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Tema:
Importância da Bioética na Actualidade
Curso: Geografia
Disciplina: Filosofia
Ano De Frequência: 2º
Nampula
2022
Índice
Introdução...................................................................................................................................4
3. Aplicação da bioética...........................................................................................................7
4. Engenharia Genética............................................................................................................7
5. Fertilização in Vitro.............................................................................................................8
1. Gestações múltiplas.............................................................................................................9
2. Aborto..................................................................................................................................9
6. Eutanásia e distanásia........................................................................................................12
7. Células – tronco.................................................................................................................13
2
7.3. Tipos de células-tronco e os benefícios esperados do seu uso no tratamento de doenças
15
Referências bibliográficas:........................................................................................................17
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Introdução
Neste presente trabalho de carácter avaliativo que tem como tema: Importância da Bioética na
Actualidade e alguns pontos que iremos abordar ao longo do trabalho que são: Princípios
básicos da bioética; Engenharia genética; Fertilização invitro; Aborto; Eutanásia e Distanásia;
O uso das células – tronco.
É importante primeiro conceituar a Bioética para entendermos melhor o que estamos tratando,
O conceito de Bioética é estudado na Filosofia por sua ligação com os conceitos de moral e
ética e pela importância deles nas análises bioéticas. Considerando esses conceitos juntamente
com a preocupação ética nos procedimentos médicos, uma das principais preocupações da
Filosofia é a humanização dos atendimentos (1). Essa área também auxilia na determinação dos
limites morais e éticos na realização de pesquisas científicas. Sócrates,
Platão e Aristóteles são ainda hoje fontes de conhecimento paras questionamentos muito
importantes da Bioética. Algumas reflexões Socráticas, como a preocupação com a ética e a
consciência de que não existe somente um ponto de vista correto sobre um assunto são
fundamentais na ética médica. Platão questionou, por exemplo, a qualidade de uma vivência
marcada por doenças e o desejo de prolongar uma vida pouco saudável (1).
O conceito de prudência de Aristóteles resume a capacidade de análise prévia para tomar
decisões e evitar prejuízos. A prudência pode ser relacionada com o princípio da beneficência,
que deve inspirar os profissionais de saúde a buscar o melhor tratamento aos seus pacientes (2).
Importância da bioética
4
A Bioética tem-se tornado cada vez mais importante porque a evolução da medicina e o
aparecimento de inovações científicas criam novos questionamentos sobre os limites éticos da
conduta médica (1).
A Bioética ajuda a compreender quais são esses limites que devem ser considerados em
pesquisas científicas e procedimentos médicos em áreas mais sensíveis. A pretensão da
Bioética é facilitar que os procedimentos estejam de acordo com os valores éticos e morais
mais cultivados em cada sociedade (1).
Além da saúde, a Bioética pode ser importante em questões como a regulamentação das
alterações genéticas em alimentos (transgénicos) ou nos testes de medicamentos e cosméticos
que são feitos em animais (3).
A Bioética é uma área de estudo focada na influência de princípios morais e éticos na prática
médica e na pesquisa científica. O conceito de Bioética pode ser bastante complexo, por isso é
importante ter em mente que não existe uma única definição. De forma geral, estuda quais são
as melhores soluções para conflitos éticos, para conseguir atender necessidades médicas sem
desrespeitar valores importantes para os pacientes e para a sociedade em geral (1).
A Bioética tem-se tornado cada vez mais importante porque a evolução da medicina e o
aparecimento de inovações científicas criam novos questionamentos sobre os limites éticos da
conduta médica (1).
Além da saúde, a Bioética pode ser importante em questões como a regulamentação das
alterações genéticas em alimentos (transgénicos) ou nos testes de medicamentos e cosméticos
que são feitos em animais (1).
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2.1. Princípio da não maleficência
O princípio da não maleficência se baseia na ideia de que nenhum mal deve ser feito ao outro.
Assim, não é permitida nenhuma acção que consista em malefício intencional a cobaias ou a
pacientes. O princípio é representado pela frase em latim: primum non nocere (primeiro, não
prejudicar). Tem como objectivo evitar que um tratamento ou pesquisa cause mais danos do
que os possíveis benefícios (4).
A ideia central desse princípio é de que todos têm capacidade e liberdade de tomar suas
próprias decisões. Assim, qualquer tipo de procedimento a ser realizado no corpo de um
indivíduo e/ou que tenha relação com a sua vida, deve ser autorizado por ele. No caso de
crianças e de pessoas deficientes, o princípio de autonomia deve ser praticado pela respectiva
família ou pelo responsável legal (1).
6
No domínio da bioética, esse princípio se baseia na justiça distributiva e na equidade. Ele
defende que a distribuição dos serviços de saúde deve ser feita de forma justa e que deve
haver igualdade de tratamento para todos os indivíduos. Tal igualdade não consiste em dar o
mesmo para todos, mas sim em dar a cada um, o que cada um precisa (1).
3. Aplicação da bioética
A aplicação do conceito de bioética tem como objectivo garantir que haja uma
responsabilidade moral nos procedimentos, pesquisas e actos médicos e biológicos. A bioética
busca garantir que os valores morais humanos não se percam, independentemente do
desenvolvimento histórico e social da humanidade, durante as tentativas de solução de
conflitos e/ou dilemas éticos (5).
É de se referir que a aplicação dos princípios da bioética relativamente aos casos acima pode
variar consoante o país onde é praticado. O que, por vezes, é permitido em determinados
países, pode ser classificado como crime em outros. O aborto e a eutanásia exemplificam essa
situação (3).
4. Engenharia Genética
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utilizada em microbiologia celular como forma de identificar e copiar determinado gene no
interior de um organismo simples, como as bactérias (6).
Quanto mais se aprende sobre o genoma dos seres vivos, mais aplicações da engenharia
genética surgem. Esta tem aplicação na medicina, na pesquisa, na indústria e na agricultura, e,
pode ser usada em diversas de plantas, animais e microorganismos. Aí estão as produções, em
larga escala, de insulina, de harmónio do crescimento, de interferon alfa humano com
actividade biológica contra infecções ocasionadas por vírus e contra algumas formas de
tumores malignos humanos, de vacinas e anticorpos monoclonais humanos. Uso de
organismos geneticamente modificados para produção de biocombustível, biorremediação e
biomineração. Produção de alimentos geneticamente modificados como soja, milho, peixes
.
(6,7)
5. Fertilização in Vitro
Trata-se de uma importante alternativa para casais com dificuldades para engravidar, que
apresentam alguma condição genética que pode ser passada para o bebé ou para casais
homoafetivos (6).
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As chances de a fertilização in vitro dar certo estão directamente relacionadas com a idade
da mulher, número de óvulos colectados, reserva ovariana e causas que levaram à infertilidade
.
(6)
Existem alguns riscos ligados à Fertilização in Vitro que devem ser considerados pelas
pacientes antes de iniciar o tratamento. As complicações mais comuns são:
1. Gestações múltiplas
2. Aborto
Muitas pessoas ao se depararem com uma gravidez indesejada optam por utilizar algumas
substâncias e medicamentos que visam a interromper a gestação. No entanto, essas
substâncias, muitas vezes vistas como alternativa pela mulher, podem colocar a sua própria
vida em risco (9).
Na internet, muitas mulheres encontram receitas e até venda de medicamentos proibidos que
garantem a realização do aborto. Entretanto, a grande maioria não sabe os riscos que doses
inadequadas podem causar (9).
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São relativamente frequentes os casos de mulheres que procuram os hospitais após uso dessas
substâncias com queixas de vómitos, diarreias, dores no estômago, sangramentos intensos,
alterações na respiração e circulação. Em alguns casos, a intoxicação é extremamente grave,
levando a mulher à morte (9).
Desse modo, podemos concluir que a realização de abortamento com ingestão de substâncias
pode ser extremamente perigosa, além de ser considerada crime em nosso país. Estima-se que
mais de 20.000 mulheres morrem anualmente em decorrência de abortamentos inseguros,
segundo o Instituto Guttmacher (9).
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Abortamento infectado: Nesse tipo de abortamento, observa-se a presença de
infecções. Ele ocorre geralmente em decorrência da realização de abortos ilegais com
manipulação incorrecta do útero, sendo observado frequentemente abortamento
incompleto e infecções, principalmente, bacterianas. A mulher apresenta sangramentos,
dores, febre e até mesmo eliminação de pus na região do colo uterino (9).
Abortamento habitual: Nesse caso, observamos três ou mais abortos espontâneos
consecutivos. É fundamental que a mulher procure um médico para a avaliação das
causas desses abortos repetitivos (9).
Abortamento electivo previsto em lei: Esse abortamento é provocado, entretanto, a
mulher está amparada por lei. Somente algumas situações permitem esse tipo de
abortamento, sendo elas: caso de estupro, riscos de vida para a mulher ou confirmação
de feto que não apresenta parte da calota craniana, ou ela inteira, e o cérebro
(anencefalia). Nesses casos, a mulher poderá realizar o abortamento realizando
diferentes técnicas, como o uso de medicamentos, curetagem e AMIU (9).
6. Eutanásia e distanásia
Em alguns países a eutanásia é proibida por lei e outros são permitidos também por lei. O
procedimento é classificado como homicídio privilegiado, movido pelo sentimento de
piedade; ou auxílio para o suicídio, no caso do próprio paciente solicitar a interrupção de sua
vida. Além da eutanásia, há também outra medida conhecida como "suicídio assistido",
quando o paciente de uma doença incurável e que cause sofrimento pede pela interrupção.
Esse doente recebe medicamentos que podem antecipar o processo de morte e opta pelo
momento de sua administração (5).
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Na Colômbia e no Uruguai, a eutanásia não é permitida por lei. Caso seja comprovado o
desejo do paciente, seu sofrimento e a irreversibilidade da doença, o homicídio é considerado
"piedoso" e recebe perdão judicial. (9).
A distanásia ocorre por escolha de médicos e familiares que lutam para manter a pessoa viva,
ainda que não haja hipóteses de que a pessoa possa se recuperar. Não é considerada crime,
mas os códigos bioéticos condenam essa prática (5).
7. Células – tronco
7.1. Surgimento das células-tronco
Essas células originadas das mitoses do zigoto são as células-tronco, que também são
chamadas de células-mães ou células estaminais. Elas são células muito simples que têm a
capacidade de se diferenciarem em qualquer tipo de célula, formando qualquer tipo de tecido
e podem ser classificadas em células-tronco embrionárias e células-tronco adultas. As células-
tronco embrionárias são retiradas de embriões e são classificadas em:
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divisões do embrião, por volta do terceiro ou quarto dia depois da fecundação, quando
o embrião está com aproximadamente 32 células (8).
Células – tronco são tipos de células que podem se diferenciar em células com funções muito
especializadas, constituindo diferentes tipos de tecidos do corpo (8).
Em termos práticos, podemos afirmar que células-tronco são células que têm o potencial de
recompor tecidos danificados e, assim, auxiliar no tratamento de doenças como câncer, mal de
Parkinson, mal de Alzheimer e doenças degenerativas e cardíacas (8).
Basicamente existem dois tipos de células-tronco: as que são extraídas de tecidos maduros,
como o cordão umbilical ou a medula óssea, são mais especializados e dão origem a apenas
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alguns tipos de tecidos do corpo. As pesquisas realizadas com o uso dessas células têm
demonstrado a sua eficácia no tratamento de diversas doenças, a exemplo da leucemia,
doenças cardíacas e doenças hematológicas (7, 8).
O uso de células-tronco na medicina ainda está em carácter experimental, mas a cada dia as
pesquisas avançam e o uso dessas células se torna mais promissor (8).
Conclusão
Chegado a esta parte final deste trabalho concluímos que o objectivo da Bioética na saúde é
garantir que os pacientes recebam o tratamento mais adequado a sua situação, sem que o
tratamento escolhido viole seus princípios pessoais.
A Bioética pretende contribuir para que as pessoas estabeleçam “uma ponte” entre o
conhecimento científico e o conhecimento humanístico, a fim de evitar os impactos negativos
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que a tecnologia pode ter sobre a vida (afinal, nem tudo o que é cientificamente possível é
eticamente aceitável). Em razão da influência histórica, cultural e social que sofremos,
devemos estar muito atentos, caso contrário, corremos o risco de perder os parâmetros que
devem nos nortear na nossa actividade profissional para que nossas atitudes sejam éticas (5).
A primeira etapa que devemos seguir é reconhecer que essas influências (paternalismo,
cartesianismo, ênfase na doença, individualismo, hedonismo e utilitarismo) existem e que não
podemos escapar delas. O segundo passo é entender qual fundamento (base) deve ter para nos
orientar nos nossos processos de decisão, a fim que essas influências negativas não
prejudiquem nossas acções. Esse fundamento é o reconhecimento da dignidade da pessoa
humana (como um ser único e que deve ser considerado em sua totalidade – aspectos físicos,
psicológicos, sociais e espirituais) . O terceiro passo é utilizar as “ferramentas” (princípios)
(5)
adequadas para definir quais devem ser as nossas atitudes, sem esquecer o nosso fundamento.
O primeiro princípio a ser seguido deverá ser o de beneficência/não maleficência, o segundo o
de autonomia e o terceiro o de justiça. Neste texto apresentamos alguns conceitos e teorias
que fornecem subsídios para que possamos saber como agir de maneira ética.
Se esse processo de construção da reflexão ética/bioética, que parte do entendimento do
fundamento bioético e se segue pelo respeito aos seus princípios, for seguido, as respostas
sobre como agir eticamente diante de um conflito ético, ou de uma situação clínica nova (ou
diferente), surgirão naturalmente.
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Referências bibliográficas:
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