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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

ICH - INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


LETRAS
PROFESSORA: JOSIANE ANDRADE MILITÃO

Nome: Karolinne de Souza Tinoco

ANÁLISE DO FILME "NARRADORES DE JAVÉ" COM BASE NO TEXTO DE


MARCUSCHI

Marcushi apresenta em seu texto "Da fala para a escrita", no primeiro capítulo "Oralidade e
Letramento", uma crítica a respeito das convenções propostas sobre as especificidades da
fala e da escrita, negando aspectos dicotômicos que tentam justificar características para
cada modalidade do uso da língua. A partir da teoria proposta pelo autor, podemos perceber
a ideia que é criada em relação a predominância do uso da escrita em detrimento da fala,
como também a importância que a sociedade atribui a alfabetização em contraste com o
letramento. Uma ilustração que podemos recorrer para melhor exemplificar essa questão é
através do filme "Narradores de Javé". O filme foi dirigido por Eliane Caffé, no ano de 2003,
e tem como objetivo apresentar a história da cidade de Javé que se encontra ameaçada por
uma companhia de engenharia que deseja construir uma barragem no local. Sem aviso
prévio ou qualquer intervenção do Estado, os moradores tomam conhecimento do fato em
último instante. Esse acontecimento faz com que a população se movimente para escrever
a história da cidade, visando um possível tombamento para impedir a construção da
barragem. Dessa forma, o carteiro de Javé, exercendo o ofício de historiador, começa a
reunir relatos dos moradores para a construção da história.
Assim, o filme nos revela uma sociedade que tem como base uma cultura e história oral,
com princípio na tradição, passada de geração em geração. Tal fenômeno carrega tanto
significado quanto uma sociedade que tem como preferência a escrita. Entretanto, não é o
ideal que é perpetuado no imaginário social. Devido a esse fator, Marcushi irá discorrer
sobre oralidade x fala e alfabetização e letramento, defendendo teses que levam em
consideração os fatores sociais, econômicos e linguísticos para explicar os fenômenos que
priorizam tanto a escrita como a fala.

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