Afirmar que o signo linguístico é arbitrário, como fez Saussure (1975), significa
reconhecer que não existe uma relação necessária, natural, entre a
sua imagem acústica (seu significante) e o sentido a que ela nos remete (seu
significado). Contudo, ele reconhece que a arbitrariedade é limitada por
associações e motivações relativas: assim, “vinte” é imotivado, mas “dezenove”
não é no mesmo grau, porque evoca os termos dos quais se compõe, “dez” e
“nove”. No entanto, esses exemplos são pouco numerosos e, como observa o
autor, a língua é social, portanto, não está ao alcance do indivíduo nela
promover mudanças.
a. língua x fala
A oposição desses dois conceitos se deve pelo fato de a língua ser uma
construção coletiva, enquanto a fala é uma propriedade individual. Por
exemplo, no Brasil, todos falamos a Língua Portuguesa, porém, pessoas que
moram em diferentes regiões do país podem usar termos diferentes para
designar as mesmas coisas, como é o caso de MANDIOCA; MACAXEIRA -,
entre outras palavras.
b. sincronia x diacronia
Para melhor entender esta dicotomia, seria bom remontar a origem das
palavras: ambos os termos são gregos, sendo sincronia constituído
de syn juntamente com chórnos (tempo), significando ao mesmo tempo.
Enquanto diacronia parte-se de dya - através, e chórnos , tempo,
significando através do tempo. Isso quer dizer que a sincronia é o estudo
estático da língua. Baseia-se em estudar a palavra em torno de si mesma.
Tomando como exemplo a palavra você, sincronicamente falando,
podemos dizer que ela é um pronome de tratamento usado entre iguais, que
possui quatro letras e quatro fonemas.
A forma diacrônica, por sua vez, trata-se do estudo das mudanças que a
palavra sofreu de acordo com o decorrer do tempo, estudo histórico. Usando
como exemplo a palavra farmácia, podemos notar que ela sofreu mudanças em
sua ortografia, de pharmacya para farmácia.
c. paradigma x sintagma
O sintagma, definido por Saussure (1975) como a "comunicação de
formas mínimas numa unidade linguística superior," surge a partir de uma
linearidade do signo, ou seja, ela exclui a possibilidade de pronunciar dois
elementos ao mesmo tempo, pois um termo só passa a ter valor a partir do
momento que ele contrasta com outro elemento.
O paradigma é definido como um banco de reservas da língua, fazendo
com que suas unidades se opunham, pois uma exclui a outra. O paradigma é o
eixo vertical das escolhas (o eixo por meio do qual eu escolho qual a próxima
palavra que constituirá o meu discurso).
Para exemplificar, podemos usar a seguinte frase:
d. Significado x Significante
8. Referências Bibliográficas