvimento. Sendo eles, o mar como via de transporte, tanto de cargas como
de pessoas. O mar como domínio estratégico, o mar como via de comunicação e
como fonte de recursos.
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Em um contexto mais regional, desde o ano de 2015 a Economia do Mar vem
ganhando relevância no Estado do Ceará. Juntamente com a PwC, a FIEC tem
desenvolvido estudos que potencializam a Economia do Mar no Estado. O Ceará
tem uma grande vantagem geográfica, o que confere altíssimo potencial logístico, e
as condições naturais favorecem o desenvolvimento de todas as atividades ligadas
à Economia do mar no Estado. Nos próximos anos a atuação dos segmentos de
logística, entretenimento e turismo devem dobrar.
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A cadeia produtiva depende do segmento de que se está fazendo a análise,
mas de uma forma geral, ela pode ser organizada em processos de manufatura,
exploração de alimentos do mar, extração de recursos oceânicos, e, por fim,
logística e operações, como mostra a tabela a seguir:
O uso final dos produtos gerados pela cadeia produtiva são variados, os
resultantes da manufatura são utilizados para auxiliar como meio de transporte para
a realização das atividades seguintes, mas também é um meio utilizado pelo
turismo. Os resultantes da exploração e extração podem ter seus destinos para
comercialização interna ou externa.
A localização e condições naturais do Ceará, fazem o estado ter um grande
potencial para o desenvolvimento dessa economia e, futuramente, ser o primeiro no
país, é importante ressaltar que um estudo do Centro de Excelência Global da
PricewaterhouseCoopers (PwC) em parceria com a Fiec, que o setor deve dobrar no
Ceará nos próximos 10 anos, além de que em uma visão em conjunto de todas as
atividades, o estado é líder nacional. Atualmente, o principal segmento é o de
Alimentos do Mar, tendo destaque na preservação do pescado e na fabricação de
produtos do pescado, que representaram 86% das exportações brasileiras de
alimentos do mar em 2016, o equivalente a 230 milhões de dólares.
A figura a seguir compara em porcentagem a participação dos resultados
cearenses em cada um dos segmentos da Economia do Mar no passado e
“atualmente”, pois os últimos dados disponibilizados pela FIEC são do ano 2016,
impossibilitando uma análise mais incisiva dos últimos 5 anos.
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Fonte: Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)
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do capital humano que devem ser considerados nas estratégias de
crescimento e fortalecimento da inovação tecnológica nos processos, nos
produtos e na gestão.
- Recursos humanos especializados: é a etapa com aspectos relacionados à
atração, retenção, formação e capacitação do capital humano.
- Ambiente de Negócios: que lida com os procedimentos legais e os
investimentos que influenciam na competitividade e sustentabilidade dos
negócios.
- Meio Ambiente: sendo responsável pelo conjunto de unidades ecológicas que
funcionam como um sistema natural que deve ser explorado de forma
sustentável pela sociedade, sem que este deixe de atender às necessidades
das gerações futuras, adotando ações preventivas à ocorrência de impactos
de recursos naturais e de aproveitamento sustentável.
- Tecnologia: corresponde ao desenvolvimento e à utilização de instrumentos,
métodos e técnicas que visam à inovação tecnológica, tanto nos processos
quanto nos produtos, elevando os níveis de qualidade, credibilidade e
valorização dos produtos e serviços oferecidos pelo segmento.
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Figura 4. 20 municípios com as maiores produções de peixes no Brasil em
2015.
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Fonte: Núcleo de Economia/FIEC.
8
Fonte: Núcleo de Economia/FIEC.
9
Figura 9. Perfil de carga transportada cabotagem.
2.2.5. Turismo
O turismo marítimo inclui diversos tipos de atividades, sendo algumas delas
a navegação de recreio e os desportos náuticos, que correspondem a vela ligeira, o
windsurf, o kitesurf, o surf, o bodyboard, o rafting, o remo, a canoagem, as várias
modalidades de kayak, o ski aquático, e mesmo a pesca desportiva, como a caça
submarina e o mergulho. Outras atividades praticadas em embarcações de são
passeios locais e os cruzeiros, que utilizam grandes navios que percorrem os
oceanos e escalam vários portos.
De acordo com os últimos dados da Secretaria do Turismo do Ceará, mais de
3,7 milhões de turistas visitaram o Estado em 2019, sendo oriundos do próprio
Brasil ou de outros países, passaram pelo território cearense — correspondendo a
37% a mais do que o registrado em 2010, como mostra o gráfico a seguir.
Figura 10. Agregados turísticos do Ceará
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Fonte: Secretaria do Turismo do Ceará
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US $ 25 milhões em melhoria de infraestrutura feito pela APM Terminals, que
também incluiu reach stackers e terminais tratores. Não existem dados específicos
sobre o Ceará disponíveis, mas a receita da empresa chegou à 4,13 bilhões USD
em 2017.
3. Economia do Setor
3.1. Faturamento Anual do Setor
As atividades relacionadas a economia do mar são muito vastas, seja elas
executadas no próprio mar ou subsequentes a elas, por isso há uma certa
dificuldade de se calcular o real impacto da desse setor no PIB, não uma declaração
oficial sobre o quais indústrias fazem parte ou não do “PIB do mar”. porém podemos
nos basear em alguns estudos podemos esboçar o quão relevante esse setor é para
a economia do país
Na tabela abaixo consta uma simulação baseado em um cálculo do PIB pela
ótica marinha, sobre os segmentos que fazem parte da economia do mar, estudo
elaborado em 2017, utilizando como base o PIB de 2015:
Sobre essa ótica o que mais se destaca são os serviços do mar, o que difere
de outros países que também contam com uma economia do mar forte, no caso dos
Estados Unidos, no mesmo ano, em que os destaques da economia do mar eram o
extrativismo e o turismo, com 47% e 28%, respectivamente.
Sobre essa ótica, o impacto de atividades diretamente ligadas ao PIB do mar
no PIB nacional é de 2,67%, levemente superior aos 2,2 registrado nos Estados
Unidos em 2016. porém quando olhamos para atividades que tem correlação com o
Mar mas que não fazem parte dela como um todo, esse número aumenta para
16,26% demonstrando a importância desse setor para o crescimento do país
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Quando falamos em mercado consumidor em economia do mar,
independente de ser no Ceará no Brasil ou no mundo, só haverá uma base de quem
é o consumidor dependendo da atividade em específico, no Ceará, a atividade mais
presente são as relacionadas a Alimentação do mar, como a pesca e a apicultura,
por isso o mercado consumidor está muito baseado em restaurante, bares,e outros
serviços que ofertam alimentação desses termos até a chegada no consumidor final.
Apesar das atividades ligadas à alimentação serem as mais praticadas no estado,
ainda há outras atividades mais focadas em empresas ou até em serviço
relacionados ao próprio mar.
3.2.2. No Brasil
Para além da alimentação, outra atividade que vem crescendo no país é a
indústria naval, impulsionada desde o descobrimento do pré-sal, tem no seu
consumidor: indústrias petrolíferas e a navios, sejam voltadas ao turismo ou ao
transporte, o que acaba trazendo outro serviço, do próprio transporte portuário
nacional e internacional, focado tanto em empresas quanto internamente nas
petrolíferas fazendo o que é denominado “cabotagem”
3.2.3. No mundo
Além de todos os já citados, alguns países como os Estados Unidos são
muito focados na mineração, e acaba sendo esse o seu principal mercado, já países
como a China é o maior exportador de alimentos do mar e também conta com os
melhores resultados da Indústria Naval, levando em consideração os mesmo
consumidores que os estados, porém em versão macro e com uma proporção
maior.
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Quanto ao número de empregados formais no Brasil o destaque vai para o
Rio de Janeiro, que tem a maior quantidade de trabalhadores nesse setor, com uma
participação de 42,3% do montante apresentado no país, o que explica os
resultados altos dessa região. O Ceará por sua vez tem 3,7% do valor total de mão
de obra da área, o mapa abaixo demonstra com esta distribuída os colaboradores
da área.
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No estado do Ceará três cidades se destacam na quantidade de
trabalhadores. Aracati com 32%, Fortaleza com 21,1% e Acaraú com 12,2%. sendo
um dos raros casos onde a capital não detém a maior parte da mão de obra. a maior
parte desses trabalhadores estão envolvidos com os alimentos do mar, seja através
da pesca ou da apicultura, segmento do qual o estado do Ceará tem o segundo
melhor desempenho nacional de um estado, como demonstrado anteriormente.
Já com os dados da quantidade de trabalhadores envolvidos diretamente
com a economia do mar, podemos notar algumas variações nos salários médios de
cada região do país, o gráfica abaixo traz esses dados
A diferença de média salarial entre o estado que paga melhor para o décimo
primeiro colocado é de mais de 12,500 Reais, ambos bem extremos a média
Nacional de 6.901,38 Reais.
4. Pesquisa e Desenvolvimento
4.1. Laboratórios de Pesquisa relacionados ao Setor
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7) Ciência e tecnologia em alimentos de origem animal e vegetal – IFCE:
Processamento de pescado e produtos derivados.
8) Ciência e tecnologia de alimentos – IFCE: Avaliação e otimização de
processos de alimentos.
9) Ciência e tecnologia de alimentos – IFCE: Biotecnologia aplicada aos
alimentos.
10) Alimentos funcionais: aspectos bioquímicos e tecnológicos- UFC: Controle
de qualidade nas indústrias de alimentos.
11) Grupo de pesquisa em aquicultura – IFCE: Limnologia e oceanografia.
12) Pesquisa e desenvolvimento de processos biotecnológicos (gpbio) – UFC:
Microbiologia industrial.
13) Química de macromoléculas – IFCE: Utilização de óleos essenciais como
agentes antifúngicos em panifícios.
14) Síntese e análise de processos industriais – UFC: Síntese e análise de
processos industriais.
15) Grupo de eletroquímica e corrosão – UFC: Eletrocatálise.
16)Grupo de estudos em nutrição, elementos químicos e moléculas – nelmol –
INTA: Microbiologia e fitoquímicos.
17) Laboratório de estudos avançados em economia contemporânea aplicada
LAEC – URCA: Desenvolvimento e economia na aquicultura.
18)Águas residuárias e qualidade de água – UFC: Geração de energias
renováveis a partir de resíduos da agroindústria.
19) Alternativas tecnológicas para o aumento da competitividade e
sustentabilidade do setor de pesca e aquicultura – IFCE: Sustentabilidade de
ecossistemas aquáticos.
20) Biodiversidade do atlântico sul: ecologia, impactos ambientais e conservação
– UFC: Impactos das mudanças climáticas na costa semiárida do Brasil.
21) Ecologia de organismos aquáticos – UFC: Histologia da reprodução de
organismos aquáticos.
22) Ecologia e conservação de manguezais – IFCE: Recuperação de
manguezais e áreas degradadas.
23) Genaqua - grupo de estudos sobre genética e biotecnologia aplicada – UFC:
Aquicultura sustentável.
24) Grupo de estudo de lagosta – UFC: Ecofisiologia de lagostas.
25) Grupo de estudo em aquicultura tropical – geaqui – IFCE: Manejo de cultivo
de camarões.
26) Grupo de patologia de organismos aquáticos – labpoa – IFCE: Cultivo e
manejo de moluscos bivalves.
27) Grupo de pesquisa em aquicultura – IFCE: Aquicultura marinha.
28) Grupo de pesquisa em inovações tecnológicas para cultivo de organismos
aquáticos – IFCE: Geotecnologias aplicadas a energias renováveis.
29) Laqua – IFCE: Qualidade de água em aquicultura.
30) Microbiologia ambiental e do pescado – UFC: Estudo de bactérias
importantes na carcinicultura.
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31) Pesca e navegação – IFCE: Recursos pesqueiros.
32) Transferência de materiais continente-oceano – UFC: Alterações em
indicadores ambientais devido a mudanças nos usos da terra e mudança
climática global.
33) Corrosão de materiais – UECE: Proteção de ligas metálicas.
34) Biotec – IFCE: Energias renováveis.
35) Grupo de pesquisa em termofluidodinâmica aplicada – UFC: Petróleo.
36) Laboratório de dinâmica dos fluidos computacionais – ldfc – UFC: Estudo da
viabilidade técnica da estocagem de gás natural em carvão ativado.
37) Metalurgia física e transformação de fases – UFC: Tecnologia em processos,
simulação e modelagem para o setor de petróleo, gás e energia.
38) Tecnologia em petróleo, gás e sistemas de energia – UNIFOR: Microtextura.
5. O Futuro
5.1. Desafios e Perspectivas
Buscando entender um pouco mais sobre o setor de Economia do Mar e as
suas perspectivas, no dia 16/07/2021 nos reunimos com o Davi Ribeiro, um dos
Sócios da Empresa Alto Mar Serviços Ambientais e Portuários. As principais
perguntas realizadas foram principalmente com relação à Pandemia do Covid-19, as
principais perspectivas futuras para o setor e quais seriam possíveis vantagens
competitivas de empresas do setor. A Alto Mar é uma Empresa de Porte Pequeno
do Setor de Economia do Mar que trabalha principalmente no ramo de Apoio
Portuário, Logística de produtos e de pessoas e inspeção e reparo de pequenas
embarcações.
Com relação ao advento da Pandemia, percebemos que a Empresa sofreu
de maneira diferente nos principais braços de serviço. Primeiro sobre o serviço de
transporte de pessoas, o qual foi fortemente afetado pelas medidas de isolamento e
lockdown, principalmente no começo da pandemia, a qual deixou essa área da
Empresa até parada em alguns momentos. Já sobre a área de suprimentos e
cargas, o impacto foi quase inexistente de maneira direta visto que foi considerado
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um trabalho essencial para o suprimento e funcionamento das indústrias por
materiais que necessitam deste apoio logístico marítimo. De maneira indireta, o
principal impacto da pandemia do Covid-19 se deu na relação com parceiros e
fornecedores, que acabou ficando complicada tanto em comunicação quanto na
aquisição de produtos em si.
Além disso, pôde-se notar que, com a constante retomada econômica no
estado, a relação com os fornecedores vêm se estabelecendo gradualmente e o
transporte de pessoas também segue melhorando. A área de suprimentos e cargas
não havia sido tão afetada, então acabou seguindo o mesmo fluxo.
Ademais, saindo um pouco do contexto de Pandemia, buscamos entender
um pouco mais sobre quais são as principais dificuldades recorrentes do setor no
Ceará. E, segundo relatado pelo Davi, um dos principais problemas é encontrar mão
de obra qualificada no estado. Ele contou que muitas vezes é necessário buscar
profissionais de outro estado, com custos maiores, por não possuir pessoas por
perto. Um outro ponto citado diz respeito à difícil relação com clientes e
fornecedores, que precisa ser levada de maneira muito cadenciada. Nesse contexto,
como vantagens competitivas da empresa foram citadas o atendimento, que no
caso específico da Alto Mar é um grande diferencial, e também a jovialidade e a
sede por inovação dos dois gestores.
Por fim, tentamos entender, na visão de quem está inserido no setor, quais
são as perspectivas pro futuro no Ceará, e, segundo o Davi elas são muito positivas.
Citou alguns pontos fortes do estado como a localização geográfica privilegiada, a
boa infraestrutura portuária. Além disso, afirmou que o sentimento geral do setor é
de otimismo, principalmente com a retomada da economia, e que ainda há grandes
margens para crescimento.
6. Conclusão
Por fim, concluímos que o estado do Ceará apresenta um grande potencial
para assumir a liderança em Economia do Mar no país, perspectiva que pudemos
constatar a partir dos dados apresentados e atuais investimentos do governo e
iniciativas privadas aplicadas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Na
maioria os dados e projeções pontuadas no desenvolvimento da pesquisa foram
fornecidas pelo Observatório da Indústria da Fiec, e são datados até, no máximo,
2017, o que impede de ter uma visão dos últimos 5 anos e impactos quantificados
da pandemia nesse setor da economia, porém, alheio a isso, o Ceará continua
crescendo e se tornando referência para outros estados e países.
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7. Referências Bibliográficas
Economia do mar deve dobrar nos próximos 10 anos. Diário do Nordeste, 2020.
Disponível em
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/economia-do-mar-no-ceara-d
eve-dobrar-nos-proximos-dez-anos-1.2217671. Acesso em 26/07/2021.
19
https://arquivos.sfiec.org.br/nucleoeconomia/files/files/economia-mar-estudo-socioec
onomico.pdf. Acesso em 15/07/2021.
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