a) Super cial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pod
comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frase
como “porque o vi”, “porque o senti”, “porque o disseram”, “porque tod
mundo o diz”.
b) Sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vid
diária.
c) Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências
conhecimentos, tanto os que adquire por vivência própria quanto os “por ouv
dizer”.
d) Assistemático, pois essa organização das experiências não visa a um
sistematização das ideias, nem na forma de adquiri-las, nem na tentativa d
validá-las.
e) Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimento
sejam conhecimentos não se manifesta sempre de uma forma crítica.
CONHECIMENTO CONHECIMENTO
POPULAR CIENTÍFICO
Valorativo Valorativo
Racional Inspiracional
Sistemático Sistemático
Não veri cável Não veri cável
Infalível Infalível
Exato Exato
Por não obedecer nem à lógica nem a critério cientí co, ele é assistemático. É
um tipo de conhecimento que se apoia em aspectos estéticos e, por isso, não goza
de comprobabilidade. E, como se trata de um conhecimento intuitivo, pode
favorecer a observação de aspectos da realidade que a ciência comumente
desconhece.
2 CONCEITO DE CIÊNCIA
Ciência é uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições
logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se
deseja estudar: “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais,
dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser
submetido à veri cação” (TRUJILLO FERRARI, 1974, p. 8). Segundo uma visão
tradicional e objetivista, é um tipo de conhecimento “adquirido por métodos
rigorosos, sistematizados e suscetíveis de serem ensinados”. Pode, ainda, ser
entendida como “conhecimentos racionais, obtidos por meio de métodos,
veri cáveis e sistematizados referentes a objetos de igual natureza”
(NASCIMENTO; SOUSA, 2015, p. 126).
A essa visão fechada e pretensiosa de ciência Demo (2012, p. 30-31)
apresenta crítica vigorosa:
As ciências possuem:
Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesm
objeto material.
LEITURA RECOMENDADA
BARBOSA FILHO, Manuel. Introdução à pesquisa: métodos, técnicas e
instrumentos. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Cientí cos, 1980. Parte I,
Caps. 1 e 2.
DEMO, Pedro. Ciência rebelde: para continuar aprendendo, cumpre
desestruturar-se. São Paulo: Atlas, 2012. Cap. 2.
_______ . Metodologia cientí ca em ciências sociais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Cap. 1.
_______ . Praticar ciência: metodologias do conhecimento cientí co. São Paulo:
Saraiva, 2011. Caps. 1, 2 e 5.
HEGENBERG, Leônidas. Explicações cientí cas: introdução à loso a da ciência.
2. ed. São Paulo: EPU: Edusp, 1973. Cap. 2.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia cientí ca: teoria da ciência e
iniciação à pesquisa. 34. ed. Petrópolis: Vozes, 2015. Caps. 1 e 2.
MICHEL, Maria Helena. Metodologia e pesquisa cientí ca em ciências sociais: um
guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos
monográ cos. 3. ed. São Paulo: GEN: Atlas, 2015. Caps. 1 e 2.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desa o da pesquisa social. In: MINAYO,
Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 34.
ed. Petrópolis: Vozes, 2015. Cap. 1.
MORGENBESSER, Sidney (Org.). Filoso a da ciência. 3. ed. São Paulo: Cultrix,
1979. Cap. 1.
TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro:
Kennedy, 1974. Cap. 1.