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Módulo 04 – Partidos Políticos

“Só a ilusão ou a hipocrisia pode acreditar que a democracia seja possível sem
partidos políticos” Hans Kelsen

Desde o fim do absolutismo monárquico tornou-se imperiosa a necessidade


de gestar meios do exercício da soberania popular, posto que é inviável a
democracia direta, devendo ser esta REPRESENTATIVA, cujo modelo liberal foi
declinando e percebeu-se a valorização dos partidos políticos como meio destes
instrumentos de valorização das agremiações partidárias.

Os partidos políticos passaram a representar um axioma da vida


democrática.

De acordo com o art. 17 da CF os partidos políticos são considerados


protagonistas do regime democrático, constituídas em pessoas jurídicas de direito
privado com atuações genericamente disciplinadas na Carta Magna e na Lei dos
Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e na própria Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97)
sendo vedadas candidaturas de pessoas que não estejam filiadas a partidos
políticos.

Disciplina o art. 17 da CF : “é livre a criação, fusão, incorporação e extinção


de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana”
Ainda, de acordo com o art. 17, no funcionamento dos partidos devem ser
observados :

a) o caráter nacional;

b) a proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou


governo estrangeiro ou de subordinação a ele;

c) a prestação de contas à Justiça Eleitoral;

d) funcionamento parlamentar de acordo com a lei


Fica assegurada a AUTONOMIA PARTIDÁRIA para definir a sua estrutura e
organização interna, liberdade para a adoção de critérios de escolha e regime de
coligações eleitorais, bem como direito ao fundo partidário, acesso gratuito ao
rádio e a TV, na forma da lei, e vedação à utilização de organização paramilitar.

A Emenda Constitucional nº 97/2017 e estabeleceu o fim das coligações


proporcionais a partir de 2020 e a implantação da CLÁUSULA DE DESEMPENHO
eleitoral.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os
seguintes preceitos: Regulamento

I - caráter nacional;


II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos
permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para
adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições
majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
97, de 2017)
§ 2º Os pa,rtidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da
lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao
rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três
por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos
válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em
pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º
deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação
considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de
acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e
os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos
perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de outras
hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer
caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo
partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à
televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

Da LEI GERAL DOS PARTIDOS POLÍTICOS nº 9.096/95

A previsão de pessoa jurídica de direito privado ( Lei 9.096/95, art. 1º e CC, art.
44, inciso V) no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema
representativo e defender direitos fundamentais, sendo que a partir de 2020 ao
responder a Consulta Formal da Senadora da República, Benedita da Silva,
passou a reconhecer a aplicação da regra do art. 10, §3º da Lei 9.504/97 para a
reserva de vagas de candidaturas proporcionais, também para a COMPOSIÇÃO
das comissões executivas dos diretórios e demais órgãos equivalentes (TSE,
Consulta nº 06003816-39.2017, Rel. Min Rosa Weber, julgada em 19.5.2020)

Existe a regra do apoiamento mínimo prevista no art. 7º, §1º da Lei 9.096/95
para a criação do partido político de âmbito nacional, posto que deve corresponder,
para fins de identificar o caráter nacional que:

a) Ter pelo menos 0,5% dos votos válidos nas últimas eleições para a
Câmara dos Deputados, não podendo computar os votos em branco e
nulos;
b) Distribuição dos citados votos em um terço ou mais do estados, com um
mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles;

A busca por assinaturas deve ocorrer no período de 2 anos como forma de


estabelecer maiores exigências.

Em dezembro de 2019, o TSE, por 4 x 3 respondendo a Consulta formulada


pelo Partido “Progressistas” permitiu as assinaturas digitais em procedimento a ser
regulamentado pela Corte o que não ocorreu de forma clara até o presente
momento.
DA CRIAÇÃO E DO REGISTRO DE PARTIDOS POLÍTICOS

Como já abordado anteriormente o partido, deverá, para obter o registro


junto ao TSE possuir caráter nacional, em conformidade com o art. 7º, §1º da lei
9.096/95, sendo que, no entanto, deverá requerer seu registro no registro civil de
pessoas jurídicas do local de sua sede, quando irá adquirir personalidade jurídica,
com os seguintes documentos:

a) Requerimento dirigido ao Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas,


subscrito com 101 fundadores, com domicílio em 1/3 dos estados;
b) Cópia autenticada da ata da reunião da fundação do partido;
c) Exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e
estatuto do novo partido;
d) Relação de todos os fundadores, com o nome completo, naturalidade,
número do TE com zona, seção, município e estado, profissão e endereço
de residência;
e) Nome e função dos dirigentes provisórios e endereço da sede do território
nacional

Cumpre mencionar que o partido comunica ao TSE a constituição e


eventuais alterações de seus órgãos de direção nacional e nomes dos respectivos
integrantes e aos TRE´s quando se tratar de órgãos de direções estadual,
municipal e zonal.

Da FUSÃO, INCORPORAÇÃO e EXTINÇÃO dos partidos políticos

O art. 27 da Lei 9096/95 disciplina que fica cancelado, junto ao ofício civil
e ao TSE o registro do partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se
incorpore ou venha a se fundir a outro.

A FUSÃO é o procedimento onde dois partidos se juntam, extinguindo-se


para formar um novo partido. Já na INCORPORAÇÃO um partido deixa de existir,
passando a fazer parte do outro.

Em 2021, o STF julgou a ADI 6044/DF, analisando a constitucionalidade


da regra que impede a fusão ou a incorporação de legendas criadas há menos de
5 anos, informando que a liberdade da autonomia partidária não é absoluta, porque
existe o espaço de atuação livre dos partidos políticos.

No caso da incorporação caberá ao partido incorporando deliberar, por


maior absoluta de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do
estatuto e do programa da outra agremiação.

Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador será realizada


nova eleição do novo órgão de direção nacional, em reunião conjunta dos órgãos
nacionais de deliberação, sendo que o instrumento deverá ser levado ao ofício civil
no Distrito Federal para que seja cancelado o registro do partido incorporado.

Em face ao art. 3º da EC nº 111/2021 até que surja lei específica as


sanções eventualmente aplicadas aos órgãos partidários do partido incorporado
não poderão ser estendias ao partido incorporador.

O partido político também poderá se DISSOLVER na forma de seu


estatuto, ou após decisão judicial, transitada em julgado no TSE, ter o seu registro
civil e estatuto cancelado, por meio das hipóteses previstas no art. 28 da Lei
9096/95, a saber:

a) Recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira;


b) Subordinação à entidade ou a governo estrangeiro;
c) Ausência de prestação de contas à Justiça Eleitoral;
d) Manutenção de organização paramilitar;

O processo de cancelamento é iniciado pelo TSE à vista de denúncia de


qualquer eleitor, representante de partido político ou representação do Procurador
Geral Eleitoral.

DO FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR E DA CLÁUSULA DE


BARREIRA

Os arts. 12 e 13 da Lei 9.096/95 estabelecem:

Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por


intermédio de uma bancada, que deve constituir suas lideranças de acordo
com o estatuto do partido, as disposições regimentais das respectivas Casas
e as normas desta Lei.

Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas


Legislativas para as quais tenha elegido representante, o partido que, em
cada eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mínimo,
cinco por cento dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos,
distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois
por cento do total de cada um deles.              (Vide Adins nºs 1.351-3 e 1.354-
8)

Assim a denominada cláusula de barreira que foi prevista nos dispositivos


acima foi derrubada pelo STF por meio das Adins nºs 1.351-3 e 1.354-8,
protocoladas pelo PC do B, EM 07/12/2006,em razão de afronta ao princípio da
liberdade partidária.

Porém, de acordo com o art. 17, §3º da CF, alterado pela EC nº 97/2017,
foram estabelecidas regras de desempenho eleitoral para as agremiações
partidárias que será implementada de forma GRADUAL consolidando-se apenas
no ano de 2030, a saber:

“§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito


ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente:         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3%


(três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos
em cada uma delas; ou         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)

II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em


pelo menos um terço das unidades da Federação.         (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)”

Do Programa e do estatuto dos partidos políticos

Apesar da previsão constitucional da plena autonomia partidária para


fixar seu programa, objetivos políticos, estrutura interna, organização e
funcionamento deve observar regras de observância obrigatória, devendo o
ESTATUTO DO PARTIDO disciplinar:
a) Nome
b) Denominação abreviada
c) Sede no território nacional
d) Filiação e desligamento dos seus membros
e) Direitos e deveres dos seus filiados
f) Modo de organização e administração
g) Fidelidade e disciplina partidárias
h) Condições e formas de escolha de seus candidatos a cargos e funções
eletivas, finanças e contabilidade
i) Critérios de distribuição do Fundo Partidário entre os órgãos de nível
municipal, estadual e nacional
j) Procedimentos de reforma do programa e do estatuto

Responsabilidade civil e trabalhista dos órgãos partidários

O art. 15-A da Lei nº 9.096/95 estabeleceu que cabe exclusivamente ao


órgão partidário que foi diretamente responsável pelo ato que fez eclodir as
obrigações civil ou trabalhista, ou outro ato ilícito, sendo excluída a sua
solidariedade de outros órgãos de direção partidária, conforme redação a seguir:

Art. 15-A.  A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe


exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver
dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano
a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos
de direção partidária.       (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

Parágrafo único.  O órgão nacional do partido político, quando


responsável, somente poderá ser demandado judicialmente na circunscrição
especial judiciária da sua sede, inclusive nas ações de natureza cível ou
trabalhista.                     (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)

O exercício de atividades de Presidente, Secretário, Tesoureiro ou de


outros cargos de direção ou assessoramento e de apoio político-partidário não
geram vínculo trabalhista.
Disciplina e fidelidade partidária

Com previsão constitucional (CF, 17, §1º) e em norma infra (Lei nº 9.096/, arts.
23 a 26) a fidelidade e a disciplina partidária deve ser apurada e punida por cada
partido político na forma do seu estatuto, assegurada a ampla defesa e o
contraditório ao filiado.

Em 2007, por meio da Consulta nº 1398 formulada pelo então PFL, sob a
relatoria do Min Cesar Asfor, mudou radicalmente o posicionamento vigente e
respondeu que os mandatos pertencem aos partidos políticos. Até então, o
Judiciário entendia como sinônimos a disciplina e a infidelidade. Passemos a
diferenciar.

Disciplina partidária é um instituto de direito privado, que relaciona os


partidos a seus filiados nos termos do Estatuto, alcançando aqueles filiados
indisciplinados, que poderão ser advertidos, suspensos ou até mesmo expulsos,
sem que tal possa acarretar perda eventual do mandato. O objeto é a relação do
filiado com o partido político e o respeito a questões interna corporis da
agremiação partidária.

Infidelidade partidária tem natureza de direito público, relacionando não


apenas o seu mandatário ao partido político, mas sim ao próprio eleitor que o
elegeu que, ao votar, fez esta opção por meio da agremiação partidária. Logo, a
violação desta regra é muito mais grave e acarreta a perda do mandato.

A Resolução nº 22.610 do TSE disciplina acerca do procedimento,


inclusive indicando um prazo de 30 dias, a partir da data da desfiliação,
originalmente ao Partido Político interessado e, posteriormente, ao MP ou quem
quer tenha interesse jurídico, também no prazo de 30 dias.

A competência para julgar será dos TRE´s.

O art. 22-A da Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) , sendo que a
Emenda Constitucional nº 111/2021 alterou a redação do art. 17, §6º da CF.

Da Filiação partidária

De acordo com o art. 14, §3º, inciso I da CF a filiação partidária é condição


de elegibilidade, sendo que o art. 16 da Lei 9.096/95, sendo que o eleitor
considerado inelegível pode filiar-se a partido político na forma da Resolução nº
23.117/2009.

Após o deferimento da filiação, os Diretórios, municipal, estadual ou federal,


devem inserir os dados do filiado no sistema eletrônico da Justiça Federal que
automaticamente enviará aos juízes eleitorais para arquivo, publicação e
cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeitos de candidatura a cargos
eletivos.

A relação dos nomes de todos os filiados, deve constar a data de filiação,


no número do TE e das seções inscritos. No caso de mudança de partido a Justiça
deverá intimar a agremiação partidária e dar-lhe ciência da saída de seu filiado, a
partir do qual serão contados os prazos para o ajuizamento das ações cabíveis.

O Cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de


morte, perda dos direitos políticos, expulsão ou outras formas previstas no
estatuto.

Sistema FILIA e Resolução nº 23.596/19

Aprovada em agosto de 2021 criou o sistema FILIA que fica disponível 24


horas de forma ininterrupta e é composto de módulos interno, externo e consulta
pública.

Das Finanças e contabilidades dos partidos políticos

Devem ser organizadas pelos órgãos nacionais, regionais e municipais se


tiverem escrituração contábil de forma a permitir o conhecimento da origem de
suas receitas e a destinação das despesas.

Até o dia 30 de junho do ano seguinte (regra estabelecida pela lei


13.831/19) os partidos políticos estão obrigados a enviar, anualmente, à Justiça
Eleitoral os balanços contábeis do exercício findo.
O art. 34 da Lei 9096/95 retirou da Justiça Eleitoral o papel de fiscal da
escrituração contábil do partido político, preservando, contundo, a fiscalização
sobre a prestação de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral.

De acordo com o art. 37 da mesma lei, a desaprovação das contas


partidárias não acarreta mais a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário,
com a responsabilização dos responsáveis, mas, tão somente, a sanção da
devolução da importância irregular, mais multa de até 20%, sem que haja
suspensão de órgãos de direção partidária.

Inclusive, o art. 37, §4º indica que o recurso será recebido com efeito
suspensivo, sendo que o exame da prestação de contas tem caráter jurisdicional.

O art. 37-A indica que a omissão de prestar contas acarreta a suspensão de


novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a inadimplência e aplicação de
sanções legais.

Do Fundo Partidário

O Fundo de Assistência Financeira aos Partidos Políticos é constituído


pelos seguintes recursos:

a) Cheques cruzados
b) Depósitos em espécie devidamente identificados
c) Mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita o uso
de cartão de crédito, de débito, emissão on line de boleto bancário ou
convênios
d) Emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada

Na incorporação de partido político, o termo inicial para o recebimento de


cotas do Fundo pelo partido incorporador coincide com o cumprimento do
último ato atribuído as agremiações envolvidas (Petição n 0600362-60.
Brasília-D, Rel Min Luis Roberto Barroso)
Do acesso gratuito ao rádio e a TV

Em face a previsão constitucional do art. 17 da CF os partidos políticos tem


direito a acesso gratuito ao rádio e a TV, sendo o horário estabelecido entre as
19h30 e as 22h30 horas de acordo com o art. 50-A da Lei 9.096/95, com a redação
pela lei 14.291/ de 3.1.2022.

A transmissão será em bloco, em cadeia nacional (terças, quintas e


sábados) ou estadual (segundas, quartas e quintas-feiras), por meio de inserções
de 30 segundos, no intervaldo da programação normal das emissoras.

No ano das eleições, somente no primeiro semestre.

COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS

Durante as convenções no período de 20 de julho a 5 de agosto, conforme


o art. 6 da Lei das Eleições, 9.504/97.

Terão denominação própria e possui legitimidade para atuar de forma


isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação,
durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do
prazo para a impugnação do registro de candidato, conforme o §4º do art. 6º da Lei
9.504/97.

Lei nº14.208/21 e Resolução nº 23.670, de 14.12.2021 : Das


FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS

Frustada a discussão de retorno das coligações proporcionais, foram


criadas as Federações partidárias, quando os partidos podem se unir em uma
espécie de coligação duradoura e verticalizada, com duração superior à do
processo eleitoral.
Assim, foi criado o art. 11-A na lei 9.096/95 preservando a identidade e
autonomia dos partidos integrantes da federação, devendo observar as seguintes
regras:

a) a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro


definitivo no TSE;
b) os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados
por, no mínimo 4 anos;
c) a federação poderá ser constituída até a data final do período de
realização das convenções partidárias;
d) a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado
ao TSE

Na hipótese de um partido federado descumpra o prazo mínimo de adesão


(4 anos) rompendo o pacto, tal partido sofrerá vedação de ingressar em federação,
de celebrar coligação nas 2 (duas) eleições seguintes e, até completar o prazo
mínimo remanescente, de utilizar o fundo partidário.

Se 1(um) partido se desligar, permanecendo pelo menos 2(dois) a


federação continuará até a próxima eleição.

Os documentos para serem enviados ao TSE :

1 – Cópia da Resolução tomada pela maioria absoluta dos votos dos órgãos
de deliberação nacional de cada um dos partidos integrantes da federação;

2 – Cópia do programa e do estatuto comuns da federação constituída;

3 – Ata da eleição do órgão de direção nacional da federação;

Perderá o mandato o eleitor que se desfiliar sem justa causa de qualquer


dos partidos da Federação

Para fins de cláusula de desempenho prevista no art. 17, §3º da CF e no


art. 3° da EC/97 será considerada a soma da votação e da representação dos
partidos que integram a federação, regra esta que somente incidirá a partir do
início da legislatura seguinte ao deferimento do registro da federação.

Em face ao princípio da isonomia a participação na federação somente será


possível se o deferimento de seu registro no TSE ocorrer 6(seis) meses antes das
eleições, observadas as demais disposições aplicáveis da resolução que tratar do
registro de candidatura.
Extinta a federação cessarão imediatamente os seus efeitos, devendo-se
proceder a novo cálculo para a distribuição do Fundo Partidário conforme a
cláusula de desempenho em vigor.

A manutenção e o funcionamento da federação serão custeados pelos


partidos políticos que a compõem, cabendo ao estatuto dispor a respeito, sendo
lícito as agremiações realizar gastos em prol da federação com recursos do Fundo
Partidário.

As controvérsias entre os partidos políticos relativas ao funcionamento da


federação constituem matéria interna corporis de competência da justiça comum,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral para dirimir questões relativas ao
registro da federação e das alterações de composição ou que impactem
diretamente ao processo eleitoral.

Na eleição proporcional, o percentual mínimo de candidaturas por gênero


deverá ser atendido tanto globalmente, na lista da federação, quanto por cada
partido, nas indicações que fizer para compor a lista.

DAS FUNDAÇÕES E INSTITUTOS MANTIDOS PELOS PARTIDOS


POLÍTICOS

Devem os partidos manter fundações ou institutos voltados ao estudo e


pesquisa, à doutrinação e à educação política, sendo que de acordo com o art. 53
da Lei nº 9.096/97 a entidade, por ser de direito privado, rege-se pelas normas de
direito civil e tem autonomia para contratar com instituições públicas ou privadas.

A Justiça Eleitoral é o órgão competente para apreciar as contas dos


institutos criados por partidos políticos para pesquisa, no tocante aos valores
recebidos do Fundo Partidário (Prestação de Contas nº 241-43, Brasília-DF, Rel
Min Luis Felipe Salomão, julgado em 27.4.2020)

Existe conflito de julgados, sendo que o TSE, por meio do Processo de


Prestação de Contas nº 237-06, Brasília-DF, Rel. Min Edson Fachin, julgado em
sessão virtual de 22 a 28.5.2020, indicou que não cabia a Justiça Eleitoral

Em outubro de 2020, por meio do Processo de Prestação de Contas n° 192-


65, julgada em 27.10.2020, Rel. Min Felipe Salomão, a Justiça Eleitoral será
competente para julgar as contas anuais envolvendo a aplicação de verbas do
Fundo Partidário das fundações vinculadas a partidos políticos.

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